AOS ROMÂNTICOS INCURÁVEIS:
Algum dia vocês vão encontrar alguém que ame as partes de vocês que ninguém soube amar.
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SCOUT O QUE EU ACABEI DE FAZER?
Minhas mãos tremem.
Não fiz apenas com Easton, mas comigo também.
Eu fecho as mãos para esconder o tremor dos homens que estão na minha frente.
Com a promessa que fiz ao meu pai.
Calafrios me atingem no couro cabeludo. Puxam meu cabelo. Torcem meu coração. O estômago se agita e a bile sobe pela garganta. O relógio. Os ponteiros continuam se movendo. Minutos passam. Mas sinto como se o tempo tivesse parado quando digo essas palavras.
Easton não está cem por cento pronto para retornar e ser reintegrado à equipe. Ele não vai cumprir o prazo.
As expressões de choque. Os olhos arregalados. O movimento repentino da cadeira de Cory quando ele saiu da sala, os dedos no celular, me deixando com nada além de esperança de ter feito a coisa certa quando
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cada parte de mim se irritou contra isso. Disse que eu estava errada. Que interpretei mal o que vi.
Mesmo assim eu sabia o que tinha visto.
Então as perguntas começaram.
Cada minuto que passa faz com que mais dúvidas surjam para quebrar minha certeza.
As malditas perguntas intermináveis.
A lista de pessoas que estou decepcionando cresce a cada momento.
Ter de falar sobre Easton quando tudo que eu quero fazer é ir até ele. Vê-lo. Explicar tudo. Tocar nele para que eu possa acalmar sua raiva.
Ter de explicar por que falhei. Porque a equipe de Doc Dalton falhou.
Os ponteiros do relógio continuam a funcionar. Segundos se transformam em minutos. Minutos que eu quero pegar de volta. Minutos que não consigo recuperar.
Cory, de volta à sala agora, sussurra com o homem ao lado dele enquanto os outros ao redor da mesa me encaram.
Esperando.
Especulando.
Imaginando.
A porta se abre. O som dela batendo contra a parede ricocheteia pela sala, mas não tem nada a ver com o meu coração batendo contra minhas costelas.
Ele já sabe.
Por uma fração de segundos nossos olhos se encontram. Eu vejo a dor. A raiva. As perguntas.
E ele nem sabe que fui eu quem causou isso.
— Easton. — Seu nome é um apelo chocado pedindo perdão quando minha consciência culpada grita com ele que é minha culpa. Mas assim que nossos olhares se cruzam, ele balança a cabeça.
— Não faça isso. — É tudo o que ele diz, o aviso é tão claro quanto a repulsa em sua expressão.
Estou em estado de choque. Por tudo que aconteceu. De vê-lo. Por ter de enfrentar as consequências do que acabei de fazer. E antes que eu possa processar o que dizer a ele na frente desses homens, Easton fala.
— Uma troca? A porra de uma troca? — Sua voz reverbera no pequeno espaço e comanda a atenção dos homens sentados à mesa. Ele está parado
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lá, o equipamento de jogo ainda colocado, a expressão uma máscara de descrença. — Eu dei minha carreira a esta organização. Eu recusei contratos maiores e mais chamativos para ir para outras equipes, e é assim que você retribui minha lealdade? — Sua risada contém qualquer coisa, menos diversão. — Bem, vá se foder, Cory. Foda-se você e tudo que está tentando fazer aqui.
— Estou apenas tentando gerenciar uma equipe, sr. Wylder. — A voz de Cory é calma, com até mesmo uma sugestão de condescendência que arranha minha pele.
— Gerenciar uma equipe… ou arruinar uma equipe? — Easton dá um passo para mais perto, ombros retos, postura ameaçadora. Seu dedo bate na mesa a cada palavra que pronuncia: — Você acha que é assim que se trata os jogadores para que eles ganhem uma World Series e para que você possa ganhar seu pequeno bônus? Pense outra vez.
— Boa sorte com o seu futuro time. — Cory lhe dá uma dispensa com um aceno de cabeça. Easton ferve. Compreensível. Sua raiva é tão palpável, que sufoca a sala. Eu espero com sangue nas mãos e culpa em meu coração.
— Você é um filho da puta sem coração, sabia disso? — Easton o despreza enquanto suas mãos se fecham ao lado do corpo.
— Então você ficará feliz por não ter que trabalhar mais para mim. Tenha um bom dia, sr. Wylder.
Ninguém na sala se mexe enquanto os dois homens se encaram. Um, a imagem da arrogância e calma, e o outro, uma massa de fúria contida.
Vários segundos tensos se passam quando questiono se Easton vai liberar essa fúria em Cory. Quando estou convencida de que ele fará isso, Easton balança a cabeça bem lentamente enquanto encontra os olhos de todos os outros na sala, exceto os meus, antes de virar as costas e sair da sala.
Meu coração vai embora com ele.
Meus pés também querem sair desesperadamente. Eu luto contra a vontade de fazer apenas isso — me levantar, correr atrás dele, explicar tudo —, mas não posso. Eu tenho de ser profissional — aquela que é o rosto de uma empresa, e não uma mulher que teme ter acabado de ferrar com o homem que ama.
Ama?
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Ama.
Puta merda. Eu realmente o amo.
— Desculpe pela interrupção, sra. Dalton — diz Cory, me distraindo da minha revelação e puxando minha atenção de volta para o assunto em questão. Aos olhos deles, eu não cumpri meu contrato e, portanto, deixei de realizar o desejo final do meu pai.
Cory continua falando, mas eu não o ouço.
Eu vejo a dor nos olhos de Easton.
Eu ouço sua voz em meus ouvidos.
O. Que. Você. Faria. Scout?
A resposta, Easton?
Eu me sacrificaria para te salvar.
Eu apenas fiz isso.
Só espero que ele pense da mesma maneira.
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EASTON
AS NOTAS DE ABERTURA DO GUNS N’ ROSES ENCHEM O ESTÁDIO ACIMA DE MIM, E a introdução da música — música que sempre ouvi cada vez que entrava em campo durante minha carreira — é como sal na ferida.
Welcome to the jungle…
O que diabos está acontecendo?
Eu preciso dar o fora daqui.
Eu não consigo respirar.
Eu quero socar alguma coisa.
Eu não consigo pensar com a música me lembrando onde eu deveria estar bem agora — no campo — com a camisa do time que uso desde criança e que agora não usarei mais.
Ando pelos corredores vazios, desesperado para me livrar do que de repente parece uma prisão de concreto tentando me segurar e me tirar as coisas que amo.
— É verdade então.
Suas palavras me param no meio do caminho.
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— Você sabia?
A acusação enche minha voz, e eu não dou a mínima, porque cada parte de mim está implorando para ele dizer “não” e para eu acreditar nisso.
— Não.
Eu obtenho a resposta que queria. Fico olhando para ele, querendo acreditar.
Precisando saber que pela primeira vez eu sou mais importante do que o jogo para ele; ainda assim pergunto a ele novamente.
— Não?
— Você não acredita em mim? — O tom de sua voz aumenta.
— Sim. Não. Porra. — Eu ando alguns metros para longe dele, levanto o boné para passar a mão pelo cabelo e expiro pelo que parece ser a primeira vez na última hora. Eu me viro para encará-lo, mãos estendidas, olhos suplicantes. — Que porra é essa, pai?
É uma pergunta vaga, para indagar como isso aconteceu. Eu sei, e ainda assim quero que ele responda, porque estou perdido e porque nem comecei a processar minha nova realidade ainda.
O hino nacional começa a tocar, e pela primeira vez na minha vida como um jogador, não tiro o boné nem coloco a mão sobre o coração. Eu simplesmente não tenho forças para fazer isso.
— Qual time? — Sua voz soa tão solene quanto a minha.
— Nenhuma pista. Finn está a caminho para obter respostas. — Eu rio, mas parece uma risada vazia.
— Por que Finn não estava lá? — Seus olhos se estreitam, combinando com a confusão em sua voz.
— Sei tanto quanto você. — Caminho por alguns metros e depois viro de volta para encará-lo. — Eles me negociaram, mas não temos pista para qual equipe ainda… Então, o que isso te diz?
Sua sobrancelha franze, e ele continua a me observar, a mente percorrendo o mesmo lamaçal que o meu em um loop infinito.
— Que Cory não esperava iniciar uma negociação.
— Bingo! — grito, batendo as mãos. — Então que porra está acontecendo, pai?
— Vai ficar tudo bem, Easton. — Sua voz parece menos convincente.
Eu olho para ele com muito a dizer, mas com a cabeça bastante confusa. Não consigo encontrar palavras para me expressar.
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A multidão ruge acima de nós, e o grito ecoa até o buraco infernal onde estou atualmente. A parede parece muito tentadora para se socar. Mesmo sendo feita de blocos de concreto.
Eu caminho para frente e para trás enquanto a trilha sonora da minha vida toca no estádio ao meu redor. Um lugar ao qual não pertenço mais.
Eu preciso dar o fora daqui antes de fazer algo do qual vou me arrepender. Foda-se isso tudo.
— Estou caindo fora.
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SCOUT “
PRECISAMOS DE TEMPO PARA CONSIDERAR EM QUE PONTO SEU CONTRATO SE ENCAIXA no esquema após esta reviravolta inesperada. Vamos nos reunir amanhã de manhã às oito, depois de eu ter conferido tudo com meus colegas.”
Estou entorpecida.
Isso é tudo que eu senti durante a inquisição de uma hora de Cory sobre o motivo de Easton não estar cem por cento. Mentiras. Minhas respostas foram todas mentirosas, mas foram as únicas coisas que pude dizer para apoiar minhas descobertas.
Vazio total.
Estou vomitando no banheiro. Os nervos finalmente me venceram. Luto para manter o almoço que compartilhei com Easton mais cedo em vez de simplesmente jogar tudo para fora.
Absolutamente cansada.
Corro pelo labirinto de corredores do estádio.
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Em algum lugar acima da massa de concreto, um jogo acontece. Menininhos com seus pais. Famílias em passeio. Primeiros encontros. Momentos felizes.
O jogo em que ele deveria fazer seu retorno.
Só consigo pensar em Easton.
Chegar perto dele.
Falar com ele.
Preciso de sua aprovação, preciso que ele me diga que fiz a coisa certa.
Eu aperto na rediscagem novamente. Seu nome pisca na tela, mas é a caixa-postal que atende. Não ele.
Eu pensei que iria virar nossas vidas de cabeça para baixo hoje, mas de uma forma totalmente diferente. Ele viajaria com a equipe por todo o estado.
Eu estaria aqui, reabilitando os caras machucados. A rotina diária a que nos acostumamos se tornaria definitiva. Nós teríamos que descobrir uma nova forma de fazer tudo dar certo, mas pelo menos estaríamos no mesmo lugar, trabalhando para a mesma equipe.
Nem em um milhão de anos imaginei que estaríamos fazendo isso em diferentes cidades.
Eu me surpreendo com a luz do sol quando saio dos túneis para o estacionamento exclusivo para jogadores e funcionários. Estou tão exausta, tão desorientada emocionalmente, que para mim já é meia-noite. Assim que chego ao meu carro, meu telefone toca. Desesperada para falar com ele, respondo sem olhar.
— Easton! — Seu nome é uma lufada de ar.
— O que diabos aconteceu lá, Scout?
Ele sabe.
— Pai. — Cada parte de mim desmorona em derrota. Enquanto meu pai é a única pessoa com quem eu deveria estar mais preocupada, tenho ligado furiosamente para Easton em vez de ligar para ele para explicar o que aconteceu.
— Estou ouvindo rumores. O que diabos aconteceu lá?
Meus pés e palavras vacilam sabendo o que tenho de dizer a ele, mas nem eu tenho certeza do que contar. Parece surreal para mim.
— É uma longa história… — Começo a subir no carro e continuo contando a ele a versão resumida, sabendo quão ridículo isso soa até para os meus próprios ouvidos.
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Quando termino, a linha cai em um silêncio opressor que pesa tanto em mim quanto o calor de Austin batendo no para-brisa do carro.
— Estou desapontado. — Seu tom de barítono profundo ressoa pela linha, seguido pelo frágil chiado de sua respiração.
Força cobrindo a fraqueza devastadora por baixo. Mais ou menos como eu me sinto.
— Eu fiz o que achei certo. — Minha voz é quase um sussurro quando falo, e lágrimas ameaçam cair depois de ouvir essas duas palavras que toda criança odeia que seus pais digam: Estou desapontado.
— O certo? — ele pergunta. — Certo para você ou certo para Easton?
— Pai…
— As pessoas, principalmente os homens, vêm e vão em sua vida, mas a família sempre estará por perto. Você precisa cuidar do que é seu primeiro. Sempre.
O ardor de suas palavras é brutal, e agora eu o odeio por ter dito isso. Eu o odeio por me fazer questionar minha escolha. Questionar minha lealdade aos dois homens da minha vida.
Meu estômago embrulha, mas não digo uma palavra.
— Mentir é uma das maneiras mais rápidas de arruinar um relacionamento — diz ele, e não tem ideia do quanto essas palavras apertam meu coração, porque temo ter arruinado dois relacionamentos: com Easton e com os Ace.
— Não foi o…
— Eu te pedi uma coisa, Scout. Não me ligue de volta até que você possa me dizer que conseguiu.
— O quê? — eu grito quando o pânico se instala. — Espere! Não desligue. Como? Quer dizer, o quê…?
— Você vai voltar lá amanhã e conseguir a droga do contrato. Você tem que lutar pelo que é nosso, e não os deixe pressioná-la — ele diz com convicção antes de ser vencido por um violento acesso de tosse.
— Você está be…?
— Você misturou negócios com prazer, Scout. Você arriscou o contrato ao permitir que suas emoções a atrapalhassem. Corrija isso e consiga o contrato de um ano. Não me ligue até que o tenha assinado.
A linha fica muda, e eu fico sentada no meu carro com o telefone preso à orelha, lágrimas escorrendo pelo rosto e dúvidas enchendo minha alma.
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Não tenho ideia de como processar as últimas duas horas.
Eu realmente acabei de arriscar cumprir o último desejo do meu pai ao colocar Easton antes dele?
— O que eu fiz? — sussurro enquanto aperto os olhos fechados; deixo a cabeça cair para trás, no encosto do banco, para tentar deixar tudo assentar.
É inútil. A expressão no rosto de Easton quando invadiu a sala de conferências e o eco das palavras do meu pai estão gravados na mente.
E se os rumores já estão circulando, preciso chegar a Easton e explicar a ele o que fiz e o motivo antes que a informação errada seja jogada em seu colo. A adrenalina do momento acabou. O medo toma seu lugar, medo de ter estragado tudo absolutamente e de ninguém me perdoar.
Mantenha-se firme, Scout.
Uma batida na janela do motorista me assusta para caralho.
Eu levanto a cabeça e olho para o homem parado ali — camisa branca imaculada e gravata, boca em linha reta, olhos castanhos sérios que exigem respostas —, curvado e me gesticulando para abaixar a janela.
— Quem é você? — grito através do vidro enquanto, sem muito entusiasmo, tento limpar as lágrimas do meu rosto.
— Abra a droga da janela. É melhor você começar a explicar que inferno aconteceu lá — diz ele com os dentes cerrados.
— Perdão? — De jeito nenhum vou abrir a janela para alguém assim.
Ele se afasta da janela, com as mãos para cima, como se acabasse de perceber o quão ameaçador parece, e as enfia nos bolsos.
— O segurança está bem ali — diz ele levantando o queixo para Arnie nos observando da cabine de guarda. Eu olho para ter certeza de que ele está lá e depois de volta para o homem exigindo respostas. Lentamente abro a porta do meu carro, porque eu sei que tem a ver com Easton.
Parece que tudo que acontece hoje em dia tem a ver com ele.
Os cabelos da minha nuca se arrepiam — a guarda erguida, um portão de aço para o desconhecido — quando saio do carro para conversar com ele. Minhas sinapses falham enquanto tento conectar os pensamentos e me localizar.
— Você não é uma Dalton. — Ele balança a cabeça. — Você disse a Easton que ele estava bem, e então eu recebo uma ligação informando que ele foi negociado? Você está brincando comigo, porra? Doc sempre protegeu
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seus jogadores a qualquer custo. É óbvio que você não fez isso. Que tipo de jogada está arquitetando?
O “vai se foder” que está na ponta da língua afunda na boca e morre com o soco em forma de palavras que recebo.
— Finn? — O agente de Easton me encara e balança a cabeça. — Por que você não estava lá?
É uma pergunta simples, mas o homem que eu desejei que estivesse comigo há uma hora para me ajudar a entender aqueles papéis está agora na minha frente. Eu não confiava nele. Ele deveria ter estado lá. Ele nunca deveria ter permitido que Easton assinasse o que vi. Um bom agente protege seu cliente por qualquer meio necessário.
— Esta é uma boa pergunta.
Eu dou um passo para trás.
— E o que isso significa?
Ele não me respondeu.
— Por que você não me conta o que aconteceu lá, Scout?
Ele fazia parte disso?
— Havia papéis… — eu começo, mas paro. Minha pulsação bate nos ouvidos.
Ele sabia?
— Quais papéis? — ele insiste.
A paranoia assume o controle. Lágrimas queimam no fundo dos meus olhos enquanto questiono minha própria sanidade. Por que não confio na única pessoa que deveria ser capaz quando se trata de Easton?
Mas ele não estava lá.
— Eu preciso falar com Easton. — É a única coisa que me resta dizer.
Eu fico olhando para ele por um momento — mais tempo perdido que precisa ser gasto tentando encontrar Easton.
— Não tenho tempo para isso agora. Eu preciso de respostas. Eu sou o agente dele, Scout. Você pode confiar em mim.
Eu penso nos papéis. A assinatura rabiscada que concordava com tais termos ridículos. Qualquer agente que diga ao seu cliente para assinar algo assim não deve ser confiável.
— Confiar em você? — Eu rio com um aceno de cabeça.
Ele me encara, os punhos cerrados e os músculos pulsando na mandíbula.
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— O que aconteceu naquela sala, Dalton? — ele exige e dá um passo para mais perto, a frustração é evidente, e a postura, ameaçadora.
— Se você estivesse lá, já saberia, e então talvez nós não estivéssemos nesta posição, não é? — digo antes de virar e entrar no meu carro. Minhas mãos tremem tão violentamente, que estou feliz por ter o volante para segurar.
Ele ainda está olhando para mim enquanto eu saio do estacionamento e rumo para o apartamento de Easton. Atravesso o estacionamento do estádio cheio de torcedores terminando suas bebidas antes de entrar para assistir ao jogo depois de vários innings.
As lágrimas molham meu rosto enquanto dirijo. Eu não tenho nada mais do que a esperança de que poderei consertar isso com Easton, mas a dúvida que sinto é tão devastadora quanto a expressão que estava em seu rosto. Isso toma conta da minha alma.
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