Vincent OS MAFIOSOS : LIVRO 2
AUTORA BEST-SELLER DO USA TODAY
SARAH BRIANNE
Tradução: Clara Taveira
1ª EDIÇÃO – 2023 RIO DE JANEIRO
Direção Editorial
Beatriz Soares
Tradução
Clara Taveira
Preparação e Revisão
Raphael Pelosi Pellegrini e AllBook Editora
Adaptação de Capa e Diagramação
Cristiane Saavedra | Saavedra Edições
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Os direitos morais do autor foram declarados.
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
Gabriela Faray Ferreira Lopes – Bibliotecária – CRB-7/6643
B86v Brianne, Sarah
1.ed. Vincent / Sarah Brianne; tradução Clara Taveira. – Rio de Janeiro: AllBook, 2023.
320 p.; 16 x 23 cm. (Os mafiosos ; 2)
Tradução de: Vincent
Sequência de: Nero Continua com: Chloe
ISBN: 978-65-86624-41-0
1. Romance americano. I. Taveira, Clara. II. Título. III. Série.
23-83942
2023
PRODUZIDO NO BRASIL.
CONTATO@ALLBOOKEDITORA.COM
CDD 813
CDU: 82-31(73)
CAPITULO 1
bem -vindo às entranhas do inferno
LAKE FECHOU OS OLHOS ENQUANTO OUVIA O SOM DE METAL DO escapamento do carro raspando no asfalto. O carro de seu pai era um velho Cadillac que ela tinha certeza ser dos anos oitenta; honestamente precisava de um trato. Uma velharia e tanto.
Seu pai de alguma forma conseguiu mantê-lo funcionando ao fazer por conta própria alguns consertos, para isso usou peças de vários carros, inclusive criou algumas delas. Lake gostava de chamá-lo de Frankenlac.
Ela achou que o pai poderia ter comprado um carro novo em algum momento entre 1981 e 2014, mas não comprou. Ele tinha maneiras melhores de gastar seu dinheiro. Sim, como apostar em cavalos ou em fichas de pôquer.
Embora o pai de Lake fosse um jogador de nível doze na escala Richter, ela não o trocaria por nada nem ninguém no mundo, porque conhecia muito bem o outro lado da moeda.
Ela balançou a cabeça, sem vontade de pensar no próximo fim de semana. A maioria dos adolescentes ficaria feliz por ser sexta-feira, mas não era seu caso. Não, seus fins de semana não eram nada além de torturantes. Literalmente.
Seu pai finalmente chegou ao destino e estacionou o carro.
— Beleza, guria. Tenha um bom dia. Nos vemos na segunda-feira.
Lake desviou a atenção de todos que a encaravam fora do carro e olhou para o sorriso do pai.
— Você também, pai. Até segunda-feira. — Ela conseguiu forçar um sorriso ao final da frase.
Lake abriu a porta e saiu do carro, pegando sua bolsa.
— Te amo, guria.
Dessa vez, Lake não precisou forçar um sorriso.
— Te amo, pai.
Quando ela fechou a porta, ouviu mais uma vez o som de asfalto sendo raspado. Depois de ver seu pai ir embora, finalmente conseguiu se virar e encarar os olhares dos adolescentes. Honestamente, não era tão ruim quanto parecia; eles sempre tinham coisas muito melhores para falar. Sem mencionar que todos pareciam ter déficit de atenção.
Veja, Lake não era popular nem impopular; ela era apenas... bem, Lake.
Bum!
Depois de um momento de completo silêncio, risadas altas encheram o ar enquanto fumaça preta subia do carro de seu pai. Lake abaixou a cabeça e puxou o capuz do moletom, tentando esconder o rosto.
Excelente. Tem como piorar? Ela foi andando pelo estacionamento, ziguezagueando entre as pessoas e os carros.
Assim que começou a ouvir música alta se aproximando, Lake virou a cabeça e viu um grande jipe branco vindo em sua direção. Teve de pular para trás para evitar que o veículo a atingisse enquanto os freios eram acionados.
Lake ficou em estado de choque com o fino que tiraram dela, o coração começando a bater forte. Ela sabia exatamente quem estava dirigindo antes que a garota saísse do jipe junto com três de suas amigas.
Ashley. Era difícil para ela até mesmo pensar naquele nome.
— Ai, meu Deus. Eu nem te vi aí — Ashley disse sarcasticamente, dando uma risadinha.
Lake decidiu aproveitar a oportunidade de ouro de poder responder. Ela não teve muitas chances até então.
— Ai, meu Deus. Sério? Talvez você precise de óculos. Rápido, quantos dedos você vê aqui? — Ela ergueu o dedo médio, em seguida ouviu risos abafados.
Ashley fez uma careta e falou o mais alto que podia.
— Desculpe, eu não falo a língua de quem vive no meio do lixo em trailers.
Era assim que boa parte do mundo via Lake – nada além de um lixo. Lixo de trailer, para ser exata.
Lake ficou parada, vendo as meninas rirem com suas vozes estridentes. Instantaneamente, ela percebeu que tudo poderia , de fato, piorar. Indo contra seus instintos, ela decidiu começar a andar novamente.
Esperava não se arrepender de sua pequena explosão com Ashley, mas, naquele momento, ela se sentiu orgulhosa de si mesma e decidiu que aproveitaria a sensação. Por enquanto, ao menos.
Quando ela se aproximou das portas da frente, olhou para a placa amarela presa à fachada de tijolos da escola que dizia “Bem-vindo” logo acima das palavras “Eastern Hills High”. Ela achou que deveria estar escrito algo mais parecido com “Bem-vindo às entranhas do inferno”.
Finalmente o último ano naquele inferno havia chegado - graças a Deus. Aquela era a primeira semana de volta às aulas após as férias de Natal.
Ao entrar na escola, foi saudada pelo calor quente. Estava frio em Kansas City, Missouri, então o calor era bem-vindo, ajudava a descongelar o nariz e as bochechas.
Quando chegou à sala de química do primeiro período, ela foi direto para o seu lugar, e mal sua bunda encostou na cadeira, o sinal tocou para a aula começar.
Lake olhou para o assento vazio ao seu lado, balançando a cabeça e abrindo um sorriso. Todo santo dia.
Olhando para o relógio pelos próximos cinco minutos, sem escutar uma palavra além do que o professor estava dizendo, ela finalmente ouviu a porta se abrir e viu uma moça de cabelo escuro aparecer e tentar se sentar silenciosamente, na esperança de passar despercebida. Assim que se acomodou ao lado de Lake, a garota sussurrou:
— Você acha que ele percebeu?
— Você chega atrasada todos os dias, Adalyn — o professor falou, mudando de assunto no meio da frase para deixar claro que sabia da questão dos horários.
— Arram — Lake respondeu em voz baixa.
Adalyn soltou um grande suspiro antes de começar sua história.
— Peço desculpas, senhor Wade. Então, estou tendo uma semana terrível porque Deus decidiu punir todas as mulheres desde que Eva comeu aquela maçã. Agora, minha tia Flow veio nos visitar e...
— Tudo bem, eu já entendi. — Sr. Wade ergueu as mãos em derrota.
Lake tentou desesperadamente não rir. E é por isso que ela é minha melhor amiga.
Adalyn e Lake eram amigas desde quando usavam fraldas. Como seus pais atuavam na mesma área profissional, a mãe de Adalyn serviu de babá para Lake quando seus pais queriam sair. Bem, antes de se separarem.
Quando os pais de Lake se divorciaram muitos anos antes, ela passou a ficar uma semana com o pai e a seguinte com a mãe. Bem, até que sua mãe arranjou um namorado e se casou apenas alguns meses depois. Depois disso, Lake passava os dias da semana com o pai e os fins de semana com a mãe. Ela esfregou as têmporas, tentando não pensar em seu próximo fim de semana. Não pense nisso ou você vai estragar o seu dia.
Ela estava livre até o último sinal da escola tocar, e então poderia começar a se lamentar.
TINNG.
— Uau, quando eles vão consertar aquele sino patético? — Adalyn disse enquanto se levantava e se espreguiçava.
Lake mal podia acreditar que a aula já havia acabado.
— Adalyn, você sabe que estudamos em escola pública, certo? Adalyn colocou a mão no quadril.
— E daí? Meus pais pagam impostos.
— Espere, o dinheiro dos impostos realmente vai para as escolas públicas?
— Lake questionou.
— E eu sei lá? O governo provavelmente fica com a grana.
Lake olhou em volta para a sala de aula suja.
— É, tem razão. — Ela finalmente se levantou, as duas saíram da sala e foram para os corredores igualmente sujos.
Parando em seu armário, Lake colocou sua senha e abriu antes de começar a esvaziar a bolsa, para em seguida enchê-la novamente com outras coisas.
— Veja! A diaba em pessoa está vindo em nossa direção, e devo dizer que sua expressão está mais infeliz do que o normal. — Adalyn fechou o armário com força e se recostou nele, certificando-se de colocar no rosto sua expressão mais desagradável possível.
Lake seguiu o exemplo e tentou fazer cara feia para combinar. Mesmo que provavelmente tenha falhado.
— Provavelmente porque eu dei o dedo para ela de manhã, quando ela tentou me atropelar.
Adalyn desatou a rir.
— De que porra você está rindo, puta? — Ashley disse enquanto afastava o cabelo do ombro.
Adalyn mal conseguia falar enquanto dava uma risadinha.
— Eu estava apenas tentando imaginar sua cara feia quando Lake te mandou ir tomar no rabo. — Quando a expressão de Ashley se transformou em uma careta, ela continuou: — Ah, calma aí, cá está ela!
Não ria, não ria. Lake riu.
— Você tá pedindo, não é, mana? Eu não quero estragar a surpresa, mas mamãe vai sair com uns amigos hoje à noite.
De alguma forma, Lake teve o maior azar do mundo: sua mãe se casou com o pai da diaba, o que fez com que elas se tornassem irmãs postiças.
Com sua mãe fora durante a noite, isso significava... Merda, não, não, não, não, não.
Olhando para o rosto sádico de Ashley, Lake teve de pensar rápido.
— Desculpe, mas Adalyn e eu já fizemos planos.
Ashley tentou não engasgar com a risada.
— Sim, como se vocês, vagabundas, fossem a qualquer lugar.
Lake já tinha lidado com tudo o suficiente naquele dia. Ashley ia ver só.
— Bem, espero que você se divirta esta noite em casa enquanto Adalyn e eu vamos ao Poison.
Quando o queixo de Ashley caiu junto com o de suas amigas, Lake sorriu largamente. Pela primeira vez em sua vida, deixou Ashley sem palavras. Agora, hora de ir embora!
Lake não era estúpida; sabia quando fugir. Especialmente de algo ruim.
Ela agarrou o braço de Adalyn e passou ao lado do rosto chocado de Ashley.
— Uhh... Lake, quando decidimos ir para lá? — O rosto de Adalyn estava igualmente em choque.
Lake imediatamente começou a se arrepender do que havia dito.
— Eu não pude evitar. Saiu tipo vômito! — Ela começou silenciosamente a dar uma leve surtada quando a ficha caiu. — Nós temos que ir. Você sabe que ela fica xeretando redes sociais e espera que a gente poste sobre essas coisas.
Todas as garotas da escola queriam ir ao Poison, um lounge escandalosamente caro para adolescentes, só para postar fotos no Facebook. No entanto, a maioria das garotas não podia nem chegar perto do lugar, e mesmo que tivessem autorização, elas não conseguiam encontrar um par para ir. Os
meninos da escola pública não podiam pagar ou não queriam gastar seu dinheiro com uma garota, a menos que fossem transar até o final da noite.
— Ouça, você sabe que eu sou a favor de esfregar a Poison na cara dela, mas como diabos vamos nos dar ao luxo de entrar lá? Você sabe que meus pais acabaram de me comprar um novo celular e roupas para o início do semestre, então eles não vão me dar outro adiantamento de mesada.
Ela estava começando a surtar tanto quanto Lake.
Existe uma maneira de entrar…
Lake parou de andar e agarrou os ombros da amiga.
— Adalyn, o quanto você me ama?
CAPITULO 2
você entendeu tudo errado , filho da puta
LEVOU UM INSTANTE PARA OS OLHOS DE LAKE SE AJUSTAREM À
iluminação néon do salão. Assim que se acostumou, ela entendeu por que achou que estava sentindo o cheiro de sexo no ar. Havia adolescentes tarados se esfregando na pista de dança inteirinha.
Ela nem tinha notado o local onde se poderia fazer uma boquinha. Os olhos dela e de Adalyn só conseguiam ver uma coisa. E eu não chamaria isso de dança.
Lake sentiu seu braço sendo agarrado por seu par.
— Vamos dançar.
— Espera, eu preciso usar o banheiro. Desculpa, já volto, Michael.
Lake puxou o braço de Adalyn e disparou o mais rápido que pôde.
Ela sabia exatamente como entrar no Poison. Dois garotos da escola estavam implorando para sair com elas o ano todo, então naquele dia elas finalmente concordaram – com uma condição, é claro.
Michael e Tim não se importavam com quanto dinheiro teriam de gastar, porque eles seriam os primeiros garotos a saírem com Lake e Adalyn, o que lhes daria o direito de se gabar. E isso é tudo com que os caras se importam mesmo.
Bem, a pergunta era: por que elas nunca tinham saído com um cara ainda? Bem, era complicado.
Elas finalmente conseguiram conversar assim que entraram no banheiro, onde ainda podiam ouvir a batida da música através das paredes.
— Você viu a cara do Michael quando você disse que tinha que ir ao banheiro? — Adalyn deu uma risadinha.
Lake imitou sua amiga.
— Sim, ele não parecia muito feliz.
— Vamos torcer para que nosso plano funcione e eles não nos encontrem.
Elas tinham bolado o plano durante a escola: o velho esquema “finja que você tem que ir ao banheiro, espere dez minutos, e então aja como se você tivesse se perdido”. E reze para que eles arrumem outras garotas para dançar.
Lake caminhou até o espelho para ver sua transformação. Tudo bem, não foi uma grande mudança; a única coisa diferente era um pouco mais de maquiagem e um vestido. Elas compraram suas roupas na loja favorita de Adalyn com um cartão-presente que ela ganhou de Natal. Lake insistiu que tinha um vestido para usar, mas quando sua amiga viu o vestido preto na prateleira, pediu a ela para experimentá-lo. É óbvio que Adalyn a convenceu.
O vestido mal cobria sua bunda de tão curto, enquanto a parte de cima era mais solta e menos reveladora. Lake era um pouco mais alta que as outras garotas, com pernas mais longas, mas o que ganhou em altura, faltou em curvas. Não importava o que Lake comesse, sempre se perguntava, ao olhar o corpo magro, para onde ia. Ela acreditava que esse look era o mais sexy que conseguiria ter; não pensava em si mesma dessa forma, nem um pouco. Lake se considerava mediana, uma menina normal. Ela tinha cabelos lisos, em um tom de castanho-claro, e olhos castanhos. Quando passou maquiagem, achou que ainda parecia uma criança. Mesmo uma franja lateral não ajudava a fazê-la parecer mais velha.
Terminando de criticar a si mesma, ela olhou para o reflexo perfeito de Adalyn.
— Você acha que já passaram dez minutos?
Adalyn agarrou a mão de Lake, pronta para deixar seu porto seguro.
— Passou o suficiente. Estou pronta para dançar!
A música ficou muito mais alta quando saíram do banheiro. Elas fizeram questão de se agachar um pouco enquanto corriam para a pista de dança, onde conseguiram abrir caminho entre os casais suados até chegarem ao meio. Satisfeitas por não terem sido encontradas de primeira, as duas pegaram seus celulares e tiraram algumas selfies..
— Acho que é o suficiente! — Lake gritou quando conseguiu uma boa foto de si mesma, com um casal chupando a cara um do outro ao fundo.
Ela guardou o celular e decidiu que iria se divertir pelo menos uma vez na vida. Droga, eu já estou aqui mesmo, posso muito bem aproveitar ao máximo.
Estava tremendamente feliz quando ela e Adalyn começaram a dançar. As duas amigas tinham participado de muitas festas juntas quando Lake passava a noite com Adalyn, e agora finalmente estavam em uma balada de verdade.
QUEM RAIOS, NESSE MUNDÃO DE MEU DEUS, É DONA DESSA belíssima raba?
Vincent não conseguia mover seu corpo enquanto olhava para a perfeição diante dele. Ele estava vendo uma garota com as pernas mais longas e sexy que já vira dançar em um vestido preto que deveria ser ilegal. Especialmente com uma bunda maravilhosa assim
— Quem é aquela ali ? Eu preciso conhecer aquela garota, porra.
Vincent teria de agradecer a seus amigos Nero e Amo por terem planejado tudo isso. Ele tinha vindo para Poison com outra garota, com planos de pegar a menina que era para ser o par falso de Nero também, mas isso não importava mais. Ele tinha certeza que a garota balançando a bunda ao som da música seria muito melhor do que o ménage que ele poderia ter feito.
Já fiz sexo a três antes, mas ela... eu quero essa garota.
Ele soube que teria competição quando viu a multidão de caras que cercavam a ela e a sua amiga, mas logo a viu afastá-los. Eu quero só ver essa garota me afastar.
Vincent estava preparado, pensando em todo o sexo rude e glorioso que iriam...
— Espera, acho que conheço as duas. — O flash da luz de néon iluminou seus rostos por meros segundos. Naquele momento, ele teve certeza que conhecia a amiga de vestido roxo da garota gostosa.
Vincent continuou a observá-los até o momento perfeito em que outro raio de luz brilhou. Foi quando ele desejou poder voltar no tempo.
— Puta merda, essa é a porra da minha irmã! — Eu vou matar Adalyn e queimar aquela porra de vestido roxo.
— Sim, mas quem é a outra, que eu preciso que esteja já na porra da minha cama? — Amo estava igualmente extasiado.
Algo dentro de Vincent não gostou do que Amo tinha acabado de dizer.
Suas palavras saíram mais como um grunhido enquanto ele observava a garota gostosa empurrar seu longo e sedoso cabelo para trás.
— Lake, a melhor amiga da porra da minha irmã.
Os olhos de Amo não se afastaram da bunda da moça.
— Droga, você tem mantido a garota só para você?
— Não, cara. Eu conheço essa garota desde a pré-escola, então nem pense nisso. — Vincent se certificou de que a última parte saísse como um grunhido dessa vez.
Ele tentou não dar ouvidos à risada de Nero. O cara estava claramente se divertindo com o fato de as duas cabeças de Vincent estarem brigando. Não estou pensando nela dessa maneira. Não estou pensando nela dessa maneira...
— Merda, cara, imagina só todos os anos que você perdeu quando podia ter ficado com aquela ali — Amo brincou, ainda com o olhar focado, o que fez Vincent querer arrancar os olhos do cara da porra daquela cabeçona.
Eu vou matar todo mundo.
— Elas estão fodidas. — Embora Vincent tentasse manter o corpo sob controle, a risada de Nero estava dificultando o processo. Então, quando dois caras apareceram e começaram a agarrar as meninas, ele decidiu mandar o controle para a puta que pariu.
— Não, eles estão fodidos.
À MEDIDA QUE A NOITE AVANÇAVA, LAKE E ADALYN ENTRARAM EM uma vibe boa, e não haveria nada que pudesse as impedir. Muitos caras tentaram dançar com elas, mas foram afastados. Elas apenas dançaram uma com a outra, o que atraiu ainda mais os homens.
Quando um grupo de caras se juntou ao redor das duas, Lake percebeu que seus acompanhantes finalmente as encontraram. Ela decidiu tratá-los da mesma maneira que todos os outros homens que tentaram apalpá-la, empurrando-os para trás. Felizmente eles não lutaram muito, parecendo estar contentes simplesmente assistindo.
Foi quando Lake e Adalyn foram rapidamente agarradas por dois caras cansados de serem rejeitados.
Me larga! Ela estava tentando empurrar o cara quando Lake pensou ter ouvido Adalyn gritar:
— Vincent!
— Ahn? — Confusa, ela rapidamente usou toda a sua força para afastar o cara. Quando se virou, viu Vincent indo em sua direção.
Ah, que merda . Ela já sabia que ia dar ruim. Lake e Adalyn correram em direção a ele.
Vincent era irmão de Adalyn. Bem, tecnicamente, seu irmão postiço. Eles eram crianças quando sua mãe se casou com o pai de Adalyn. Caramba, eles nem sabiam que não eram irmãos de sangue até ficarem mais velhos. Com os dois tendo a mesma idade, poderiam muito bem ser gêmeos. Está tudo bem. Ele não sabe que viemos com uns caras para cá. Porém sua cara de sai-daqui-filho-da-puta diz o contrário.
— Que porra vocês duas estão fazendo aqui? — Vincent rosnou. Michael e Tim as puxaram de volta.
— Elas estão com a gente.
Bem, agora ele sabe.
Vincent apontou para os caras com quem Lake e Adalyn estavam tentando lutar.
— Ok, então quem diabos são vocês dois?
De repente, Lake e Adalyn foram empurradas para trás novamente pelos dois que não gostavam de ser rejeitados. Tem como parar com essa merda?
O cara que segurava a irmã de Vincent teve a coragem de falar.
— Nós somos os caras que vão trepar com elas até o final da noite. Então vão encontrar as de vocês.
Lake sentiu uma boa lapa de sua bunda sendo apalpada.
— Ei, me larga! — ela disse, batendo nele freneticamente. Adalyn, por outro lado, estava calma.
— Você realmente não deveria ter dito isso.
Os olhos de Lake foram atraídos para Vincent, quando ele começou a arregaçar as mangas da camisa preta de botão. Por alguma razão, ela o viu de forma diferente do que o costumeiro. Porém não entendia o porquê.
Vincent tinha tudo em cima e nunca foi nada menos que imaculado. O rosto bonito, o cabelo loiro, claro, perfeito e os olhos sonhadores de um tom azul-bebê. Ele era um deus. E a pior parte era que Vincent sabia disso. Ele terminou de arregaçar a manga.
— Você entendeu tudo errado, filho da puta. Essa que você tá agarrando é minha irmã e, infelizmente, ela será a última garota que você vai poder agarrar.
Lake piscou algumas vezes. Puta que me…
— Esta piranha não é sua irmã. — O cara segurando Lake começou a rir. Olhando para ela, terminou: — Parece que você é minha.
Ela viu algo mudar nos olhos de Vincent enquanto ele flexionava a mandíbula.
— Esses filhos da puta são meus; vocês dois peguem os merdinhas que trouxeram as duas.
Lake finalmente notou os dois caras ao lado de Vincent. Quando eles começaram a arregaçar as mangas como Vincent, estavam com sorrisos em seus rostos. Nesse momento ela entendeu que um era assustador e lindo, enquanto o outro era grande e assustador.
Mais uma vez, as garotas se viram sendo puxadas em direções diferentes quando seus acompanhantes tentaram agarrá-las de volta. Isso está realmente começando a me emputecer!
— Cara, eu pensei que você nunca pediria — disse o lindo, agarrando o ombro de Vincent.
— Vocês podem me agradecer mais tarde por trazê-los aqui — o grandalhão zombou, o que o tornou de alguma forma mais assustador.
É, eu sabia que isso tudo ia dar ruim.
CAPITULO 3
um filme de terror estrelado por vincent, o assassino psicopata
LAKE NÃO PODIA ACREDITAR NO QUE ESTAVA ASSISTINDO DENTRO do círculo, ouvindo as pessoas gritando “Briga! Briga! Briga!” Ela se perguntou se não estava assistindo a um filme de ação bem diante de seus olhos.
Seu olhar alternava entre os três amigos batendo nos caras. Esses idiotas não têm a menor chance. O assustador bonitão estava apenas brincando com Michael, fingindo deixá-lo ganhar uma chance de ficar de pé. Assim que Michael chegou perto, ele rapidamente o atingiu no rosto. Isso aconteceu de novo, e de novo, e Michael continuou caindo nessa. Que imbecil.
Ela viu Tim praticamente se borrar todo enquanto olhava para o grandão e assustador. Ele tentou fugir, o que obviamente não ia funcionar. Uma vez que o grandão pegou Tim, logo o levantou do chão em um estrangulamento. Tim literalmente não tinha metade do seu tamanho.
Sobrou Vincent, que estava se certificando de que os caras que as apalparam na pista de dança pagassem pelo que fizeram. Sério. PAGASSEM, p-a-g-a-s-s-e-m. Quando os dois tentaram atacá-lo, ele se esquivou, e eles acabaram batendo um no outro. Lake tentou não estremecer quando o que agarrou sua bunda foi para cima de Vincent novamente, mas dessa vez o pegou desprevenido e deu uma joelhada nas bolas dele, derrubando-o.
Não demorou muito para Vincent se recuperar e agarrar a cabeça do cara e dar uma joelhada no rosto do garoto, fazendo-o cair de vez no chão.
Ele é louco?, ela pensou enquanto Vincent ria, caminhando em direção ao cara que tinha tateado Adalyn e estava implorando de joelhos.
Abaixando-se, Vincent agarrou sua camisa com força, puxando-o para cima.
— Seu merda — disse ele enquanto batia na cara do sujeito. — Filho da puta! — Outro soco.
O desafortunado caiu de cara no chão.
Lake esperava que tivesse acabado, mas é claro que não teve tanta sorte. Quando Vincent pisou na mão do cara, ela tentou desviar o olhar, mas não conseguia. Por favor, não faça isso...
— Nunca mais toque na minha irmã. — Vincent parecia mortal.
Ele vai fazer isso! Lake tentou desesperadamente fechar os olhos rápido o suficiente, mas antes que ela percebesse, o pé dele se ergueu e voltou ao chão. Os olhos dela finalmente se fecharam quando Lake ouviu o som dos ossos quebrando e o grito de dor.
Lake ouviu risadas, e quando abriu os olhos viu os três vencedores literalmente se divertindo com o que tinham feito. Enquanto olhava para os corpos ensanguentados no chão, ela mudou de ideia sobre o que acabara de testemunhar.
Isso foi quase um filme de terror estrelado por Vincent, o assassino psicopata.
Lake não esperava o que veio a seguir quando uma loira quase ruiva apareceu na multidão. Ela devia estar saindo com o bonitão, mas claramente não estava esperando por ele lá, e ela também não estava esperando quando uma garota em um vestido brilhante apareceu e o agarrou.
Lake viu duas outras garotas aparecerem em vestidos brilhantes praticamente combinando, agarrando Vincent e seu outro amigo. Eles estão saindo em casais. Ela não pôde deixar de estudar a garota loira enrolada na cintura de Vincent, dona de uma bunda e uns peitos enormes.
O completo e absoluto oposto de mim. Ela não sabia por que esse pensamento entrou em sua cabeça ou por que se importava, mas no fundo era verdade.
Não demorou muito para que a loira quase ruiva fosse embora, os caras a seguindo logo depois.
Lake ficou parada, em choque com os acontecimentos.
Virando a cabeça, encontrou os olhos de Adalyn.
— O que diabos aconteceu?
Adalyn olhou para o cara chorando a seus pés enquanto segurava a mão.
— Muita testosterona, foi o que aconteceu. Vamos. Precisamos sair daqui antes que a polícia apareça! — Adalyn gritou, e elas contornaram o sangue e a destruição.
Quando chegaram à porta grande e pesada e a abriram, os olhos de Lake se arregalaram, Vincent apareceu na frente das duas do nada.
— Por que diabos vocês estavam aqui?
Vai dar ruim de novo. Ela rapidamente começou a puxar o vestido para baixo, para cobrir mais as pernas, em seguida agarrou a parte de cima para ter certeza de que o decote estava escondido. Ela começou a corar quando os olhos do amigo grandão de Vincent a analisaram de cima a baixo.
Lake notou Adalyn se arrumando antes de sua boca grande se abrir.
— Por que diabos você acha?
O rosto de Vincent começou a se contorcer.
Vai dar muito ruim! Ela levantou a mão e confessou:
— Eu pedi que ela viesse dançar comigo. É minha culpa. A única maneira de entrarmos era trazendo aqueles caras. Mas não fizemos nada com eles. — Lake baixou os olhos para a calçada, sem conseguir encarar os olhos azuis.
Ela ouviu Vincent respirar fundo.
— Que bom. Ninguém aqui vai sair com nenhum garoto até se formar. Eu não me importo se faltam só alguns meses até lá. Eu não vou dedurar ninguém, mas é melhor eu não pegar vocês duas de novo em uma situação dessas.
Lake sentiu algum alívio e começou a assentir. Graças a Deus. Vendo o olhar desafiador de sua amiga, ela bateu em seu braço, fazendo-a concordar também, derrotada.
Ouvindo o tilintar de metal, ela observou Vincent entregar suas chaves.
— Vão para o carro. Vou levar as duas para casa.
Assim que Adalyn arrancou as chaves da mão de Vincent, as duas saíram correndo.
Lake não era burra; ela sabia quando diabos fugir. Especialmente de um cara louco desse jeito. Ela sabia que Vincent tinha um lado sombrio, levando em conta todos os anos que o encontrou quando ficava com Adalyn. Mas, puta merda, ele é um lunático!
— E vão queimar essas porras desses vestidos quando chegarmos em casa! — Vincent gritou enquanto os saltos das duas faziam barulho no asfalto.
Lake imaginou que ele diria isso, visto que Adalyn estava tentando desesperadamente puxar para baixo seu vestidinho roxo. Ela instintivamente tentou fazer o mesmo, embora não tenha conseguido por causa da rapidez com que estava correndo.
Ela ouviu a voz dele novamente, muito mais calma dessa vez.
— Na verdade, me deem os vestidos. Eu quero me livrar deles. Lake e Adalyn se entreolharam, confusas. É o quê? Por quê?
Elas foram capazes de localizar o carro de Vincent rapidamente, e Adalyn apertou o botão de destravar. Lake abriu a porta do banco traseiro, ao lado do motorista, enquanto Adalyn ia para o banco do passageiro na frente.
— Espera, eu não deveria sentar na frente, deveria? — sussurrou Adalyn.
— Ahn, não? — Lake exasperou baixinho para sua amiga enquanto entrava no carro.
Um segundo depois, ela estava no banco traseiro, grata por Adalyn ter seguido seu conselho.
Quando se sentiram seguras, Lake se sentiu à vontade para falar.
— Adalyn, fica só de boca fechada, a menos que seja para pedir desculpas. Nossos pais não podem descobrir sobre isso… Adalyn revirou os olhos.
— Eu sei, eu sei. Deus, não temos permissão para sair com ninguém. Mas fala sério: aquilo foi muito divertido!
Lake teve de admitir que ela não se divertia tanto há muito tempo. Ok, nunca tinha me divertido assim. Então Vincent apareceu do nada e arruinou tudo.
— Sim, até o seu irmão pancada das ideias... A porta do banco do motorista se abriu...