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Nº 76 - Ano 7 - 30 Setembro 2010 • Distribuição gratuita • Periodicidade: Mensal • ISSN 1647–7022
Truck Atego Hybrid of the Year 2011
www.jornalstrada.com
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Giancarlo Terrassan - Jornal Strada
EDITORIAL
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VERDE GANHA Entrega dos prémios na IAA 2010
Passada a tempestade da grande crise económica do século XXI, que no ano passado obrigou os realizadores da Amsterdam RAI a cancelar a 29ª edição da TERTS (The European
Road Transport Show), os primeiros verdadeiros sinais da retoma económica, no mundo automotive, chegaram da cidade alemã de Hannover, onde foram dados os primeiros passos
em ocasião da 63ª edição da IAA (Internationale Automobil Ausstellung), o Salão Internacional de Veículos Comerciais. Contrariando todas as expectativas, a VDA (Verband der
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3 Automobilindustrie) não desistiu em organizar a maior exposição mundial dos veículos comerciais, apresentando ao mundo as verdadeiras soluções para o transporte de mercadorias e passageiros, afirmando-se como garante para a mobilidade do futuro. A cerimónia de abertura foi marcada pela presença de Ursula von der Leyen (Ministra do Trabalho e dos Assuntos Sociais) e de David McAllister (Presidente dos Ministros do Estado do Niedersachsen), que com o seu “willkommen” abriu oficialmente a feira, perante um público composto por cerca de 700 convidados, representantes do sector político e do sector económico. O porta-voz da indústria automóvel alemã, Matthias Wissmann, Presidente da VDA, declarou que «Esta edição da IAA, emite um claro sinal para
um novo arranque!» e quis demonstrar o verdadeiro envolvimento e intenção, em elaborar uma efectiva estratégia a nível nacional, bem como internacional, para uma rápida e positiva recuperação da crise que globalmente nos afectou. Lembrou, ainda, que «O sector industrial dos veículos comerciais é de extrema importância para o mercado do trabalho, gere cerca de 180.000 empregos em território alemão (...), só o sector do transporte de mercadorias e logística, engloba cerca de 2,6 milhões de lugares de trabalho e produz 7% do PIB alemão.» A palavra de ordem, que a VDA pretende manifestar, contando com a colaboração e apoio entre todos os seus associados, é baseada na intenção em alcançar “rápidas decisões”, através de um “diálogo directo e firme”, no que concerne a política económica e a política
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Uma marca da Daimler
CAMIÕES. LEASING & FINANCIAMENTO. SOLUÇÕES DE FROTA. SERVIÇOS & PEÇAS.
BlueTecEco. Chega mais longe. Poupa combustível, poupa o ambiente.
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Combinar economia com ecologia é a chave da nova tecnologia BlueTecEco. Os veículos Mercedes-Benz dotados com esta inovação, são mais eficientes e não perdem as suas histórias características. Desempenho, conforto e fiabilidade em harmonia com o ambiente e com a boa prestação
Trucks you can trust. Camiões de confiança
no seu negócio. BlueTecEco. Mais um contributo da Mercedes-Benz. www.mercedes-benz.pt
do transporte, tendo em conta a necessidade de melhorias no âmbito da legislação e dos impostos, para permitir um célere restabelecimento da “saúde” na indústria automóvel. Matthias Wissmann lembrou que «(...) mesmo que os níveis do período pré-crise estejam ainda longínquos, o crescimento no mercado internacional, nomeadamente na zona BRIC, está em rápido desenvolvimento. O mercado dos VANs foi o primeiro a respirar de alívio e, nestes últimos meses, também o segmento dos veículos pesados está a cheirar ares de melhorias. (...) No Brasil, na China e na Índia, o mercado dos veículos comerciais acima das 6 toneladas, já està na fase de crescimento ràpido, “já está a circular na faixa de ultrapassagem”: somente a China absorve quase metade da produção mundial de veículos pesados e atingiu valores superiores a 60% de crescimento; Brasil registou um
aumento de 50% nos registos de novos veículos; na Índia as vendas quase duplicaram. (...)» No que concerne o meio ambiente, Matthias Wissmann quis deixar claro que «os verdadeiros precursores nas reduções das emissões poluentes e de respeito no meio ambiente, foram os veículos comerciais, que, neste momento, atingiram quase o limite possível nas reduções.» Matthias Wissmann frisou ainda que «Os veículos comerciais expostos nesta 63ª edição da IAA, são: eficientes, flexíveis e sobretudo, preparados para enfrentar os desafios do futuro.» Todos os construtores apontaram definitivamente para a solução ideal, que passa pela optimização dos veículos e seus componentes. O exemplo e o empenho em efectuar realmente melhorias no sector dos transportes, foi majestosamente demonstrado, nesta feira, pela concretização das ideias que vi-
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sam proteger ao máximo o meio ambiente. De facto, quase todos os expositores apresentavam ao público soluções tecnológicas com um elevado nível de “amizade” para com o ambiente. Todas as marcas, tinham no seu stand um produto/veículo com elevados níveis de ecologicidade, passando pela utilização de: motores preparados para combustíveis alternativos (LNG, CNG, etc.); sistemas de propulsão híbrida, eléctrica e fuel-cell; pneumáticos de baixo atrito; carroçarias de elevado desempenho aerodinâmico; materiais e estruturas mais leves e resistentes; sistemas informáticos que permitem a optimização dos percursos e da utilização da frota. Em suma, uma interminável listagem de produtos que visam essencialmente a redução dos custos de exercício e a redução nas emissões, bem como na poluição. Perante este panorama, tornava-se mais de que óbvio que o mais prestigiado prémio deste sector, tinha que ser entregue a um produto que correspondesse perfeitamente a este tema e exigências. No que concerne os prémios, além dos já tradicionais “Truck of the Year”, “Bus of the Year” e “Van of the Year”, este ano, na noite de gala da IAA, foi entregue mais um troféu: o “Pick3 up of the Year”.
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Categoria Trucks Pela primeira vez na história o prestigiado trofeu “Truck of the Year 2011”, foi entregue para um veículo híbrido. O escolhido foi o MercedesBenz Atego Hybrid, que o júri composto por jornalistas especializados na imprensa do sector, provenientes de 24 países da Europa, quis coroar devido à sua exelentes qualidade, no que diz respeito a protecção ambiental, a flexibilidade de utilização, a segurança e a vanguarda na tecnologia. Este pequeno camião, que é destinado para o serviço de entrega e distribuição em zonas urbanas, teve como concorrentes, dois pesos pesados do mundo dos transportes: o Volvo FMX e o Scania Série R V8, que
ficaram classificados no segundo e terceiro lugares, respectivamente. A marca alemã, entretanto já anunciou que as vendas de camiões da Daimler aumentaram 33% nos primeiros 8 meses deste ano, beneficiando do crescimento do negócio na América Latina, Indonésia e Europa de Leste, ao passo que as encomendas em Agosto cresceram 65% face ao mês homólogo do ano passado. Categoria Buses No mundo dos transportes de passageiros, o júri composto por jornalistas de 19 países europeus, especializados neste sector, escolheu o modelo Citea da VDL Bus & Coach, para a entrega do troféu “Bus of the
Year 2011”. Segundo o júri, aescolha foi baseada na usabilidade prática, no acabamento, no conceito e na eficiência deste autobus urbano, produzido pela marca holandesa de Eindhoven. Pontos a favor para este veículos, foram praticamente, o conforto que este proporciona aos passageiros e as características de elevadas qualidade no que concerne a condução. Rémi Henkemans, director geral da VDL Bus & Coach, mostrou toda a sua satisfação por ter sido escolhido um dos seus veículos para a entrega deste valioso prémio. «Ser premiado com o “Bus of the Year 2011” mostra que nós e os nossos produtos estamos entre a elite europeia. Este prémio demonstra
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Categoria Vans Após ter ganho juntamente à Citroën e à Peugeot o “International Van of the Year 2009”, A FIAT volta a trazer para casa, mais um troféu. Mais uma vez, a casa cisalpina, conseguiu convencer o júri, com 128 pontos (num máximo de 168 pontos possíveis), que o novo FIAT Dobló Cargo merecia ser galarduado com o prestigiado troféu “International Van of the Year 2011”. Os seus concorrentes eram todos de grande valor: Renault Master e Opel Movano, que arrecadaram 107 pontos e o Mercedes-Benz Vito que foi pontuado com apenas 46 pontos.
Segundo declaração do presidente do júri, Pieter Wieman, «o projecto do veículo vencedor convenceu por diversos factores, acima de tudo, pelo modo como a FIAT conseguiu oferecer uma variedade de plataformas e de carroçarias superiores a qualquer outro veículo desta categoria». Por sua vez, Lorenzo Sistino,
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que o transporte internacional de passageiros consolida o nosso know-how e experiência no campo dos autocarros citadinos».
Categoria Pick-Up Pela primeira vez na IAA, foi entregue o troféu “International Pick-Up Of The Year 2011” e o grande vencedor deste prémio foi a Volkswagen com o seu recente modelo Amarok. Disputando o primeiro lugar do pódio com o Toyota Hi-Lux e o Nissan Navara, que ficaram com o 2º e 3º lugares, respectivamente, o Volkswagen Amarok arrecadou 61 num total de 91 pontos. A partir do mês de Outubro, o Volkswagen Amarok começará a ser comercializado em Portugal. 0
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CEO da FIAT Professional, afirmou: «O novo Doblò foi um veículo inovador desde a definição do projecto. Com o Doblò, oferecemos aos nossos clientes a escolha mais ampla, as menores emissões e a mais avançada tecnologia na sua categoria».
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Em apenas 18 dias, todas as 200 quotas do primeiro grupo do Plano Ultra Rodobens do consórcio para camiões pesados Actros foram vendidas, graças à forte actuação das equipas de vendas dos concessionários. Os camiões pesados Actros 2546 LS 6x2 e 2646 LS 6x4 da Mercedes-Benz já fazem sucesso nas vendas via consórcio. Lançado em Junho, o Plano Ultra Rodobens teve todas as 200 quotas do primeiro grupo vendidas em apenas 18 dias. Um novo grupo já está em formação, contando com todas as vantagens do Plano Ultra Rodobens, com destaque para a garantia de entrega do Actros e uma viagem à Alemanha para o cliente e um acompanhante. No Plano Ultra Rodobens, além de ter a garantia de entrega e tabela com preços diferenciados de fábrica, a contemplação é feita por sorteio ou lance livre, com diminuição de até 50% do seu valor nas parcelas a vencer. «Neste plano não há taxa de inscrição, fundo de reserva e nem taxa de transferência de quota. São muitas vantagens para a aquisição do Actros por meio de consórcio», explica José António Cicote dos Santos, Director-Executivo da Rodobens 3 Consórcio.
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o Actros
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clui também travões a disco em todas as rodas e retarder. O Actros longo curso introduz novos padrões de conforto e operação, que contribuem para um melhor desempenho do motorista. Este é o caso da inédita cabina Megaspace (com piso totalmente plano e uma altura interior de 1.920 mm e uma largura de 2.260 mm), da suspensão a ar e da caixa PowerShift totalmente automatizada sem pedal de embraiagem, o único de série da sua categoria. 0 Mercedes-Benz
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Gigante em tecnologia, segurança e conforto Os camiões de longo curso Actros 2546 LS e 2646 LS destacam-se no mercado brasileiro como o gigante da MercedesBenz em tecnologia, segurança e conforto. As suas principais inovações baseiam-se nas avançadas tecnologias Telligent da marca, como o sistema de orientação de faixa de rodagem, sistema de controlo de proximidade, Active Brake Assist e travão eletrónico com ABS e ASR. Entre o equipamento de segurança in-
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Este exclusivo e inédito plano desenvolvido para os camiões Actros foi criado pela Rodobens Consórcio, numa parceria com a Assobens (Associação dos Concessionários Mercedes-Benz), com a MercedesBenz do Brasil e com os concessionários da marca. «Mais uma vez, estamos juntos, inovando na forma de facilitar a aquisição do camião zero quilómetros para os clientes. Este plano comprova o valor da sinergia do nosso trabalho», afirma o executivo.
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Com a versão Premium, a Mercedes-Benz lança no mercado brasileiro um novo modelo da prestigiada série Axor, marcando a diferença entre os outros produtores. A marca da estrela criou um logotipo “Premium” especialmente para este modelo, que foi colocado nas portas destes Axor, com o intuito de proporcionar uma maior diferenciação e valorização da frota do seu cliente. Os proprietários do novo Axor Premium equipados com o motor OM 457 LA de 12 litros, terão à disposição o sistema ABS e a caixa semiautomatizada Comfort Shift (oriunda da gama Actros) de série. «A Mercedes-Benz é a única marca no Brasil, a oferecer estes avançados componentes como equipamentos de série e não como opcionais», afirma Eustáquio Sirolli, Director de Marketing de Produto-Camiões da MercedesBenz do Brasil. Antes da recente introdução no mercado brasileiro da caixa semiautomatizada Comfort Shift, que agora equipa também a série Axor Premium, a MercedesBenz já tinha sido pioneira no que concerne a introdução de tecnologias de ponta no mundo dos veículos pesados. A marca alemã, demarcou-se com a introdução do motor com gestão electrónica, os travões de motor Top Brake e Turbo-Brake, os travões de disco para camiões e o
sistema ABS (importantíssimo e indispensável dispositivo para garantir uma maior segurança rodoviária). A marca de Stuttgart conquistou o mercado brasileiro sobretudo pela tecnologia implementada e pela sua vasta gama de veículos que disponibiliza. A MercedesBenz contribuiu fortemente para o desenvolvimento do transporte no Brasil, como é comprovado pela percentagem de vendas. Eustáquio Sirolli declarou que «(...) nos últimos anos, notámos um forte desenvolvimento do transporte no Brasil, juntamente com a evolução tecnológica que acontece de forma natural no mercado brasileiro. O nosso
país está a amadurecer cada vez mais, para receber novas tecnologias e novas soluções, sendo a Comfort Shift um componente bastante adequado para atender os nossos clientes (...)», salientando ainda, «(...) a gama Axor Premium dá continuidade a uma nova etapa da evolução tecnológica dos camiões pesados Mercedes-Benz no Brasil, a qual teve inicio com a chegada dos modelos Actros off-road em 2008 e seguida pelo lançamento do Actros para longo curso em 2009.» Versatilidade de aplicações Os camiões da série Axor adequam-se perfeitamente para
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BlueTecEco. Chega mais longe. Poupa combustível, poupa o ambiente.
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Combinar economia com ecologia é a chave da nova tecnologia BlueTecEco. Os veículos Mercedes-Benz dotados com esta inovação, são mais eficientes e não perdem as suas histórias características. Desempenho, conforto e fiabilidade em harmonia com o ambiente e com a boa prestação
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no seu negócio. BlueTecEco. Mais um contributo da Mercedes-Benz. www.mercedes-benz.pt
pequenas e grandes empresas de transporte, bem como para condutores independentes que procuram a maximização e optimização na produtividade. O Axor dá resposta às necessidades destes clientes, por ser uma série de alta robustez, elevada capacidade de carga e maior nível de desempenho, conforto e segurança. Para o transporte rodoviário de mercadorias (on-road), a série Axor conta com versões 4x2, 6x2 e 6x4, permitindo a tracção de diversos tipos de semitrailers (caixa aberta, curtain-sider, isotérmicos, porta containers, cisternas, silos, etc.).
Por outro lado, o Axor 6x4 (onroad e off-road) é apropriado para a tracção dos famosos EuroCombi e Road-Train brasileiros (bitrem com peso bruto até 57 toneladas e tritem ou rodotrem com peso bruto até 74 toneladas). Os tractores Axor 6x4 com 440 cv de potência, têm uma capacidade máxima de tracção de 123 toneladas. A característica principal dos Axor 6x4 off-road, seja nas versões tractor ou rígidas, é a sua versatilidade, sendo assim o veículo ideal para os sectores da agro-indústria (açúcar e álcool), da exploração florestal, da construção civil e do sector mineiro. A série Axor oferece um complexo conjunto de equipamentos As amplas possibilidades de configuração dos veículos da série Axor, colocadas à disposição dos clientes, são um êxito no mercado. Para além de três opções de cabina (tecto alto,
tecto baixo e cabina longa), ar condicionado, climatizador, travão-motor Top Brake e travãomotor Turbo Brake exclusivos, travões de disco, sistema de travagem ABS, retarder, computador de bordo (com gestão da manutenção do veículo, gestão do consumo de combustível e diagnóstico de falhas), limitador e alarme de velocidade, volante regulável e vidros eléctricos nas portas. Os camiões da série Axor destacam-se, assim, pela sua complexa composição de aplicações em prol da segurança do condutor e do veículo e da eficiência e rentabilidade para o cliente. Com a série Axor Premium, a Mercedes-Benz amplia o uso do sistema de travagem ABS como equipamento de série para toda a gama Axor (com o motor OM 457 LA de 12 litros), nomeadamente para os modelos 4x2 onroad (Axor 2035, 2040 e 2044) e para os 6x4 off-road (Axor 3340, 3344, 4140 e 4144). O sistema ABS já vem de série nas
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dades vendidas nos primeiros seis meses deste ano, representando 47% de aumento de vendas em relação a 2009. 0
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rentabilidade. Os modelos on-road são o grande êxito da marca alemã, destacando o Axor 2544 6x2, com 1.129 unidades vendidas no 1º semestre de 2010, contra 134 no mesmo período do ano passado, o que representa mais de 700% de crescimento. No que diz respeito aos modelos off-road, o destaque vai para o Axor 3344 6x4, com 675 uni-
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As vendas da série Axor A Mercedes-Benz lançou a série Axor em 2005 e até ao passado mês de Junho, foi a marca que mais vendeu camiões no Brasil, ultrapassando as 40.000 unidades. Aliás no 1º semestre de 2010, foram comercializadas 4.433 unidades, o que representa 20% das vendas totais de camiões Mercedes-Benz neste país. Na realidade, o Axor conquistou reconhecimento no mercado brasileiro, graças à sua qualidade e tecnologia de ponta, bem como, pelo baixo consumo de combustível e menores custos operacionais, aliando negócio e
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versões 6x2 (Axor 2535, 2540 e 2544) e 6x4 (Axor 2640 e 2644), ambos on-road.
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A Scania iniciou testes práticos de um spoiler traseiro conhecido como “cauda de barco”, que pode reduzir o consumo de combustível em até 2%, o que corresponde a uma poupança anual de 1.200 litros de combustível e de 3 toneladas de emissões de CO2 de um camião rodando 200.000 km por ano. A “cauda de barco” é montada num semi-reboque de três eixos de longo curso para a Europa. O comprimento do veículo combinado aumenta até 30 cm, o que equivale ao comprimento extra permitido para uma plataforma elevadora ou outros equipamentos de carga de acordo com a directiva da União Europeia 97/27 CE.
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Scania
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«Os testes estão limitados à Suécia e Dinamarca, enquanto aguardamos a palavra final das autoridades de tráfego rodoviário dos Países Baixos e Alemanha sobre a nossa interpretação e aplicação da directiva da UE», disse Anders Gustavsson, responsável do Laboratório de Transportes da Scania (Scania Transportlaboratorium AB). A poupança de combustível de 2% não permite só reduzir os custos do sector dos transportes, mas também levar a grandes ganhos ambientais. «Para os camiões de transporte de laboratório, que correm 360.000 km por ano e consomem uma média de 26 litros de combustível por 100 km, representa uma economia anual de quase 1.900 litros de diesel e 5 toneladas de emissões de CO2 – por camião. Este tipo de melhoria aerodinâmica é positiva para a rentabilidade da indústria, bem como para o ambiente e é equivalente ao resultado de vários anos de trabalho de desenvolvimento de motores e chassis», diz Gustavsson. Uma proposta da UE introduzida recentemente viria alterar a actual Directiva 97/27 CE para
permitir que os reboques estejam equipados com um spoiler traseiro, o que aumentaria o comprimento do veículo combinado em 30 cm. «Esta é uma solução que não invade o espaço de carga e também pode ser adaptada em reboques existentes. À luz disto, espero que os fabricantes de reboque Europeus considerem de interesse começar a desenvolver um sistema integrado de” cauda de barco”. Trata-se de uma solução técnica muito simples que pode ajudar a reduzir rapidamente os custos de transporte e o impacto ambiental», conclui Gustavsson. O Laboratóro de Transportes da Scania é uma subsidiária integral da Scania que testa e avalia as características dos veículos e o desempenho em transporte rodoviário comercial. Dentro das tarefas da empresa também se inclui a formação e a orientação dos seus conductores em técnicas de condução económica e segura. A sua frota está composta por 20 unidades tractoras e cerca de 70 semi-reboques. 0 Scania
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| Ana Bela Nogueira
Michelin acaba de ser o primeiro fabricante a colocar em marcha uma estratégia global que articula segurança, rentabilidade e respeito pelo meio ambiente através da ampliação da gama Michelin X Energy SaverGreen lançada em 2008. A gama da marca francesa abrange, assim, a sua oferta para o tractor em série 80, tanto para os eixos motrizes, direccionais e portadores, como também para reboque em série 55 e 65. A gama da Michelin X Energy SaverGreen representa a solução global para uma maior segurança, garantindo maior resistência da carcaça, resistência às agressões, melhoria da aderência e da motricidade e aumento da capacidade de carga; desempenha a solução eficaz para uma maior rentabilidade, com produtos reesculturáveis e recauchutáveis, que envolvem uma maior resistência da 3
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carcaça, aumento do rendimento quilométrico e redução do consumo de combustível. No que concerne a solução que passa pelo respeito do meio ambiente, a Michelin produz os seus pneus em fábricas certificadas com ISO 14001, o que permite uma redução das emissões de CO2 (maior quilometragem e menos resistência ao rolamento) e um aumento do ciclo de vida do produto (cerca de 4 vidas). A gama da Michelin X Energy SaverGreen pode equipar os 5 eixos dos veículos Eurotrailer de 40 toneladas. Desde o seu lançamento em 2008, foram economizados 520 litros por ano e por veículo na série 70. Agora que a oferta foi alargada para a série 80 e para os reboques em série 55 e 65, são várias as
novidades apresentadas pela marca de Clermont-Ferrand. Novidades na gama Michelin X Energy Savergreen: Maior índice de carga A gama apresenta novidades bastante apelativas para o cliente, apresentando um maior índice de carga, isto é, 4.000 kg por pneu no eixo direccional, mais 10% de motricidade no eixo motriz, menos 10% em resistência ao rolamento nos eixos de direcção e tracção e menos 6% em resistência ao rolamento nos eixos de reboques com as mesmas prestações em quilometragem, em relações a outras gamas da marca, respectivamente a gama Michelin 315/ 80 R 22.5 XDA2 + Energy, a gama Michelin 315/80 R 22.5 XDA2 + Energy, e XZA2+ Energy e a gama Michelin 385/55 R 22.5 XDA2 Energy.
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Optimização dos custos de transporte Os novos pneus Michelin permitem uma optimização dos custos de transporte, através de um desgaste mais uniforme dos pneus e uma maior resistência às agressões, o que implica também uma economia de 1,7 litros de combustível aos 100 km/h em média, em relação aos principais concorrentes e a reesculturação e recauchutagem em 95,5% dos seus pneus. ENERGY FLEX Inovação na carcaça Num veículo em movimento, os pneus aquecem devido às flexões criadas em cada giro. As flexões produzem calor, libertação de energia e por conseguinte, dissipam mais consumo de combustível. A nova carcaça Flex dispõe de uma inovadora arquitectura oriunda da Michelin Durable Technologies, incorporando três aplicações verdadeiramente inovativas que minimizam este des-
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em contínuo que diminui as deformações do piso para maior resistência, uniformidade de desgaste e permitindo a posterior recauchutagem. A Michelin conseguiu a proeza de progredir em várias presta-
Lamela dupla onda Inovação na escultura As lamelas com desenho tridimensional tornam-se autoblocantes permitindo uma maior aderência, melhor forma de desgaste e aumento de quilometragem.
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Com INFINICOIL
INFINICOIL Inovação na arquitectura A novidade Infinicoil dispõe de um fio de aço único enrolado
Sem INFINICOIL
ções ao mesmo tempo, nomeadamente, na aderência, duração, resistência e economia de combustível — trata-se de uma inovação aliada ao equilíbrio entre estes factores, sem que uns prejudiquem os outros. O resultado é garantir mais segurança para as pessoas e para as mercadorias transportadas, aliando qualidade do produto, inovação, rentabilidade e respeito pelo meio ambiente. 0
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gaste: uma torção específica dos cabos metálicos, uma estrutura molecular mais fina e um composto de borracha Energy nas zonas de mais flexão, ou seja, mais borracha verde nos flancos e talões que diminuem o aquecimento por flexão, permitindo uma maior resistência ao rolamento durante toda a vida útil da carcaça.
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Certidões de residência Grátis na internet
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O ministério das Finanças disponibilizou na Internet a emissão de certidões de residência aos contribuintes, sem quaisquer custos.
| Carlos Marques carlos@cmarques.org
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De acordo com um comunicado do 23 de Julho de 2010 do Ministério das Finanças e da Administração Pública, a emissão das certidões através da Internet é totalmente gratuita, contrariamente às emitidas em papel nos Serviços de Finanças, que são pagas. O mesmo documento revela que os Serviços de Finanças da Direcção-Geral dos Impostos (DGCI) emitem anualmente vá-
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rios milhares deste tipo de certidões aos contribuintes e que a «sua disponibilização na Internet vai dispensar todos os interessados de se deslocarem pessoalmente aos serviços, podendo obter a sua emissão a qualquer hora do dia, em sua própria casa, e sem qualquer custo.» Só é mesmo preciso que acedam ao Portal das Finanças e tenham uma senha de acesso. O sistema emite a certidão com um código seguro de validação que depois serve para todos os interessados poderem verificar através do site da DGCI (www.portaldasfinancas.gov.pt), que garante a sua autenticidade, explica o documento. A disponibilização deste serviço integra-se no âmbito do Plano para a Qualidade no Serviço ao Contribuinte que a DGCI
está a implementar desde o ano passado. O objectivo desse Plano é tornar a Administração Fiscal num parceiro dos cidadãos e das empresas na geração de valor, de eficiência e equidade, diminuindo os custos de cumprimentos das obrigações fiscais e aumentado continuamente a qualidade dos serviços que presta à sociedade e à economia. O Ministério das Finanças adianta que «este novo serviço vai diminuir os custos financeiros, temporais e burocráticos dos contribuintes e libertar recursos internos da DGCI para tarefas de maior valor acrescentado.» Caros leitores, ficamos à vossa inteira disposição para nos exporem as vossas dúvidas sobre o tema deste artigo ou qualquer outro tema fiscal ou contabilístico. 0
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carlos@cmarques.org
INTERVIEW
«O meu pai pegou-me o vício do trabalho»
O Mirante
Amândio Mendes da Silva nunca teve férias e dispensa os dias de folga. Presidente do grupo Mendes diz que as leis são humilhantes para quem quer ser empresário.
mas tinha a carta de motorista número 28.612. Vinha muitas vezes à zona de Vila de Rei para descarregar e, a certa altura, pensou em criar um negócio certo e veio morar para Alferrarede. Fiz a escola primária em Lisboa mas aqui era o padre Jaime que me ensinava a lição, uma vez que nesse tempo ainda não existiam escolas. Fiz a admissão da 4ª classe e até che-
guei a aprender algumas palavras em francês mas depois comecei a trabalhar e deixei a escola. Era muito jovem. O que é que fazia na empresa? Fazia a escrita, apesar de não saber escrever muito bem e tratava das contas. A partir daí fiz de tudo um pouco e entrei na engrenagem da empresa. 3
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Amândio Mendes da Silva, 72 anos. Começou a trabalhar com o pai aos 13 anos, em Alferrarede, no concelho de Abrantes. Subiu a pulso na vida e a pulso construiu o grupo “Mendes – Transportes e Construções, SA”. Nunca tirou férias e não tem medo do trabalho. Diz que a legislação mata as pequenas empresas e que as companhias de seguros em vez de protegerem os segurados andam apenas à procura de falhas para justificarem a sua fuga às responsabilidades. Começou a trabalhar nos transportes com que idade? Com 13 anos. O meu pai era motorista numa empresa de distribuição de lenhas e pinhas em Lisboa. Naquele tempo, as padarias necessitavam de fornecimento de lenha porque não existiam fornos eléctricos. O meu pai não sabia ler nem escrever
INTERVIEW
3 Começámos a trabalhar apenas com um camião. Havia mais transportadoras mas a única que sobreviveu foi a nossa. O nosso crescimento foi gradual. O que ganhávamos era logo investido. Aprendeu a conduzir com que idade? Muito novo. Fui preso com 17 anos por conduzir um camião sem ter carta. Era domingo e fui beber um café. Fui mandado parar pela polícia que me levou logo para a esquadra. O meu pai foi-me lá buscar e saí da prisão no mesmo dia. Na segunda-feira fui responder. Na-
quele tempo havia mais moralidade. Não sou contra o regime antigo, de maneira nenhuma. Pelo contrário, acho é que isto não pode continuar como está. Quantos funcionários trabalham hoje na Transportadora Mendes? Se contarmos com as carrinhas de apoio, com os camiões pequenos e grandes, a empresa tem, neste momento, 220 funcionários. Tenho uma boa equipa e devo este crescimento a muitos amigos e clientes. Não foi a ambição de querer ser rico que me levou o negócio para a frente. Aliás, costumo dizer que sou
o mais pobre cá da firma. Trabalho de noite e de dia, não tenho férias, ando nervoso, ando revoltado. Para ser empresário neste país é preciso “engolir” certas leis que são, no mínimo revoltantes, revoltantes.
Não tem cortinas nas janelas do quarto para acordar com o sol.
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T Mendes
O que é que falha mais na sua opinião? A legislação laboral tem que mudar rapidamente. Já disse e reafirmo que a esperança das pessoas, neste momento, em Portugal, é conseguirem ficar a receber o fundo de desemprego. E o que a maioria dos empresários deseja é obter a reforma e evitar ter funcionários a seu encargo. Enquanto este clima se mantiver não vamos progredir. As pessoas que estão a receber do fundo de desemprego, por exemplo na província,
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para o que os espera. Alguns professores dizem que os empresários portugueses são pessoas mal preparadas e sem formação e que isso prejudica as empresas e o país. Que comentário lhe merecem essas afirmações? Depende da actividade do empresário. Não concordo, por exemplo, que venha alguém de uma escola para aqui ensinar um motorista a conduzir quando este o faz há vinte ou trinta anos. A pessoa que vem dar formação sabe menos que o motorista. Traz é os papéis e os formulários para a seguir passar a factura. Quem recebe formação, por vezes, tem uma reacção negativa porque sente
que percebe mais do assunto do que quem está a ensinar. É que da teoria à prática há uma grande diferença. É fácil gerir as três empresas do grupo? Vou vivendo conforme o trabalho me exige. Tenho feito obras de grande dignidade das quais me sinto honrado. Faço um pouco de tudo. Só não ligo muito aos computadores. É mau mas tenho quem o faça por mim. Já não conduzo devido à minha idade mas considero-me um profissional de condução. Tenho marcos em vários pontos do país, em edifícios públicos e privados. Também temos, desde há 30 anos, a Cerâmica do Salvadorinho, na estrada que vai
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recebem um salário baixo mas depois têm a horta, fazem uns biscates aqui e acolá e assim vão conseguindo viver. Os empresários não querem ter funcionários porque é uma ligação que perdura toda a vida. Há até quem diga que é mais difícil um empresário divorciar-se de um funcionário do que da mulher. Aprendeu fazendo e tornou-se num empresário de sucesso. Pode aprender-se a ser empresário numa Universidade? Não há ligação entre as Universidades e as Empresas. Os professores deviam ir às empresas para conhecer a realidade do mundo do trabalho e só depois deviam ir ensinar. Assim podiam preparar melhor os alunos
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3 para Ponte-de-Sôr (Rossio ao Sul do Tejo), onde fabricamos, por exemplo, tijolos para construção. Quais são os prós e os contras dos salários baixos? Os salários baixos devem-se à conjuntura económica. Estamos num sector em que temos muita concorrência. Os trabalhadores poderiam estar mais motivados se ganhassem mais mas infelizmente não temos meios para isso. Não há trabalho e o dinheiro que gastamos para cumprir algumas exigências de leis sem sentido pioram tudo. A “palavra” ainda conta nos negócios? Penso que todo o homem é honesto e sério. A única diferença entre o carácter dos homens é o dinheiro. Se as pessoas não têm dinheiro são logo rotuladas como “menos sérias”, o que não é verdade.
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Com 72 anos continua a vir trabalhar todos os dias? Tenho responsabilidades económicas e sociais para cumprir e sinto-me melhor a trabalhar do que de férias. Aliás, nunca tive férias de verdade. Fiz, em três
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ocasiões, viagens profissionais /turísticas. Oito dias de cada vez. Mas sinto-me muito bem. Tenho saúde e aqui hei-de continuar. Chego às sete da manhã e saio daqui às oito, nove da noite. Ao fim-de-semana abrando um pouco. Não pode é ser prolongado. Quando páro começo a sentir-me inerte. Vou continuar até morrer. A minha previsão é mais 30 anos (risos). Tem a fotografia do seu pai exposta no gabinete. Qual foi a lição mais valiosa que ele lhe ensinou? Foi a ser honesto nas minhas atitudes. Quando tinha 13 anos fui com o meu pai vender um suíno ao mercado do Sardoal por duzentos escudos, para poder pagar uma letra. Ele ensinou-me a trabalhar e a dar valor ao trabalho. Pegou-me o ví-
cio de trabalhar. Gosto de andar com a cara destapada. Homem simples e profundamente dedicado ao trabalho, Amândio Mendes da Silva recebe-nos de uma forma afável no gabinete da empresa, localizada na Zona Industrial de Alferrarede. Dispensa a gravata e convida-nos a sentar numa mesa redonda, fechando as persianas para o sol não nos incomodar. O telemóvel toca duas vezes durante a entrevista. Pede desculpa mas atende, porque há situações que têm que ser resolvidas no imediato. O empresário nasceu em Lisboa mas foi viver para Alferrarede, no concelho de Abrantes, com apenas 12 anos, de onde não voltou a sair. Por isso considerase mais abrantino – “terra de boa gente” – do que lisboeta. Aos 72 anos, ainda é o primei-
Quem produz vive debaixo da ditadura de leis desajustadas. Considera que há uma grande diferença entre trabalho e emprego? É preciso que haja coragem para dizer que neste momento existem dois tipos de sociedade no país. A dos que têm um emprego e ordenado certo e a sociedade da produção que está debaixo da ditadura de leis abusivas, desajustadas, agressivas e humilhantes. Por exemplo, tenho um camião que foi fiscalizado em Castelo Branco. Na notificação diz que se não 3
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ro a chegar à empresa. «Durmo sem cortinas nas janelas e sou um bom companheiro do sol. Se o sol se levanta às cinco e meia da manhã, levanto-me também», afirma, sentado no seu gabinete onde salta à vista uma fotografia a preto e branco emoldurada do pai, António Mendes, com quem começou a trabalhar no sector dos transportes. Depois do banho matinal, come apenas um iogurte ao
pequeno-almoço e, por norma, às sete da manhã já está a trabalhar. Só sai da empresa quando sente que está tudo encaminhado. O negócio prosperou e hoje em dia fazem parte do Grupo Mendes, três empresas nos ramos de transportes, construção civil e cerâmica. É casado e pai de dois filhos que trabalham com ele. Tem três netos rapazes e é um apaixonado por Portugal, conhecendo o país de lés a lés. «As pessoas antes de irem para o estrangei-
ro deviam ser obrigadas a conhecer o nosso país», defende. E justifica. «Portugal tem a melhor temperatura, a melhor comida e as pessoas mais simpáticas do mundo.»
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“As seguradoras só se preocupam em descobrir falhas para não terem que pagar”
O Mirante
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3 enviarmos os papéis no prazo de oito dias temos dois anos de prisão. Isto é humilhante, é uma vergonha! Não aceito isto com a idade de 72 anos. Andamos a trabalhar honestamente e por uma questão burocrática, ameaçam-nos logo com prisão! Anda uma sociedade a trabalhar para a outra. Antes do 25 de Abril não existiam tantos apoios às empresas e aos empresários. Como é que as empresas conseguiam manter-se e agora não conseguem?
FICHA TÉCNICA
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Director: Giancarlo Terrassan. Directora adjunta: Ana Bela Nogueira. Colaboradores: Maria Esteves, Marlene Mesquita da Silva, Tavares Ribeiro, João Cerqueira, Nuno Almeida. Reportagem fotográfica: Giancarlo Terrassan, Patrick Dreux, Nuno Almeida. Directora Comercial: Marisa Nogueira de Sousa. Publicidade e assinaturas: Norberto Neves. Propriedade e edição: Ameise Editora, Lda. - Rua da Cabreira, 83 R/C Dto - S. Bernardo - 3810-071 Aveiro - Portugal - Contactos: t +351 234 197 770 f +351 234 197 770 m +351 916 834 742 m +351 913 466 142 - m +351 968 708 537 e ameise.editora@netvisao.pt URL: www.jornalstrada.com Cons. Reg. Com. de Aveiro N° 5940/040317 NIF: 506 821 315 - Cap. Social: E 5.000,00 Fundado: Dezembro de 2003 Layout: Ameise Editora, Lda. - Periodicidade: Mensal Divulgação: Distribuição gratuita Depósito Legal: 203764/03 - Registo N° 124492 ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social - ISSN: 1647–7022. Toda a reprodução, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor, é ilícita e passível de processo judicial. Todos os textos enviados pelos leitores e publicados no Strada o em qualquer outro produto de propriedade da Ameise Editora, Lda., são de inteira responsabilidade dos mesmos; a Ameise Editora, Lda. declina qualquer responsabilidade em caso de acção judicial.
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Acho que a política dos apoios está a ser mal aplicada. Há actividades a funcionar mas que estão em dificuldades económicas porque não conseguem escoar o produto. Depois, o Estado cria oportunidades para as
pessoas se candidatarem a criar novas empresas que, por sua vez, vão competir com aquelas que já existem e que estão em excesso no mercado. Dão subsídios para se criarem empresas que vão competir com as ve-
A culpa do aumento dos níveis de desemprego acaba por ser das políticas sociais? Para mim, 80% das empresas portuguesas não querem aumentar a sua empregabilidade porque é uma grande responsabilidade fazê-lo neste momento. Até os funcionários públicos não arriscam nada, neste momento, com medo de virem a ser penalizados. Sendo o proprietário de uma empresa de transportes, já lhe aconteceu ter alguns problemas com Companhias de Seguros? Penso que as Seguradoras fazem parte de uma família muito
O que o leva a dizer isso? As Companhias de Seguros não se preocupam com os segurados. A sua preocupação é descobrir uma qualquer falha que lhes permita não pagar o que deveriam pagar em caso de acidente. Neste momento esta firma está a pagar uma pensão mensal a duas viúvas, montante que devia estar a ser pago pelas Companhias de Seguros. Infelizmente, as pessoas tiveram
um acidente e morreram e a Seguradora não assumiu o pagamento. Só isto era suficiente para uma pessoa deixar de ser empresário. Como é a sua relação com os bancos? Os bancos também estão a contribuir muito para a crise. Os créditos que faziam ao desbarato foram retirados e os juros, com os diversos encargos, aumentaram 100, 200, 300 por cento. Por exemplo, se eu hoje assinar uma letra qualquer e me trouxerem uma nota de crédito, fazendo as contas com os encargos, há juros a 40%. 0 Jornal O MIRANTE
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Também tem a mesma opinião sobre os subsídios para formação? Sim. A maior parte dos subsídios são dados para formação que não é adequada ao que as empresas precisam. Gasta-se o dinheiro para ocupar o tempo às pessoas. Não melhoram as suas competências nem ficam preparadas para criar novos produtos.
protegida do Estado que engloba a Electricidade, as grandes empresas e a Banca. No mundo onde vivo, o das pequenas e médias empresas, somos os escravos da sociedade.
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lhas. Gastaram o dinheiro nos subsídios e danificaram o mercado porque a velha não sobrevive e a nova também não. Só deviam dar subsídios aos sectores onde existe essa necessidade. Agora, pôr empresas contra empresas é que não!
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O NMBL (Núcleo de Motoristas da Beira Litoral) realizou no passado dia 24 de Julho o seu 10º desfile de camiões e almoço convívio de motoristas profissionais. 3
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SANTA MARGARIDA
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ESCOLA DE CONDUÇÃO
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A concentração de várias dezenas de camiões teve início por volta das 10h00 na Zona Industrial de Oiã, o ponto de reunião dos participantes do desfile, e prosseguiu o itinerário, passando por Águeda – Oliveira do Bairro – Vagos – Ílhavo e Gafanha da Encarnação. 3
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TRANSPORTES RITA
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O desfile decorreu tranquilamente ao som das buzinas dos camiões, muito bem apetrechados e com belas decorações que fizeram as delícias de todos. A boa disposição dos motoristas que vieram de vários pontos do país e a curiosidade dos transeuntes que iam acenando ao majestoso misto de camiões tornaram o ambiente ainda mais 3 animado.
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Email: geral@centraldavimieira.com
Website: www.centraldavimieira.com Setembro 2010
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Vale do Grou - Apartado 505 2526-909 Atouguia da Baleia Tel: 262 760 010 Fax: 262 760 029 Email: transportesassilva@hotmail.com
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A vila da Gafanha da Encarnação foi o ponto de chegada, onde decorreu o almoço convívio. Com a ria de Aveiro como pano de fundo, o sol e a brisa característica da região, proporcionaram um ambiente de descontracção nesta grande 3 festa de família.
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Nesta festa organizada pelo NMBL, marcaram presença os representantes de outros núcleos de motoristas, o Nucaminho, de Barcelos (Núcleo de Camionistas do Minho), Numofreita, de Arouca (Núcleo de Motoristas Serra da Freita), Núcleo Associativo dos motoristas do Zêzere e Templários, de Torres Novas e o Numarquês, de Pombal (Núcleo de Motoristas Terras do Marquês). 3
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O vereador da Câmara Municipal de Ílhavo, felicitou o trabalho que o núcleo tem vindo a desenvolver, salientando também a admiração que tem pelos motoristas, pela vida que têm e pelas dificuldades a que estão sujeitos quando estão fora da sua terra, «fazem do camião a
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3 vossa casa, da estrada a vossa companhia, tantos dias e tantas horas durante o ano para o bem do país e da região». Como síntese, o Vereador desejou que todos os projectos do núcleo continuem a ter o mesmo sucesso como até ao momento e mostrou todo o apoio da Câmara Municipal para com a Associação e os motoristas, «estamos aqui a dar o que é possível aos motoristas, portanto contem connosco», finalizou. 0
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Pneus com carga mais Os novos pneus para aplicações de longo curso Continental HSL2 ECO-PLUS XL estão preparados para suportar as cargas mais elevadas das futuras gerações de veículos pesados no eixo direccional. A sua capacidade de carga foi ajustada para as exigências futuras, decorrentes do desenvolvimento técnico. Apresentam quilometragem e robustez impressionantes, e uma resistência ao rolamento optimizada que assegura uma redução considerável no consumo de combustível. O índice de carga mais elevado do novo pneu de elevado rendimento constitui a base para as futuras gerações de veículos pesados que, devido à complexa tecnologia de limpeza de gases de escape, acessórios de segurança e cabinas mais cómodas, depositam cada vez mais peso sobre os eixos dianteiros. A rígida norma de emissões Euro 6, que entrará em vigor no início de 2013, exige aos fabricantes de veículos a construção de novos motores com tecnolo-
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gia de limpeza de gases de escape e pós-processamento mais complexa. Os catalisadores, a recirculação de gases de escape, os filtros de partículas e os sistemas de refrigeração consideravelmente maiores, aumentam bastante a carga sobre o eixo dianteiro. Tendo em vista estas novas exigências colocadas aos pneus pesados modernos, a Continental apresenta, já hoje, as versões da geração de pneus de alta tecnologia HSL 2 ECOPLUS com maior capacidade de carga. O HSL 2 ECO-PLUS foi lançado, com grande sucesso, no ano passado. Para além de ser importante para os futuros desenvolvimentos dos veículos pesados, o pneu de longo curso HSL 2 ECO-PLUS XL recentemente desenvolvido, com uma capacidade de carga de mais 500 kg por eixo, assume um papel importante em transportes especiais em que a carga sobre o eixo frontal é maior. Aqui incluem-se por exemplo transportadores de automóveis, camiões-cisterna e camiões-silo
ou veículos com contentores e estruturas modulares. Estas aplicações constituem, actualmente, um quinto de todos os transportes de longo curso. A distribuição de peso no tractor e semireboque sobrecarrega especialmente os pneus do eixo direccional do veículo. Os novos pneus para percursos de longo curso Continental são uma combinação perfeitamente equilibrada de elevada capacidade de carga, eficiência e conforto com as características de particular baixo consumo da nova segunda geração de pneus introduzida desde 2009. O HSL 2 ECO PLUS XL é o primeiro pneu da segunda geração com índice de carga aumentado. Esta disponível nas dimensões convencionais 315/70 R 22.5 para aplicações standard com capacidade de carga por eixo máxima de 8 ton, e 315/60 R.22.5 para veículos com volume optimizado capacidade de carga por eixo máxima de 7,5 ton. A capacidade de carga consi-
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índice de elevado mento extremamente baixa, mesmo sobre cargas elevadas. Os pneus de longo curso Continental, com a sua resistência ao rolamento optimizada, estão entre os produtos mais eficientes em termos de consumo de combustível da sua classe. Os pneus para veículos pesados com maior capacidade de car-
ga HSL 2 ECO-PLUS XL encontram-se disponíveis na dimensão 315/60 R22.5 com índice de carga (LI) 154 e capacidade de carga por eixo de 7,5 ton e 315/70 R22.5 com índice de carga (LI) 156 e capacidade de carga por eixo de 8 ton. 0 Continental
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deravelmente superior destes pneus com baixa resistência ao rolamento, para utilização em longo curso, foi conseguida através de um conjunto de alterações ao nível do design e dos materiais. Para aumentar a capacidade de carga dos novos modelos de pneus marcados com XL em 2 índices de carga, ou cerca de 500 kg de peso por eixo, os engenheiros da Continental aplicaram um composto de materiais especialmente desenvolvido para o efeito. Esta mistura, designada CoberturaBase, no piso e na estrutura, é aplicada na carcaça com um processo especial. Graças aos talões reforçados com fio de aço, produzidos com aço especial de alta resistência e à estrutura da carcaça reajustada, as forças causadas pelo peso adicional e pelo aumento da temperatura são absorvidas de forma ideal. O composto do piso, que graças à composição dos materiais apresenta um efeito refrigerador, também confere uma resistência ao rola-
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Team MKR
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R no top 3 Renault Trucks
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não foi tão favorável, já que nenhum dos dois pilotos de MKR Technology pôde subir ao pódio. Na sessão dominical, Markus Bösiger e Markus Oestreich saíram respectivamente nas 3ª e 4ª posição da terceira corrida. Embora Markus Bösiger conserve o seu lugar depois das doze voltas do circuito, Markus Oestreich perdeu um posto, terminando em 5º. Na última corrida do Grande Prémio de Nogaro, o suíço Bösiguer conseguiu um segundo lugar, enquanto que o alemão Oestreich, com o afim de chegar em primeiro, enganchou-se com o camião do seu adversário directo e não pôde terminar a corrida. No campeonato de “Construtores”, MKR Technology-Renault Trucks conserva o seu segundo lugar com 120 pontos. Após a corrida, o suíço Markus Bösiger e o alemão Markus Oestreich situam-se respectivamente nos postos 2º e 5º da classificação de “pilotos” ganhando um lugar cada um em comparação com
a classificação após o Grande Prémio de Albacete. Os engenheiros de motores da Renault Trucks da série à competição e viceversa Maxime Lebech, 31 anos, chefe do projecto Motor de Corrida: «A competição apresenta muitas menos limitações que a série. Eu encarrego-me de tudo o que está relacionado com o desenvolvimento, pôr no ponto o motor e comprovar a performance do mesmo. Depois de cada corrida, recupero todos os dados informáticos registados sobre o motor (desempenho, fiabilidade, etc.) e analisamos esses dados com os pilotos e a equipa directiva. Com base na nossa análise, posso fazer alterações no motor durante a temporada, modificando, por exemplo, os parâmetros da câmara de combustão ou de injecção. Ocupo-me também da assistência do motor, tanto para as peças como para as aplicações informáticas em cada
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Truck Navarra
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Após o Grande Prémio de Nogaro, terceiro encontro do Campeonato Europeu de Truck Racing, a equipa Renault TrucksMKR Technology, com uma vitória e 5 pódios, conserva o seu 2º lugar na classificação por equipas. Apesar da chuva que caiu sobre o circuito francês, cada um dos dois pilotos ganharam um posto na classificação geral. Markus Bösiguer sobe ao segundo lugar, enquanto que o seu companheiro, Markus Oestreich, classificou-se no quinto lugar. Nesta temporada, mais aberta que nunca, o suspense é total. Sábado, 19 de Junho, sob um tempo húmido e com uma pista difícil, Markus Bösiger conquista a Pole Position, após as provas qualificativas para o Grande Prémio de Nogaro. Esta vantagem permite-lhe impor-se, aproximadamente com 3 segundos sobre o 2º na primeira corrida. Por outra parte, Markus Oestreich terminou em 3º lugar. A segunda corrida de Sábado
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tilização do motor. Conversamos muito com os pilotos; a sua impressão é muito importante para os ajustes que tenham que se fazer, para as modificações que é necessário incorporar. O ponto de vista de Mario Kress [o director da equipa] é também muito importante. É um engenheiro único, e sabe concretamente o que quer e isso permite-nos progredir.» Embora as leis da física se apliquem igualmente para um motor de série do que para um de competição, as limitações são diferentes. Actualmente, para avançar temos que mudar costumes e a nossa experiência como engenheiros. É algo excitante poder transgredir os paradigmas. O nosso trabalho actual centra-se mais no rendimento do motor que na sua potência pura. «Em suma, é verdade que o que aprendemos do motor de competição, ajuda-nos a reflectir para o motor de série.» 0 Renault Trucks
Renault Trucks
das peças realizam-se com um micrómetro, as pressões são configuradas a vários milhares de bares. Eu estou a meio caminho entre a competição e a série. Na vida quotidiana, desenvolvo os sistemas de injecção dos motores DXi11 e Dxi de série. É um trabalho de precisão: Todas as nossas medições fazem-se ao microssegundo, os ajustes das peças fazem-se ao micrómetro e as pressões ajustam-se a vários milhares de bares. Muito naturalmente, associei-me desde o princípio ao projecto da equipa da escudaria MKR Technology e actualmente, uma parte do meu tempo dedico-a ao desenvolvimento do sistema de injecção do DXi 13 Racing. Trabalho em estreita colaboração com Maxime Lebech. Reflectimos juntos, especialmente em futuras evoluções que poderiam incorporarse ao DXi 13 Racing. Em cada uma das competições do Campeonato, controlo de perto a u-
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Grande Prémio […] Em relação a um motor de “série", o trabalho no DXi 13 Racing a nível técnico é bastante parecido, mas a grande vantagem da concorrência é que há menos limitações. Nós testamos as peças protótipo e o âmbito de exploração é muito mais amplo do que para um motor Standard. Além disso, a concorrência permite-nos observar o funcionamento de um motor do veículo pesado em gamas diferentes dos usados em série: em vez de extrapolar as curvas, de maneira teórica, temos novos pontos de referência, mais extremos, que modificam ou confirmam as nossas simulações informáticas. E isso tem um valor único.» Jean-Marc Neveu, 40 anos, engenheiro de motores, responsável pelo desenvolvimento e implementação do sistema de injecção: «Todas as medições são feitas com uma precisão de microssegundos, as configurações
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Uma liga
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Elisabete jรก esteve em Marrocos por 38 vezes
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ção forte tadas as alterações no camião. Quando vou treinar tenho mais tempo para relaxar, conviver com outras pessoas e viver o ambiente de deserto. Quando estou fora deste meio acabo por sentir uma certa saudade. A próxima vez irei em corrida e aí não vai haver grandes condições para relaxar!», refere Elisabete Jacinto. Com mais de 130 concorrentes já inscritos, a prova marroquina disputar-se-á de 17 a 23 de Outubro e percorrerá o deserto marroquino em torno de Zagora. 0 A2 Comunicação
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próxima será a sua 29ª corrida neste território. A piloto, que tem uma particular afeição por este continente, sente-se em Marrocos como que em casa. Somam já 38 o número de vezes que esteve neste país quer em competições quer em treinos. «Entre competições e treinos vou normalmente a Marrocos pelo menos três vezes por ano. É um país que apresenta condições excelentes para a prática da modalidade e está aqui tão perto... É lá que tenho feito grande parte da minha evolução em termos de condução e que são tes-
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São quase três dezenas as competições de todo-o-terreno que Elisabete Jacinto já disputou em África. A estreia foi em 1997, no Rali da Tunísia, de moto, mas é em Marrocos que a piloto do Team Oleoban MAN Portugal tem desenvolvido e aperfeiçoado o seu excelente nível de pilotagem, que lhe permite ser actualmente uma das referências mundiais da disciplina na categoria Camião. Elisabete Jacinto é o piloto português com maior número de presenças em provas de todo-o-terreno no continente Africano. A
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Novas regras de navegação tornam ralis africanos mais difíceis.
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net a presença de Elisabete Jacinto a par de alguns dos grandes nomes mundiais da modalidade, como Stephane Peterhansel nos automóveis e Cyril Despres nas motos. GP do Deserto A grande novidade A prova terá mais de 1.500 km de sector selectivo e será constituída por seis etapas, duas das quais serão integralmente em areia, enquanto as restantes apresentarão percursos bastante variados. Para o fim fica uma novidade absoluta: o GP do Deserto. Uma etapa 100% em areia – 4 voltas a um percurso de 40 km – que terá partida simultânea de todas as motos, enquanto que carros e camiões partirão em pequenos grupos. 0 A2 Comunicação
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sem qualquer tipo de ajuda até à distância de 400 m (em vez dos 3 km estipulados até então) o que tornará o rali bastante mais difícil. «As férias estão a chegar ao fim e começa a estar na altura de preparar tudo para o Shamrock porque, como acontece com todas as grandes provas africanas, esta é uma competição muito exigente tanto no capítulo técnico, como no plano físico. Temos de ser muito rigorosos e metódicos para que, no dia 17 de Outubro, possamos estar à partida em condições de lutar pela vitória na categoria T4 (camiões), que é o nosso grande objectivo», explica Elisabete Jacinto. O Shamrock Rallye du Maroc destaca na sua página da inter-
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Depois da vitória alcançada em Maio no Rallye Oilibya Tunisie, onde foi a primeira mulher a triunfar numa prova da Taça do Mundo de Todo-o-Terreno aos comandos de um camião, Elisabete Jacinto vai começar a preparar a sua próxima competição, que terá lugar de 17 a 23 de Outubro, em Marrocos. A piloto do Team Oleoban/MAN Portugal será acompanhada nesta corrida pelo belga Charly Gotlib (vencedor do Dakar 2007) e por Marco Cochinho, prometendo lutar pela vitória absoluta entre os camiões. Por decisão da organização este rali realizar-se-á já de acordo com as novas regras FIA de navegação segundo as quais todas as equipas terão de se aproximar dos pontos de GPS
to no Shamrock 61 Setembro 2010
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Apresentação em Portugal O director desportivo do Africa Eco Race, René Metge, esteve no passado dia 14 de Setembro em Portugal para apresentar a 3ª edição da competição africana de todo o terreno que irá percorrer pistas de Marrocos, Mauritânia e Senegal, terminando nas margens do mítico Lac Rose, em Dakar. Depois de uma partida em Portimão, a forte adesão de equipas do leste europeu obriga a que as verificações tenham este ano lugar no sul de França, a 26 e 27 de Dezembro, sendo que os participantes da Península Ibérica poderão fazê-las em Almeria, na tarde do dia 28. A primeira especial em solo africano será realizada a 29 de Dezembro e serão disputadas quatro etapas em Marrocos, cinco na Mauritânea e uma no Senegal O traçado da prova com muita areia, etapas com as especiais cronometradas a partir e a chegar junto dos bivouacs e estes a
62 Setembro 2010
Africa Eco R
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Race 2011
serem implantados em lugares afastados das povoações, são algumas das características que tornam o Africa Eco Race diferente do que tem sido mais comum nas maratonas de rali raid, detonando um certo regresso às origens e à componente aventura. Em Portugal, apenas a participação de Elisabete Jacinto está confirmada na competição camião que deverá juntar uma dezena de concorrentes. São todavia várias as equipas que estudam a presença na prova. Significativa foi a presença da Prolama nesta apresentação, sendo de salientar que Bruno Oliveira do Mazda Açores TT Team também já manifestou a sua intenção de estar presente no Africa Eco Race Com preços substancialmente reduzidos, cerca de 30% em relação ao ano passado, o Africa Eco Race promete ter à partida o dobro de concorrentes. Todas as informações sobre a prova poderão ser encontradas em www.africarace.com. Para René Metge, que partiu no dia seguinte para os derradeiros reconhecimentos do percurso, juntamente com o espanhol Jose Maria Servia, «África é insubstituivel ... O traçado desta terceira edição irá revolucionar a visão que se poderia ter ao atravessar paisagens de tirar o fôlego!». 0 A2 Comunicação
63 Setembro 2010
Giancarlo Terrassan - Jornal Strada