Notícias do clã - 2 edição

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NOTÍCIAS

DO

Foto: Amanda K. Grazziotin

PORTO ALEGRE, NOVEMBRO DE 2017. ANO III. EDIÇÃO II.

A FORÇA DO CLÃ Hestia completa 15 anos investindo na atual geração de empreendedores com expansão para novas áreas Página 9

Inauguração da sede Centro da Incubadora Hestia Página 2

Tecnologia para melhorar a saúde de quem mais precisa

Página 11

De olho no futuro: energia renovável para mudar vidas

Página 5

Empreendedorismo feminino renova mercados tradicionais Páginas 6 e 7


Foto: Divulgação Hestia

Hestia inaugura nova sede no Campus Centro A Incubadora Tecnológica Hestia inaugura em novembro uma nova sede no Prédio Centenário da Escola de Engenharia. Com duas salas multiúso pensadas exclusivamente para as necessidades das empresas incubadas: uma sala compartilhada de pré-incubação, voltada para ser o hub de encontro e desenvolvimento com capacidade para abrigar onze projetos simultaneamente, e a sala da gerência com espaço para reuniões, treinamentos e consultorias em todos os níveis do processo de incubação.

Foto: Amanda K. Grazziotin

Reinaugurado no final de 2015 pela Secretaria do Patrimônio Histórico após dez anos de reforma, o Prédio Centenário, como o nome diz, é uma das construções mais antigas da Universidade e berço da Escola de Engenharia. A sede da Hestia,

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Apesar da inauguração iminente, as salas já estão sendo ocupadas pelas empresas incubadas – e à disposição da EE –, testando suas capacidades e os equipamentos adquiridos. Segundo o presidente do conselho da Hestia, professor Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, a incubadora pretende continuar seu projeto de expansão seguindo a mesma linha de atendimento de perto com seus incubados, principalmente com a entrada, neste ano, do Instituto de Química (IQ) como unidade associada: “A missão da Hestia é fomentar empreendimentos de base tecnológica. Essa parceria com o IQ será muito interessante e promissora pois permitirá ampliar o escopo de atuação da incubadora e também o espaço físico disponibilizado”. “Esperamos ter novas capacitações, mentorias, desafios e prestação de serviços, assim como novas parcerias para continuarmos sempre nos reinventando e nos adaptando às diferentes demandas das nossas empresas incubadas”, conclui a diretora.

Foto: Amanda K. Grazziotin

Segundo a diretora da Incubadora, Carla Schwengber ten Caten, o desejo de expansão para um novo espaço já era antigo. Quando a Hestia iniciou, atendia apenas as áreas do Centro de Tecnologia no Campus do Vale. No entanto, quando esta expandiu para incluir a Escola da Engenharia, começaram a aparecer projetos nas áreas do centro, o que dificultava a logística de apoio para os alunos. “Uma vez identificada a necessidade de incorporarmos o processo de pré-incubação antes da incubação, participamos ainda em 2014 de um edital da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT) do estado, para a criação de uma unidade no Prédio Centenário”, afirma Carla. Este edital permitiu à incubadora mobiliar as duas salas com bancadas de trabalho, computadores, TVs, impressoras, assim como impressoras 3D e fresadora para a elaboração de protótipos.

além de estar em um ambiente totalmente renovado e modificado para o acesso de pessoas com dificuldade de locomoção, cria espaços compartilhados e qualificados, incluindo dois auditórios, café e a Sala Experimental de Ensino F(ICE), que permitem experimentar novas formas de promoção do ensino, dentro de perspectivas modernas de fomento à criatividade e empreendedorismo. “Com certeza a sala de pré-incubação é determinante para o sucesso das empresas, pois permite a troca de experiências entre os alunos e o aprendizado coletivo que aceleram a curva de aprendizado dos empreendedores incubados”, afirma Carla.


UFRGS promove acordo com associação espanhola para uso de plataforma por empresas incubadas A diretoria e o conselho da Incubadora Tecnológica Hestia, juntamente com representantes da Rede Gaúcha de Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos (Regimp), do CEI e Parque Zenit da UFRGS, estiveram em missão internacional, articulando relações e trocas acadêmicas na Espanha e na Turquia. Promovida pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), a viagem teve como objetivo estabelecer termos de cooperação com a Associação de Parques Tecnológicos da Espanha (APTE) para o uso compartilhado de uma plataforma de soft landing para as empresas incubadas e residentes que tenham interesse em internacionalizar seus negócios.

Foto: Divulgação UFRGS

Na Espanha, a comitiva da Universidade visitou o Parque Tecnológico de Andaluzia (PTA) que, além de suas mais de 600 empresas inovadoras, sedia importantes organizações, como a APTE, a Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (IASP) e a Rede de Tecnologia de Andaluzia (RTA). Conheceram também a Telefónica, um dos maiores conglomerados de comunicação mundial, e o Parque Científico de Bizkaia, que abriga a Tecnalia, primeiro centro de pesquisa aplicada e desenvolvimento tecnológico espanhol e um dos mais significativos da Europa. Além disso, visitaram algumas das principais incubadoras da região, como a La Salle Technova, a Rede de Parques de Ciência e Tecnologia da Catalunha (XPCAT ), e o Parque Científico da Universidade de Barcelona, o primeiro a ser criado no país. “É uma troca absolutamente natural fazer negócios com estes países”, diz o diretor do Parque Zenit, Marcelo Lubaszewski. “Queremos mostrar que temos o potencial na UFRGS de receber alunos destas instituições para a troca de experiências e a promoção do desenvolvimento da pesquisa em todas as áreas de conhecimento, além de mostrar aos nossos alunos que a Universidade está comprometida em criar oportunidades para que eles também possam fazer o mesmo lá fora”. A missão seguiu para Istambul, na Turquia, para a 34ª Conferência da Associação Internacional de Parques Tecnológicos e Áreas de Inovação (IASP), evento de peso no cenário mundial na área de ambientes de inovação, para conhecer novidades e promover as ações da Universidade de fomento da pesquisa e do empreendedorismo para o corpo estudantil e comunidade.

Hestia pronta para a certificação Cerne 1 atingir o modelo e receber o certificado do primeiro nível. Para a vice-diretora da incubadora, Silvana Kaster Tavares, o próximo passo é, imediatamente, trabalhar para obter a certificação nível 2: "Temos que aproveitar nosso diferencial, pois somos uma das únicas incubadoras de Engenharia e Física no Brasil. Para a Hestia, o desafio é maior por ter a modalidade de incubação externa, o que dificulta a comprovação de todas as práticas. No entanto, para a direção, é fundamental manter as portas abertas para iniciativas da sociedade, para além da comunidade universitária. Somos pequenos, mas temos muita expressão no cenário nacional e acreditamos ter ainda um grande potencial para crescer", diz.

A metodologia, criada pela Anprotec, não é obrigatória para as incubadoras associadas, no entanto, é considerada um indicativo de qualidade de gestão e de promoção de empresas modernas e mais preparadas para o mercado. Desta forma, incentiva não somente a própria organização da incubadora, mas garante que os incubados tenham mais chances de atrair novos investimentos, de pessoas físicas, jurídicas ou do próprio governo. "Quem acompanha o processo de perto, sabe que é difícil alcançar as metas propostas. Das mais de 300 incubadoras no país, apenas 16 já foram certificadas no nível 1. Então esta é uma grande conquista para a Hestia", afirma Vitor Mabilia, consultor certificado Cerne que acompanhou a implementação do processo na Hestia desde o princípio.

Ciclo 1 Fogo Seguro - Emanuel de Almeida Pastl Dispositivo sinais mioelétricos - Raissan Chedid e André Peroni de Moraes Alfa Consultoria e Projeto Vertical - Antonio Carlos Manganelli de Sá e Luis Filipe Blaskoski Meyer Elysios - Levi Trevisan, Gabriel Simonetti Souza, Matheus Crespi Schenfeld e Frederico Apollo Brito

Foto: Amanda K. Grazziotin

O Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne) é uma metodologia que visa promover a melhoria expressiva nos resultados das incubadoras de diferentes setores de atuação. Para isso, determina boas práticas a serem adotadas em diversos processos-chave, que estão associados a níveis de maturidade – de 1 a 4 – em que cada nível representa um passo da incubadora em direção à melhoria contínua. Acompanhando seu desenvolvimento desde 2014, a Hestia vem se aprimorando continuamente nos últimos anos, revisando e qualificando seus processos para apoiar cada vez mais empreendimentos inovadores bem sucedidos.

Ao final deste ano, a incubadora deve receber uma auditoria do Cerne para avaliação das 33 práticas de gestão e deve alcançar 100% de aproveitamento para

Projetos selecionados para Ingresso 2017 - Último processo seletivo

Ciclo 2 Afimax - André Scolare Bueno G.EDU – Bruna Iost Camacho

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Foto: Divulgação Prosumir

Transformando desperdício em energia Não faltam conquistas para ilustrar a caminhada de sucesso da Prosumir desde sua fundação, em 2014. Tudo começou com a seleção para o Inova Pequena Empresa do Sebraetec e o InovAtiva Brasil, daquele ano. Em 2015, foi escolhida para o Edital Redemprendia Landing para Internacionalização de Startups e continua em ritmo ascendente após ter sido aprovada para o edital Sebrae de Inovação 2016. Eleita a startup número 1 do país em energia nos anos de 2016 e 2017, foi recentemente selecionada como um dos 22 casos de Inovação na Indústria do Brasil pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A Prosumir é uma empresa comprometida à eficiência energética que oferece soluções com equipamentos inovadores para o aproveitamento de energia. A primeira é a Turbina Redutora de Pressão (TRP), lançada no ano passado, que substitui a válvula redutora nas caldeiras industriais, desempenhando a mesma função e, simultaneamente, transformando o vapor em energia elétrica limpa. A substituição da válvula pela turbina compacta nas caldeiras industriais representa uma economia de até R$ 400 mil por ano em empresas de maior porte. Outras vantagens dessa tecnologia são dimensões compactas, a falta de efeitos colaterais no processo e o fato de possuir entrada e saída do vapor alinhadas e com dimensão reduzida, similar à forma construtiva das válvulas redutoras de pressão, gerando pequenos ou nenhuma modificação a tubulações já existentes. Além disso, o produto se paga com a própria geração de energia, ideal para a sustentabilidade verde e econômica das empresas que contratam o serviço.

Aprendizado mútuo A startup foi fundada por Julio Vieira, engenheiro mecânico e administrador. Após encerrar o capítulo de sua primeira experiência empresarial, Julio embarcou em uma jornada de aprendizado, realizando cursos sobre a administração de negócios e buscando informações sobre consultoria empresarial para começar a próxima empreitada. Foi assim que, em 2009, descobriu a Hestia. Feito o primeiro contato, logo deu início ao processo de incubação da Prosumir, que foi batizada a partir da expressão inglesa prosumer, que significa produzir através do consumo dos próprios recursos. Segundo Julio, a Hestia foi a base para todo o crescimento da Prosumir, sendo a mentora inicial - direta e indiretamente por meio de consultores contratados – do plano de negócio, preparando a empresa para nova etapas. Além da infraestrutura, a incubadora também contribuiu para a divulgação e suporte para a empresa vencer editais de inovação e programas de startups . Para ele, ambas são igualmente importantes. “Já aprendi muito errando quando tive minha primeira empresa. As iniciativas que recebem o suporte de incubadoras possuem melhores probabilidades de prosperar”, observa o engenheiro. Comprovando que o relacionamento entre incubadora e incubados é uma via de mão dupla, uma troca constante de informações e experiências, a Prosumir também foi importante para a própria evolução da Hestia. Seu fundador foi quem primeiro participou de eventos e maratonas como o InovAtiva e encorajou a participação dos outros, transformando o processo de incubação da Hestia, que era desenvolver o produto antes de desenvolver o negócio. Diz o engenheiro que as oportunidades já estavam disponíveis quando iniciou a incubação da Prosumir; como Julio tinha maior experiência e formação na área, participou dos programas e mostrou para os outros integrantes a importância em receber esse modelo de mentoria do plano de negócios também.

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Futuro Na última edição do jornal, a Prosumir estava trabalhando nos protótipos da Turbina Redutora de Pressão (TRP). Durante esse processo de desenvolvimento do produto, ganhou um novo sócio – André Thomazoni, que hoje trabalha como diretor técnico da empresa --, aplicou a tecnologia na fábrica da PepsiCo em Porto Alegre e deslanchou o escopo de serviços da empresa, fornecendo soluções de engenharia para otimizar processos industriais, utilizando como paradigmas a gestão e o aproveitamento energético. Em 2016, lançou um projeto de crowdfunding na plataforma exclusiva EqSeed para expandir a equipe de trabalho e treiná-la para atingir um alto desempenho, dando maior visibilidade a seu projeto. Para o futuro, o plano é continuar aprimorando a tecnologia da TRP, visando à redução de custo, miniaturização do equipamento e, consequentemente , contribuindo para diminuir a perda de 34 GW por ano no Brasil – que gera um prejuízo anual de R$ 10 bilhões, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A empresa tem se submetido a uma série de desafios nacionais, como o 100 Open Startup – em que recebeu o título de 5ª startup mais atraente para investimentos no Brasil – que facilitou a aproximação de investidores e abriu a visão do Clã para estas oportunidades. Atualmente, a Prosumir é finalista do Edital Inova da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e, se contemplada, deve se mudar para sede industrial própria e se graduar do processo de incubação da Hestia até janeiro de 2018. Para novos empreendedores, Julio aconselha perseverança: “Eu diria que é uma jornada trabalhosa, mas que vale muito a pena. Gera uma grande satisfação criar valor para a sociedade. Preparação da equipe, determinação, persistência e foco são as características mais importantes para a evolução do negócio”.

Prosumir. Serviços de Engenharia e fabricação de equipamentos para aproveitamento energético Sócio: André Thomazoni e Julio Cesar Vieira (julio@prosumir.com.br) no Clã Entrou de 2014 bro em outu

Contato: (51) 3737-4350 contato@prosumir.com.br www.prosumir.com.br


Foto: Amanda K. Grazziotin

Quebrando barreiras para o sucesso Como a persistência de uma empresa trouxe inovação para pequenos agricultores no RS A história de concepção da HidroCombus é, em si, uma lição sobre resiliência e adaptabilidade – características imperativas para o sucesso em qualquer tipo de iniciativa, mais ainda no desenvolvimento de novas tecnologias. A ideia de quebrar átomos de água (H2O) para a criação de uma fonte de combustível alternativa aos processos de combustão tradicionais surgiu a partir de uma parceria do diretor Alex Kammërer com seu irmão, que, ao voltar dos Estados Unidos, lhe contou sobre a tecnologia e o desejo de importá-la para o Brasil. A despeito de toda a sua qualificação técnica para o desenvolvimento do produto, faltava a Alex a experiência de negócio necessária para monetizá-lo. Foi então que, por volta de março de 2014, munido de um plano construído durante o curso imersivo Empretec do Sebrae, submeteu a proposta ao crivo da banca da Hestia. Após o processo deliberativo, a incubadora concluiu que, embora a empresa já tivesse seu produto validado, sua incubação para o reposicionamento do produto no mercado fazia sentido, e o projeto foi admitido. A HidroCombus entrou na fase de pré-incubação com foco no mercado automotivo, mas continuou a encontrar resistência. Iniciou um projeto no âmbito do Núcleo de Apoio à Gestão da Inovação (NAGI) da UFRGS e, com o apoio da equipe do núcleo e também de outras consultorias, começou a explorar as necessidades do mercado e como o produto deveria ser posicionado para atendê-las. Essa nova compreensão os levou a buscar campos mais receptivos à sua tecnologia – que, por natureza, é aplicável em quaisquer equipamentos e mercados que façam uso de combustão.

seu sócio, André Gottems, recorreram novamente ao apoio de consultorias para entender o que estava acontecendo e assim implementaram uma série de mudanças: participaram de eventos, como a Feira do Empreendedor do Sebrae de 2014, e começaram a experimentar hipóteses mercadológicas. Esse novo entendimento levou a HidroCombus, enfim, ao agronegócio e ao desenvolvimento de um sistema para a secagem de grãos, um projeto de grande relevância social pela redução da queima de árvores e pela geração de renda para a agricultura familiar. Com o potencial de substituição total ou parcial dos combustíveis convencionais, a tecnologia de queima do gás Oxi-Hidrogênio oferece redução dos padrões de emissões de poluentes e combustão limpa com alto poder calorífico e rendimento energético. Para entender esse novo mercado, a empresa redigiu um editorial de mentoria para o InovAtiva Brasil. Durante quatro meses, focaram na qualificação de sua formação enquanto modelo com ênfase no agronegócio, reformulando seu plano de negócios e reinventando sua identidade. Nesta nova jornada foi criada a EasyGAS, uma nova companhia vinculada à HidroCombus. A ideia é manter a primeira vinculada à academia, desenvolvendo projetos, enquanto a segunda está monetizando no agronegócio. “A EasyGAS surge no mercado com o papel de atender não só ao processo de secagem de grãos, mas também à desidratação de culturas. Por essa proximidade, começamos a perceber que nossa tecnologia é aderente a uma série de outras oportunidades”, relata Alex.

Parcerias Parte desse esforço envolveu firmar parcerias – não só com a concorrência, como também com a academia. Entidades como a Escola de Agronomia da UFRGS, a Empresa de Assistência Técnica e Rural (Emater/RS) e o Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), de amplo capital técnico dentro do agronegócio, viabilizaram a troca de experiências formativas para esse processo de transformação. A empresa investiu na escrita de mais um edital em 2015, e uma prototipagem funcional da tecnologia confirmou que estavam no caminho certo. Aprovados, celebraram um contrato de parceria com a Emater/RS de três anos para desenvolvimento tecnológico, produzindo um equipamento adequado às necessidades da economia familiar, ideal para pequenos e microprodutores do Rio Grande do Sul. Através destes contatos e do portfólio da empresa, conseguiram chamar a atenção de um investidor internacional que apostou na ideia, fazendo com que a empresa passasse de 2 para 7 colaboradores e organizasse a mudança para uma unidade industrial própria ainda neste ano. Até dezembro, a expectativa é de que a Hidrocombus/EasyGAS tenha 16 pessoas trabalhando no seu time. Segundo Alex, esse processo de redirecionamento não teria sido possível sem o apoio da Hestia. Além da credibilidade decorrente da representatividade institucional, a interação cotidiana com a incubadora foi fundamental no fornecimento de recursos para o processo de mudança. “A Hestia foi o divisor de águas para nossa empresa, porque sem a incubação não teríamos o grau de maturidade que temos hoje”, afirma. A graduação do processo de incubação já está marcada para 7 de novembro, em evento formal no mesmo dia da inauguração oficial da Hestia Centro. Mais do que provar o valor do processo de incubação para a gestação de novas ideias, a jornada de aprendizado e adaptação constantes da HidroCombus mostra que o caminho para o sucesso nem sempre segue uma trajetória linear e que é necessário ter paciência para encontrar solo fértil para novos avanços. HidroCombus. Eficiência energética por processos de combustão com combustíveis fósseis para secagem de grãos para agricultura.

Transformação A esse ponto, a startup já havia completado um ano de incubação. Nessa busca, a HidroCombus encontrou vias de aplicação de sua tecnologia que não haviam sido consideradas antes e voltou a se inscrever em editais de inovação. Um deles foi o do Sesi/Senai, onde passaram da fase classificatória, mas não foram selecionados. Sem desistir, fizeram desse fracasso aparente uma importante experiência de aprendizado. Encorajados pelo feedback que receberam dos avaliadores, Alex e

no Clã Entrou de 2014 o em mai

Sócios: Alex Kammërer (alex@hidrocombus.com.br) e André Gottems (andre@hidrocombus.com.br) Contato: (51) 3308-9919 / (51) 99955-8888 www.hidrocombus.com.br

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Empreendedorismo feminino para o ensino nas universidades

Foto: Amanda K. Grazziotin

O nascimento da Her está diretamente ligado com a área de pesquisas da Universidade. O Placebex, principal produto da empresa, é um placebo utilizado para a prática de preparo e diluição de medicamentos em frasco-ampola para simulação e treinamento de alunos, que não polui o meio ambiente e não gera resíduo químico agressivo. Desenvolvido no Laboratório de Práticas de Enfermagem (Lapenf ) pela enfermeira Geana Santos e equipe de pesquisa, foi depositado como patente pela UFRGS e inicialmente pensado para ser apenas de uso interno da Escola de Enfermagem. No entanto, o sucesso da proposta aumentou ao longo dos anos e nasceu a vontade de criar produtos-placebo dedicados ao ensino para as áreas médicas. Assim, junto com a engenheira de produção Anna Grillo, decidiu investir na ideia e expandir a gama para novos modelos. Definida a parceria e o caminho que queriam traçar, faltava encontrar um nome apropriado para a empresa: uma sessão de brainstorming acabou trazendo a alcunha Health Engineering – engenharia de saúde – que explicava o objetivo, mas não tinha um apelo para a marca. Foi então que, juntando as duas primeiras letras, acabaram com o nome Her (ela, em inglês). No momento em que a ideia surgiu, já estava decidido.

“O nome casou porque tinha que ter engenharia, tinha que ter saúde e algo mais que representasse nossa ideologia”, diz Geana. De acordo com elas, a participação feminina nas ciências, principalmente na Engenharia, tradicionalmente estudada pelos homens, ainda é vista como menos importante por seus pares. “Fomos, inclusive, a primeira startup da Hestia formada por mulheres. Estamos muito felizes este ano com a presença de outras colegas”, afirma Anna. Startup acelerada pelo Inovativa 2016, o desafio da empresa agora é promover o produto – único no mercado mundial – para instituições de ensino brasileiras na área de saúde, onde a grande maioria delas utiliza doações de remédios vencidos para o treinamento. No entanto, com o descarte incorreto, acaba poluindo as águas das cidades com químicos que podem prejudicar a população. Em outubro, Geana foi indicada pela Universidade para concorrer ao Prêmio Vale-CAPES de Tecnologia e Inovação na modalidade Jovem Pesquisador, concorrendo nacionalmente em nome da UFRGS. A pesquisa de novos produtos também está em andamento, a par com a tese de doutorado de Geana, que trará novidades para a área da docência em breve.

Her - Health Engineering. Placebos para o ensino da área da saúde. Sócias: Anna Grillo (annagrillo@hotmail.com) e Geana Santos (geana@herhealth.com.br) no Clã Entrou de 2016 to em agos

Contato: (51) 3308-5364 placebex@herhealth.com.br www.herhealth.com.br

Foto: Divulgação Herself

Inovação de mulher para mulher A busca por desenvolver soluções que impactassem o meio ambiente levou Nicole Zagonel, 25 anos, e Raíssa Assmann Kist, 23, a participar do edital do Edital Socioambiental do Sebrae em agosto de 2016. O projeto original de reutilização e recolocação de embalagens de cosméticos na cadeia produtiva através de logística reversa esbarrou na burocracia nacional e teve de ser abandonado. Mas emba-

ladas pelo desafio empreendedor do edital, logo buscaram outra causa, tão importante quanto, para focar seus estudos. Foi assim que nasceu a Herself, a primeira calcinha absorvente reutilizável do Brasil. Estudantes de Engenharia Química pela UFRGS, a dupla conheceu a solução no exterior e decidiu investir na ideia pensando em como fazer isso causando o menor impacto ambiental possível. Por isso, em vez de partir para a importação da tecnologia e do produto, resolveu apostar na inteligência e economia feminina local, desenvolvendo tecidos com as diferentes funções necessárias à produção com matéria-prima nacional e mão de obra gaúcha. Tudo isso encabeçado por mulheres – designers e costureiras – da região Sul.

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A peça produzida por elas é feita com três tipos de tecidos inteligentes que evitam a passagem da menstruação e neutralizam odores, além de promover o conforto e praticidade para o dia a dia. Estima-se que uso de uma calcinha reutilizável durante o ciclo evitará o descarte de 240 absorventes por usuária em aterros sanitários a cada ano. Com o produto pronto, procuraram a Hestia neste ano para estruturar a empresa. Com o apoio da incubadora, das consultorias promovidas e dos outros incubados do Clã, se preparam para dar o próximo passo empresarial. “Queremos nos aprimorar junto à Hestia em um processo constante de crescimento. Acreditamos que a nossa parceria e poder contar com o corpo docente da UFRGS foram fundamentais para um processo mais rápido de lançamento do produto e para a evolução da empresa”, diz Raíssa. De agosto a outubro, a Herself promoveu o lançamento do produto em dois modelos na plataforma Catarse. Agora, os próximos passos serão a entrega e avaliação dos produtos, ajuste de modelagem do negócio e, por fim, apresentação do site oficial da marca com e-commerce próprio com novos modelos com diferentes cortes, níveis de absorção e tamanhos inclusivos para todo tipo de público. Herself. Calcinha absorvente reutilizável para período menstrual. Sócias: Nicole Zagonel e Raíssa Assmann Kist

no Clã Entrou de 2017 to em agos

Contato: contato.herself@gmail.com www.herself.com.br


Foto: Divulgação Ilextec

Transformando a cadeia produtiva da erva-mate

Nascida e criada dentro de uma metalúrgica familiar que produz maquinário para a manufatura de erva-mate, Daiane Ehrhardt, engenheira mecânica pós-graduada, há muito procurava uma resposta para as demandas do setor. A erva, produto tradicional de consumo da região sul do país tem propriedades que poderiam ser utilizadas para diversas áreas, como cosmética, alimentícia, medicinal e química, mas o processo de secagem tradicionalmente usado nas ervateiras dificulta sua exportação. “Para beber como chá, o processo atual é extremamente seguro e dentro da legislação brasileira, mas para extrair certas propriedades para outros mercados precisamos inovar na forma como olhamos para o problema”, diz. Foi assim que, embalada pelo desafio proposto a ela por uma instituição de pesquisa, a engenheira resolveu encarar o desafio de empreender e, procurando a incubadora por indicação da HidroCombus – que estava se aproximando do setor do agronegócio –, criou a IlexTec. A proposta da empresa é desenvolver máquinas para erva-mate, focando em novas tecnologias e no desenvolvimento de toda a cadeia produtiva. Inicialmente, serão

duas propostas. A primeira é para tratar da quantidade de produto beneficiado, focando nos gigantes do mercado, e a segunda, um modelo direcionado especificamente para os agricultores da árvore. Esta última forma, segundo Daiane, é a que mais vai mudar a forma de venda do produto: primeiro, porque existem diversos tipos erva-mate, e, assim, cada produtor poderá analisar qual é melhor forma de programar o equipamento para extrair as propriedades que ele deseja ressaltar, como a cafeína e saponina. Devido ao curto tempo disponível entre a colheita e a secagem da colheita para evitar oxidação, permitirá ao agricultor que este seque a safra diretamente em sua propriedade e armazene a erva seca por até seis meses, podendo negociar o valor pago pelas ervateiras quando for mais conveniente. "Nosso objetivo é colocar o processo na mão do agricultor”, afirma. No Brasil, estima-se que aproximadamente onze mil propriedades rurais trabalham com erva-mate e que 370 ervateiras poderiam se beneficiar desse novo modelo. Além, é claro, do setor de exportação e novos mercados que ainda podem ser descobertos. O protótipo está planejado para ser testado no final de 2018 e o maquinário deve começar a ser comercializado logo depois.

IlexTec. Maquinário para processamento e secagem de erva-mate. Sócia: Daiane Ehrhardt no Clã Entrou de 2017 to em agos

Contato: (51) 98042-7019 ilextec@gmail.com

Plataforma de impacto para inclusão Oriundos do trabalho do terceiro setor, Carlos Ramires e Luciana Diel queriam criar um projeto de impacto social que combatesse a desinformação e promovesse o empreendedorismo e a inserção social. Ela, enfermeira, ele, profissional de logística. Durante cinco anos tocaram a ONG Conexão Solidária. No entanto, a burocracia, a dificuldade de sustentabilidade de projetos comunitários e a dependência de doações de terceiros para a sobrevivência da organização fizeram com que fossem à procura de uma nova forma de contribuir.

Foto: Amanda K. Grazziotin

A princípio, desejavam fazer um aplicativo de geolocalização que mostrasse aos usuários onde e quais eram as empresas ou projetos que oferecessem facilidades para pessoas com deficiência (PCD). O projeto, inscrito na Hestia no início deste ano, junto à Herself na nova modalidade da incubadora de projetos de impacto social, teve de ser abandonado por um simples motivo: não há número suficiente

de locais com acesso para que o app fosse economicamente sustentável. A Órbita então decidiu atacar o problema pela raiz: criar um programa que desse visibilidade às ações, produtos e projetos já existentes, ao mesmo tempo em que oferece educação sobre as demandas e pequenas alterações que podem ser feitas para o melhor atendimento dos consumidores PCD, promovendo consultorias para os lojistas na instalação de infraestrutura de acesso do cliente ao estabelecimento. “Ele une quem procura a quem oferece, apresentando soluções de forma prática e a baixo custo que podem ser feitas por todos para a inclusão de uma parcela de pessoas atualmente marginalizadas”, afirma Carlos. A plataforma, que ainda está em fase de estruturação, deve iniciar com foco em marketplace e vendas b2b, por meio de mensalidades das empresas que anunciam. O projeto, no entanto, vai muito além: seguirá com um site voltado para o público em geral, de promoção de serviços, com a possibilidade de engajamento real nestas ações. Além disso, parte do valor dos anúncios será direcionada para projetos sociais e parcerias público-privada para a promoção do bem-estar social. “Não é apenas uma questão de acessibilidade, mas sim de chamar um olhar de empatia com o próximo, de promover atos que incluam a todos”, conclui. Órbita Inovações Sociais. Plataforma de market place para acessibilidade. INO VAÇ Õ E S S O C IAIS

no Clã Entrou de 2016 to em agos

Sócios: Carlos Ramires e Luciana Diel Contato: 51 99424-9835 / 3322-6844 orbitainovacoessociais@gmail.com

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Pesquisa e inovação para a engenharia criativa A Stresstec foi fundada em 2013 com o objetivo de ser uma empresa de serviços de Engenharia utilizando ferramentas computacionais sem a pretensão de tornar-se uma indústria. Os quatro sócios fundadores, todos engenheiros mecânicos, receberam a demanda para a fabricação de um produto que haviam projetado. Ao não encontrar ninguém com a capacidade de fabricar o pedido no Brasil, o cliente optou por investir na empresa e custear todo o processo. Em 2015, partiram para uma sede própria e mais sócios se juntaram ao empreendimento. “De lá para cá, expandimos nosso mercado de atuação, ampliando portfólio e frentes de trabalho”, afirma Marcelo Fávaro Borges, um dos fundadores. Nos últimos três anos, o grupo vem buscando espaço para a comercialização de produtos e serviços inovadores na área. Com esse espírito, uma de suas principais frentes estratégicas é baseada na interação com a área de pesquisa e desenvol-

vimento, por meio da incubação externa com a Hestia e parceria junto ao Laboratório de Metalurgia Física (Lamef ) da UFRGS. Trabalhando principalmente com projetos sob demanda, a Stresstec se juntou à incubadora depois de ganhar um edital do Sebrae de inovação para profissionalizar a gestão da empresa. “A incubadora foi uma boa parceira para estruturar não somente a empresa, mas todo o nosso modelo de negócios. Sabíamos o que e como queríamos produzir, mas não tínhamos o conjunto de ferramentas para operar uma organização”, diz ele. Recentemente, a empresa depositou um pedido de patente para a comercialização de um equipamento inovador. Com previsão de lançamento em um ano e meio, a tecnologia pode ser aplicada a pontes, torres de alta tensão, barragens e todo tipo de estrutura de grande porte que precisa de monitoramento de integridade. Com sede própria no Distrito Industrial de Gravataí e graduação prevista para o próximo ano, Marcelo avalia positivamente todo o processo: “Empreender e inovar no Brasil é difícil, uma trajetória árdua e cheia de curvas, mas que vale a pena”.

Foto: Divulgação Stresstec

Stresstec. Projetos sob demanda em engenharia. Sócios: Amauri Mosquen, Fabiano Mattei, Filipe Cantelli Kroeff, Marcelo Favaro Borges e Otávio de Oliveira Pinto no Clã Entrou de 2015 ço em mar

Contato: (51) 3106-1851 stresstec@stresstec.com

SIFT: Engenharia de inovação para a segurança

Foto: Amanda K. Grazziotin

Especialista em criar tecnologias que possam trazer mais segurança a processos vitais para operações e testes de estruturas, a SIFT é uma empresa de base comprometida em buscar e oferecer soluções em inspeção e monitoramento de integridade de estruturas e componentes de engenharia, com foco especial na área de petróleo e gás e petroquímica. Com um pé firmemente assentado na área de pesquisa junto ao junto ao Laboratório de Metalurgia Física (Lamef ) da UFRGS, os empreendedores investem todo o conhecimento adquirido na Universidade para trazer ao mercado soluções originais sob medida a cada local em que trabalham. “Uma das nossas características é já termos o nosso portfólio de produtos, mas também oferecermos consultoria para buscar algo diferente para solucionar os desafios apresentados pelos clientes”, afirma Toni Lima, um dos diretores.

Formada por quatro engenheiros, um mecânico e três eletricistas, a SIFT tem como seu carro-chefe o SMART, sistema que trabalha com monitoramento de integridade de armaduras de tração de dutos flexíveis, especialmente desenvolvido para a detecção do evento de ruptura de arames durante ensaios em escala real dos componentes. Este pode ser empregado com grande confiabilidade, já que é compacto, fácil de montar e possui tecnologia própria de hardware e software que pode ser acessada remotamente. Além disso, a startup trabalha com mensuração de todo tipo de ativo, como análise vibracional, estado de tensões, deformações, temperatura, pressão e muitos outros. Atualmente focada em atualizar a marca, a empresa está reavaliando suas estratégias e conceitos de apresentação com a ajuda da Hestia para 2018. Segundo Toni, o suporte da incubadora tem sido essencial para o crescimento e maturidade da SIFT: “A Hestia é muito importante para nós, pois vemos como ela promove a evolução do Clã, pelo suporte que ela dá e pela eficiência como busca soluções às demandas de cada empresa – para nós é a gestão – e pelo incentivo à participação em eventos de peso no Brasil, nos colocando em contato com grandes players do ramo e com potenciais futuros clientes”. SIFT. Sistema de monitoramento de ativos. Sócios: Alberto Bisognin, Giovanno Zuglian, Henrique Haan e Toni de Lima. no Clã Entrou de 2015 to em agos

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Contato: sift@sift.com.br) www.sift.com.br


Foto: Amanda K. Grazziotin

O legado do Clã Como a veia empreendedora amadureceu e transformou o perfil da Hestia “A Hestia nasceu da união de um projeto dos professores Carlos Sampaio e Carlos Petter, no Centro de Tecnologia (CT), e outro iniciado aqui Instituto de Física pelo professor Horácio Dottori e por mim, a Incubadora Tecnológica do Instituto de Física (ITIF). Então, tenho orgulho de dizer que tudo começou com a movimentação de quatro pessoas e hoje envolve diretamente o trabalho de centenas de pessoas entre Coordenação, empreendedores e parceiros anualmente, com oferecimento de serviços como cursos, palestras e muito mais”. É assim que a vice-diretora, Silvana Kaster Tavares, reconta a trajetória de crescimento da incubadora que ajudou a criar. Completando 15 anos de sua inauguração em 2017, a Hestia procura se transformar constantemente para atender às necessidades do mercado, dos alunos e aos objetivos traçados pela diretoria e conselho para se tornar uma das incubadoras mais inovadoras do Brasil. Para Silvana, os desafios apresentados pelas startups faz com que a incubadora esteja sempre em busca de novas soluções para fazer mais e melhor com cada vez menos recursos. Da mesma forma que as empresas procuram formas de viabilizar seu negócio, a Hestia está sempre atrás de alternativas para captar diferentes tipos de recursos no intuito de dar apoio aos incubados. “O perfil da nossa incubadora é um perfil empreendedor, exigente consigo como é com os alunos. Acho essencial que esse trabalho continue assim, na medida em que temos cada vez menos recursos, como Instituição Federal, de seguir envoltos nessa busca, para nós, nossas empresas e rede de colaboradores”, afirma.

O nascimento do Clã Esta união acabou por nomear o coletivo de empresas incubadas na Hestia, inspirada na mitologia da deusa, representada pela Chama, que unem as tribos em seus lares e templos na discussão de grandes questões. Para ela, a ideia do Clã é formar essa rede de pessoas que buscam o mesmo objetivo. Naturalmente, um grupo de apoio se formou, permitindo acesso a serviços, consultorias, networking e até investimentos que uma startup iniciante não teria alcance. “Hoje o Clã tem a uma missão. Ele começou como rede de apoio e já está se configurando como uma rede de investimento nas novas empresas, onde quem já passou pelo processo de incubação conhece, gosta e investe em ideias inovadoras do próprio grupo”, diz. De acordo com Silvana, essa mudança começou a ser realizada a partir da entrada da Hestia no projeto Cerne, que permitiu uma nova visão sobre a incubação e as reais necessidades dos empreendedores: “Qualificamos nossa banca trazendo mais pessoas de mercado, com um viés financeiro e econômico, como profissionais de aceleradoras, que conseguiam enxergar o processo de crescimento da empresa, trazendo informações relevantes sobre mercados emergentes para o processo”. A partir do incentivo de foco em gestão, as empresas incubadas começaram a ter mais presença em eventos de empreendedorismo e aceleração nacionais – como o Inovativa do Sebrae – e trocar informações e experiências entre si, formando um grande time que inclui e beneficia a todos.

Coworkings parceiros:

Olhando para o futuro Uma das necessidades que surgiram nos últimos anos foi de expansão para novos espaços dado o crescimento do número de empresas incubadas dentro e fora da Universidade. A solução de novos espaços de infraestrutura foi a parceria com coworkings já estabelecidos em diversas regiões de Porto Alegre. “Nossa intenção é que os incubados que recebem aporte e rapidamente tem que aumentar suas equipes possam ir para locais com estrutura semelhante às que têm hoje, aos quais tenhamos acesso como incubadora para levar os serviços que eles precisam, seja da própria Hestia ou seja em parceria com estes locais. Colaboração e compartilhamento são as palavras do futuro.”, diz Silvana. Além disso, a incubadora está estendendo esses serviços para empresas que já se graduaram no processo de incubação, permitindo que estes possam realizar novos desenvolvimentos nesta reaproximação. Até o momento, foi assinado contrato com dois coworkings, Distrito E – Empreendedorismo Coletivo e Innolab Coworking. Para Eduardo Tannhauser, fundador do Distrito E e também aluno de Engenharia da UFRGS, o objetivo é fortalecer o empreendedorismo no Estado: “Esperamos criar um ecossistema onde as empresas possam estabelecer conexões e gerar negócios entre si e com agentes externos, pois enxergamos que a grande dificuldade dos pequenos empreendedores é se estabelecer financeiramente e se tornar sustentável para o desenvolvimento de novas tecnologias ou produtos inovadores”. Já André Casagrande, sócio do Innolab, diz que a maior vantagem neste tipo de contrato é a possibilidade de criar parcerias efetivas entre as empresas, em hubs que têm, em si, o propósito de promover encontros e experiências. “As trocas de valores e experiências possíveis internamente ganham muito mais valor e expressão quando seu network amplia para outros centros e polos”, afirma. Para Silvana, todo esse movimento de empreendedores, gestores e parceiros tem também o objetivo de ampliar as oportunidades dos egressos da Universidade. “A UFRGS é uma instituição tradicional, que prima por ensino qualificado e pesquisa de ponta. No entanto, nem todos os alunos serão pesquisadores. O que oferecemos é o que chamamos de empreendedorismo de carreira, apresentando ferramentas a fim de eles tenham mais oportunidades para desenvolver o seu potencial aonde quer que vão”, conclui.

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Mudando a cara do setor energético no Brasil Reduzir custos de energia para empresas no país em um modelo radicalmente diferente de negócios. É isso que propõe a Avant Solar, empresa incubada na Hestia desde o início de 2016. A partir da instalação de usinas fotovoltaicas que serão de propriedade da empresa, localizadas nos imóveis de clientes com alta demanda de energia como clubes, hospitais e condomínios, a Avant Solar se propõem a desenvolver, instalar, operar e realizar manutenção das usinas, assumindo os custos de investimento e cobrando apenas o pagamento pela energia efetivamente gerada. Desta forma, possibilita uma redução de custos com consumo de energia elétrica, com preço mais econômico do que a tarifa cobrada pela concessionária de distribuição de energia local.

Foto: Amanda K. Grazziotin

Desde 2012, devido a alterações ocorridas no marco regulatório do setor elétrico, a ANEEL permitiu ao consumidor implantar sua própria usina solar e gerar parte ou toda energia elétrica que consome. Porém, de acordo com o diretor da empresa, Max Riffel, os altos custos de implantação desse modelo de usina e a falta de linhas de financiamento para a realização desses

modelo de usina e a falta de linhas de financiamento para a realização desses investimentos acabaram se tornando grandes obstáculos para essa alternativa: “As pessoas começaram a notar os benefícios do uso da energia solar, mas era um processo muito burocrático que exigia a contratação por empresas especializadas do setor e um grande investimento inicial. Assim muitas empresas não tiravam a ideia do papel”. Foi aí que Max viu a demanda do mercado e decidiu solucionar a questão com um serviço disruptivo e inovador, que permite ao cliente optar por um sistema proveniente da fonte solar, de forma mais econômica, ambientalmente sustentável e sem custo inicial de implantação. Ele procurou a Hestia em 2016 para dar forma ao seu projeto na modalidade incubação externa. Organizou o plano de negócios, participou de alguns eventos nacionais, como o Brasil Solar Power, se qualificou na área da gestão e hoje aplica a tecnologia em pequenos projetos pelo Estado. Para Max, a participação na incubadora foi muito importante para a transformação de seu plano em realidade: “A Hestia nos oferece muitas informações sobre o mercado e inovação, oportunidades de formação pessoal e na busca de recursos para a empresa. É um ambiente muito propício para a troca entre todos os participantes”, afirma. Avant Solar. Instalação e operação de sistema fotovoltaico na unidade consumidora de energia. Sócios: Max Riffel no Clã Entrou de 2016 to em agos

Contato: (51) 2139-5959 contato@avantsolar.com.br www.avantsolar.com.br

Wire Up: Alçando novos ares É possível trazer uma solução simples e aderente ao consumidor em um mercado quase saturado de opções? A Wire Up acredita que sim. Ligado em todo tipo de tecnologia para áudio e vídeo, como ele mesmo afirma, Mateus Mello tinha especial apreço pelos drones, equipamentos de controle remoto muito utilizados nas filmagens aéreas em alta qualidade e que se tornaram o item mais procurado para compra no setor desta geração. “Os drones são muito bons para ambientes externos, pois são grandes e fáceis de controlar, só que eles pecam em algumas questões, como legislação, tecnologia e principalmente segurança para ambientes internos. É aí que nosso produto se encaixa”, diz ele. A inovação da Kibe Cam, produto desenvolvido pela empresa, se dá pela praticidade e simplicidade em seu uso, pela portabilidade de todo o sistema e pela adaptabilidade a quase todos os ambientes, fechados ou abertos. A fixação é

realizada por meio de ponteiras pré-prontas, onde basta encaixá-las no em dois pontos fixos no local desejado e o produto já está pronto para o uso. Outro benefício é o tempo de duração da bateria, cerca de nove vezes maior do que a do produto tradicional. “Como nosso equipamento não tem que se sustentar no ar, o tempo de uso real é muito maior e facilita a filmagem de grandes eventos, como formaturas e casamentos”, conta Mateus.

Foto: Divulgação Wire Up

Para eles, o público interessado no produto é infinito: desde uma pessoa interessada na área de produções audiovisuais que já tenha investido em pelo menos um equipamento fotográfico, profissionais e até amadores que gostem da área e que procuram uma filmagem diferenciada com mais segurança. Os testes de produção e prototipagem estão sendo realizados nos laboratórios da Universidade, com o desenvolvimento de gestão e de comunicação visual da empresa sendo capitaneados pelo processo de incubação pela Hestia. As operações comerciais começarão no início de 2018, com o aluguel dos equipamentos, e, posteriormente, com a venda dos produtos em larga escala. Wire Up. Sistema de movimentação aéreo de câmeras. Sócios: Mateus Mello (m.s.mello@hotmail.com) e Theo Souza no Clã Entrou de 2017 to em agos

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Contato: (51)99978-5981


PrintUp 3D: Resiliência para empreender Em 2013, quando a PrintUp 3D nasceu nos corredores do curso de Engenharia de Controle e Automação da UFRGS, a maioria do público não sabia o que era uma impressora 3D. Quem afirma é Leonardo Kratz Mendes, que, junto a Henrique Knorst, é um dos fundadores da empresa. Atualmente, a impressão 3D é reconhecida como um veículo para a produção de objetos nunca antes acessíveis ao público comum, como protótipos, modelos e reproduções em qualidade absoluta para diversos meios. Durante os três anos de incubação da Hestia, a startup construiu as bases necessárias para seu amadurecimento, e, hoje, se prepara para a graduação da incubadora no início de novembro. A empresa vem, nos últimos anos, trabalhando em uma impressora 3D do tipo SLS, que utiliza matéria-prima em pó. Atuando majoritariamente com a indústria automobilística, onde fizeram uma inovação no processo da microfusão em que a

matriz ou o molde de metal é dispensável, substituindo-o por um de polímero sinterizado, o plástico. "Com essa nossa inovação permitimos que a empresa produza uma peça pelo mesmo custo unitário de fazê-la em larga escala, com a mesma qualidade, sem a obrigatoriedade de um grande investimento de dinheiro, como um lote inicial maior, possibilitando que as empresas produzam por demanda", afirma Leonardo.

Foto: Divulgação PrintUp

Em seu primeiro projeto – uma impressora SDM – a história foi diferente. Durante o período de pesquisa e produção do equipamento junto à Hestia, perceberam que uma empresa polonesa havia desenvolvido o mesmo tipo de tecnologia. A descoberta não esmoreceu a dupla: "Não adiantava inventarmos a roda: nós tínhamos o conhecimento da tecnologia, então oferecemos a eles uma parceria e hoje somos distribuidores nacionais da máquina deles", afirma Leonardo. Dessa forma, passaram a empreender para bancar a continuação da sua pesquisa da sua máquina SLS. Além disso, estão capitaneando a implantação de um coworking de inovação em Porto Alegre, o Órbita, sem parar de crescer: a equipe passou de dois para cinco sócios e estão se preparando para voltar à Universidade, com projeto de incubação PD&I ainda neste ano. PrintUp 3D. Impressão e modelagem 3D, representação comercial de impressoras 3D. Sócios: Amanda Bobsin, Bruno Schneider, Eduardo Fávaro, Henrique Anderson Knorst, Henrique Jongh e Leonardo Kratz Mendes no Clã Entrou de 2014 ço em mar

Contato: contato@printup3d.com www.printu3d.com

Inovação tecnológica para mudar vidas Nascida do encontro de profissionais de diferentes campos em busca de criar soluções inovadoras para o público, a 3D Protos foi criada em 2014 dentro da XV Maratona de Empreendedorismo da UFRGS. Fernando Flores, desenhista industrial, e Vinícius Amantéa, médico ortopedista, desistiram de seus projetos inscritos ao perceberem que podiam se unir para utilizar a impressão 3D para criar produtos que faltavam na área da saúde. A união deu tão certo que acabaram vencendo a edição. A partir de então, formaram uma equipe multidisciplinar que almeja causar o maior impacto positivo possível por meio de tecnologia de ponta no setor.

Foto: Amanda K. Grazziotin

Para a empresa, a dificuldade inicial não foi a falta de criatividade ou a visualização das potencialidades do mercado. Ao contrário, a grande lição para eles foi o foco. "Quando entramos na Hestia, estávamos no início de tudo, com vontade de fazer

acontecer, querendo abraçar o mundo. Enxergamos na incubadora uma maneira de entender melhor como usar esse ímpeto para gerar resultados de maior impacto", diz Fernando. Finalista do InovAtiva em 2016 e participante do Cluster da Saúde, a empresa se estruturou durante o período de incubação, alinhou processos, recebeu validação do mercado e, pronta para se graduar, agora parte rumo a uma nova fase. Com quatro linhas de produtos e serviços distintos, a 3D Protos inaugurou nova sede em outubro e definiu seus próximos passos para o fortalecimento da marca com o público. Atualmente, o carro-chefe do grupo são as palmilhas personalizadas SkinSoles, produzidas a partir do escaneamento do pé do cliente e impressas com modificações necessárias para auxílio no tratamento de doenças como a diabetes, prevenção de lesões, correções de pisada e conforto em geral. Mas, fiel a seu propósito, a 3D Protos não deixará de lado a pesquisa de novos produtos: "Com as tecnologias que trabalhamos, as possibilidades são infinitas. Estaremos sempre em busca de novas soluções para melhorar a vida das pessoas", conclui Fernando.

3D Protos. Soluções customizadas para a área da saúde. Sócios: Eloisa Gonzaga, Fernando Flores e Vinicius Amantéa no Clã Entrou de 2015 to em agos

Contato: (51) 3216-8408 contato@3dprotos.com.br www.3dprotos.com.br

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Faça parte do Clã Hestia Incubadora Tecnológica MISSÃO Fomentar novos empreendimentos e potencializar empreendedores incubados para que consolidem negócios de sucesso, gerando valor para a sociedade. VISÃO Consolidar a imagem da Hestia como agente de desenvolvimento local para as comunidades onde está inserida, para as empresas geradoras de produtos, processos e serviços nas áreas de Engenharia, Física e Química, através do apoio a inserção destas empresas inovadoras no mercado. VALORES Estímulo à iniciativa e criatividade; eficiência e agilidade; atuar criativa e proativamente na busca de soluções; manter equipe comprometida e motivada; apoiar empresas com processos ambientalmente sustentáveis; transparência; atuação colaborativa e cooperativa; agregar valor às parcerias públicas e privadas; resiliência e teimosia. CONTATOS Unidade Vale hestia@if.ufrgs.br 51 3308-7245

Unidade Centro hestiaeng@ufrgs.br 51 3308-4762

Notícias do Clã O Notícias do Clã é uma publicação da Incubadora Tecnológica Hestia, órgão auxiliar da Escola de Engenharia e do Instituto de Física da UFRGS. INTEGRANTES DA DIRETORIA DA HESTIA Diretor da Escola de Engenharia Luiz Carlos Pinto da Silva Filho Diretora do Instituto de Física Naira Maria Balzaretti Diretora da Incubadora Tecnológica Hestia Carla Schwengber ten Caten Vice-Diretora da Incubadora Tecnológica Hestia Silvana Kaster Tavares Jornalista Responsável: Amanda K. Grazziotin Projeto Gráfico e Editoração: Gabriel Kolbe e Larissa Becko - Topa Comunicação (topacomunicacao@gmail.com) Notícias do Clã tem circulação bianual. A edição atual foi impressa em novembro de 2017.

A Incubadora Tecnológica Hestia é um órgão auxiliar da UFRGS que favorece e estimula a atividade empreendedora na Universidade e na comunidade. O objetivo do nosso trabalho é gerar um ecossistema empreendedor que apoie novos projetos inovadores, por meio de acesso a inúmeras facilidades para nossos incubados e para a rede de colaboradores regional e nacional. Entre elas, estão: a formação, identificação de linhas de crédito, fontes de capital, educação e formação em empreendedorismo, geração de inovação, políticas públicas, infraestrutura e sistemas de suporte e promoção de um ambiente econômico e cultural favorável à atividade empreendedora. Nosso negócio é incentivar e dar suporte à criação de micro e pequenas empresas de inovação, que atendam os gargalos de desenvolvimento tecnológico do mercado nacional, gerando produtos, processos e serviços baseados em tecnologia incremental e avançada desenvolvida na Universidade. Faça parte do nosso movimento para crescer e fortalecer o empreendedorismo de inovação do no país.

FAQ Hestia Não sou aluno da UFRGS, sou formado e/ou já tenho minha empresa estabelecida. Posso participar da seleção de incubação? Sim, a Hestia também faz incubação externa. O importante é que você tenha uma ideia ou solução dentro dos eixos de atuação da incubadora (Engenharia, Física e Química) ou em áreas correlatas e que esteja disposto a trabalhar muito para que ela tenha sucesso. Quais são as modalidades de incubação que a Hestia promove? Pré-incubação interna e externa; Incubação interna e externa, e PD&I (Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação). A que tipo de serviço eu terei acesso com a Hestia? Consultorias especializadas de diversas áreas, mentorias, cursos de capacitação em gestão, apoio à captação de recursos de fomento, apoio à modelagem e ao desenvolvimento de protótipos, apoio à participação em feiras e eventos, e inserção em redes de relacionamentos institucionais. Qual é o período de incubação da minha empresa na Hestia? O prazo de permanência dos empreendimentos pré-incubados é de 6 meses renováveis por mais 6. Para incubados na Hestia, é de até 36 meses, podendo ser prorrogado por mais um ano. Para a incubação de projetos de PD&I, o prazo é de 24 meses, que pode ser prorrogado por mais um ano, onde a possível prorrogação do período é avaliada a partir do resultado do monitoramento do desempenho dos incubados realizado pela Hestia. Os mesmos critérios são aplicados para a modalidade de pré-incubação e incubação externa. Eu moro em outra cidade do RS. Posso ser incubado da Hestia? É claro! Basta dispor de tempo para participar de mentorias, eventos e da reunião de incubados que acontece mensalmente em Porto Alegre. A incubação na Hestia é gratuita? Na Hestia existe um custo mensal para ser incubado e participar de todos os projetos. No entanto, o valor é subsidiado para que mesmo empresas que estejam começando possam investir com tranquilidade. Quando posso me candidatar para incubação na Hestia? O processo seletivo é realizado via edital público duas vezes por ano, onde são estabelecidas condições e critérios de apresentação e seleção de propostas dos empreendimentos candidatos à pré-incubação e incubação. As datas são avisadas com antecedência pelos sites da UFRGS e da Hestia, Diário Oficial da União, jornais de grande circulação e páginas da incubadora nas redes sociais. Como posso me preparar para a seleção da Hestia? Fique de olho na página do Facebook e site da Hestia para vídeos, informações e notícias das empresas incubadas, confira os editais anteriores e garanta que seu projeto está claro e tem um plano de negócios com viabilidade mercadológica e técnica. Na apresentação basta relaxar e mostrar o que você tem de melhor. Afinal, ninguém conhece sua ideia melhor que você! Tem mais dúvidas? Entre no site www.ufrgs.br/hestia e confira as informações completas do nosso processo seletivo.

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