TattooArt 05

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pelo mundo

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Alex De Pase

alex de pase Por Daniela Carrara • Foto Patrizia Burra

Nascido em 1975, Alex de Pase é um dos tatuadores mais bem-conceituados do mundo no estilo realista colorido. Autodidata, seu interesse pela arte veio por meio da sua mãe, que pintava quadros. “E eu, sempre ao seu lado, queria rabiscar o papel e manchar toda a mobília.”

A

tualmente, Alex de Pase vive e trabalha em Grado, uma pequena ilha no nordeste da Itália, não tão longe de Veneza. Alex diz que nunca foi à escola de arte, mas estudou artes e técnicas de alguns conceitos artísticos que são próprios de pinturas, aplicando em suas tatuagens. Seu primeiro encontro com o mundo da tatuagem aconteceu aos 14 anos, quando conheceu um cara que tinha tatuagens pelo corpo todo. Há 20 anos, isso só significava uma coisa: prisão! Este homem aprendeu a tatuagem na prisão, e Alex implorou a ele para lhe ensinar tudo que o que sabia. Foi então que ele teve a base para começar. Na época, as tatuagens eram feitas com caneta tipo bic derretida para fazer as agulhas. Com certeza, foi um forte impacto, porque, desde então, Alex nunca mais desistiu de ser tatuador. Sua maneira de ver as tatuagens mudou muito desde então! “Quando eu era criança, olhava para as tatuagens e para o trabalho do artista como algo fora da normalidade. Naquela época, onde eu morava, as pessoas não sabiam nada sobre tatuagens, achavam que as pessoas tatuadas eram do mal, isso me deixou ainda mais orgulhoso em mostrar minhas tatuagens.” Realismo e retratos Após alguns anos fazendo um pouco de cada estilo, Alex começou a se concentrar no que mais gosta de fazer: realismo e retratos. “Este tipo de estilo tem a expressão artística de que eu mais gosto e não tem limites em aprimoramento técnico. Na minha opinião, um

dos aspectos mais fascinantes do realismo é que ele é realmente muito mais do que aquilo que é pensado. É simplesmente reproduzido, baseado em algo já existe.”

“Quanto mais cresce o interesse em tudo o que nos rodeia, mais somos capazes de ir mais fundo em nós mesmos e pegar a essência das coisas.” “Eu acredito que é errado pensar que o trabalho do realismo significa usar apenas técnicas. Para dizer a verdade, é mais complexo do que usar somente a técnica, pois engloba a sensibilidade, a interpretação pessoal, a capacidade de perceber as cores, os detalhes, a atmosfera e assim por diante. Cada artista tem sua experiência pessoal e os sentimentos que refletem em sua capacidade de reproduzir imagens, imprimindo a sua própria atmosfera na tatuagem. Quanto mais cresce o interesse em tudo o que nos rodeia, mais somos capazes de ir mais fundo em nós mesmos e pegar a essência das coisas. Como resultado natural, as nossas realizações são cada vez maiores. E esta é a razão pela qual cada artista de realismo se sente muito recompensado no momento em que ele traz a obra de arte a uma conclusão. No meu caso, bem como no caso de muitos

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mundo afora

adam craft Por Daniela Carrara

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Adam nasceu em Auckland, Nova Zelândia, em 1971, e é descendente do renomado pintor de paisagens Charles Blomfield (17861857). Cresceu nos subúrbios tranquilos de Auckland, mas tinha o desejo de romper com a vivência em cidade pequena, e isso foi fundamental para que Craft se interessasse pela carreira de tatuador. Fortemente influenciado por artistas como Horiyoshi III, Filip Leu e Alex Binnie, Craft foi para a Europa em 1999, trabalhou no Evil From The Needle, em Londres, no Amsterdam Tattoo, na Holanda, e frequentava convenções de tatuagem na Itália, na Espanha e no Japão.


Adam Craft

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este período, Adam aprimorou seu estilo e começou a estudar a arte tradicional japonesa. Fez mais algumas viagens para San Francisco, Nova York e Havaí, e expandiu ainda mais seu lado criativo. Em 2004, voltou para Nova Zelândia e abriu o Illicit Tattoo, que durou cinco anos. Em 2005, ele foi convidado por Kevin Roberts, da Saatchi & Saatchi, para representar o projeto “Lovemarks” na feira de livros de Frankfurt. Desejando expandir ainda mais a arte, Craft abriu o Tattooed Heart, em junho de 2009.

O começo da profissão Comecei a tatuar em 1989, mas sinto que só fui tatuar profissionalmente em 1996. É uma longa estra-

da para ser autodidata. Abri meu primeiro estúdio em 2004, após viajar e trabalhar em muitos estúdios de grande porte e ganhar a experiência necessária. Sou de uma família de artistas e fiquei fascinado com a arte da tatuagem desde criança. Meus pais e seus amigos tinham muitas tatuagens e, depois de ver livros sobre tatuagens japonesas, comecei a construir máquinas e tatuar meus amigos punks. Aprendi muito nessa época e fui trabalhar em um estúdio profissional. Comecei a viajar muito e aprendi muito mais. Nova geração de artistas Há sempre novas pessoas entrando na tatuagem — alguns têm muito talento e outros, não. Se a motivação é verdadeira, eles terão sucesso, mas muitos são pre-

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capa Um fenômeno mais ou menos recente na cultura popular brasileira é o surgimento das celebridades instantâneas, promovidas pela televisão. Um dos meios mais eficazes de produzir celebridades é o reality show, ainda mais se for produzido pela Rede Globo de Televisão.

O Despertar da Fênix

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Por Jeanne Margareth • Fotos Paulo Fasanella


Cacau Colucci

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a décima edição do Big Brother Brasil, levada ao ar em 2010, uma das candidatas estava destinada a não desaparecer, a não ser esquecida, quando a maratona terminasse, como acontece com quase todos os candidatos que concorrem aos prêmios dados pela participação no programa. Trata-se de Claudia Lívia Collucci, apelidada de Cacau, depois de 56 dias confinada. Ela, ao sair, consolidou sua imagem de celebridade, conquistada com a exposição no BBB, graças à sua beleza, carisma, simpatia e talento. Claudia Lívia, a Cacau, é uma batalhadora que, nascida na rica cidade de Ribeirão Preto (SP), desde cedo mostrou espírito empreendedor, tendo aberto uma agência de eventos, que existe até hoje, quando precisou ter uma atividade profissional que lhe desse segurança financeira para pagar seus estudos — e ela foi muito aplicada nos estudos, tendo cursado Letras, com pós-graduação em Língua Portuguesa, e Estudos Sociais; também estudou enfermagem, Educação Física e Línguas, foi comissária de bordo por algum tempo e morou em Portugal durante quase um ano — tudo isso antes de completar 27 anos, quando participou do BBB.

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tatuador convidado

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Ticano

ticano Por Alessandro Carvalho

Ticano entende do tema quando a pauta é tatuagem. Dono de uma opinião forte sobre tudo que permeia a arte na pele, é enfático ao defender suas crenças e convicções. Referência como tatuador, Ticano tem suas séries reconhecidas e espalhadas em diversos estúdios em todos os cantos do país. Fora do eixo comercial brasileiro, construiu em Vitória-ES sua base profissional e principalmente familiar, que é o suporte para o seu trabalho, transformando-se em um dos grandes nomes da tatuagem na atualidade. Você é um dos tatuadores mais importantes da história da tatuagem brasileira. Como foi seu trajeto até chegar a esse patamar? Fico emocionado e agradecido pelo elogio, vocês são muito gentis. Mas não me considero isso tudo. Sou só um homem que pensa que se você quer o melhor de algo, tem de dar o seu melhor, seja na vida, na família, com os amigos ou no trabalho. Ao longo de 17 anos como tatuador, aprendi a amar a tatuagem; saí do meu Estado logo nos primeiros meses de aprendizado, em que os tatuadores mais antigos não davam nenhuma informação. Hoje, vejo as pessoas dizendo que temos de respeitar esses caras porque eles fizeram muito pela tatuagem, mas não entendo o que fizeram!!! Seguraram as poucas informações que tinham, venderam os materiais por um preço exorbitante, alguns não sabem sequer desenhar!!! Desculpem-me o desabafo, mas é que no começo fui muito maltratado por esses caras que hoje querem ser meus amigos... Irônico isso, né? Então, fui buscar informações pelo mundo afora. Em busca de materiais de qualidade, técnicas, referências e tudo mais, pois naquela época a internet não era como é hoje em dia, que te entrega tudo mastigadinho. Fiz excelentes amigos, que me mostraram alguns caminhos a seguir. Um deles, que para mim é o maior tatuador que esse país já conheceu, chama-se Sérgio Pisani (entrevistado da TattooArt #01). Se hoje as coisas são tão boas para mim no meu trabalho, eu devo isso à ajuda desses amigos e ao empenho incansável da mi-

nha amada esposa (Aline). Sem falar que eu dedico 24 horas do meu dia aos estudos. (Risos). De alguns anos para cá, a tatuagem evoluiu bastante e surgiram muitos tatuadores. Como você enxerga essa proliferação de profissionais? A tatuagem cresceu muito com o acesso à internet; hoje é simples. Você entra em um site, encomenda um kit de tatuagem. Com um pouco mais de dinheiro, você aluga uma loja e pronto, você pode atender os seus clientes. Nessa mesma internet, os tatuadores que já existiam e tinham alguma ou nenhuma qualidade podem aprimorar os seus conhecimentos. Alguns tatuadores se preocupam com esse crescimento desordenado, eu não vejo problema algum. Os clientes que me procuram hoje são pessoas informadas que querem um trabalho de qualidade e sabem que isso tem um preço. Como você enxerga a evolução do mercado da tatuagem de dez anos para cá? Como disse anteriormente, a internet facilitou muito a vida de quem quer evoluir e, atualmente, não devemos nada para nenhum outro país em termos de nível, temos tatuadores excepcionais, capazes de efetuar qualquer tipo de trabalho, cada um na sua área. Sobre as convenções de tatuagem, você acha positiva a quantidade excessiva de eventos que surge a cada ano?

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