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ANÁLISE ELBIA GANNOUM
from Cenários Eólica 2021
by analeta
deste, tivessem pela primeira vez seu certificado de propriedade em mão.
Avalio que o setor eólico tem feito um bom trabalho neste sentido, mas sei que podemos e devemos fazer cada vez mais, pensar em novas formas de impactar positivamente a sociedade, melhorar processos e ousar ir além. É justamente esse “ir além” que tem me motivado constantemente nos últimos tempos, especialmente com a chegada da pandemia e com as discussões que venho participando, em âmbito global, sobre a importância dos investimentos em energias renováveis para a retomada econômica.
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Esta nova energia tem a capacidade de modificar não apenas as matrizes elétricas e energéticas, o que já é algo espetacular e impr escindível; ela pode transformar também a sociedade de forma mais profunda, diminuindo desigualdades e contribuindo para que tenhamos um futuro melhor para deixar para as próximas gerações. É aí que entendo que a “transformação energética” alcança seu potencial pleno, quando, por meio de nossos esforços individuais e coletivos, ela puder ser também uma energia da transformação.
Vivemos uma oportunidade histórica que não podemos deixar passar: fazer com que as novas energias representem mais do que a origem dos elétrons que geramos para consumo é algo que depende de nossa vontade e de um comprometimento que vai além dos resultados financeiros das companhias. Trata-se de um questionamento muito profundo como espécie: como podemos gastar melhor nossa energia de vida trabalhando pelo coletivo e por uma transformação real? Acredito que o ano de 2021 será um período crucial nesse pr ocesso. Já temos uma luz no final do túnel em relação à pandemia e precisamos nos recuperar priorizando as energias que fazem bem para o planeta e que poderão garantir um futur o mais sustentável para as próximas gerações.
ELBIA GANNOUM é Presidente Executiva da ABEEólica – Associação Brasileira de Energia Eólica. Economista, Doutora pela Universidade Federal de Santa Catarina. Em sua carreira, acumulou experiências como membro da Diretoria da CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (de junho de 2006 a Abril de 2011), Economista-Chefe do Ministério de Minas e Energia (2003-2006), Coordenadora de Política Institucional do Ministério da Fazenda (20012002), Assessora de assuntos econômicos no Ministério de Minas e Energia (2001), Assessora na ANEEL (2000-2001) e professora da Universidade Federal de Santa Catarina (1998-2000). Acadêmica, com mais de 50 artigos publicados, Elbia é especialista em Regulação e Mercados de Energia Elétrica, tendo atuado nessa área desde 1998. À frente da ABEEólica, tem atuado para o fortalecimento e crescimento sustentável da energia eólica, que já chega a representar 10% da geração nacional, com uma cadeia de produção 80% nacionalizada e mais de 12GW de capacidade instalada em cerca de 500 parques eólicos. A energia eólica deve ser a segunda fonte de energia para o País até 2020. Elbia é reconhecidamente uma voz formadora de opinião no setor elétrico, com presença constante em veículos de imprensa da grande mídia e especializados, além de publicar artigos com frequência. Em 2014 foi eleita pela revista inglesa Recharges – Renewable Thought Leader Club, como uma das personalidades mais influentes em energias renováveis no cenário global.
An Lise Eduardo Tobias Ruiz
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Panorama da Oferta de Crédito para Projetos Eólicos em 2021
Tudo leva a crer que em 2021 o BNDES terá um papel maior, podendo, inclusive, retomar a posição de principal credor do setor eólico no Brasil.
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Contexto Da Oferta De Cr Dito
No ano de 2020, os projetos de geração eólica contrataram R$6 bilhões em crédito de longo prazo junto ao Banco do Nordeste (BNB), ao BNDES e via distribuição de debêntures incentivadas ao mercado de capitais. Apesar de o ano de 2020 ter sido atípico, com um volume de crédito 52% inferior a 2019 (R$12,5 bi), a participação de mercado de cada fonte de crédito sofreu pouca alteração.
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O BNB foi o líder de crédito ao setor pelo terceiro ano consecutivo, tanto em volume quanto em número de projetos. Consideradas exclusivamente essas três fontes, o BNB respondeu por 59,1% do volume de crédito em 2020, conforme ilustrado no gráfico abaixo.
No entanto, o panorama da oferta de crédito para 2021 mudou. Por um lado, a demanda do mercado de capitais para debêntures incentivadas de projetos e de empresas de geração a partir de fontes renováveis já demonstra retomada. Por outro lado, o orçamento de 2021 do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) para projetos eólicos e solares fotovoltaicos permanece negativamente impactado pela COVID-19, assim como pela concorrência com projetos de outros setores. Enquanto isso, a política de ‘Preço de Suporte’ do BNDES tem se consolidado como modelo de financiamento eficaz para projetos dedicados ao ACL e de autoprodução.
Bndes
Dentre as três fontes de crédito, o BNDES foi a menos afetada pela pandemia. Não houve restrição orçamentária nem alteração nas condições de financiamento do FINEM, à exceção do ‘Fator Alfa’, explicado abaixo (BNDES, 2021b) [4]. Mesmo assim, o volume de contratações para projetos de geração eólica caiu 57% em 2020 para R$2,02 bilhões (BNDES, 2021a). Na prática, foram contratados somente três parques eólicos, desdobrados em 18 Sociedades de Propó-