Montemor-o-Velho: Do castelo aos arrozais

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A CABRA

VIAGENS

3ª feira, 11 de Março de 2008

=_^dU]_b _ fU\X_* 4_ SQcdU\_ Q_c Qbb_jQYc Bela é a vila cuja fortaleza foi palco da decisão de pôr termo à eterna estória de amor de Pedro e Inês. A CABRA foi descobrir o que está entre a ‘cidade dos estudantes’ e a ‘rainha da Costa de Prata’ Texto e foto por Ana Coelho Ao chegar à localidade pela EN111, deparamo–nos com o esplendoroso castelo no alto do monte. A subida é íngreme, mas o esforço vale a pena pela visita. O castelo, apesar da idade, goza de um bom estado de conservação. Existem referências documentais relativas a ele desde do século IX. Ao entrar, percorre–se um corredor com chão calcetado, ladeado por muralhas e árvores até chegar a um largo repleto de cor verde, um enorme jardim com algumas árvores. À direita, a Igreja de Santa Maria da Alcáçova espreita o pôr–do–sol todos os fins de tarde. É a predilecta de muitos enamorados para darem o nó. Um edifício de estilo gótico amarelo que necessita de um retoque na pintura. No jardim, muitos são os visitantes que aproveitam para tirar umas fotografias para mais tarde recordar. Junto às muralhas, do lado da vila, deslumbra–se a paisagem dos campos de arroz, onde o rio Mondego é rei. Outrora, o rio “velho” teve de ser extinto e foi construído um novo troço mais largo,

pois as cheias eram uma constante e invadiam as casas. Os terrenos, também afectados pelas cheias, eram e continuam a ser o sustento desta pacata vila. Ali, naqueles terrenos cultiva–se arroz e milho. As terras do Mondego estendem–se a perder de vista, só as pequenas povoações e o rio rompem a mancha de arrozais e restantes terrenos de cultivo. Olhando para o centro de Montemor–o–Velho, a vila emana uma movimentação semelhante aos dias em que há feira. Mas, hoje não é um desses dias. A curiosidade desperta, descemos pelo mesmo caminho

3Q\_b ^ØbTYS_ WQ^XQ QTU`d_c Nos países nórdicos, a prática de sauna é tão natural como respirar. Só na Finlândia, país de onde é originária, existem 2 milhões de saunas para 5,2 milhões de habitantes. Em Portugal, porém, trata–se de um “dado adquirido há poucas décadas”, como explica o director–técnico do Centroactivo Health Club de Coimbra, Paulo Barreto. Quanto aos portugueses, ainda não se habituaram à nudez que para os finlandeses é natural e quase obrigatória; por outro lado, também não aguentam temperaturas tão elevadas como as que se podem sentir no interior de uma sauna nórdica. Mas sauna não é o mesmo que banho turco. Ao contrário da primeira, que consiste na libertação de vapores secos, o banho turco tem que ver com calores húmidos, aos quais, normalmente, se podem juntar essências. Os benefícios são muitos e variados; desde a resolução de problemas respiratórios, à eliminação de toxinas, aumento da circulação sanguínea, combate ao stress, entre outros. No entanto, a quem está a passar por uma fase de gravidez ou que costuma ter quebras de tensão, não é aconselhável a prática de sauna. Além disso, o seu uso em demasia pode criar alguns constrangimentos físicos. Assim, para quem esteja a começar, o recomendável é “fazer cinco, dez minutos com algum acompanhamento, e não em temperaturas não muito elevadas”, aponta Marlene Loureiro, da gerência do Hotel Quinta das Lágrimas, um dos locais onde se pode praticar sauna, em Coimbra. Hoje em dia, e apesar de recente, a sauna parece estar a conquistar cada vez mais adeptos entre os portugueses, alguns dos quais já dispõem do serviço nas próprias habitações. Liliana Figueira

que nos levou ao cume, percorremos as ruelas renovadas da vila. Passamos por um convento, uma igreja, chegamos ao Mercado Municipal. Somos recebidos por uma enorme agitação, o olfacto desperta o apetite. Mais atentamente, percebemos que há uma festividade, o Festival do Arroz e da Lampreia, que já vai na sua sexta edição. Entramos no recinto que habitualmente recebe a feira quinzenal e a Feira do Ano, quando se comemoram as festas da vila. São 21 as tasquinhas onde podemos petiscar o que a gastronomia do Baixo Mondego tem de melhor. Do arroz carolino à lampreia,

mote do festival, mas também a doçaria conventual está presente: as barrigas de freira, as queijadas de Pereira, os papos de anjo de Montemor. Outros atractivos culturais levam–nos a percorrer o resto do certame. Depois de saborear as iguarias, saímos do recinto e vamos até ao Centro Equestre. Quem gosta destes animais, não pode deixar de passar por lá. Por altura das Festas da Vila, são realizadas muitas as actividades relacionadas com cavalos. Desde compra e venda destes animais, a competições que todos podem assistir. Despedimo–nos de Montemor–o–Velho, até breve.

Viagens num minuto

1^dØ^Y_ 1eWecd_ 2Qbb_c 4YbUSd_b QbdÒcdYS_ TQ 5cS_\Q TQ >_YdU Qual foi a viagem mais marcante que já realizou? Uma das mais importantes que fiz foi em 2002 a Timor–Leste e foi exactamente por convite da administração timorense para independência do país. Foi uma viagem inesquecível. E que viagem gostaria de fazer no futuro? Talvez à Irlanda, não por ser muito longe, mas tem a ver com uma série de coisas; com a origem de uma série de pessoas que escreveram e que pertencem ao meu universo. Que espectáculo gostaria de ver fora de Portugal? Gostaria de ter estado num dos espectáculos que o Grotwoski fez em Opole na Polónia, no seu Teatro das Treze Filas, assim chamado porque tinha 13 filas e poucos espectadores. E que museu iria visitar? Provavelmente na Holanda, o museu Van Gogh. É um dos que eu nunca visitei e gostava de ter visitado. Hoje, poderia revisitar o Museu Picasso, em Paris, que é um museu pequenino e muito interessante e onde as pessoas se sentem bem. A narração favorita de uma viagem num livro? Gosto muito das narrações que fez o Bruce Chatwin das suas viagens à Patagónia. O feitio especial de viajante, de anotador, de observador, interessa–me no Bruce Chatwin. Seria outra viagem que eu gostaria de fazer, é realmente um mundo de mundos. João Miranda PUBLICIDADE


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