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Troca de
mensagens UM NÚMERO ERRADO. O CARA CERTO.
TEAGAN HUNTER TRADUÇÃO CLARA TAVEIRA
1ª EDIÇÃO – 2022 RIO DE JANEIRO
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Direção Editorial BEATRIZ SOARES
COPYRIGHT © 2017. LET’S GET TEXTUAL BY TEAGAN HUNTER. COPYRIGHT © 2022. ALLBOOK EDITORA.
Tradução CLARA TAVEIRA Preparação e Revisão RAPHAEL PELOSI PELLEGRINI e ALLBOOK EDITORA Imagens de capa ANDREAS GRADIN FROM STOCKSY.COM Adaptação de Capa e Diagramação CRISTIANE | SAAVEDRA EDIÇÕES
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610 de 19/02/1998. Nenhuma parte deste livro, sem autorização prévia por escrito da editora, poderá ser reproduzida ou transmitida sejam quais forem os meios empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação ou quaisquer outros. Os direitos morais do autor foram declarados.
Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (Decreto Legislativo nº 54, de 1995)
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ Camila Donis Hartmann – Bibliotecária – CRB-7/6472 B886j Bromberg, K. A jogada / K. Bromberg ; tradução Ana Carolina Consolini. - 1. ed. – Rio de Janeiro: AllBook, 2022. 268 p.; 16 x 23 cm. (The player duet ; 2)
FICHA CATALOGRÁFICA
Tradução de: The catch Sequência de: O jogador ISBN: 978-65-86624-73-1
1. Ficção americana. I. Consolini, Ana Carolina. II. Título. III. Série. 22-75567
CDD 813 CDU: 82-3(73)
2022 PRODUZIDO NO BRASIL. CONTATO@ALLBOOKEDITORA.COM
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Christine, você não imagina, mas eu…
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Capítulo
01
Desconhecido: o encontro de amanhã está confirmado?
Eu fico olhando para a mensagem no celular, as sobrancelhas franzidas em confusão, afinal não sei de quem é esse número. Até que cai a ficha: Liam deve ter mudado de número… de novo. E deve ter esquecido de me avisar… de novo. É tão legal ter um irmão. Eu: Arram. Que horas? Desconhecido: Duas da tarde Eu: Te vejo lá.
Jogo o telefone no travesseiro ao lado e penso em nossa conversa na quarta-feira. Eu jurava que ele tinha dito duas e meia porque ia estar do outro lado da cidade e não tinha como chegar às duas, mas talvez ele tenha mudado de ideia. De qualquer forma, eu vou. Adoro os almoços quinzenais com meu irmão. — Baby, terminou? Uma resposta abafada e hostil vem da porta do banheiro. Quero retrucar, dizer algo igualmente hostil, mas não adianta. — Tanto faz — eu murmuro, rolando até meu lado na cama e estendendo a mão para desligar o abajur. Eu enrolo na cama observando os minutos passarem no relógio na mesa de cabeceira. Dez minutos depois, Caleb sai do banheiro silenciosamente e se senta na beira do colchão. Ele fica parado por mais uns dois minutos, apertando as mãos, antes de deslizar para a cama e se deitar ao meu lado. 6
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Ele não diz nada. Tampouco eu. Estamos naquele ponto do relacionamento — sabe como é, aquele em que é mais complicado estarmos juntos do que separados. Para ser honesta, nós apenas dividimos o mesmo espaço há cerca de um mês. Caleb só usa frases curtas, e eu também não tenho sido muito simpática. Não temos relações íntimas há semanas. Nada em nosso relacionamento se parece com estar em um relacionamento. Estamos apenas esperando o momento em que nós dois chegaremos ao limite e não aguentaremos nem mais um segundo juntos. Eu não aguento nem mais um segundo. — Caleb? — Quê? — Sua resposta sai curta, como se não estivesse a fim de conversar antes mesmo que eu possa dizer qualquer coisa. Outro sinal de que estou prestes a fazer a pergunta certa. — O que está acontecendo aqui? Ele suspira, e o imagino passando a mão no rosto. — Não tenho mais certeza, Delia. — A gente… — Lambo os lábios ressecados e solto um suspiro, preocupada. — A gente devia terminar? Caleb rola na minha direção. Por instinto, estendo a mão para afastar a mecha de cabelo loiro que cai sobre seus olhos. Ele agarra a minha mão, interrompendo meu movimento, e eu vejo seu olhar. Seus olhos, de um tom escuro de azul, estão tristes, como se soubesse que isso ia acontecer. Eu já sei o que ele vai dizer. — Eu acho que sim. Caleb me abraça enquanto as lágrimas começam a cair. Estou triste, e embora não devesse, fico surpresa. Estamos juntos há seis meses — um tempo e tanto quando se trata de namoros na faculdade — e, bem, estou acostumada com ele… Acostumada com seu toque, seu cheiro, seu sorriso. Vou sentir falta, mas sei que Caleb tem razão. Precisamos terminar antes de começarmos a nos odiar, que é exatamente o que está prestes a acontecer. Começamos a brigar por qualquer motivo, esperando e implorando para que o outro desistisse. Estávamos muito acomodados e com muito medo de dar o nome preciso ao que está acontecendo: término. Até agora. — Eu poderia ter te amado, sabe? — Sua voz falha, e eu me afasto e descubro que seus olhos estão brilhando com lágrimas. — Se estivéssemos Troca de mensagens
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em momentos diferentes da vida, se não tivesse toda essa merda esperando pela gente depois da formatura, poderíamos ter dado certo juntos, Delia. — Poderíamos mesmo. Caleb suspira. — Eu sinto muito. — Eu também. — Você… — Caleb engole em seco. — Você quer que eu vá embora? — Você poderia ficar essa noite? Você pode me abraçar uma última vez? Seu sorriso doce me lembra do dia em que o conheci na cafeteria do campus. Com sua mochila no ombro, o cabelo despenteado e uma camisa social amassada e com os primeiros botões desabotoados, ele me deu o mesmo sorriso de agora e perguntou se podia dividir a mesa comigo. Eu olhei de relance o entorno da cafeteria, certa de que devia ser uma piada. Eu não era ninguém. Todo mundo sabia que Calebe era alguém. — Por quê? — Perdão? — ele perguntou, surpreso pelo meu questionamento. — Por que você quer sentar aqui? — Ahn, minha mochila tá bem pesada. — Ele levantou a mochila para mostrar. — E não há outro lugar para sentar. Todo mundo está estudando para as provas finais, e eu gostaria de estudar também… Se você fizer a gentileza de me deixar sentar com você. Eu olhei ao redor, notando que ele tinha razão em sua descrição do ambiente: estava lotado de estudantes de cabeças inclinadas e narizes enfiados em livros. Com relutância, cedi. — Tudo bem — eu disse com um suspiro. — Você pode sentar comigo… com duas condições. — Diga lá, moça bonita. — Corrigindo: três condições. Não me chame de moça bonita. Não converse comigo… — Caleb balançou a cabeça como se soubesse o que eu diria a seguir: — E não me chame para sair com você. Ele sorriu, e foi um daqueles sorrisos que te paralisam no ato. — Você já presumiu que isso ia acontecer? Balancei a mão em um gesto de desdém e respondi: 8
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— Com esse meu jeito reluzente de ser, é óbvio. Agora sente-se e fique quieto, pessoa misteriosa. — Caleb. Direcionei a ele um olhar fixo. — Sem conversas. E eu sei quem você é, Caleb Mills. Você joga beisebol. — Seus olhos brilharam, então acrescentei: — E eu odeio beisebol. Caleb riu, se sentou e não disse mais uma palavra pelo restante da tarde. Nossos encontros de estudo “acidentais” aconteceram por uma semana, até que ele me chamou para sair. Eu aceitei, e estamos juntos desde então. Até agora. Eu gostaria, com todas as minhas forças, de poder dizer que Caleb é o cara certo para mim, mas ele não é. Eu já sabia disso há muito tempo, mas estava com bastante medo de fazer qualquer coisa a respeito. Ele é um cara ótimo — inteligente, gentil, focado — e, acima de tudo, sei que se importa comigo. Eu sei que Caleb me ama, mas não do jeito que nós dois precisamos que ele me ame. Também não o amo dessa maneira. Nós dois sabemos disso. Somos melhores como amigos, como Caleb Mills e Delia Devlin, não como Caleb e Delia, o “casal mais fofo do campus”, como fomos eleitos pela rede de fofocas da universidade na primavera passada. — Promete que ainda vai ser minha amiga, Delia? Eu sorrio para ele. — Eu nem imagino como poderia ser de outra forma, Caleb.
😍
Liam: Vou precisar remarcar nossa reunião para sema-
na que vem.
Reunião? Remarcar? Por que meu irmão parece um grande empresário, e não o professor de ensino fundamental que ele de fato é? Ignorando seu jeito estranho, mando uma resposta rápida. Eu: Por mim, tudo bem. Depois me avisa quando for me-
lhor para você. Liam: Entrarei em contato.
É oficial: ele está esquisito. Um arrastar de pés desvia minha atenção da resposta que havia começado a digitar. Eu apago a tela do celular e olho para cima, vendo Caleb Troca de mensagens
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vindo do corredor, a mochila, que ele trouxe para passar a noite, nos ombros e uma caixa nos braços. Dou a ele um sorriso triste, e Caleb o retribui. — Eu acho que era só isso. — Caleb, eu… — Deixa disso, Delia. Não precisa dizer nada. É mútuo, certo? Funcionamos melhor como amigos. Nós forçamos um romance que não existia, e essa decisão é a melhor que poderíamos ter tomado. Estamos de acordo, lembra? Então nada de desculpas. Vamos tomar um café e depois você pode me dar um abraço e me acompanhar até a porta. Combinado? Limpo a lágrima que rola pela minha bochecha e sorrio vendo o homem doce que Caleb pode ser. Vou sentir falta desse seu lado. — Combinado. Ele coloca a caixa no chão perto da porta e entra na cozinha como se não estivéssemos terminando nesse exato momento. — Então, como vai a vida? — Caleb provoca enquanto coloca sua caneca no balcão e se senta ao meu lado. — Com uma esperteza dessas, como eu poderia te deixar ir embora? Ele toma um gole do café e sorri para mim por cima da borda da caneca. — Eu sei, sou um partidão. — Você é incrível, Caleb. — Vou sentir saudades. Eu sorrio. — Eu sei. Ficamos sentados em silêncio. Pode parecer estranho ou triste, mas é confortável, como se fôssemos velhos amigos. Depois de tomarmos mais uma caneca de café, Caleb se levanta com firmeza. — Eu acho que é isso. — Eu acho que é. Vou só pegar meu casaco. Eu te levo lá fora. Ele balança a mão. — Não, não há necessidade de você descer comigo. — Caleb… — Delia, presta atenção. Deixa eu preservar meu orgulho, ok? Não quero fazer a caminhada constrangedora com a minha ex. 10
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Eu seguro meu peito, as lágrimas começando a aparecer nos olhos novamente. — Essa palavra soa tão dura. — Constrangedora? — Não, ex. Doeu. — É o que somos. — Eu sei, Caleb. Eu sei. Ele abre os braços, e eu sorrio, me aconchegando neles. Caleb me envolve no abraço mais triste da minha vida. Eu sei que será o último que vamos trocar com toda essa intimidade. — Vê se não some, ok? — Não vou sumir. Ele beija o topo da minha cabeça e depois me solta. Eu enxugo a lágrima que escorre pela bochecha enquanto Caleb pega a mochila e a caixa com as suas coisas. Eu seguro a porta para ele e vejo com tristeza quando pisa na soleira. — Dá um sorriso, moça bonita — diz ele, voltando-se para mim. — Não acabou. É só o início de uma nova aventura. Eu abro o sorriso que Caleb espera antes que ele vire as costas para mim, me deixando parada na porta olhando para o garoto que eu poderia ter amado. Fecho a porta e balanço a cabeça. — Não é o fim, Delia. — Você está falando sozinha de novo? Tá muito cedo para essas merdas. — Zoe, minha colega de quarto e melhor amiga, se arrasta pelo corredor, o cabelo cor de caramelo encaracolado e bagunçado, os olhos castanhos inchados de sono. — Eu preciso de café o mais rápido possível. — Acabei de passar um fresco — digo a ela, apontando para a bebida mal tocada. — O que não é o fim, Delia? — Ahn? Ela serve café e despeja creme suficiente para um grupo grande de pessoas. Eu faço uma careta enquanto ela sopra o líquido quente. — Nem começa. Você sabe que eu gosto que meu café tenha a mesma cor da minha pele, então fecha a boca. — Eu torço mais o nariz, mas Zoe Troca de mensagens
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me ignora, tomando um gole de sua bebida matinal. — O que você estava falando? O que não é o fim? — Ah. — Eu passo a mão pelo cabelo, colocando os longos fios castanhos atrás da orelha. — Caleb e eu terminamos hoje de manhã. — Zoe arfa, derramando café quente na mão. — Bem, tecnicamente foi na noite passada. — Noite passada? Terminaram? Como assim, Delia? Por que você não me acordou? Eu poderia te dar uma força. Desde o nosso primeiro dia no primeiro período, Zoe tem sido meu porto seguro. Nós nos conhecemos nas palestras de orientação aos calouros e nos tornamos inseparáveis desde então. Depois de passar os últimos três anos em dormitórios, morando em casas diferentes, finalmente conseguimos um apartamento fora do campus este ano. Se pensávamos que éramos próximas antes, aquilo não era nada comparado a como somos agora. — Você estava dormindo. Caleb e eu conversamos e estamos bem agora. — Bem, tipo, resolveram as merdas todas e depois fizeram as pazes? — Não. Bem, tipo, somos amigos. Foi a decisão certa a se tomar. Ela se joga no balcão, de olhos arregalados e boca aberta. — Eu… eu não consigo acreditar. Você e Caleb, hein? Isso é… uau. — Ela bufa, soprando uma mecha de cabelo da frente do rosto. — Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Achei que vocês ficariam juntos um tempão. Ele era um cara tão legal. Eu balanço a cabeça, me sentando ao seu lado. — Ele é, Zoe. Ele continua sendo um cara legal. Foi uma decisão mútua. — Então a gente não o odeia agora? Eu sorrio com tristeza. — Não, nós não o odiamos. — Que bom, porque ele tem uma bundinha e tanto. — Ela bate no meu ombro, e eu rio. Quando percebo que não dói tanto, sei que vou ficar bem.
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Capítulo
02
Liam: Quem é? Eu: Ahn, Delia… Liam: Quem? Eu: Sua irmã? Liam: Eu não tenho uma irmã. É algum tipo de brincadeira? Eu: Liam? Como não? Você tá brincando? Liam: Quem é Liam?
O celular acende na minha mão, mostrando uma ligação, e eu paro no meio do caminho. A tela diz Liam, mas não acredito que seja verdade. Eu rapidamente caminho em direção a um banco, e como a curiosidade me toma, aperto o botão aceitar. — A-alô? — Quem fala? — A voz parece mal-humorada e desconhecida aos meus ouvidos. Eu olho ao redor, pelo campus, vendo se encontro alguém que possa estar brincando comigo escondido atrás de uma árvore. Nada parece fora do comum. — É a Delia — eu respondo. Meus olhos se estreitam pela suspeita, e embora o interlocutor não possa me ver (espero que não possa), sei que meu tom deixa nítido o desconforto. — Delia? — Uma centelha percorre minha coluna pela forma como o estranho diz meu nome. — Que droga de nome é esse? Tá, esquece o arrepio. Que se dane esse babaca. Troca de mensagens
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— O nome que me deram quando nasci. Agora com quem diabos estou falando? — Acho que é engano. — Não me diga, Sherlock. Isso não respondeu a minha pergunta. O homem do outro lado da linha solta uma risada. — Você tem uma boca suja, hein? — Pelo visto. Mas… — Eu ainda não respondi sua pergunta. Sim, eu ouvi. Eu sou Zach, e você não é o senhor Warner, não é? — Eu pareço um senhor Warner por acaso? Ele ri de novo, e eu sinto a risada por todo o meu corpo. Odeio sentir isso. — Não. Você soa muito mais bonitinha do que ele. — Então você acha que o senhor Warner é, de alguma forma, um pouco bonitinho? — Ah, tem senso de humor também. Sei lidar com isso. Algo me ocorre: ele está flertando comigo, e eu meio que estou gostando. Já faz uma semana desde que Caleb e eu terminamos, e gostaria de dizer que não, mas o término me afetou mais do que eu esperava. Fomos educados um com o outro na aula que fazemos juntos, e até mesmo fomos além, nos encontrando depois e tomando um café, mas as coisas mudaram. A dinâmica das amizades com outras pessoas já mudou. Não sou mais a namorada da estrela terceira-base Caleb Mills. Sou apenas Delia, estudante de jornalismo e uma garota normal, e estou normalmente bem com isso. — Como você conseguiu esse número? — Meu colega de quarto. Trabalhamos juntos, ele é meio que meu assistente, atende minhas ligações e tudo mais. Ele deixou seu número anotado, dizendo que foi um cliente que ligou da central. — Zach suspira e parece bem irritado. — Eu estava saindo de casa quando mandei a mensagem. Devo ter digitado errado. — Você se comunica com os clientes por mensagens? Zach parece se divertir, e eu percebo que estou no telefone com um estranho e que há um sorriso estampado no meu rosto. Eu não deveria ainda estar no telefone, e não deveria sorrir, mas que mal há em uma conversa amigável, não é mesmo? — Você está me julgando, Delia? 14
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— Eu nunca faria isso. — Este erro pode me custar um cliente. — Não é culpa minha. — Eu não disse que era, só fiz uma afirmação. — Não é bem verdade. Eu posso praticamente ouvi-lo revirar os olhos. — Foi uma observação, tanto faz, mas eu não disse que foi sua culpa. — Soou como se você estivesse me culpando — retruco. — Jamais — ele promete. — Eu agora preciso descobrir como entrar em contato com meu cliente. — É uma boa ideia. Por que você teve que remarcar seu compromisso? — Estamos ficando íntimos agora, Delia? — Isso é uma pergunta íntima? — Depende da minha resposta, não é? — Acredito que sim. — Precisaram de mim. Tive que consolar o cara que divide apartamento comigo. Rolou um encontro de Tinder que partiu seu coração, essas coisas. — Eu ouço o que soa como uma porta de geladeira sendo aberta ao fundo, e em seguida o barulho suave de uma garrafa sendo destampada. — E você achou que eu era seu irmão, certo? Ele está chateado que você deu bolo nele? — Geralmente confirmamos antes do dia em que vamos almoçar, mas ele já tinha ligado para remarcar. Achei estranho que falasse disso novamente, mas não pensei muito no assunto. Ele é um cara esquisito, então não é muito incomum esse tipo de comportamento. — E como ele te ligou se você pensou que este era o número dele? — Ele usou o telefone fixo. — Ainda existe isso? — pergunta com surpresa na voz. — Aparentemente sim. — Hmm… — Eu o escuto tomar um gole de seja lá o que esteja bebendo. — Que coincidência, hein? — A maior possível — concordo. — Então eu sou o único encrencado aqui. — Parece que sim. — Que falta de sorte. — Para você. — Olha só a insolência de volta, Delia. Troca de mensagens
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— Olha ela aí — digo em um tom sem emoção. Ficamos em silêncio, e eu tento saber se Zach ainda está na linha. — Bem, foi divertido — ele diz após vários segundos de silêncio. Odeio admitir, mas estou triste que essa ligação vai acabar. Pela primeira vez em uma semana me sinto normal, e não a ex-namorada do Caleb a quem todos dão sorrisos tristes. Eles não sabem que foi mútuo? Não sabem que eu queria terminar e que não preciso da pena deles? Não sabem que estou bem? Claro, sinto falta do Caleb. Ele era um namorado incrível, o cara perfeito, na verdade, mas não era o meu cara perfeito, e nós dois estamos tranquilos com isso. — Eu sinto muito pelo seu compromisso, Zach. — Sinto muito por… bem, nada, Delia. Foi um prazer falar com você. — Igualmente. Ficamos em silêncio segundos até que ele finalmente encerra a chamada. Sentada no banco, vejo a agitação dos alunos correndo de uma aula para a outra. O que diabos foi isso? Como é que aconteceu? E por que raios ele me ligou? Zach é corajoso, porque eu jamais iniciaria uma conversa assim com um desconhecido. Mas talvez isso seja parte do meu problema. Eu me deixei cair nesses padrões de comportamento, e quando fico entediada, não faço nada para resolver a questão. Droga, eu fiz o mesmo com Caleb. Eu me acomodei com ele, Caleb parou de balançar minhas estruturas, mas eu permiti que continuássemos mesmo sabendo que seria melhor ficar só na amizade do que qualquer outra coisa. — Ei, você vai para a aula 103? Falando nele… Eu protejo os olhos do sol e olho para ele. — Assim que eu conseguir me convencer a sair desse banco. — Fugindo das provas? — Há alguma diversão nelas? — Esse é um excelente ponto. — Ele estende a mão e me faz levantar. — Então o que aconteceu para você estar sorrindo desse jeito? Não posso evitar — meu sorriso fica mais largo, e o rosto esquenta. — Ah! Acho que a pergunta certa é por quem você está sorrindo. Caleb deve se sentir estranho; a pergunta deveria soar errada vindo dele, mas não soa. Ele já se sente como um amigo antigo. Não temos os temidos climões de ex. 16
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— Sabe, não sei de quem ele era, mas não era ruim de papo. Caleb me dá um olhar engraçado, mas faço um gesto vago, esperando que deixe o assunto de lado. Então agarro seu braço, o puxando comigo. — Vamos ou a gente vai se atrasar. Eu te conto mais tarde.
😍
Zach: Por que quando eu peço uma pizza grande para o
almoço recebo sempre um olhar daqueles do entregador? Eu: Espere, espere, espere… Você trabalha em casa? Zach: Sim, mas não é essa a questão. Vamos nos concentrar no entregador de pizza e seus olhares atrevidos. Eu: Bom, eu imagino que você tenha atendido a porta de pijama, com cabelo despenteado, então você deve ter parecido todo triste e deprimido… ou só doente. Ou esquisitão. Ou bizarro. Sim, quer saber, você realmente parece meio bizarro. Zach: Eu poderia me ofender, mas você provavelmente está certa. Eu: Provavelmente? Zach: Essa é uma história que vou guardar pra mim. Eu: Eu acho que sua versão da história está um pouco distorcida. Zach: DISTORCIDA É VOCÊ. Zach: Meu Deus. Isso foi horrível. Esqueça que enviei. Eu: *captura de tela* Zach: Você é má. Sabia que havia pelo menos alguma característica interessante em você. Eu: E quanto à minha esperteza? Zach: Você está certa — tem uma característica e meia. Eu: Melhor do que nada.
— … e o prazo é terça. A gente se encontra lá. O zumbido dos alunos guardando seus laptops e cadernos me tira do estupor. Merda. Perdi toda a última parte da aula. — Caleb, o que a gente tem de fazer mesmo? — Ele te levou pra outro planeta, hein? Troca de mensagens
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— Quem? Ele apronta para o telefone obstinadamente preso entre meus dedos. — Quem quer que tenha sido responsável por você sorrir nos últimos dez minutos de aula. — Falar sobre isso é constrangedor para você? — pergunto enquanto o acompanho, descendo as escadas e indo para o corredor. — Nah. — Ele levanta um ombro. — Não estamos mais juntos. Se você está feliz, eu estou feliz por você, D. — Não estou saindo com ele, se é isso que está pensando. — Eu não estava, mas é bom saber. — Mas… Ele sorri quando eu fico em silêncio. — Conta logo, mulher. — Mas! — eu digo em voz alta. — Seria estranho se eu estivesse saindo com alguém? — Eu já te disse, Delia, estou feliz se você estiver feliz. Eu paro de caminhar, e leva um momento para Caleb perceber que não estou ao seu lado. — D? — Você é uma porra de um unicórnio, Caleb. — Ceeerto… — ele prolonga a palavra, as sobrancelhas erguidas. — Você é meu ex-namorado, meu ex-namorado recente. Como pode ser tão tranquilo com isso? Como você está tão… de boas? — Eu deveria estar bolado? — Eu… — Esfrego uma mão na outra, um tanto ansiosa. — Bem, não. É que a maioria dos caras não seria tão tranquilo em ver a ex se dando bem com um cara tão rápido após o término. — Não que eu ache que estou me dando bem com esse misterioso Zach. Caleb pisca. — Unicórnio, lembra? Rindo, eu reviro os olhos e retomo a caminhada. — Como que eu posso ter te deixado ir? — Boa pergunta, ainda mais comigo tendo uma grande pi… Eu tapo sua boca com a minha mão. — CALEB! Ele tira meus dedos da frente dos lábios, sorrindo abertamente. 18
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— O quê? Eu ia falar da minha pilha de quadrinhos.
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Eu rolo para o lado ao som do telefone apitando. Olhando o relógio da mesa de cabeceira, vejo que já passou das onze. Mas que m…? Eu não tenho ideia de quem estaria me mandando uma mensagem, já que a maioria das pessoas que conheço devem estar dormindo a essa hora, especialmente numa segunda-feira à noite. Deslizo o dedo na tela, e abro um sorriso instantâneo. Zach: Por que passei os últimos 20 minutos tentando
dormir e não consegui porque só consigo pensar em você? Eu: Você está tentando fazer sexting? Zach: O quê? Não! Zach: Bosta. Isso saiu bizarro, né?! Eu: Viu? Eu disse que você é um bizarrão. Zach: Você me pegou. Eu: Por que está pensando em mim? Zach: Acho que eu deveria ter sido mais específico. Só consigo pensar em como você provavelmente me custou um cliente. Não saberei o resultado disso até quinta-feira. Eu: NÃO FOI MINHA CULPA! Se existe um culpado, ele é o cara que mora com você. Culpa ele! Zach: Eu já fiz isso. Teria feito de qualquer forma. Eu obriguei ele a comprar cerveja para acompanhar a pizza amanhecida. Eu: Há algo melhor que pizza amanhecida? Zach: Está tentando fazer com que eu me apaixone por você, Delia? Eu: Depende se está funcionando ou não. Zach: Quanta sutileza. Eu: Boa noite, Zach. Zach: Tenha bons sonhos, Delia.
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Capítulo
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Zach: Quer saber uma coisa horrível? Eu: Sua cara. Eu: EITA, DOEU AQUI. Eu: Você precisa de um médico depois dessa porrada? Eu: Zach? Eu: ZACH?! Você está com raiva? Peguei pesado? Zach: Desculpa, tive que ligar para meu amigo e pedir
para ele me levar ao hospital para avaliar a gravidade do ferimento. Zach: Mais uma coisa: você é péssima. Eu: Péssima… ou MARAVILHOSA? Zach: Vou nessa. Eu: ESPERA! Você não me disse o que é horrível. Zach: Ah, não contei? É… Eu: Zach? Eu: ZACH Eu: ZACH?! Eu: VOCÊ que é péssimo. Zach: Ou maravilhoso, certo? Eu: Claro, vamos dizer que sim. Eu: Por que me chamou? Isso é algo nosso agora? Ficar trocando mensagens? 20
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Zach: Bem, eu só ia te contar sobre como o cliente amou
tanto a nossa história de número errado que assinou o contrato, então eu ia te deixar em paz, MAS… prepare-se para mensagens diárias até que eu fique entediado. Eu: ENTEDIADO? Você nunca vai se entediar comigo! Zach: Veremos, certo? Eu: Você faz isso com todo mundo? Entrar na cabeça das pessoas e psicologizar elas inteiras até que se soltem? Zach: É isso que está rolando? O que exatamente estou fazendo que está te fazendo se soltar? Eu: Agora meu cérebro estúpido diz, “VOCÊ É UM TÉDIO!” E você diz coisas como, “Quando eu estiver entediado, é adeusinho para você.” Então você vai fazer com que eu me apegue a você e então PÁ, vai puxar o meu tapete, HEIN?! Zach: Já acabou? Eu: Acho que sim. Eu: Desculpe. Às vezes, eu dou uma leve pirada. Zach: Leve? Eu não diria dessa forma. Eu: Você vai usar isso contra mim? Zach: Com certeza vou.
😍
Eu: Você gosta de fazer coisas esquisitas? Você parece
do tipo que gosta. Zach: Você está tentando fazer sexting? Eu: Eita. Isso soou muito pervertido. Eu: Eu quis dizer, tipo, hobbies estranhos. Presumi que estávamos falando da mesma coisa. Vamos lá, Zach, você já devia imaginar isso a essa altura do campeonato. Somos praticamente melhores amigos. Zach: Você está certa. Foi um erro total da minha parte. Zach: Meus hobbies incluem trabalhar, trabalhar um pouco mais e uma maratona de videogame de vez em quando. Eu: Então… Você não tem vida? Zach: Ei, espera! Eu não disse isso. Troca de mensagens
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Eu: Nem precisava dizer. Zach: Ok, por favor, me diga quais são os SEUS tão in-
críveis hobbies. Eu: Bem, se você quer tanto saber, eu gosto de… tricotar. Zach: E você diz que sou eu quem não tem vida. Zach: Você secretamente tem 80 anos ou algo do tipo? Eu: Eu não tenho 80 anos! Eu gosto. É relaxante. Zach: Que tipo de coisas você tricota? Eu: Cobertores. Chapéus. Meias. Descansos de panela. Zach: Descansos de panela?! Uau. Agora você me ganhou. Eu: Quer saber? Vou tricotar para você algo especial e te mandar uma foto. Me dê duas horas. Zach: Mal posso esperar.
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Zach: Você ainda está viva ou se afogou nos cabos? Eu: Ai, meu Deus, Zach. É feio perguntar a alguém se a
pessoa se afogou em cabos. Sua mãe não te deu educação? Zach: Não tivemos tempo para isso. Eu: Ah. Zach: Oi, sou Zach, e eu gosto de cortar o clima. Eu: Olá, Zach. Obrigado por compartilhar essa informação DEPOIS que me implorou para eu ser sua melhor amiga via mensagens. Zach: Então, o que você tricotou para mim? Eu: Arquivo anexado Zach: É UM DESCANSO DE PANELA EM FORMATO DE PÊNIS! Zach: Você, sua safadinha. Zach: Estou rindo pra caralho agora. Obrigado por esse momento. Eu: Gostou? Zach: Gostei. Eu: Vou pensar em você toda vez que usar. Zach: Você é muito gentil. É um presente maravilhoso o qual eu duvido que um dia vou receber. 22
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Eu: Ei, Zach? Zach: Sim?
Eu: Eu… Não queria ter trazido à tona o assunto da sua
mãe. Eu não fazia ideia do que aconteceu.
Zach: Não esquenta. Você ainda é minha criadora de
descansos de panela de pênis favorita… dessa semana.
Eu: Há mais alguma coisa que eu deveria saber sobre
você? Algum outro assunto que esteja fora dessa alçada? Zach: Odeio palhaços e coelhos. É isso. Eu: Desculpa… Coelhos?! Como pode?
Zach: Não me julgue. Tenho certeza que você tem medo
de alguma coisa estranha por aí.
Eu: Eu não imagino nada semelhante a isso. Meus receios
são normais, tipo medo de aranhas, cobras e vulcões. Zach: Vulcões… mas isso faz parte da natureza. Eu: Os coelhos também!
Eu: Além disso, já viu O Inferno de Dante? *arrepios* Zach: Esse filme nem chega perto de dar medo. Eu: CHEGA, SIM!
Eu: Ok. Que tipo de filme te dá medo? Zach:
O básico, como Alice no País das Maravilhas,
Zootopia (COELHINHOS) e Pinóquio. E Trolls. Eu: Trolls? A animação?
Zach: PARE DE ME JULGAR!
Eu: Nunca que eu não vou julgar isso.
😍
Zach: Estou tão entediado. O trabalho está me matan-
do hoje.
Eu: Eu estou assistindo a uma aula de contabilidade. Eu
ganho a nossa brincadeira do que é mais chato.
Zach: Putz. Eu me curvo à sua bravura, bela rainha. Eu: …
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Eu: Você disse isso mesmo? Seu cérebro foi envenenado
por esses jogos de videogame? Que tipo de videogame você está jogando? Eu: Você secretamente tem doze anos? Porque sinto que isso seria algo que um garoto de doze anos diria. Zach: Quem foi que te ensinou a socializar? Você diz a primeira coisa que vem à mente? Você tem problema de cabeça? Eu: Minha mãe. Algumas vezes. É possível. Zach: Você é incrivelmente cansativa. Eu: Mas também sou incrível. Zach: E humilde. Não podemos esquecer dessa parte. Eu: Olha você, me apoiando e tudo mais. BFF! Eu: *sussurros* Mas, sério… Você realmente falou daquele jeito? Ainda mora no porão dos seus pais? Zack: Sim, eu realmente falei daquele jeito. Posso ter mentido sobre jogar videogame. É algo que acontece frequentemente… de uma forma desagradável. Costumo jogar RPG, mas não, não moro em um porão. Eu trabalho em um. Eu: E isso não é nem um pouco esquisitão… Zach: Se isso faz você se sentir melhor, eu sou dono do porão em que trabalho. Eu: AGORA sua reputação nas ruas está aumentando. Zach: Ah, graças a Deus. Estava me preocupando com a possibilidade de você nunca mais me incomodar. Eu: O que vem fácil… Zach: Você não deveria estar prestando atenção na aula? Eu: Sim. Agora cale a boca. Zach: *envia mil fotos de gatos* Eu: Mal sabe, ele tá brincando com o perigo.
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Eu: Bolo, brownies ou sorvete? JÁ! Zach: Sim. Eu: NÃO! Escolhe um! RÁPIDO! 24
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Eu: Estou em um mercado, indo para o caixa, e PRECISO
ESCOLHER. Não consigo decidir. Ajude uma garota bonita e esfomeada, pode ser? Zach: Que tal… um bolo de brownie com sorvete? Eu: Eu acho que acabei de gozar. Zach: Sou conhecido pelas minhas habilidades. Eu: Para com isso. Estou no meio da droga do mercado. Guarde essa conversa para mais tarde. ;-) Zach: Espera… sério? Eu: MEU DEUS, não. Pervertido. Zach: VOCÊ QUEM COMEÇOU. Eu: Eu preciso que você escolha entre BOLO, BROWNIES e SORVETE. Zach: Hmmm… Brownies. Com sorvete de chocolate e de baunilha por cima. Calda de chocolate em tudo. E granulado. Eu: Eu te odeio. Eu: Arquivo anexado Eu: Eu coloquei tudo no carrinho. Eu: Vai ser sua culpa se eu tiver um coma de açúcar. Zach: Você pode me agradecer mais tarde. Eu: Você promete vir ao meu funeral? Zach: E vou contar todos os momentos maravilhosos que tivemos juntos, incluindo quando eu gentilmente te incentivei a se banquetear com sobremesas mágicas. Vou me inclinar até o seu caixão e sussurrar: “não há de quê”. Eu: Já volto, vou ali morrer.
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Eu: Entretenha-me, escudeiro! Eu: Falei certo? Zach: Falou bem o suficiente para mim. Zach: Você prefere ter mil filhotes de cachorro que fi-
cam latindo sem parar ou um que te odeia e nunca deixa você fazer carinho nele? Eu: O que raios tem de errado com você?! Troca de mensagens
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Zach: Você PRECISA escolher. É a única regra do jogo
Ou Isso ou Aquilo. Eu: Eu pedi para você me entreter, não me torturar. Zach: Tique-taque. Eu: TÁ. Um filhotinho que me odeia. Mesmo sendo a coisa mais triste do mundo, eu sei que não suportaria mil filhotes adoráveis e fofos latindo. Zach: Acho que essa é uma decisão sábia. Eu: Mais entretenimento, rápido. Eu amo pra caramba a menina que mora comigo, mas ela acabou de ligar a televisão no programa mais estúpido de todos os tempos. Zach: Qual programa? Eu: Algum troço sobre garotos em estacionamentos de trailers e propano. Zach: Ah, bem, ok então. Eu não esperava essa resposta. Eu: Eu não esperava ter que ficar sentada assistindo a esse programa tenebroso. Zach: Você quer brincar… Eu: NA NEVE. DE ALGUMA COISA QUE EU NÃO SEI. Zach: Não, eu digitei errado e mandei antes de acertar. Para. Zach: COMO EU ESTAVA DIZENDO… Você quer construir uma casa bem pequenininha ou uma casa na árvore bem elaborada? Eu: É você, Satanás? Você tem chifres, cascos e minions malignos? Zach: O que eu fiz agora? Eu: 1: Eu tenho acrofobia, medo de altura. 2: Eu sou claustrofóbica. 3. VOCÊ É A DESGRAÇA DO DIABO, HOMEM? Zach: *morto de tanto rir* Zach: Como raios eu consegui, sem saber, trazer seus dois maiores medos à tona ao mesmo tempo? Eu: Porque você é o mal encarnado. Zach: Eu não me sinto nem culpado. *morto de novo* Zach: Tática de distração — qual é o seu cereal matinal preferido? Eu: Cap’n Crunch. É tão bom. E o seu? 26
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Zach: Lucky Charms. Porque, assim como eu, eles são
magicamente deliciosos. Eu: *encarada* Zach: Ok, ok. É o Cinnamon Toast Crunch. Eu só queria usar o slogan brega. Eu: Você ao menos disse isso com uma cara séria? Zach: Nem ferrando. Zach: Certo, qual é o lugar que você adoraria visitar? Eu: Fácil. Alasca. Zach: Você é uma mulher calorenta que gosta de inverno? Eu: Mais ou menos. Eu sou mais fã do outono. Sou um pouco obcecada com o Halloween. Zach: Não. Eu: Sim? Zach: É o meu feriado favorito. De todos. Fodam-se os aniversários, Natal e presentes. Eu quero o Halloween. Quero sustos e doces a qualquer hora do dia. Eu: Somos almas gêmeas destinadas pelos céus. Eu: Por favor, me diga que você se fantasia. Zach: Eu me fantasiei de Arqueiro Verde no ano passado. E você? Eu: Belle… nos últimos três anos. Zach: Eu fui o Ranger vermelho por seis anos quando era mais jovem. Eu: Eu fui o rosa por quatro. Zach: Será que é… o destino? Eu: Veremos
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