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OS RECEM
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CIÊNC
T L A T S E G
Edição no 04/ano 3 - Abril de 2014 - R$ 10,80
EXCLA
As ilustrações de
Kim Rosen
E L E M E N T O S BÁSICOS DA
COMUNICAÇÃO VISUAL
pág. 23
ESCLARECEMOS TUDO SOBRE A
GESTALT pág. 23
E L E M E N T O S BÁSICOS DA
COMUNICAÇÃO VISUAL
pág. 23
Bafafá
A-mag Diretor e Editoração Ana Neu
“A
Faculdade Estácio de Sá Faculdade de Tecnologia Ibratec de João Pessoa (Unibratec)/iDez
Tecnologia em Design Gráfico Ano 1, Semestre I, turno manhã ‘A’ João Pessoa, Paraíba.
Edição número 04/ano 3 Junho de 2014 Todos os direitos reservados
Temos aqui a atividade passada pelo professor Aerton Diniz, sendo um resudo de sua disciplina, na qual utilizamos como base os livros Sintaxe da Linguagem Visual de Donis A. Dondis e Gestalt do Objeto, além de auxílio de pesquisas online e o website Chocola Design.
arte é una,
e qualquer separação é John Ruskin destrutiva e artificial”
“As cores são as obras da luz, os seus atos Johann Wolfgang von Goethe
e sofrimentos”
Menu SINTAXE A VONTADE
06 Especial ENTREVISTA 41 Ilustre
44
CAPA
CIÊNCIA GESTALT
KIM ROSEN
12 CAP 3
ALFABETO VISUAL
40 CAP 4
MENSAGEM
23 CAP 5
CONTRASTE
22 CAP 6
TÉCNICAS
PÁG 02 Carta PÁG 03 Bafafá PÁG 14 2sec tips PÁG 48 clash
Entrevista com
Graça Lima
Livros infantis e gibis são a porta de entrada para o hábito da leitura. Sabendo disso, a carioca Graça Lima, ilustradora e escritora para faixa etária menor, nos fala como surgiu sua vocação, a importância das ilustrações para as obras de literatura infantil, a relação do ilustrador com o escritor, quais seus ilustradores preferidos, suas inspirações, as técnicas que gosta de utilizar, entre outros assuntos.
Fundação Bunge: Quando você descobriu ou decidiu que seria ilustradora? Como foi? Graça Lima: Quando eu entrei para a faculdade de Belas Artes, queria trabalhar com pintura mural, que é uma forma de narrativa visual. Descobri que isso não tinha mercado de trabalho por aqui, então acabei fazendo o bacharelado em design gráfico. Quando trabalhei no escritório do Ziraldo, convivi com a produção de livros dele e, quando saí de lá, fiz meu primeiro livro de imagens, o “Noite de Cão”. O livro de imagens é a narrativa que eu procurava no mural, só que compartilhada por milhares de exemplares. FB: Qual você considera a importância das ilustrações para as obras de literatura infantil? Acha que ela pode ser tão ou mais importante que o próprio texto? GL: Eu acho que o texto e a imagem são igualmente importantes.
A imagem traz a palavra em si, assim como a palavra traz a imagem. A ilustração é uma forma de contar a história e vem para ampliar o entendimento daquela narrativa, enriquecendo o produto que tem a visão de dois autores. A ilustração é uma iniciação da visualidade da criança. Ela tem um papel formador, de educar o olhar, de ampliar repertórios visuais que possam tornar esse indivíduo num leitor sofisticado. FB: Como é a relação com o autor durante o processo de ilustração? Normalmente o autor “dirige” a arte ou o ilustrador tem liberdade de dar vida ao texto como achar melhor? GL: Nós ilustradores somos autores. Temos lutado durante anos para que nosso trabalho seja visto como autoria e que nossos direitos autorais sejam respeitados. No livro infantil, há vários autores. O escritor, do texto; o ilustrador da narrativa da ilustração, o de-
signer do projeto, que une as duas linguagens; o editor, da direção do casamento dos autores que escolheu para dar vida ao livro. O processo de feitura do livro não é encaminhado pelo escritor, e sim pelo editor, que seleciona quem serão os parceiros para que o produto final seja de boa qualidade. O editor tem uma lista de ilustradores, que são escolhidos de acordo com a história a que se quer dar vida. O ilustrador não reproduz o que o escritor quer. O ilustrador lê o texto e dá sua versão em imagem. Quem deve discutir, orquestrar, dirigir o trabalho é o editor. No Brasil, o ilustrador tem total liberdade de trabalho.
“O ilustrador deve ser, antes de tudo, um leitor”
FB: Como surgem suas ilustrações? As inspirações vêm todas do próprio texto ou há um trabalho de pesquisa antes da criação? GL: Meu processo criativo é composto de muita leitura e pesquisa de imagem. Faço um longo levantamento de materiais que posso utilizar numa narrativa, e faço estudos de forma, esboços. A ilustração pode conter elementos que não estão no texto, mas deve estar o tempo todo andando em parceria com este. A pesquisa que sobra guardo para outros projetos. FB: Quais são suas “preocupações” quando você está criando uma ilustração? Que características você considera que uma boa ilustração deve ter? GL: O ilustrador deve ser, antes de tudo, um leitor. Deve ter domínio do traço e dos elementos de uma composição. Não quero dizer, com isso, que o desenho deve ser acadêmico, mas sim que o ilustrador deve ter ferramentas suficientes para poder realizar um bom trabalho. É fundamental que o ilustrador se alimente, o tempo todo, de referências visuais, que participe e conheça o que se está produzindo, que ouça música, vá a teatro e cinema, enfim, que tenha um amplo repertório no campo das artes. Para mim, o fundamental é que cada trabalho seja um estímulo à pesquisa, a novas soluções, e que o trabalho, em si, tenha fluidez de sequência de leitura. FB: Quais técnicas você utiliza? GL: Trabalho com ecoline, lápis de
cor, colagem, guache, tinta PVA, às vezes acrílica, enfim, o que tiver por perto. Finalizo no computador. FB: Você poderia citar alguns dos seus trabalhos preferidos? GL: “Noite de Cão”, “Sabiá e a Girafa”, “Dez Patinhos”, “Contos das Terras do Gelo”, “Duu la”, “O filho do Vento”, “Vizinho, Vizinha…”. Ai, difícil isso… FB: Que outros ilustradores, brasileiros ou não, inspiram você ou despertam sua admiração? GL: Antes de tudo e de todos, Roger Mello. Para mim, ele é a síntese do genial. Tudo que faz é super criativo e inovador. Sempre tem um olhar curioso sobre o mundo e traz isso em seu trabalho. O texto é bom, o projeto é bom, as imagens idem. Além disso, é um ser humano exemplar, que não está nem um pouco interessado em se pavonear de seus dotes. Ficaria aqui enumerando um monte de gente, mas vou me ater apenas ao que me parece bastante inovador. Mariana Massarani, pelo humor delicado. Andrés Sandoval, Daniel Bueno, Fernando Vilela, Salmo Dansa, André Neves e Geraldo Valério, pela pesquisa nas artes visuais e na modernidade. Estrangeiros, gosto da Paloma Valdívea, Rebeca Dautremer (cores), Calef Brown, Kveta Pakovslk, Wolf Erlbruch... tem muitos... FB: E sua experiência como autora, poderia falar um pouco sobre ela? GL: Em todos os casos, sou autora, mesmo quando não sou
eu a escritora. Livros de minha total autoria, texto e imagem, são nove. É uma experiência interessante e muito estimulante.
Ilustração de Mariana Massarani.
“Fundamental é que cada trabalho seja um estímulo à pesquisa, a novas soluções” FB: Você chegou a trabalhar com outros ilustradores ou ilustrou, você mesma, os seus livros? Como foi? GL: Temos o “Vizinho, Vizinha” que é uma parceria com o Roger e a Mariana, e agora teremos o “Mercado das Pulgas”. Nunca tive texto ilustrado por outra pessoa.
ALFABETO 1 ponto
visual
Uma obra é composta por 10 elementos básicos, matéria-prima de toda informação visual, utilizada como combinações seletivas.
Pontilhismo de Seurat
Existem três formas básicas: o quadrado, o triângulo e o círculo; Cada um com seu significado e características, mas todos consistem em figuras planas formados por linhas ligadas entre si.
4 direção
5 tom São gradações de intensidade do mais claro ao completo escuro. Essas variações são os meios de distinguirmos oticamente a complexidade da informação visual. Utilizamos como ferramenta para representar massa, volume, ponto de vista, entre outros.
Outra similaridade entre as formas, é que todas apresentam um foco ou fluxo, sendo esta horizontal, vertical, diagonal ou curva.
Matiz ou croma é a cor em si, que é influenciada pela saturação (pureza da cor, numa escala até cinza) e o brilho (semelhante ao tom).
7 textura Serve de substituto para as qualidades táteis. O aspecto e a sensação tem o mesmo significado intelectual: o julgamento do olho é, geralmente, confirmado pelo tato.
8 dimensão Ilusão de tridimensionalidade com o artifício da perspectiva usando luz, sombra e até cálculos matemáticos.
9 escala É uma medida de tamanho relativa, há uma comparação entre uma figura e outra para atribuirmos certas qualidades como “pequeno” ou “grande”.
10 movimento Movimento em arte inanimada é, no mínimo, difícil; Diz-se a respeito do caminho da nossa observação de uma obra. Sendo, intuitivamente, na diagonal da esquerda superior para a direita inferior.
Sistemas Naturais de Cores de Moses Harris (1766)
3 forma
O francês Georges Seurat foi pioneiro do movimento pontilhista, técnica que consiste em pontos de cores construindo formas e tonalidades distintas, inspirada na Lei do Contraste Simultâneo das cores de Chevreul. Deu início ao neo -impressionismo e seu método foi extensivamente usado no século XX.
Parade de Cirque (1889)
Quando os pontos são postos lado a lado e tão próximos que é impossível a identificação individual, passa-se a chamar de linha. Outra definição seria a linha como a história do movimento de um ponto.
Isaac Newton o inventou no final do séc. XVII e um pouco mais de 300 anos depois, continua sendo aprimorada. A posição das cores é correspondente aos comprimentos de onda da luz, mas há alterações para cada objetivo do uso.
6 cor
A menor e mais simples partícula de uma obra. Sendo ele, a base para outros elementos da comunicação gráfica.
2 reta
Círculo Cromático
2-sec Tips
CĂrculo CromĂĄtico de Boutet (1708) Sistemas Naturais de Cores de Moses Harris (1766)
Em ambiente natural, são raros os quadrados ou retas, já os pontos e outras formas arredondadas são encontradas em abundância.
Quanto maior o número de vértices, maior será o sentimento de peso; assim como as cores com maior comprimento de onda.
Uma análise reveladora é adquirida pelo destrinchamento dos elementos constitutivos, para a compreenção do todo.
A Harmonia Estado de tranquilidade e resolução, organização todas espécies de estímulos em tonalidades racionais. Tendo referências como um nivelamento ou até enfraquecimento/ abrandamento da peculiaridade de um padrão.
Técnicas Visuais
O Contraste Desequilibra, choca, estimula e chama a atenção. Uma forma de aguçamento, tendo incremento e certo exagero. Facilita a percepção de diferença.
Breve manual de como criar novas obras considerando a adequação para o cliente, público e evento, Encontra-se aqui os porquês das construções de artes visuais. Enjoy it! ;)
EquilĂbrio
In
sta
bi
lid ad
e
Balanceamento/estabilidade/constante
Assimetria
SimetriA EquilĂbrio axial
Regularidade
Ordem/metodológico/uniformidade
Unidade
Único/inteiro/singular
Frag
Irregularidade Simplicidade Elementar/básico
Complexidade
m
entação
Exagero
Economia
Contenção/moderação/racionamento
Minimização Encolhimento/redução
Profusão Repetição Continuidade
iso Ep dic pisod cida ade
Previsibilidade
Padrão/repetição
1 2 3 4 5 6 7
Espontaneidade
Atividade
rgia
/ene o l u ím
/est
ento m i v o
M
Estase
Neutralidade Imparcialidade
ĂŠnfase
Opacidade TransparĂŞncia Translucidez
Imparcialidade
Sutileza Delicadeza/finura
Ousadia
Profundidade
Agudeza
Planura Ausência de perspectiva
Rigidez em contornos
Exatidão
Difusão
Distorção
Realidade/fidelidade/autenticidade
Sequencialidade
Ordenação lógica
Singularidade Isolação/independência
Justaposição
Acaso Estabilidade Uniformidade/coerência/compatibilidade
Variação
Anatomia da Mensagem Visual Expressamos e recebemos mensagens visuais em três níveis, sendo eles interligados e sobrepostos, tendo valor como tática potencial para a criação de obras com qualidade no processo de análise na visão.
Representacional - Aquilo que vemos e identificamos com base no meio ambiente e na experiência; O nível mais direto e simples.
As Ilustrações de
Kim Rosen
Abstrato - É o minimalismo, redução dos componentes visuais ao mais básico
e primitivo, para enfatizar os meios mais diretos e emocionais.
Com clientes como Starbucks, Wall Street Journal e MTV, a americana Kim Rosen teve reviravoltas e mudou de Design de Moda para o Gráfico e decidiu começar a ilustrar. Hoje, morando em Massachusets é uma das mais requisitadas em sua profissão.
Simbólico - Utilização do sistema de códigos, formas atribuídas de significa-
Scott Patridge
dos criadas arbitrariamente pelo homem ao passar do tempo; O mais denso e complexo.
T L A T S E G Palavra surgida do germânico que significa “figura”, do qual é objeto de estudo dessa tão discutida psicologia. Estudada e influenciada por grandes nomes como Kant e Goethe, continua em uso e tem enorme importância.
Tal importância é devida por ser a mais poderosa ferramenta que um designer tem para criar algo único. Sempre continuará sendo estudada, a cada novo estímulo criado pelo homem, para termos o conhecimento de como o público pensará sobre ele. Esta ciência nos permite observar e imaginar como funcionará a mente do público ao ver nossas peças e sua reação, tendo em mente que “Quanto mais forte o grupo, mais forte a gestalt”. É dito que “Existem conjuntos, o comportamento dos quais não são determinados por seus elementos individuais, mas onde o processo da parte são determinadas pela natureza intrínseca do todo. É o objetivo da Gestalt de determinar a natureza de tais conjuntos”, em outras palavras: o inteiro é diferente da soma de suas metades.
É formada por seis leis, tais são: . Semelhança . Proximidade . Continuidade . Pregnância . Fechamento . Unidade
Taça ou dois rostos?
Lei da Semelhança Objetos similares se agruparão entre si.
Lei da Proximidade Elementos próximos tendem a se agruparem, constituindo uma unidade. Elementos vão parecer mais próximos e unificados quanto menor for a distância entre eles.
Lei da Continuidade Ao ver pontos seguidos, tendemos a unificá-los em uma única linha.
Lei da Pregnância Os objetos são sempre vistos da forma mais simples possível.
Lei do Fechamento Elementos são agrupados se eles parecem se completar.
Lei da Unificação Nosso cérebro preenche a informação restante.
CMYKvs RGB Padrões CMYK ou RGB? Isso causa uma enorme confusão na cabeça de clientes e iniciantes. Afinal, como as cores podem ser diferentes? Conheça a diferença entre CMYK e RGB e por que é importante diferenciar cada um, além de saber quando é que um deve ser usado ou não. Sua sigla significa Ciano, Magenta, Yellow (amarelo) e Black (preto) e estas cores são encontradas nos cartuchos de tinta, pois é mais adequada para impressos; É subtrativo de cores: cada cor adicionada à primeira, bloqueia a reflexão desta; Baseado em pigmentos aplicados no papel, o CMYK usado nos sistemas de computador não passa de uma variação do RGB; O espectro de cores é significativamente menor que o RGB.
RGB corresponde a Red (vermelho, Green (verde) e Blue (azul) e utiliza-se da luz para formar estas cores, já que é usado para trabalhos voltado para monitores; É aditivo de cores: cada espectro de cor adiciona os espectros anteriores Cada pixel na tela pode ser representado no computador ou na interface do hardware como valores para vermelho, verde e azul, esses variam de 0 a 255.