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CADEIA PRODUTIVA

componentes produzidos por fabricantes espalhados pelo país.

Para ficar próximos aos clientes, os fabricantes de pás também estão no Nordeste. E, para facilitar o transporte quando for necessário modal marítimo, tanto para importações de subcomponentes, exportações como para vendas internas, se estabeleceram próximos a portos:

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• LM W indpower, da GE, em Suape (PE) e

• Aeris, em Pecém (CE)

Os principais fornecedores de torres metálicas, mercado que se consolidou muito nos últimos anos, também para facilitar o transporte dos grandes componentes, ficam no Nordeste.

• Torrebras, em Camaçari (BA)

• TEN, em Jacobina, região próxima a vários parques (BA),

• Gestamp, em Suape (PE)

• Cassol (CE)

• CTZ (CE)

• Dois A (RN)

• Eolicabras (RN)

Essa tendência no segmento de torres de ficar próximo aos complexos eólicos é também claro quando os pró- prios montadores de aerogeradores internalizam a produção, caso da Nordex, que tem duas unidades, em regiões eólicas, para torres de concreto: em Lagoa do Barro, no Piauí, e em Areia Branca, no Rio Grande do Norte.

A demanda por torres maiores e customizadas para os projetos impulsiona inclusive o surgimento de unidades “volantes” para produção de torres de aço nas proximidades de grandes complexos no Nordeste.

Subcomponentes

Se há a concentração da montagem e produção dos componentes principais do aerogerador no Nordeste, o Sudeste e Sul concentram os fornecedores dos subcomponentes. Trata-se aí de indústrias metalúrgicas, de serviços de usinagem, fundições, fornecedores de materiais plásticos (resinas, fibras de vidro), normalmente empresas que atuam em vários segmentos, já consolidadas antes do setor eólico se desenvolver no país e que se especializaram para atender a demanda.

Essas empresas fornecem insumos e elementos internos para as torres de aço e concreto, compostos de resinas para as pás, transformadores, conversores, elementos estruturais para naceles, cabos, barramentos, rolamentos, componentes para o rotor e caixas de engrenagem, entre vários outros componentes.

Por Outorgas

Segundo acompanhamento das outorgas, feitos pela consultoria ePowerBay, os cinco fabricantes de aerogeradores garantiram em 2020 contratos de 5.980 MW de potência instalada, em 1.354 turbinas a serem entregues nos próximos anos.

A Siemens Gamesa lidera a participação nos projetos, com 2.433 MW e 501 turbinas. Em segundo lugar, aparece a Vestas, com 1.917 MW e 442 turbinas. A GE é a terceira, com 893 MW e 241 turbinas, seguida pela Nordex, com 497 MW e 99 turbinas e, por fim, a brasileira Weg, com 239 MW e 71 turbinas.

A grande maioria dos projetos outorgados em 2020 tem previsão de início de operação comercial em 2022. Uma segunda parcela mais importante de projetos visa entrega em 2025, visto terem sido negociados no leilão A-6 de 2019.

Veja a seguir os contratos por fabricante de aerogerador:

n SIEMENS GAMESA

A empresa tem 4 GW de turbinas eólicas em operação e mais de 3 GW de potência em projetos com outorgas emitidas. Conta também com o maior rotor do mercado brasileiro, em plataforma 5.X, que pode chegar a uma turbina de 6,2 MW de potência nominal, modelo com a maior quantidade de potência outorgada (1.574 MW), em torres com 115 m de altura e rotor de 170 m de diâmetro.

A Siemens Gamesa entregou em 2020 cerca de 500 MW no Brasil, ainda com a plataforma antiga, de 3,47 MW e 3,55 MW.

Em 2021, já com a plataforma nova, de 5,8 MW, modelo SG 5.8-170, a previsão é chegar a 1 GW no ano, com entregas em parques na Bahia, Rio Grande do Norte e Paraíba. Em carteira de pedidos, a empresa tem 2,3 GW para serem entregues até 2023.

A previsão é que a produção das turbinas SG 5.8170 na fábrica em Camaçari, na Bahia, seja iniciada até o final de 2021.

n NORDEX

A Nordex passou por período de transição comercial em 2020, para mudar sua oferta de turbinas de 3 MW para a nova plataforma Delta de 5 MW. No Brasil, o modelo em desenvolvimento para suas entregas é N163, de 5,7 MW, rotor de 163 m e pá de 80 m.

Enquanto teve também durante 2020 seu melhor ano, com a entrega de 250 aerogeradores de 3 MW, mais do que o dobro do registrado no ano anterior, a empresa também passou a fechar contratos para a nova plataforma no segundo semestre, tendo fechado a encomenda, até junho de 2021, de 146 aerogeradores.

Desse total de novos pedidos, 832,2 MW, com 91 aerogeradores, são para o parque Ventos de Santa Eugênia, da Statkraft, na Bahia. Os outros 55 são para a AES Brasil, para o projeto Cajuína, no Rio de Grande do Norte, e que envolve ainda acordo para a AES exercer opção de compra para as outras quatro fases do complexo de 1,5 GW.

Além desses projetos, que começam a ser entregues em dezembro de 2021, a Nordex negocia mais 700 MW, sem contar a opção de compra que pode ser exercida pela AES e que acrescenta mais 1,2 GW em encomendas.

Já a plataforma de 3 MW está em processo de descontinuidade na fábrica de Simões Filho (BA). No primeiro trimestre de 2021 foram finalizadas a produção e entrega para dois grandes projetos: o Lagoa do Ventos, da Enel Green Power, no Piauí, para quem a empresa forneceu ao todo 230 aerogeradores, e o parque São Fernando (RN), da Enerfin, com 74 aerogeradores.

A partir da entrega, até o fim do ano, de mais dois projetos – o Vila Mato Grosso (RN), de 58,9 MW, da Voltalia, e o projeto Toda, de 27,7 MW, da Toda Energia -, a produção da plataforma de 3 MW dará lugar para a de 5,7 MW.

A Nordex também produz suas torres de concreto em fábricas próprias próximas aos parques. Para seus novos pedidos da plataforma Delta, montou uma em Ubiaí, na Bahia.

Como as torres utilizadas são do mesmo modelo da plataforma, e sofrem apenas pequenas alterações em duas partes dos moldes, as fábricas de Areia Branca (RN) e Lagoa do Barro (PI) não serão descontinuadas, para atender prováveis novos pedidos nas regiões.

n VESTAS

A Vestas, com fábrica em Aquiraz (CE), já contabiliza 5 GW em pedidos para suas novas turbinas de 4,2 MW, que começaram a ser fornecidas no início de 2020, de forma pioneira com esse nível de potência no Brasil. Trata-se do modelo V150-4.2 MW, que também passou a ser ofertado no fim de 2020 com um potência um pouco maior, de 4,5 MW.

Desse total de encomendas com a nova plataforma, 2 GW já foram entregues. Somadas às entregas do aerogerador antigo de 2 MW, o D110, a Vestas conta com cerca de 2,5 GW em operação no Brasil. Os 3 GW encomendados serão entregues até 2023 e a previsão é de que novos pedidos sejam fechados no curto e médio

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