Aced - Primeiros Capítulos

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REIVINDICANDO A BANDEIRA QUADRICULADA

AUTORA BEST-SELLER DO NEW YORK TIMES

K. BROMBERG

TRADUÇÃO: CLARA TAVEIRA

1ª EDIÇÃO – 2023 RIO DE JANEIRO

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COPYRIGHT © 2016. ACED BY K. BROMBERG.

COPYRIGHT © 2023. ALLBOOK EDITORA.

Direção Editorial BEATRIZ SOARES

Tradução CLARA TAVEIRA

Preparação e Revisão ALLBOOK EDITORA E RAPHAEL PELLEGRINI

Capa original TUGBOAT DESIGN

Adaptação de capa, projeto gráfico e diagramação CRISTIANE | SAAVEDRA EDIÇÕES

Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Os direitos morais do autor foram declarados.

Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

Gabriela Faray Ferreira Lopes – Bibliotecária – CRB-7/6643

B886a

Bromberg, K. Aced : reivindicando a bandeira quadriculada / K. Bromberg; tradução Clara Taveira. –

1. ed. – Rio de Janeiro: AllBook, 2023. 344 p.; 16 x 23 cm. (Driven ; 5)

Tradução de: Aced Sequência de: Raced

ISBN: 978-65-80455-54-6

1. Romance americano. I. Taveira, Clara. II. Título. III. Série.

22-81731

2023

PRODUZIDO NO BRASIL.

CONTATO@ALLBOOKEDITORA.COM

CDD 813

CDU: 82-31(73)

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“Encontre minha mão na escuridão. E se não pudermos encontrar a luz, sempre produziremos a nossa.”
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Tyler Knott Gregson.
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y? — chamo o nome dela assim que chego no alto da escada. Seguro o curto bilhete que ela deixou no balcão.

“Sua noite com nada-além-de-lençóis começa agora.”

A curiosidade governa meus pensamentos e alimenta minhas ações. Bem, isso e a imaginar nua esperando por mim. Meu dia foi uma merda, então não vou abusar da sorte e perder a oportunidade de aproveitar um milagre desses e mudar o rumo dessa prosa. Porque é aquilo, a esperança é a última que morre.

SoMo está tocando enquanto sigo para a varanda superior da casa, onde nosso encontro com nada além de lençóis aconteceu há muito tempo. Santo Cristo. Meus pés vacilam quando encontro Rylee. Ela está recostada na espreguiçadeira, vestida com algum tipo de renda preta que eu não presto muita atenção porque é transparente o suficiente para que eu possa ver que Rylee está provocantemente nua por baixo. Seu cabelo está preso no alto da cabeça, seus lábios estão sem batom e seus joelhos estão abertos, os pés, um de cada lado da cadeira. Fico momentaneamente distraído – meus olhos procurando por um vislumbre de algo mais entre suas coxas – antes de perceber que saltos altíssimos completam a roupa.

PRÓLOGO
Colton — R
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Puta merda. Eu já imagino esses saltos fincados na minha bunda enquanto suas pernas me envolvem. Essa é uma dor que qualquer homem pode achar prazerosa.

— Ei — ela diz com aquela voz rouca que acorda meu coração, meu pau e todos os nervos. Um sorriso tímido brinca no canto da sua boca enquanto seus olhos se estreitam, um pé bate no chão e as sobrancelhas se erguem. — Pelo visto, você recebeu meu bilhete. Que bom que você soube onde me encontrar.

— Amor, eu poderia ser surdo e cego e ainda te encontraria. De jeito nenhum esqueceria aquela noite.

— Ou aquela manhã — diz ela, e caramba, Rylee está certa. Foi uma manhã do caralho também. Sexo sonolento. Sexo tipo acabei-de-acordar. Sexo com o nascer do sol. Acho que fizemos todos esses e mais alguns. E eu amo o rubor que se espalha por suas bochechas quando ela parece lembrar também. Minha esposa, toda sensual, me esperando após o trabalho, vestindo renda e de saltos, está envergonhada. Veja a ironia da situação. Eu amo que Rylee tenha feito isso tudo, quando eu sei que, apesar de sua confiança, ter esse tipo de postura ainda é difícil para ela.

— Definitivamente uma bela manhã — concordo enquanto olho para ela. Rylee está sempre linda de morrer, mas há algo novo, algo diferente esta noite, e não tem nada a ver com a renda. Eu não sei dizer o que é, mas está me tirando o fôlego.

Merda, o que estou perdendo aqui? O pânico se espalha dentro de mim, me alertando que não estou compreendendo algo importante. Seria uma daquelas datas especiais que os caras têm que colocar no calendário e configurar cinco alertas para não esquecer? Passo em revista as datas comemorativas de sempre: não é nosso aniversário. Não é o aniversário dela. Eu pulo então para a outra parada que um cara geralmente não percebe. O cabelo dela está da mesma cor. Deve ser lingerie nova. É isso? Caralho, não faço ideia. Será isso, um pedaço de renda pode realmente mudar seu comportamento a esse ponto?

Droga. Eu sei que uma lingerie dessas é capaz de mudar o meu comportamento, mas por um motivo totalmente diferente.

O que mais pode ser, Donavan? Renda-se logo e pergunte de uma vez. Salve-se desse jogo de adivinhação e dos problemas que você terá se chutar errado e ferir os sentimentos dela. Não há necessidade de lidar com os

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hormônios que parecem enfim controlados – depois de todos aqueles anos com as merdas dos tratamentos de fertilidade – para tudo voltar a ficar fora de controle novamente.

— Há algo de diferente em você… — Deixo o comentário em aberto para que ela possa responder. Mas é claro que Rylee não cai nessa. Eu deveria saber que minha esposa é mais esperta do que isso. Ela vai querer que eu me esforce para conseguir uma resposta, então nós apenas olhamos um para o outro, em uma batalha de desejos não expressos, antes que seu sorriso lentamente se alargue em um sorriso completo.

Me dê uma pista, Ry. Não. Ela não vai dar. Eu deveria ter adivinhado. Eu poderia também muito bem apenas admirar a vista: decote, renda, muita pele e coxas que mal posso esperar para abrir. O sorriso em seu rosto me diz que Rylee sabe exatamente o que estou pensando quando finalmente encontro seu olhar. Seus olhos se voltam para a mesa ao seu lado, o que finalmente me dá uma resposta suficiente para me deixar em êxtase.

A mesa está coberta de embalagens para viagem do nosso restaurante de comida chinesa favorito. Há um balde de gelo com algumas garrafas e pratos de papel e hashis empilhados ao lado. Verdade seja dita, eu estava tão ocupado olhando para ela, que nem tinha notado a comida. Mas agora meu estômago está roncando.

— Pedi sua comida favorita — diz ela, mexendo na bainha da renda, para que meus olhos sejam atraídos para o V de suas coxas, espaço escuro o suficiente para que eu não consiga ver nada. Porra, mas não é por falta de tentativa. — Espero que esteja no clima para comida chinesa. Achei que poderíamos comer aqui fora. — Não consigo esconder o sorriso imediato que surge no meu rosto, porque o tipo de refeição ao ar livre que estou pensando não tem nada a ver com hashis. E pelo sorriso em seus lábios, Rylee sabe perfeitamente bem o que estou pensando. E, sim, eu posso estar com fome, mas não dou a mínima para comida agora, porque é um outro sabor que eu prefiro sentir na minha língua.

— Eu sei que você tem trabalhado duro, tem andado estressado com a corrida da próxima semana. Sonoma sempre foi difícil para você… então pensei em te mimar com um encontro com sua esposa gostosa — ela

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continua, levantando as sobrancelhas, me atiçando e me desafiando ao mesmo tempo. Que droga de provocação.

— A minha mulher gostosa acha que ao me trazer para a varanda com uma roupa dessas eu daria alguma atenção para o jantar, a cerveja gelada ou esse pôr do sol que poderíamos aproveitar enquanto comemos? — pergunto enquanto diminuo a distância; a necessidade de colocar minhas mãos nela fica mais forte a cada segundo.

— De entrada… sim.

— Eu gosto de entradas. — Estendo a mão e traço a linha de sua clavícula com a ponta do dedo. Depois de todo esse tempo, ainda é muito sexy que seu corpo se mova levemente ao meu toque, me dizendo que Rylee me deseja tanto quanto eu a desejo. — E de sobremesa… — digo, minha voz falhando. O ar parece espesso pela tensão sexual enquanto eu caio de joelhos na espreguiçadeira entre as pernas dela. Rylee está louca se pensa que vai me receber assim e não ser fodida antes de sairmos dessa varanda.

— Mas você esqueceu uma coisa muito importante. Seus olhos violeta arregalam quando eu me inclino.

— O que seria? — ela pergunta, sem fôlego. Todos os meus nervos estão concentrados em suas reações.

— Você esqueceu de dar um beijo de boas-vindas no seu marido. — Eu pego um lampejo de sorriso antes que ela incline a cabeça para trás, para que nossos lábios se alinhem perfeitamente.

— Bem, me permita corrigir isso agora, senhor — diz ela, sabendo muito bem que esse termo só vai me excitar mais. Merda. Como se isso fosse uma coisa difícil para ela. É a Rylee, não é?

Antes que eu possa terminar de pensar no que mais quero que ela faça enquanto me chama de senhor, Rylee se inclina e diminui a nossa distância. E, porra, eu quero tudo dela agora, mas vou pegar o que ela quiser me oferecer. Até porque o jeito como ela me beija é muito sexy. É aquele tipo de beijo que os caras odeiam admitir que amam: o suave e lento, que causa aquela dor profunda nas bolas, antes de se espalhar lentamente pela coluna e fazer cócegas na base do meu pescoço. É o beijo que vem dois segundos antes que eu perca o controle e rasgue sua calcinha, porque a necessidade de me enterrar em sua boceta apertada e quente atualmente é meu único desejo. Quando Rylee se afasta para interromper o beijo, eu solto um gemido de reclamação e fecho meus punhos para me impedir de estender a mão e

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puxá-la para mim. Estou pronto para mandar o jantar às favas, independentemente de quão faminto eu esteja.

— Melhor agora? — ela pergunta, os lábios atrevidos, a sedução nos olhos.

— Hmm… há outras partes que ainda não receberam as boas-vindas. — Luto contra o sorriso que quero dar a ela, porque adoro quando Rylee fica assim. Mal-humorada. Sexy. Minha. Deixando de lado sua natureza reservada da maneira que só faz perto de mim.

— Ah, tadinho do meu pobre marido carente… — diz ela, fazendo um beicinho sexy enquanto os dedos sobem pela minha coxa. Eu fico olhando sua mão se mexendo, meu pau definitivamente querendo que os dedos se movam mais rápido. — Prometo dar as boas-vindas a todas essas partes em casa adequadamente, mas primeiro você precisa comer. Estraga-prazeres. Sério? Ela acha que pode me provocar assim e depois enfiar um omelete chinês na minha boca? Rylee não sabe como eu sou? Que quando se trata dela, não há como me controlar? Bem, a menos, é claro, que esse controle tenha a ver com ela presa a uma cama.

— Você me provoca. — Eu travo meu olhar no dela ao mesmo tempo que agarro sua mão. Coloco exatamente onde quero: no meu pau. — Por que esperar? Podemos comer a sobremesa primeiro.

— Boa tentativa, Ace, mas o jantar vai esfriar. — Ela segura minhas bolas, as unhas raspando suavemente. No minuto em que minha cabeça cai para trás e o gemido sai dos meus lábios, ela afasta a mão. — Vamos comer.

— Ah, agora já deve estar frio. — Eu rio. O que mais eu posso fazer? Como sempre, a mulher me pegou pelas bolas. Eu olho para Rylee com um sorriso nos lábios e descrença nos olhos, enquanto estico minhas pernas sobre a borda da espreguiçadeira. — Você não pode me receber usando isso e esperar que eu me concentre no frango Kung Pao.

— Mas é o seu favorito — diz ela, com diversão na voz. Com gestos certeiros, começa a abrir as embalagens. Estou com fome, mas não de comida chinesa.

Eu estendo a mão e a puxo para perto, encostando suas costas em mim. A sensação de seu corpo quente contra o meu só reforça minha determinação. Decido que comida chinesa é muito melhor requentada. E se eu tiver alguma escolha nisso aqui, é exatamente assim que vai ser com a nossa comida.

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— Você vai ter que me desculpar, mas não concordo. Você é minha favorita — murmuro contra a curva de seu ombro, enquanto seus cachos fazem cócegas em minha bochecha e seu perfume de baunilha preenche meu nariz. Minha esposa precisamos-cumprir-com-o-planejado resiste no início, mas quando eu dou um beijo logo abaixo de sua orelha, naquela área responsável por fazer qualquer roupa ir parar no chão imediatamente, seu corpo derrete no meu, e ela relaxa. — Quero a sobremesa primeiro.

— Infrator de regras — ela suspira, entrelaçando os dedos nos meus e os colocando em seu peito. Rylee está tentando descobrir como me controlar quando deveria saber que isso nunca vai funcionar. Eu sempre consigo o que quero quando se trata de me satisfazer com ela.

— Você não gostaria de mim se eu fosse de outra forma.

— Verdade.

— Que tal um meio-termo?

— Meio-termo? — ela pergunta, como se estivesse chocada ao ouvir essa palavra saindo da minha boca quando o assunto é sexo.

— Sim, significa que cada um cede um pouco.

— Tenho a sensação de que o que você está disposto a oferecer e o que eu desejo são duas coisas completamente diferentes — ela brinca. — Não esqueça que eu te conheço, Donavan. Eu sei que você gosta de jogar sujo.

— Com toda certeza, especialmente quando se trata de fazer sexo com você.

Ela apenas sorri e balança a cabeça para mim.

— Mas eu tenho um plano.

— Você sempre tem um plano — digo com uma risada exasperada.

— Aposto que meu plano é melhor.

— Quer pagar para ver? — ela fala sem alterar sua expressão, e então percebe o duplo sentido no que acabou de dizer. Eu posso sentir a risada que tenta esconder vibrar em suas costas e reverberar em meu peito.

— Que tal fazermos sexo primeiro e depois comermos? — sugiro, sabendo que estou a enlouquecendo. Sua risada soa ao nosso redor, mas pela primeira vez desde que estou em casa, ouço algo diferente em seu tom. Antes que eu possa pensar muito, Rylee continua.

— Não. Esse não é o plano. E definitivamente não é um acordo. Comida primeiro, depois sexo — Rylee diz enquanto se afasta para me

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encarar. Ela cruza os braços sobre o peito e balança a cabeça, tentando assumir uma postura linha dura comigo.

— Eu amo quando você fica toda exigente. — Eu me inclino para frente, com um meio sorriso nos lábios, sabendo que meu comentário vai deixá-la toda irritada.

Rylee estreita os olhos, e posso ver sua mente trabalhando para descobrir uma maneira de negociar e conseguir o que deseja. E, puta merda, não tenho ideia do que será. Estive tão absorto no trabalho – a pequena vantagem em pontos que construí sobre Luke Mason até essa prova agora em Sonoma e todas as outras merdas que vieram junto para isso se tornar realidade – que obviamente perdi alguma coisa.

— Parece que estamos em um impasse — ela finalmente diz. Sua confiança anterior, que momentaneamente havia vacilado, agora está de volta, e estou mais do que pronto para a ação.

— Ainda bem que sou um ótimo negociador — digo arqueando as sobrancelhas enquanto olho para sua roupa. Eu sou ótimo em mais do que só negociar, querida.

— Ah, tenho certeza disso, Ace, mas acho que devemos deixar para os biscoitos da sorte decidirem o que faremos em seguida. — Seus olhos se iluminam em desafio enquanto começo a rir de como isso soa ridículo.

— Os biscoitos da sorte? Como assim?

— Bem… você disse que queria a sobremesa primeiro, então estou apenas tentando te oferecer o que você deseja — diz ela com um piscar de olhos.

— Não era esse tipo de sobremesa que eu queria — afirmo. Não há nada que eu possa fazer além de balançar a cabeça para ela e sua sugestão sem sentido, mas, porra, eu vou aceitar qualquer coisa que puder acelerar este processo para que eu possa enfim passar um bom tempo com Rylee. Pensando bem, tenho certeza de que posso distorcer qualquer uma daquelas mensagens estúpidas em prol do meu benefício. Que assim seja. O jogo começou, Ryles. — É ridículo, mas você planejou isso para que seguíssemos suas regras. Vamos torcer para que as sortes digam que você precisa fazer sexo insano com seu marido.

Seu rosto se ilumina e seus lábios se curvam em um sorriso. Rylee se inclina para frente e me concede uma ótima visão de seu decote quando começa a vasculhar o saco plástico sobre a mesa. Meus olhos se concentram no rosa-escuro de seus mamilos logo abaixo do tecido transparente, até que

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ela começa a balançar os biscoitos na frente dos meus olhos, com o mais presunçoso dos sorrisos.

Rylee sabe exatamente o que está fazendo e não tem vergonha de fazer esse papel de quem não programou tudo. Eu pressiono minha língua na parte interna da bochecha, esperando minha hora chegar, apenas deixando que ela comande esse momento.

— Só três? — pergunto quando ela os coloca na mesa à nossa frente. — Como vamos decidir quem ficará com o terceiro?

— Já que estamos aprendendo a fazer concessões… — Sua voz vai diminuindo enquanto ela me dá uma cotovelada nas costelas. E assim que começa a se afastar, eu agarro seu braço, puxo-a para mim e dou um beijo casto em sua boca. Já faz muito tempo desde que a beijei. Ela me empurra para longe quando tento deslizar minha língua entre seus lábios. — Você está tentando me convencer a te dar o terceiro biscoito, Donavan?

— Funcionou? — A esperança é a última que morre.

— Aqui. Pega o primeiro — diz ela, me deixando sem resposta, enquanto segura o biscoito na minha frente. Quando eu pego de sua mão, Rylee se move e senta na minha frente, o joelho dobrado contra minha coxa, me dando uma visão perfeita de sua boceta. De relance, posso distinguir a trilha de pelos lá embaixo, e puta merda, não tem como me deixar mais excitado do que agora. Deuses dos biscoitos da sorte, por favor, sejam gentis. Sexo é necessário.

— Ok. Vamos ver — digo enquanto tiro o biscoito da embalagem e o quebro com um gesto dramático, rezando para que me entregue uma mensagem com a qual eu possa me sair bem. Eu puxo a tira de papel e balanço a cabeça enquanto leio as palavras. Sério? Olha a perfeição dessa porra!

— O que diz? — Rylee pergunta enquanto eu rio.

— Foi uma longa corrida, mas você finalmente cruzou a linha de chegada. — Olho para cima, e ela parece se divertir tanto quanto eu.

— Eu diria que é uma mensagem da sorte bastante adequada — diz ela, estreitando os olhos enquanto contempla as palavras. — Acho que a verdadeira questão é o que significa essa linha de chegada?

— A vida? — Eu dou de ombros. — Vai saber…

Ela ri e mexe no biscoito que está na sua mão. Por que Rylee parece tão nervosa de repente?

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— Você está tentando descobrir como isso pode te levar a fazer sexo, mas eu não acho que essas palavras te ajudem de alguma forma. Merda. Ela está certa. Não há como transformar essa mensagem em uma transa antes da comida, porque se eu já cruzei a linha de chegada, não é um bom presságio.

— Caramba. É uma mensagem de coma-antes-de-transar. Não se anima, Donavan. Estou pronto para um segundo round — digo, empurrando o biscoito para ela e dando uma mordida no meu, esperando que esse jogo bobo acabe logo, mesmo que eu esteja me divertindo. — Sua vez. Olha as coisas que faço pela minha esposa.

— Tudo bem — diz ela, quebrando o biscoito e encarando sua mensagem da sorte. — Diz que seus números da sorte são seis, nove e dezesseis. — Ela ergue os olhos do papel, olhos cautelosos, dentes mordendo o lábio inferior.

— Que aleatório. Não tem mais nada aí? — pergunto enquanto pego o papel dela. Sim. Diz exatamente isso. Deve ser uma mensagem que foi impressa por engano, mas, bem, dá para usar a meu favor. — Ótimo! É uma mensagem de transe-antes-de-comer, porque diz que o número da sorte é seis e nove… meia-nove. E adivinha? Eu gosto bastante de fazer certas coisas relacionadas a esse número também…

— Você é impossível — diz ela, brincando e empurrando meu peito antes de agarrar minha camisa e me puxar para perto. Nossos rostos estão a centímetros de distância, o calor de sua respiração está em meus lábios, mas há algo em sua expressão que me impede de beijá-la. E eu nunca sou impedido de beijá-la.

— O que foi? — eu pergunto. Ela apenas balança a cabeça, tentando impedir as lágrimas que brotam de seus olhos, apesar do sorriso em seus lábios. — Fala comigo, Ry. O que há de errado? — Minhas mãos estão segurando seu rosto enquanto espero que ela me explique. Lágrimas me deixam em pânico. Como saímos de um momento sexy de flerte para lágrimas?

— Estou sendo estúpida — diz ela, balançando a cabeça, como se isso fosse ajudar a limpar as lágrimas de seus olhos. Ela deve ter percebido que estou assustado pra caralho, porque empurra minhas mãos e pressiona seus lábios nos meus. — Eu te amo. — Sua voz é suave enquanto seus lábios se movem contra os meus, e algo em seu tom faz meu coração bater um

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pouco mais rápido. — Tipo, te amo daquele jeito que te deixa doido, cheio de borboletas no estômago… isso tudo.

Suas palavras se aprofundam nos lugares que raramente recebem atenção nos dias de hoje: o maldito abismo onde vivem os demônios da minha infância. Os que costumavam governar minha vida até Rylee aparecer usando sua perfeição e amor altruísta para ajudar a iluminar essa escuridão e afugentar as inseguranças que ocasionalmente mostravam a cara feia. Eu me inclino para trás, para ter certeza de que essa mulher que significa toda a porra do mundo para mim realmente está bem. Porque se ela não estiver, eu farei o que for preciso para ter certeza de que fique. Quando ela morde o lábio inferior, sorri e balança a cabeça, sei que está bem, então passo meu polegar sobre seus lábios, antes de tentar aliviar a tensão desse momento de repente sério.

— Você me assustou. Eu pensei que estava chateada com a perspectiva de um meia-nove, e isso significaria que eu estaria mergulhado em um oceano de tristeza, já que eu meio que gosto de quando performamos esse número juntos.

— Você faz isso excepcionalmente bem, então, não, esse número continua valendo — ela diz com uma piscadela adorável. Rylee morde o interior da bochecha e olha o terceiro e último biscoito na minha mão antes de firmar seu olhar de volta no meu.

Fico mais aliviado, mas há algo definitivamente errado com ela.

— Toma — digo depois de estender o último biscoito da sorte, esperando que isso possa consertar tudo que fiz de errado.

— Não. Você abre. — Ela o empurra de volta para mim e sorri de novo. — É o desempate.

Quando tento fazê-la pegar o biscoito, Rylee apenas o empurra para dentro das minhas mãos e dá um passo para trás.

— Sexo antes do jantar, sexo antes do jantar — eu canto, e nós dois rimos. Mas minha risada morre quando leio a mensagem da sorte, tentando decifrá-la. — FORpãoNINHO.

Que porra é essa? Eu leio novamente antes de olhar para cima e encontrar os olhos de Ry. Ver seu rosto desse jeito – lágrimas brotando, o sorriso imenso nesses lábios perfeitos – me tira o fôlego. E, de repente, tudo se encaixa.

É como se tudo estivesse se movendo em câmera lenta – pensamentos, respiração, visão – tudo, exceto meu coração. Porque esse está batendo

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descontrolado enquanto olho para as palavras confusas no papel e depois de volta para ela.

Não é possível. Não pode ser.

— Sério? — eu pergunto. Eu nem mesmo reconheço a descrença em minha voz quando pergunto a respeito da única coisa que pensei que nunca teríamos outra chance.

A primeira lágrima desliza por sua bochecha enquanto nos encaramos, mas esta não me deixa em pânico como de costume.

— Mais do que sério — ela sussurra.

A descrença se transforma na porra da melhor realidade possível. Sempre. FORpãoNINHO.

Pão dentro do forninho.

— Você está grávida? — Eu não consigo acreditar nas palavras que estou dizendo enquanto a puxo para mim, para o meu colo.

Rylee não consegue nem falar, então apenas balança a cabeça positivamente enquanto as lágrimas caem e seus braços se agarram a mim. E, caralho, suas mãos apertando as minhas costas são incríveis, porque eu acho que nunca me senti tão próximo de Rylee. Nem mesmo quando estou dentro dela.

Uma das minhas mãos está em seu pescoço, a outra na parte inferior das costas. Nesse momento não quero que exista nem ar entre nós enquanto nos abraçamos nesta varanda onde tantas coisas nos aconteceram. Contar sobre a gravidez aqui, tendo tantos outros lugares possíveis, faz sentido para caralho. Meu rosto está afundado na curva de seu pescoço. Se eu achava que meu coração e alma já eram de Rylee antes, só posso pensar em como estava enganado, chega a ser engraçado. Porque agora, neste exato momento, eu me sinto conectado a ela de uma forma que nunca achei que seria possível. Minha droga de Rylee.

Minha mente volta para os anos de agonizantes tratamentos de fertilidade, quando as emoções estavam à flor da pele e a esperança sempre dava lugar a uma decepção de partir o coração. No ano passado, quando finalmente assumimos que ter um bebê da maneira tradicional nunca aconteceria com a gente, Rylee sofreu. Porra, sim, isso foi um peso no nosso casamento, mas foi bem mais devastador ver a mulher que eu amo mais do que a minha própria alma se esvair dia após dia, pouco a pouco, sem ser capaz de fazer qualquer coisa a respeito disso.

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A sensação de desamparo dessa época não é nem um pouco bem-vinda.

Eu me inclino para trás e passo minhas mãos trêmulas em seu rosto, acho que Rylee nunca esteve tão bonita quanto neste momento: olhos vivos, lábios curvados em um sorriso brilhante e uma pequena parte de nós crescendo dentro dela.

— Nós vamos ter um bebê — ela sussurra. E embora eu já saiba disso, ouvi-la dizer faz minha respiração ficar presa na garganta e meu coração disparar. — Junho, dia nove. — Seis. Nove.

Puta que pariu.

Finalmente cruzamos a linha de chegada que nunca nos achamos capazes de alcançar.

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CAPÍTULO UM

Colton

Seis meses depois

E—u estava um pouco preocupado quando você me pediu para aparecer hoje, com medo de que tivesse sido castrado, mas isso? — Becks pergunta, enquanto dá uma olhada na praia vazia ao redor. — Era exatamente o que eu queria.

— Que falta de fé em mim, bróder. — Eu volto meu olhar para ele por trás dos óculos de sol. — Você consegue me imaginar em um chá de bebê? — pergunto, e Becks bufa em resposta. — Garanto que minhas bolas estão bem acomodadas. Não há a menor chance de colocar meus pés em qualquer lugar próximo da casa agora. — Estremeço ao pensar em todas aquelas mulheres que, de bom grado, deixariam marcas de batom na minha bochecha.

— Uma definição totalmente nova para o vórtice de estrogênio.

— E como. — Estendo a mão e bato minha cerveja na dele. — E não no bom sentido.

— E só por esse detalhe, acho que o bebê é menina — diz ele com uma risada, me fazendo resmungar frente a sua lógica. — Cara, você brincou com mulheres por tanto tempo, que seria engraçado pra caralho e serviria bem como vingança para o resto da sua vida. — Ele mostra a mão, me dizendo que se tivéssemos uma menininha, eu comeria na palma da mão dela. O

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filho da puta provavelmente está certo, mas não vou dizer isso a ele. Além disso, o sorriso maroto em seu rosto é grande o suficiente para não ser difícil acertá-lo com a tampa de garrafa que eu imediatamente jogo nele.

— Ninguém vai brincar assim comigo. Isso você pode ter certeza. — Eu levo minha garrafa aos lábios, enquanto Becks ri mais ainda das palavras que ele sabe serem mentirosas.

— Acho que você não tem ideia do que vem por aí, meu irmão. Ele tem razão. Eu não consigo nem imaginar. Nada. Zero. Nadica. Tudo o que sei é que quanto mais o grande dia se aproxima, mais sinto que não tive tempo suficiente para me preparar para isso. Que seria…? Uma mudança completa da nossa vida. Que merda assustadora.

— Então, como você está lidando com tudo?

— Tá caindo a ficha — reflito e dou um aceno lento de cabeça. — Considerando que há um chá de bebê em nossa casa agora, com mulheres se vestindo com papel higiênico, por causa de algum ritual que torço para nunca entender, e falando sobre coroar, mesmo que não tenha nada a ver com nada de realeza… E fraldas… Sim, definitivamente tudo parece bem real.

— Uhm, boa tentativa, Wood. Mas você não respondeu minha pergunta.

— Estou bem. — Cai fora, Daniels.

— Nos conhecemos há quanto tempo? — ele pergunta, e eu sei que Becks vai acabar comigo. Eu só gostaria de saber onde diabos ele quer chegar com isso, então em vez de dar a ele a resposta que já imagina, apenas me concentro em tirar o rótulo da garrafa de cerveja. — Boiolinha — ele murmura baixinho, me provocando. Botando lenha em um fogo que prefiro não dar mais combustível.

— Qual é seu ponto, Becks? Você quer que eu diga que essa coisa toda de bebê me assusta pra caralho? Que está fodendo com a minha cabeça? —

Pego uma concha e a jogo em uma pilha de algas que está à minha direita.

— Se sente melhor agora?

Eu quero levantar e caminhar até a água, ficar bem longe, mas se eu fizer isso, ele me conhece bem o suficiente para saber que tocou no ponto certo. Beckett alugou uma cobertura na minha cabeça. Como diabos explico que tudo continua igual e absolutamente diferente, mas que ainda assim eu não mudaria nada mesmo se tivesse poder para isso? Ele encheria meu saco se eu falasse isso.

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— Se me sinto melhor? Não. — Ele ri, me provocando. — Mas acho que você, sim. — Eu o encaro por trás das minhas lentes. — Quer conversar sobre isso?

— Não — eu respondo de modo seco. Deixe em paz as merdas que não quero comentar. Mas o silêncio me consome, me provoca a botar para fora. Posso confiar em Becks; eu sei que posso. No entanto, à medida que as palavras se formam, eu engasgo com elas. Vira homem, Donavan. — Sim. Porra. Não sei.

— Bem, isso simplifica tudo — ele brinca, tentando arrancar uma risada de mim.

Eu tiro meu boné, passo a mão pelo cabelo e o coloco de volta para ganhar algum tempo.

— Vou ter um filho, Becks. E tudo isso é assustador pra caralho. Fraldas, e futuro, e expectativas, e… não sei o que mais, mas tenho certeza de que estou perdendo um milhão de outras coisas. O que diabos me qualifica para ser pai? Não qualquer pai, mas um bom pai? Quero dizer, olha para a minha infância fodida. É tudo que eu sei sobre paternidade. Como diabos eu vou saber se quando estiver estressado e cansado não vou repetir o único modelo de paternidade que conheço? — Termino a pergunta, minha voz quase um grito, e só nesse momento compreendo tudo o que acabei de dizer.

Tome outra cerveja, Donavan. Você tá precisando se hidratar.

Beck ri. E não é uma risada qualquer, mas uma que parece me repreender a ponto de arranhar meus nervos como se fosse uma lixa 60 raspando minha pele.

— Graças a Deus! Até que enfim você começou a surtar, porque com certeza eu também estaria surtado. Olha, ninguém nasce um bom pai. Você meio que aprende à medida que vai acontecendo, com direito a erros e tudo mais. — Ele dá de ombros. — E quanto a sua última preocupação… Cara, olha como você lida com os meninos da Casa. Você nunca os machucaria. Não faz parte de quem você é, independentemente da merda que te rodeava na infância.

Ouço seu conselho e concordo com a cabeça, sentindo um certo alívio por saber que ficar com esse monte de babaquices na cabeça é normal. Mas meu conceito de normal e o de Becks são absolutamente opostos. Mesmo que eu fique grato por suas palavras, isso não para o trem desgovernado de medo de que eu vou falhar epicamente nessa merda de ser pai. Que Rylee

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vai ficar tão apaixonada pelo bebê, que vai me esquecer. Que eu tenho o mesmo sangue correndo em minhas veias que minha mãe, que não tinha a menor consideração por mim. Que eu tenho o mesmo sangue correndo em minhas veias que meu pai, que não me viu crescer.

— Cara, é totalmente normal ficar assustado — ele diz, enquanto eu abro o cooler e pego outra cerveja para brindar a minha estupidez. — Você vai fazer umas cagadas às vezes, mas é assim mesmo. Não existe um manual sobre como ser um bom pai… você aprende à medida que vai vivendo. É tipo como a primeira vez que você fez sexo. A prática leva à perfeição.

Eu rio. Becks, esse fodido. Ele é a única pessoa que conheço que poderia comparar paternidade com sexo, e eu entendo perfeitamente o paralelo. Beckett sabe como eu funciono.

— Sexo? É algo que pratiquei bastante.

— Pelo tamanho da barriga de Rylee, acho que você finalmente dominou essa habilidade. Sacou a parada? Não precisa se preocupar. Você vai se sair bem.

— Droga. — A palavra me escapa enquanto imagens de hoje cedo inundam minha mente. Eu deveria ter tirado o sofá da sala para abrir espaço para as mesas e cadeiras que alugamos para o chá de bebê. Em vez disso, eu fiquei olhando para as bochechas de Ry fundas enquanto ela me chupava. Aquele olhar e o sorriso em seus lábios, enquanto descia pelo meu pau, aquele V do seu decote, até encontrar a doçura de sua boca molhada. Minhas bolas apertam só de lembrar do modo como seus lábios pareciam esticados ao redor do meu pau, me provocando ao colocar somente a ponta, antes de deslizar de volta para baixo.

— Bom assim, é? — Becks comenta, me fazendo deixar de lado as imagens da minha esposa gostosa.

— Perfeito para caralho. — É inútil lutar contra o sorriso presunçoso em meus lábios.

— Então é verdade? — Olho para Becks, minha cerveja agora parada a caminho do meus lábios enquanto espero que ele explique. — Aquela história de que grávidas vivem com tesão?

Meus olhos piscam de volta para a casa às nossas costas. Uma risada vinda da invasão de estrogênio flutua até nós, e eu concordo com a cabeça.

— Irmão, vamos apenas dizer que o vudu não chega aos pés da porra de uma boceta grávida.

— Tá falando sério?

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— Ninfomaníaca. — Eu solto a palavra.

O olhar em seu rosto — as sobrancelhas levantadas, um balançar lento de cabeça, a mandíbula frouxa — é clássico.

— Caralho. Ca-ralho.

— Você não faz ideia — digo com uma risada. — Puta merda. Todos os caras me avisaram sobre o lance dos hormônios e mudanças de humor, mas a verdade é que eu estou aqui com um sorriso de orelha a orelha no rosto, feito pinto no lixo, porque aquela boceta me quer. Cara, o único desejo de gravidez que ela está tendo é pelo meu pau, e estou mais do que disposto a realizá-lo.

— Sortudo de uma figa.

— E eu não sei disso?

— Você não está com medo de…? — Sua voz falha, mas posso ouvir a diversão no tom. — Deixa pra lá…

— Agora termina o que ia dizer, Daniels.

— Bem, eu ia perguntar se você não tem medo que todo esse sexo machuque o bebê, cutuque na cabeça ou algo do tipo. Mas aí eu lembrei que você tem, o que, uns sete, oito centímetros de pau, então é bobagem se preocupar com isso. — Becks abafa uma risada.

— Seu escroto. — É só isso que consigo responder, não posso deixar de rir porque não esperaria nada diferente vindo dele. Além disso, é bom ter uma distração, já que continuo me perguntando se fiz certo em ter ligado para um investigador particular, Kelly, esta semana.

O primeiro chute foi dado. Tarde demais para voltar atrás agora.

Eu sei que nada de bom pode vir disso. Não há finais felizes nesta história. Na verdade, tenho certeza de que isso vai me foder antes de me ajudar. Mas talvez, apenas talvez, eu possa passar por esse último problema. Fechar esse ciclo final antes que o bebê venha ao mundo para poder seguir em frente.

Ciclos completos e merda.

Pelo menos esses ciclos têm conexão: os malditos fantasmas que fiquem correndo um atrás do outro sozinhos, como um hamster em uma roda, enquanto eu sigo em frente, pisando no acelerador a 150 km/h na direção oposta.

— Cara — Becks diz, me tirando de meus pensamentos. — Você precisa aproveitar o sexo enquanto pode, porque depois que o bebê nascer, não vai rolar nada por um tempo.

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— Então, estou sabendo disso — eu gemo. Não deixo de pensar em como vou ficar com a mudança de uma esposa ninfomaníaca para uma freira. — Mudanças, cara. Elas continuam acontecendo. Um dia estou solteiro, no outro vou me casar, e agora estou prestes a ter um bebê. Como diabos isso aconteceu? — Apesar das minhas palavras, tenho um sorriso largo no rosto.

— Não tenho certeza de como você encontrou uma mulher disposta a te aturar, mas que ela merece uma porra de medalha por isso, merece.

— Valeu pelo apoio. — Eu inclino minha cerveja em sua direção em um brinde.

— Disponha. É para isso que estou aqui… mas com todas essas mudanças acontecendo, preciso te perguntar, o que tá pegando? Algo está acontecendo com você, e eu te conheço bem o suficiente para saber que tem mais aí nessa história do que somente o que você acabou de contar.

E lá vamos nós de novo. Que comece a avaliação psicológica de Becks.

Eu me recuso a olhar para ele, não quero que descubra que não estou bem. Que esse clima de descontração e brincadeira é só fachada, porque minha cabeça parece estar dentro de um liquidificador: pensamentos muito, muito rápidos, muitas dúvidas e muitas variáveis. A porra do meu passado nunca desaparece completamente.

Malditos fantasmas.

— Colton? — ele provoca.

Minha cerveja para a meio caminho da boca enquanto a irritação me consome novamente, então o sarcasmo se torna minha arma

— Você está perguntando como meu chefe de equipe, meu melhor amigo ou meu psiquiatra?

— Tenho privilégios vitalícios para dois desses três, então faz diferença?

Porra. Ele me pegou. Por que está forçando esse assunto?

Ele realmente quer saber a verdade? Porque eu com certeza prefiro enfiar a cabeça num buraco e fingir que nada está acontecendo. A ignorância é uma benção quando se trata de toda essa merda.

— Vou dar conta de tudo, não se preocupa — eu digo com muita facilidade, e imediatamente me xingo, porque Becks vai enxergar a verdade por trás dessa resposta em um piscar de olhos. Eu só me pergunto se ele vai deixar tudo quieto ou se vai cutucar onça com vara curta.

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— Ah… — diz ele. — Mas você esquece que eu me preocupo. É meu trabalho. Tem um monte de merda acontecendo, e eu preciso da sua cabeça funcionando antes mesmo que você entre no avião para ir até a corrida.

— Jesus Cristo, Becks. Sempre preocupado com a corrida. Bem, tem mais merda na vida além da porra da corrida! — eu brigo com ele, chateado por Becks saber exatamente o que dizer para me irritar e ao mesmo tempo com raiva porque ele está certo.

Jogou verde? E colheu maduríssimo. Filho da puta. Eu devia estar imune às suas provocações, mas ainda assim toda vez eu reajo na hora como uma marionete.

— Não se preocupe. Minha cabeça estará no lugar — digo, tentando soar seguro. — Isso é suficiente para você?

— Você acha que eu me importo com a porra da corrida, Donavan? Você acha que eu só penso no que acontece na pista? Não. Nem pensar. O que ocupa os meus pensamentos agora é a possibilidade de precisar pegar o telefone e ligar para sua esposa grávida de sete meses para dizer a ela que eu te coloquei em um carro sabendo que você estava com a cabeça fodida, e aí contar que você morreu num acidente porque estava distraído e não conseguia se concentrar em dirigir. Entendeu? É com isso que eu me preocupo… Então você pode continuar escondendo o que quiser de mim e continuar falando que eu sou um idiota egoísta que só pensa na corrida. O que eu realmente me importa é saber até onde a sua cabeça está afundada em merda para que eu não tenha que assistir a um médico te colocar em uma porra de um saco preto porque você não consegue se concentrar, mas não diz a ninguém o motivo. Pode me chamar de egoísta, pode me chamar da porra que você quiser… Pode me contar tudo, ou esconder o que quiser… Jesus… só se certifique de estar pronto para que um acidente não aconteça. — E então, no mais perfeito estilo Beckett, ele finaliza seu discurso tão rápido quanto começou.

O silêncio volta a reinar, me consumindo. Arrancando de mim a verdade que não quero confessar.

— Estou tentando encontrar meu pai. — Porra, de onde veio isso? Eu não ia contar a ninguém até que tivesse algo mais sólido, algo tipo uma barreira de concreto, mas aí do nada vou soltando meus segredos como uma torneira pingando.

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Querendo ver sua reação, olho para Beckett por trás de minhas lentes espelhadas; ele respira fundo e balança a cabeça duas vezes enquanto digere o que acabei de dizer.

— Não vou fingir que entendo o motivo disso… mas, cara, não é melhor deixar certas coisas enterradas? — Há compreensão em seu tom, mas, ao mesmo tempo, sei que não há como o fazer entender meus motivos. Ninguém entende. Já caminhei no vale da morte metafórico mais vezes do que eu gostaria. Talvez eu precise ir lá mais uma vez para finalmente afastar a sombra que me habita, para que eu possa seguir em frente sem essa presença pairando sobre a minha cabeça.

— Mas é só isso, ele sempre foi uma ponta solta. Eu preciso de um fechamento, cortar as cordas que me unem a ele para sempre e nunca olhar para trás. — Dou um longo gole na cerveja e tento lavar o gosto amargo de pensar que ele foi embora. — É um tiro no escuro. Kelly provavelmente não o encontrará. E se conseguir encontrá-lo? Bem, talvez apenas saber onde ele está já seja suficiente. Talvez não. — Eu suspiro, me sentindo bem mais idiota agora por ligar para Kelly do que antes. — Foda-se. Esquece tudo que eu disse.

— Não dá. Você já disse. Eu ouvi. Pelo menos isso explica o que tá pegando com você ultimamente. Ry sabe?

— Ainda não há nada para contar. — Ignoro a pontada de culpa. — Ela já está estressada com o garoto novo no trabalho e o bebê… A última coisa que preciso é que ela se preocupe comigo.

— É por isso que você me chamou.

— Exatamente — digo com um aceno definitivo de cabeça.

— E seu velho? O que ele diz sobre tudo isso?

Culpa: estou mergulhado nela agora.

— Mesma coisa. Eu direi a ele se algo acontecer. Além do mais… ele é meu pai, se eu precisar de algum suporte, ele sempre vai me apoiar. — E se for esse o caso, por que você não contou para ele?

— Exatamente — Becks diz, e a simples palavra reforça mais ainda minha culpa.

Por que estou procurando o pedaço de bosta que nunca me quis nesse mundo tão grande, quando tenho um homem que me acolheu quando eu era maltratado, quando estava destruído, sem nunca olhar para trás?

Exatamente.

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Pensamentos. Dúvidas. Perguntas. Tudo interligado. Mas só Kelly poderá confirmar se algum dia encontrarei as respostas.

— Prometo que minha cabeça estará no lugar quando eu entrar na pista. — É a única coisa que posso dizer ao meu melhor amigo. Minha maneira fodida de pedir desculpas.

Ele concorda com a cabeça e ajusta a aba de seu boné.

— Bem, espero que encontre o que está buscando, irmão, mas acho que já sabe a resposta para isso tudo. — Quando olho para ele, Beckett inclina o gargalo verde de sua garrafa em direção ao pátio por cima do meu ombro. Confuso, sigo sua linha de visão e olho para cima, vendo Rylee de pé na grade conversando com os convidados.

Nossos olhos se encontram. Aquela emoção intensa me atinge como um soco. Para um homem que pensou que nunca sentiria nada, Rylee me faz sentir tudo. A porra de toda a gama de sensações existentes.

Só agora consigo lembrar de respirar. Sinto aquela pontada de desejo tão forte quanto na primeira vez que a vi. Mas há muito mais vindo junto agora: necessidades, desejos, amanhãs, ontem, e todas as porras que aconteceram no meio disso tudo.

Becks está definitivamente certo.

Meu pai não é o fim da linha. É apenas mais um fantasma que preciso exorcizar da minha alma.

Sou um filho da puta sortudo porque encontrei o que nunca soube que estava procurando. Felizmente, ela está olhando de volta para mim.

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CAPÍTULO DOIS

Rylee

Omedo ainda mantém meu coração refém. Eu tento esconder o sentimento debaixo do tapete, não pensar no assunto e seguir a vida dando atenção apenas ao trabalho, aos meninos e Colton, mas isso continua governando meus pensamentos. Não faz diferença alguma já estar no sétimo mês de gravidez. A preocupação de que tudo isso será tirado de mim, como aconteceu nas duas vezes anteriores, permanece no fundo da minha mente, ressurgindo a cada pontada na barriga ou dor nos quadris.

E então aqui estou eu sentada no quartinho do bebê, em meio a pilhas de macacões e fraldas, enquanto dobro cobertores, com medo de que mexer nessas coisas possa me dar azar. Que se eu abrir um embrulho com roupinhas de bebê para lavá-las antes de guardar, que se eu colocar lençóis no colchão do berço, meu sonho tão esperado da maternidade vai desaparecer porque fiz algo de errado.

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A cadeira de balanço parece segura. Posso sentar, fechar os olhos e sentir o bebê se mexendo; aproveitar os movimentos na minha barriga endurecida, sinais que me permitem respirar com mais tranquilidade a cada vez que sinto um chute. Posso descansar as mãos na barriga, sabendo que o bebê é guerreiro, que está saudável; mal posso esperar para pegá-lo em meus braços. Eu posso sentar aqui e sentir o amor surgindo através de mim por este bebê.

Colton e eu o fizemos juntos, e não temos dúvida de que este pequeno ser perfeito só irá fortalecer o amor que sentimos um pelo outro.

Tento manter esse sentimento na superfície, para afastar a preocupação quando me levanto da cadeira de balanço e passo a mão sobre o colchão do berço. Eu não posso acreditar que isso está realmente acontecendo, que em poucos meses haverá esse novo membro fazendo parte da nossa vida, e que por causa dele tudo vai mudar, e nada vai mudar ao mesmo tempo. Momentos. Como é fácil mudar de um papel para o outro sem questionar o efeito borboleta dessas mudanças. Como este evento influenciará o próximo? Ou será que nada vai mudar?

Um bebê. O nosso bebê. Mesmo que uma vida esteja crescendo dentro de mim, e eu possa senti-la se mover de vez em quando, ainda estou atordoada com o quanto tudo isso é real.

Cuidadosamente, me ajoelho no chão para separar os presentes de bebê que estão empilhados. Pela aparência das pilhas, nossos amigos e familiares estão animados para conhecer e mimar o bebê Donavan. Eu estendo a mão e pego um cobertor amarelo felpudo, e um sorriso automático surge quando o seguro contra minha bochecha para sentir a maciez.

— Um bebê realmente precisa de todas essas coisas? — A voz de Colton me dá um susto. Ele está encostado no batente da porta, os polegares presos nos bolsos da bermuda. Cada centímetro de seu peito malhado e bronzeado, incluindo aquele V produzido por seus músculos, convoca meus hormônios da gravidez, hormônios esses que têm governado meu desejo sexual nos últimos meses. Se bem que, mesmo sem os hormônios, tenho certeza de que ainda estaria olhando para Colton do mesmo jeito, porque não há ausência de desejo de minha parte quando se trata dele.

Só preciso vê-lo para sentir meu sangue vibrar, meu coração disparar. Colton deixa minha alma contente.

Eu levo meu tempo apreciando meu belo marido. Meu olhar passeia por cada centímetro do seu corpo antes de chegar ao sorriso arrogante em

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seus lábios, que me diz que Colton sabe exatamente o que estou pensando. E quando travo meu olhar no esmeralda de seus olhos, a diversão que eu esperava não aparece. Em vez disso, os olhos de Colton revelam algum tipo de emoção reprimida.

Eu não consigo compreender perfeitamente. É uma reminiscência daqueles primeiros meses de namoro, quando os segredos ficavam bem guardados, e eu odeio a sensação desconfortável que reaparece e me arrepia a nuca.

Deixando de lado a necessidade inata dentro de mim de perguntar o que está acontecendo para tentar consertar a situação, digo a mim mesma que se algo estiver errado, Colton me dirá quando estiver pronto. Então tento deixar de lado a preocupação mesquinha. Provavelmente é apenas nervosismo pré-bebê. Ele vem lidando com tudo isso de uma maneira muito melhor do que imaginei, mesmo que nas últimas semanas tenha se retraído um pouco. E se por um lado isso me preocupa um pouco, penso que Colton deve ter alguns medos e reservas também, assim como a maioria daqueles que já são quase pais.

— Não tenho certeza se tudo isso é necessário. Definitivamente uma montanha de coisas para um bebezinho — eu finalmente respondo enquanto olho para as pilhas de presentes ao meu redor.

— Você é linda.

O comentário inesperado fez meus olhos brilharem, sinto o peito inflar de amor. Não acredito que ele possa me achar tão bonita assim, quando me sinto uma baleia encalhada, então deixo uma risada suave escapar pelos lábios enquanto mudo de posição, apoiando as mãos para trás e esticando as pernas.

— Obrigada, mas eu realmente não acho que uma barriga enorme e dedos dos pés inchados parecendo salsichas me qualifiquem para a categoria “linda”.

— Bem, nesse caso, talvez apenas a categoria “bonita” — ele brinca, me dando um sorriso ao entrar no quarto. Colton olha ao redor e pega uma colcha quadriculada de bebê que faz com que suas sobrancelhas se levantem em diversão antes de se aproximar do local onde estou sentada.

— Hmmm — murmuro, longe de concordar com ele sobre a questão da beleza. Mas quando olho para trás e encontro seu olhar, posso ver que Colton está olhando para mim. Se ele me acha bonita, eu vou aceitar essa

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imagem que tem de mim, afinal, quando um homem te vê dessa maneira quando você sente que está mais feia, você não reclama.

— Você está trabalhando demais, Ry — ele diz e se abaixa na minha frente. Eu me forço a não suspirar, porque essa é a única coisa sobre a qual temos discutido ultimamente, seu desejo de que eu entre de licença-maternidade. — Você precisa parar com esse esforço todo. Precisa deixar as pessoas te ajudarem.

Eu olho para o cobertor em minhas mãos, odiando que Colton esteja certo, que ele tenha notado o quanto estou lutando para não deixar de controlar tudo ao meu redor.

— Eu sei, mas há tanta coisa que só eu posso fazer antes do bebê nascer… Tem o novo projeto online, e Auggie tendo problemas na Casa e… — Minha voz falha quando penso na mais nova adição à ninhada e em quanta atenção ele vem requisitando, atenção essa que eu não vou poder dar a ele mais à frente. Tudo na minha lista de tarefas invisível está gritando comigo, como aconteceu ontem, mas não há horas suficientes no dia para dar conta de tudo. Eu me sinto oprimida só de pensar nisso, então solto um suspiro enquanto as lágrimas ardem nos meus olhos. Minha luta interna sobre decepcionar as pessoas ressurge; já sinto que estou perdendo a batalha, e ainda nem entrei de licença.

— Respire, Ry. Eu sei que faz parte da sua personalidade essa coisa de Mamãe Ganso protegendo todos os filhotes — ele diz —, mas dessa vez não vai dar. Outras pessoas podem fazer essas tarefas por você. Pode não sair exatamente como você planejou, mas pelo menos é alguma coisa. E se não for feito, ainda estará lá depois que o BBR chegar.

— Colton!

— O que há de errado com o BBR? Bebê na Barriga da Rylee — ele afirma inocentemente, sabendo muito bem que essa é só uma tentativa de me irritar. Ou me fazer sorrir.

— Pare de chamar esse garoto assim. — Eu bato em sua perna enquanto ele ri alto, em seguida agarra minha mão antes que eu possa tirá-la.

— Garoto? Você disse garoto? — Nosso longo debate sobre o gênero desconhecido do bebê acaba voltando ao centro das atenções. Colton puxa meu braço, e eu me movo para frente ao mesmo tempo em que ele se inclina. Ele dá um beijo carinhoso em meus lábios, o que me faz sentir uma onda de

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desejo que chega até o meu centro. Eu posso sentir seus lábios se curvarem em um sorriso enquanto permanecem contra os meus.

— Sim, eu disse garoto… Mas é apenas um modo de dizer— murmuro, adorando estar perto de Colton. Nos últimos dias, ele pareceu distante. Acabei atribuindo isso a Colton estar se sentindo tão sobrecarregado quanto eu, mas por razões diferentes: ele mal está se aguentando por causa da pontuação, o Grande Prêmio chegando no próximo mês, o chá de bebê hoje, com mais de cinquenta mulheres ocupando o único lugar em que ele tem privacidade no planeta, além de todas as mudanças iminentes que virão após o nascimento do bebê. É muita coisa para qualquer homem se ajustar, ainda mais um homem que nunca esperou ter a maioria dessas coisas na vida.

Será que Colton ainda está lidando bem com tudo isso? Dizer que está pronto para ter um bebê e de fato estar são duas coisas absolutamente diferentes. Eu sei que ele não se arrepende – deseja nosso bebê tanto quanto eu –, mas não consigo reprimir certa preocupação sobre como ele vai se ajustar às inevitáveis mudanças.

Ele segura minha mão preguiçosamente em seu colo. A necessidade de me conectar a Colton e aliviar minha preocupação caminha junto ao meu desejo por ele. E o impulso de saciar os dois é muito grande para não ceder. Então passo meus dedos pelo tecido que cobre seu pau, adorando seu rápido ofegar

— Você está tentando me distrair, Ryles?

— Nunca — provoco, minha mente agora concentrada na tentação logo abaixo dos meus dedos.

— Estávamos falando sobre gênero, lembra? Chamar de garoto é só um modo de dizer? — Colton pergunta tentando voltar ao assunto. Ele tem absoluta certeza de que eu deveria saber o sexo da criança, porque, afinal, sou eu quem está carregando. Homens.

E embora eu tenha cinquenta por cento de chance de estar certa, sei que é um menino. Tem que ser. O garotinho de cabelos escuros e olhos verdes que vem preenchendo meus sonhos recentes. Um nariz sardento que se franze quando faz alguma travessura, derretendo meu coração do mesmo jeito que o pai. Mas tudo isso é uma suposição, intuição de mãe, não é algo que eu vá verbalizar.

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— Uh-uh. — Seus dedos apertam meu braço enquanto tento arrancar outra sensação dele, distraí-lo dessa história de gênero, que pode ou não estar certa.

— Você usou o artigo masculino.

— Bem, se você quer falar de gramática… Se bem me lembro, molhada e disposta são adjetivos — murmuro, sabendo muito bem que ele será capaz de compreender a malícia e desejo em meus olhos. Nós dois podemos jogar este jogo de distração, Ace. Colton joga a cabeça para trás e ri, e eu sei que ele percebeu minha referência às palavras que usou para me provocar na primeira noite em que transamos no Sex. Ele me puxa para ainda mais perto desta vez e não se contém quando seus lábios encontram os meus. Nós nos beijamos como se não nos víssemos há semanas. Necessidade se mistura com ganância. Paixão colide com desejo. Meu corpo vibra de vontade, porque não há como evitar quando Colton impulsiona minha libido de forma tão natural. Seu beijo é como a gravidade, que puxa cada parte minha até eu desejar me agarrar a ele para que nunca mais nos separemos. Nossas línguas se encontram, exigentes a princípio, antes que o beijo se transforme em uma metáfora terna do nosso amor e desejo. Sua mão livre vem para a lateral do meu rosto, seu polegar passeando sobre a minha bochecha quando finaliza nosso beijo, apesar dos meus protestos. Eu imediatamente mantenho meu olhar em seus olhos, transmitindo uma diversão por desejar contato físico mais uma vez, mas quando Colton fala, eu sei que é porque já entendeu minhas armadilhas para esconder o que estou sentindo.

Maldito seja. Colton me conhece muito bem.

— Você esqueceu que sou o mestre desse jogo de distração, Ryles? — Ele levanta as sobrancelhas, um sorriso arrogante e torto puxa um canto de sua boca. — Eu já saquei o que você está tentando fazer aqui.

— Você está negando fogo?

— Ah, baby, eu nunca vou negar nada com você… Eu só quero voltar para o lance do sexo primeiro. — Ele me dá um sorriso rápido como um raio enquanto prende minhas duas mãos e entrelaça nossos dedos, prevendo ser necessário evitar que minhas mãos passeiem por seu corpo buscando algo a mais. Para um homem que não quer escolher um nome, ele com certeza parece determinado a esclarecer suas partes do discurso.

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Colton quer conversar sobre gênero? Vou falar então sobre gênero, sem problemas.

— Tipo o lance do sexo, sexo mesmo?

Ele balança a cabeça e ri.

— Não esse sexo, gênero.

— Você prefere falar sobre gramática do que agradar sua esposa? Aquele flash de sorriso está de volta.

— Não, prefiro discutir por que você odeia o nome BBR.

— Você é exagerado. E provocante — eu digo, sabendo que isso vai acabar em sexo eventualmente, já que a barraca armada por baixo do short é um bom indício do seu estado de espírito. Colton pode estar resistindo agora, mas eu sei que o sexo vai vencer no final. Sempre vence.

— Então você acha que o bebê é um menino? — ele pergunta, olhos arregalados, voz animada. O tom alegre me agita o coração.

— De fato importa o que eu acho disso, considerando que você nem discute os possíveis nomes comigo? Quer dizer, estamos quase lá, Donavan.

— Eu amo quando você vem com esse Donavan — ele diz e aperta minha mão quando tento me afastar. — Qual é, Ryles, não seja tão CDF. Deixa a vida nos levar. Viva perigosamente — diz o piloto de corrida à assistente social. Tudo o que posso fazer é suspirar de exasperação.

— O nome do nosso bebê é algo permanente. Não pode vir de uma decisão tomada no calor do momento. — Ainda não consigo acreditar que ele está seguindo esse plano de dar o nome do bebê só depois que o conhecermos. Eu pensei que essa estratégia era uma piada na primeira vez que ele falou, mas agora parece que Colton está de fato falando sério.

— Olha, você prefere alguns nomes, e eu tenho alguns nomes na cabeça. Por que não esperamos para ver como o BBR se parece quando ele ou ela nascer para decidirmos? — Eu estreito meus olhos para ele, desesperada para saber os nomes que Colton prefere ou se ele gosta de algum dos que eu joguei no ar nos últimos meses. Seu silêncio sobre o assunto está me matando. — Viva perigosamente comigo, Ry. — Ele ri enquanto eu balanço a cabeça, tentando fingir irritação e esconder meu próprio sorriso.

— Já vivo perigosamente. Eu casei com você, esqueceu?

— Ah, querida, eu nunca vou me esquecer. Nenhum homem vai esquecer as coisas que você fez comigo esta manhã — diz ele com um brilho malicioso nos olhos.

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Eu coro imediatamente, envergonhada por essa personalidade muito carente e com muito tesão que surgiu com a gravidez e que não resiste a ele, apesar de saber que os funcionários do bufê chegarão a qualquer momento.

E, claro, a lembrança de seus olhos pesados de desejo e do seu pau grosso e duro na minha boca faz meu corpo arder para tê-lo novamente em mim. Mas dessa vez tendo meu prazer em mente, demanda que eu não acho que Colton teria dificuldade para cumprir.

Eu tenho que fazer bastante força para tirar a imagem da minha mente, porque acho que ele conseguiu exatamente o que desejava com esse comentário.

— Olha só quem está tentando distrair quem. Diga o nome do BBR?

— Eu arqueio uma sobrancelha enquanto sua risada ecoa ao nosso redor. Esse homem é implacável. — E se eu não gostar de nenhum dos nomes que você escolher e você não gostar de nenhum dos nomes que eu escolhi?

— Bem, aí é fácil. — Ele dá de ombros. — Vou te distrair e te enrolar.

— Essa deve ser a palavra do dia. Boa tentativa, mas não é tão fácil assim quando se trata de algo tão importante… Oh, Deus, isso é bom — eu gemo quando ele coloca meu pé em seu colo e começa a fazer uma massagem. Todo o excesso de trabalho dos últimos dias e a preparação para o chá parecem ter se manifestado nos meus pés inchados, então a massagem de Colton é um paraíso completo. Eu me apoio contra a parede e fecho os olhos enquanto dou as boas-vindas ao prazer que Colton está me proporcionando.

Foda-se chocolate, esqueça a ideia de fazer sexo com Colton, não quero nada que me faça abandonar esse paraíso, porque isso, uma massagem nos pés depois de ficar de pé o dia todo estando grávida, é o nirvana absoluto. Ele usa seus dedos hábeis para pressionar, e apertar, e esfregar, me levando quase a um coma de prazer.

Eu levanto a cabeça e o vejo me olhando com um enorme sorriso no rosto.

— Que é?

— Viu? — Ele dá de ombros. — Distração. Basta mudar de assunto, da forma que for, para eu conseguir o que quero.

Ele se acha tão astuto, que acredita que eu vá cair nessa toda vez. Se bem que quando se trata de Colton Donavan, é bom ficar atenta, aprendi há muito tempo que ele gosta de jogar sujo para conseguir o que deseja.

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Ainda bem que aprendi com o mestre, conheço todos os seus truques e vou usá-los contra ele.

— Mãos mágicas — murmuro sem fôlego, enquanto seu polegar pressiona um ponto de pressão que parece conduzir uma corrente elétrica para o centro das minhas coxas.

— Seus pés estão bastante inchados. — Sua cabeça está abaixada enquanto seus dedos seguem até minha panturrilha, me trazendo muito mais alegria do que deveriam.

— Há outras coisas em mim que estão inchadas — digo num tom inexpressivo. E a reação que eu quero surge quase instantaneamente: seus olhos piscam e as mãos param, ainda que momentaneamente. Aquele sorriso torto, parte bad boy arrogante, parte amante ansioso, enfeita seus lábios enquanto Colton mantém seu olhar no meu.

— É mesmo? — Ele tenta fingir indiferença, mas sua reação já me disse que está disposto a cair no meu jogo. Hora de ver quão rápido ele vai morder a isca, porque pensa em uma mulher desesperada por mais do que apenas uma massagem no peito do pé.

— Hum-hum. Inchado significa supersensível. E sensível significa intenso. — Eu passo as mãos sobre meus seios, que estão quase escapando da regata. Seus olhos seguem minhas mãos e notam meus mamilos endurecendo contra o tecido fino devido ao toque. Eu posso estar com uma barriga enorme, mal posso ver meus tornozelos, e nunca teria pensado em um milhão de anos que seduziria meu marido com sete meses de gravidez, mas o jeito como Colton olha para mim – com um brilho predatório, sem mencionar a dificuldade em sua respiração — me diz que ele não se importa. Colton me acha sexy. Ele ainda me deseja. E isso me dá a confiança que preciso para seguir em frente.

— Intenso é bom.

— Intenso é incrível. — Eu quase gemo quando nossos olhos se encontram, em uma divertida guerra de desejos sobre quem vai dar o primeiro passo. — Inchado significa apertado. Responsivo. Muito…

— Acho que preciso inspecionar de perto — ele diz enquanto se ajoelha, seu olhar fixo no meu. Suas mãos deslizam pelas minhas coxas, toques leves como penas carregadas de desejo, afastando minha saia de malha.

— Se você inspecionar, vai precisar experimentar a mercadoria — eu provoco. Seu toque testa minha determinação, a visão de seu peito

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bronzeado e o cheiro de manteiga de cacau do protetor solar dobrando minhas restrições.

— Exigente, não é? — Ele para e levanta as sobrancelhas, um sorriso brincando nos cantos de sua boca.

— Ainda não tive nenhuma reclamação — devolvo enquanto Colton se inclina para frente e deixa um sussurro de beijo na minha boca. Quando ele começa a se afastar, eu me movo junto, porque quero mais. Sempre quero mais quando se trata dele.

A alegria brota em seus olhos, porque Colton sabe que me pegou na armadilha: tentando ser a sedutora quando tudo que eu quero é o ter sobre mim, em mim, fazendo algo comigo, e muito em breve.

— Você precisa de alguma coisa? — ele pergunta, enquanto seus dedos continuam sua ascensão tentadora até o ápice das minhas coxas. Eu amo o som que ele emite quando seus polegares roçam a carne inchada, descobrindo que eu tirei a calcinha quando coloquei uma roupa mais confortável depois do banho. Seu toque vacila, uma pequena demonstração do desejo e necessidade de controlar a briga interna, antes de mover seus dedos de volta para os meus joelhos.

— Você. — Por que continuar fazendo rodeios quando aquela doce ardência no ventre já está presente, cheia de calor, e a única pessoa que conheço capaz de saciá-la está sentada diante de mim?

— Eu? — Ele abaixa a cabeça e dá um beijo primeiro na minha coxa esquerda e depois na direita. Por baixo dos cílios grossos, Colton olha para mim, em seguida lentamente umedece o lábio inferior. — É por isso que você não está usando calcinha? O que especificamente você quer de mim?

Suas mãos começam a se mover novamente, me seduzindo com seu contato, me hipnotizando com o conhecimento do que ele está escondendo.

Minha risada sai baixa e repleta de sugestões.

— Bem, não é apenas o que eu quero de você em si, é mais sobre onde exatamente eu quero você.

— Você me quer aqui? — ele pergunta, e as pontas de seus dedos roçam suavemente as bordas do meu sexo. Mesmo que eu tente ficar parada, arqueio os quadris, em um movimento de súplica.

E então Colton tira a mão.

— Não me provoque, Donavan. — Meu corpo anseia por seu toque. Sua risada preenche o silêncio da sala enquanto se inclina para frente, os

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olhos nos meus, e então sua língua começa a percorrer o contorno do meu mamilo através do tecido. Apenas o suficiente para suscitar a imaginação, mas não o suficiente para me deixar sucumbir à sensação.

— Ah, não me provoque, Donavan — diz ele de volta, me imitando, com alegria nos olhos e firmeza no tom. — Estou apenas começando a explorar o terreno.

— Tenho certeza de que o terreno é propício para me comer logo.

Eu amo o sorriso relâmpago que pisca em suas feições e a leve hesitação em seu movimento ao me ouvir exigir. Ele estala os lábios, faz um leve aceno de cabeça e me dá mais um toque provocante com as pontas dos dedos.

— Fique tranquila, pretendo te comer, querida, mas sou a favor da igualdade de oportunidades.

Meus músculos se contraem já na primeira parte de sua declaração, e eu ainda nem consegui descobrir o que ele quer dizer com a última parte, porque esse não é o melhor momento para ser espirituosa. Agora é a hora de dar à mulher cheia de hormônios exatamente o que ela quer.

— Igualdade de oportunidades? — Suspiro de frustração e depois de surpresa quando Colton usa os joelhos para deixar minhas pernas um pouco mais afastadas, ao mesmo tempo que desliza os dedos entre os grandes lábios. Se fosse fisicamente possível, meu corpo cederia de alívio e ficaria tenso ao mesmo tempo, porque eu finalmente consegui sentir seu toque, mas imediatamente sinto que preciso de mais.

— Sim — diz ele, abaixando a cabeça, o calor quente de sua boca se depositando sobre meu clitóris exposto por seus dedos. Minha cabeça pende para trás, contra a parede, enquanto uma onda de prazer banha meu corpo. Minhas mãos estão em seu cabelo, agarrando, enquanto levanto os quadris como forma de dizer a ele que quero mais. O ar frio toca minha pele quando sua boca deixa o local em que estava me chupando. Minhas mãos tentam mantê-lo no meio das minhas coxas, e uma risada escapa de sua boca, a reverberação aumentando os nervos que ele acabou de trazer à superfície.

— Prazer em partes iguais aqui — diz ele, abaixando a cabeça novamente para que sua língua deslize para cima e para baixo da minha fenda. Um gemido incoerente sai da minha boca quando Colton desliza os dedos para dentro de mim e os curva, tocando nos pontos certos. E, meu Deus… qualquer pensamento me foge, a sensação me oprime quando a

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combinação de seus dedos e língua começa a satisfazer minha necessidade insaciável de sexo.

Ele constitui um ritmo próprio: o deslizar de sua língua, o movimento hábil dos dedos dentro de mim, a sucção suave do clitóris. Meu corpo reage imediatamente: os músculos se contraem, as costas arqueiam, as mãos se apertam enquanto ele provoca o fluxo e refluxo de sensações necessárias para me levar ao clímax.

— Vamos, Ry — ele murmura. O calor de sua respiração contra a minha pele faz com que eu me contorça e empurre contra sua mão. — Goza para mim, para que eu possa te comer quando você ainda estiver gozando. Cubra meu pau com seu gozo enquanto seu sabor doce está fresco na minha língua.

Suas palavras são como a última gota de gasolina jogada em um fogo ardente. Incendeia. Provoca. Torna inevitável.

Eu me entrego ao momento — à sensação — e mergulho em queda livre rumo a esse calor incandescente que arde em minha coluna, nos dedos das mãos e pés, antes de voltar ao meu centro, onde Colton continua a levar meu clímax para além do suportável. Intenso é uma palavra muito mansa para o que ele está me fazendo sentir.

Todas. As. Vezes. Isso invade meu pensamento, a certeza de que Colton nunca me dá nada menos do que o seu melhor em todas as vezes.

Meus músculos estão tão contraídos – minha mente tão perdida na onda de prazer do pós-orgasmo – e minhas unhas estão cravadas com tanta força em seus ombros, que não tenho certeza de como Colton consegue escapar da prisão das minhas coxas. Mas quando ele o faz, com minha excitação ainda brilhando em sua boca e fome ardendo em seus olhos, não posso deixar de olhar para Colton e agradecer a cada droga de estrela da sorte no céu por ele ser meu.

Porque Colton Donavan, independentemente do dia, é lindo de morrer, mas quando sua cintura está emoldurada pelas minhas coxas, o peito à mostra, com cada centímetro de pele bronzeada em destaque, e um olhar que diz que vai me pegar como achar conveniente — sem restrições —, ele é indescritível.

Bad boy. Rebelde. Irresponsável.

As palavras voam pela minha mente, memórias de outro lugar, outro tempo, colidindo, mas ainda muito apropriadas a esse momento, depois que

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ele abaixa o short e puxa o pau para fora. É grosso e duro, pronto para me requisitar, e, puta merda, não tem como minha boca não salivar com essa imagem, meus malditos hormônios em excesso me assolando novamente, apesar de ter acabado de gozar.

— Colton. — Seu nome em meus lábios é um apelo e uma exigência ao mesmo tempo, fazendo com que seu sorriso arrogante volte para o rosto. A cabeça de seu pau pressiona minha entrada. Sua língua lambe o lábio inferior. Seus olhos piscam uma última vez antes de mirar o local em que está lentamente entrando.

— Porra — ele geme. — Adoro ver sua boceta se esticar ao meu redor. Amo como me aperta, me acolhe.

Suas palavras chegam aos meus ouvidos, mas meu corpo está completamente focado em Colton me preenchendo, me esticando, extraindo prazer com cada movimento de seus quadris. Tantas sensações e emoções fluem pelo meu corpo. Tudo o que posso fazer é fechar os olhos, deitar a cabeça para trás e me perder na onda de desejo que sei que está vindo.

Colton é gentil, mas exigente, tirando tudo antes de pegar o membro com a mão e esfregar a cabeça exatamente onde eu mais preciso. Meus nervos estão tão sensíveis, que quando mexo os quadris, meus olhos se abrem, surpresos com o prazer.

E o olhar em seu rosto me diz que Colton conhece minha reação o suficiente para saber que acertou perfeitamente. Tanto que está determinado a fazer isso de novo. Ele me leva ao meu estado pós-orgasmo, para que eu possa momentaneamente recuperar o fôlego antes que ele mude o ritmo e me jogue de volta contra a próxima onda de prazer.

Ele começa a fazer exatamente isso, acelerando o ritmo enquanto olha para mim; posso ver a concentração em seus olhos, prazer estampado nas linhas de seu rosto. Os músculos de seu pescoço e ombros estão tensos, e sua boca está apertada enquanto nos leva para além do limite da razão. Meu pulso acelera, em contraste com minha mente, que está mais lenta. O tapete pinica nas costas. A pressão de seus dedos em minhas coxas. A sensação de esquecimento enquanto Colton cresce dentro de mim. Meu nome em seus lábios. A visão de Colton se desfazendo.

— Colton — grito, arqueando as costas, enquanto deixo sua ação ditar todas as minhas reações. Qualquer outra coisa que eu diga parece incoerente, porque meu segundo orgasmo sempre é muito mais forte. E este não

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é exceção à regra. Eu procuro algo para me segurar, e instantaneamente as mãos de Colton encontram as minhas, entrelaçando nossos dedos enquanto sucumbo às sensações que ele extrai de mim.

Agora que Colton sabe que eu tive o meu momento, começa a ir atrás de seu próprio orgasmo. E mesmo que eu ainda esteja em meu mergulho, é impossível tirar os olhos dele: dentes mordendo o lábio inferior, quadris batendo com mais força e sua cabeça tombando para trás, perdido em sua própria felicidade.

— Porra, Ry… — Um gemido entrecortado, o som mais sexy do mundo para mim, porque eu sou a responsável por fazê-lo acontecer. Quando Colton se esvai em mim, ele para, as mãos, os quadris, a respiração, perdido na onda de prazer. E então, lentamente, levanta a cabeça enquanto desatrela nossos dedos. Imediatamente aquele sorriso satisfeito entorta os cantos de sua boca quando seus olhos encontram os meus. — Droga, mulher.

— Mm — murmuro, grogue, saciada e completamente apaixonada por ele.

— Intenso o suficiente para você? Como se tivesse que perguntar.

— Acho que vou ficar com você para sempre. Ele ri de modo profundo e sonoro enquanto se afasta de mim e desliza sobre minhas pernas, para que possa se inclinar sobre mim. Colton me olha longa e duramente, tantas coisas em seus olhos que não consigo decifrar. O que eu posso é o que é mais importante. É o olhar que me diz que sou o seu mundo inteiro, e, caramba, eu é que não vou desejar mais do que isso. Que mulher sã desejaria? Ele é o pacote completo: sexy, atencioso, generoso, travesso e, o mais importante, todo meu. Amor não é uma palavra forte o suficiente para descrever o que eu sinto por Colton.

— Acho que você não tem escolha nesse assunto.

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