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Editora responsável Daniela Carrara Conteúdo Daniela Carrara e Alessandro Carvalho Projeto gráfico, arte e diagramação Daniela Carrara

(dandanhiphop@hotmail.com)

Colaboradores de Fotografia: Marcos Pequeno “Portal Tattoo”, Ricardo Kafka, Sergio Deatchuk, André “Peixe”, Christian Pfammatter, Mark Mei jering. venda de anúncios: tattoodigital@gmail.com

Foto Capa: Melks Marks Modelo: Isadora Fucci



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Koray Karagözler

Nascido em uma pequena cidade da Alemanha, em 1985, Koray se sentiu atraído pelo desenho desde criança e teve sua formação acadêmica na Faculdade de Belas Artes. Sempre foi muito envolvido com tudo que tivesse ligação com a arte, e participava ativamente de exposições de escultura e instalações. por Nathan Adelino • Tattoo Tatuagem

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Koray Karagözler

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interesse pela tatuagem veio muito cedo, quando Koray observava os punks, com seus cabelos coloridos e os corpos cobertos com tatuagens. Aquilo chamava sua atenção e em 2005 ganhou sua primeira máquina e começou a tatuar profissionalmente. “Quando estava na universidade, eu era assistente de um tatuador de rua e ele disse que me ensinaria a tatuar. Ele usava uma máquina caseira, pois naquele tempo não existiam os novos modelos de máquinas rotativas. Ele usava apenas dois tipos de agulhas e, de repente, fiz minha primeira tatuagem. Meu mestre dizia que eu precisaria de dois a três meses para aprender, mas de repente ele me deu uma máquina e minhas mãos tremeram! Esse momento foi muito excitante.” Depois de fazer muitas tatuagens comerciais, Koray sabia que deveria achar seu próprio estilo e, então, começou a fazer combinações com seus projetos de escultura e desenhos feitos com marca d’água e tinta. De acordo com uma pesquisa que fez, descobriu que muitas pessoas gostavam de desenhos feitos com aquarela e então encontrou o seu estilo! Sobre sua técnica, Koray diz que ela foi adquirida pelo seu próprio esforço. “Foi um processo muito difícil, não existe ninguém que tenha essa técnica na Turquia. Não são muitas pessoas que têm técnicas diferentes nas convenções da Turquia. Tentei achar algumas pessoas pela internet, mas não obtive resposta. Talvez seja melhor assim.”

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LEANDRO FLECK ,

Leandro Fleck - Bola

O BOLA por Daniela Carrara

Quando você começou a desenhar profissionalmente? Desenho desde os 12 anos, mas profissionalmente mesmo foi quando comecei a tatuar, pois em ‘89 ou você criava seus próprios desenhos para tatuar ou usava fotos de revistas. Eu preferia desenhar. Como a tatuagem passou a fazer parte de sua vida? Minha mãe era dona de uma lanchonete, e eu a ajudava no balcão, e quando não havia nada para fazer ficava desenhando, e no bairro onde moro, até hoje, havia um estúdio de tatuagens e o tatuador era frequentador da lanchonete e curtia meus desenhos. Certa vez, ele iria viajar para o Nordeste e me ofereceu seus equipamentos. Relutei, pois não saberia nem montar a máquina com agulhas. Ele propôs me ensinar o fundamental e foi aí que comecei a gostar e a treinar. Me lembro, até hoje, de treinar em laranjas, pois ele me dizia que por ter a forma arredondada ficaria mais fácil para eu me adaptar às formas de um braço. No início da sua trajetória como tatuador não existia muitas referências de desenho para tatuagem. Isso te motivou a desenhar? Com certeza, pois havia a necessidade de criar para tatuar; inclusive, foi graças aos meus desenhos que recebi um convite para tatuar em um estúdio no centro de Porto Alegre. Lembro que queria me aproximar de outros tatuadores e para isso eu levava meus desenhos para trocar por desenhos da Spaulding, as caveirinhas

clássicas, mas para isso, eu teria que trocar três folhas de desenhos meus por uma folha destas da Spaulding, mas assim mesmo ficava feliz, pois ia para casa produzir mais e ter o que trocar na semana seguinte. Com o passar dos tempos, um tatuador, o Dedé Tattoo, sugeriu ao dono do estúdio que me convidasse a fazer parte dos tatuadores da Tattoo Center. almanaquedigital.com.br • 25


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Leandro Fleck - Bola Você é visto e citado como uma das maiores referências do Brasil, tanto para tatuadores como para desenhistas. Como foi seu trajeto do início da sua carreira até hoje? Depois de uns anos tatuando no bairro onde moro, trocando tatuagens por bicicleta, tênis, LPs e outras coisas mais e enfrentando bastante preconceito por parte de minha família, fui convidado pelo estúdio Tattoo Center para trabalhar com a equipe deles. Foi a partir daí que comecei a me dar conta de que a tatuagem teria que me sustentar, pois era só o que eu fazia e foi então que minha mãe também começou a me entender e apoiar. Depois de alguns anos tatuando em Porto Alegre, decidi morar em Santa Catarina, no Farol de Santa Marta, em Laguna. Fiquei um ano tatuando lá, até que recebi um convite para trabalhar em Criciúma, em uma loja de CDS e camisetas, a Panoloko. Depois, de lá decidi retornar ao Rio Grande do Sul e fiquei alguns anos no bairro onde comecei e retornei para Porto Alegre, no início em sociedade com um amigo e, logo depois, fiquei sozinho, reabrindo como Bola Tattoo Studio. Quais os artistas que você citaria como referência? Para cada fase de minha carreira tive que buscar referências em artistas que admiro muito, e somando todos, com certeza esta entrevista ficaria longa demais... hehe..., e ficaria triste em deixar de citar qualquer um, pois todos foram e ainda são muito importantes para minha formação como tatuador e desenhista. Onde você busca as referências para o seu trabalho? Ultimamente, tenho comprado muitos livros de arte, de todo tipo de arte, tenho alguns de pinturas sacras, de pinturas orientais, de fileteados porteños, de hachuras, que tenho estudado muito ultimamente, alguns de caligrafias, que gosto muito também, e livros de referências de diversos artistas e colegas tatuadores que têm lançado obras. A internet ajuda muito, pois hoje em dia você digita a palavra no Google e ele te

oferece milhares de referências. Aí, basta você saber usá-las. Você contribuiu muito com o mercado da tatuagem ao editar seus três livros (Fênix, Caveiras Tibetanas e Dragões). Como foi o retorno disso para o seu trabalho? Foi fantástico! A oportunidade de ajudar futuros artistas e tatuadores atuantes na área da tatuagem e, com isso, também poder divulgar meu trabalho. Foi bom demais, e claro, o lado financeiro, pois os três livros lançados tiveram uma boa aceitação e fico grato a todos por isso, que só me incentiva a continuar, criando para poder lançar mais. Pretende editar mais algum livro? Sim, tenho alguns projetos em mente que acredito em breve transferir pro papel. Até porque cada livro lançado, pra mim, é um grande aprendizado, pois são temas que estudo e desenho repetidamente. Isso me ajuda muito. Como as pessoas podem utilizar da melhor maneira as referências para fazer alguma tatuagem? Qual a técnica para isso? O uso de referências é um assunto bem delicado, pois já vi desenhos serem copiados idênticos do original, sem tirar ou colocar nada, mas o problema não é esse, mas sim, a falta de créditos ao autor ou quando você copia algo e menciona o original como referência. Fênix foi da seguinte forma: entrei em sites de aves para poder estudar um pouco sobre a anatomia, mas como se tratava de uma ave mitológica, usava mais mesmo os formatos de asas e envergaduras, e a partir do desenho que fazia, surgia outro e outro, pois usava já o meu desenho como referência principal para os próximos, sabendo da importância em modificar formatos e detalhes de asas, pescoços e caudas usando meus traços. Não posso afirmar que essa seja a forma correta para usar referências, mas foi a minha e acredito que cada um saiba o que será bom para seu trabalho. almanaquedigital.com.br • 27


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por Daniela Carrara 32 • ADT


CHRISTIAN ARAE

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CHRISTIAN ARAE

eu primeiro contato com a tatuagem foi aos 14 anos, quando Christian fazia um curso no Senai, em São José dos Campos, sua cidade natal. “Conheci um cara que tinha umas tattoos de cadeia, mas pra mim era o máximo poder fazer um desenho que não saísse mais.” Em 1984, quando Christian tinha 16 anos, já fazia umas tatuagens de verão no seu braço e foi convidado por um amigo para fazer umas tattoos, pois ele tinha feito uma maquininha e não sabia desenhar. “Depois disso, conheci o Doni Tattoo, um tatuador de São José, que me deu muita força no início da profissão.” Quando já trabalhava profissionalmente por seis anos, Christian foi morar no Japão e lá teve a oportunidade de trabalhar com vários tatuadores de renome. Com isso, aprendeu novas técnicas que não sabia e várias coisas sobre a arte em geral e estilo de vida. “No começo foi muito difícil para me adaptar, fui pro Japão em 1990 e lá ainda não tinha uma estrutura boa para os brasileiros.” Depois de permanecer por 20 anos no Japão, retornou ao Brasil por causa da crise econômica e foi convidado pelo Hiro e pelo Fame para fazer parte do Zero Sen, um estúdio de tatuagem localizado no centro de São Paulo. Para definir seu estilo na tatuagem, Christian teve a influência de vários artistas, dentre eles, Mestre Maurício Teodoro, como diz, Horiyoshi 3 e Filip Leu. Depois de tantos anos morando no exterior, as diferenças entre os dois países são bem visíveis – “Aqui no Brasil a tattoo não tem a tradição que tem no Japão, os clientes são bem mais educados que os clientes brasileiros. O japonês te deixa mais a vontade para criar, enquanto o brasileiro gosta de trazer a tattoo pronta que ele imprimiu, mas aqui na loja me deixam bem à vontade.” almanaquedigital.com.br • 35


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CHRISTIAN ARAE Atualmente, Christian reveza entre São Paulo e São José dos Campos, onde trabalha no Manisfet Tattoo, um estúdio onde trabalham quatro tatuadores: Márcio Lemes, que é o dono, Stefano Arae, irmão de Christian, e o Wilson Cavera. Pela localização ser um pouco distante do centro, os clientes são indicados por clientes antigos. “É perfeito pra mim, pois todos já sabem o meu método de trabalho.” “Espero que os tatuadores que estão começando dediquem mais tempo aos estudos. Tatuador não é símbolo de status e sim mais uma profissão. Vamos respeitar mais a pele alheia.”

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Isadora fucci Fotos: Melks Marks


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Renan Batista por Nathan Adelino Tattoo Tatuagem

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Renan Batista Como começou o seu interesse pela arte? Eu sempre curti arte, desde criança. Meu interesse por matérias como Química e Física sempre foi inversamente proporcional ao que sentia por Educação Artística. Passava horas desenhando e pintando - e isso acontece até hoje! A tatuagem foi consequência deste interesse ou você sempre teve vontade de ser tatuador? O interesse pela tattoo veio na adolescência, e aconteceu como uma espécie de "chamado" (quando você sabe que deve fazer algo, e ponto final).

Brasil. Uma espécie de modernização dos traços tradicionais da tattoo. Como você realiza a criação das tatuagens para os clientes? Eu crio as tattoos no papel primeiro. Depois, na pele, faço a fusão da criação prévia com a técnica free-hand. Você já fez viagens para fora do país? Sim. Faço temporadas frequentes na Alemanha. Viajar é sempre fantástico - especialmente na Europa, onde há uma grande variedade de culturas relativamente próximas umas das outras (em termos de distância).

Como foi o início da sua carreira? A pessoa que mais me ajudou desde o início (que Para finalizar, você tem alguma não é fácil pra ninguém) foi minha esposa, Ja- inspiração no seu dia a dia para as queline. Nela, eu fiz minha primeira tattoo... e ela tatuagens? continua ao meu lado, firme e forte! Sim. Fotografia me inspira. Tattoo é arte, e na arte tudo se resume à "escrita da luz" - como percebeVocê se considera especialista em mos e como a representamos no desenho. algum estilo de tatuagem? Como você define este estilo? CONTATO: Sim. O New Traditional que é uma tendência eu- www.renanbatista.com ropeia de uns 10 anos, ainda pouco difundida no www.facebook.com/renanbatistatattoo

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Michel Ramalho por Alessandro Carvalho

M

ichel Ramalho é daqueles fanáticos por desenhos, tanto que buscou se desenvolver na área fazendo charges sobre os mais variados assuntos, entre eles a tatuagem, com a dupla RABISCO & TATTOO. Rabisco é um lápis fazendo alusão ao esboço ou desenho finalizado para a tatuagem e Tattoo uma máquina de tatuar. Juntos o duo, aborda assuntos relacionados à tatuagem, e acontecimentos que ocorrem no cotidiano de quem vivencia essa arte, com uma dose de humor e em algumas vezes até sarcasmo. Conheça um pouco mais desses dois personagens e também da obra de Michel Ramalho através de algumas charges já apresentadas em algumas das edições da revista ADT.


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