AmchamNews Março 2009

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São Paulo, 23 de Março de 2009

Início positivo Foto: Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil

Primeiro encontro de Lula e Obama é marcado por estreitamento da relação bilateral

Fotos: Mário Miranda

90 anos Amcham celebra nove décadas de atuação contínua e empossa Conselho de Administração para 2009

Os presidentes Lula e Obama se reúnem na Casa Branca

A primeira reunião entre o presidente Lula e o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, realizada em 14 de março em Washington, teve saldo muito positivo. Os dois líderes detalharam vários pontos onde os dois países podem ampliar a cooperação nos próximos anos e mostraram-se confiantes na expansão da corrente comercial, hoje na casa dos US$ 53 bilhões. Lula foi o primeiro líder de um país emergente a ser recebido por Obama, o que demonstra a relevância do Brasil no cenário global e, particularmente, para os EUA. Antes da visita do brasileiro, o americano encontrou-se apenas com os primeiros-ministros do Japão, Taro Aso, e do Reino Unido, Gordon Brown. “O assunto predominante foi a preocupação com a crise. Falou-se de comércio e da cooperação em etanol de maneira realista, além de outros assuntos relativos à América Latina. O novo governo americano saudou o Brasil como um importante e até indispensável parceiro para a solução da crise”, resumiu o embaixador Roberto Abdenur após participar da cerimônia de posse do Conselho de Administração da Amcham. Um dos maiores destaques do encontro entre os presidentes foi a decisão de que ambas as

nações trabalhem em conjunto propostas para o enfrentamento das turbulências globais a serem apresentadas à cúpula do G-20. Brasil e EUA debaterão possíveis novas regulamentações do sistema financeiro, alternativas para reconstituição dos fluxos de crédito internacional e como aportar mais recursos a instituições multilaterais para financiar países em desenvolvimento. Ainda no campo multilateral, Lula concordou com a proposta americana de retomar as discussões sobre a Rodada Doha de liberalização do comércio mundial assim que for detectado um arrefecimento da crise. Houve consenso também sobre a importância do combate a medidas protecionistas, que têm ressurgido diante da conjuntura internacional desfavorável. Com relação a biocombustíveis, Obama afirmou que os EUA têm muito a aprender com o Brasil, mas que primeiramente é preciso ampliar a infraestrutura interna de distribuição, hoje restrita a uma pequena rede de postos com oferta de etanol. Ele disse ainda que vê o segmento como forma de estreitar as relações com a América Latina e que as atuais tensões relativas à cobrança de tarifa de importação sobre o

combustível brasileiro (de US$ 0,54 por galão) tendem a se dissipar com o crescente intercâmbio de conhecimento e projetos entre os dois países, porém não a curto prazo. A comitiva do presidente Lula foi composta por Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, Celso Amorim, ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, embaixador do Brasil nos EUA, e Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República. Do lado americano, estiveram presentes à reunião James Steinberg, subsecretário de Estado, James Jones, titular no Conselho de Segurança Nacional, Thomas Donilon, vice no conselho, Dan Restrepo, assessor para Assuntos do Hemisfério Ocidental do conselho, e Larry Summers, presidente do Conselho de Assessores Econômicos.

Cerca de 400 pessoas prestigiaram em 19 de março o jantar de posse do Conselho de Administração da Amcham para 2009 (veja composição do grupo à página 2). O evento, na sede da entidade em São Paulo, comemorou também nove décadas de atividade ininterrupta da Amcham. “Chegamos aos 90 anos como a maior Amcham entre as 104 existentes em diversos países, sempre procurando influenciar construtivamente políticas públicas e promover o comércio, os investimentos e a incorporação dos princípios de sustentabilidade à gestão das empresas no intuito de aprimorar o ambiente de negócios entre Brasil e Estados Unidos”, afirmou Alexandre Silva, presidente reeleito do conselho, no qual representou a General Electric e agora representa a TAM Linhas Aéreas. A cerimônia contou com a participação de autoridades dos poderes Legislativo e Executivo e teve como convidado especial o

presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que ocupou a presidência do conselho nos anos 90 e teve papel decisivo para a aquisição do prédio em que a entidade funciona na capital paulista. “A Amcham fica diferente a cada momento. Lembro-me da primeira vez em que estive aqui, quando o que existia era apenas um galpão, e começamos a imaginá-lo como sede da organização. O trabalho da Amcham é um sucesso e fico contente ao ver tamanha mobilização em um momento de crise”, disse Meirelles, que inaugurou, ao lado de Alexandre Silva, uma placa comemorativa da data. Tradicionalmente, a Amcham reconhece na posse do Conselho de Administração, com a entrega do prêmio Spirit of Amcham, o conselheiro que mais se destacou por seu trabalho na entidade ao longo do ano anterior. Roberto Pasqualin foi o homenageado de 2008.

Lula terá oportunidade de ampliar o diálogo com a nova administração americana ainda neste mês de março, quando se encontra no Chile com Joe Biden, vice-presidente dos EUA, e em abril, no 5º Encontro das Américas em Trinidad e Tobago, que contará com a presença de Obama. Além disso, há rumores em Washington sobre uma possível visita do presidente americano ao Brasil nessa ocasião.

O noticiário completo da Amcham você encontra no site www.amcham.com.br

presidente do Conselho de Administração da Amcham

“O trabalho voluntário que fazemos aqui é muito importante. A vida da Amcham está na disposição das pessoas de se dedicarem a melhorar o ambiente de negócios do País. Noventa anos mostram que a ideia de uma entidade que integre empresas brasileiras, americanas e de outras nacionalidades é vencedora”, salientou Pasqualin. A integração, aliás, é uma das maiores marcas da Amcham, que conta com mais de 5 mil companhias associadas dos mais variados portes, setores e origens de capital, e se faz presente em grande parte do território nacional. “Antes uma organização de São Paulo, somos agora uma entidade nacional, representada em dez cidades e, brevemente, incluiremos Salvador nessa relação, com grande potencial de crescimento”, anunciou o presidente do conselho.

Um pouco de história A Amcham foi fundada em 1919 por um grupo de nove instituições: General Electric, Singer, Citibank, Esso, Indústrias Matarazzo, Goodyear, BrazaçoMapre, Lion e Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Expediente Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: Daniela Rocha Diagramação: Fernando Dantas

Alexandre Silva,

Silva e Henrique Meirelles inauguram a placa comemorativa dos 90 anos

Juscelino Kubitschek foi o primeiro presidente a visitar a entidade, seguido por uma extensa lista de estadistas – como Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton – e autoridades.


Conheça os membros eleitos e reeleitos para este ano Presidente ALEXANDRE SILVA Conselheiro, TAM Linhas Aéreas

Vice-Presidentes

MARK HYDE PITT Presidente e Gerente Geral, Sherwin Williams do Brasil MAURILIO BIAGI FILHO CEO, Maubisa Agricultura e Presidente, Usina Moema

ALVARO NOVIS Vice-presidente, Odebrecht

MAXIMO PACHECO Presidente, International Paper do Brasil

EDUARDO WANICK Presidente para América Latina, Du Pont do Brasil

MICHEL LEVY Presidente, Microsoft

MICKEY J. PETERS Presidente, Duke Energy International

Conselheiros ACACIO QUEIROZ Presidente, Chubb do Brasil Companhia de Seguros CHRISTINA CARVALHO PINTO Presidente e Sócia Proprietária, Grupo Full Jazz de Comunicação ENRIQUE USSHER CEO, Motorola Industrial FERNANDO ALVES Sócio Presidente, PricewaterhouseCoopers - Brasil FERNANDO PINHEIRO Sócio Sênior, Fernando Pinheiro Advogados FERNANDO TIGRE Presidente, FTigre - Estratégia de Negócios FRANCISCO VALIM Presidente, Experian para América Latina e Presidente, Serasa GAETANO CRUPI Presidente e Gerente Geral, Eli Lilly do Brasil GERALDO BARBOSA Consultor, Forpress Assessoria Empresarial HERBERT STEINBERG Presidente, Mesa Corporate Governance IÊDA NOVAIS Sócia Diretora e Coordenadora, Trevisan Consultoria e Outsourcing MARCOS S. DE OLIVEIRA Presidente, Ford Brasil e Mercosul

ORLANDO GONZÁLEZ Presidente, Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA) OSCAR CLARKE Diretor Geral Brasil, Intel REGINA NUNES Presidente, Standard & Poor’s Brasil ROBERTO PASQUALIN Sócio, Pasqualin Advogados RUBENS MACHADO Vice-Presidente da Unidade Químicos Básicos, Quattor SANDRA RALSTON CEO, BN Corp. SERGIO RIAL Presidente e Diretor Regional para América Latina, Cargill Agrícola

VICTOR BARBOSA Presidente & CEO, VB & Associados e Consultor/ Amcham-Curitiba

Perspectiva favorável

Fotos: Mário Miranda

Conselho renovado

Presidente do Banco Central garante que Brasil sairá mais forte da crise O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, recomenda que não se subestime a crise internacional, séria e sem precedentes, mas assegura que o País sairá mais forte dela.

Presidentes Honorários

“O importante é que o Brasil está consciente de que a crise vem de fora, ao contrário do que ocorreu nas últimas décadas, que está preparado para enfrentá-la e vem trabalhando nesse sentido”, afirmou Meirelles no jantar de posse do Conselho de Administração da Amcham.

CLIFFORD SOBEL Embaixador dos Estados Unidos no Brasil ANTONIO DE AGUIAR PATRIOTA Embaixador do Brasil nos Estados Unidos

O processo de estabilização da economia brasileira, segundo ele, permitiu pela primeira vez a implementação de uma política anticíclica de corte de juros em momento de turbulência. “Isso é um ganho institucional extraordinário para o País. Antes, era preciso aumentar as taxas para evitar a fuga de capitais.”

Conselheiros Honorários THOMAS J. WHITE Cônsul Geral dos Estados Unidos em São Paulo

Meirelles respondeu às críticas de que o Comitê de Política Monetária deveria promover cortes mais agressivos na Selic, mostrando que o ritmo de ajustes tem consistência e que a taxa real de hoje (5,2%) é bastante inferior à de períodos recentes. Para se ter uma ideia, no final da década de 90, a Selic girava em torno de 24% e, no início de 2003, na casa de 17%.

DANNY DE VITO Ministro Conselheiro para Assuntos Comerciais, Embaixada Americana no Brasil

Posição diferenciada

JOÃO CÉSAR LIMA Presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

Para o presidente do BC, uma conjunção de fatores coloca o Brasil bemposicionado neste período e indica uma recuperação mais rápida do que a de outros países:

Conselheiro Ex-Ofício ROBERT MANGELS Chairman & CEO, Mangels Ind. e Com.

Henrique Meirelles,

presidente do Banco Central

SILVIO GENESINI JUNIOR Presidente, Oracle do Brasil Sistemas

• Reservas internacionais elevadas, de US$ 205 bilhões no final de agosto, logo no início do agravamento das turbulências, e atualmente de US$ 201 bilhões;

WILLIAM THACKARA BROWN III CFO Latin America, SAP Latin America

• Redução da dívida pública de 40% do Produto Interno Bruto em agosto para 36,5% hoje;

Vice-Presidentes Regionais

• Regulamentação rigorosa e forte capitalização das instituições financeiras que operam no País;

AGOSTINHO T. TAVOLARO Presidente, Tavolaro e Tavolaro Advogados/ Amcham-Campinas

• Acordo de troca de moedas com o Federal Reserve (banco central americano) no valor de US$ 30 bilhões, dinheiro que pode ser utilizado pelo Brasil a qualquer momento sem custos;

CARLOS FERNANDO SOUTO CEO, Veirano Advogados/ AmchamPorto Alegre

JORGE PERUTZ Consultor, JP Assessoria Empresarial e Comercial/ Amcham-Belo Horizonte

• Grande potencial do mercado doméstico, impulsionado pela saída de 41 milhões de pessoas da linha de pobreza, pela inclusão de 20 milhões de brasileiros na classe média e pelo incremento dos programas sociais; • Aumento de 7,8% da massa salarial em 2008 e continuidade dessa tendência mesmo com a crise;

STEFANO BRIDELLI Sócio Diretor, Bain & Company

LUIS DELFIM Presidente, Coca-Cola Guararapes/ Amcham-Recife

• Ritmo de crescimento médio sustentado vigoroso, de 4,7% entre 2004 e 2008;

• Retomada das vendas no varejo no início do ano, voltando ao patamar pré-crise.

O presidente Alexandre Silva e os vice-presidentes Alvaro Novis e Eduardo Wanick saúdam os recém-eleitos Acacio Queiroz, Michel Levy e Rubens Machado, acompanhados de Gabriel Rico, CEO da Amcham

Meirelles, que participou recentemente de discussões preparatórias para a reunião de líderes do G-20 (grupo que reúne representantes dos países ricos e dos principais emergentes), marcada para 2 de abril em Londres, adiantou ainda que a grande preocupação da cúpula será como contornar a escassez de crédito internacional, aspecto que, na avaliação dele, o Brasil vem conseguindo administrar bem.


Conheça os membros eleitos e reeleitos para este ano Presidente ALEXANDRE SILVA Conselheiro, TAM Linhas Aéreas

Vice-Presidentes

MARK HYDE PITT Presidente e Gerente Geral, Sherwin Williams do Brasil MAURILIO BIAGI FILHO CEO, Maubisa Agricultura e Presidente, Usina Moema

ALVARO NOVIS Vice-presidente, Odebrecht

MAXIMO PACHECO Presidente, International Paper do Brasil

EDUARDO WANICK Presidente para América Latina, Du Pont do Brasil

MICHEL LEVY Presidente, Microsoft

MICKEY J. PETERS Presidente, Duke Energy International

Conselheiros ACACIO QUEIROZ Presidente, Chubb do Brasil Companhia de Seguros CHRISTINA CARVALHO PINTO Presidente e Sócia Proprietária, Grupo Full Jazz de Comunicação ENRIQUE USSHER CEO, Motorola Industrial FERNANDO ALVES Sócio Presidente, PricewaterhouseCoopers - Brasil FERNANDO PINHEIRO Sócio Sênior, Fernando Pinheiro Advogados FERNANDO TIGRE Presidente, FTigre - Estratégia de Negócios FRANCISCO VALIM Presidente, Experian para América Latina e Presidente, Serasa GAETANO CRUPI Presidente e Gerente Geral, Eli Lilly do Brasil GERALDO BARBOSA Consultor, Forpress Assessoria Empresarial HERBERT STEINBERG Presidente, Mesa Corporate Governance IÊDA NOVAIS Sócia Diretora e Coordenadora, Trevisan Consultoria e Outsourcing MARCOS S. DE OLIVEIRA Presidente, Ford Brasil e Mercosul

ORLANDO GONZÁLEZ Presidente, Companhia Nacional de Açúcar e Álcool (CNAA) OSCAR CLARKE Diretor Geral Brasil, Intel REGINA NUNES Presidente, Standard & Poor’s Brasil ROBERTO PASQUALIN Sócio, Pasqualin Advogados RUBENS MACHADO Vice-Presidente da Unidade Químicos Básicos, Quattor SANDRA RALSTON CEO, BN Corp. SERGIO RIAL Presidente e Diretor Regional para América Latina, Cargill Agrícola

VICTOR BARBOSA Presidente & CEO, VB & Associados e Consultor/ Amcham-Curitiba

Perspectiva favorável

Fotos: Mário Miranda

Conselho renovado

Presidente do Banco Central garante que Brasil sairá mais forte da crise O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, recomenda que não se subestime a crise internacional, séria e sem precedentes, mas assegura que o País sairá mais forte dela.

Presidentes Honorários

“O importante é que o Brasil está consciente de que a crise vem de fora, ao contrário do que ocorreu nas últimas décadas, que está preparado para enfrentá-la e vem trabalhando nesse sentido”, afirmou Meirelles no jantar de posse do Conselho de Administração da Amcham.

CLIFFORD SOBEL Embaixador dos Estados Unidos no Brasil ANTONIO DE AGUIAR PATRIOTA Embaixador do Brasil nos Estados Unidos

O processo de estabilização da economia brasileira, segundo ele, permitiu pela primeira vez a implementação de uma política anticíclica de corte de juros em momento de turbulência. “Isso é um ganho institucional extraordinário para o País. Antes, era preciso aumentar as taxas para evitar a fuga de capitais.”

Conselheiros Honorários THOMAS J. WHITE Cônsul Geral dos Estados Unidos em São Paulo

Meirelles respondeu às críticas de que o Comitê de Política Monetária deveria promover cortes mais agressivos na Selic, mostrando que o ritmo de ajustes tem consistência e que a taxa real de hoje (5,2%) é bastante inferior à de períodos recentes. Para se ter uma ideia, no final da década de 90, a Selic girava em torno de 24% e, no início de 2003, na casa de 17%.

DANNY DE VITO Ministro Conselheiro para Assuntos Comerciais, Embaixada Americana no Brasil

Posição diferenciada

JOÃO CÉSAR LIMA Presidente da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro

Para o presidente do BC, uma conjunção de fatores coloca o Brasil bemposicionado neste período e indica uma recuperação mais rápida do que a de outros países:

Conselheiro Ex-Ofício ROBERT MANGELS Chairman & CEO, Mangels Ind. e Com.

Henrique Meirelles,

presidente do Banco Central

SILVIO GENESINI JUNIOR Presidente, Oracle do Brasil Sistemas

• Reservas internacionais elevadas, de US$ 205 bilhões no final de agosto, logo no início do agravamento das turbulências, e atualmente de US$ 201 bilhões;

WILLIAM THACKARA BROWN III CFO Latin America, SAP Latin America

• Redução da dívida pública de 40% do Produto Interno Bruto em agosto para 36,5% hoje;

Vice-Presidentes Regionais

• Regulamentação rigorosa e forte capitalização das instituições financeiras que operam no País;

AGOSTINHO T. TAVOLARO Presidente, Tavolaro e Tavolaro Advogados/ Amcham-Campinas

• Acordo de troca de moedas com o Federal Reserve (banco central americano) no valor de US$ 30 bilhões, dinheiro que pode ser utilizado pelo Brasil a qualquer momento sem custos;

CARLOS FERNANDO SOUTO CEO, Veirano Advogados/ AmchamPorto Alegre

JORGE PERUTZ Consultor, JP Assessoria Empresarial e Comercial/ Amcham-Belo Horizonte

• Grande potencial do mercado doméstico, impulsionado pela saída de 41 milhões de pessoas da linha de pobreza, pela inclusão de 20 milhões de brasileiros na classe média e pelo incremento dos programas sociais; • Aumento de 7,8% da massa salarial em 2008 e continuidade dessa tendência mesmo com a crise;

STEFANO BRIDELLI Sócio Diretor, Bain & Company

LUIS DELFIM Presidente, Coca-Cola Guararapes/ Amcham-Recife

• Ritmo de crescimento médio sustentado vigoroso, de 4,7% entre 2004 e 2008;

• Retomada das vendas no varejo no início do ano, voltando ao patamar pré-crise.

O presidente Alexandre Silva e os vice-presidentes Alvaro Novis e Eduardo Wanick saúdam os recém-eleitos Acacio Queiroz, Michel Levy e Rubens Machado, acompanhados de Gabriel Rico, CEO da Amcham

Meirelles, que participou recentemente de discussões preparatórias para a reunião de líderes do G-20 (grupo que reúne representantes dos países ricos e dos principais emergentes), marcada para 2 de abril em Londres, adiantou ainda que a grande preocupação da cúpula será como contornar a escassez de crédito internacional, aspecto que, na avaliação dele, o Brasil vem conseguindo administrar bem.


São Paulo, 23 de Março de 2009

Início positivo Foto: Ricardo Stuckert/PR/Agência Brasil

Primeiro encontro de Lula e Obama é marcado por estreitamento da relação bilateral

Fotos: Mário Miranda

90 anos Amcham celebra nove décadas de atuação contínua e empossa Conselho de Administração para 2009

Os presidentes Lula e Obama se reúnem na Casa Branca

A primeira reunião entre o presidente Lula e o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, realizada em 14 de março em Washington, teve saldo muito positivo. Eles detalharam vários pontos onde os dois países podem ampliar a cooperação nos próximos anos e mostraram-se confiantes na expansão da corrente comercial, hoje na casa dos US$ 53 bilhões. Lula foi o primeiro líder de um país emergente a ser recebido por Obama, o que demonstra a relevância do Brasil no cenário global e, particularmente, para os EUA. Antes da visita do brasileiro, o americano encontrou-se apenas com os primeiros-ministros do Japão, Taro Aso, e do Reino Unido, Gordon Brown. “O assunto predominante foi a preocupação com a crise. Falou-se de comércio e da cooperação em etanol de maneira realista, além de outros assuntos relativos à América Latina. O novo governo americano saudou o Brasil como um importante e até indispensável parceiro para a solução da crise”, resumiu o embaixador Roberto Abdenur após participar da cerimônia de posse do Conselho de Administração da Amcham. Um dos maiores destaques do encontro entre os presidentes foi a decisão de que ambas as

nações trabalhem em conjunto propostas para o enfrentamento das turbulências globais a serem apresentadas à cúpula do G-20. Brasil e EUA debaterão possíveis novas regulamentações do sistema financeiro, alternativas para reconstituição dos fluxos de crédito internacional e como aportar mais recursos a instituições multilaterais para financiar países em desenvolvimento. Ainda no campo multilateral, Lula concordou com a proposta americana de retomar as discussões sobre a Rodada Doha de liberalização do comércio mundial assim que for detectado um arrefecimento da crise. Houve consenso também sobre a importância do combate a medidas protecionistas, que têm ressurgido diante da conjuntura internacional desfavorável. Com relação a biocombustíveis, Obama afirmou que os EUA têm muito a aprender com o Brasil, mas que primeiramente é preciso ampliar a infraestrutura interna de distribuição, hoje restrita a uma pequena rede de postos com oferta de etanol. Ele disse ainda que vê o segmento como forma de estreitar as relações com a América Latina e que as atuais tensões relativas à cobrança de tarifa de importação sobre o

combustível brasileiro (de US$ 0,54 por galão) tendem a se dissipar com o crescente intercâmbio de conhecimento e projetos entre os dois países, porém não a curto prazo. A comitiva do presidente Lula foi composta por Dilma Rousseff, ministra-chefe da Casa Civil, Celso Amorim, ministro de Relações Exteriores, Antonio Patriota, embaixador do Brasil nos EUA, e Marco Aurélio Garcia, assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República. Do lado americano, estiveram presentes à reunião James Steinberg, subsecretário de Estado, James Jones, titular no Conselho de Segurança Nacional, Thomas Donilon, vice no conselho, Dan Restrepo, assessor para Assuntos do Hemisfério Ocidental do conselho, e Larry Summers, presidente do Conselho de Assessores Econômicos.

Cerca de 400 pessoas prestigiaram em 19 de março o jantar de posse do Conselho de Administração da Amcham para 2009 (veja composição do grupo à página 2). O evento, na sede da entidade em São Paulo, comemorou também nove décadas de atividade ininterrupta da Amcham. “Chegamos aos 90 anos como a maior Amcham entre as 104 existentes em diversos países, sempre procurando influenciar construtivamente políticas públicas e promover o comércio, os investimentos e a incorporação dos princípios de sustentabilidade à gestão das empresas no intuito de aprimorar o ambiente de negócios entre Brasil e Estados Unidos”, afirmou Alexandre Silva, presidente reeleito do conselho, no qual representou a General Electric e agora representa a TAM Linhas Aéreas. A cerimônia contou com a participação de autoridades dos poderes Legislativo e Executivo e teve como convidado especial o

presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, que ocupou a presidência do conselho nos anos 90 e teve papel decisivo para a aquisição do prédio em que a entidade funciona na capital paulista. “A Amcham fica diferente a cada momento. Lembro-me da primeira vez em que estive aqui, quando o que existia era apenas um galpão, e começamos a imaginá-lo como sede da organização. O trabalho da Amcham é um sucesso e fico contente ao ver tamanha mobilização em um momento de crise”, disse Meirelles, que inaugurou, ao lado de Alexandre Silva, uma placa comemorativa da data. Tradicionalmente, a Amcham reconhece na posse do Conselho de Administração, com a entrega do prêmio Spirit of Amcham, o conselheiro que mais se destacou por seu trabalho na entidade ao longo do ano anterior. Roberto Pasqualin foi o homenageado de 2008.

Lula terá oportunidade de ampliar o diálogo com a nova administração americana ainda neste mês de março, quando se encontra no Chile com Joe Biden, vice-presidente dos EUA, e em abril, no 5º Encontro das Américas em Trinidad e Tobago, que contará com a presença de Obama. Além disso, há rumores em Washington sobre uma possível visita do presidente americano ao Brasil nessa ocasião.

O noticiário completo da Amcham você encontra no site www.amcham.com.br

presidente do Conselho de Administração da Amcham

“O trabalho voluntário que fazemos aqui é muito importante. A vida da Amcham está na disposição das pessoas de se dedicarem a melhorar o ambiente de negócios do País. Noventa anos mostram que a ideia de uma entidade que integre empresas brasileiras, americanas e de outras nacionalidades é vencedora”, salientou Pasqualin. A integração, aliás, é uma das maiores marcas da Amcham, que conta com mais de 5 mil companhias associadas dos mais variados portes, setores e origens de capital, e se faz presente em grande parte do território nacional. “Antes uma organização de São Paulo, somos agora uma entidade nacional, representada em dez cidades e, brevemente, incluiremos Salvador nessa relação, com grande potencial de crescimento”, anunciou o presidente do conselho.

Um pouco de história A Amcham foi fundada em 1919 por um grupo de nove instituições: General Electric, Singer, Citibank, Esso, Indústrias Matarazzo, Goodyear, BrazaçoMapre, Lion e Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Expediente Editora: Giovanna Carnio (MTB 40.219) Reportagem: Daniela Rocha Diagramação: Fernando Dantas

Alexandre Silva,

Silva e Henrique Meirelles inauguram a placa comemorativa dos 90 anos

Juscelino Kubitschek foi o primeiro presidente a visitar a entidade, seguido por uma extensa lista de estadistas – como Fernando Henrique Cardoso e Bill Clinton – e autoridades.


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