Estomaterapia em foco

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Esta obra é um guia acessível e prático, resultado da experiência de profissionais no trabalho cotidiano com pacientes estomizados e colostomizados. Distribuído em 22 capítulos, o livro aborda o tema em sua amplitude, desde a especialidade da Estomaterapia, passando pelos diversos tipos de estomia e seus cuidados pré, trans e pós-operatórios, até chegar aos aspectos psicológicos que envolvem o tratamento e seus efeitos na família dos envolvidos. Escrito e organizado por nomes respeitados e atuantes na área, Estomaterapia em Foco e o Cuidado Especializado é mais uma contribuição da Yendis Editora para o campo de saúde no Brasil, que o lança na tentativa de melhor preparar profissionais e, assim, garantir tratamentos de excelência.

ORGANIZAÇÃO Maria Angela Boccara de Paula Pedro Roberto de Paula Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti é Especialista em Estomaterapia, Membro-titular da TiSobest, Professora adjunta da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp e Membro-fundadora e associada da Sobest.

E O CUIDADO ESPECIALIZADO

ESTOMATERAPIA EM FOCO

Pedro Roberto de Paula é Chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Universitário de Taubaté e Membro-titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

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E O CUIDADO ESPECIALIZADO

Maria Angela Boccara de Paula é Especialista em Estomaterapia, Membro-titular da TiSobest, Vice-presidente da Associação Brasileira de Estomaterapia e Coordenadora do curso de especialização em Enfermagem em Estomaterapia da UNITAU.

ESTOMATERAPIA EM FOCO E O CUIDADO ESPECIALIZADO ORGANIZAÇÃO Maria Angela Boccara de Paula Pedro Roberto de Paula Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

Estomaterapia em Foco e o Cuidado Especializado é o resultado da experiência do trabalho com pacientes estomizados e colostomizados. Abordando o tema amplamente, o livro, entre outros, destaca a especialidade do Estomaterapeuta, diferencia os tipos de estomia e esclarece os aspectos psicológicos que envolvem o tratamento. Tudo isso somado a um importante apêndice com imagens coloridas, que melhora a visualização e, assim, valoriza os estudos.


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Estomaterapia EM FOCO e o Cuidado Especializado ORGANIZAÇão Maria Angela Boccara de Paula Pedro Roberto de Paula Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

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ESToMATERApIA EM FoCo E O CUIDADO ESPECIALIZADO ORgANIzAçãO maria angela boccara de paula pedro Roberto de paula isabel umbelina Ribeiro cesaretti

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Copyright © 2015 Maria Angela Boccara de Paula, Pedro Roberto de Paula e Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti Todos os direitos reservados. ________________________________________________________________________________________________________ Editora-executiva: Dirce Laplaca Viana Editora: Aline Gongora Coordenadora de arte: Bárbara Lorente Analistas de arte: Daniela Perin, Fabio Augusto Ramos, Fabio Oliveira e Ruben Moreira da Silva Auxiliar de arte: Samara Lopes Coordenadora de texto: Nathalia Ferrarezi Analistas de texto: Meggie Monauar e Thalita Ramirez Moiseieff Auxiliar de texto: Cesare Turazzi Assistente administrativa: Elane Lima Preparação de texto: Thaísa Socher e Meggie Monauar Revisão de texto: Juliana Maria Mendes Editoração eletrônica: HiDesign Ilustrações: Alexandre Santos Capa e projeto gráfico: Fabio Oliveira Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem a autorização escrita da Editora. As informações e as imagens são de responsabilidade dos autores. A Editora não se responsabiliza por eventuais danos causados pelo mau uso das informações contidas neste livro. Impresso no Brasil Printed in Brazil

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) ________________________________________________________________________________________________________ Estomaterapia em Foco e o Cuidado Especializado / organizadores Maria Angela Boccara de Paula, Pedro Roberto de Paula, Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti. -- São Caetano do Sul, SP : Yendis Editora, 2014. Vários colaboradores. Bibliografia. ISBN 978-85-7728-459-7 1. Enfermagem - Cuidados 2. Enterostomia - Enfermagem 3. Estomizada - Cuidados e tratamento I. Paula, Maria Angela Boccara de. II. Paula, Pedro Roberto de. III. Cesaretti, Isabel Umbelina Ribeiro. CDD-610.73677 14-07397 NLM-WY 161 ________________________________________________________________________________________________________ Índices para catálogo sistemático: 1. Estomaterapia : Assistência de enfermagem : Ciências médicas 610.73677 2. Ostomizados : Cuidados : Enfermagem : Ciências médicas 610.73677

Yendis Editora Ltda. Estrada das Lágrimas, 111 – São Caetano do Sul – SP – 09581­‑300 Tel./Fax: (11) 4224­‑9400 yendis@yendis.com.br www.yendis.com.br

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NOTA DO EDITOR A Sociedade Brasileira de Estomaterapia - Sobest - classifica o enfermeiro como educador, conselheiro e coordenador da assistência no processo de reabilitação da pessoa estomizada. A partir dessa definição, Estomaterapia em Foco e o Cuidado Especializado se apresenta como um copilado de assuntos embasados pela experiência de diversos profissionais da área. Escrito de forma clara e didática, o livro oferece as informações necessárias para o tratamento do paciente com estomia, abordando temas variados e, às vezes, esquecidos, tais como o cuidado com crianças, ética na assistência e sexualidade; tudo para torná-lo essencial não somente para enfermeiros, mas para qualquer profissional da saúde que queira ampliar seus conhecimentos em estomaterapia. A Yendis Editora e os organizadores desta obra a promovem com a certeza de que o conteúdo aqui tratado impactará positivamente em todos os estomaterapeutas e demais profissionais que lidam direta ou indiretamente com o cuidado da pessoa com estomia.

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Organizadores Maria Angela Boccara de Paula Enfermeira. Especialista em Estomaterapia. Membro-titular da Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências (TiSobest). Professora-assistente III do Departamento de Enfermagem da Universidade de Taubaté. Docente do curso de mestrado em Desenvolvimento: Formação, Políticas e Práticas Sociais da Universidade de Taubaté. Coordenadora do curso de especialização em Enfermagem em Estomaterapia da Universidade de Taubaté (Unitau). Vice-presidente da Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências.

Pedro Roberto de Paula Médico. Professor-assistente do Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté (Unitau). Chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Universitário de Taubaté. Mestre e doutor pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Membro-titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBPC) e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC).

Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti Enfermeira. Especialista em Estomaterapia. Membro-titular da Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências (TiSobest). Professora adjunta da Escola Paulista de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Mestre e doutora pela Unifesp. Membro-fundadora e associada da Sociedade Brasileira de Estomaterapia: estomia, ferida e incontinência (Sobest).

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autores Antonio Vitor Martins Priante Médico. Professor-assistente da Disciplina de Clínica Cirúrgica da Universidade de Taubaté (Unitau). Mestre e doutor em Oncologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Caio Alexandre Raicher Médico. Especialista em Cirurgia Pediátrica pela Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE). Médico-assistente da Fundação Universitária de Taubaté (Fust).

Carmelita Pinto Maia da Costa Enfermeira. Especialista em Estomaterapia. Membro do Grupo de Prevenção e Tratamento de Feridas / Terapia Intravenosa do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos (CHEV). Membro da Sociedade Brasileira de Estomaterapia (Sobest).

Cesar Augusto Cardoso Médico. Docente-auxiliar da disciplina de Clínica Cirúrgica da Universidade de Taubaté (Unitau). Doutor em Cirurgia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).

Christina Ribeiro Neder Cerezetti Psicóloga. Doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP). Terapeuta de família e consteladora familiar. Docente no Centro Universitário São Camilo.

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Daniela Fernandes Squarcina Enfermeira. Especialista em Estomaterapia. Enfermeira do Polo de Assitência à Pessoa Estomizada - Heliópolis - SP..

Deomir Germano Bassi Médico. Doutor em Cirurgia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Professor-titular da disciplina Cirurgia do Aparelho Digestivo da Universidade de Taubaté (Unitau).

Donata Maria de Souza Pellegrino Enfermeira. Especialista em Estomaterapia. Supervisora do Ambulatório do Hospital Infantil Darcy Vargas. Pós-graduanda da disciplina Cirurgia Plástica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Membro da Sociedade Brasileira de Estomaterapia (Sobest).

Eliana Mitsuko Ida Lage Enfermeira graduada na Escola de Enfermagem Anna Nery da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Pós-graduada em Estomaterapia pela Universidade de Taubaté (Unitau). Pós-graduada em Prevenção e Controle de Infecção Hospitalar pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro (UGF-RJ). MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro (FGV– RJ).

Flávia Tatiana Pedrolo Hortense Enfermeira do Ambulatório de Otorrinolaringologia/Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital São Paulo – Unifesp. Mestre em Ciências e doutoranda em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Enfermagem (Unifesp).

autores   IX

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Helena Soares de Camargo Pantaroto Enfermeira. Especialista em Estomaterapia (TiSobest). Pós-graduada em Sexualidade Humana. Responsável pelo serviço de estomizados de Jundiaí – SP.

Janaina Zambon de Oliveira Enfermeira. Especialista em Estomaterapia. Mestre em Pesquisa e Desenvolvimento: Biotecnologia Médica pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp). Coordenadora do Ambulatório de Cirurgia e do Departamento de Estomaterapia do Hospital de Câncer de Barretos.

João Ebram Neto Médico. Professor-assistente do Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté (Unitau). Titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia (CBC) e do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD). State Faculty do Advanced Trauma Life Support (ATLS). Pós-graduado em Gestão Hospitalar pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

José Vitor da Silva Enfermeiro. Doutor em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Pós-doutor pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB) e da Universidade do Vale do Sapucaí (Univas).

Karin Emilia Rogenski Enfermeira. Especialista em Estomaterapia pela Universidade de Taubaté. Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Enfermeira da Clínica Pediátrica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP).

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Lívia de Mello Bueno Bassi Médica. Residente de Clínica Cirúrgica do Hospital Universitário de Taubaté.

Lucila Amaral Carneiro Vianna Enfermeira graduada na Escola Paulista de Enfermagem (Unifesp). Doutora em Saúde Pública e Epidemiologia pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP). Livre-docente pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Professora-titular do Departamento de Administração e Saúde Coletiva e atual diretora da Escola Paulista de Enfermagem.

Luiz Carlos Maciel Médico urologista do Serviço de Uro-oncologia do Hospital Regional do Vale do Paraíba. Mestre e doutorando em Cirurgia Urológica pela Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor-auxiliar de ensino da Disciplina de Urologia do Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté (Unitau). Titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). International Member of American Urological Association (AUA).

Manlio Basílio Speranzini Médico. Professor-associado do Departamento de Gastroenterologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo – USP (aposentado). Professor-titular de Cirurgia do Aparelho Digestivo da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) (aposentado). Emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC). Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva (CBCD).

Maria Alice Moreira Torres Santiago Enfermeira. Especialista em Estomaterapia pela Universidade de Taubaté e em Saúde da Família pela Escola de Enfermagem Wenscelau Braz (EEWB). Docente da Escola de Enfermagem Wenceslau Braz (EEWB). Mestranda em Enfermagem pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

autores    XI

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Maria das Graças Leite Enfermeira. Especialista em Estomaterapia pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Membro-plena da Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências (Sobest).

Mauro Antonio Dias da Silva Habilitado em Saúde Pública e enfermeiro graduado pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Licenciado em Enfermagem pela Faculdade de Educação da USP. Mestre em História e Filosofia da Educação e Doutor em Psicologia da Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Docente do Departamento de Enfermagem da Universidade de Taubaté (Unitau) – 1980-94 e do Departamento de Enfermagem da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – 1994-97. Presidente da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn), Seção-SP de 1987-89, e Diretor do Departamento de Educação, Cultura e Esporte da Prefeitura Municipal de Taubaté entre os anos de 1990 a 1993. Presidente da Associação dos Docentes da Unicamp e do Conselho Regional de Enfermagem – São Paulo.

Noemi Marisa Brunet Rogenski Enfermeira. Especialista em Estomaterapia e Doutora em Ciências pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Diretora da Divisão de Enfermagem Cirúrgica do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP).

Renata Ferreira Takahashi Enfermeira. Professora-titular do Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP).

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Rosa Maria Gaudioso Celano Nutróloga. Especialista em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia e pela Sociedade Brasileira de Nutrição Parenteral e Enteral (SBNPE). Mestre em Cirurgia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FcmScsp). Instrutora do ATLS (Advanced Trauma Life Support) e do curso TNT (Terapia Nutricional Total). Coordenadora da EMTN do Hospital São Lucas de Taubaté. Professora da pós-graduação do Instituto de Metabolismo e Nutrição Clínica (IMEN-SP).

Rosana Santiago Costa Vilarinho Enfermeira. Especialista em Estomaterapia pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Enfermeira do Hospital da Universidade de São Paulo (HU-USP). Especialista em Docência em Educação Profissional Técnica de Nível Médio e em Educação Superior com Ênfase em Enfermagem pela Faculdade Campo Limpo Paulista (FacCamp).

Valdemir José Alegre Salles Médico. Professor-assistente do Departamento de Medicina da Universidade de Taubaté (Unitau). Mestre em Gastroenterologia Cirúrgica e doutor em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) – Escola Paulista de Medicina. Cirurgião-geral e do aparelho digestório dos hospitais Regional do Vale do Paraíba e São Lucas, de Taubaté.

Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos Enfermeira. Especialista em Estomaterapia pela Escuela de Enfermería y Podología de La Universidad Complutense de Madrid. Membro-titular da Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências (TiSobest). Professora-associada do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Coordenadora do Comitê de Educação do World Council of Enterostomal Therapists. Membro do Conselho Científico da Sobest.

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Walter Hiroshi Muragaki Médico. Especialista em Cirurgia Pediátrica pela Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica (CIPE). Responsável pelo Setor de Cirurgia Pediátrica da Universidade de Taubaté (Unitau). Mestre em Cirurgia Abdominal pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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Prefácio A edição do livro Estomaterapia em Foco e o Cuidado Especializado é fruto de interesse, experiência, dedicação e conhecimento de seus organizadores. Em seus 22 capítulos, a obra abrange praticamente todos os tópicos de interesse no cuidado da pessoa estomizada. Começa pela definição da especialidade e estende-se aos cuidados técnicos da confecção das estomias do tubo digestivo, das vias aéreas e urinárias, na condução do período perioperatório, nos cuidados com as diferentes estomias e os variados tipos de equipamentos utilizados; como também analisa o impacto da estomia na vida das pessoas e a maneira de ajudá-las na sua aceitação, inclusive, a influência exercida na sexualidade. Trata, além disso, de outros variados aspectos de interesse na área, como os métodos de controle intestinal para os colostomizados, os cuidados com as fístulas enterocutâneas e o suporte nutricional adequado. Este livro, que ora tenho a honra de prefaciar, é portador de um grande valor, transmitindo ao leitor, com linguagem clara e agradável e de modo didático, a experiência dos organizadores e colaboradores adquirida no dia a dia de cuidados da pessoa estomizada e consolidada no conceituado e sempre concorrido Curso de Especialização de Enfermagem em Estomaterapia da Universidade de Taubaté. Paralelamente, é uma conquista da comunidade de estomaterapeutas, cujos ensinamentos refletirão positivamente no bem cuidar das pessoas estomizadas. Prof. Dr. Manlio Basílio Speranzini

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Sumário

1

O especialista em Estomaterapia

2

Estomias intestinais

3

Esofagostomia, gastrostomia e traqueostomia

4 5

Estomias urinárias

6

O cuidado da pessoa nos períodos pré, trans e pósoperatório de cirurgia geradora de estomia

7 8

O cuidado da pessoa com colostomia perineal

9

Pele periestomia: prevenção e tratamento de lesão

10 11

Carmelita Pinto Maia da Costa Daniela Fernandes Squarcina Maria Angela Boccara de Paula

Pedro Roberto de Paula Manlio Basílio Speranzini Valdemir José Alegre Salles

Antonio Vitor Martins Priante Cesar Augusto Cardoso

Luiz Carlos Maciel

Estomias na criança Walter Hiroshi Muragaki Caio Alexandre Raicher

1

13

45 59 73 93

Helena Soares de Camargo Pantaroto

Janaina Zambon de Oliveira

Demarcação do local para a abertura da estomia Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti Maria Angela Boccara de Paula

Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos

Equipamentos coletores e adjuvantes usados no cuidado das estomias

107 121 133 151

Eliana Mitsuko Ida Lage Maria Angela Boccara de Paula Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

Como cuidar de pessoas com estomias complicadas Maria Angela Boccara de Paula Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

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XVII

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12

Métodos de controle intestinal para a pessoa colostomizada

13 14 15

Como cuidar de criança estomizada

16

Como cuidar de doentes com fístula enterocutânea

17

Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti Maria Angela Boccara de Paula Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos Lucila Amaral Carneiro Vianna

Donata Maria de Souza Pellegrino

Traqueostomia: cuidados Flávia Tatiana Pedrolo Hortense

Fístula digestiva Deomir Germano Bassi Lívia de Mello Bueno Bassi

Maria das Graças Leite Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

Como cuidar de pessoas com gastrostomia Rosana Santiago Costa Vilarinho Noemi Marisa Brunet Rogenski Karin Emília Rogenski

18

Suporte nutricional nas estomias

19

Estomia e sexualidade

20

Rosa Maria Gaudioso Celano João Ebram Neto

Maria Angela Boccara de Paula Renata Ferreira Takahashi

Resiliência diante da colostomia: adversidades, superação e adaptação positiva

223 251 267 289 305

319 335 347

Maria Alice Moreira Torres Santiago José Vitor da Silva

21

Aspectos psicológicos da assistência à pessoa estomizada

22

A ética e a assistência à pessoa estomizada

377

Christina Ribeiro Neder Cerezetti

Mauro Antonio Dias da Silva

Imagens coloridas

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1 O especialista em Estomaterapia Carmelita Pinto Maia da Costa Daniela Fernandes Squarcina Maria Angela Boccara de Paula

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Enfermagem e especialidade As transformações fazem parte do cotidiano, e a busca por novas conquistas e desafios estão latentes nos seres humanos. Assim, a enfermagem, dentre tantas outras profissões, vem investindo na especialização como fonte de conhecimento para garantir assistência de qualidade. A Estomaterapia, especialidade exclusiva do enfermeiro, surgiu em 1958, nos EUA, com Norma Gill – pessoa ileostomizada que hoje é mundialmente reconhecida como “a primeira estomaterapeuta”, mesmo não sendo enfermeira – e com o Dr. Rupert Turnbull, médico-cirurgião, que é gentilmente denominado “pai” da especialidade.1 Por sugestão de Turnbull e tendo à frente Norma Gill, em 1968 surgiu a primeira Organização de Estomaterapeutas (ET), a American Association of Enterostomal Therapists (AAET), atualmente denominada Wound Ostomy and Continence Nursing Society (WOCNS).1 Em 1978, com o crescente interesse pela especialidade, observou-se a necessidade da criação de um órgão representativo internacional, dando origem ao World Council of Enterostomal Therapists (WCET),1 órgão de classe responsável pela organização e divulgação da especialidade no mundo. Nesse contexto, vários cursos de formação em Estomaterapia foram criados, crescendo os investimentos em produtos e tecnologias específicas. A Estomaterapia estabeleceu-se em 1980 como especialidade exclusiva do enfermeiro em âmbito mundial, por meio do WCET, que promoveu a sua identidade, definindo o enfermeiro especialista em Estomaterapia ou estomaterapeuta (ET) como aquele que “possui conhecimento, treinamento específico e habilidades para o cuidado de pessoas estomizadas, portadoras de feridas agudas e crônicas, fístulas e incontinência anal e urinária”.2 Nessa década, também, algumas enfermeiras brasileiras, tendo conhecimento do avanço da Estomaterapia como especialidade no âmbito internacional, partiram para países como Estados Unidos, Colômbia e Espanha com o intuito de aprofundar seus conhecimentos, aprimorar a assistência a essas pessoas e contribuir para o desenvolvimento do ensino e da atualização de outros profissionais no Brasil.3 O interesse dessas enfermeiras pioneiras colaborou para a busca de novos caminhos para a valorização da enfermagem e o desenvolvimento da especialidade no país. O primeiro curso de especialização em Enfermagem em Estomaterapia no Brasil ocorreu em 1990, na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Em 1999, surgiu o curso na Universidade Estadual

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do Ceará, em Fortaleza, e, em 2000, na Universidade de Taubaté, em São Paulo, representando forte contribuição e ampliação para o desenvolvimento da especialidade.1 Atualmente, existem outros cursos de especialização em Enfermagem em Estomaterapia, alguns já credenciados pelo WCET/Sobest e outros em fase de credenciamento.4 O órgão oficial da Estomaterapia no Brasil é a Associação Brasileira de Estomaterapia: estomias, feridas e incontinências (Sobest).5 A Sociedade foi instalada em assembleia-geral em dezembro de 1992 e registrado oficialmente em maio de 1993,3 com a finalidade de desenvolver técnica e cientificamente seus associados. Além disso, é responsável pelo credenciamento de todos os cursos de especialização e pela titulação dos estomaterapeutas por concurso público, realizado pela associação, para obtenção do título de enfermeiro estomaterapeuta (TiSobest). O título foi criado em 2005 e é obtido por meio da análise de memorial e/ou do memorial precedido de prova. Aqueles que não possuem o título de enfermeiro TiSobest são denominados estomaterapeutas (ET).5 A Sobest adotou o título como forma de reconhecimento do profissional pelo comprometimento e aprimoramento que sustentam a sua história e a da especialidade. A especialização em Estomaterapia dá ao enfermeiro conhecimento direcionado aos cuidados de pessoas estomizadas, além do amplo conhecimento da tecnologia existente no mercado. Favorece a atuação desse especialista no ramo comercial, de consultoria, em instituições hospitalares privadas ou públicas, na área gerencial e assistencial, no ensino e na pesquisa científica. No contexto das especialidades de Enfermagem no Brasil, a Estomaterapia vem se destacando, enfrentando desafios e construindo sua representação social em variados campos de atuação. Anualmente, a Sobest reúne seus membros, plenos e associados, em assembleia-geral extraordinária, para definir e decidir diretrizes que possam nortear o desempenho e o desenvolvimento da Sociedade. Ao longo desses 20 anos de existência, a Estomaterapia evoluiu muito no ensino e na pesquisa científica por meio dos esforços incessantes dos membros pioneiros e plenos da Sociedade e da colaboração de membros associados. Pode-se observar uma tendência positiva quanto à evolução da especialidade, na medida em que a conscientização da categoria, a organização e constantes pesquisas científicas são efetivadas, bem como o desenvolvimento tecnológico, que constituem fatores que caracterizam e representam marcos para desenvolvimento, crescimento e projeção da Estomaterapia no Brasil.

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Dessa forma, os TiSobests e os ETs são os “sujeitos sociais que traçam seu caminho, empenham-se em entender e dar sentido ao mundo a que pertencem, e também o fazem com emoção, com sentimento e com paixão”. 6

Especialização e titulação No Brasil, a titulação de especialista é algo novo para a Enfermagem. A medicina teve suas atividades médicas regulamentadas, permitindo ao profissional médico realizar qualquer ato, desde que assuma a responsabilidade por ele. O registro do título de especialista pelo Conselho Federal de Medicina alcançou sua devida importância na década de 1980, com o advento dos planos de saúde e pelas exigências de um mercado cada vez mais competitivo.7 Além disso, o título de especialista valoriza o trabalho do médico, aumentado o seu prestígio e o de sua especialidade perante os demais médicos e diante da sociedade em geral. Outra questão é que passou a existir a recertificação, a cada cinco anos, para o título de especialista de todas as especialidades médicas.8 Destaca-se que essa necessidade se impõe em face da velocidade com que novos conhecimentos são incorporados à prática médica. O processo de certificação de atualização profissional tem como objetivo manter, por meio de educação continuada, a qualificação permanente dos especialistas, buscando sua valorização profissional e, consequentemente, garantindo aos doentes o atendimento adequado.5 Seguindo o exemplo da Medicina, a Enfermagem também aderiu à titulação por meio das sociedades de especialistas. O título conferido pela TiSobest tem por objetivo certificar o enfermeiro que concluiu o curso de especialização em Estomaterapia, qualificando-o a exercê-la nas áreas hospitalar, ambulatorial, domiciliar, comercial, empresarial e de ensino especializado.5 Também valida a capacitação profissional e as competências específicas técnico-científicas, de acordo com critérios estabelecidos e aprovados em Assembleia-Geral Ordinária (AGO) da Sobest, realizada em 25 de outubro de 2005 e conduzida pela Comissão de Titulação, eleita pela diretoria e aprovada em AGO.5 O enfermeiro TiSobest, embora com percepções particulares, está inserido em um espaço de destaque dentro da sociedade que representa. Além disso, compõe e participa de um grupo específico que possui e “faz jus” à sua história.9 Assim, mesmo que sejam particulares os pensamentos que

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se atribuem à questão: “Para você, o que significa a titulação em Estomaterapia?”, as respostas a ela certamente se relacionam com os significados e compromissos atribuídos pelo grupo de especialistas titulados. Na perspectiva psicossociológica de uma sociedade, os indivíduos não são apenas processadores de informações, nem meros “portadores” de ideologias ou crenças coletivas, mas elementos do cotidiano da interação social, que comunicam suas representações e soluções específicas às questões que colocam a si mesmos.10

Significando o estomaterapeuta TiSobest Buscando conhecer o significado de ser especialista em Estomaterapia, titulado pela Sobest (TiSobest), no contexto da especialidade no Brasil, Costa e Squarcina11 realizaram uma pesquisa qualitativa, com uma amostra de dez estomaterapeutas TiSobest, por meio da seguinte questão norteadora: “Para você, o que significa a titulação em Estomaterapia?”. A partir desse questionamento, os TiSobests definiram o significado do título como: Evolução da especialidade Contínua atualização do conhecimento Selo de qualidade Realização profissional e pessoal Diferenciação entre titulado e estomaterapeuta Motivação Cobrança

Figura 1.1 — Título de estomaterapeuta: significados. Assim, por meio dessas categorias, foram constatadas as reflexões e representações sociais do TiSobest, bem como aspectos importantes e relevantes para a prática profissional. Quanto à evolução da especialidade, pode-se perceber uma preocupação e, até mesmo, certa insegurança dos enfermeiros estomaterapeutas em relação ao título: A Estomaterapia é a área que mais está se desenvolvendo dentro da Enfermagem hoje como um todo. A titulação é um pouco recente, o que fez a gente ficar um pouco inseguro [...].

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A insegurança expressada demonstra a preocupação inerente ao indivíduo sempre que uma transformação se manifesta e acaba por despertar sentimentos de insegurança e questionamentos. Também, apresenta-se como um desafio em relação à evolução da especialidade e à titulação que a Sociedade atualmente propõe. A trajetória da Estomaterapia enquanto especialidade pode ser dividida em duas fases distintas: a primeira, até 1949, que abordava os aspectos gerais da área, e a segunda, de 1950 até a atualidade.3 Nesse período, o enfermeiro estomaterapeuta tem conquistado seu espaço dentro da especialidade e da profissão; e o TiSobest é considerado um reconhecimento social que lhe permite conquistar inúmeras possibilidades de crescimento profissional. A evolução da Estomaterapia é processual e denota maior responsabilidade e envolvimento do enfermeiro no desenvolvimento de suas atividades, que transcendem os cuidados básicos e transitam pelos cuidados específicos não só na área curativa, mas também na preventiva, de forma integral, refletindo-se na sua autonomia e segurança profissional. A tarefa é continuar o caminho dessa história com um trabalho coeso e organização da categoria, empregando conhecimentos específicos, recursos tecnológicos e científicos e sustentando sua evolução constante e permanente. A titulação tem importante significado apesar das dificuldades enfrentadas por todos que conhecem a sua importância [...]; é uma forma de mostrar para a sociedade que você é da área e está devidamente atualizado, uma forma de mediar e até me avaliar enquanto profissional [...], então, ela é um desconforto, mas ela também é um selo de qualidade.

Conforme relato anterior, apesar do desconforto que o título pode desencadear, pois caracteriza um desafio a ser enfrentado, fica evidente que o TiSobest busca esse respaldo que, consequentemente, também gera credibilidade social. A qualificação é uma forma de selecionar e destacar o enfermeiro que busca um diferencial, garantindo, por meio de uma avaliação criteriosa, o selo de qualidade para os profissionais capacitados. A especialização avança no conhecimento específico que transcende o desempenho e o saber comum. Contudo, a titulação surge como um reconhecimento profissional que assume o compromisso de especialista nas áreas de abrangência da Estomaterapia, por meio da prática e do conhecimento científico. As rígidas exigências e dificuldades encontradas para a obtenção e manutenção do título geram críticas dos estomaterapeutas. Elas se

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relacionam aos critérios adotados pela sociedade, que busca selecionar de forma criteriosa seus membros titulares. A manutenção da contínua atualização do conhecimento evidencia o compromisso do TiSobest em relação à importância e à necessidade da contínua busca por conhecimento e aprimoramento, bases de sustentação dos critérios estabelecidos pela Sobest para a obtenção e manutenção do título de especialista. As constantes transformações tecnológicas, sociais e científicas exigem que os enfermeiros titulados estejam compromissados com a sociedade e com as pessoas assistidas, e que por isso aprimorem-se continuamente. No campo de prática, o ser humano sempre quer agregar outros valores àqueles já conquistados, a fim de possibilitar a abertura de novos espaços que contribuam para o prazer e a satisfação profissional e pessoal. Sabe-se que no mercado de trabalho existem centenas de enfermeiros com a mesma função, mas as empresas buscam talentos que, melhorando sua atuação, reflitam na qualidade da assistência e no encantamento de seus usuários. Assim, o título de especialista torna-se um diferencial importante para o destaque do enfermeiro. [...] o TiSobest é uma coisa que eu usei desde a primeira vez, me dá orgulho [...]. [...] pra mim é uma maravilha ser estomaterapeuta, este título tem me realizado muito profissionalmente, e você se destaca [...].

Percebe-se que a titulação confere ao enfermeiro maior comprometimento afetivo e ocupacional. Meyer et al.12 afirmam que uma pessoa comprometida afetivamente, ou seja, que tem um forte desejo de permanecer na ocupação, pode, mais do que outra que não apresente tal comportamento, manter-se atualizada com o desenvolvimento de seu trabalho. Dessa forma, é importante que o sujeito se proponha a aperfeiçoar-se, inclusive, buscando a titulação como parte de sua realização profissional e pessoal. Sob a ótica da teoria de Vroom citado por Leboyer,13 a dimensão afetiva corresponde à valência estreitamente ligada à hierarquia dos valores próprios de uma pessoa e ao que ela acredita obter como consequência de seu comportamento. Pode indicar que cada indivíduo dedica-se a desenvolver sua carreira porque acredita que o diploma suplementar lhe proporcione as vantagens que procura, por identificar-se com a ocupação e sentir orgulho do que faz. Reconhece que sua atividade é importante para a assistência, logo a realização profissional e pessoal se faz presente.

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O fato de ser titulado revela que o especialista, pelo seu envolvimento e participação, geralmente se destaca na área de atuação, o que contribui para atingir seus objetivos profissionais e pessoais. O trabalho não visa apenas à produção da subsistência, mas, antes de tudo, à criação da disciplina, ao resgate do valor da autonomia pessoal e da autoestima que envolve autoaceitação, capacidade e valor pessoal.14 A valorização e o reconhecimento profissional e pessoal do ET estabelecem uma identidade que o diferencia no seu grupo de trabalho, por sentir-se motivado. Sua autoestima, aceitação e realização pessoal e profissional aumentam. Os enfermeiros titulados em Estomaterapia são elementos integrantes do grupo dos profissionais da saúde e possuem um papel específico nesse contexto. São elementos diferenciadores, gerando mudança no sentido e no significado atribuído ao ser especialista, na própria categoria de enfermeiros, o que lhes permite desenvolver as ações com maior destaque e segurança. A titulação é algo além da pós-graduação, você fez uma prova, um memorial, e você foi titulada mediante seu conhecimento [...]. É isto que vai fazer a diferença entre o especialista titulado com o especialista sem título em minha opinião [...].

A ascensão profissional se caracteriza pela conquista de espaços e de perspectivas que levam os especialistas a possibilidades diferentes e desafiadoras no decorrer de sua vida profissional.15 A titulação constitui uma delas. Hoje, vive-se a era do conhecimento, assim, a necessidade de busca de informação e aprendizado é pré-requisito para o progresso no campo da Estomaterapia. O enfermeiro titulado, ao tornar-se membro de um determinado conjunto social, aprendendo seus códigos, suas normas e regras básicas de relacionamento, apropria-se gradativamente de conhecimentos já sistematizados e acumulados por esse conjunto.16 A diferenciação profissional, além de trazer benefícios na carreira, está inteiramente relacionada com crescimento pessoal e autoestima elevada. A busca de novas possibilidades tem como base a ação, que garante o movimento e leva o enfermeiro especialista a sair do lugar-comum. No mercado de trabalho competitivo e exigente, muitas empresas investem em seus colaboradores com palestras, cursos, programas, entre outros, como forma de desenvolver a motivação profissional, pois sabem que o feedback positivo desse investimento será em seu benefício.

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É fato que a motivação está presente como processo importante em todas as esferas da vida. Assim, o título de especialista foi evidenciado como tal, para os que terminaram a especialização e desejam conquistar um novo espaço no contexto da profissão. Considerando o universo das especialidades dentro da Enfermagem, a Estomaterapia é uma das especializações que oferecem oportunidade ao especialista para obter o título. Para isso, o estomaterapeuta deve se comprometer, contribuindo para o avanço em todas as esferas do conhecimento científico que envolve a especialidade. Assim, o enfermeiro especialista deve buscar, nas suas aspirações interiores, motivos para alcançar a titulação, visto que a motivação é o processo que mobiliza o organismo para a ação, a partir de uma relação estabelecida entre o ambiente, a necessidade e o objeto de satisfação. Ela pode ser definida como um conjunto de sentimentos e expectativas que determinam a conduta de um indivíduo.17 Nesse processo, como para tudo o que se faz, é preciso força, uma energia interior que impulsione na direção dos objetivos almejados, com a motivação caracterizando-se fator determinante para a ação. Hoje as relações entre empresa e empregado evoluíram muito. Cada elemento nela inserido tem de mostrar seu potencial e habilidades para melhorar a produtividade com competência e segurança. As mais variadas cobranças por um desempenho profissional de qualidade podem gerar nos enfermeiros motivação para buscar conhecimento especializado e fundamentar a tão idealizada assistência de excelência ao ser humano. Diante desse cenário, o enfermeiro especialista tem consciência da necessidade de manter-se atualizado e atuante no meio científico, participando de congressos, ministrando palestras, dando aulas e realizando produções científicas para manter o seu espaço dentro da Sociedade de Estomaterapia. Porém, muitas instituições de saúde ainda exercem uma política rígida, com múltiplas cobranças que desfavorecem o desenvolvimento científico dos enfermeiros e, por consequência, seu desempenho profissional. Embora a forma de perceber as cobranças varie de pessoa para pessoa, é possível notar que elas existem. Se, por um lado, a cobrança representa um estímulo positivo, que impulsiona para a ação, por outro lado pode constituir-se em um elemento de sobrecarga que provoca efeito contrário.15 Na busca de novos conhecimentos, o título acaba cobrando o especialista sobre isto [...].

Sabe-se que existe uma falta de estímulo no que se refere ao apoio das instituições para a participação dos profissionais do sistema de

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saúde, em relação à educação permanente e à qualificação dos trabalhadores, mas, mesmo assim, os especialistas em Estomaterapia vêm desafiando seus limites e evoluindo com trabalho e organização. Para Rodrigues,16 as classes sociais são pequenas organizações de indivíduos que, possuindo objetivos comuns, desenvolvem ações em sua direção. Para garantir resultados, possuem normas e formas de estimular seus integrantes para o desenvolvimento, impedindo-os de abandonar os objetivos estabelecidos.

Considerações finais O título de especialista em Estomaterapia (TiSobest) estabelece um espaço de destaque para o ET como reconhecimento da sua capacitação como tal. O titulado é um ET que possui conhecimento diferenciado e que se mantém em busca da contínua atualização do saber na especialidade. Recentemente, o ET, dentre outros profissionais, foi incluído na tabela de Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), utilizada no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (SCNES), conforme a CBO n. 2235-C3, publicada no Diário Oficial da União de 16 de novembro de 2010.18 A obtenção do título não é tarefa fácil, também é dispendiosa e árdua, mas, depois, o sentimento é de reconhecimento não só profissional, mas também pessoal. Para os TiSobests o aprimoramento do saber não está atrelado somente à obtenção do título, mas se torna um compromisso que o especialista assume perante a sociedade. Os profissionais reconhecem a importância dessa titulação para a manutenção do aprimoramento constante do especialista, bem como do seu papel na equipe de saúde.

Referências 1.

Santos VLCG. A Estomaterapia através dos tempos. In: Santos VLCG, Cesaretti IUR. Assistência em Estomaterapia: cuidando do ostomizado. São Paulo: Atheneu; 2005. Cap. 1, p. 1-17.

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WCET – World Council of Enterostomal Therapists. An Association of Nurses. Members handbook. Australia: InkPress Internacional; 1998.

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Cesaretti IUR, Dias SM. Estomaterapia: uma especialidade em evolução. Acta Paul. Enf. 2002;15(4):79-86.

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4.

SOBEST – Associação Brasileira de Estomaterapia. [acesso em 9 jun 2014]. Disponível em: http://www.sobest.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=36&Itemid=53 .

5.

SOBEST – Associação Brasileira de Estomaterapia. [acesso em 8 jun 2014]. Disponível em: http://www.sobest.com.br/docs/NORMAS_TiSOBEST.pdf .

6.

Guareschi P, Jovchelovitch S, organizadores. Textos em representações sociais. 2. ed. Petrópolis: Vozes; 1994.

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Timi RRJ. Influência do direito no exercício da medicina. Rio de Janeiro: Revinter; 2004. p. 204.

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Falk JW. O título de especialista em medicina da família e comunidade (TEMFC). Rio de Janeiro; 2009. [acesso em 31 out 2009]. Disponível em: http://www.sbmfc. org.br/titulo/temfc.aspx.

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Boccara de Paula MA, Santos VLCG. O significado de ser especialista em estomaterapia. In: Cesaretti IUR, Boccara de Paula MA, Paula PR. Estomaterapia: temas básicos em estomias. Taubaté: Cabral; 2006. Cap. 2, p. 35-50.

10. Moscovici S. A representação social da psicanálise. Rio de Janeiro: Zahar; 1978. 11. Costa COM, Squarcina DF. O significado da titulação em Estomaterapia [monografia]. Taubaté: Universidade de Taubaté – Pró-reitoria de pesquisa e pós-graduação; 2010. 12. Meyer JP, Allen NJ, Smith CA. Commitment to organizations and occupation: extension and test of a three-component conceptualization. Journal of Applied Psychology. 1993;78(4):538-51. 13. Leboyer CL. A motivation dan l’entreprise: modeles et stratégies. Paris: Editions d’organisation; 2001. 14. Boff L. Saber cuidar: ética do humano: compaixão da terra. Petrópolis: Vozes; 2000. 15. Boccara de Paula MA. O significado de ser especialista para o enfermeiro estomaterapeuta [dissertação]. São Paulo: Universidade de São Paulo – Escola de Enfermagem; 2000. 16. Rodrigues A. Psicologia social: grupos sociais. In: Bock AMB, Furtado O, Teixeira MLT. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva; 2005. Cap. 9, p. 136-49. 17. Ausubel DP, Novak J, Hanesian H. Psicologia educacional. 2. ed. Rio de Janeiro: Interamericana; 1980. 18. Brasil. Portaria n. 620, de 12 de novembro de 2010. Diário Oficial da União. 16 nov. 2010. [acesso em 11 jan 2012]. Disponível em: http://www.brasilsus.com.br/legislacoes/54-portaria/106243-portaria161110.html.

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Esta obra é um guia acessível e prático, resultado da experiência de profissionais no trabalho cotidiano com pacientes estomizados e colostomizados. Distribuído em 22 capítulos, o livro aborda o tema em sua amplitude, desde a especialidade da Estomaterapia, passando pelos diversos tipos de estomia e seus cuidados pré, trans e pós-operatórios, até chegar aos aspectos psicológicos que envolvem o tratamento e seus efeitos na família dos envolvidos. Escrito e organizado por nomes respeitados e atuantes na área, Estomaterapia em Foco e o Cuidado Especializado é mais uma contribuição da Yendis Editora para o campo de saúde no Brasil, que o lança na tentativa de melhor preparar profissionais e, assim, garantir tratamentos de excelência.

ORGANIZAÇÃO Maria Angela Boccara de Paula Pedro Roberto de Paula Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti é Especialista em Estomaterapia, Membro-titular da TiSobest, Professora adjunta da Escola Paulista de Enfermagem da Unifesp e Membro-fundadora e associada da Sobest.

E O CUIDADO ESPECIALIZADO

ESTOMATERAPIA EM FOCO

Pedro Roberto de Paula é Chefe do Serviço de Coloproctologia do Hospital Universitário de Taubaté e Membro-titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia e do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

ESTOMATERAPIA EM FOCO

E O CUIDADO ESPECIALIZADO

Maria Angela Boccara de Paula é Especialista em Estomaterapia, Membro-titular da TiSobest, Vice-presidente da Associação Brasileira de Estomaterapia e Coordenadora do curso de especialização em Enfermagem em Estomaterapia da UNITAU.

ESTOMATERAPIA EM FOCO E O CUIDADO ESPECIALIZADO ORGANIZAÇÃO Maria Angela Boccara de Paula Pedro Roberto de Paula Isabel Umbelina Ribeiro Cesaretti

Estomaterapia em Foco e o Cuidado Especializado é o resultado da experiência do trabalho com pacientes estomizados e colostomizados. Abordando o tema amplamente, o livro, entre outros, destaca a especialidade do Estomaterapeuta, diferencia os tipos de estomia e esclarece os aspectos psicológicos que envolvem o tratamento. Tudo isso somado a um importante apêndice com imagens coloridas, que melhora a visualização e, assim, valoriza os estudos.


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