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A mulher: reverenciada ou condenada?

Anika Velasco

A igualdade para mulheres é um objetivo que Moçambique está atualmente trabalhando para cumprir. As mulheres em Moçambique enfrentam muitos desafios nas suas vidas cotidianas, as quais limitam suas habilidades de avançar socialmente e financeiramente. A desigualdade das mulheres é sustentada por sistemas sociais e políticas que elevam o homem sobre a mulher. Uma tensão que está surgindo é entre as comunidades rurais e mais patriarcais e as cidades e centros de governo. A desigualdade de gênero tem uma ligação forte com certas tradições históricas em Moçambique. Se o governo e povo moçambicano quer lutar pela igualdade de gênero, vão ter focarem nas causas culturais.

A condição da mulher em Moçambique é desafiante porque muitas mulheres, especialmente nas zonas rurais, são desempoderadas. Os principais problemas são violência física, assédio sexual, discriminaça no trabalho e o casamento jovem. No tema dos casamentos prematuras, em 2018, foi reportado pelo UNICEF que uma em cada duas raparigas em Moçambique foram casadas antes dos 18 anos. Muitas famílias casaram suas filhas quando ainda eram novas para poder pagar as despesas materiais (Matias 2018). Embora os casamentos prematuras sejam ilegais (de acordo com a Constituição da República de Moçambique), as tradições da família dirigem podem permitir isso (Matias 2018). Assim é que os casamentos prematuros ainda acontecem.

Além da cultura da família, as religiões Bantu também afetam a percepção da mulher na sociedade. As pessoas Bantu colocam as mulheres em uma posição social importante, onde elas podem ter poder político. As mulheres são honradas e, até os Luba (um grupo específico das pessoas Bantu) acreditam que só as mulheres são suficientemente poderosas para serem possuídas por os espíritos maiores (“Central Bantu Religions”). Alguns grupos associam as mulheres especificamente com a fertilidade e a vida (“Central Bantu Religions”). Ainda assim, as religiões Bantu também têm aspectos que diminuem a reputação das mulheres.

Alguns grupos consideram a mulher a ter o potencial de ser amaldiçoada. Quando algo muito mal acontece nas suas comunidades, as mulheres são primariamente culpadas. De acordo com a escritora Paulina Chiziane, as mulheres são castigadas porque “é o sangue pode das duas menstruações, dos seus abortos, dos seus nado-mortos que infertiliza a terra, polui os rios, afasta as nuvens e causa epidemias, atrai inimigos e todas as catástrofas” (6). Na sua obra, Eu, Mulher…, Chiziane enfatiza como sua infância estava cheia de comentários, ideias e estruturas patriarcais tal como assim. Ela expande nesta ideia, mencionando como os homens ao redor dela a objectificaram, como algo para ser consumida (Chiziane 15). Embora ela seja uma escritora talentosa, ainda tem que balancear as demandas feitas a ela para limpar e cozinhar (Chiziane 14). O contexto religioso e a conta de Chiziane demonstram a tensão que certas mulheres vivem – de ser reverenciada mas também condenada.

Atualmente, o governo moçambicano, assim como ONGs e indivíduos (como Chiziane) estão tomando medidas para promover a igualdade de gênero em vários níveis. Pessoas acreditam que o governo deve fazer mais para proteger os direitos das mulheres (Matias 18). Especialmente, eles pedem que o governo se envolva mais nas regiões mais rurais. A condição da mulher é mais precária nos campos. Para combater a desigualdade de gênero, os diferentes atores (governo, ONG, indivíduos) vão ter que juntar e trabalhar para um objetivo comum com medidas específicas.

Bibliografia

“Central Bantu Religions.” Encyclopedia of Religion. Encylopedia.com. 14 Feb. 2023. <https://www.encyclopedia.com>

Chiziane, Paulina. “Eu, Mulher… por uma nova visão do mundo.” Eu, Mulher…. Nandyala, 2013, pp. 6-15.

Matias, Leonel. “Igualdade para mulheres é progresso para todos.” Deutsche Welle. Dw.com. 3 Aug. 2018. <https://www.dw.com/pt>

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