Strada Truck #079

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Nº 79 - Ano 7 - 31 Dezembro 2010 • Distribuição gratuita • Periodicidade: Mensal • ISSN 1647–7022

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Giancarlo Terrassan - Jornal Strada

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nachrichten antenne

MAN Nutzfahrzeuge

O que se pretende é que no futuro, a eficaz estratégia de crescimento internacional da MAN Nutzfahrzeuge AG também se reflicta no nome da empresa. Por esse motivo, o fabricante de veículos comerciais vai mudar de designação social e, a partir de 1 de Janeiro de 2011, terá o nome MAN Truck & Bus AG. «O novo nome da nossa empresa mostra aos nossos colaboradores, clientes e ao público em geral em todo o mundo ao que nos dedicamos. O nome MAN Truck & Bus consegue tornar isto compreensível de uma forma clara e precisa a nível internacional», explica Dr. Georg Pachta-Reyhofen, porta-voz da Direcção da MAN Nutzfahrzeuge AG e da MAN SE. Com a mudança de designação social para MAN Truck & Bus AG é conseguida uma uniformização da presença internacional da marca e uma melhoria da visibilidade da empresa. 0

NEWS

MAN Nutzfahrzeuge AG muda o nome para MAN Truck & Bus AG

MAN Nutzfahrzeuge

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NEWS

NOVA ALIANÇ Implementação da chamada eco-taxa para veículos de mercadorias pesadas (Heavy Goods Vehicles) em França e o posicionamento da VIALTIS numa parceria Público/privada a realizar em 2012.

INDEX MAN Nutzfahrzeuge AG muda o nome para MAN Truck & Bus AG .................................3 Nova aliança da VIALTIS .....................................4 XI Jornadas da ANTRAM .....................................6 Test-Drive: 730 para Odin - Scania R730 V8.......20 DAF LF Hybrid entra em produção......................34 eng.auburn.edu

Luís Simões renova frota ....................................36 Iveco Stralis em destaque no ‘Euroskills 2010’ .....38 Braga tem novo Truck & Bus Center MAN...........42 Pneus M+S são agora necessários para circular na Alemanha ........................................44 3ª edição do África Eco Race ............................48 Elisabete Jacinto imparável ................................52

A VIALTIS que é líder europeia em serviços prestados a empresas de transporte rodoviário internacional, aliou-se, recentemente, ao consórcio formado pela France Telecom, a Bouygues (ETDE), Kapsch e CS Systèmes d'Information, numa parceria público-privada que irão a concurso para controlar a eco-taxa cobrada a veículos com mais de 3,5 toneladas, em França. A France Telecom/Bouygues (ETDE)/Kapsch/CS Systèmes d'Information Group é um dos quatro candidatos que responderam ao apelo do Governo para as propostas relativas à execução, em França, de um regime especial de tributação destinado a veículos com mais de 3,5 toneladas e que deve

FICHA TÉCNICA

Director: Giancarlo Terrassan e giancarlo.terrassan@jornalstrada.net - Directora adjunta: Ana Bela Nogueira e ana.bela.nogueira@jornalstrada.net - Redação: e editor@jornalstrada.net - Colaboradores: Marle Editora, Lda. - Paginação: e editor@jornalstrada.net - Ameise Editora, Lda. - Directora Comercial: Marisa Nogueira de Sousa - Marketing e Publicidade: t +351 234 197 770 - f +351 234 197 770 m +351 Propriedade e edição: Ameise Editora, Lda. - Rua da Cabreira, 83 R/C Dto - S. Bernardo - 3810-071 Aveiro - Portugal - Contactos: t +351 234 197 770 - f +351 234 197 770 m +351 916 834 742 - m +35 Cons. Reg. Com. de Aveiro N° 5940/040317 - NIF: 506 821 315 - Cap. Social: E 5.000,00 - Fundado: Dezembro de 2003 - Periodicidade: Mensal - Divulgação: Distribuição gratuita Depósito Legal: 203764/ Toda a reprodução, seja por fotocópia ou por qualquer outro processo, sem prévia autorização do editor, é ilícita e passível de processo judicial. - Todos os textos enviados pelos leitores e publicados no Strada ou em

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gerar uma receita anual para o Governo de mais de 1,2 bilhões de Euros até 2012. Os outros candidatos são Sanef/ Egis/Atos/Siemens, Autostrade e Billoo Development. Tendo em conta a necessária interoperabilidade europeia, este projecto assenta na utilização de tecnologias inovadoras na área de cobrança electrónica de portagens, permitindo que veículos com mais de 3,5 toneladas sejam tributados e controlados em França. Para este concurso, a VIALTIS e o consórcio formado pela France Telecom/Bouygues (ETDE)/ Kapsch/CS Systèmes d'Information uniram os seus conhecimentos para responder de forma precisa e relevante a esta parceria público/privada. Além das competências pertinentes que os quatro parceiros são capazes de trazer para este projecto genuinamente complexo, a VIALTIS irá operar numa escala europeia para distribuir dísticos aos transportadores rodoviários. Nesse sentido, a VIALTIS irá

fazer, exclusivamente, a distribuição pré-paga de dísticos nos 27 países da União Europeia (com excepção da França) para os transportadores rodoviários estrangeiros que operam nas redes tributadas em França. O CEO Sébastien Schmitt, da VIALTIS, já veio mostrar a importância e o privilégio que é participar neste concurso: «o consórcio pode oferecer garantias concretas em termos de desenvolvimento, integração e distribuição para dar uma resposta eficaz às especificações emitidas, e para ser bem sucedido neste concurso. Como um parceiro privilegiado da IRU (International Road Union), a VIALTIS beneficia há vários anos de uma cooperação activa – é uma vantagem que une a VIALTIS aos profissionais do transporte rodoviário». Esses distintivos estarão disponíveis directamente nos pontos de distribuição e podem ser recarregadas de acordo com as viagens realizadas pelo motorista. A rede oferecida pela VI-

ALTIS responde perfeitamente às exigências da eco-taxa, graças às suas filiais na Europa, bem como a uma rede de parceiros, principalmente as associações de transportes rodoviários. A VIALTIS também tem-se posicionado como um “player” no mercado de cobrança electrónica de portagens europeu, com o objectivo de se estabelecer como uma empresa oficial e de referência na cobrança electrónica de portagens, distribuição de dísticos para os transportadores inscritos que irão desfrutar de todos os benefícios oferecidos, em particular, uma série de descontos. Actuando no mercado há mais de 10 anos, a VIALTIS pretende desenvolver este negócio graças a um investimento de dezenas de milhões de euros, para se tornar uma líder na cobrança electrónica de portagens e oferecer aos transportadores rodoviários uma verdadeira alternativa à oferta existente. 0 Vialtis

ene Mesquita da Silva, Vanda Lopes, Tavares Ribeiro, João Cerqueira, Nuno Almeida - Reportagem fotográfica: e editor@jornalstrada.net - Giancarlo Terrassan, Patrick Dreux, Nuno Almeida - Design e Layout: Ameise 968 708 537 - e comercial@jornalstrada.net 1 913 466 142 - m +351 968 708 537 - e ameise.editora@netvisao.pt - e giancarlo.terrassan@jornalstrada.net URL: www.jornalstrada.com /03 - Registo N° 124492 ERC - Entidade Reguladora para a Comunicação Social - ISSN: 1647–7022. m qualquer outro produto de propriedade da Ameise Editora, Lda., são de inteira responsabilidade dos mesmos; a Ameise Editora, Lda. declina qualquer responsabilidade em caso de acção judicial.

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NEWS

ÇA DA VIALTIS


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XI Jornadas

| Ana Bela Nogueira ana.bela.nogueira@jornalstrada.net

“Um transporte rodoviário de mercadorias sustentável e eficiente” foi o tema das XI Jornadas da ANTRAM (Associação Nacional dos Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias), que decorreu nos dias 22 e 23 de Outubro, no Algarve. O Hotel Crowne Plaza, em Vilamoura, foi o local escolhido para acolher dezenas de ilutres convidados na-

cionais e internacionais e uma forte presença de associados da ANTRAM. O discurso de abertura das Jornadas, foi feito por António Mousinho, Presidente da Direcção Nacional da ANTRAM, que agradeceu, especialmente, a presença de António Mendonça, Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, de Paulo Mar-

Um transporte rodoviário de mer

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ques, Presidente da ANSR (Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária) e de Carlos Jorge dos Santos Silva Gomes, Chefe de Gabinete da Governadora Civil de Faro. As XI Jornadas foram longas mas verdadeiramente proveitosas para todos. Com a tónica no transporte sustentável e eficiente, os oradores deram voz às realidades do sector rodo-

viário de mercadorias, com apresentações diversas, erguendo sempre que necessário o tema da crise nacional e internacional. O programa das XI Jornadas foi constituído por quatro painéis: 1- As políticas de transportes do século XXI. 2- Desafios sustentáveis: Ambiente e Energia, Segurança e

Infra-estruturas, Financiamento e Capital Humano. 3- Desafios eficientes: Tecnologia e Inovação, Segurança Rodoviária e Rede Modal Integrada. 4- Planificação estratégica do transporte rodoviário de mercadorias – uma necessidade. As XI Jornadas da ANTRAM terminaram com um jantar de gala no casino de Vilamoura.

cadorias sustentável e eficiente

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da ANTRAM


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António Mousinho O Presidente da Direcção Nacional da ANTRAM, com um discurso bastante directo e sem rodeios, começou por sublinhar que «as jornadas da ANTRAM são, sem dúvida, um importante momento de reflexão e debate sobre as políticas e desafios que se nos colocam, neste período em que a palavra desafio deve ser posta na ordem do dia, por contraponto à crise, palavra que tem estado demasiado presente no nosso vocabulário». O mercado energético e a liberalização dos preços dos combustíveis estiveram na ordem do discurso de António Mousinho, «a ANTRAM defende há anos que a regulação supra-nacional do mercado de energia será o caminho a trilhar para o futuro». Aproveitando a presença do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, a certa altura, António Mousinho dirigiu o seu discurso para António Mendonça, «Senhor Ministro, estamos a viver um momento de emergência nacional, chegámos a um estado de exaustão fiscal, uma vez que as nossas empresas não têm possibilidades de pagar mais impostos e taxas (…) agora, com o orçamento que se avizi-

nha, com as portagens nas SCUT já instaladas, vamos entrar, seguramente, no mais duro inverno económico desde os anos 20 do século passado». António Mousinho desenhou também aquilo que preocupa verdadeiramente o sector dos transportes rodoviários, «o novo código contributivo que entra em vigor a 1 de Janeiro de 2011, (…) contém um conjunto de regras que muito o vão penalizar. Destaca-se, também, a publicação recente de um pacote de regras laborais e sociais, conhecidas por regime das contra-ordenações, com vários normativos completamente desajustados da nossa realidade e prevendo valores de coimas exorbitantes (por exemplo, um limite de mais ou menos 60 mil Euros).» Como conclusão, António Mousinho, enfatizou «(…) Senhor Ministro, sabemos o que queremos, o que precisamos e temos a nossa visão para o país e para o sector (…). O sector continua à espera da publicação das prometidas e necessárias linhas de orientação para o transporte rodoviário, sem as quais, o plano estratégico dos transportes não terá um fio condutor.»

António Mendonça «Estou aqui com muito gosto», foi assim que António Mendonça, Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, inaugurou o seu discurso, reforçando de seguida, que o encontro serviu como «plataforma de diálogo entre o ministério e as transportadoras.» Optimista e coerente, António

Um transporte rodoviário de mercadorias sustentável e eficiente Dezembro 2010


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Mendonça foi muito claro, para descontentamento de muitos: «as portagens das outras SCUT serão introduzidas até 15 de Abril de 2011. (…) O sector de transporte de mercadorias será mais eficiente se tiver naturalmente boas estradas e a introdução de portagens é uma condição absolutamente indispensável para assegurar e sustentar o esforço que tem sido feito pelo Governo no sentido de assegurar um sistema rodoviário moderno, eficaz e nas melhores condições para que as empresas possam trabalhar.»

O Ministro terminou, dizendo: «vou seguir com a maior atenção as reivindicações que aqui foram feitas e, seguramente, teremos oportunidade de continuar o nosso diálogo e trocar impressões sobre o que aqui será dito.» Giancarlo Terrassan - Jornal Strada

Mendonça foi respondendo ligeiramente às interrogações de António Mousinho, referindo que «o Governo adoptará medidas que sejam mais justas e menos onerosas para o sector e para as empresas.» Acerca da crise que se impregnou no país e no sector rodoviário, afirmou: «desejo em Portugal, um sector de transportes de mercadorias pró-activo e dinâmico, ao passo que, inovação e competitividade devem ser asseguradas no sector, para que depois sejam reflectidas na nossa economia.» Sobre as SCUT´s, António

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AS POLÍTICAS DE TRANSPORTES DO SÉCULO XXI Attila Eordogh da Unidade dos Transportes U.E foi ao Algarve falar da revisão da Eurovinheta na Europa e a preparação do novo Livro Branco para os Transportes (The revision of the Eurovignette – Directive and the preparation of the White Paper on EU Transport Policy). Na verdade, Attila Eordogh da Unidade dos Transportes U.E e Ana Miranda do IMTT levaram à tribuna um tema em comum. Como estamos a chegar ao fim de mais uma década, o Livro Branco define uma visão a médio e longo prazo, uma estratégia europeia e um plano de políticas a adoptar nos Transportes para a década seguinte. A apresentação de Ana Miranda do IMTT (Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres) foi baseada no tema «Livro Branco: Um futuro sustentável para os transportes, rumo a um sistema integrado». Depois de uma retrospectiva de quase 10 anos, desde a publicação do Livro Branco, Ana Mi-

randa, enumerou seis tendências e desafios identificados, no ano passado, pela Comissão Europeia, que condicionarão a política europeia de transportes nas próximas décadas: sustentabilidade ambiental, envelhecimento da população, migração, escassez de recursos energéticos (combustíveis fósseis), urbanização e globalização. Paulo Marques, Presidente da ANSR (Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária), centrou a sua apresentação a detalhar a evolução da sinistralidade rodoviária e da segurança rodoviária, falando também da estratégia nacional de segurança rodoviária adoptada para reduzir o número de mortes na estrada. Segundo o Presidente da ANSR, foi implementada uma estratégia nacional de segurança rodoviária em 2008 e que decorrerá até 2015 com o objectivo de reduzir a mortalidade nas estradas tendo em conta vários factores.

A ANSR tem um objectivo primordial: situar Portugal entre os 10 estados membros da União Europeia com as taxas de sinistralidade mais baixas. A PT Negócios esteve representada por um importante interlocutor entre as novas tecnologias e o transporte: Luís Mendonça da Silva, gestor de produto sénior e da direcção de gestão da oferta empresarial da PT Negócios. Luís Mendonça da Silva fez uma apresentação intitulada “Sistemas Inteligentes de Mobilidade”, onde referiu que a «evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) contribuem para um aumento da qualidade de vida e dos serviços de transporte», o que permite desenvolver veículos mais inteligentes, serviços telemáticos sofisticados e ainda ocasiona a diminuição de custos, aumento da segurança, da eficiência e da qualidade dos serviços de transporte.

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nos transportes continuará a aumentar, haverá um aumento dos preços dos combustíveis, como também existirão maiores riscos de segurança do abastecimento energético e de não se cumprirem as metas climáticas», reforçou. João Vieira adiantou também que os Governos terão cada vez menos capacidade para investir em infra-estruturas de transporJoão Vieira, consultor da TIS.PT (empresa dedicada à consultoria, investigação e desenvolvimento do conhecimento), dedicou o seu discurso ao ambiente e à energia. Após uma breve apresentação da empresa, falou dos desafios, tendências e previsões para as próximas décadas no sector dos transportes, «mantém-se o crescimento da actividade de transportes, apesar de deixar de acompanhar o crescimento do PIB, o consumo de energia

tes, como também, haverá um aumento da pressão regulamentar sobre o sector. No âmbito da responsabilidade ambiental, Rui Branquinho da Seguradora Tranquilidade teve um discurso muito «verde» através da apresentação do decreto-lei N.º 147/2008 DE 29/07 que diz respeito ao regime jurídico da responsabilidade por

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DESAFIOS

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O último discurso respeitante ao segundo painel foi feito por Alexandra Costa Artur, da ANTRAM, que falou essencialmente do “capital humano” da Associação. Com mais de 20 anos de experiência em formação dirigida ao sector dos transportes, instruindo mais de 65 formandos e mais de 250 pequenas e médias empresas apoiadas, a ANTRAM tem sido um pilar importante junto das empresas transportadoras em Portugal. A oradora explicou ainda que a ANTRAM tem planos de for-

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danos ambientais. A sua apresentação abordou vários pontos importantes do decreto, salientando as pesadas contra-ordenações que as empresas transportadoras podem sofrer. Na verdade, a responsabilidade ambiental é uma realidade a ter em conta, independentemente das garantias financeiras e da sua obrigatoriedade, já que «os custos com incidentes ambientais poderão ser muito elevados e pôr mesmo em causa a existência de algumas empresas», referiu Rui Branquinho.

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Jorge Costa, Deputado da Assembleia da República pelo PSD, abordou a planificação estratégica dos transportes, começando por dizer que «hoje o país está mais curto do que estava há 30 anos, devido às inGiancarlo Terrassan - Jornal Strada

A jornalista da RTP, Alberta Marques Fernandes subiu à tribuna para ser a moderadora do quarto e último painel das XI Jornadas da ANTRAM. Alberta Marques Fernandes, exprimiu «a minha curiosidade jornalística leva-me a querer saber como é que este sector pode funcionar, neste momento, com a grave crise financeira e económica. Este painel é extremamente importante porque vainos dar uma visão macro-económica.»

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4º PAINEL PLANIFICAÇÃO ESTRATÉGICA DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE MERCADORIAS – UMA NECESSIDADE

fra-estruturas rodoviárias até agora construídas.» «Actualmente, o que é o sector dos transportes? Representa 4% do PIB nacional, 3% da população activa, empregando 15.000 mil pessoas. Assim, num total de 330 milhões de toneladas transportadas em 2009, cerca de 91,6% foram movimentadas dentro das fronteiras portuguesas.» O deputado da Assembleia da República informou ainda que o transporte de mercadorias no sector rodoviário «sofreu uma queda de 10,4% em 2008 e de 10,9% em 2009.» «Que perspectivas de futuro temos perante este quadro? Muito dependente de matérias-pri-

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mas, pequena economia e pouca preparação para a economia mundial». O Deputado Jorge Costa soube interligar muito bem 3 temas que suscitam bastantes críticas nada abonatórias para o Governo Socialista: as SCUT´s, a Eurovinheta e o PEC. Prestes a terminar a sua análise,

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nal, disse o próprio ao Semanário SOL a 15 de Outubro. Mas todos sabemos que acreditar nisso é dos erros mais graves que se pode cometer», frisou. Com um discurso em torno do endividamento versus financiamento, João Duque, perspectivou o futuro do país. «Como é que vamos sair da crise? Liberalizar o mercado dos factores (mão-de-obra...), atrair o investimento estrangeiro, incentivo ao investimento e à poupança nacional, fazer propostas duras e exemplares, (…) o que nos espera não são notícias muito agradáveis e o endivida-

mento público não é o único problema de Portugal; o país está também muito endividado ao nível das famílias e das empresas. Portanto, o que podemos esperar a curto prazo? Dificuldades de financiamento», respondeu. Já no que concerne o sector dos transportes, João Duque referiu que os portugueses têm de pensar que são privilegiados no mundo pela sua localização geográfica – «maximizando e dando valor àqueles que são intermediários na transferência de pessoas e de mercadorias», concluiu. 0

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o Deputado falou ainda de um plano exemplar criado em Espanha, chamado PEIT (Plano Estratégico de Infra-estruturas e Transporte) que tem como objectivo melhorar a competividade económica, a coesão territorial, social e a segurança e qualidade do serviço em todos os modos de transporte. Dando a entender que o que faz falta ao sector dos transportes em Portugal é um plano como este. «A crise atacou, em generalizado, o país e abalou profundamente muitas empresas que eram marcas soberanas nos mercados» – João Duque, Docente no ISEG, começou assim por fazer o enquadramento económico de Portugal. A crise em Portugal foi o tema central do discurso do Professor Catedrático que, preocupado com a actual situação do país, não poupou a plateia à verdade: «para o 1º Ministro José Sócrates, a crise de Portugal é causada pela crise internacio-

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ENTREVISTA A ANTÓNIO MOUSINHO

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STRADA: Nas Jornadas mostrou a importância para a existência de uma entidade reguladora supra-nacional... António Mousinho: Não há uma relação proporcional entre o preço do gasóleo vendido ao público e o preço do barril. O mercado energético é muito importante para a economia mundial, portanto faz todo sentido a existência de uma entidade reguladora supra-nacional. Com esta entidade, poderíamos ter mecanismos de estabilização desses mercados. Já para não falar, que a economia das famílias e das empresas dependem em absoluto do mercado energético. Peço uma intervenção supra-nacional, faz todo o sentido. STRADA: Qual é a posição da ANTRAM face a introdução de portagens nas SCUT? A. M.: Desde a primeira hora que a ANTRAM manifestou a sua posição frontal contra a introdução de portagens. STRADA: A ANTRAM vai continuar, com certeza, em negociações com o Governo, no sentido de obter melhores condições para as transportadoras. Entende que vai ser uma luta difícil para conseguir obter algum resultado positivo? A. M.: A ANTRAM não quer nenhum subsídio, nem nenhuma condição especial de mercado. O que nós queremos é que se criem condições objectivas


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facilitadoras e não queremos mecanismos espinhosos, como por exemplo, aquele regime de contra-ordenações que tem coimas de 60 mil Euros, ou seja, quando falamos em empresas com 2 ou 3 camiões, basta uma única coima e é o fim da empresa. É um sistema contra-ordenacional completamente desfazado da realidade económica e empresarial de Portugal. A ANTRAM é competitiva e moderna, queremos somente mecanismos facilitadores. STRADA: O sector tem sido fortemente penalizado... A. M.: Pelo novo regime de contra-ordenações, pelas medidas fiscais que sairão em 2011... Por isso é que disse aqui hoje ao Sr. Ministro que chegámos à

exaustão fiscal. Actualmente, nós temos um país, diria, quase ultra-periférico da Europa. STRADA: Com tanta asfixia, onde é que isto pode levar as empresas? A. M.: A ANTRAM entende que o Governo não deve só olhar para as receitas, mas também para a despesa pública. Portanto, há muita coisa a fazer desse lado, no sentido de racionalizar e fazer as reformas estruturais que são seguramente necessárias fazer. Repare, com o aumento do IVA, tudo vai aumentar novamente, logo, o consumidor final vai pagar mais IVA sobre os transportes. 0


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Desde sempre a Scania foi pioneira na introdução de motores de elevada potência, contrariando as pseudo-necessidades do mercado, tendo sido por isto constantemente criticada por esta “ousadia”. Seguindo a estratégia de construção modular que a Scania implementou há já vários anos, para completar o ciclo, no que concerne os motores, o novo motor V8 foi o último elemento da família a receber alterações — a mais importante delas reside no aumento de cilindrada.

| Giancarlo Terrassan giancarloterrassan@jornalstrada.net

Muito mais de que um meio de transporte. Representa: requinte, luxo e bom gosto. Scania volta a renovar o seu tributo a Odin!

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ODIN e o seu SLEIPNIR

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TEST-DRIVE EXTERIOR A identidade da marca sueca na nova gama de camiões V8 é bem notória. Tanto o interior como o exterior receberam profundas melhorias e apresentam um novo estilo e aerodinâmica que tornam os veículos facilmente reconhecíveis entre os restantes. As principais novidades que mais se destacam no exterior da cabina são o logotipo da Scania e os frisos cromados ao redor das entradas de ar da grelha dianteira. Nas saias la-

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o cami達o mais potente no mundo

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terais, o cromado abunda com frisos que acompanham a linha horizontal do segundo degrau, com o símbolo do V8 a suspender a linha. No lado esquerdo uma placa de cobertura cromada envolve a saída do tubo de escape com design especial. A exclusiva grelha em black brilliant ajuda a realçar ainda mais todos os detalhes da frente do camião. No que concerne o sistema de iluminação, o novo R 730 está equipado com faróis Xenon e luzes LED no topo frontal da cabina, acima do pára-brisas e nos faróis, permitindo uma maior poupança de energia e garantindo mais durabilidade e menor manutenção. O belíssimo exterior do R 730 é um convite perfeito para abrir a porta do camião e conhecer o seu interior.

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INTERIOR A casa do grifo apostou fortemente na remodelação e inovação do interior da cabina, oferecendo mais segurança, mais ergonomia e mais espaço — aspectos que foram optimizados até ao mais pequeno pormenor. A casa sueca, tem à disposição do cliente uma longa lista de equipamento opcional, que permite uma personalização extrema do ambiente de trabalho e da zona de descanso, com o fim de proporcionar um aumento substancial da qualidade e nível de habitabilidade. Ao entrar no habitáculo, depa-

ramo-nos imediatamente com o luxo dos materiais e do equipamento. As grandes novidades no interior da cabina centram-se, essencialmente, na localização do símbolo do V8 em vários sítios, estando presente nos painéis das portas, no painel de instrumentos, nos encostos dos bancos, não esquecendo o comando da chave, que também ele, é dotado do símbolo V8. A ergonomia é um dos aspectos predominantes, tudo foi pensado ao pormenor, optimizando o espaço e as aplicações. Mais uma vez, é notório o especial cui-

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TEST-DRIVE 3 cial, em total segurança — tudo está estrategicamente à mão e, durante a condução, o condutor não precisa de se desviar da sua posição para poder ter acesso a todos os comandos do veículo. Muitos outros lugares de arrumação imediata e ganchos estão disponíveis, em posições cruciais e estrategicamente posicionados. O painel de instrumentos foi optimizado em módulos para o alojamento dos vários interrupto-

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dado tomado com as arrumações na zona de condução, permitindo ao motorista um fácil e rápido alcance ao que é essen-

res e botões de comando, juntamente a inúmeros espaços de arrumação. Está equipado com display do computador de bordo, o qual fornece todos os indispensáveis dados do novo sistema de informação Scania Driver Support, úteis para uma condução mais segura, eficiente e económica. O volante multifunções, incorpora todos os mais importantes comandos que proporcionam segurança na condução — telefone, cruise control, rádio, etc.. No lado direito da coluna do volante encontramos o comando do novo sistema totalmente automatizado Scania Scania Opticruise. O novo lugar de condução foi mais uma vez melhorado, tendo sido modificado e actualizado para oferecer uma maior comodidade e permitir uma condução mais segura, os pedais de metal e borracha com estilo especial. Por sua vez, o volante é preto em madeira e pele com costuras em cinza claro, estan-

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TEST-DRIVE

Scania Scania Giancarlo Terrassan - Jornal Strada

do ainda equipado com novos comandos para assegurar uma maior segurança e funcionalidades optimizadas. Na zona de descanso, a Scania proporciona aos ocupantes um verdadeiro lugar de repouso. Estão disponíveis duas camas totalmente melhoradas, uma com suporte em plástico e outra extensível com uma largura entre os 700 e os 900 mm. Em suma, é uma cabina de luxo guarnecida em pele, muito bem equipada e que oferece não só conforto ao condutor, como tem apetrechada uma série de aplicações que lhe garantem o máximo apoio e segurança na condução.

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Scania

O veículo que testámos estava equipado com o motor DC16 21 730, Euro 5 EEV com tecnologia SCR (Selective Catalytic Reduction) e uma caixa automatizada de 12+2 velocidades com Scania Opticruise. Um potente propulsor de 16.400 cc de cilindrada, com uma potência de 730 cv (537 kW) a 1.900 rpm e um binário máximo de 3.500 Nm atingível entre as 1.000 e as 1.350 rpm. Para além deste potente motor de 730 cv na nova linha de camiões V8, a Scania fornece também outros três propulsores: um de 620 cv (456 kW), um de 560 cv (412 kW) e um 500 cv (368 kW). Todos estes 3 motores V8 são reconhecidos pela sua elevada fiabilidade, prestação, mas especialmente pelo seu reduzido con-

sumo de combustível. Além disso, para reduzir ainda mais as emissões poluentes a nível mundial, a Scania coloca à disposição para os veículos dos seus clientes o abastecimento de 100% Biodiesel/ /FAME (Fatty Acid Methyl Ester) na Europa. O novo V8 DC16 21 730 tem o bloco em CGI (ferro-grafite compactado) permite suportar pressões de combustão mais elevadas e não prejudicando o peso do motor. A injecção de combustível common-rail é suportada pelo sistema Scania XPI, garantindo injecções individuais e múltiplas de elevadíssima pressão. Para melhorar o rendimento do motor, independentemente do regime de rotação, o propulsor foi equipado com o turGiancarlo Terrassan - Jornal Strada

TEST-DRIVE

MOTOR, TRAVÕES E SISTEMAS bocompressor de geometria variável Scania VGT. O Scania VGT tem uma função fundamental para optimizar a resposta nas baixas rotações e, em conjunto com o Scania Opticruise, para garantir passagens de relação mais rápidas, evitado perdas de potência. A caixa de velocidades GRSO925R, range split é de 12 relações e engloba ainda uma velocidade supermultiplicadora, duas super lentas e duas marchas atrás. Para suportar a elevada potência do motor foi utilizada uma embraiagem monodisco com elevada força de retenção, que é accionada e gerida pelo sistema de controlo electro-hidráulico e a caixa (também ela reforçada) está equipada de série com o novo e já conhecido sistema automatizado Scania Opticruise (actualmente considerado um dos melhores do mercado). Durante as mudanças das relações nota-se perfeitamente a suavidade da transição. Mesmo em situações mais críticas, como nos desenvolvimentos em subidas, o seu funcionamento é praticamente privo de irregularidades, as passagem são rápidas e fluentes, reduzindo ao mínimo as perdas de força.

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Força com estilo. A NOVA GAMA V8 DA SCANIA.

Desfruta do poder do seu fantástico binário. Desfruta de um estilo que reflecte as tuas ambições e as tuas conquistas. Desfruta de uma incrível poupança de combustível e do prazer de fazer as coisas à tua maneira. Desfruta da vida. Desfruta de cada quilómetro.

A nova gama V8 da Scania oferece quatro brilhantes opções, 500 CV (2.500 Nm), 560 CV (2.700 Nm), 620 CV (3.000 Nm) e o mais poderoso 730 CV (3.500 Nm). Toda a gama exibe um design interior e exterior V8 exclusivo, de série. Brindam uma fiabilidade e productividade extraordinárias com um estilo irresistível.

www.scania.pt

D e d i c a ç ã o Segue-nos no

scania Portugal

T o t a l


Scania

relação, proporcionando sempre a mudança mais apropriada e oferecendo o máximo rendimento do motor sem prejudicar os consumos de combustível. O sistema de travagem EBS do novo R 730 foi também melhorado e inclui ABS, TC e gestão automática do sistema pneumático (APS). Juntamente ao cruise control, ao ACC, ao retarder (opcional), ao hill-hold (de série nas versões completamente automatizadas), o novo Opticruise permite real-

mente que o condutor se concentre efectivamente na sua tarefa e no meio ambiente onde circula, elevando, assim, o nível de segurança. O Opticruise interage com o cruise control e com o retarder (no nosso caso este estava instalado), proporcionando, nas subidas, as mudanças automáticas na caixa de velocidades, DADOS TÉCNICOS Scania

Nas manobras de aproximação aos cais, situação que mete à dura prova todas as caixas automatizadas, com este novo sistema Opticruise, temos uma resposta clara e precisa, completamente ausente de solavancos improvisos e descontrolados, permitindo uma dosagem do acelerador muito mais sensível. Em função da carga e seu peso, da inclinação da via e da exigência do condutor, o novo Opticruise gere inteligentemente todas as mudanças de

Scania

TEST-DRIVE

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MOTOR MotorDC16 21 730 Cilindrada............................16,4 litros Cilindros ...................................V8 90º Válvulas por cilindro..........................4 Diâmetro x corsa............130x154 mm

Scania

Relação de compressão .............17,4:1 Controlo de injecção ............Scania XPI Controlo de emissões ..........Scania SCR Potência máxima......537 kW (730 CV) a r/min ............................1.900 Binário máximo...................3.500 Nm a r/min..................1.000-1.350 Travão motor máximo.............320 kW a r/min ............................2.400

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no momento exacto. O mesmo acontece em descidas, onde o Opticruise gere a mudança para a relação mais apropriada. Nas descidas, quando se usa o retarder, entra automaticamente em função o brake blending em complemento ao retarder Scania. Esta função permite que os travões sejam activados durante breves momentos, para compensar a perda de travagem do motor durante as mudanças de velocidade. Para melhorar a segurança, está também disponível o sistema ESP (Electronic Stability Program).

CONCLUSÃO Num dia com condições meteorológicas adversas, iniciamos o nosso test-drive a partir das instalações da Scania em Sata Iria de Azóia. Partimos em direcção à outra margem do Tejo atravessando a ponte Vasco da Gama e seguimos pela N118 para Porto Alto, onde entramos na N10 para voltarmos à margem Norte do Tejo em Vila Franca de Xira. Aqui temos que prosseguir o caminho pela A1, devido à proibição de circulação na N10. Sempre abaixo de uma chuva intensa, um acidente entre dois camiões, a poucos quilómetros da portagem, obriga-nos a iniciar o terrível e perigoso pára e arranca (mais pára de que arranca). Finalmente conseguimos passar a zona do acidente e podemos, novamente, continuar o nosso andamento até chegar às instalações da Scania em Santa Iria de Azóia. O itinerário que escolhemos não foi o

melhor para poder testar esta maravilha da engenharia Suéca. Continuamos a considerar que o itinerário da A25, juntamente a um troço da A1 continua a ser a melhor escolha para executar estes testes. Seguramente que, brevemente, teremos uma nova oportunidade. O suave roncar dos 8 cilindros é música para quem gosta destes tipos de motores e a Scania com este modelo oferece o seu melhor estilo. Considerando que as nacionais e as autoestradas que percorremos eram todas planas, não tivemos ocasião de sentir como a caixa e o motor se comportam em percursos sinuosos, mas pelos que apuramos, a suavidade das passagens de relação e a rapidez como estas aconteciam, surpreenderam-nos pela positiva. No que concerne os consumos, Scania demonstra, com este poderoso exem-

plar, que mesmo tendo 8 cilindros e uma elevada cilindrada, consegue ter consumos que se aproximam aos motores menos potentes de 12/13 litros (de outros concorrentes). No nosso percurso, antes de encontrar o mencionado acidente, estávamos a conseguir uma média de 31 litros, infelizmente, devido a este transtorno, não conseguimos mantê-la até ao fim, mesmo assim, chegamos a Santa Iria de Azóia com uma média de 34 litros. O conforto na condução é o típico Scania, este pequeno percurso de cerca de 100 quilómetros, foi um verdadeiro passeio, nem nos apercebemos que estávamos viajando com 40 toneladas. A tarefa do motorista nestes “purosangue” limita-se ao controlo da situação. Simplesmente formidável! 0 Giancarlo Terrassan

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NEWS

DAF LF H

entra em p A DAF, um dos principais produtores europeus de camiões, deu início à produção do o seu novo camião de distribuição, o DAF LF Hybrid, que utiliza um sistema híbrido paralelo diesel/ eléctrico, permitindo que o veículo possa ser accionado pelo motor diesel, pelo motor eléctrico, ou por uma combinação de ambos. A tecnologia híbrida DAF permite uma redução do consumo de combustível e, por conseguinte, das emissões de CO2, entre 10% e 20%, dependendo do tipo de serviço. O primeiro DAF LF Hybrid saiu da linha de produção da Leyland, no Reino Unido, no passado dia 9 de Dezembro. O DAF LF Hybrid de 12 t está equipado com um motor diesel PACCAR FR de 4 cilindros e 4,5 litros, cumprindo de série o estrito nível de emissões EEV sem necessidade de filtro de partículas, que debi-

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ta a potência máxima de 118 kw/160 cv, transmitida através de uma caixa automatizada de 6 velocidades Eaton Autoshift. Entre a embraiagem e a caixa está intercalado um motor eléctrico, que além de accionar o veículo pode também funcionar como gerador, acumulando nas baterias a energia libertada na travagem, para poder ser usada de novo na aceleração. Em função da carga das baterias de iões de lítio, um computador central determina quando deve ser o motor diesel a accionar o veículo, e quando e até que ponto deve ser usado o motor eléctrico. Baterias de iões de Lítio O conjunto de baterias do sistema híbrido, constituído por 96 elementos de 3,6 V, pesa cerca de 100 Kg. Com as baterias a plena carga, o LF Hybrid tem

capacidade para se deslocar cerca de 2 km em modo exclusivamente eléctrico, sem recorrer ao motor diesel. Na prática, isto é suficiente para entrar e sair das "zonas verdes" no centro das cidades. Note-se que nestas circunstâncias, o motor diesel nunca se desliga, mantendo-se ao ralenti para assegurar o accionamento de diversos componentes, como a bomba da direcção assistida e o compressor. O LF Hybrid está ainda equipado com um sistema start/stop. O DAF LF45.160 Hybrid pesa apenas mais 300 Kg que o modelo diesel de série e, graças à afamada tara reduzida que caracteriza os DAF Série LF, disponibiliza uma capacidade útil de carga rondando as 7,5 t. Aluguer Operacional A DAF vai iniciar a comercialização do LF Hybrid no Reino U-


NEWS

ybrid

DAF

produção or interesse nos veículos híbridos. Conforme o sucesso do LF Hybrid nestes mercados, a DAF decidirá oportunamente a even-

tual inclusão destes veículos na gama comercializada noutros países. 0 DAF

DAF

nido, Holanda, Alemanha, França, Bélgica e República Checa, países em que os estudos de Mercado mostraram haver mai-

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NEWS

Luís Simões renova frota A Luís Simões acaba de adquirir 230 camiões, equipados com caixa automatizada e motores Euro5, num investimento que ascende aos 13,5 milhões de Euros. Com esta operação, a Luís Simões reforça o peso dos veículos equipados com motores que cumprem a Norma Euro5, que, através de um sistema de combustão mais eficiente, permitem a redução das emissões de óxido de nitrogénio em 60% e a emissão de partículas em quase 80%, comparativamente aos veículos que cumprem a Norma Euro3. A renovação e estandartização da frota de veículos é um dos pilares do compromisso ambiental da Luís Simões e assenta no princípio “cinco anos ou um milhão de quilómetros”, ou seja, o veículo é renovado pelo critério que se verificar primeiro. Esta política permite que a idade média da frota seja de 2,5 anos.

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A Luís Simões foi pioneira na motorização eco-eficiente, já que desde sempre assumiu a redução da emissões de GEE como prioridade e iniciou a renovação da frota antes da imposição europeia. Como mostra o gráfico, em 2007, os veículos equipados com motores Euro5 preenchiam 14,7% da frota e em 2008 o valor passou para 38%. Em 2009, antecipando-se à data obrigatória para o cumprimento da Norma Euro5 (01/01/2009), a Luís Simões já tinha 38% da frota equipada com motores eco-eficientes, em 2010 a percentagem aumentou para 46% e, com esta aquisição, os números vão situar-se em torno dos 73% em 2011 e dos 95% em 2012. «Além de contribuir para a sustentabilidade ambiental, a renovação da frota desempenha um papel primordial na melhoria da segurança rodoviária, tanto para os nossos motoristas, co-

mo para os condutores das vias rodoviárias em geral. A manutenção preventiva e a utilização correcta dos veículos, a par do papel dos condutores, têm um papel determinante para os objectivos de redução dos consumos de combustíveis e das emissões de gases com efeitos de estufa e partículas», refere Dalila Tavares, Directora Ibérica de Produção de Transportes da Luís Simões. 0 GLS GLS

DAF

A renovação e estandartização da frota de veículos é um dos pilares do compromisso ambiental


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EVENTS

Iveco Stralis e no ‘Euroskills

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EVENTS IVECO

em destaque s 2010’

A Iveco está a apoiar o “Euroskills 2010”, iniciativa que decorreu entre os dias 9 e 11 de Dezembro nos pavilhões da FIL, no Parque das Nações, através da cedência de três unidades do modelo Stralis.

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EVENTS

O apoio a este “Campeonato Europeu das Profissões” decorre do convite enviado pela ANTRAM (Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias) e pelo IPTRANS (Instituto Profissional de Transportes), como entidades co-organizadoras do evento e engloba duas unidades da versão AS440S45/P do modelo e outra adicional da versão AS440S42/P. Refira-se ainda que os dois Stralis AS440S45/P foram disponibilizados para utilização na competição “Condução de Veículos Pesados”, no âmbito da vertente de “Tecnologia de Transportes e Logística”. Os concorrentes, todos motoristas profissionais ou formandos/ aprendizes, são convidados a

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IVECO

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desempenhar uma série de tarefas ao volante do modelo Stralis, sendo os seus resultados consolidados através da atribuição de pontos. Naturalmente, aquele que obtiver a maior pontuação conquistará o primeiro lugar da competição (o 1º lugar foi alcançado pelo concorrente sueco, tendo o concorrente português, Bruno Silva, obtido a 4ª posição). «Trata-se do maior evento a nível europeu de promoção das qualificações, esperandose mais de 50.000 visitantes nos pavilhões da FIL, pelo que, para além de, naturalmente, se enaltecer o objectivo de formação inerente ao projecto, trata-se de uma excelente oportunidade de promoção do nosso modelo Stralis», refere

Rui Alexandre, Director de Marketing & Logística da Iveco Portugal SA. Para além do IPTRANS e da ANTRAM, a iniciativa conta com a organização da EUROTRA (European Transport Training Association), no âmbito da competição inerente ao “Motorista de Pesados de Mercadorias”. Este campeonato é da responsabilidade do Instituto do Emprego e Formação Profissional, I.P., em colaboração com a ESPO (European Skills Promotion Organization). Informações adicionais sobre a edição 2010 do Euroskills podem ser obtidas em www.euroskills2010.pt. 0 Iveco


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EVENTS

Braga tem n Truck & Bus

Foi inaugurado em Braga, no passado dia 16 de Outubro, o novo Bus & Truck Center da MAN, que, com instalações modernas, uma equipa de trabalho com anos de experiência e com um enorme investimento em equipamento técnico e peças, aliando os mais eficientes serviços de venda aos serviços de assistência à disposição dos profissionais do ramo. Com 43 anos de existência em Espanha, o Grupo TAR expandiu-se para Portugal e inaugu-

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rou, no dia 16 de Outubro, na Zona Industrial de Adaúfe, em Braga, as instalações daquela que é a quarta empresa do grupo, a TAR Braga. A estrutura inaugurada consiste num Truck & Bus Center da MAN, a funcionar 24H/dia e equipado com a mais moderna tecnologia no que diz respeito à assistência técnica de viaturas da marca MAN. Com uma vasta experiência, este Truck & Bus Center, apostou num forte investimento numa série de equipamentos

de oficina, nomeadamente ferramentas de diagnóstico e assistência técnica para veículos MAN, ponte-grua com capacidade para cinco toneladas, rolos de ensaio, frenómetro, alinhador digital de direcções e um impressionante armazém de peças que possui todas as peças essenciais para assegurar uma rápida intervenção em qualquer avaria. A inauguração das novas infra-estruturas da TAR Braga contou com a presença de cer-


EVENTS Giancarlo Terrassan - Jornal Strada

novo Center MAN

ca de 120 convidados. Durante o evento estiveram expostos camiões das várias gamas da MAN e um divertido simulador de Fórmula 1. Antes do almoço, Carlos Pais, da MAN Portugal, agradeceu o investimento feito na região, sublinhando que a MAN Portugal tem o orgulho de trabalhar com pessoas que conseguem passar o conceito de família, de apoio mútuo, para os clientes. «Por isso mesmo, com orgulho, podemos dizer que

um cliente MAN muito raramente muda de marca, pois pertence à nossa família.» Dando ao Grupo TAR as boas vindas à família MAN Portugal, Santiago Calvarro, da MAN Ibéria, reforçou a importância estratégica do Norte de Portugal e congratulou-se com o crescimento da marca na Península Ibérica, já que «neste momento, 13% dos camiões e 25% dos autocarros de passageiros que circulam nas estradas ibéricas são da marca MAN.»

Finalmente, Juan Manuel Lopez Dopazo, Gerente do Grupo TAR, estava obviamente satisfeito com a inauguração, referindo «a zona do Minho surpreendeu-me agradavelmente, pois é muito forte, com muitas empresas importantes e aqui estamos para trabalhar e oferecer as soluções mais adequadas possíveis, com um serviço integrado de vendas, pósvenda, assistência e peças», concluiu. 0 MAN Nutzfahrzeuge

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NEWS

Pneus M+S s necessários p na Alemanha

Novo regulamento alemão exige a utilização de pneus M+S no eixo de tracção em condições de neve, gelo ou geada. Continental acredita que este regulamento mais rigor necessário para obter as condições de segurança ide Dezembro 2010


NEWS Continental

sĂŁo agora para circular a

roso ĂŠ eais no Inverno. Dezembro 2010


Continental

NEWS 141568

A revisão da lei rodoviária recentemente aprovada pela Câmara Alta do Parlamento Alemão já produziu impacto no transporte rodoviário. Várias transportadoras francesas informaram o fabricante de pneus e fornecedor automóvel internacional Continental de que os seus camiões foram inspeccionados durante a passagem pela Alemanha. O Regulamento exige que, no futuro, sejam utilizados pneus M+S em todos os autocarros com mais de oito lugares e em todos os camiões com um peso superior a 3,5 toneladas quando as estradas estiverem cobertas com gelo, neve densa ou lama aquosa. A lei entrou em vigor no dia 4 de Dezembro. A Continental informou que todos os seus pneus de tracção já apresentam a marcação M+S, pelo que cumprem automaticamente os novos requisitos legais da Alemanha. O Dr. Hans-Joachim Nikolin, Responsável pela Divisão de Pneus para Veículos Médios e Pesados da Continental, vê a nova lei alemã como um passo em frente rumo a uma maior

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manha, a Continental fornece pneus com classificação de Inverno para a totalidade do tractor-reboque com os seus pneus SCANDINAVIA de segunda geração. Isto inclui os pneus do reboque que são essenciais para a travagem. A segurança é também, como é óbvio, decisiva para as empresas de autocarros no Inverno. Assim, a divisão de Pneus para Veículos Médios e Pesados desenvolveu também um pneu especial, o HSW2 Coach, que desfruta de uma posição especial no mercado. 0 Continental

NEWS

carga e do serviço do camião. Logo desde os 40 km/h, estes pneus diminuem a distância de travagem em superfícies com gelo em quase o comprimento de um camião», salienta Nikolin. Também no que diz respeito à profundidade do piso, é aconselhável que esta seja bastante superior aos recomendados 1,6 mm. Para assegurar a adequação ao Inverno, a profundidade do piso dos pneus para veículos médios e pesados deve ser de, pelo menos, 6 mm. Para além dos pneus de tracção M+S, que agora são obrigatórios para transitar na Ale-

Continental

clareza: «Os consumidores irão beneficiar do facto de os legisladores alemães terem definido de forma mais clara quais são os pneus adequados para o Inverno e quando devem ser utilizados.» No entanto, para alcançar a segurança rodoviária ideal com condições invernosas, os pneus assinalados como pneus de Inverno são preferíveis em relação aos pneus M+S: «No seguimento da nossa abrangente série de testes, recomendamos a instalação de pneus de Inverno especiais, como os SCANDINAVIA, em todos os eixos, dependendo da


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SPORT

3ª edição do Á

| Ana Bela Nogueira ana.bela.nogueira@jornalstrada.net

De 28 de Dezembro a 9 de Janeiro de 2011, a equipa Oleoban/MAN Portugal (a piloto Elisabete Jacinto, o novo navegador José Marques e o mecânico Marco Cochinho) vai participar na 3ª edição do rallye África Eco Race. Organizada por René Metge, a prova irá arrancar em Château de Lastours, no Sul de França, seguirá depois para as pistas de Marrocos, Mauritânia e Senegal, terminando no Lac Rose, em Dakar. O percurso terá cerca de 5.000 km, divididos em 12 etapas, onde as equipas irão descobrir todas as facetas da terra africana, fora de pista, pistas rápidas, vegetação, vales verdes e areias do deserto do Sahara.

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«Este ano a prova está lançada, está perfeitamente ao nível do Rallye da Tunísia ou de Marrocos»

SPORT

África Eco Race

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O Strada esteve à conversa com Elisabete Jacinto, que se mostrou bastante entusiasmada com a prova. Depois de ter conseguido alcançar magníficos triunfos na Tunísia e em Marrocos, Elisabete Jacinto prepara-se, agora, para o Africa Eco Race, admitindo a sua grande paixão por correr em continente africano.

«Estou muito entusiasmada» Apostando claramente no território africano para desenvolver a sua carreira desportiva, a piloto portuguesa confessou estar «bastante entusiasmada (…), na verdade, o meu grande desafio está em África. O desafio da corrida em si, da condução, dos diferentes tipos AIFA

SPORT

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«Queremos que o camião fique em forma!» Dezembro 2010

de piso, da solidão, o facto de estarmos entregues a nós próprios, às nossas dificuldades... e eu percebi que era isso que mexia comigo». Elisabete Jacinto chegou mesmo a lembrar ao Strada como correu a 2ª edição África Eco Race, «o ano passado foi um ano difícil, em que tive de optar, correndo todos os riscos de fazer uma prova que não tinha a mesma notoriedade que tinha a outra (Dakar), de passar despercebida e não conseguir dar “o destaque” aos meus patrocinadores que era suposto dar». Como prova de que tudo funcionou bem, a piloto mostrou não só toda a sua satisfação por ter participado na 2ª edição do África Eco Race, como acha que a sua opção foi a boa escolha «o África Race do ano passado foi excelente, embora com muitos poucos participantes. Este ano a prova está lançada, está perfeitamente ao nível do Rallye da Tunísia ou de Marrocos. Neste momento acho que fiz uma boa opção e estou satisfeita de voltar a África – aquele continente mexe comigo». Num ambiente descontraído e amistoso, a conversa foi fluindo. Perguntámos à Elisabete, quais as características que encontrou no África Eco Race


SPORT

maiores na provas, «estamos a fazer uma revisão enorme (…), fizemos a opção de trocar muitas peças, porque o nosso problema, agora, é não saber quando é que elas partem. Não sabemos a durabilidade de muitas peças, estamos a trocar aquelas que achamos que estão no limite de vida. Queremos que o camião fique em forma!» Por fim, Elisabete Jacinto falou das suas expectativas para a 3ª edição do África Eco Race «estou muito entusiasmada. Nesta edição não vou com o mesmo navegador, (tive a oportunidade de perceber que o navegador tem um papel muito importante no funcionamento da equipa), mas espero que a corrida corra bem e que consiga fazer um bom trabalho e um bom resultado. Parto com muita vontade de... mas, agora, o que costumo dizer é que o percurso é o nosso maior adversário». 0

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truídos no Dakar.» No que concerne a segurança, a piloto do Team Oleoban explicou que neste tipo de provas, em África, jamais se sentiu insegura ou em sério perigo «no ano passado não sentimos o mínimo factor que nos fizesse sentir inseguros. A prova passa muito longe das cidades e das aldeias. Mesmo assim, houve alguns sítios onde via militares (…). Sei que os países (Marrocos, Mauritânia e Senegal) fizeram um esforço muito grande para que a corrida existisse e preocuparamse com a nossa segurança (… ). Embora já não tenha o efeito avalanche do Dakar de antes, nunca senti nada que me fizesse sentir insegura.» Já no que diz respeito ao seu MAN TGS, Elisabete Jacinto confessou que estão a fazer uma profunda revisão no camião, a fim de prevenir males

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que não viveu no Dakar, «o percurso do ano passado, por exemplo, foi excelente. As pistas tinham óptimo piso, aliás, quase que posso dizer, sem exagero que, em Marrocos, fizemos duas etapas fabulosas, sem pedras nem buracos». Prosseguindo, «no África Race, quando acabamos a etapa, o acampamento é ali mesmo (no meio do deserto), o que nos permite descansar e no dia seguinte saímos do acampamento e iniciámos o especial ali mesmo ao lado. (…) Em termos de organização também foi excelente. Toda a gente se conhecia, havia um bom ambiente de entreajuda, a única coisa que não gostei foi que me dessem canguru ao jantar!» Elisabete Jacinto lembrou ainda que «acima de tudo, há uma escassez grande daqueles nomes sonantes que foram cons-

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SPORT AIFA

Elisabete imparáve «Esta é a grande corrida para a qual trabalhamos ao longo de um ano. Sinto que estou bem preparada e que a equipa desenvolveu de forma excelente o nosso MAN TGS. Estou ansiosa por começar a competir. Estamos todos apostados em lutar por um bom lugar, mas vamos ter pela frente adversários muito fortes», foi este o espírito que Elisabete Jacinto transmitiu aquando o início da 3ª edição do Africa Eco Race.

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SPORT

e Jacinto el


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No dia 26 de Dezembro, o Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, foi o ponto escolhido para a partida simbólica da equipa Oleoban /MAN Portugal até Almeria, em Espanha, onde depois de feitas as verificações finais, Elisabete Jacinto e os seus colegas de equipa (o novo navegador José Marques e o mecânico, Marco Cochinho) embarcaram para África. Ostentando o nº 401, o MAN TGS, foi o segundo camião a partir para a 1ª etapa, em Nador, no dia 29 de Dezembro. Com 150,28 km de prova, a etapa mostrou aos concorrentes as dificuldades típicas de Marrocos e deu tam-

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1ª ETAPA NADOR – BORJ BEL FREISSAT 150,28 KM DE SS bém uma lição aos concorrentes do road book e do tipo de navegação. Mesmo com uma constipação e um ligeiro estado febril, a equipa de Elisabete Jacinto foi a segunda mais rápida entre os camiões. Satisfeita, a piloto portuguesa fez o balanço da 1ª etapa do Africa Eco Race, «a especial era muito gira, um planalto magnífico. (…) Tivemos pistas estreitas, sinuosas, no meio da vegetação, sempre com os ramos a bater no camião. Com muita condução e a exigir muita con-

centração já que havia muitas ribanceiras. Esta primeira parte foi muito trabalhosa para mim. (…) Já a segunda parte foi muito trabalhosa para o navegador. Eu perguntava a mim própria como é que ele conseguia acertar na pista certa, no meio de tantas e estávamos sempre a mudar de direcção sem ter qualquer referência no terreno. Foi impecável, sem nenhum engano, viemos sempre certinhos por aí fora, ao ritmo que eu podia porque não me sentia nada bem em termos físicos».


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2ª ETAPA BORJ BEL FREISSAT – EL MDOUARA 318,21 KM DE SS brado fisicamente e eu consegui passar, mas ele terminou logo atrás de nós».

3ª ETAPA EL MDOUARA – WAD TISSINT 416,14 KM DE SS que «estas etapas são muito duras e estamos a andar bastante depressa. Nestes últimos dois anos trabalhámos bastante ao nível dos amortecedores do camião e o nosso MAN TGS es-

tá excelente nesse aspecto. Vamos ter de trabalhar mais nestes amortecedores de cabine, mas só com as corridas podemos ter o feedback das suas capacidades». 0

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me conseguir aproximar porque o ritmo era muito idêntico. Na parte final ele deve ter que-

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No último dia de 2010, a 3ª etapa foi muito diferente das anteriores, sendo muito mais rolante, com paisagens magníficas que vislumbram o olhar. Com o 2º lugar alcançado, Elisabete Jacinto encerrou 2010 em grande destaque, na liderança da maior maratona de todo-o-terreno africana. Mesmo tendo sido forçada a parar a meio da etapa, devido a um dos amortecedores da cabina ter-se partido, a equipa portuguesa gastou 7h08m35s para percorrer os 416,14 km da etapa. Nessa ocasião, a piloto referiu

SPORT

A 2ª etapa, com mais do dobro dos quilómetros da etapa inicial, foi, no geral, muito rolante, intercalando planícies com vales. Alcançando uma magnífica vitória na 2ª etapa do Africa Eco Race 2011, completada em 4h41m28s, Elisabete Jacinto, gastou menos 12m14s que o húngaro Kovaks (vencedor da 1ª etapa), o que lhe permitiu passar para o comando da prova, com uma vantagem de 5m05s. No final da etapa, a piloto portuguesa revelou, entusiasmada, «parti 12 minutos depois dele (Kovacs) mas cedo começámos a tê-lo no nosso horizonte. Aproximei-me e andei cerca de 100 quilómetros atrás dele sem


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