Alunos de Comunicação em visita à RTP Contactar com a realidade de um órgão de comunicação social, conhecer todo o trabalho desenvolvido pelos profissionais, bem como aproximar os estudantes do mercado de trabalho foram os objetivos da visita de estudo promovida pelo Grupo de Alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho (GACCUM) às instalações da RTP Porto na passada quarta-feira, dia 17 de Outubro. Um grupo de 28 alunos do curso de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho conheceu a realidade vivida pelos profissionais do canal público de televisão, numa visita aos corredores dos estúdios dos programas de informação e entretenimento produzidos no complexo da RTP no norte do país.
Para o presidente do GACCUM, João Gonçalves, esta visita permitiu que os estudantes contactassem “com a realidade teórica que abordam nas aulas”. Na opinião da funcionária da RTP que encaminhou o grupo, Elisa Baptista, “é muito importante perceber o funcionamento do universo televisivo e radiofónico”.
Os alunos presentes vincaram a ideia de que este tipo de iniciativas é proveitosa. Pedro Cara D’Anjo, aluno do 2.º ano, reitera que através destes eventos “é possível ver como funcionam em termos práticos as diversas áreas oferecidas pelo curso”, destacando, no entanto, o jornalismo e o audiovisual e multimédia.
Outra das estudantes, Inês Gomes, referiu que “esta visita permitiu obter uma visão pormenorizada, quase íntima, dos estúdios e backstage de alguns programas da RTP”.
O presidente do GACCUM referiu ainda que o núcleo de alunos tenciona repetir a iniciativa.
Ana Daniela Pereira e Inês Mendes
Desacatos no encerramento da Receção ao Caloiro’12 sábado, 20 outubro 201200:26
A manhã de ontem, dia 19, ficou marcada pelos desacatos ocorridos à entrada do campus de Gualtar entre alunos do curso de Ciências da Computação (LCC) e um grupo de pessoas não identificadas até ao momento.
Uma testemunha presente no local referiu que os incidentes começaram quando um membro do grupo, que não foi identificado, agrediu com uma garrafa de cerveja um dos alunos do curso de LCC, iniciando uma zaragata com os colegas deste.
A testemunha em causa referiu ainda que não sabe quem são os elementos do grupo que despoletou a rixa, nem os motivos que os levaram a provocar tal incidente.
Nos desacatos ocorridos esta manhã registaram-se três feridos que foram assistidos pelo INEM, conforme disse uma testemunha anónima.
A polícia foi chamada ao local e procedeu à identificação dos cidadãos envolvidos na contenda.
Ana Daniela Pereira
Instituto de Ciências Sociais comemorou 36.º aniversário
Comemorou-se no passado dia 8 de Novembro o 36.º aniversário do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade do Minho (UM), numa cerimónia onde, além dos discursos da praxe, foi distinguido com o prémio Almedina o melhor aluno do ICS.
A cerimónia decorrida no auditório do Instituto de Educação (IE) teve direito a sala cheia para ouvir discursar o presidente do ICS, Miguel Bandeira, e o reitor da UM, António Cunha, tendo-se os discursos pautados pelo pessimismo decorrente da situação em que Portugal se encontra.
Miguel Bandeira afirmou que no nosso país se assiste a um despesismo de cérebros: “Portugal forma para serem aproveitados no estrangeiro, pelo que é necessário aproveitar a massa crítica para o país se desenvolver”.
A cerimónia contou ainda com a entrega do Prémio Almedina, que distingue o melhor aluno do Instituto, ao aluno de Ciências da Comunicação, Francisco Conrado, que disse ao ComUM que “receber um prémio destes serve como estímulo”.
Manuel Maria Carrilho analisou a democracia em conferência
O livro “Pensar o Mundo”, de Manuel Maria Carrilho, professor da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, serviu de pretexto para a conferência que se seguiu à cerimónia de abertura das comemorações do Dia do ICS.
Na sua intervenção, Manuel Maria Carrilho destacou o papel da democracia no momento de crise que hoje é vivido e disse ainda que a crise é resultado da “irresponsabilidade da Europa ao não ser capaz de assumir o problema”.
O dia comemorativo do ICS terminou com um serão cultural, entregue à escritora Hélia Correia, que decorreu no Museu D. Diogo de Sousa.
Ana Daniela Pereira
Braga: agregação põe em causa autárquicas
A Unidade Técnica para a Reorganização Administrativa do Território (UTRAT) apresentou no passado dia 5 de Novembro, na Assembleia da República (AR), propostas para a reorganização administrativa de Portugal.
O concelho de Braga poderá perder cerca de 25 freguesias e não as 29 inicialmente previstas pelo Governo e noticiadas pelo ComUM. São apenas 18 as freguesias bracarenses que ficam intactas. Enquanto que o distrito, atendendo a esta proposta enviada à AR, deverá perder cerca de 150 freguesias.
Presidentes das Juntas de Freguesia contestam
Francisco Ferreira, presidente da Junta de Freguesia de Nogueira, contesta a decisão, considerando inaceitável a agregação proposta pela UTRAT. Nogueira será uma das freguesias agregadas, passando a ser designada, em conjunto com a freguesia de Fraião e de Lamaçães, União das Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães e tendo cerca de 13.100 habitantes.
O atual presidente da autarquia não poupou ainda críticas à forma como foi conduzido o processo que, segundo o próprio, “foi um mapa feito a régua e esquadro, sem ter em conta as reais necessidades dos cidadãos”. Francisco Ferreira acrescentou ainda
aoComUM que os critérios que haviam sido definidos não foram cumpridos, não conseguindo saber que princípios nortearam a proposta apresentada.
Fernando Moniz, líder da distrital do PS, em declarações ao Correio do Minho, corroborou com a ideia defendida pelo autarca nogueirense, ao afirmar que “foi feito apressadamente [n.d.r.: em menos de um mês] por técnicos que não tiveram tempo de reconhecer a realidade dos vários concelhos e, por isso, é uma imposição e não uma união”.
Processo eleitoral de 2013 com muitas interrogações
Em declarações ao ComUM, Francisco Ferreira, sublinhou ainda que “os autarcas estão preocupados com o atraso que se tem vindo a registar neste processo”, pois os moldes como serão governadas as agregações ainda não estão delineados e “os cadernos eleitorais terão que ser concluídos até ao final do ano, porque as eleições são no próximo ano”.
Outra das questões que assombra os governantes locais passa pela gestão que será feita nas freguesias que serão agregadas, pois dizem não compreender como serão apoiados os cidadãos pelo poder local e o que acontecerá aos próprios espaços das juntas.
Os autarcas bracarenses irão manifestar-se no próximo sábado, dia 17 de novembro, contra esta proposta, no centro da cidade.
Que freguesias serão agregadas e quais as designações
Arentim e Cunha – União das Freguesias de Arentim e Cunha
Morreira e Trandeiras – União das Freguesias de Morreira e Trandeiras
Vilaça e Fradelos – União das Freguesias de Vilaça e Fradelos
Celeirós, Vimieiro e Aveleda – União das Freguesias de Celeirós, Aveleda e Vimieiro
Nogueira, Fraião e Lamaçães – União das Freguesias de Nogueira, Fraião e Lamaçães
Lomar e Arcos – União das Freguesias de Lomar e Arcos
Ferreiros e Gondizalves – União das Freguesias de Ferreiros e Gondizalves
Este (S. Pedro e S. Mamede) – União das Freguesias de Este
Merelim (S. Pedro) e Frossos – União das Freguesias de Merelim S. Pedro e Frossos
Merelim (S. Paio), Panoias e Parada de Tibães – União das Freguesias de Merelim (S. Paio), Panoias e Parada de Tibães
Escudeiros e Penso (Santo Estevão e São Vicente) – União das Freguesias de Escudeiros e Penso (Santo Estevão e São Vicente)
Crespos e Pousada – União das Freguesias de Crespos e Pousada
Real, Dume e Semelhe – União das Freguesias de Real, Dume e Semelhe
Cabreiros e Passos (S. Julião) – União das Freguesias de Cabreiros e Passos (S. Julião)
Maximinos, Sé e Cividade – União das Freguesias de Maximinos, Sé e Cividade
Nogueiró e Tenões – União das Freguesias de Nogueiró e Tenões
Guisande e Oliveira (S. Pedro) – União das Freguesias de Guisande e Oliveira (S. Pedro)
Santa Lucrécia de Algeriz e Navarra – União das Freguesias de Santa Lucrécia de Algeriz e Navarra
Ana Daniela Pereira
David Fonseca: «As pessoas que querem consumir cultura não têm quem as incentive» sexta, 26 abril 2013 11:29
Foto: Inês Gomes
Depois dos concertos nos Coliseus em Portugal terem esgotado, Barcelona e Madrid foram as cidades que receberam a energia de David Fonseca no palco, no ano em que o cantor cumpre dez anos de carreira a solo. O ComUM falou com o músico português poucas horas antes de subir ao palco do Music Hall, em Barcelona. David Fonseca fez o balanço da sua carreira, dos seus concertos e do seu novo trabalho.
Qual o balanço que fazes dos dez anos de carreira a solo? Não tenho tendência a fazer balanços. Tenho sempre a ideia de que estou a fazer uma coisa sempre para a frente, não tenho o hábito de olhar para o passado. Quando comecei, não queria efetivamente fazer uma carreira a solo; era apenas uma experiência fora dos Silence 4, mas fui ficando, tanto que já lá vão dez anos.
Se tiver que fazer um balanço, o que digo é que tem sido tudo muito positivo, porque tenho conseguido, ao longo deste tempo, experimentar com música, perceber como é que ela pode ser diferente, de que forma posso fazer um disco diferente, um espetáculo diferente.
Em dez anos nunca tive um momento em que tivesse dito que estava tudo parecido ou igual. Este é o desafio e, enquanto assim for, acredito que me manterei por aqui.
Quais as diferenças entre o David Fonseca de há dez anos e este? Algumas. O David de 2003 era uma pessoa mais tímida mas, por força desta profissão, tive que lidar com essa forma de ser. Acho também que sei muito melhor hoje o que quero fazer do que há dez anos. Quando comecei, andava a atirar coisas à parede, a ver o que acontecia e, hoje, tenho uma noção clara do que é o meu universo musical, o que gostava ainda de fazer.
Aliás, ainda há muito que fazer e tenho que esgravatar.
O teu novo trabalho, Seasons, está dividido em duas partes. Como o descreverias? Este trabalho foi dividido em duas partes porque não deixaram dividir em quatro. Na altura, quando fizemos a reunião com a [editora] Universal, a ideia era lançar um disco em quatro partes – consoante as estações – para dar a ideia de que era uma história com duração de um ano. Não obstante, esta ideia foi travada, porque era um suicídio comercial e acabou por ser dividido apenas em duas partes: primavera-verão e outono-inverno. Mas olho para este trabalho como um disco apenas, ainda que com dois lançamentos faseados.
Seasons é um duplo álbum e a ideia do disco é retratar a minha vida em forma de diário musical durante um ano. Para este trabalho, marquei uma data no calendário (o primeiro dia da primavera) e foi escrever, escrever, escrever como um louco durante um ano – tanto que, desde então, não escrevo nada.
O ano em que escrevi este trabalho foi difícil para mim, porque a ideia de estar a viver todos os dias e de tentar fazer canções sobre o que vivia e sentia foi muito desgastante. Este foi um desafio que quis atravessar, numa espécie de performance musical em que queria ver o que acontecia.
Com a indústria musical em crise, não foi arriscado lançar dois discos no mesmo ano? Claro que sim. A minha editora disse que eu era louco, mas penso o contrário. Não me parece que a crise, ou o que seja, tenha que definir o que quero fazer. Artisticamente, não faz qualquer sentido, até porque a minha ideia artística nada tem a ver com a crise. Se quiser fazer um disco com uma orquestra de 80 elementos e, se conseguir, devo fazer, mas posso não conseguir e isso não tem nada ver com a crise. Devemos ter apenas em atenção o que desejamos artisticamente e sei que este é um pensamento muito pouco comercial.
Depois, quando lançámos as duas partes do disco, tentámos fazer o melhor possível, e foi disco de ouro. O trabalho foi muito bem-sucedido em Portugal e fizemos uma digressão imensa, que vai continuar. Considero que uma pessoa tem, de facto, que arriscar. Tem que, acima de tudo, fazer algo que esteja dentro de um grau artístico.
Como vês a pirataria face ao trabalho de autor? É difícil. Há uns anos, a ideia de disco era uma ideia clara; servia para vender música às pessoas. Quem a quisesse, tinha que a comprar. Hoje, não funciona assim. Em Espanha já têm o Spotify há muito tempo, em Portugal há um mês. A ideia da pirataria trocou muito as voltas à indústria musical.
O que é um facto é que os discos são extremamente difíceis de gravar e são caros. É muito difícil fazer um disco e financiá-lo, temos que arranjar outras maneiras de o custear, o que faz com que os artistas mantenham relações com as marcas através da publicidade. Isso é uma coisa que nunca me passou pela cabeça há dez anos. Nunca
pensei que alguma vez teria que fazer publicidade para conseguir que tudo aquilo fosse uma coisa e isso, hoje em dia, é tão comum que nem eu ligo.
Fiz um anúncio para a Music Box, que também que ver com música, mas se fosse há dez anos não fazia, porque não tinha sentido. E hoje, é o que nos permite fazer tudo isso e entrar numa tour. As coisas mudaram e a pirataria é uma das razões principais. Na minha opinião, as coisas têm que mudar. Agora falta perceber como vão mudar e de que forma mudarão para o bem de todos.
Tens seis trabalhos no mercado, de qual gostaste mais? O último. É sempre o último. Se gostasse mais de apresentar outro, estava muito mal agora, por uma razão simples: é o que está mais perto do que sou, o que fiz mais recentemente, o que me diz mais neste momento. Por mim, quando subisse ao palco só tocava as músicas novas, mas não o posso fazer. Temos que tocar as outras todas, mas, às vezes, a vontade que eu tinha era só de tocar as novas.
Quais são as tuas fontes de inspiração? Tudo. A vantagem de fazer música é que a vida está sempre a acontecer à nossa volta e pode trazer algo de inesperado, dando origem a uma letra. O facto de estar em Espanha, de ter dado uma volta por Barcelona, de estar aqui nesta entrevista, pode transformar-se numa canção, agindo como uma peça de um puzzle.
És conhecido pela proximidade que tens com os teus fãs e inovaste através dos hangouts. Como te sentes nesse papel? Sim, a proximidade é grande. Os hangouts nunca tinham sido feitos, pelo menos em Portugal, e eu também nunca tinha visto um, mas achei a ideia engraçada e fiz aquilo de forma parva, a partir da minha cozinha, e não tive noção de quantas pessoas estavam a ver aquilo. No primeiro, tinha 18 ou 19 mil pessoas. Foi muito divertido e já fiz mais dois. O que tento é que as pessoas não tenham uma noção dos artistas muito distante. Quando estava com os Silence 4, não havia internet ou, pelo menos, com
este peso, não existiam redes sociais, não existia nada disso e sentia que a maior parte das pessoas tinha uma ideia completamente errada. Achavam sempre que nós éramos a música, confundiam tudo: se a música era triste, éramos deprimentes.
O facto de estas redes sociais me permitirem falar mais que a música e de me permitirem estar perto das pessoas é, para mim, uma maravilha incrível. Tento, de alguma forma, que percebam o que está por detrás daquilo tudo. As músicas estão sempre envoltas em mistério e acho que quebrar esse mistério tem alguma piada, e é por isso que eu gosto dessa proximidade e tento fomentar isso.
Qual tem sido a reação dos fãs a essa proximidade? Tem sido boa. A ideia de quebrar o gelo e de estarem perto da pessoa que foi banda sonora durante uma altura da vida é sempre uma coisa meio emocionante. Para mim também o é, e tenho o hábito de ficar muito tempo depois dos concertos a conversar com os fãs.
A crise no nosso país obrigou a cortes na cultura, tendo até perdido o ministério que tutelava a área. Como vês estas alterações? Já sentiste o reflexo da crise nos teus concertos? É impossível ninguém sentir. Mesmo as pessoas em altos cargos estão preocupadas com o futuro. A cultura em Portugal sempre foi o parente pobre do Estado e, desta vez, tornou-se ainda mais pobre. Não sei como pensam a cultura, mas faz-me muita confusão que esteja sempre a decair.
Obviamente, a música também sente isso através dos concertos, da frequência das pessoas. As pessoas têm que fazer escolhas e as digressões tornam-se mais complexas de fazer. Fizemos uma digressão durante a crise no Interior, onde costumo atuar frequentemente e, nesta última, foram muitas as pessoas a enviar mails a pedir para entrar
no
espetáculo.
Diziam
que queriam muito ir ver, mas não tinham possibilidades. Em tempos, acontecia isso uma vez ou outra, mas não assim.
Percebo isso e acho que é um dos problemas graves de ser um parente pobre. A cultura não tem apoios nem do Estado, nem das autarquias. As pessoas que querem consumir cultura não têm quem as incentive. Neste momento, olho para a cultura como um contrapoder de uma crise, a cultura é uma ideia lúdica que transporta as pessoas
para
um
sítio
menos
nos conduz para um espaço que não é o que vemos no telejornal.
por Ana Daniela Pereira (enviada especial a Barcelona)
terreno,
que