25 DE MARÇO DE 2018
VOL. 2
Cápsula Dose semanal de emoção e entretenimento
Arte: Jesus Leguizamo
NESTA EDIÇÃO
Como um dos principais biomas brasileiros está sendo destruído A incrível história do roubo do corpo de Charles Chaplin e seu último ato de comédia Porque em países da Ásia a cópia de um objeto vale o mesmo que o original
Como se entender em meio a um mundo de caos POR AMANDA KASTER Antes que você comece a ler este texto eu já aviso: não tenho a resposta para o questionamento deste título. Esta é a apenas uma divagação que surgiu em minha mente nesta semana enquanto pensava sobre o que eu gostaria de escrever aqui. Não obtive resposta. As grandes perguntas permanecem na cabeça de que as formula por um longo tempo e, mesmo sem ter a intenção, o questionamento sobre paradigmas se tornou o tema desta edição. Dentre as notícias selecionadas, peço atenção para cinco destas que merecem uma atenção mais focada e pensamento aberto para os questionamentos que elas propõem. E, quem sabe, a sua leitura permita a você momentos de reflexão e, se possível, ação! Boa semana :)
POR DENTRO DA DESTRUIÇÃO SECRETA DA GRANDE SAVANA DO BRASIL Tom
C.
Avedaño
via
El
P aís
Brasil
Um dos biomas mais importantes do Brasil está sendo destruído em uma velocidade alarmante por fazendeiros, invasores, coronéis e pelo governo. O nosso Cerrado é a savana mais rica do mundo, mas está morrendo em um ritmo muito mais acelerado do que a Amazônia. Um grupo de defensores permanece de pé, lutando por suas casas, suas terras e, muitas vezes, por suas vidas, para ficar e continuar cuidando do lugar onde nasceram. Isolados, se veem sozinhos diante da incapacidade de ação do Estado, que, apesar de pressionado, permanece ignorando a proteção do tesouro nacional, criando narrativas próprias e memória que, se não preservada a tempo, morrerá junto a eles. Impactante e necessário para relembrar em que em muitos lugares do país, o atraso de poucos destrói o passado e impede o futuro.
POR QUE O CRIADOR DO BOTÃO CURTIR DO FACEBOOK APAGOU AS REDES SOCIAIS DO CELULAR Ricardo
Senra
via
BBC
Brasil
Longe de ser um texto alarmante sobre os perigos cibernéticos que estamos expostos nas redes sociais, este texto apresenta as reflexões do homem que criou um dos sinais mais reconhecidos atualmente, o like do Facebook, sobre sua própria jornada como desenvolvedor na web e as implicações da massificação do seu uso no dia a dia. Estamos perdendo nossa capacidade de ter relações profundas uns com os outros? Não, mas há trabalho a ser feito e vem de cada um.
MARÇO
2018
EDIÇÃO
02
DIPLO: “SENDO UM BRANCO NORTEAMERICANO, VOCÊ TEM ZERO CAPITAL CULTURAL” De
Kate
Hutchinson,
via
The
Guardian
Todos conhecemos as batidas do pop eletrônico da música atual. Não dá para fugir de seu ritmo especialmente produzido para fisgar o ouvinte no primeiro refrão e não sair de sua cabeça por mais tempo do que você desejaria. Para além das pirotecnias auditivas e sons que lembram os sons emitidos por golfinhos do que instrumentos musicais, estas canções conseguem permanecer relevantes no cenário mundial porque passam por um processo de renovação constante. Massivo, é verdade, mas justamente por ser facilmente palatável é que elas são aceitas por muitos. Pegando excertos aqui e acolá de ritmos tradicionais e inovadores, uma renovação acontece e voilá, uma formação coesa nova nasce da mistura de diversos ingredientes. No entanto, para atingir este nível de fusão de forma agradável e permanecer se renovando é preciso ressignificar sons que são considerados essência imaterial da formação de uma cultura. O que fazer então quando se é um dos DJs mais famosos do mundo, cuja base cultural não é o suficiente e o mundo abre seus braços para sua exploração. Conheça o americano Diplo. Você pode não saber quem ele é, mas certamente já ouviu seu trabalho.
A CÓPIA É O ORIGINAL NA CHINA E NO JAPÃO, TEMPLOS PODEM SER RECONSTRUÍDOS E GUERREIROS MOLDADOS NOVAMENTE. NÃO HÁ NADA DE SAGRADO SOBRE O ORIGINAL. De
Byung-Chul
Han,
via
Aero
Uma reflexão poderosa do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han sobre as diferenças entre percepção do que é uma obra de arte entre o Leste e o Oeste mundial. Mais do que isso, uma aula sobre conceituação de tempo, autoria, domínio e técnica que deixar o leitor indagando sobre suas bases por um longo tempo. Diferente do que estamos acostumados a entender como originalidade - e o que Walter Benjamin chamaria de aura de um trabalho autêntico - os chineses e japoneses compreendem o processo de renovação como algo inerente à função do objeto e mai: que a produção de cópias é apenas o trabalho de permanência do exercício da arte.
MARÇO
2018
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VENDEDORES AMBULANTES DE BARCELONA CRIAM SUA PRÓPRIA MARCA DE PRODUTOS Alfonso
L.
Congostrina,
via
El
P aís
Esp anha
Ambulantes da cidade espanhola criam uma série de camisetas, bolsas e tênis com seu próprio nome. Por que não? São organizados, pró-ativos e certamente sabem muito sobre a necessidade de valorização dos mínimos detalhes para a satisfação do cliente. E quem ganha com isso? Todos nós, consumidores e vendedores, marcas famosas e polícia. Esta ideia tem dado tão certo, que os brasileiros já estão de olho.
EM CARTA A KASSAB, PESQUISADORES DIZEM QUE PROGRAMA ANTÁRTICO ESTÁ AMEAÇADO POR FALTA DE RECURSOS Guilherme
Mazui,
via
G1
Criado em 1982, o Programa Antártico Brasileiro é referência quando se trata de desenvolver pesquisas em áreas como oceanografia, biologia, glaciologia e meteorologia. Nesta semana, pesquisadores envolvidos enviaram uma carta ao ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab, na qual afirmam que a parte científica do Proantar está ameaçada por falta de recursos, incluindo uma estação multimilionária construída com dinheiro público que pode ficar vazia, sem cientistas para trabalhar.
MARÇO
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QUEM ROUBOU O CADÁVER DE CHAPLIN E ONDE ELE ESTÁ AGORA Juan Sanguino via
El
País
Brasil
Poderia ser uma cena de um filme de terror B, mas ocorreu há 40 anos, na madrugada de 1.º de março de 1978, no cemitério de Corsier-sur-Vevey (Suíça). Depois de horas de buscas na escuridão sob a chuva (que caía na horizontal pelas fortes rajadas de vento), os dois homens encontraram o que queriam: uma lápide branca que se destacava entre as mais de 400 anônimas com a seguinte inscrição: “Charles Chaplin 1889-1977”. Em seguida, os dois homens passaram duas horas cavando a terra ainda fresca (Chaplin tinha sido enterrado em 27 de dezembro de 1977, dois dias depois de sua morte), carregaram o caixão em sua caminhonete e fugiram sem nem mesmo se preocupar em tapar o buraco. Os profanadores deixaram o monte de terra ao lado do buraco para que a polícia o descobrisse na manhã seguinte. Essa invasão dos ladrões de corpo acabaria se transformando primeiro em um thriller, depois em uma comédia.
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