Companhia de Negócios 7

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SAFRA DE GRÃOS > A RECUPERAÇÃO DE ÁREA E DE PRODUÇÃO DE TRIGO NO PAÍS

MARCIO MORAES

REVISTA COMPANHIA DE NEGÓCIOS - ANO 2 - Nº 7 - JUNHO 2014

R$ 19,90 / junho 2014

GLOBALMENTE FALANDO

A MIL

POR HORA COLECIONADOR DE RECORDES NAS PISTAS, EMERSON FITTIPALDI MOSTRA QUE É VENCEDOR TAMBÉM NOS NEGÓCIOS

ALEMANHA ESCOLA DE NEGÓCIOS

AMPLIAM OS HORIZONTES, ABREM PORTAS E ENGORDAM SALÁRIOS

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ANGOLA

OPORTUNIDADES PARA BONS NEGÓCIOS

POR DENTRO DA TERCEIRA MAIOR ECONOMIA DO MUNDO

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O BRASILEIRO ESTÁ SEMPRE DE BRAÇOS ABERTOS: PARA PEDIR A BOLA OU PARA RECEBER VOCÊ. BEM-VINDO À CAPITAL DO PAÍS DO FUTEBOL.

O palco para as grandes exibições da sua seleção na Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014TM já está preparado. É o Mané Garrincha, um dos estádios mais bonitos e modernos do Brasil. Ele tem capacidade para 70 mil pessoas. Está a cinco minutos dos setores hoteleiros de Brasília. E perto dos principais shoppings, monumentos, centros de lazer e casas noturnas de uma cidade jovem, vibrante e que é patrimônio Cultural da Humanidade. Feliz temporada em Brasília. E boa sorte para o seu time. expediente-sumario-v1.indd 2

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O MUNDO É A NOSSA CASA

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CARTA AO LEITOR 10

PREZADO BUSINESS LEITOR, Você está recebendo a sétima edição da revista Companhia de Negócios, no qual o grande campeão Emerson Fittipaldi é nosso homenageado. Nada mais justo para alguém que dedica sua vida ao esporte e, mais ainda, é um exemplo de ser humano, pai de família e grande empresário. Emerson é uma daquelas pessoas que têm histórias para várias horas de conversa. Ele viveu tantas situações em sua vida que é difícil escolher algum tema da área esportiva que ele não conheça bem. Contou-me, certa vez, que já deu cinco voltas ao mundo. Seguramente sempre acelerando. São impressionantes seus relatos sobre os bastidores da Fórmula 1. Emerson sabe como ninguém tudo o que acontece com as equipes e os pilotos, além de fazer parte do Comitê de Segurança da FIA. Claro, tem coisas que ele não vai contar nunca. Bons negócios! Marcio Moraes CEO Grupo Companhia

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EDITORIAL 12

PADRÃO BRASIL

Passadas as especulações e os negativismos sobre a Copa do Mundo no Brasil, finalmente enxergamos a realidade. O sucesso do evento, a alegria do povo e a confraternização com torcedores de todo o mundo, mostraram que temos, sim, o Padrão Brasil de qualidade. Não seguimos referências ou modelos de comparação, somos autênticos e, à nossa maneira, podemos evoluir criando um país melhor, capaz de crescer com consistência e influenciar o mundo. Tanto se falou em Padrão Fifa como algo superior e inatingível, mas me desculpem os derrotistas de plantão, fizemos nosso papel bem melhor do que a grande organização suíça. Nosso Padrão Brasil fora dos estádios superou de longe a desorganização da Fifa dentro dos estádios. O policiamento, o transporte, a organização, a receptividade e o calor humano deixaram os turistas e torcedores à vontade para torcer e vibrar. O que se espera agora é que consigamos todos exigir o Padrão Brasil que queremos e merecemos nas eleições em outubro. Vamos aproveitar o exercício de cidadania que conseguimos alcançar na Copa do Mundo para exercê-la nas eleições deste ano.

A n m S re re é s

Vai que é sua Brasil!!! Flavia Bravo Publisher Vice-presidente do Grupo Companhia

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brasileiro de excelência.

A excelência da Souza Cruz se traduz através de uma gestão eficiente, com transparência e foco no crescimento, comprovada por grandes números: são 7,4 mil colaboradores diretos e 240 mil empregos gerados em toda a cadeia produtiva. Com 61% de participação no mercado, a Souza Cruz pagou mais de R$ 7 bilhões em impostos em 2011 e distribuiu R$ 1,5 bilhão em remuneração aos acionistas no ano. Além disso, mantém práticas exemplares na preservação de recursos naturais e nos investimentos para a sustentabilidade. É por tudo isso que a Souza Cruz é, há mais de um século, uma das empresas mais sólidas do Brasil. E continuará sendo, graças ao seu compromisso com a excelência em tudo o que faz.

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EXPEDIENTE 14

DIRETOR-PRESIDENTE Marcio Moraes PUBLISHER E VICE-PRESIDENTE Flavia Bravo E DI TOR A- C H E F E Mariana Sampaio PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO Henrique Sá e Mateus Bergamin R E P O RTAG E M Ana Paula Kuntz, Camila Duarte, Carla Araújo e Rosane Aubin C O L A B O R A R A M N E S TA E D I Ç ÃO Maria Clara Mancilha e Thais Ritli REVISÃO Lourdes Rivera PRODUÇÃO Tassi Altíssimo REALIZAÇÃO Grupo Companhia C O N TAT O revista@companhiadeviagem.com.br IMPRESSÃO Leograf

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Foto: Divulgação

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Foto: Robert Mandel

SUMÁRIO 62

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JUNHO DE 2014

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Foto: Marc Venema

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CULTURA 136

ALEMANHA: ROBUSTA E CRIATIVA ANGOLA E BRASIL: DOIS MERCADOS QUE SE ENTENDEM CAPA: EMERSON FITTIPALDI SEMPRE À FRENTE CURSOS DE BUSINESS: HORIZONTES AMPLIADOS HEADHUNTERS: CAÇADORES DE TALENTOS RIO GRANDE DO SUL: MUITO ALÉM DO CHURRASCO AGRONEGÓCIO: A EXPANSÃO DOS CAMPOS DOURADOS POLÍTICAS TRIBUTÁRIAS: O DESAFIO DE CRESCER TOP 10: ÍNDICE ARRANHA-CÉU RAIO-X: BELEZA NATURAL, CARMEN STEFFENS E VIVO CULTURA: LITERATURA E CINEMA SOBRE NEGÓCIOS COLUNA EMPREENDER COLUNA GLOBALMENTE FALANDO

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ALEMANHA 20

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LIDERANÇA

FORTE E INABALÁVEL

Robusta e com inclinação para a criatividade, a Alemanha tem no Brasil um importante parceiro para puxar a recuperação econômica de toda a União Europeia

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imagem de grandeza e robustez do povo alemão reflete-se em sua nação. Esses elementos inerentes à natureza alemã, presentes na estrutura física da população ou nos dados dos relatórios econômicos recentemente divulgados, caracterizam a Alemanha como a locomotiva da União Europeia, já que, trocando em miúdos, o país se manteve na posição de líder de desenvolvimento da zona do euro, até mesmo durante o auge da crise, no princípio dessa década. Alguns números comprovam essa saúde: no último trimestre de 2013, o Produto Interno Bruto (PIB) da Alemanha cresceu 0,4%, enquanto o da União Europeia, computando 28 países, cresceu apenas 0,1%. No primeiro trimestre de 2014, o crescimento econômico da Alemanha alcançou 0,8%, superando as expectativas dos economistas, conforme divulgou em maio o Departamento Federal de Estatísticas (Desatis).

Os especialistas deram boa parte do crédito aos efeitos climáticos inesperados. A pouca neve e as temperaturas não tão baixas quanto costumam ser no inverno germânico, favoreceram principalmente a construção civil, que foi poupada das habituais interrupções. Segundo o Bundesbank, esse fator teve contribuição de 0,3 ponto porcentual no PIB de janeiro a março. Diante disso, o Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que a recuperação econômica da Alemanha deve acelerar ainda mais o crescimento do país, que continuará a superar o ritmo dos outros vizinhos da zona do euro. Em seu relatório, o fundo avaliou que “a Alemanha permanece como uma âncora da estabilidade regional (na Europa). As finanças estão, em geral, saudáveis, a consolidação fiscal foi amplamente alcançada, reforçando a confiança, e as condições financeiras para as empresas são favoráveis”. As possíveis melhorias estariam no setor de serviços, a fim de estimular a competitividade e a produtividade, com revisão nos direitos de exclusividade, na obrigatoriedade da filiação a entidades setoriais e na regulamentação sobre preços e taxas.

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A capacidade de liderança e inovação do país também é um importante diferencial para a recuperação econômica. Investindo recursos que equivalem a cerca de 2,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento (P&D), as empresas alemãs são responsáveis por mais de meio milhão das patentes registradas no mundo em 2013, conforme relatório anual da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Wipo), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil não figura entre os 20 países contemplados no estudo, mas é visto pela Alemanha como um parceiro fundamental. Não que seja a “metade da laranja”, mas talvez a “tampa da panela”. Afinal, são peças diferentes, mas complementares. Em 2013, o Brasil exportou 6,5 bilhões de dólares para a Alemanha, segundo dados da Câma-

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ra de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. Enquanto isso, a Alemanha investiu um bilhão de dólares no Brasil. Entre os principais investidores está a montadora Volkswagen, que até 2018 prevê investir, sozinha, um total de 3,6 bilhões de euros. Em segundo lugar está a Daimler, que reservou 2,5 bilhões para investir no País entre 2010 e 2015, seguida pela MAN, que até 2016 totalizará 400 milhões em investimentos no mercado brasileiro. Siemens, Basf e BMW também estão nesse ranking. De acordo com o BDI Brazil Board, órgão da Confederação Alemã da Indústria, o volume de negócios entre os dois países, atualmente, gira em torno de US$ 30 milhões de dólares, com grande probabilidade de ultrapassar os US$ 50 milhões até 2020. “O Brasil já é o maior parceiro comercial da Alemanha na América

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EM FRANKFURT, ONDE ACONTECE O MAIOR MOTOR SHOW DO MUNDO, A ÁREA INDUSTRIAL APRESENTA NOVIDADES DA ROBÓTICA USADAS POR MONTADORAS ALEMÃS

Latina. Vale lembrar que com 1.600 empresas de origem alemã no Brasil, gerando mais de 250 mil empregos, a importância da relação econômica vai muito além dos números refletidos na balança comercial”, afirma o diretor- executivo do BDI Brazil Board, Rafael Haddad. “Culturalmente, falamos de dois países que se admiram mutuamente. Economicamente, falamos de dois países que se completam: Brasil está diante de uma grande modernização, exigida por um setor industrial ávido por crescimento e por uma pulsante população. Alemanha necessita parceiros fortes para continuar desenvolvendo sua economia. A parceria Brasil-Alemanha é um casamento perfeito para enfrentar os desafios futuros e demandas do cenário global cada vez mais competitivo.”

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PONTE AÉREA: ENTRE 2013 E 2014, FOI REALIZADO O ANO ALEMANHA+BRASIL, QUE TROUXE MUITOS ALEMÃES AO PAÍS PARA DEBATER AS COLABORAÇÕES BILATERAIS. AO LADO, A TORRE DO CENTRO OLÍMPICO DE MUNIQUE

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DUPLA DINÂMICA O BDI Brazil Board, a pedido do ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, assumiu a coordenação-geral do Ano da Alemanha no Brasil em 2013 e 2014, temporada encerrada em maio. Em 12 meses, mais de mil eventos foram realizados em 100 cidades brasileiras, ampliando a visibilidade da iniciativa para todas as regiões do Brasil. A ação contou ainda com a força de realizadores de peso como o Goethe-Institut, o Ministério de Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF) e o Ministério para Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). Para se ter uma ideia do que foi apresentado, na área da economia, eventos importantes reforçaram as

ligações bilaterais seculares entre os dois países. Com a Ecogerma Regional, em Belém e Manaus, o público brasileiro absorveu todos os novos conceitos sobre economia e sustentabilidade, com a significativa contribuição das PMEs alemãs. As Semanas Alemãs – Future Visions – mostraram, em Recife, Curitiba e Belo Horizonte, toda a evolução da indústria alemã e sua contribuição para o Brasil. Além desses destaques, a Semana Carioca marcou o Rio de Janeiro com debates e palestras sobre variados temas na área de tecnologia, inovação e urbanismo. Para encerrar a Temporada, o Rio recebe o Megacities, um evento inovador sobre infraestrutura para as cidades do futuro. Dessa maneira, a participação das empresas alemãs

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foi de vital importância para o sucesso dos eventos da Alemanha no Brasil. “Depois desse período, já percebemos uma nova dinâmica da cooperação entre Brasil e Alemanha. Agora conversamos mais uns com os outros, e num círculo maior de interlocutores. Novas “pontes” foram construídas e antigas renovadas. E, justamente, essas pontes são o maior legado”, diz Haddad. Ele explica que o comércio exterior tem uma importância vital para a Alemanha. Além de ser um dos maiores importadores do mundo, 50% de seu PIB e um em cada quatro empregos da indústria dependem das exportações do país. “Significa também que produtos e serviços com alta competitividade internacional sempre têm boas chances nesse mercado que funciona como uma excelente porta de entrada para toda a Europa. Produtos médico-hospitalares e tecnologia da informação são alguns exemplos”, acrescenta. “Setores ligados ao meio ambiente e às ciências da vida encontram-se em pleno desenvolvimento na Alemanha. No Brasil, esses temas estão igualmente na pauta atual do empresariado brasileiro, principalmente

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POLO DE STARTUPS Recentemente, o professor de e-business e de e-entrepreneurship na Universidade de Duisburg-Esse Tobias Kollmann afirmou que na Alemanha a infraestrutura é boa, as condições básicas jurídicas são corretas e o poder de compra é alto, o que cria um bom ambiente para fazer crescer os jovens empresários. Mas é preciso mais impulso. Apesar de contar com uma federação de startups, outra forma de acelerar o desenvolvimento desse nicho foi sugerida pela consultoria empresarial McKinsey: um fundo privado de 100 milhões de euros somente para empresas do polo econômico Berlim, a fim de que possam levantar financiamentos de mais de três milhões de euros.

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PRINCIPAIS PRODUTOS DA BALANÇA COMERCIAL BRASIL-ALEMANHA

no que tange à questão da inovação. O desenvolvimento de produtos e soluções inovadoras, por exemplo, nas áreas de tecnologias limpas, saúde e mobilidade, oferece um enorme potencial de cooperação entre empresas de ambos os países.” O diretor do BDI Brazil Board ressalta que abrir um negócio na Alemanha é relativamente simples e os processos são muito claros e bem definidos. Mas, como em qualquer outro país, informações de mercado e de cunho jurídico são cruciais para o sucesso de qualquer negócio. “Inclusive melhorias nas condições jurídicas, que permitam estimular ainda mais os negócios bilaterais, por exemplo, um novo Acordo Bilateral sobre Bitributação, são melhorias que estão sendo buscadas para estreitar ainda mais a relação entre os dois países.

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EM COPACABANA (RJ), 145 URSOS UNITED BUDDY BEARS FICARAM EM EXPOSIÇÃO PATROCINADA POR IMPORTANTES EMPRESAS ALEMÃS, COMO MERCEDESBENZ E BAYER. SÍMBOLO DA TEMPORADA ALEMANHA NO BRASIL, UM DELES FOI PRESENTEADO À PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA, JOACHIM GAUCK

Exportações do Brasil para a Alemanha: • minério de ferro, de cobre e seus concentrados • café cru em grão • soja em grãos, farelos, tortas e resíduos • automóveis de passageiros • aviões • fumo em folhas • partes de motores para automóveis • óleos brutos de petróleo Importações alemãs do Brasil: • medicamentos para a medicina humana e veterinária • partes e peças para veículos automóveis e tratores • automóveis de passageiros • compostos químicos • instrumentos e aparelhos de medida e verificação • cloreto de potássio • bombas, compressores, ventiladores e suas partes • rolamentos e engrenagens, suas partes e peças • partes de motores para veículos automóveis • máquinas e aparelhos de impressão topográfica, etc. Fonte: Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha fev/2014

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ENTREVISTA

O PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO EMPREENDER, COM SEDE EM JOINVILLE (SC), CHRISTIAN DIHLMANN, CONTA COMO A INSTITUIÇÃO PROMOVE O COMPARTILHAMENTO DE CONHECIMENTO E OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS ENTRE BRASILEIROS E ALEMÃES

Companhia de Negócios: Como é o programa de cooperação econômica intermediado junto ao governo alemão? A Fundação Empreender foi criada em 1992, tendo como premissa atender empresas de micro, pequeno e médio porte, sendo “agente” externo e objetivando dar suporte aos empreendedores. Desde o início, possui convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera (HWK – Handwerkskammer für München und Oberbayern), da Alemanha, desenvolvendo projetos que ultrapassam as fronteiras de Santa Catarina e do Brasil. Está direcionada a projetos como missões institucionais e empresariais, estágios e cursos, tanto na Alemanha como no Brasil. Oferece produtos como missões empresariais com objetivo de desenvolver novos conhecimentos, promover parcerias, aumentar a rede de relacionamento e prospectar novos negócios; e o Programa de Gestão e Vivencia Empresarial (PGVE) criado para empreendedores alavancarem os resultados de seus próprios negócios e desenvolverem-se no associativismo. Portanto, não é um programa de cooperação puramente econômica, mas sim um programa de desenvolvimento empresarial, com foco no empreendedorismo. A HWK, por meio da parceria criada, articula na Alemanha as demandas da Fundação Empreender. Na troca de experiências que promovem, quais são os princípios alemães mais interessantes para os empreendedores brasileiros? O principal ponto que devemos observar nas empresas alemãs é o uso de metodologias para execução de qualquer atividade. Ou seja, a base de tudo é o planejamento, processo muito carente no Brasil. Logicamente existem exceções, mas a grande maioria das empresas brasileiras não tem domínio das regras de gestão. Já em 1989, em um seminário realizado pela HWK com a Fundação Empreender, foi identificado que o principal problema era a “deficiente formação gerencial e técnica do empresário”. Assim, entendo que os princípios mais interessantes que podemos encontrar no empreendedor

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alemão são: o planejamento detalhado das atividades; a transparência junto aos stakeholders (pessoa ou grupo que tem ações ou interesse em uma empresa, negócio ou indústria) do processo; o investimento em processos inovadores; e a constante capacitação da equipe. O que um empreendimento brasileiro precisaria para ser bem-sucedido na Alemanha? A reposta é fácil e difícil ao mesmo tempo. Se o empreendedor brasileiro quiser mesmo entrar no mercado alemão, terá de fazer a “lição de casa” quanto ao que mencionamos anteriormente. Ou seja, aprender a gestão do negócio, utilizar princípios de transparência, planejar muito, produzir com qualidade (dentro das normas internacionais), cumprir prazos acordados, comunicar-se em uma língua universal (no mínimo inglês), apresentar empresa com saúde financeira, dentre outros itens. Perceba que essa não é nenhuma exigência absurda. É apenas a expressão de uma empresa correta e bem gerida. Fazendo assim, o empresário brasileiro terá muito sucesso no mercado nacional e não terá nenhum problema em adentrar outros mercados, seja na Alemanha, seja nos Estados Unidos, no Japão ou em qualquer outro. E o mercado alemão busca esse tipo de empresa. Nas missões que realizam, o que os participantes mais gostam? As missões são realizadas por demanda e sempre ajustadas conforme as expectativas do grupo de participantes. Como as missões sempre mesclam visitas técnicas, participação em feiras e experiências culturais, o “conjunto” ofertado é bastante atrativo e compensador. Percebe-se que o ponto alto das missões é a rede de relacionamento aberta a partir dos contatos realizados, tanto nas empresas quanto nas feiras. O segundo fator mais bem pontuado é o acesso a tecnologias de produto e processo. Geralmente, qual é o principal interesse? Temos dois grupos de participantes bem característicos nas missões da Fundação Empreender. O primeiro grupo é do empresário que viaja pela primeira vez para o Exterior. A maioria espera ver “maravilhas nunca dantes imaginadas”, tanto na questão tecnológica (máquinas não comercializadas no Brasil, processos sigilosos nas empresas, gênios operando equipamentos no chão de

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fábrica) quanto do dia a dia das cidades (trens ultramodernos, ruas limpas, autoestradas com velocidade livre). Esse grupo espera obter informações e conhecimento para replicar em suas empresas. E sempre há o que aproveitar. O segundo grupo, com participantes mais experientes e viajados, costuma buscar algum equipamento ou processo que ele já investigou e quer aprofundar o conhecimento e/ou já tem alguma parceria alinhavada tanto para fornecimento quanto para aquisição de produtos e/ou processos. Como são escolhidos os temas das missões? As missões são por demanda. Por exemplo, Joinville é um polo nacional de fabricantes de moldes. Dessa vocação, surgem intenções para a visitação de feiras internacionais. Assim, a Fundação Empreender tem realizado regularmente missão empresarial para a Feira Euromold, que ocorre anualmente em Frankfurt, na Alemanha. O programa das missões contempla também a feira de automecânicos (com visita ao museu da BMW, da Porsche e da Mercedes Benz, e ao museu tecnológico), e a feira Brau Beviale, focada no mercado cervejeiro. Além disso, nos últimos anos, foram realizadas missões para IFAT (feira meio ambiente), IBA (feira de panificação), Feira K, (Setor de Plásticos e Borrachas), e a Missão de Dirigentes e Executivos, voltada para líderes de entidades de classe com o objetivo de conhecer a estrutura e a metodologia da Câmara de Artes e Ofícios da Alemanha. Site oficial: www.fe.org.br

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I N F O R M A Ç Õ E S

euro

CLIMA

MOEDA

temperado, com picos de chuva no verão e temperaturas que chegam a -3ºC no inverno e a 23ºC no verão, na região da capital

VACINA não são exigidas PIB EM 2013

US$ 3,4 trilhões (4º MAIOR DO MUNDO, SEGUNDO FMI)

IDIOMA: ALEMÃO

SISTEMA DE GOVERN0

• Representações da República Federal da Alemanha no Brasil (consulados): www.brasil.diplo.de • Embaixada da Alemanha no Brasil: (61) 3442-7000 www.brasilia.diplo.de • Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Alemanha: (11) 5187-5100 www.ahkbrasilien.com.br

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República Federal Parlamentarista

P O P U L A Ç Ã O

82 milhões

BERLIM

DE HABITANTES

VISTO

AGENDA

CAPITAL

principalmente em luteranismo e catolicismo RELIGIÃO dividida

cidadãos brasileiros não necessitam de visto para uma permanência de até 90 dias, a cada 6 meses, mas o passaporte deve ter validade maior do que 3 meses

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DOIS MERCADOS QUE SE

ENTENDEM

Facilitados pelo idioma comum, os neg贸cios entre Brasil e Angola s茫o fortalecidos pela prosperidade econ么mica do pa铆s africano, que vem recuperar o atraso dos anos de guerra civil

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ealizada em abril, no Rio de Janeiro, a Conferência Promocional da 4ª Edição da Feira Internacional sobre Tecnologias Ambientais - Ambiente Angola 2014, mostrou que Brasil e Angola têm muito mais em comum do que o idioma nativo e, mesmo separados por um enorme oceano, podem ser bons parceiros de desenvolvimento econômico e cultural. Recuperando-se das mazelas e do atraso deixados por 26 anos de guerra civil, Angola quer e busca sair do prejuízo. A paz alcançada há 12 anos permitiu que o país se enquadrasse em moldes mais democráticos, otimistas e amigáveis. E também atraentes aos investidores internacionais. Por ser uma nação carente de quase tudo o que é produto e serviço – de engenharia de obras a assessoria jurídica – o mercado angolano apresenta-se como um poço de oportunidades. E não apenas de óleo.

O petróleo representa 46% do Produto Interno Bruto (PIB) angolano, e abastece, principalmente, o mercado chinês. De acordo com Ronaldo Chaer, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Angola, a extração de petróleo, que rende em torno de 1,7 milhão de barris por dia, e de diamante, atividade na qual o país é o terceiro mais importante do mundo, ainda é o que sustenta a economia angolana. “Mas o país está crescendo e precisa desenvolver setores como a metalurgia, a madeireira, isso é, campos fundamentais da indústria para o desenvolvimento”, afirma. Ele explica que os setores mais aquecidos são os de infraestrutura urbana (com destaque para a pavimentação de estradas e construção de pontes), construção (seja comercial, seja residencial ou hoteleira) e de alimentação. “Nesse caso, falo de tudo o que seja sólido ou líquido, para comer ou beber”, afirma. “A indústria ainda é muito incipiente. Por isso, Angola é um país intensamente importador.” Há estudos que corroboram esse cenário. Em 2012 e 2013, Angola esteve na mira do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, como relevante opção estratégica a empreendedores internacionais. Um estudo da consultoria Ernst & Young, divulgado em maio dese ano, aponta que Angola é o quinto destino que mais recebe investimentos estrangeiros na África subsaariana, atrás de Nigéria, Quênia, Moçambique e África do Sul, países que, conforme dados do Africa Attractiveness Survey 2014,

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AS PLATAFORMAS EXTRAEM CERCA DE 1,7 MILHÃO DE BARRIS DE PETRÓLEO POR DIA, MAS HÁ NOVAS OPORTUNIDADES NOS SETORES DE CONSTRUÇÃO E ALIMENTAÇÃO

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INDICADORES • Em 2013, o PIB cresceu 5,1%, atingindo US$ 120 bilhões. • A expectativa de aceleração do crescimento econômico prevê um aumento de 8,8% em 2014. • Mais de 35% da população vive abaixo da linha pobreza. • A taxa de desemprego é de 26%. • O petróleo representa 46% do PIB e abastece principalmente o mercado chinês. • Oficialmente, o país é hoje uma democracia presidencialista.

recebem Investimento Direto Estrangeiro (IDE) principalmente no setor de tecnologia, mídia e telecomunicações (cerca de 20% do montante total). Muitos investidores brasileiros já aderiram à tendência. Para se ter uma ideia, a Associação Brasileira de Franchising divulgou no ano passado que 14% das franquias brasileiras estão em Angola, entre elas, a rede de idiomas Fisk e a perfumaria O Boticário. “Em

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termos legais e administrativos, o país tem um ambiente de negócios muito favorável”, diz o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Angola. “Tendo em ordem a papelada necessária, em três dias é possível abrir um negócio em Angola. Logicamente, é fundamental estudar o mercado e procurar parcerias, como forma de enfrentar com mais segurança as diferenças culturais e burocráticas.”

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DESENVOLVIMENTO CONCRETO Um dos maiores ícones dessa nova era é o Bela Shopping, construído pela brasileira Odebrecht. É o primeiro centro comercial nos moldes dos melhores shoppings brasileiros, com lojas de todos os setores, praça de alimentação e cinema. Sem luxo, mas de alto nível. O suficiente para atender, ainda que parcialmente, à demanda da classe mais endinheirada. Isso porque os angolanos ricos são ricos mesmo. Um exemplo que esclarece melhor o poder aquisitivo da elite do país – entenda-se, cerca de 5% da população – é o setor residencial do mercado imobiliário: em condomínios de luxo, com

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A CAPITAL, LUANDA, CONCENTRA A MAIOR PARTE DA ELITE, COM PODER AQUISITIVO PARA COMPRAR IMÓVEIS QUE VALEM ATÉ US$ 10 MILHÕES

apartamentos de 450 metros quadrados, uma unidade chega a valer US$ 10 milhões. E não fica encalhado. Parte desses projetos, inclusive, têm a contribuição de arquitetos brasileiros, que emprestam seu know-how para diversas fases do desenvolvimento, do desenho das plantas à decoração de interiores. “O estilo brasileiro é uma referência muito forte para os angolanos, que têm acesso a tudo pela televisão. A moda usada por personagens de novela, por exemplo, é muito cobiçada lá”, conta Chaer. Também por isso, o Brasil é destino certo para os “sacoleiros” de Angola, que buscam de

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Conquistas • Fim da guerra civil em 2002. • Exploração racional dos recursos petrolíferos numa época cujo preço é altamente favorável. • Forte determinação social e política em rumar no sentido do desenvolvimento. • Consolidação de um regime democrático, organização e ativação das instituições. • Equilíbrio das finanças públicas e controle da inflação. • Solidificação da posição de produtor de petróleo internacionalmente. • Lançamento de infraestruturas em larga escala por todo o país no domínio dos transportes (rodoviários, ferroviários e aéreos). • Melhoramento dos portos marítimos. • Lançamento de um programa de construção habitacional arrojado. Desafios A economia deve diversificar-se em todos os sentidos e tornar-se produtiva como medida base de combate à pobreza aproveitando os extensos recursos que o país possui. Junta-se também a necessidade de redução da dependência do petróleo atualmente considerada perigosa. Estes objetivos passam por: • Continuação da execução de grandes obras de infraestrutura. • Abertura ao investimento privado (nacional e estrangeiro) num âmbito de parceria com o Estado angolano (parcerias público-privadas). • Abertura e incentivos ao investimento estrangeiro com especial relevância para os setores prioritários (construção, agricultura, indústria, extração mineral e turismo). • Introdução do crédito bancário e aplicação de programas financeiros governamentais de incentivo ao empreendedorismo. • Redução das importações, e tornar a economia autossuficiente. Fonte: Aebran (Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola)

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A MÚSICA É UM DOS MAIS FORTES TRAÇOS DA CULTURA ANGOLANA, ALTAMENTE INFLUENCIADA PELOS PROGRAMAS DE TV DO BRASIL

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tudo um pouco em mercados como o Brás, em São Paulo, o Saara, no Rio de Janeiro, ou a Rrua Santa Teresa, em Petrópolis. “Eles não vêm ao Brasil para comprar grife, mas sim produtos baratos, para revender. É similar ao que os brasileiros fazem no Paraguai. Por mês, os angolanos chegam a gastar US$ 4 milhões nessa prática, que já tem mais de dez anos.” Entre os dados da pungência angolana está o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que em 2013 foi de 5,1%, atingindo 120 bilhões de dólares. A expectativa de aceleração do crescimento econômico prevê um incremento de 8,8% em 2014. Apesar dessa prosperidade latente, os indicadores

sociais ainda são ruins. A taxa de desemprego está em torno de 26% e mais de 35% da população vive abaixo da linha da pobreza. CURIOSIDADE A primeira participação de Angola em uma Copa do Mundo foi em 1998, na França. O evento popularizou o futebol no país, mas ainda hoje a “paixão nacional” angolana é o basquete. O maior clássico angolano é a disputa entre os times Petros e 1º de Agosto, que praticamente dividem entre si a seleção local de basquete, considerada uma das dez melhores do mundo.

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ENTREVISTA

O PRESIDENTE DA CÂMARA DE COMÉRCIO ANGOLA BRASIL, EDUARDO ARANTES, CONTA EM ENTREVISTA À COMPANHIA DE NEGÓCIOS COMO UM EMPRESÁRIO PODE TER SUCESSO EXPANDINDO SEU EMPREENDIMENTO EM TERRITÓRIO ANGOLANO.

Companhia de Negócios: Qual é a composição da Câmara atualmente? A Câmara de Comércio Angola Brasil atrai a atenção de dezenas de empresas, mensalmente, que vêm à procura de informações, das mais diversas, sobre o mercado de Angola. Hoje, ela possui 286 empresas regularmente associadas e, em sua maioria, brasileiras. Mesmo porque a maior demanda está em Angola, mas, aos poucos, o número de empresas angolanas está aumentando, pelo fato do angolano também querer expandir os seus negócios para o Brasil. Angola hoje é o sexto país mais empreendedor do mundo, cerca de 33% de sua população é de empreendedores. Após uma guerra civil que durou até o ano de 2002, o angolano quer recuperar o tempo perdido. Podemos dizer que este também é um dos motivos para a sua economia crescer a níveis mais altos do que a maioria do resto do mundo. CN: Desde a fundação da Câmara, o que mais evoluiu? A ideia da formação da Câmara de Comércio Angola Brasil surgiu em 2008 por conta do interesse de quatro empresários visionários, dois angolanos e dois brasileiros, que resolveram facilitar a vida das inúmeras empresas de ambos os países, que mostravam grande interesse em fazer negócios além-mar, mas tinham enormes dificuldades para se comunicar com os empresários locais. Em maio de 2009, a Câmara foi formalizada como entidade sem fins econômicos e iniciou formalmente as suas atividades. O grande desafio enfrentado por nós desde a fundação foi a falta de informações organizadas e disponíveis, aliás, até hoje ainda é o grande problema que enfrentamos apesar dos nossos esforços. Angola não tem, por exemplo, listas de empresas por área de atuação. As informações ainda precisam ser conseguidas localmente à custa de muita pesquisa. Com o passar destes anos, conseguimos formar uma grande base de dados sobre a economia de Angola, aprendemos a entender as idiossincrasias locais, criamos uma forte rede de relacionamentos com empresários e membros do governo, que é essencial em um país que tem 75% de seu Produto Interno Bruto vindo da comer-

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cialização do petróleo. Hoje temos ótimo acesso a todos os níveis de governo, pois somos vistos, por nossas ações, como uma entidade que tem legítimo interesse em desenvolver a economia angolana. Após cinco anos de existência, conquistamos a credibilidade necessária, imprescindível para atuarmos fortemente e assertivamente naquele país. CN: Em que tipo de situação o empresário brasileiro deve buscar o apoio da Câmara? Com pequenas exceções, todas as empresas que veêm até a Câmara não conhecem o mercado angolano a ponto de se sentirem confortáveis em explorá-lo. Elas buscam na Câmara um ponto de apoio. Um local para encontrar informações que não estão disponíveis em outro lugar. Para se valer de nossa experiência com o mercado local. Nós fazemos para as empresas brasileiras um trabalho customizado de pesquisa informando as peculiaridades do mercado angolano, apontando a concorrência, quem são os potenciais parceiros angolanos com perfil. Após analisarmos uma empresa que vem até nós, nos sentimos à vontade para apresentá-la em Angola. Esta empresa, por sua vez, se valerá da credibilidade alcançada pela Câmara para ser mais bem aceita pelos angolanos. Isto é muito importante quando sabemos que empresas do mundo inteiro estão abordando os angolanos com promessas mirabolantes de negócios.

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Infelizmente muitas delas não cumprem o que prometem, criando uma visão negativa sobre os empresários estrangeiros. Sabemos o quão importante é para os angolanos, na hora de fazer negócios, a credibilidade que uma empresa estrangeira transmite. CN: Como a Câmara contribui para promover as relações de negócios entre os dois países? Há ações de divulgação do mercado angolano para os brasileiros, organização de comerciais, apoio quanto ao levantamento de dados dos mercados locais, a revista trimestral Dikamba (que significa amizade), que serve para divulgar empresas principalmente em Angola. Também há participações em feiras internacionais, oferecendo serviços de ajuda para a criação de empresas no Brasil por angolanos, com a criação do Selo de Certificação Empresarial que ajuda as empresas brasileiras a entrarem no mercado angolano, pois atesta que foram analisadas por uma entidade oficial que goza de credibilidade em todas as esferas do mercado angolano. Ações como estas nos coloca em uma posição favorável para fomentar negócios para empresários de ambos os países. CN: Há exemplos de casos de sucesso? Podemos citar o projeto, em andamento, da formação de um pool de empresas franqueadoras brasileiras, que se instalarão em Luanda num local apropriado para a sua divulgação, visando mostrar ao empresariado local o potencial de negócio dessas franquias. Os franqueadores brasileiros serão escolhidos dependendo da demanda do lugar por seus tipos de produtos ou serviços. A Câmara está fazendo este estudo, essencial para maximizar os resultados pretendidos. Em Angola, para se engajar ao projeto, a Câmara trouxe uma entidade que congrega mais de 95 mil associados, número bastante expressivo. CN: Quais são as conquistas que mais têm dado orgulho ao trabalho realizado pela Câmara? Ficamos satisfeitos com o feedback recebido dos empresários que atendemos. Na maioria das vezes, conseguimos que eles efetivassem negócios com os angolanos sem muitos inconvenientes. Acredito que a Câmara consegue traduzir os interesses de cada parte para a outra parte. Apesar de falarmos português, somos de culturas distintas, os hábitos angolanos são diferentes dos dos brasileiros e muitas vezes isso não é compreendido e é motivo para se quebrar a credibilidade que estava a ser construída. Com muito trabalho temos conseguido driblar estes obstáculos.

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CN: O turismo tem alguma representatividade no momento? Após a Copa das nações africanas em 2010, a oferta de quartos em hotéis de Angola melhorou bastante. Até então, com poucas exceções, os serviços não estavam à altura dos padrões internacionais. Hoje, apesar dos preços ainda serem elevados, Angola, principalmente em Luanda, consegue oferecer serviços de hotelaria de boa qualidade. O turismo ainda se resume ao de negócios. Infelizmente, a guerra civil prejudicou bastante o desenvolvimento do interior para o turismo de aventura. CN: O que é preciso para um empresário brasileiro empreender com sucesso em Angola? Se eu pudesse fazer uma receita de bolo para ser seguida pelo empresário brasileiro na hora de fazer negócios em Angola, ela seria mais ou menos assim: primeiro, identifique quais dificuldades encontrará (como localizar compradores confiáveis; divulgar sua marca; entender a cultura angolana; se comunicar com os angolanos; se livrar dos maus pagadores; entender as leis angolanas; receber dos angolanos; resolver problemas com logística). Segundo, para resolver tudo isso, faça um estudo de demanda para seu produto; um levantamento da concorrência; estude a legislação para o seu produto; demonstre que possui credibilidade; quebre a barreira da desconfiança dos angolanos; escolha o parceiro que tenha perfil e potencial; divulgue a sua marca em Angola; assessore in loco o parceiro angolano; visite o país frequentemente. Parece muito lógico, mas, na maioria das vezes, não é isso o que acontece e o negócio se perde.

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CN: E como se aproximar do consumidor angolano? Vale lembrar que uma das melhores maneiras de se ter sucesso em Angola é encontrar o parceiro angolano ideal. Depois disso, crie uma distribuidora local dos serviços ou produtos da empresa brasileira. Isso é importantíssimo se quiser gerar confiança com o consumidor angolano, pois este quer saber se a empresa tem escritório no país onde pode receber apoio em caso de necessidade. Em pouco tempo se fará conhecida e ganhará credibilidade, abastecerá o mercado local com pronta entrega e com uma logística equilibrada que não permitirá desabastecimento. A empresa crescerá muito mais do que a concorrência que apenas vende seus produtos para Angola. CN: É interessante investir na produção local dos próprios produtos? Sim. Como, em geral, ainda há falta de indústrias em Angola, aquelas que se dispuserem a investir por lá agora, logicamente respaldadas por estudos de viabilidade e após conhecerem o mercado local, terão o respeito das autoridades e da população, além de simplesmente produzirem “made in Angola”. Quando isso acontece é natural que os produtos estrangeiros sejam sobretaxados para proteger a economia local e quem estiver produzindo em Angola terá muitos motivos para comemorar. CN: Entre os outros países parceiros de Angola, em que posição se encaixa o Brasil? Hoje, o Brasil está em quarto lugar como país mais exportador para Angola, mas com um porcentual muito abaixo do seu potencial. Veja que Portugal, China e Estados Unidos estão à frente e juntos respondem por 90% das exportações. O Brasil tem tudo para mudar esse cenário, exporta para Angola principalmente combustíveis, carnes em geral, açúcar, automóveis e tratores, máquinas mecânicas e elétricas, obras de ferro e aço, alimentos industrializados, cereais, serviços, além de outros itens, mas em menor quantidade. Vejo o enorme potencial de crescimento das exportações brasileiras. CN: Quais são os projetos mais importantes da Câmara daqui para a frente? Além de darmos continuidade a tudo o que fizemos até agora para o enriquecimento das relações entre nossos países, no segundo semestre de 2014 a Câmara

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fará em Recife um grande evento com o apoio do governo do Estado de Pernambuco e o governo Central de Angola para fomentar negócios entre os empresários do Nordeste brasileiro e os de Angola. Será um marco importante, pois faremos eventos semelhantes nas outras regiões brasileiras. CN: Existe alguma expectativa ou projeção numérica de quanto devem progredir os negócios entre os dois países nos próximos anos? O fato de a África ser um continente que recebeu muito apoio do governo brasileiro nos últimos 12 anos; de a economia angolana cada vez mais se abrir para ser globalizada e se enquadrar nas regras internacionais de negócios e também de agora ser uma democracia aprovada nas urnas, nos faz prever que a sua economia crescerá ainda mais fortemente nos próximos anos, abrindo possibilidades enormes para os empresários que queiram investir em um país que hoje ainda necessita de muita coisa. Muita infraestrutura, investimento no parque industrial, na produção agrícola, na capacitação de seu povo, mas vale lembrar que Angola pertence a Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral formada por 14 países membros que somam uma população de aproximadamente 220 milhões de pessoas e um PIB de quase US$ 1 trilhão, uma Comunidade criada para desenvolver a região e facilitar os negócios entre os países membros. Tudo isso junto oferece ao empresariado brasileiro uma nova perspectiva de negócio com relação a África e o estimula os olhos de empreendedor para a Angola. A Câmara de Comércio Angola Brasil enxergou isso e está aqui para ajudar.

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EMERSON

FITTIPALDI ATITUDE DE CAMPEÃO PARA ESTAR EM

PRIMEIRO LUGAR SEMPRE

Internacionalmente aclamado por suas conquistas na Fórmula1, Emmo, como é carinhosamente chamado fora do Brasil, já não compete ao volante, mas mantém vívido o espírito esportivo em sua posição de empresário

Foto: Divulgação

e existe alguém que leva a palavra “liderança” a sério é Emerson Fittipaldi. Vencedor de um prêmio histórico para o automobilismo, o ex-piloto ganhou fama mundial por estar no topo do pódio em importantes competições. Mas, mesmo antes e até depois da sua carreira nas pistas, ele sempre se dedicou a atividades empreendedoras de vanguarda. Nascido em 1946, em São Paulo, ele foi o primeiro brasileiro a se tornar campeão mundial de Fórmula 1, em 1972, conquistando o bicampeonato em 1974. Foi também campeão da Fórmula Indy em 1989 e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis em 1989 e 1993. Em entrevista exclusiva à Companhia de Negócios, um dos principais ícones do esporte brasileiro revela como conduz atualmente sua carreira como empreendedor. Além da fazenda de laranjas, ele endossa com seu nome diversas marcas, participa de conselhos internacionais relacionado a esporte e se dedica à realização de eventos como o Le Mans 6h de São Paulo e à formação de atletas com foco na Olimpíada de 2024.

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O primeiro brasileiro a ser campeão mundial de Fórmula 1 está indo comemorar os 40 anos do título pilotando, na Inglaterra, a mesma McLaren com a qual cruzou a linha de chegada em Silverston, em um dia histórico de 1974. Quem conhece as conquistas de Fittipaldi no automobilismo pode imaginar quanto a determinação, a inquietude e o pensamento visionário fazem parta da personalidade do ex-piloto. Mas, talvez não saiba que, antes de ser um campeão das pistas, ele usou essas características para se tornar um empresário de sucesso, tendo hoje uma companhia que leva seu nome e atua, basicamente, em três ramos de negócios: marketing, eventos e agronegócios. “A parte de endosso e campanhas publicitárias é a que mais dá dinheiro, mas os desafios que sempre me deixam mais entusiasmados são aqueles estritamente ligados ao esporte. De preferência, o automobilismo”, afirma o piloto, apontando a World Endurance Championship de São Paulo, corrida que leva para as pistas os carros mais tecnológicos do mundo, como a sua grande empreitada do momento. “Os protótipos são incríveis, muito avançados, verdadeiros laboratórios de pesquisa das montadoras.”

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EMERSON (À ESQ.), AO LADO JODY SCHECKTER (CAMPEÃO DE 1979), NIKI LAUDA (TRICAMPEÃO EM 1984) E JAMES HUNT (CAMPEÃO EM 1976); E, NO DESTAQUE, COM AYRTON SENNA (TRICAMPEÃO EM 1991): FERAS DA FÓRMULA 1

De mecânica ele entende. Quando começou a pilotar motos, aos 14 anos, nas pistas de Interlagos, a atividade que mais lhe tomava tempo era a manutenção do kart do seu irmão, Wilsinho, que – sendo também um apaixonado por automobilismo, como parecem ser todos na família Fittipaldi (veja quadro) – trouxe da Europa um volante de carro que despertou em Emerson o espírito empreendedor. “Estudei essa peça e fui comprar couro, borracha, alumínio, enfim, todo o material necessário para reproduzir o volante. Ficou muito bonito, e eu o coloquei no carro da minha mãe”, conta Emerson. “Foi tanto sucesso que recebi encomendas, e logo me vi com uma pequena fábrica, que começou na garagem da casa dos meus pais. Eu tinha 15 anos e precisava da autorização e da assinatura deles para tocar a empresa,

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já que eu era menor de idade. Fato curioso é que registrei a patente do volante com o nome de ‘Fórmula1’, olha que destino!” O negócio prosperou e logo seu produto estava sendo vendido no Brasil inteiro. “Tínhamos cerca de 20 funcionários. Depois passamos a fabricar kart, em sociedade com Mário de Carvalho, que hoje é proprietário da Kart-mini, e lançamos o Fitti-Porsche, com motor da marca austríaca, que foi o carro mais rápido das Mil Milhas de 1967”, diz. “O empreendedor veio antes do atleta. Comecei a competir sendo

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patrocinado pela minha empresa.” Tendo sido bicampeão brasileiro de kart, em 1963 e 1964, Emerson começou a dar foco ao seu maior sonho: ser piloto de Fórmula 1. No final da década de 1960, seu lado esportista dominou. De mudança para a Inglaterra, seu objetivo – como não poderia deixar de ser para um piloto de provas de velocidade – foi rapidamente alcançado. Com o apoio de outros patrocinadores. A primeira vitória ocorreu logo em 1970, em sua quinta corrida, no Grande Prêmio dos Estados Unidos. O título de Campeão Mundial conquistado com a Lotus em 1972, no GP de Monza, na Itália, ficou na história também por ele ser o mais jovem piloto no topo do pódio (recorde que durou 33 anos, até ser quebrado por Fernando Alonso, em 2005).

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MANUTENÇÃO DA CREDIBILIDADE Essa personalidade carismática, junto à fama que suas conquistas no esporte lhe renderam, valorizaram a imagem do ex-piloto como garoto-propaganda de diversos produtos. E projetos. Apesar de nunca ter avaliado o valor de mercado que tem hoje a marca Fittipaldi, Emerson sabe que seu nome é vendedor e agrega credibilidade. Conforme publicado pela imprensa, estima-se que a grife Fittipaldi movimente cerca de R$ 100 milhões no varejo. “As pessoas acreditam no que eu digo e sei que minha imagem cria uma grande expectativa para os espectadores. Por isso sou muito rigoroso ao escolher aquilo que vou endossar. Inclusive, recuso várias propostas que chegam ao escritório”, afirma. “Todos esses anos, sempre fui muito analítico os com endossos que dei. Nunca fiz

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O SUCESSO NAS PISTAS COMEÇOU PILOTANDO A LOTUS DOURADA E PRETA (À ESQ.), EM 1972, QUANDO TORNOU-SE O MAIS JOVEM CAMPEÃO DA F1. A FAMA RENDE ATÉ HOJE, TANTO PARA TESTAR CARROS, COMO O NOVO CORVETTE, (ACIMA), COMO PARA FAZER PROPAGANDA, A EXEMPLO DAS BATERIAS MOURA. SEU CARISMA TAMBÉM INSPIROU UMA ANIMAÇÃO FEITA PELA BBC, EM HOMENAGEM AOS 40 ANOS DO SEU BICAMPEONATO CONQUISTADO COM A MCLAREN

Imagem: Reprodução

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Foto: Divulgação

A consagração em 1974, correndo pela McLaren, comemora agora 40 anos sendo ainda motivo de muita alegria. Tanto que a BBC de Londres lançou recentemente uma animação que coloca Emerson como um personagem mitológico do automobilismo: apesar de ser uma pessoa gentil, de fala mansa, ao entrar no cockpit ele se transformaria num “lobisomen”, uma fera sem limites para vencer. “A dublagem foi feita por mim mesmo. Ficou muito bacana!”, orgulha-se, lembrando que também já emprestou sua voz para dublar um personagem da Disney, no filme Carros 2.

um que não fosse totalmente verdadeiro. Afinal, é a minha palavra. Tenho muito cuidado com o tipo de marketing, com a idoneidade das empresas com que me envolvo, pois só assim consigo manter a minha credibilidade.” Emerson conta, por exemplo, que apesar de saber da qualidade dos carros da Chevrolet, fez questão de ir à Austrália conversar com os engenheiros da GM e testar o novo Omega Fittipaldi antes do lançamento no mercado brasileiro. “Com a experiência que tenho, a gente troca muita ideia. E colocando meu nome tinha de ter certeza de que estava tudo certinho. Realmente ficou espetacular!” Essa expertise o levou também aos Estados Unidos, em junho, para testar a sétima geração do superesportivo e badalado Corvette, da GM. Outro caso que gosta de contar é o das Baterias Moura. O convite para ser garoto-propaganda aconteceu em 1998 e, antes de aceitá-lo, Emerson foi até o interior de Pernambuco para visitar a fábrica e conhecer o produto. “Fui apresentado ao dono, o senhor Edson, e conferi a qualidade da bateria. Era algo que ninguém conhecia no Brasil, mas acreditei no potencial e aceitei endossar a marca, que até hoje é a número 1 do País.”

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A FAZENDA CITRUS É O BRAÇO AGRÍCOLA DOS NEGÓCIOS DO EXPILOTO. EM 1993, AO VENCER PELA SEGUNDA VEZ AS 500 MILHAS DE INDIANÁPOLIS, O PRODUTOR COMEMOROU BEBENDO SUCO DE LARANJA Foto: Divulgação

Esse tipo de relacionamento duradouro também acrescenta maturidade à imagem de alguém que respeita seus princípios e valores, importante para diferenciar Fittipaldi num mercado com tantas novas celebridades – do meio esportivo, inclusive. Sua assinatura também está firmada em uma edição limitada de motocicletas da japonesa Kawasaki (marca, a propósito, da qual Emerson possui uma concessionária em Santo André, no ABC paulista), a uma linha de óculos escuros da grife brasileira Evoke, com design retrô que lembra a moda dos anos 1970, aos relógios oversized da marca holandesa TW Steel e até a um modelo de helicóptero da italiana Augusta Westland. “À parte os títulos que conquistei, acredito que meu espírito empreendedor também é responsável por manter minha imagem por tanto tempo em alta. Acho que o passado é importante, mas o presente é o que vivo, é o que mostra quem sou. Sou muito ativo até hoje gosto mais de olhar para a frente, pensar no futuro, em coisas que posso realizar antes que outros, do que ficar olhando para trás”, afirma.

FORA DA CURVA Contudo, como todo caminho tem seus obstáculos, nem sempre tudo saiu como o planejado. O empresário conta que uma de suas maiores derrapadas no mundo dos negócios foi investir em uma usina de açúcar no Mato Grosso do Sul, visando às oportunidades no mercado de etanol como combustível. “As previsões, baseadas nas diretrizes do governo federal, não se concretizaram, e foram muito decepcionantes.” O lado positivo foi tirar dessa experiência algumas lições de empreendedorismo. “São coisas que aprendi na pista. Para ser bemsucedido é preciso ter foco, disciplina e planejamento estratégico. E saber que não é possível ganhar todas, do contrário não haveria esporte.” Com sua sabedoria, Emerson ainda explica a diferença

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entre saber perder a aceitar a derrota. “Saber perder significa ser analítico, para entender por que aconteceu a derrota, mas sem se deixar abater. Sabendo o que deu errado é possível treinar focando nos pontos em que precisa melhorar, reconstruindo a estratégia e se preparando para o próximo desafio. E, é importante dizer, com uma postura otimista para enfrentar a competição.” Tanto que a decepção com a usina não o fez pensar que não tinha habilidade para o agronegócio. Pelo contrário, Emerson é proprietário de uma fazenda de laranjas em Araraquara, no interior de São Paulo, desde 1974. No ano passado, concluiu um investimento de cerca de R$ 5 milhões para aumentar a plantação da Fittipaldi Citrus, chegando a 500 mil pés. A ativi-

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dade, que parece um ponto fora da curva nesse universo de motores e alta velocidade, na verdade é mais uma forma de Emerson se dedicar às suas paixões. “Parece que a vida no campo e a vida nas pistas são dois estremos, não é? Mas gosto muito do agronegócio, principalmente pela tecnologia empregada na irrigação, na colheita. Existe um maquinário de ponta pelo qual me interesso muito, fora que, quando a fazenda começa a trabalhar, é preciso planejamento, foco na estratégia, enfim, é muito dinâmico.”

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E M E R S O N F I T T I PA L D I

" PARA SER BEM-SUCEDIDO É PRECISO TER FOCO, DISCIPLINA E PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. E SABER QUE NÃO É POSSÍVEL GANHAR TODAS. DO CONTRÁRIO NÃO HAVERIA ESPORTE ESPORTE"" CN-matcapa-Emerson-v2.indd 52

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Foto: Autosport

UMA VIDA DEDICADA AO ESPORTE No entanto, por ser o esporte a sua grande paixão, Emerson Fittipaldi também empresta seu nome, não menos importante que seus conhecimentos, a projetos ligados a essa temática. O mais novo deles é a posição de presidente do Conselho Superior do Desporto da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). “O desafio é explorar o potencial dos centros esportivos do Serviço Social da Indústria (Sesi), que são muito bem estruturados e possuem profissionais top, para identificar e treinar talentos. Há milhares de jovens que frequentam esses centros e têm capacidade de se tornar atletas de alto nível. Tudo no Brasil é pensado a curto prazo, mas eu quero sempre estar à frente, pensando bem no futuro: quero contribuir para que o Brasil na Olímpiada de 2024, que ainda nem sabemos onde será realizada, ultrapasse a Austrália

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EM 2013, EM LONDRES, DURANTE A APRESENTAÇÃO DO AUTOSPORT AWARDS, EVENTO QUE REÚNE OS PRINCIPAIS ÍCONES DO AUTOMOBILISMO

em número de medalhas”, comenta animado. “Estou conseguindo unir grupos de brasileiros que apoiam e gostam de esportes de modo geral a essa plataforma do Sesi.” Além disso, há cerca de três anos, sua presença foi requisitada no time do publicitário Washington Olivetto, sócio do conglomerado WMcCann, para liderar o conselho da agência Momentum Sports, focada em ações de marketing esportivo. O empresário também é membro da Laureus World Sports Academy, grupo internacional que reúne ícones do esporte mundial de diferentes países e modalidade empenhados em

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dar chances de sucesso no mundo esportivo a crianças carentes, trabalho que, no Brasil, Emerson reforça com a Associação Fittipaldi de responsabilidade social, apoiando projetos como Meninos do Morumbi, em São Paulo, e Luta pela Paz, no Rio de Janeiro, além da Campanha Nacional de Trânsito, programa do governo federal pela conscientização de motoristas e redução de acidentes. E desde o ano passado ele acumula o cargo de presidente da Comissão de Pilotos da Federação de Automobilismo (FIA). “O objetivo aqui é defender a nossa entidade de todas as categorias, de kart a F1, buscando melhorar a segurança nos autódromos, a tecnologia de comunicação, regras de ultrapassagem. Tenho um envolvimento muito grande, principalmente nessa questão dos regulamentos novos.” LE MANS 6H DE SÃO PAULO E se há novidade e velocidade, Emerson Fittipaldi não deixa a oportunidade escapar. No seu radar de novos negócios, a World Endurance Championship, campeonato de resistência da FIA (e a quinta entre as mais importantes competições automobilísticas mundiais,

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atrás da Fórmula 1, WRC, WTCC e GT1), apresenta-se como a grande oportunidade para o empresário. Emerson, que não chegou a disputar essa prova em sua carreira como piloto, trouxe para o Brasil uma das oito etapas da competição em 2012. A mais famosa acontece em Le Mans, na França, e até virou sinônimo da prova – tanto que a etapa nacional é conhecida como Le Mans de São Paulo. A diferença é que, na pista francesa, a duração da corrida é de 24 horas, enquanto que por aqui dura apenas seis horas (assim como em outras cidades, a exemplo de Xangai e Silverstone). “Os espectadores ficam cerca de dez horas no autódromo, então, além da corrida, há muito entretenimento. E o público tem acesso facilitado aos pilotos

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A CORRIDA LE MANS DE SÃO PAULO, QUE COLOCA NAS PISTAS OS CARROS MAIS TECNOLÓGICOS DA ATUALIDADE, É O MAIOR ENTUSIASMO DO EMPRESÁRIO. EM AÇÕES PELA CIDADANIA, EMERSON APOIA O GOVERNO NA CAMPANHA PELA SEGURANÇA NO TRÂNSITO

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A MARCA CONSTRUÍDA COM BASE NAS SUAS CONQUISTAS E NA SUA REPUTAÇÃO, DÁ A FITTIPALDI UM NOME COBIÇADO PARA ENDOSSAR PRODUTOS, A COMEÇAR PELOS VOLANTES QUE ELE MESMO FABRICAVA (AO LADO). ALARMES PARA CARROS, MOTOS E AUTORAMAS FAZEM PARTE DO PORTFÓLIO

Foto: Tulio Vidal

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e aos carros, que são maravilhosos”, afirma. “Queremos atrair as famílias, promover a união de pais e filhos dentro do parque esportivo.” Pai de cinco filhos, Emerson comenta que o de 7 anos está numa fase muito on-line. “Temos um simulador em casa onde ele treina antes de ir para a pista, na Granja Viana, correr de kart. Ele chega lá sabendo tudo! Mas acho importante tirar os jovens do mundo virtual. Tem muito fã de automobilismo que se limita a simuladores e games, enquanto deixa de aproveitar o mundo real, de interagir com a família e os amigos”, diz. “O automobilismo ainda não está adaptado para a nova geração. E quero muito essa mudança, tendo como objetivo trazer público novo para dentro do autódromo.” Pensando grande, ele acredita que incorporar esse evento ao calendário nacional beneficiará toda a cadeia do turismo e atrairá mais divisas para o País. “Apesar

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das confusões que antecederam o campeonato, a Copa do Mundo de futebol no Brasil provou ter sido uma grande oportunidade de mostrar aos estrangeiros o potencial do Brasil para receber os turistas. Foi um momento espetacular, que mostrou a força do esporte para transformar uma economia. Imagine o que seria de Mônaco sem o GP de F1? Esse evento mudou a história do principado, deu a ele uma importância de destaque, por ser o grande acontecimento, que transforma aquelas duas semanas nas mais importantes do ano. Acredito que podemos ter um evento com essa força.”

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FAMÍLIA - TRÊS GERAÇÕES DE PILOTOS

Wilson Fittipaldi: 1920; radialista brasileiro, especializado em automobilismo, conhecido como Barão, foi também piloto de automóveis, organizador de provas e participou da criação do autódromo de Interlagos. Wilson Fittipaldi Júnior: 1943; participou como piloto de 38 grandes prêmios, estreando em 1972. Dedicou-se à construção de um carro de Fórmula 1, até hoje o único projeto brasileiro que chegou a competir nes-

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sa categoria. O carro estreou em 1975, tendo como piloto no primeiro ano o próprio Wilson. De 1976 a 1980 o piloto principal foi Emerson Fittipaldi, já bicampeão mundial de Fórmula 1, enquanto Wilson tornou-se o chefe da equipe Copersucar-Fittipaldi. Emerson Fittipaldi: 1946; primeiro brasileiro a conquistar a Fórmula 1; bicampeão da categoria, em 1972 e 1974; teve 14 vitórias, 35 subidas ao pódio e por seis vezes conquistou a pole position; foi campeão da Fórmula Indy em 1989; e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis em 1989 e 1993. Christian Fittipaldi: 1971; filho de Wilson Fittipaldi Jú-

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EMERSON PILOTO X EMPREENDEDOR

nior; é o único piloto brasileiro que já disputou provas da Fórmula 1, Champ Car e Nascar Winston Cup, três das principais categorias do automobilismo mundial; foi campeão de Kart, vencedor de campeonatos como a Fórmula 3 Sul-americana e Fórmula 3000 Internacional; foi o segundo colocado nas 500 Milhas de Indianápolis. Pietro Fittipaldi: 1996; neto de Emerson Fittipaldi, conquistou, aos 15 anos de idade, o título de 2011 do campeonato norte-americano na categoria Limited Late Model da Nascar, sendo o primeiro piloto latino-americano a conquistar um título na Nascar; recentemente venceu prova da Fórmula Renault Protyre.

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Foto: Camera 11

ALÉM DE ITENS RELACIONADOS AO AUTOMOBILISMO, HÁ ACESSÓRIOS DE MODA, COMO OS ÓCULOS EVOKE E RELÓGIOS DA TW STEEL

N A S P I S TA S • É o único brasileiro e um dos poucos pilotos da história da Fórmula 1 a vencer um grande prêmio em seu ano de estreia. • Foi o primeiro brasileiro a se sagrar campeão mundial de Fórmula 1. • Foi, durante mais de 30 anos (desde 1972), o mais jovem campeão mundial de Fórmula 1 de todos os tempos. Até sua marca ser batida em 2005, por Fernando Alonso, que por sua vez, foi batido por Lewis Hamilton em 2008, e atualmente, o detentor da marca é o piloto Sebastian Vettel, que venceu o Mundial em 2010). É chamado de “Rato” pelos brasileiros e de “Emmo” pelos estadunidenses, e foi representado como “lobisomen” na animação da BBC que homenageia os 40 anos do título com a McLaren. • Encerrou a carreira de piloto em 1996, na Fórmula Indy. NOS NEGÓCIOS • Começou a fabricar e registrou a patente do volante Fórmula 1 aos 15 anos, dando início à fábrica que também viria a produzir kart e carros de corrida. • Comprou uma fazenda de laranja aos 28 anos, no interior de São Paulo, que hoje tem quase 500 mil pés plantados. • Empresta seu nome a produtos licenciados, que vão de óculos e relógios a carros e helicópteros. • Preside o Conselho Superior de Desporto da Fiesp. • Preside a Comissão de Pilotos da FIA. • Lidera o Instituto Fittipaldi de responsabilidade social. • Faz parte do conselho da agência Momentum Sports. • Foi responsável por trazer uma das etapas do Les Mans para São Paulo.

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1 OUTROS EX-ATLETAS DE SUCESSO NO MUNDO DOS NEGÓCIOS

GENTIL E ACESSÍVEL, O ÍDOLO DÁ AUTÓGRAFOS E, SEM QUE A FAMA LHE CORROMPA A PERSONALIDADE, SEGUE POR MAIS DE QUATRO DÉCADAS DISTRIBUINDO SIMPATIA

GUGA KURTEN: tenista de 1993 a 2008, vencedor de 20 títulos simples e oito em dupla; é dono da franquia Escolinha Guga de tênis para crianças e sócio do Grupo Guga Kuerten, que tem empresas na área de saúde, esporte, eventos, imóveis e educação e gerencia a imagem do ex-jogador. RONALDO FENÔMENO: jogador de futebol de 1993 a 2011; participou de três Copas do Mundo pela Seleção Brasileira, tendo vencido duas e foi eleito três vezes o melhor jogador do mundo; hoje é proprietário da 9ine, agência de comunicação focada em esportes e entretenimento. Foi membro do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo Fifa de 2014. PÉLE: jogador de futebol de 1956 a 1974, marcou mais de mil gols oficiais e participou de quatro Copas do Mundo pela Seleção Brasileira, tendo vencido três, e dá nome à marca cujo valor de mercado é estimado em 500 milhões de dólares. Hoje possui uma rede de academias de ginástica, a franquia Pelé Club. RAÍ: jogador de futebol e campeão do mundo em 1994; é fundador da Raí+Velasco, agência que faz a gestão da imagem e dos negócios dessas grandes personalidades em parcerias comerciais, campanhas publicitárias, eventos corporativos, palestras e consultorias. Detém a marca Raí Training, de exercícios físicos, e mantém a Fundação Gol de Letra, que atende crianças carentes.

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NELSON PIQUET: piloto de Fórmula 1 entre 1978 e 1991, foi três vezes campeão mundial; atualmente é dono da Autotrac, empresa de comunicação móvel de dados especializada em rastreamento de veículos, com sede em Brasília.

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OSCAR: jogador de basquete de 1974 a 2003, foi o atleta que mais participou de Olimpíadas nessa modalidade (cinco) e conquistou um ouro e um bronze nos Jogos Pan-americanos. Com o fim da carreira, especializou-se em palestras motivacionais, tendo feito quase 700 apresentações em cerca de 450 empresas.

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FORMAÇÃO CONTINUADA 62

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HORIZONTES AMPLIADOS PELO

CONHECIMENTO Cursos de graduação em business ao redor do mundo permitem aprofundar noções de empreendedorismo e aumentar a compreensão de culturas internacionais

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Foto: Sergey Nivens CN-eBusiness.indd 63

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E navegar também – diga-se, ao pé da letra. Da imensa gama de cursos sobre business que existem pelo mundo, dos expressos aos MBA’s, há modelos bem criativos, como o adotado pela Universidade de Virgínia (EUA). Chamado Semester at Sea, o curso leva os estudantes para um giro de navio por diversos países e, entre uma atracada e uma zarpada, ensina – e mostra – como funcionam os princípios da economia local. Se a sua onda não é embarcar nessa viagem, há outras opções além dos oceanos, porém em terra firme, para passar períodos dedicando-se à aprendizagem sobre business e à expansão do network. Universidades como as de Chicago, Harvard, Pensilvânia e Michigan têm as escolas de negócios que ainda são as principais referências do mundo (veja a lista da revista The Economist), mas há outras, menos populares, que também valem a pena. Confira.

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Universidade de Virgínia (EUA) Curso: Semester at Sea. Há vários itinerários, mas a próxima volta ao mundo está programada para o início de 2015, com roteiro que passa pelo Havaí, Japão, China, Vietnã, Burma, Índia, Ilhas Maurício, África do Sul, Gana, Marrocos e Inglaterra. Em cada parada, mais estudo que turismo. Da grade curricular fazem parte lições de liderança, estudo socioeconômico local e participação em atividades sociais. Apesar de ser mais procurado por jovens, não tem restrições quanto à participação de estudantes mais graduados. Local: partida de San Diego, Califórnia (EUA) Duração: 7 meses (de janeiro a abril de 2015) Investimento: a partir de US$ 24 mil (valores baseados na tabela de 2014) Mais informações: www.semesteratsea.org

Foto: Divulgação

tino empreendedor é inato a muitos empresários, mas apenas talento não basta para alcançar o sucesso em um ambiente cada vez mais competitivo. As barreiras da concorrência diminuem na mesma proporção em que as relações internacionais se estreitam por causa da globalização e, portanto, é sempre válido buscar mais conhecimento sobre como renovar o fôlego dos negócios. Apesar de haver excelentes cursos no Brasil, optar por estudar fora pode agregar valor cultural à formação e ampliar a rede de contatos com empreendedores internacionais, com pontos de vista bem diferentes do dos brasileiros. Estudar é preciso.

Foto: Melinda Fawver

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London South Bank University (Reino Unido) Curso: Enterprise and Small Business Development FdSc. Desenvolve conhecimento prático e a confiança necessária para iniciar ou desenvolver um pequeno negócio já existente. Local: Londres Duração: 2 anos (início em setembro de 2014) Investimento: cerca de R$ 40 mil por ano Mais informações: www.lsbu.ac.uk/international

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Kedge Business School (França) Curso: Kedge Global MBA. Entre os mais importantes da França fora da capital, é ministrado em inglês e tem grade curricular que inclui comportamento organizacional, liderança e técnicas de negociação. Há ainda sessões de coaching para detectar pontos fortes e fracos de cada aluno como profissional, valorizar competências e definir objetivos de carreia. Local: Paris, Bourdeaux e Marselha Duração: 24 meses (início em outubro de 2014 no campus de Marselha; em fevereiro de 2015 no de Paris; e em março de 2015 no de Bourdeaux) Investimento: aproximadamente US$ 43,5 mil Mais informações: www.kedgebs.com/

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Swinburne University of Technology (Austrália) Curso: Master of Business Administration (MBA) / Master of Entrepreneurship and Innovation (MEI). Dupla graduação, focada na formação de gerentes com competência para pensar globalmente, valorizando a sustentabilidade e a responsabilidade social. Além disso dá recursos para aqueles que desejam desenvolver negócios de vanguarda e comercializar inovações. Local: Hawthorn, Victoria Duração: 2 anos Investimento: cerca de US$ 22,5 mil (baseado na tabela de 2014) Mais informações: www.swinburne.edu.au

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The University of Chicago Booth School of Business (Hong Kong) Curso: Executive MBA. A unidade asiática, recentemente transferida de Singapura para Hong Kong (a nova sede nem está pronta ainda), oferece o curso desde 2014 com a mesma grade curricular da matriz americana, mas exemplos e estudos de caso adaptados para a região. Há matérias eletivas, como finanças, marketing, estratégia e liderança, além de empreendedorismo. Local: Hong Kong Duração: 21 meses (início em junho de 2015) Investimento: 151,5 mil dólares Mais informações: www.chicagobooth.edu

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Foto: Nagel Photography

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Foto: Pete Spiro

Foto: Chao Kusollerschariya

Foto: Jorge Salcedo

Foto: Littleny

TRADIÇÃO

Ranking da revista The Economist A mais recente lista da revista americana foi publicada em 2013 e traz entre as top 10 nada menos do que oito universidades dos Estados Unidos. Afinal, esse ainda é o país que detém a maior expertise quando o assunto é empreendedorismo. Além delas, há uma na Espanha e outra na França. O ranking, que contempla 100 escolas especializadas em business, traz mais adiante opções de estudo no Reino Unido, na Suíça, na Austrália, no Canadá e em Hong Kong. Índia, Alemanha e Itália também figuram entre as 50 melhores. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

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UNIVERSITY OF CHICAGO – BOOTH SCHOOL OF BUSINESS DARTMOUTH COLLEGE – TUCK SCHOOL OF BUSINESS UNIVERSITY OF CALIFORNIA AT BERKELEY – HAAS SCHOOL OF BUSINESS UNIVERSITY OF VIRGINIA – DARDEN GRADUATE SCHOOL OF BUSINESS ADMINISTRATION IESE BUSINESS SCHOOL – UNIVERSITY OF NAVARRA HARVARD BUSINESS SCHOOL NEW YORK UNIVERSITY – LEONARD N STERN SCHOOL OF BUSINESS HEC SCHOOL OF MANAGEMENT, PARIS STANFORD GRADUATE SCHOOL OF BUSINESS COLUMBIA BUSINESS SCHOOL LONDON BUSINESS SCHOOL MASSACHUSETTS INSTITUTE OF TECHNOLOGY – MIT SLOAN SCHOOL OF MANAGEMENT IMD – INTERNATIONAL INSTITUTE FOR MANAGEMENT DEVELOPMENT UNIVERSITY OF QUEENSLAND – BUSINESS SCHOOL UNIVERSITY OF PENNSYLVANIA – WHARTON SCHOOL ESADE BUSINESS SCHOOL CORNELL UNIVERSITY – SAMUEL CURTIS JOHNSON GRADUATE SCHOOL OF MANAGEMENT UCLA ANDERSON SCHOOL OF MANAGEMENT EMORY UNIVERSITY – GOIZUETA BUSINESS SCHOOL UNIVERSITY OF BATH – SCHOOL OF MANAGEMENT CARNEGIE MELLON UNIVERSITY – THE TEPPER SCHOOL OF BUSINESS YORK UNIVERSITY – SCHULICH SCHOOL OF BUSINESS NORTHWESTERN UNIVERSITY – KELLOGG SCHOOL OF MANAGEMENT UNIVERSITY OF HONG KONG – FACULTY OF BUSINESS AND ECONOMICS UNIVERSITY OF MICHIGAN – STEPHEN M. ROSS SCHOOL OF BUSINESS INSEAD MELBOURNE BUSINESS SCHOOL – UNIVERSITY OF MELBOURNE YALE SCHOOL OF MANAGEMENT DUKE UNIVERSITY – FUQUA SCHOOL OF BUSINESS ESMT EUROPEAN SCHOOL OF MANAGEMENT AND TECHNOLOGY UNIVERSITY OF TEXAS AT AUSTIN – MCCOMBS SCHOOL OF BUSINESS OHIO STATE UNIVERSITY – FISHER COLLEGE OF BUSINESS UNIVERSITY OF WASHINGTON – FOSTER SCHOOL OF BUSINESS VANDERBILT UNIVERSITY – OWEN GRADUATE SCHOOL OF MANAGEMENT INDIANA UNIVERSITY – KELLEY SCHOOL OF BUSINESS UNIVERSITY OF NORTH CAROLINA AT CHAPEL HILL – KENAN-FLAGLER BUSINESS SCHOOL UNIVERSITY OF CAMBRIDGE – JUDGE BUSINESS SCHOOL UNIVERSITY OF NOTRE DAME – MENDOZA COLLEGE OF BUSINESS INDIAN INSTITUTE OF MANAGEMENT – AHMEDABAD UNIVERSITY OF STRATHCLYDE – BUSINESS SCHOOL

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CAร ADORES DE TALENTOS Para encontrar os profissionais mais adequados ou cobiรงados do mercado, chame um headhunter

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O SERVIÇO DE HUNTING AUMENTA AS CHANCES DE ACERTAR NA CONTRATAÇÃO, ESPECIALMENTE PARA CARGOS DE MÉDIA E ALTA GESTÃO. "TEMOS FERRAMENTAS E TREINAMENTO PARA FAZER DIAGNÓSTICO", AFIRMA CUELLAR

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ense rápido: quem é a pessoa mais indicada para contratar funcionários para a sua empresa? Em alguns casos pode ser o dono do negócio, mas, na maioria das vezes, não é bem assim. Com uma vaga de emprego a oferecer e uma pilha de currículos para avaliar, mesmo que o proprietário seja quem melhor conhece suas necessidades, o ideal é contar com os serviços de um especialista em recrutamento. Chamado headhunter, esse profissional exerce uma atividade que, apesar de não ser regulamentada, é fundamental para encontrar a pessoa certa para alavancar o desenvolvimento dos negócios. Principalmente quando se trata de cargos de média e alta gestão, o conceito de “caçada” aos talentos faz ainda mais sentido quando é o caso de uma “joia rara”, um profissional especial, a peça-chave para ocupar um cargo estratégico.

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Seja qual for a circunstância, tudo começa com uma conversa com o contratante para entender as exigências da posição oferecida. “O headhunter possui ferramentas e é treinado para fazer um diagnóstico da demanda. Além disso, tem uma base comparativa da oferta de profissionais muito maior que um departamento de recursos humanos. Falando de mim, em cerca de sete anos fiz mais de 5,5 mil entrevistas”, afirma Marcelo Cuellar, diretor executivo da Michael Page, multinacional de recrutamento especializado. “Devido a essa experiência, diria que entre o preto e o branco, conheço

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PROFISSIONAIS DO MERCADO X PROFISSIONAIS NO MERCADO Candidatos que estão “no mercado” são pessoas em busca de novas oportunidades de trabalho, que estão procurando ativamente uma mudança ou um emprego, já que muitos podem estar inclusive desempregados. Por outro lado, os profissionais que estão bem empregados, satisfeitos, e que, a princípio, não demonstrem uma intenção de mudar, podem ser os melhores candidatos “do mercado”, uma vez que, havendo uma oportunidade atraente, podem deixar seus atuais empregos. Quando uma vaga exige um perfil muito específico, com competências e qualidades bem definidas, restringe-se o número de pessoas que a ela serviriam. Encontrá-las é ainda mais difícil, pois não são pessoas que estão expostas, exibindo currículos. Por isso, a oportunidade oferecida tem que ser muito sedutora: “Convencer esses profissionais a mudar de emprego é um processo igualmente muito trabalhoso, principalmente porque não podemos criar uma falsa ilusão. O headhunter mantém um compromisso tanto com a empresa que está contratando quanto com o profissional que está sendo contratado e, se algum dos dois lados ficar insatisfeito, é porque a ponte não foi bem feita”, afirma Andréa.

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todos os tons de cinza. É um acúmulo de vivência e de contatos que permite identificar a pessoa certa para cada vaga.” Até porque nem sempre o melhor profissional está num momento de vida compatível com a oportunidade. “Não é apenas o currículo que importa. As condições do trabalho atual ou projetos do lado familiar podem não ser favoráveis em certas ocasiões”, diz Cuellar. Assim, enquanto o especialista trabalha para encontrar o melhor, o proprietário, ou o responsável pelo RH da empresa, pode prosseguir com suas atribuições principais. “O processo de recrutamento exige foco e dedicação total. Hoje em dia, os executivos são muito ocupados e têm pouco tempo de olhar para fora de seu negócio”, diz Andrea de

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Paula Santos, diretora da Ascend RH, assessoria de recrutamento sediada em São Paulo. “É então que se faz necessário o trabalho do headhunter, que pode fazer um mapeamento de mercado, realizar entrevistas mais profundas para verificar informações de currículo e traços comportamentais, e assim diminuir o risco de contratação, que, quando malfeita, representa desperdício de tempo e dinheiro. Sem falar no prejuízo à imagem da empresa.” O investimento para contratar o serviço de headhunting é calculado com base no salário oferecido para cada vaga. Geralmente, varia entre 25% e 35% do montante anual pago ao contratado. “Existe um preconceito de valor, que não leva em conta o quanto pode ser custosa a recuperação de um

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DELEGAR A MISSÃO A UM PROFISSIONAL ESPECIALIZADO PERMITE QUE O DONO DA EMPRESA E SEU DEPARTAMENTO DE RH SIGAM COM SUAS ATRIBUIÇÕES PRINCIPAIS. "RECRUTAMENTO EXIGE FOCO E DEDICAÇÃO", DIZ ANDREA

CONQUIS TA S • Ampla base de comparação e conhecimento de mercado: permite encontrar candidatos com perfil adequado à oportunidade • Foco total no recrutamento: o processo de seleção é tocado sem que o dono da empresa (ou o departamento de RH) desvie a atenção de suas atividades principais • Ferramentas e técnicas específicas de avaliação: aumentam a chance de acerto na contratação, preenchendo a vaga com um profissional que realmente contribuirá com o desenvolvimento dos negócios • Risco de erro minimizado: evita desperdício de tempo e dinheiro, preserva a imagem da empresa e a integridade do profissional • Satisfação garantida: compartilhando da responsabilidade pela contratação, as empresas de headhunting se comprometem a acompanhar os primeiros meses do contratado na nova vaga para amenizar as dificuldades da fase de adaptação (que, em casos extremos, levam ao replacement)

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erro de contratação”, afirma Cuellar. E como contratar é uma ação estratégica, mas quase sempre urgente, não há tempo a perder. A capacidade de agilizar a avaliação de candidatos costuma dar aos headhunters a possibilidade de preencher uma vaga em um tempo médio de até quatro semanas – um prazo dificilmente cumprido por quem não está debruçado sobre o processo. CAÇADORES MULTIQUALIFICADOS A profissão de headhunter não é regulamentada no Brasil, não existe uma formação específica nem diploma e cada empresa oferece um escopo diferente de serviços. Calcula-se, inclusive, que haja cerca de 300 delas no país. Contudo, conforme explica Fábio Saad, gerente sênior da Robert Half, há algumas premissas para quem pensa em trabalhar com recrutamento especializado. Mais que uma formação na área de RH, podem ser interessantes o profundo conhecimento ou a atua-

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ção em alguma área específica do mercado. “Um profissional qualificado que trabalhe na área de TI tem condições de se tornar um headhunter na área”, exemplifica. “Na Robert Half, o perfil comportamental desse profissional envolve características como espírito empreendedor, alta energia, nível elevado de ambição, resistência à frustração, persistência, comprometimento, habilidade de relacionamento, boa comunicação e organização. Por fazer a ponte entre candidatos e clientes, a habilidade de negociação e maturidade para lidar com as reações humanas também são fundamentais.” Quando ingressam na atividade, os headhunters recebem treinamento para aprender técnicas de entrevista e como aplicar testes de avaliação e usar outras ferramentas de recrutamento. Inclusive redes sociais. De acordo com a diretora da Ascend RH, o LinkedIn tem se apresentado como um canal eficiente para o processo, mas não é o bastante. “Continua

OS PRINCIPAIS ESCRITÓRIOS DO MUNDO NESSA ÁREA TÊM REPRESENTAÇÃO NO BRASIL, PROVANDO QUE O MERCADO POSSUI OPORTUNIDADES, DEMANDAS E CONDIÇÕES DE NÍVEL INTERNACIONAL

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sendo fundamental checar tudo o que está no perfil, principalmente a fluência em outros idiomas. Esse é o ponto que mais decepciona, pois quase todo mundo diz que tem inglês fluente e nem sempre é verdade”, afirma. “Em casos mais graves, já descobrimos que um candidato mentiu sobre a formação acadêmica e até sobre ter trabalhado em uma grande empresa. São coisas que desvendamos em uma conversa cara a cara, na qualprevalece a transparência.”

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CINCO PRINCIPAIS REFERÊNCIAS De acordo com o site headhuntersbrazil.com (plataforma digital de busca de vagas para executivos no Brasil), as cinco empresas mais importantes nesse segmento são: • Egon Zehnder • Heidrick & Stuggles • Korn Ferry • Russell Reynolds • Spencer Stuart

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RIO GRANDE DO SUL 82

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Impulsionado pelo avanço da soja, o recorde histórico da safra de grãos mostra que a vocação dos campos gaúchos não é apenas para a criação de gado

O RS MUITO MUITO

ALÉM DO O RS CHURRASCO

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ITO ALÉM DO

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difícil dissociar o gaúcho do churrasco. Uma das principais tradições do Rio Grande do Sul, em termos de cultura e de economia, a pecuária sempre foi uma importante atividade no Estado, mas tem perdido espaço para a agricultura. Para os turistas que visitam a região sabendo que além de um bom chimarrão podem esperar beber alguns dos melhores vinhos do País, a primeira ideia é a de que a plantação de uvas está em expansão. É verdade, mas sob os holofotes agora está a produção de grãos, cuja safra de 2014 será a maior da história: de acordo com a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), o Estado gaúcho deverá ter produção recorde de 30,2 milhões de toneladas de grãos. A estimativa representa uma alta de 2,4% na comparação com o ano anterior e supera o recorde de 29,7 milhões de toneladas colhidas em 2011.

Especialmente no inverno, muitos criadores de gado têm dado preferência à cultura da soja, cuja área de plantio avançou 470 mil hectares desde 2005 e, sozinha, representa mais de 13 milhões de toneladas da safra gaúcha de grãos, com faturamento de 13,6 bilhões de reais. Considerando apenas a Metade Sul do Estado, a área cultivada com soja aumentou quase 200% nos últimos cinco anos, gerando também uma necessidade de mais espaço para armazenamento. Como solução de emergência, diversos engenhos destinados ao arroz têm sido adaptados, mas calcula-se que falta espaço para armazenar pelo menos dois milhões de toneladas das

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LÍDER NACIONAL NA PRODUÇÃO DE TRIGO, E COM A SAFRA DE SOJA EM ALTA, O ESTADO APOSTA NA EXPANSÃO DA AGRICULTURA

oleaginosas. A Cerealista Steckel, de Santa Margarida do Sul, empresa familiar que investiu cerca de 400 mil reais para reativar um armazém no município de São Gabriel com capacidade para 24 mil toneladas. Outro exemplo é o Engenho Coradini que, depois de mais de 60 anos dedicados principalmente ao arroz, optou por investir em uma unidade exclusiva para a soja, com capacidade de armazenar 25 mil toneladas às margens da BR-293 – onde as cerealistas Marasca, Puro Grão e Reimann também instalaram armazéns. As expectativas também são boas para a cultura do trigo, que deverá ter aumento de 14,3% da área plantada. Em 2013, inclusive, o Rio Grande do

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MOTIVOS DA PROSPERIDADE

Sul voltou a ser o líder nacional na produção do cereal, ultrapassando o Paraná, com 3,350 milhões de toneladas. “Em todos os setores produtivos, temos um crescimento não apenas horizontal, com aumento da área plantada, mas também vertical, com lavouras cada vez mais tecnificadas e busca por mais produtividade e qualidade”, afirmou Carlos Sperotto, presidente da Farsul.. É o terceiro ano consecutivo de resultados históricos. E essa será a primeira vez que o Estado ultrapassa a barreira dos 30 milhões de toneladas de grãos. Tamanho sucesso é consequência de uma combinação de clima favorável, linhas de crédito e investimentos em tecnologia, que,

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• suporte da Emater às grandes políticas do governo no campo, originárias das Secretarias de Desenvolvimento Rural e da Agricultura • financiamento e crédito barato, com juros baixos • acesso ao conhecimento técnico por parte dos agricultores • manejo e incorporação de tecnologia • preços estáveis ao longo dos últimos anos • condições climáticas favoráveis

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como retorno, trazem um faturamento superior a R$ 24,1 bilhões ao setor. Segundo a Farsul, levando em conta o movimento da safra antes e depois do cultivo, a cifra resultante da produção e do beneficiamento de soja, arroz, feijão, milho e trigo poderá saltar para R$ 83,79 bilhões , o equivalente a 27% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual – enquanto a agropecuária, com um plantel de aproximadamente 14 milhões de cabeças, representa cerca de 10%, segundo a Fundação de Economia e Estatística (FEE). Além disso, a projeção de uma safra cheia faz o varejo gaúcho prever aumento de 6% a 7% nas vendas neste ano. Vitor Koch,

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ALÉM DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS FAVORÁVEIS, INCENTIVOS DO PLANO SAFRA CONTRIBUÍRAM PARA APRIMORAR O DESEMPENHO NO CAMPO

presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas no Estado (FCDL-RS), explica que a renda gerada pela agricultura representa mais de 60% dos negócios do varejo, inclusive na região metropolitana. POR TRÁS DA ROÇA As condições climáticas sempre são determinantes, mas o governo gaúcho atribui os bons resultados aos três Planos Safra gaúchos e aos programas Mais Água, Mais Renda e Irrigando a Agricultura Familiar. Além disso, quase meio bilhão de reais foi destinado à recuperação da Emater, instituição que representa o serviço

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Foto: Divulgação

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O PIB GAÚCHO DE 2013

Foto: Divulgação

27% Grãos 10% Pecuária 1% Vitivinicultura

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de extensão rural do Estado, apontada pelo Governador, Tarso Genro, como peça fundamental nessa ascensão. “Também tivemos a criação da Secretaria de Desenvolvimento Rural, que fortaleceu e recuperou os instrumentos de políticas públicas, especialmente os mais de 370 mil agricultores familiares no RS”, afirmou o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Claudio Fioreze. Para ele, o ritmo de crescimento certamente se manterá, e pode ser até mais intenso, por pelo menos dois fatores. “O primeiro são os ganhos de produtividade, especialmente nas

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BOAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS ESTÃO RELACIONADAS AOS SETORES DE TECNOLOGIA, PESQUISA E DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS

lavouras irrigadas de milho e soja, além de ganhos de rendimento muito acentuados por conta da irrigação de pastagens de verão, especialmente para o leite, e da introdução crescente de pastagens cultivadas de aveia e azevém (tipo de grama) no inverno, aproveitando a resteva (área plantada) da soja que avança sobre uma parte do campo nativo da Metade Sul, o que vai impactar na fertilidade e no ganho de peso da bovinocultura de corte e na ovinocultura”, afirma. “O segundo são os ganhos de fronteira agrícola, especialmente na Metade Sul, com o avanço da soja nas áreas

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DÉCADA DE 1980

ATUALIDADE

Produção de grãos

14 milhões de toneladas

30 milhões de toneladas

Área de plantação

7,8 milhões de hectares

8,16 milhões de hectares

Média de produtividade

1.860 quilos/hectare

3.767 quilos/hectare

para o mundo nas próximas décadas. Destaco o mercado chinês, onde os hábitos alimentares estão se modificando e a classe média está crescendo, o que significa que dificilmente seu sistema alimentar será tão autossuficiente como é hoje”, avalia o secretário. “O consumidor está cada vez mais exigente e não aceitará num futuro próximo alimentos sem certificações e rastreabilidade. Ele vai querer saber quem e como se produziu a comida, fazendo com que cada vez mais sejam agregados valores biológico, ambiental e social aos alimentos, abrindo assim imensas oportunidades na área de produção sustentável, de certificação de alimentos e processos produtivos, na rastreabilidade das cadeias produtivas.” Fioreze aponta que também há oportunidades de negócios a serem desenvolvidos nas áreas de irrigação e agricultura de precisão, incluindo toda a tecnologia da informação aplicada à agricultura, agroindústrias e distribuição de alimentos. “Tenho convicção de que um dos grandes cenários para a tecnologia e para o empreendedorismo será na minimização das externalidades ambientais da agricultura, que ainda são muito grandes, principalmente em relação a conflitos de uso da água e do solo, emissão de gás carbônico e utilização excessiva de agrotóxicos.”

Foto: Divulgação

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de terras baixas, onde há pelo menos dois milhões de hectares disponíveis com altíssimo potencial de produtividade de soja e de milho, e em parte das coxilhas, onde cerca de um milhão de hectare, pelo menos, deverá ser incorporado a mais nos próximos anos”. Pelos cálculos de Fioreze, o Rio Grande do Sul deverá, no mínimo, em breve, atingir 45 milhões de toneladas de grãos, dobrar a produção de leite e ampliar a oferta de cordeiros. “O cenário é altamente favorável a novos investidores porque devemos continuar sendo um dos grandes, senão o maior fornecedor de alimentos

EVOLUÇÃO DAS SAFRAS

SETORES EM DESTAQUE Em 2013, o PIB do Rio Grande do Sul atingiu R$ 310.508 bilhões, representando 6,42% no PIB nacional. O setor de agropecuária registrou alta de 39,7% em 2013, com destaque para soja (114,6%), trigo (79,6%) e milho (69,6%). Todos os índices apresentam resultados superiores à média nacional, incluindo serviços (3,2%), indústria de transformação (3,6%) e construção civil (2,0%).

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I N F O R M A Ç Õ E S

11 milhões POPULAÇÃO:

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• Governo do Estado: (51) 3210-4100; www.rs.gov.br

CAPITAL

PORTO ALEGRE

• Federação das Associações de Jovens Empreendedores do Rio Grande do Sul (Fajers): www.fajers.org.br • Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul): (51) 3214-0200; www.federasul.com.br

Foto: Divulgação

AGENDA

T

cerca de 7% PARTICIPAÇÃO NO PIB NACIONAL

U

e

fe

SETORES COM MAIOR REPRESENTAÇÃO NO VAB BRASILEIRO (VALOR ADICIONADO BRUTO):

a

60% (destaque para administração, saúde, educação e comércio) • Indústria 29% (destaque para setor de transformação) • Agropecuária 8,7%

F

• Serviços

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Foto: Renata Westphal por André Schiriló

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AGRONEGÓCIO 92

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A EXPANSÃO DOS CAMPOS

DOURADOS

Destaque da safra de 2014, com previsão de novo recorde, o trigo tem ganhado mais espaço nas lavouras brasileiras que ainda não produzem o suficiente para abastecer o mercado interno

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Foto: Elena Schweitzer

Foto: Embrapa Trigo

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s boas notícias trazidas pelos ventos podem ser traduzidas em chuvas na época certa, para os agricultores. As precipitações que têm irrigado os campos na região Sul do Brasil colaboram para semear a esperança de uma nova safra recorde de trigo para 2014. Agraciando os Estados do Rio Grande do Sul e do Paraná, que, juntos, respondem por cerca de 90% da produção nacional do grão, o clima favorável pode levar a uma colheita de aproximadamente sete milhões de toneladas.

Atrás do milho, com 75,2 milhões de toneladas, e da soja, com 86,6 milhões de toneladas, o trigo representa a terceira maior produção de grãos do Brasil. Em comparação

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COM SAFRA EM TORNO DE 7 MILHÕES DE TONELADAS, A PRODUÇÃO DE TRIGO (O TERCEIRO GRÃO MAIS IMPORTANTE DA AGRICULTURA NACIONAL) TEM CRESCIDO MAIS DE 20% AO ANO

com os outros dois, não parece muita coisa, mas a expectativa significa um incremento de 24,5% em relação a 2013, segundo estimativa da Companhia de Abastecimento da Produção Nacional (Conab, órgão do Ministério da Agricultura) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O ritmo de crescimento é forte e segue a toada do ano passado, quando a safra do trigo registrou aumento de 22,4% em relação ao período anterior, conforme dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Um dos motivos é o aumento da área de plantio, cerca de 15% em parâmetros nacionais, que tem se estendido a regiões menos tradicionais. Em Minas Gerais, por exemplo, que não é dos principais Estados em relação a essa commodity, o aumento de área em 68% resultou numa produção quase 50% maior, chegando a 119,8 mil toneladas de trigo com excelente qualidade industrial. Já no Rio Grande do Sul, atualmente o maior produtor do País, com safra recorde de 3,350 milhões de toneladas em 2013 (onde o rendimento nas melhores lavouras chegou a 6 mil quilos por hectare, enquanto a média brasileira foi de 2,445 mil quilos por hectare), a expansão do cultivo na metade do Sul do Estado – não tão habituada ao plantio de trigo quanto

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Foto: Kuvona

as outras regiões – foi de 43%, o que fez, segundo dados da Conab, elevar a produtividade gaúcha em 45%. A expectativa da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) para 2014 é de mais avanço, com ampliação de 14,3% da área plantada, que pode manter o Estado no posto de maior produtor de trigo do Brasil, antes ocupado pelo Paraná, onde as perdas na última colheita chegaram a 40%, devido à crítica combinação de geadas, períodos de seca e chuvas em excesso. Ainda assim, houve crescimento da produção paranaense, cuja safra ficou ao redor de 1,7 milhão de toneladas, mostrando que o Estado está no páreo pela liderança. Além disso, a área de plantio de trigo no Paraná também deve crescer acima de 20%, chegando a 1,2 milhão de hectares, conforme prevê o Departamento de Economia Rural do Estado, especialmente nas regiões Oeste e Norte, onde é costume semear milho. Em São Paulo, que além de geadas sofreu o ataque de pragas, que causaram perdas acima de 30%, o aumento da área de plantio foi da ordem de 62% e resultou numa produção 11% maior, com cerca de 10 mil toneladas a mais do que na safra passada. Foi o suficiente para manter em alta o ânimo dos produtores. Segundo o Sindicato da Indústria do

Trigo de São Paulo (Sindustrigo SP), a meta é aumentar em cinco vezes a área paulista de cultivo para elevar a capacidade de produção das atuais 90 mil toneladas para 500 mil toneladas, no prazo de quatro anos. De acordo com a Embrapa Trigo (divisão da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária especializado nesse grão), o destaque das novas fronteiras para o trigo no Brasil é a região do Cerrado. “Nossa unidade acredita tanto na estabilidade do trigo produzido na região Sul do Brasil, onde o desafio é a resistência e tolerância à Giberela e a germinação na espiga em pré-colheita, quanto na expansão da produção no Cerrado,

É DO ESPAGUETE QUE ELES GOSTAM MAIS Dos 59 tipos de massas comercializadas no País, o espaguete é a preferência nacional, presente em 57% dos lares, revelou pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústrias de Massas Alimentícias e Pão & Bolo Industrializados (Abima). A pesquisa mostrou que, no Sul do País e no Rio de Janeiro, 62% das famílias, com crianças até 12 anos, preferem as massas instantâneas. No Norte e no Nordeste, 32% optam pelas massas frescas, preferência puxada por donas de casa com mais de 50 anos, assim como no CentroOeste, onde 36% dos entrevistados também preferem as massas frescas. Para 2014, o setor espera registrar um aumento no consumo da ordem de 4% a 5%.

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onde prevalece o sistema sequeiro e o desafio está relacionado a cultivares com tolerância à seca, ao calor e também à brusone”, explica o pesquisador Eduardo Caierão. “Acredito que é possível o Brasil atingir a autossuficiência em trigo. Contudo, não consigo vislumbrar isso a curto prazo. Primeiro porque a produção nacional de trigo não cresce linearmente ano após ano. Sempre há oscilações, decorrentes da influência do clima ou mesmo de questões econômicas, como política agrícola para o cereal e custos de produção”, explica o pesquisador da Embrapa Trigo. Para ele, essa possibilidade de autossuficiência existe a médio e longo prazos, principalmente quando forem superados problemas reincidentes, como logística, armazenagem e frete cabotagem. TECNOLOGIA ENTRA EM CAMPO Além do aumento da área semeada, outro fator importante no caminho para a autossuficiência é o avanço tecnológico. Conforme explica Caierão, nos campos de trigo as tecnologias mais importantes referem-se à genética e ao manejo. “A primeira tem ligação com novas cultivares de trigo, adaptadas para todas as regiões tritícolas do País. Houve um avanço muito significativo no potencial de rendimento de grãos dessas cultivares, associadas a resistências aos estresses bióticos e abióticos, além de melhorias no perfil qualitativo (adaptação às necessidades do mercado moageiro)”, afirma. “Atualmente, inúmeras empresas de melhoramento genético de trigo atuam no País e cada uma delas tem sua parcela de contribuição para essa evolução.” Já na área do manejo, destacam-se produtos químicos desenvolvidos, tecnologias de aplicação de fungicidas e in-

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Foto: Joseani Antunes

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TECNOLOGIAS RELACIONADAS ÀS ÁREAS DE GENÉTICA E MANEJO SÃO NECESSÁRIAS NO CAMINHO RUMO À AUTOSSUFICIÊNCIA. POR MÊS, O BRASIL IMPORTA CERCA DE 500 MIL TONELADAS DE TRIGO

seticidas, zoneamento agrícola para semeadura, avanços na maquinaria em geral usada na lavoura de trigo, capacitação de corpo técnico, difusão das tecnologias ao produtor, etc. “A pesquisa de trigo no Brasil pode ser considerada competitiva com outros países que também produzem o cereal. Temos genética, temos tecnologia, temos produtores com tradição nesse segmento. Acho que com relação a isso não deixamos nada a desejar”, diz o pesquisador. “O que se pode apontar como desvantagem, talvez, é que nosso clima, principalmente na região Sul, muitas vezes é limitante às altas produtividades. Geadas tardias de primavera e alta precipitação nos meses de colheita são dois dos principais fatores que limitam nossa produção.” BRASILEIRO QUER MAIS TRIGO Apesar de todo esse crescimento, a produção brasileira está longe de ser

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GRÃOS

FARINHA

IMPORTAÇÃO (DE JANEIRO A MARÇO DE 2014)

2 MILHÕES DE TONELADAS US$ 643 MILHÕES

69,1 MIL TONELADAS US$ 35 MILHÕES

PREÇO MÉDIO POR TONELADA

US$ 317

US$ 509

*Fonte: Abitrigo

suficiente para abastecer o mercado nacional. O País ainda depende de importações para suprir o consumo interno, que, atualmente, gira em torno de 11 milhões de toneladas, de acordo com a Conab. Quando comparado a países como Austrália e Estados Unidos - sem falar da China, onde só o estoque é de 60 milhões de toneladas - o desempenho do Brasil parece frustrante. Em números aproximados, a produção australiana é de 25 milhões de toneladas, ante o consumo de 8,5 milhões de toneladas; e a norte-americana é de 60 milhões de toneladas, quase o dobro necessário para o consumo interno. Para se ter uma ideia do volume importado pelo Brasil, são em média 500 mil toneladas por mês (mais precisamente, foram 512,6 mil toneladas em março e 487,9 mil toneladas em abril de 2014). Ao acumulado do ano, já se somam mais de US$ 643 milhões em importação de trigo. O

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Foto: Eduardo Caierao

COMMODITY X INDUSTRIALIZADOS

principal fornecedor é a Argentina, que sozinha supre mais da metade da importação, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo). De 2013 até os primeiros meses deste ano, o posto foi dos Estados Unidos, que em abril forneceu ao mercado brasileiro 127 mil toneladas do grão, quando o preço médio do produto importado foi de US$ 318,17 por tonelada. O trigo da Argentina voltou a dominar as chegadas do produto importado ao Brasil em março. BOLO TAMBÉM CRESCE Enquanto uns vão com o milho, outros voltam com o fubá. E enquanto uns vão com o trigo, outros voltam com massas, pães e bolos. A prosperidade no campo reflete-se na outra ponta da cadeia, que comercializa produtos industrializados. Tanto que o mercado de massas alimentícias faturou R$ 6,94 bilhões em 2013, o maior valor já alcançado, uma alta de 11,5% em relação ao ano anterior, conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias de Massas Alimentícias e Pão & Bolo Industrializados (Abima), em parceria com a consultoria Nielsen. O resultado foi impulsionado principalmente pelas categorias de massas secas (13%) e frescas (10%), com faturamentos de R$ 4,22 bilhões e R$ 6,04 milhões, respectivamente.

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Foto: Scorpp

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DE ACORDO COM A ABIMA, O MERCADO DE MASSAS ALIMENTÍCIAS FATUROU R$ 6,94 BILHÕES EM 2013, O MAIOR VALOR JÁ ALCANÇADO, UMA ALTA DE 11,5% EM RELAÇÃO AO ANO ANTERIOR

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Assim como em 2012, o Brasil permanece como terceiro consumidor mundial de macarrão, com 1,205 milhão de toneladas, atrás dos Estados Unidos e Itália, em primeiro lugar. O consumo per capta em 2013 foi de seis quilos. As massas frescas apresentaram o maior volume de vendas já alcançado (51,5 mil tons). O aumento de 26,2% neste período comprova que o consumidor, com maior poder aquisitivo, procura produtos com mais sofisticação e maior praticidade. O estudo mostrou também que o setor de pães industrializados, os chamados “pães de forma”, apresentou um crescimento de 16% em faturamento em relação a 2012, atingindo R$ 4,09 bilhões. Em volume, o crescimento foi de 2% atingindo 1,017 milhão de toneladas no ano passado. Já o setor de bolos industrializados apresentou aumento de 15,8% no faturamento no ano passado em relação ao ano anterior, totalizando R$ 767,2 milhões. O valor é 72% superior ao registrado há cinco anos. Em volume, o total de vendas em 2013 atingiu 377,8 mil toneladas, ou seja, um aumento de 5% em relação a 2012. De 2009 para cá, o volume total de vendas do produto cresceu 63,8%.

ESTADOS

PRODUÇÃO DE TRIGO EM 2012

RIO GRANDE DO SUL

3,3 MILHÕES DE TONELADAS

PARANÁ

1,7 MILHÃO DE TONELADAS

MINAS GERAIS

119 MIL TONELADAS

SÃO PAULO

90 MIL TONELADAS

*Com dados da Conab, Emater e Embrapa

De acordo com as informações repassadas pela Abima, os pães industrializados têm penetração de 71% no mercado brasileiro, enquanto o segmento de bolos responde por 45%. Comparando com o mercado de massas alimentícias, por exemplo, que atinge 99,6% de penetração, o de bolos e pães ainda é pequeno e tem muito espaço para crescer. Para Claudio Zanão, presidente da Abima, o crescimento desse mercado tem se mostrado constante. “Os novos hábitos do brasileiro, que valoriza cada vez mais uma alimentação equilibrada e prática, têm elevado a procura por esse tipo de produto. Além disso, o quilo do pão industrializado é mais baixo que o do pão francês e sua durabilidade muito maior”, diz. “Continuamos trabalhando junto ao governo federal para a redução a zero das alíquotas de PIS e Cofins do pão industrializado, assim como acontece com o pão francês que já é desonerado”, completa. Ele considera que essa medida beneficia não apenas a indústria, mas também as classes economicamente menos favorecidas, uma vez que essa redução pode impactar diretamente o preço do produto.

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POLÍTICAS TRIBUTÁRIAS 100 101

O DESAFIO DE

CRESCER

Simplificação das regras tributárias e melhorias tangíveis em troca de altos impostos são alguns dos diversos quesitos em que o Brasil precisa evoluir para dar suporte ao desenvolvimento das pequenas e médias empresas paradigma do crescimento é algo com que todos precisam lidar: há vantagens e benefícios, mas também há responsabilidades e deveres que nem sempre são fáceis de encarar. Crescer é bom, mas também desafiador. E é assim para qualquer pessoa, física ou jurídica. No caso das empresas, a preocupação mais retumbante é sempre o pagamento de impostos (com um cálculo generalista, no Brasil, para cada real pago por um produto 40 centavos são taxas). Essa inesgotável problemática, contudo, não é uma exclusividade brasileira, mas há lições que podemos aprender com a experiência de outros países. Segundo o Banco Mundial, nos últimos dois anos, 32 nações realizaram reformas tributárias para facilitar a vida das empresas, entre elas Suécia, África do

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Sul e Islândia.

O Brasil também está revendo alguns conceitos. Mas em um estudo intitulado Barômetro do Empreendedorismo, divulgado pela consultoria EY (antiga Ernst & Young) em 2013, o País aparece na 17ª posição, entre os integrantes do G20, quando o assunto é sobre taxas e regulamentações. Especialmente aos olhos do investidor internacional – se os brasileiros acham o sistema difícil, que o digam os estrangeiros –, o ranking não apresenta o território nacional como um ambiente de negócios mui-

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to amigável. E de fato não é. “Aqui, a engenharia tributária parece bastante confusa. Considerando apenas o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), existem mais de mil alíquotas distintas. É complicado, gera dúvidas e inseguranças nos empresários que dificilmente conseguem organizar seus negócios sem a ajuda de um consultor ou um contabilista”, explica André Christov, diretor de tributos indiretos da EY. “Por outro lado, é uma tarifação com algum censo de justiça, que considera a essencialidade dos bens de consumo, ou seja, impõe taxas maiores a produtos supérfluos, como o cigarro, de 300%, e menores aos de primeira necessidade, como o arroz, pratica-

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mente desonerado.” Na primeira posição desse ranking está a Arábia Saudita, seguida por Canadá e Coreia do Norte. E Christov explica por quê. “São países onde a tributação é bem simplificada. Esse foi o critério do estudo, o que não significa ser melhor ou pior”, afirma. “Na minha opinião, a complexidade do sistema brasileiro não é um bom exemplo, embora, de certa forma, proteja o mercado interno de alguns abusos do investidor internacional. Em suma, o ideal seria a combinação da simplicidade saudita com a blindagem brasileira, um equilíbrio bem difícil de se conquistar. Nesse sentido, os debates do G20 em torno da desregulamentação econômica é muito importante

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BARÔMETRO DO EMPREENDEDORISMO, DA EY, APONTA O BRASIL NA 17ª POSIÇÃO, ENTRE OS INTEGRANTES DO G20, QUANDO O ASSUNTO SÃO TAXAS E REGULAMENTAÇÕES

na busca de alternativas tributárias.” Em outro estudo, o Doing Business 2014, realizado pelo Banco Mundial, o Brasil aparece em 159º em relação à facilidade de pagar impostos, entre 162 países, e consta entre os primeiros apenas quando o tema é a carga tributária, que, por aqui, representa 68,3% do lucro (considerando as empresas de médio porte), enquanto a média mundial é de 43,1%. Por outro lado, está em 116º lugar em ambiente de negócios, entre 189 países. Não é uma boa colocação, mas é melhor que a posição 129 que obteve em 2010, o que indica algum progresso. “Esses posicionamentos no final do ranking são passageiros, pois estamos numa curva de aprendizado e podemos subir algumas posições. A busca por uma legislação business-friendly (termo usado para as regulamentações de fácil entendimento) está avançando”, diz Christov. Conforme explica Júlio Durante, consultor do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), o ajuste das faixas de tributação do Simples Nacional em relação ao faturamento, realizado no ano passado, é um desses avanços. “Muitas vezes não valia a pena aumentar o faturamento, pois

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Foto: Mopic

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o imposto cobrado seria muito alto. Agora, essa equação está mais justa”, diz. É verdade que os impostos ainda são muitos, mas os valores estão dentro da realidade mundial. Para se ter uma ideia, enquanto os impostos diretos aqui giram em torno de 34%, no México ficam em 30 % e nos Estados Unidos, 35%. O que ocorre é que, como a verba arrecadada é mal utilizada pelo governo, o contribuinte sente-se lesado. “A insatisfação não está em pagar, mas em não obter retorno com serviços públicos de qualidade”, afirma Durante. Para ele, vivemos um momento em que as questões de ordem prática esbarram nas de ordem cultural. “Ainda existe o medo de crescer, motivado pelo desconhecimento. No Brasil, a visão do tributo é sempre negativa e atrelada à ideia de que é preciso fazer negócios de um jeito que se possa levar vantagem sobre o Fisco.

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Temos o ranço da burocracia, que realmente é uma grande dificuldade para os empresários, mas o regime tributário em si avançou bastante nos últimos anos, especialmente no que diz respeito às micro e pequenas empresas (MPE), que, com tratamento diferenciado, ganharam vantagem competitiva.” MEDO DO DESCONHECIDO

Os benefícios conquistados com a implantação do Simples Nacional têm gerado, por outro lado, um grande medo de crescer. Isso porque, ao extrapolar o limite de faturamento anual de R$ 3,6 milhões, as empresas são obrigadas a migrar para sistema de Lucro Presumido, saindo do ambiente tributário que já conhece, domina e se sente confortável – mas pode não ser o melhor para os negócios. É o caso da indústria de confecção de João Lima*.

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Depois que o limite de faturamento foi ampliado, sua empresa pôde sair do Lucro Presumido e ser incluída no Simples Nacional. “Com a mudança, deixamos de contar com os 3,85% do crédito tributário, que era componente do preço que barateava o produto para nossos clientes, que passaram a pedir descontos, se sentiram prejudicados e muitos até desistiram de fazer negócio”, conta. Conforme explica Vicente Sevilha, CEO da Sevilha Contabilidade, casos assim são muito comuns no varejo. “As taxas foram reduzidas, mas o impacto na relação foi prejudicado. Não

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"MIGRAR PARA O LUCRO PRESUMIDO É CUSTOSO, MAS USAR SUBTERFÚGIOS PARA SE MANTER A QUALQUER CUSTO DENTRO DO SIMPLES NACIONAL DEMONSTRA UMA POSTURA POUCO ARROJADA", DIZ VICENTE SEVILHA

valeu a pena.” Ele cita outras duas situações muito comuns entre os empresários com potencial de crescimento que querem, a todo custo, se manter no Simples: a primeira, é deixar de emitir notas fiscais, na tentativa de impedir o registro do faturamento superior ao limite; e a segunda é abrir novas empresas, para dividir entre elas o faturamento do negócio. “Temos muitos casos desses entre nossos clientes. Um deles, inclusive, está querendo abrir a sua oitava empresa, sempre usando nome de parentes”, afirma. “Não aprovo essa postura, que, além de complicar a administração dos negócios, demonstra uma postura pouco arrojada. Sou um apaixonado por empreendedorismo e considero esses subterfúgios lamentáveis.” No caso de sonegação, Sevilha alerta para o risco de ser identificado pela fiscalização. “Outro cliente foi intimado pela Receita Federal e multado, pois o valor que recebia das operadoras de cartão de crédito era muito superior ao das notas fiscais que emitia. O sistema de fiscalização é cada vez mais eficiente, não vale a pena arriscar.” A orientação do contabilista é que as empresas enquadradas no Simples não devem se aproveitar das taxas reduzidas para ba-

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ratearem o preço de seus produtos ou serviços. “Temos que encarar o alívio da carga tributária como uma oportunidade de os pequenos lucrarem mais, vendendo sua mercadoria pelo mesmo preço que as grandes empresas, mas pagando taxas menores. Se venderem muito barato, além de estarem ‘roubando’ o mercado, deixarão o cliente mal acostumado, e não conseguirão repassar para ele o aumento do custo quando migrarem para o Lucro Presumido.” Além disso, a diferença pode não ser tão relevante. E por isso é importante avaliar caso a caso. Um exemplo dado pela contadora Tania Valério, da Unidas Contabilidade, mostra que, para uma empresa de serviços, estabelecida em São Paulo, cuja atividade se encaixa na alíquota de 5% de ISS, enquadrada no anexo III do Simples Nacional, no qual o total da folha de pagamento mensal é de R$ 150 mil, o aumento dos encargos é de apenas 1,58%. “A última alíquota do Simples Nacional, nesse caso, é de 17,42%, e o total dos impostos no Lucro Presumido para esse faturamento será em torno de 19%. A grande desvantagem é em relação aos encargos sobre a folha de pagamento, pois no Simples Nacional, neste anexo, não há incidência da contribuição Patronal ao INSS e nos regimes tributários Lucro Presumido ou Lucro Real há a incidência em torno de 28% sobre o valor da folha”, explica. “Mudanças significativas, ao migrar do Simples Nacional,

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Foto: Nomad Soul

são as obrigações acessórias mensais, como a entrega do SPED Contribuições, SPED Escrituração Fiscal (para as empresas de comércio), DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), entre outras, todas mensais e sujeitas a multas pela falta de entrega, além da obrigatoriedade da emissão das notas com um Certificado Digital.” João Lima* é o nome fictício do empresário do ramo de confecções que não quis se identificar

OS PRINCIPAIS PROBLEMAS

No mês de abril, o Sebrae liderou uma campanha recolhendo assinaturas que endossaram o documento solicitando novas melhorias na Lei do Supersimples, que deverá passar a valer em 2015. Uma delas é a unificação de oito impostos em um único boleto e a redução de 40% da carga tributária. Outra é o fim da substituição tributária para as MPEs, que, para o consultor do Sebrae Júlio Durante, é um dos principais gargalos do desenvolvimento. “A antecipação do pagamento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, hoje em 18%) prejudica muito as pequenas empresas, que geralmente não têm capital de giro e já precisam arcar com esses gastos antes de receber pelo seu produto. Em casos assim, ocorrem muitas

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situações de inadimplência. Nem podemos chamar de sonegação, pois o empresário realmente não tem condições de pagar.” Há ainda a reivindicação pela universalização do regime, que deverá ter como premissa o teto de faturamento (fixado em R$ 3,6 milhões por ano) e não mais o tipo de atividade. Calcula-se que mais de 200 profissões que hoje estão enquadradas no regime de Lucro Presumido passarão a ter o direito de aderir ao Supersimples. “Essa exclusão é um grande empecilho. Com a mudança, profissionais como advogados, corretores de seguros, professores de ginástica, arquitetos e jornalistas, entre tantos outros, poderiam usufruir do regime. Possivelmente, resgataríamos muitas atividades da informalidade”, explica Durante. O Índice de Economia Subterrânea divulgado pelo Instituto Brasileiro

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de Ética Concorrencial (ETCO), em conjunto com o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), foi de 15,9% em 2013, representando algo em torno de 760 bilhões de reais, marginalizados do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. É uma porcentagem que vem diminuindo ano após ano, mas ainda é muito significativa. “A atividade intelectual precisa ser contemplada, pois faz parte da economia criativa. Na Escócia, por exemplo, esse setor é uma das principais apostas do governo para desenvolver o país. De design de produtos a bandas marciais, tudo é formalizado, recebendo apoio governamental”, comenta o consultor do Sebrae. “Em países como Canadá, Estados Unidos e Inglaterra, vendedores de comida de rua – inclusive aquelas barraquinhas em torno da roda-gigante London Eye – são verdadeiros empresários, e seus negócios estão enquadrados em regimes de tributação que varia de acordo com o metro quadrado do estabelecimento, que pode ser micro, pequeno, médio, enfim... Um ambiente de negócios favorável não se faz por decreto, mas por geração de oportunidades.”

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BUROCRACIA, ENCARGOS TRABALHISTAS E OUTRAS DIFICULDADES

Do ponto de vista do empresário, quanto mais complexo o sistema tributário, mais difícil é entender, com clareza e segurança, quais são suas oportunidades de crescimento. Mas a diversificação tem sua importância. Do ponto de vista do professor Mário Pascarelli, da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), especialista em economia e finanças, linhas de crédito diferenciadas por ramo de atividades são fundamentais. “É trabalhoso, mas deveria haver uma maior personalização do crédito, concedido por tipo de negócio, e não pelo tamanho da empresa”, diz. “Nesse sentido, a união dos empresários de um mesmo setor é uma ferramenta

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Foto: Patrícia Cruz Foto: Luis Louro

O SEBRAE DEFENDE QUE A ATIVIDADE INTELECTUAL PRECISA E DEVE CONTEMPLADA PELO SIMPLES, POR FAZER PARTE DA ECONOMIA CRIATIVA. "NA ESCÓCIA, ESSE SETOR É UMA DAS PRINCIPAIS APOSTAS DO GOVERNO PARA DESENVOLVER O PAÍS", DIZ O CONSULTOR DURANTE

poderosa, pois com organização pode-se obter maiores conquistas.” Como exemplo, Pascarelli cita o êxito do cluster italiano formado na região que abrange Bolonha, Florença e o Vêneto, polo da indústria têxtil. “Todos os participantes da cadeia produtiva se mobilizaram para fortalecer o setor, que prosperou, chamou a atenção do governo e, pelo mérito, recebeu isenções fiscais”, comenta. Contudo, Christov ressalta que o desenvolvimento de uma economia deve estar alicerçado em aspectos além do Fisco. Por exemplo, na digitalização dos processos. O estudo do Banco Mundial aponta que no Brasil são necessárias vergonhosas 2.600 horas de dedicação para estar em dia com o pagamento de impostos, enquanto que em Cingapura, a economia mais exemplar nesse quesito, são apenas 82 horas. Além disso, enquanto no Brasil são exigidos 13 procedimentos e leva-se 107,5 dias para começar um negócio, em Cingapura são somente três procedimentos e dois dias e meio, respectivamente. Assim, a iniciativa de lançar o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), cujo objetivo é mudar o ambiente de negócios do papel para o digital, permite a

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organização e troca de informações com mais precisão e agilidade para a fiscalização. “Apenas informatizar a burocracia não resolve nada, mas se o meio digital suprir a falta que existe de fiscais federais, para acelerar a dinâmica do empreendedorismo, acredito que será um investimento de tempo e dinheiro bastante vantajoso aos empresários”, afirma o executivo da EY André Christov. Aliviando o peso da burocracia já é possível ganhar mais velocidade rumo à expansão. Mas há também questões trabalhistas que podem complicar a vida do empreendedor que tem potencial para crescer. Não há uma receita de bolo, mas há alguns ingredientes básicos. O consultor do Sebrae, Júlio Durante, explica que, além dos impostos, o principal aspecto a ser analisado pelas MPE é o custo da mãe de obra. “Para as empresas que têm entre dez e 40 funcionários, geralmente o Simples cai como uma luva. Mas quando a folha de pagamento não é o primeiro componente dos custos, pode não valer a pena”, afirma. “Por esse e outros motivos, também estamos debatendo o Simples trabalhista. O fato é que, diante de toda essa complexidade, o empresário que quiser ser um verdadeiro empreendedor no Brasil, precisa se dedicar a fazer seu planejamento na ponta do lápis para crescer com sucesso.”

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COLABORANDO COM A PME: BONS EXEMPLOS INTERNACIONAIS União Europeia O “Small Business Act of Europe” reúne princípios para orientar e criar condições de concorrência para as PME. Com o slogan “Think Small First” estabelece, por exemplo, que iniciativas legislativas e administrativas levem em conta o impacto que poderão causar às MPE, e ofereçam formas de amenizá-las, com benefícios, isenções e prazos de transição. Desde a implementação (2002-2010), essas empresas já foram responsáveis por 85% dos novos empregos gerados na União Europeia. Desde 2013, a UE oferece às pequenas empresas (volume de negócios inferior a US$ 2,62 milhões por ano) a opção de pagar o Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) quando recebem ou fazem pagamentos, em vez de quando emitirem uma fatura, para que tenham um benefício imediato de fluxo de caixa. Alemanha Empresas com ativos de negócios inferiores a US$ 265 mil, e estabelecimentos que determinam os lucros tributáveis utilizando o método de contabilidade de caixa, têm direito à depreciação adicional especial (além de subsídios regulares) de até 20% sobre os custos de aquisição e produção de bens móveis.

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México Entre os programas da Lei para o Desenvolvimento da Competitividade da MPE de destaque estão Integração via internet (para difundir informação empresarial através da rede, promover negócios e divulgar os programas da Secretaria de Economia); Centros de Competitividade (oferecendo às PME serviços de consultoria, capacitação, análise financeira, estudos de viabilidade técnica, setoriais e de mercado); e Promoção da capacitação (formação e incubação de novos negócios). As principais medidas adotadas visam desburocratização e simplificação de procedimentos, agilizando regulamentos e diminuindo tempos de resposta administrativos. Chile O Start-Up Chile visa atrair empreendedores internacionais para desenvolver e expandir seus negócios

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Foto: Oleg Golovnev Foto: Jorisvo

Foto: Dibrova

e ainda criar uma cultura de negócios no país. A burocracia é minimizada, o que acaba facilitando a obtenção de vistos, financiamentos e outros tantos requisitos legais para atuar na região. Reino Unido A taxa principal de subsídios para investimento em máquinas é de 25%, mas as PMEs estão autorizadas a reivindicar um subsídio no primeiro ano de 40%, beneficiando o fluxo de caixa. Créditos fiscais especiais de Pesquisa de Desenvolvimento também são fornecidos no Reino Unido para as PME. O esquema permite que as empresas deduzam 50% adicional das despesas em qualificação de P&D quando calcular os seus lucros tributáveis. Estados Unidos Em 2011, a White House Initiative, proporcionou um fórum para empresários e investidores discutirem barreiras para iniciar e crescer. A iniciativa resultou em um conjunto claro de recomendações para as agências federais para eliminar regulamentos, tais como os relacionados às leis trabalhistas ou códigos fiscais, que estão desatualizados ou excessivamente onerosos para os empresários.

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Canadá Às pequenas empresas é permitido pagar seu imposto harmonizado sobre vendas (HST), o equivalente local do IVA, no final do ano, em oposição à trimestralmente. Isso reduz a carga da administração fiscal e permite contribuições baseadas na renda atualizada. Disposições para incentivar o investimento em pequenas empresas incluem o Lifetime Capital Gains Exemption (LCGE), que oferece aos investidores uma isenção de até US$ 425.900 sobre os ganhos de capital na venda de ações da pequena empresa. Índia No país, onde a diferença do imposto cobrado sobre uma mesma mercadoria chega a variar em até 20%, dependendo do estado, uma das principais medidas da reforma tributária foi a criação do GST (Goods and Services Tax), que unifica todos os principais impostos sobre bens e serviços, que facilita pagamento e minimiza trâmites ilegais.

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Foto: Marcin Balcerzak

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NO BRASIL, SIMPLIFICAÇÃO DAS TARIFAS, REDUÇÃO DA BUROCRACIA E LINHAS DE CRÉDITO SETORIZADAS SÃO MAIS IMPORTANTES PARA AGILIZAR O EMPREENDEDORISMO DO QUE A REDUÇÃO DAS TAXAS, AFIRMAM ESPECIALISTAS EM TRIBUTAÇÃO

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MEDIDAS PARA FAVORECER O EMPREENDEDORISMO

DIFERENCIAÇÃO sejam as alíquotas de IPI, sejam as linhas de crédito, as taxas devem ser personalizadas de acordo com o tipo de atividade e o tamanho de cada empresa

SIMPLIFICAÇÃO regulamentações complexas, como a brasileira, espantam investidores, que preferem a segurança da clareza de sistemas, como o de Cingapura, (independente de valores)

DIGITALIZAÇÃO embora seja uma transição trabalhosa, transferir o ambiente de negócios para a plataforma digital traz agilidade nos processos burocráticos

ENCARGOS TRABALHISTAS a simplificação das obrigações junto aos empregados também daria fôlego para as empresas que têm na folha salarial o principal componente de custos de valores

AMPLIAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL estender os benefícios do regime a novas atividades, especialmente àquelas de cunho criativo e intelectual, traria novas oportunidades de negócios formais

BENEFÍCIOS pagar imposto fica menos sofrido quando o contribuinte vê retorno em serviços públicos de qualidade

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PLANEJAMENTO empresário que é empreendedor precisa se dedicar a planejar seu crescimento na ponta do lápis, pois não há “receita de bolo” para o sucesso

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CLUSTERS a união de empresários de uma mesma cadeia produtiva fortalece o setor e permite reivindicações com mais credibilidade

EVOLUÇÃO CULTURAL diante da maturidade que já tem o mercado, o empreendedor brasileiro deve abandonar o pensamento colonialista e acreditar no seu potencial de crescer, mesmo diante das adversidades

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QUANTO MAIS ALTO,

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A QUEDA ÍNDICE ARRANHA-CÉU DA BARCLAYS RELACIONA ALTURA DOS EDIFÍCIOS COM GRAVES CRISES ECONÔMICAS

m dos programas preferidos de todos que visitam Nova York é subir o Empire State Building para apreciar a vista da cidade. O que poucos sabem é que ele, um dos maiores ícones da Big Apple, já teve um apelido nada agradável − era chamado Empty (vazio) State Building − e não deu nenhum retorno financeiro aos donos desde sua inauguração, em 1931, até 1950. Motivo? O projeto coincidiu com a Grande Depressão dos Estados Unidos, iniciada em 1929 por causa da quebra da bolsa de valores. Essa história, e a de outros grandes arranha-céus que provocam admiração ao redor do mundo, levaram o economista Andrew Lawrence a criar, em 1999, um curioso índice que relaciona a altura dos prédios a crises financeiras. “Nós pesquisamos até o final do século XIX e concluímos que mesmo voltando tanto no tempo podemos encontrar uma clara relação entre as crises econômicas e a estatura dos edifícios mais altos do mundo”, disse ele em entrevista à revista do Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CBTUH) há dois anos. O índice, criado quando Lawrence trabalhava para o Kleinwort Bason, foi adotado pelo Barclays Capital desde o momento que o economista passou

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a trabalhar no banco de investimentos, e é publicado desde 2012. Atualmente, um projeto megalômano está tirando o sono de investidores que acreditam na tese de Lawrence: a Arábia Saudita está construindo o Kingdom Tower, um prédio com quase um quilômetro de altura, na cidade de Jeddah que, pronto em 2020, deverá superar o Burj Khalifa, em Dubai, como o arranha-céu mais alto do mundo. Esse, aliás, é outro edifício que confirma o índice: foi inaugurado em 2010, durante a crise financeira em que Dubai teve que pedir socorro a um dos vizinhos dos Emirados Árabes Unidos, Abu Dhabi, para evitar a falência do Estado. E mais: como o índice também leva em conta a quantidade de construções e a geografia, a China e a Índia também podem acender a luz vermelha de alerta, já que têm planos de construir centenas de arranha-céus. Conheça os casos mais famosos relacionados no Índice Arranha-Céus.

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SINGER BUILDING - NOVA YORK, EUA

Foto: Sean Pavone

Foto: Patricia Hofmeester

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Com 187 metros de altura e 47 andares, foi construído entre 1902 e 1908. Erguido para ser a sede da fábrica de máquinas de costura Singer, apenas a base, mais robusta, podia ser usada, já que os andares da torre eram tão pequenos que, após a instalação de elevadores e banheiros, não sobrava espaço para escritórios. De qualquer forma, o presidente da companhia, Frederick Bourne, ficou satisfeito: o prédio foi uma ótima ferramenta de marketing e durante um ano, até 1909, manteve o título de mais alto do mundo. Em 1907, apenas um ano antes da inauguração, a Bolsa de Nova York teve queda de quase 50% e espalhou um pânico generalizado pelo país, provocando a falência de muitos bancos e empresas. O Singer Building foi demolido em 1968, junto com o vizinho City Investing, e hoje o espaço abriga o Liberty Plaza.

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METROPOLITAN LIFE INSURANCE COMPANY TOWER - NOVA YORK, EUA Com 50 andares e 213 metros de altura, numa mistura dos estilos gótico e neorrenascentista, o prédio levou 12 anos para ser construído, entre 1893 e 1909. Abrigou a sede da companhia de seguros até 2005, e foi o mais alto do mundo até 1913, quando foi ultrapassado pelo Woolworth Building. Atualmente, abriga o restaurante Eleven Madison Park, três estrelas no guia Michelin e quarto colocado na conceituada lista dos 50 melhores do mundo da revista inglesa Restaurant. Assim como o Singer, foi inaugurado ainda sob os efeitos do pânico que fechou vários bancos dos Estados Unidos, em 1907.

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Foto: Spirit of America

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CHRYSLER BUILDING - NOVA YORK, EUA

Com 77 andares e 319 metros, ainda figura como o terceiro mais alto da cidade, sétimo do país e 44º do mundo, além de ser até hoje a mais alta estrutura de tijolos do planeta. Localizado na Lexington Avenue, pertinho da estação Grand Central, foi erguido em apenas dois anos, entre 1928 e 1930, exatamente em torno da Grande Depressão de 1929, para sediar a montadora americana Chrysler. Hoje, o Chrysler Building é uma presença marcante no skyline de Manhattan, abriga vários escritórios e é muito visitado por turistas, já que oferece uma vista de 360 graus da cidade.

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Com seus 102 andares e 448 metros de altura, um dos mais famosos edifícios de todos os tempos é programa obrigatório para os turistas que visitam a cidade e já apareceu numa infinidade de filmes, de King-Kong a Taxi Driver, passando por Superman II - A Aventura Continua e O Espetacular Homem-Aranha. Foi erguido entre 1929 e 1931. Para muitos, simbolizou a luta contra a Grande Depressão e mostrou a capacidade de reconstrução americana em um dos períodos mais obscuros de sua história. Hoje, reformado segundo preceitos da sustentabilidade, abriga escritórios de empresas e instituições globais como a Coty, Human Rights Watch, LinkedIn e Shutterstock. Em tempo: antes de fazer uma visita ao observatório, é melhor reservar o ingresso pelo site, pois as filas são sempre imensas.

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Foto: Marc Venema

EMPIRE STATE BUILDING - NOVA YORK, EUA

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WORLD TRADE CENTER - NOVA YORK, EUA

Foto: Ritu Manoj Jethani

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Construído entre 1966 e 1973, com 413 metros e 110 andares, o complexo, que tinha as torres gêmeas como maior chamariz, foi destruído nos ataques de 11 de setembro de 2001. Atualmente, está sendo reconstruído: um dos cinco arranha-céus foi concluído em 2011 e os outros quatro ficarão prontos, segundo previsões, até 2020. Segundo o Índice Arranha-Céu, a inauguração, em 1973, foi realizada em plena crise do petróleo. Os árabes, principais produtores, fizeram um boicote a todos os países que apoiaram os israelenses na guerra do Yom Kippur, em que árabes e judeus disputavam territórios palestinos. Em menos de um ano, o preço do barril passou de 2,50 dólares para 11,50, causando uma grave crise econômica nos EUA. Em 1979, com a Revolução Iraniana, o preço teve um aumento ainda maior, chegando a custar 80 dólares. Antes do ataque às Torres Gêmeas, o complexo abrigava o Hotel Marriott, o Deutsche Bank, e escritórios de empresas como a US Airways, American Airlines, FedEx, Credit Suisse First Boston e órgãos do governo como United States Secret Service e Central Intelligence Agency (CIA).

SEARS TOWER, HOJE WILLIS TOWER - CHICAGO, EUA

Foto: Richard Cavalleri

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Construído entre 1970 e 1973, com 110 andares e 442 metros, o Sears, hoje chamado Willis, é o edifício mais alto da América do Norte desde que foi inaugurado para abrigar os escritórios da Sears Roebuck Company, que tinha 350 mil empregados. Abriu em plena crise do petróleo e sua construção foi financiada por capital externo. As previsões de crescimento otimistas da companhia nunca se efetivaram, fazendo com que tivesse de se mudar do prédio em 1988. Em 2009, o edifício foi rebatizado de Willis Tower, quando o grupo de seguros Willis mudou-se para o local. Hoje é um dos pontos turísticos mais disputados de Chicago: seu Skydeck, totalmente reformado em 2009, atrai número recorde de visitantes com a vista única e privilegiada da cidade.

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PETRONAS TWIN TOWERS - KUALA LUMPUR, MALÁSIA

7 Foto: Migel

Construído entre 1993 e 1997, quando a primeira turma de funcionários da Petronas mudou-se para o local, foi inaugurado oficialmente em 31 de agosto de 1999. Com seus 452 metros, 88 andares e a Skybridge, que liga as duas torres no 41º andar, é um dos cartões-postais de Kuala Lumpur. Mais uma vez, o Índice Arranha-Céu mostrou-se coerente: entre 1997 e 1998, a Ásia viveu uma de suas piores crises, com uma fuga de capitais que obrigou o Fundo Monetário Internacional (FMI) a criar um plano de ajuda para salvar países como a própria Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Coreia do Sul. Hoje abriga, além da companhia petrolífera Petronas, escritórios da Microsoft. Em 1999, o filme Armadilha, com Sean Connery e Catherine Zeta-Jones, teve cenas filmadas na ponte: os astros atravessavam o vão pendurados em cabos de aço.

TAIPEI 101 - TAIPEI, TAIWAN

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8 Foto: Jeffrey Liao

Terceiro lugar na lista dos mais altos do mundo, com 508 metros e 101 andares, foi construído entre 1999 e 2004. A escolha do local, em uma montanha, foi feita segundo orientações do feng shui e o fato de o prédio estar em uma zona sísmica ativa, com risco de terremotos e tufões, obrigou os engenheiros a criar estratégias para garantir a segurança. Graças a uma bola de ferro de 680 toneladas, entre outras medidas, o Taipei 101 pode suportar terremotos de sete graus na escala Richter e ventos de mais de 450 quilômetros por hora. Contudo, o prédio foi criado em plena crise das empresas de internet, que tiveram seu ápice de valorização na bolsa em 2000 e depois despencaram. Algumas conseguiram reerguer-se, como Amazon, AOL e Google, mas outras, como boo.com, Flooz e Kibu, nunca mais conseguiram sair do buraco. Mesmo assim, o edifício firmou-se como um ícone de Taiwan e tem seu momento de maior glória nos Réveillons, quando imagens da queima de fogos de artifício lançados a partir do prédio ganham o mundo. Além da torre, com observatório concorrido, o complexo inclui um shopping center com centenas de lojas de moda, restaurantes e clubes.

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NEW YORK TIMES BUILDING - NOVA YORK, EUA

Foto: Erika Cross

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Com 319 metros e 52 andares, foi construído entre 2003 e 2007. A proprietária, junto com outras empresas americanas, é a The New York Times Company, que publica os jornais The New York Times, The Boston Globe e International Herald Tribune. O prédio, desenhado pelo arquiteto italiano Renzo Piano, ganhador do prêmio Pritzker, tem uma pegada sustentável: é todo coberto por tubos de cerâmica, o que proporciona isolamento térmico sem impedir a entrada de luz. Nem por isso livrou-se de ser associado a prenúncio de crise. Em 2008, os Estados Unidos e o mundo foram abalados pelos problemas econômicos originados no setor imobiliário americano, gerando uma depressão globalizada.

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Foto: Sophie James

BURJ KHALIFA (ANTIGO BURJ DUBAI) - DUBAI, EMIRADOS ÁRABES

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Construído a partir de 2004 e inaugurado em 2010, é o edifício mais alto do mundo atualmente. Tem inacreditáveis 828 metros de altura, 163 andares e abriga o hotel e residências do grupo Armani, o restaurante At.mosphere, no 122º andar, escritórios e um clube. Foi inaugurado em plena crise da outrora pujante Dubai, membro dos Emirados Árabes que fascinava o mundo com seus hotéis luxuosos e construções magnânimas. A crise teve seu momento de maior tensão quando Dubai anunciou que adiaria o pagamento de uma dívida de US$ 59 bilhões de dólares da empresa estatal Dubai World e precisou pedir um empréstimo de US$ 10 bilhões de dólares ao vizinho Abu Dhabi para não entrar em falência. Na época, era triste olhar pelas janelas do edifício: os canteiros de obras, que pouco antes brotavam como sementes em terra fértil, estavam todos paralisados pela falta de investimentos.

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PARA PENSAR GRANDE, MAIOR E MAIOR AINDA O

Foto: Rawpixel

BNDES tem bem definidos quais são os parâmetros para classificar o porte de uma empresa, de micro a grande. E, embora a revista Companhia de Negócios busque elencar, a cada edição, três cases de sucesso de empreendimentos com tamanhos diferentes, desta vez podemos nos sentir em terra de gigantes: além da Vivo, líder absoluta no mercado brasileiro de telefonia móvel, apresentamos a grife de sapatos Carmen Steffens, que a passos largos conquista o mundo, e a rede Instituto Beleza Natural, que do nada - ou melhor, de um sonho muito determinado - tornou-se uma das principais referências da indústria cosmética nacional.

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Foto: Divulgação

CONHEÇA, NAS PÁGINAS A SEGUIR, AS HISTÓRIAS DE CRIATIVIDADE, INOVAÇÃO E SUPERAÇÃO DAS EMPRESAS SELECIONADAS PARA ESTA EDIÇÃO

LEILA VELEZ • SÓCIA-FUNDADORA E CEO

Foto: Divulgação

BELEZA NATURAL

MARIO SPANIOL • PRESIDENTE

Foto: Della Rocca

CARMEN STEFFENS

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PAULO CESAR TEIXEIRA • DIRETOR-GERAL DA TELEFÔNICA BRASIL

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PERSISTÊNCIA ATÉ O ÚLTIMO FIO DE CABELO A partir da determinação de resolver um problema pessoal, foi criado o cosmético revolucionário que deu início à rede Instituto Beleza Natural randes problemas, diz a metáfora, deixam qualquer um de cabelos em pé. No caso de Heloísa Assis, deixou-a, literalmente, quase sem cabelo. E a partir de uma indignação pessoal, ela transformou seu drama em uma espetacular oportunidade de negócio. Na tentativa de tratar a crespa cabeleira sem livrar-se dos estimados cachos, ela fez um sem-número de testes com produtos químicos misturados de forma caseira. “Quase fiquei careca”, conta Zica, como é chamada a cabeleireira que se tornou uma das empresárias de maior sucesso no Brasil. “Mas não me conformava em ter de alisar os cabelos para que ficassem com um aspecto melhor. Por isso, fui estudar para ser cabeleireira, pois conhecendo mais sobre os fios, poderia fazer alguma coisa para melhorar minha autoestima.” Após dez anos de pesquisa, de muitas tentativas e erros, judiando do seu próprio

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cabelo, chegou à fórmula final do “Super Relaxante”, produto que dá vida, brilho e movimento aos cachos sem danificá-los. A fórmula também trouxemuitos lucros ao Instituto Beleza Natural, rede de salões que Zica fundou com a sócia, Leila Velez. “Ele é nosso carro-chefe, e o mais suave do mercado, sem formol. Atendemos 100 mil clientes por mês só para fazer esse tratamento”, afirma ela, que preside a rede.

O público-alvo são mulheres e homens das classes B, C e D, entre 18 a 45 anos, que têm cabelos crespos e ondulados e não desejam alisá-los, e sim deixá-los bonitos naturalmente, com cachos definidos e hidratados. “O mercado não olhava para esse nicho. Cabelo crespo, antigamente, era só alisar, cortar bem curto ou deixar no estilo black power”, afirma Leila. Além do Super-Relaxante, a linha de produtos Beleza Natural, conta com 50 itens diferentes para cuidados domésticos dos cabelos cacheados produzidos com exclusividade na fábrica Cor Brasil Cosméticos, que também abriga um laboratório de pesquisa e desenvolvimento, localizada no bairro carioca do Bonsucesso e criada exclusivamente para atender à demanda da marca. O primeiro salão foi aberto por Zica, no Rio de Janeiro, em 1993. Hoje, a rede, cujo faturamento cresce cerca de 30% ao ano, soma 20 institutos em operação, sendo 12 no Estado do Rio de Janeiro, dois no Espírito Santo, dois na Bahia, três em São Paulo e um em Minas Gerais. Ao todo, o Instituto Beleza Natural conta com mais de 2.300 colaboradores. “Desejamos estar em breve em todas as regiões do País e no futuro, quem sabe, no Exterior. Quero tratar todo e qualquer cabelo cacheado que exista no mundo!”, afirma Leila, com entusiasmo. Parte dessa confiança e ousadia do plano de expansão vem da parceria com a GP Investments, companhia líder em investimentos alternativos na América Latina que recentemente passou a deter 33% das ações do Instituto Beleza Natural. “A GP vai investir R$ 70 milhões no negócio e isso nos permitirá crescer mais rapidamente. A nossa meta é chegar a 120 novas lojas até 2018.”

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PARCEIROS IMPORTANTES Leila conta que esse contato foi possível por fazerem parte da Endeavor, ONG que apoia o empreendedorismo de alto impacto no mundo. Esse apoio foi fundamental em dois quesitos: primeiro, na estruturação do modelo de negócio, que levou os empresários a adotarem lojas menores, que hoje apresentam custos três vezes menores; e na formação de uma importante rede de contatos, entres os quais representantes da GP Investments. “Quando nos organizamos internamente e adquirimos condições para receber um aporte financeiro externo, fomos sondados pelo fundo de investimentos”, lembra a presidente. O Instituto mantém parceria também com o Instituto Biorio e com a Universidade de Brasília (UnB) para pesquisa e desenvolvimento de novos produtos. Recentemente, o Beleza Natural e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INTC), coordenado pela UnB, firmaram uma parceria para buscar novas soluções para o tratamento de cabelos crespos e ondulados. O INTC pesquisará novas tecnologias para criação de produtos e tratamentos. Em março de 2012, Leila Velez viajou para Madri, na Espanha, onde apresentou o case de sucesso da marca para cerca de 400 alunos da turma de MBA da IE Business School. Os estudantes participaram de uma série de apresentações, oficinas interativas, trabalhos em grupo e, dentro do modelo do design do pensamento (design thinking), desenvolveram soluções e serviços para o seguinte desafio: “como crescer sem perder a identidade e a essência da relação cliente-empresa?” Já em maio, professores da escola de negócios da Universidade de Columbia vieram pela primeira vez ao Brasil, para

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conhecer algumas empresas brasileiras, dentre elas o Beleza Natural. Desta parceria nasceu o modelo BN Ideal, a partir de um estudo de caso dos alunos que concluiu que o modelo de expansão da empresa deveria ser feito com lojas menores, mais compactas e eficientes. Contudo, nos primórdios da empresa, havia outros tipos de parceria – mais informais, mas não menos importantes. Jair Conde, marido de Zica, era aposentado de uma grande empresa e tinha um Fusca usado como táxi para complementar a renda da família. Ele não ajudou na pesquisa da fórmula nem testou os produtos, mas teve um papel fundamental: foi o primeiro investidor do Beleza Natural, pois a empresa começou a partir da venda do seu Fusca. De outro lado, Rogério Assis, marido de Leila, trouxe para sociedade a sua experiência administrativa como gerente de uma filial da rede McDonald’s. Nas lojas de fast-food, ele desenvolveu funções de controles administrativo, financeiro e coordenação da equipe, adquiriu

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conhecimento de processos de controle, desenvolveu preocupação com a qualidade do atendimento e limpeza, padronização de serviços e sistema de trabalho em linha de produção, que mais tarde foram adaptados para a realidade do Beleza Natural. Hoje, formado em administração pela Escola Superior de Propaganda e Marketing, Rogério desempenha a função de vice-presidente com foco na área financeira da empresa. A dupla feminina, porém, é que lidera os negócios até hoje. E colhe os frutos em forma de prêmios. Leila, que se formou em administração com foco em marketing pela ESPM, e concluiu MBA executivo pela Coppead-RJ, além de ter participado de cursos de especialização na Harvard Business School e na Fundação Getúlio Vargas, hoje assume também a posição de palestrante para ensinar sobre empreendedorismo em inúmeros Estados brasileiros, além de Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Inglaterra e Índia. Leila foi uma das vencedoras do prêmio Empreendedores do Novo Brasil, realizado pela revista Você S.A. em

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parceria com a ONG Endeavor em 2005. Recentemente foi premiada como Mulher Empreendedora do Ano (Female Entrepreneur of the Year) no evento EndeavorSummit, em San Franscisco, onde disputou com empreendedoras do mundo todo. Recentemente, Zica foi eleita uma das “Dez Mulheres de Negócios Mais Poderosas do Brasil” pela revista Forbes, além de ter sido escolhida “Empreendedora do Ano” pelo jornal O Estado de S. Paulo. “Houve muito estudo, mas temos também um dom natural de superar desafios, coisa que não faltou na nossa história. Na verdade, tudo é complicado para o pequeno empreendedor. Para nós, abrir uma conta no banco era difícil, quem diria conseguir financiamento. Fornecedores também diziam que nossa ideia não interessava. Não tínhamos capital para fazer um salão grande ou para decorá-lo como gostaríamos, não tínhamos crédito em bancos ou financeiras, não tínhamos verba para publicidade, mas isso não nos impediu de prosperar”, diz Leila.

VENDA DE 33% DAS AÇÃO AO GP INVESTIMENTS TROUXE R$ 70 MILHÕES PARA EXPANDIR O NEGÓCIO, COM META DE INAUGURAR 120 NOVAS LOJAS ATÉ 2018

BELEZA NATURAL EM NÚMEROS Inauguração: 1993 Colaboradores: 2.300 Clientes por mês: 100 mil Unidades: 20 Faturamento: em torno de R$ 140 milhões por ano

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A PASSOS LARGOS, DE

SALTO ALTO

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glamouroso desfile no tapete vermelho, que tradicionalmente antecede o festival de cinema de Cannes, é sempre um show à parte assistido com interesse especial pelos empresários do mundo fashion: uma peça usada por uma celebridade que por ali passa pode tornar-se um hit, ou, no mínimo, alavancar a publicidade da marca. É o caso da grife brasileira Carmen Steffens, especializada em sapatos, que foi usada pelas atrizes “globais” Nathalia Dill e Fernanda Machado na edição deste ano em maio. Elas acompanharam Mario Spaniol, presidente da marca criada há 20 anos na cidade de Franca (SP), que aproveitou a ocasião para inaugurar mais uma loja na França, ali mesmo, na cidade do festival.

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Para ele, o mercado francês é uma verdadeira obsessão, justificada pela importância que o país tem para a moda mundial. A marca já tem unidades nas cidades de Aix en Provence, Marselle e Nice. “Para ser reconhecido nesse segmento, é preciso estar lá, na meca da moda, onde nasceram mais da metade das marcas premium do mundo”, disse. Tanto que, como parte da estratégia de expansão, a empresa já assinou contrato de locação em plena avenida Champs-Elysées, em Paris. A rede já conta com cerca de 270 lojas no Brasil e mais de 30 no Exterior. Isto é, até o fechamento dessa edição, pois a velocidade da expansão é tão acelerada que é difícil

Foto: Alban Pichon

Especializada em sapatos femininos, a marca paulista Carmen Steffens se prepara para ter franquias em todos os continentes

acompanhar. A influência da cultura francesa em países como Jordânia e Tunísia favoreceu a abertura de negócios também nesses dois territórios. E, apesar de serem os Estados Unidos o outro mercado, além da França, onde a Carmen Steffens quer fincar seus saltos – com abertura de loja programada nas cidades de Las Vegas e Miami, para serem somadas às de Orlando

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e Hollywood – a marca está espalhada pelos continentes, com unidades em Portugal e Espanha, Chile e Bolívia, Angola e África do Sul, Emirados Árabes e Austrália, para citar alguns. Spaniol afirma que, até 2015, a meta é ter 350 em território brasileiro e 50 fora do País. “Queremos ter 500 lojas até 2015 e estar em 40 países até 2020”, afirmou. Desse planejamento fazem

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parte mercados asiáticos, como Hong Kong, Cingapura e Seul. Além disso, há as lojas licenciadas: “São negócios modelados para cidades de pequeno porte, com até 70 mil habitantes. Já temos 500 desses pontos de venda licenciados e devemos ter outros 200 ainda este ano”, diz. “Nesse ritmo, a média de crescimento do faturamento da marca é de 43% ao ano.”

UMA DAS MAIS RECENTES INAUGURAÇÕES ACONTECEU EM CANNES (FOTO). NOS PLANOS ESTÁ A ABERTURA DA LOJA EM PARIS, QUE JÁ TEM LOCAÇÃO GARANTIDA NA AVENIDA CHAMPS-ELYSÉES

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A TODO VAPOR No mix de produtos ainda predominam os sapatos femininos, que respondem por 80% da produção. Recentemente, foram também lançadas as coleções masculina e a infantil – que é moda de gente grande em numeração de criança. Mas, na fábrica de Franca, além dos 8,5 mil pares de sapatos produzidos diariamente são feitas quase três mil bolsas e 600 pulseiras, além de outros acessórios. A matéria-prima principal é o couro vindo do curtume que Spaniol possui desde antes da lançar a Carmen Steffens. A Couro Química, criada em 1983, firmou-se como fornecedora de grandes marcas internacionais, de Timberland a Hugo Boss, e até marcas automotivas como a Hyundai, o que dava ao proprietário um grande orgulho, mas também uma certa frustração, por não ultrapassar o limite dos “bastidores”. Tendo coleção de marca própria, seu nome também ganhou projeção. E as letras CS pregadas às peças acrescentaram uma grande dose de satisfação ao ver cenas como o flagra de Madonna usando um produto com sua insígnia. Outras estrelas internacionais que estão entre suas clientes são a cantora Mariah Carrey e as atrizes Rebecca Romijn (a Mística, dos filmes X-Men) e Nikki Reed (do elenco da saga Crepúsculo). O designer francês Christian Louboutin também teve sua contribuição para elevar o ibope da marca brasileira, por vias menos amigáveis. Mas não importa. Afinal, não é qualquer um que recebe uma correspondência desse mestre dos sapatos. Ele, que se julga no direito exclusivo de usar as solas vermelhas e até lutou pela patente desse elemento, mandou recado a Spaniol para dizer que não aprovava as solas coloridas da coleção Carmen Steffens. “O embate de Louboutin foi parar nos tribunais de Nova York. Mas nós já usávamos solas coloridas pelo menos três anos antes de ele pedir o patenteamento”, afirmou o presidente da CS. O objetivo nunca foi mesmo agradar a todos. O próprio Spaniol afirma que um dos fatores do seu sucesso é o foco em segmento específico. Tento manter à frente do desenvolvimento criativo a mesma estilista, Monalisa Spaniol, há 18 anos. O objetivo é conquistar e fidelizar mulheres das classes A e B, atraídas por uma equação que combina material de alta qualidade, design arrojado e preço condizente com o bolso do cliente – nem tão caro quanto marcas de luxo, nem tão barato quanto produtos populares. O resto é consequência. Incluindo a marca Raphael Steffens, dedicada ao público masculino, e a Maison CS, grupo de lojas em que roupas são a especialidade. “Uma coisa levou a outra. O próprio processo de

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expansão nos levou ao encontro da confecção de roupas. Uma vez, para fazer negócios com a Argentina, por exemplo, tínhamos de lidar com entraves de exportação, que eram mais facilmente resolvidos se importássemos alguns produtos argentinos”, explica o gerente de franquias Fábio Vinícius Tornich. “Nesses trâmites, trouxemos, entre outras peças, muitas jaquetas de couro.” Foi um gancho para expandir o mix de produtos. FRANQUIA MODELO Outro fator decisivo a expansão foi adotar o sistema de franquias. De acordo com Fábio, esse compartilhamento de responsabilidades tem sido muito eficiente, e também vantajoso para os franqueados. “Recebemos cerca

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Foto: Divulgação Foto: Alban Pichon

de dez interessados por semana”, afirma. A sucessão de prêmios de Excelência em Franchising por seis anos consecutivos, concedidos pela Associação Brasileira de Franquia (ABF) também é prova de que o modelo é exemplar. Ao mesmo tempo que existe um grande interesse em lojas flagships no Exterior, a empresa mantém um olho atento às cidades interioranas do Brasil. Isso porque, conforme explica o gerente de franquias, enquanto uma unidade em uma grande capital como São Paulo exige cerca de um milhão de reais em investimento, no interior esse valor cai para 700 mil reais. “Em São Paulo temos que lidar com altos custos, um cotidiano apressado e cerca de 40 marcas concorrentes”, diz. “No interior, tudo é mais barato, principalmente a locação do metro quadrado para instalar a unidade, e as pessoas têm um estilo de vida mais tranquilo, mas, ao mesmo tempo, dão muita importância para marcas.”

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MARIO SPANIOL, ENTRE FERNANDA MACHADO (À DIR.), MONALISA SPANIOL (À ESQ.) E NATHALIA DILL, COMEMORA MAIS UMA LOJA EM SOLO FRANCÊS. ACIMA, A UNIDADE DE HOLLYWOOD

CARMEN STEFFENS EM NÚMEROS Fundação: 1993 Lojas: 270 no Brasil e mais de 30 no Exterior Meta até 2020: estar presente em 40 países Produção: 8,5 mil pares de sapatos por dia, além bolsas e acessórios Funcionários na fábrica principal: cerca de 2.200 Faturamento médio por loja franqueada: R$ 150 mil

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LIDERANÇA

DE LONGA VIDA

Mesmo quase 15 anos depois do processo de privatização das telecomunicações no Brasil, a Vivo ainda se destaca como líder de um segmento que parece não ter limite para crescer Brasil já é um dos países com mais celulares per capita do mundo. Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Brasil terminou 2013 com 271.099.799 linhas ativas na telefonia móvel, o que significa mais de um celular por habitante, já que a população brasileira hoje é de pouco mais de 200 milhões de pessoas. E esse mercado ainda tem muito a expandir: afinal, não param de crescer nem o avanço tecnológico nem a necessidade de comunicação indispensável na vida moderna.

E nesse cenário, a Vivo, marca comercial da Telefónica no Brasil, ostenta a liderança do mercado de telecomunicações e internet brasileiro. Além disso, o desempenho no Brasil corresponde a 22% do faturamento global do grupo, apenas um ponto percentual abaixo do resultado na Espanha.

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Atualmente, a empresa ocupa a primeira posição no setor de telefonia móvel, com 28,6% de participação, seguida por TIM (27,04%), Claro (25,28%) e Oi (18,47%). Somada à liderança de market share está a maior cobertura, com presença em 3,7 mil cidades. No caso da internet, a Vivo busca consolidar sua liderança oferecendo tecnologias 3G e 3GPlus em 3,1 mil cidades – o dobro de municípios em relação ao segundo colocado. Esse resultado é, em parte, consequência dos constantes investimentos da companhia, que, no primeiro trimestre de 2014, atingiram R$ 1 bilhão, montan-

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Foto: Mauro Samagaio

comparada à base do quarto trimestre de 2013. “A cada dia, a Telefônica Brasil provê mais e melhor conectividade, à qual vem agregando valor por meio da oferta de serviços do mundo digital”, analisa Antonio Carlos Valente, presidente da companhia.

te 41,4% superior ao primeiro trimestre de 2013, focados principalmente nos segmentos que incluem a capacidade de tráfego de dados, inclusive pela nova rede 4G – cuja participação de mercado da Vivo ficou em 41,3% ao final do trimestre de 2014, fazendo-se presente em 75 cidades brasileiras, atendendo um total de 58 milhões de pessoas –, visando a manutenção de um alto padrão de qualidade. Também está em progresso a ampliação da fibra óptica até a casa do cliente (FTTH), que ao final do trimestre já estava disponível para 2,3 milhões de residências da capital paulista e outros 27 municípios do Estado de São Paulo, sendo que a base de clientes nessa tecnologia atingiu 236 mil acessos, numa evolução de 15,6%

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BONS RESULTADOS Além de contentar os clientes, a Vivo precisa corresponder às expectativas dos analistas de mercado financeiro, que compram, vendem e investem em suas ações. E nesse lado, a companhia também tem demonstrado bons resultados. O balanço financeiro divulgado em maio, relativo ao primeiro trimestre de 2014, aponta que a empresa atingiu 93,9 milhões de acessos, dos quais 78,5 milhões no negócio móvel, consolidando sua liderança no segmento. Mas o sucesso da empresa deve-se também ao bom desenvolvimento no mercado de telefonia fixa, em que registrou um total de 15,4 milhões de acessos ao final do primeiro trimestre do ano, número 3,5% superior ao do mesmo período de 2013. Todas as modalidades de serviços – voz, banda larga e TV – contribuíram para impulsionar o crescimento do segmento. Dessa forma, houve um incremento anual nos acessos de voz fixa da ordem de 2,6%, totalizando 10,8 milhões em março. No segmento corporativo, o aumento de acessos foi de 3,2% no ano. Já no residencial, foi verificado crescimento de vendas de soluções fixed wireless com expansão para novas cidades fora do Estado de São Paulo. Ao final do primeiro trimestre, a base desse produto atingiu 653 mil acessos, um crescimento de 34,9% no comparativo trimestral. Um de seus mais novos serviços, a TV por assinatura, apresentou crescimento de 14,7% na comparação anual, chegando a 645 mil assinantes no fechamento do trimestre. O balanço mostra que a receita operacional líquida atingiu o valor de R$ 8,6 bilhões, 0,7% superior ao montante apurado em igual período de 2013. O lucro líquido somou R$ 660,8 milhões, no período. “A empresa vem apresentando uma forte atuação comercial, que foi intensificada neste primeiro trimestre, sem perder de vista o controle de custos”, afirma Paulo Cesar Teixeira, diretor-geral da Telefônica Brasil. Os custos operacionais somaram R$ 6,04 bilhões neste primeiro trimestre, um crescimento de 4,2% no comparativo ante o mesmo período do ano passado. “Cada vez mais estaremos conectados e a Telefônica Brasil estará ajudando as pessoas e as empresas a evoluir e desfrutar o melhor da tecnologia”, completou o executivo.

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Foto: Della Rocca

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A DEMANDA POR DADOS FEZ A COMPANHIA SE TRANSFORMAR NUMA TELCO DIGITAL, COM MAIS DE 70 SERVIÇOS DIGITAIS, QUE GERARAM RECEITAS DE MAIS DE R$ 1,1 BILHÃO EM 2013. ENTRE ELES HÁ SERVIÇOS VOLTADOS PARA A EDUCAÇÃO, COMO A NUVEM DE LIVROS E O KANTOO, TIPO DE CURSO DE IDIOMAS

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FÔLEGO PARA ATRAVESSAR GERAÇÕES Apesar de hoje o celular e os telefones fixos serem algo bastante acessível à população, antes do processo de privatização, em julho de 1998, conseguir uma linha telefônica era um processo longo e caro. Muitas vezes, a linha era tida como “herança” da família e o dinheiro gasto para sua aquisição era, inclusive, declarado no Imposto de Renda. Para adquirir uma linha, era necessário entrar em uma lista de espera de dois a cinco anos, pagando antecipadamente quase R$ 1,2 mil. Na época, o Estado de São Paulo tinha 13 milhões de pessoas que esperavam por uma linha telefônica. No mercado paralelo, o acesso a um terminal em bairros nobres da capital chegou a valer US$ 5 mil. O proprietário de um telefone na época, ao adquirir uma linha, pagava um valor que era revertido em ações. O mercado paralelo dominava a compra e a venda de linhas, que eram comumente usadas para investimento ou locação. O processo de privatização das operadoras do Sistema Telebrás aconteceu por meio de 12 leilões na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, em 29 de julho de 1998, e configurou a maior operação de privatização de um bloco de controle já realizada no mundo. A empresa Telecomunicações de São Paulo (Telesp) foi arrematada pela Telefônica Espanha, que viria a criar a Vivo em 2003,

como resultado de uma joint-venture (associação) com a Portugal Telecom, de 50% de participação para cada uma. Desde então, a marca já ocupava a liderança do mercado de telefonia móvel, pois reunia grandes praças de serviços. Em São Paulo, por exemplo, a empresa era responsável pelas operações da Telesp Celular. Além disso, a companhia já detinha importantes mercados em outros Estados, como Tele Sudeste Celular (Bahia e Sergipe), Global Telecom (Paraná), CRT Celular (Rio Grande do Sul), Tele Leste Celular (Rio de Janeiro e Espírito Santo), NBT (alguns Estados do Norte) e TCO (Estados do Centro-Oeste). Na época do leilão, os esforços para universalizar a telefonia fixa concentravam praticamente todas as iniciativas da empresa. Ao final de 1999, o número de linhas instaladas era de dois milhões – 680 mil a mais do que determinava a Anatel até aquela

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Foto: Della Rocca

data. Em 2001, a universalização foi completada no Estado de São Paulo e o número de linhas – que era de seis milhões antes da privatização – dobrou, passando para 12 milhões. Paralelamente, a Telefônica já vislumbrava a importância que a internet assumiria nos anos seguintes. Foi por isso que, em dezembro de 1999, lançou o Speedy, primeiro serviço de banda larga do mercado brasileiro, que chegava ao País ao mesmo tempo que era lançado na Europa. Pouco mais de dois anos após o lançamento, o Speedy já contabilizava 282 mil usuários, com taxas anuais de crescimento próximas a 50%, um indicativo de que, num futuro próximo, a conexão à internet se transformaria no maior negócio da companhia. A ascensão da banda larga transcorreu em ritmo acelerado quando, em abril de 2003, foi anunciada a criação da Vivo: além do serviço fixo em São Paulo, com 12 milhões de linhas em serviço e 350 mil clientes do Speedy, a Telefónica detinha participação na maior operação de telefonia móvel do Brasil, com 17 milhões de usuários. Nos anos seguintes, a Telefónica assumiria o controle da TVA (operadora de TV por assinatura), para a oferta do triple play aos seus clientes. Quase sete anos depois, no início de 2010, nasceu a maior operadora de telefonia e internet do Brasil, com mais de 85 milhões de acessos, entre serviços de voz e conexão

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fixos e móveis. Após todas as autorizações dos órgãos responsáveis, em maio de 2011, foi anunciada a nova estrutura de comando, e a empresa passou a se chamar Telefônica Brasil. A partir daí, começaram as buscas de sinergias e o processo de integração, que tiveram como destaque, em abril de 2012, a adoção da marca Vivo para todos os produtos e serviços fixos da Telefónica. A opção pela marca comercial Vivo seguiu a estratégia global do grupo, que utiliza outras marcas comerciais para seus produtos e serviços nos 24 países onde atua: MoviStar (América Latina e Espanha) e O2 (Europa, exceto Espanha). Agora, o aumento da demanda por dados está norteando os próximos passos da companhia, que decidiu, em âmbito mundial, se transformar numa telco digital. O portfólio da empresa reúne mais de 70 serviços digitais complementares que agregam valor e que geraram receitas líquidas de R$ 1,1 bilhão em 2013, desempenho 29,4% superior ao registrado no ano anterior. Na gama de opções, destacam-se os serviços voltados para a educação, que já têm mais de sete milhões de usuários ativos, entre os quais a Nuvem de Livros, serviço por assinatura que dá acesso a uma biblioteca on-line com mais de 11 mil títulos, e o Kantoo, um tipo de curso que ensina palavras e frases em inglês, francês, espanhol e italiano via celular. Sinais de que a marca está preparada para atravessar, sem crise, mais uma revolução tecnológica.

VIVO EM NÚMEROS Privatização: 1998 Market share em telefonia móvel: 28,7% Cobertura: 3,7 mil cidades Lucro (EBITDA) no 1º trimestre de 2014: 2,6 bilhões

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DE OLHO NELES

cultura

DE BARALHO A EXÉRCITO, HISTÓRIAS DE ESTRATÉGIA, EMPREENDEDORISMO E INOVAÇÃO PARA PARA INSPIRAR GESTORES A ALAVANCAR SEUS NEGÓCIOS

DANDO AS CARTAS NOS NEGÓCIOS - O SUCESSO COM OS ENSINAMENTOS DO PÔQUER eo Bello é médico, mas ganhou fama mundial como jogador profissional de pôquer. Tendo participado de alguns dos principais torneios mundiais, inclusive na cidade de Las Vegas, também despontou como empresário ao fundar a Nutzz, empresa que organiza o Circuito Paulista e o BSOP (Brazilian Series of Poker). Autor de dois livros sobre pôquer, ele acaba de lançar o seu terceiro título, em que aponta as similaridades entre o mundo das mesas de escritório e o das mesas de feltro. O livro, com tom filosófico, revela como o autor aplicou ao ambiente profissional tudo o que aprendeu sobre relações humanas, blefes e planejamento enquanto jogava cartas – conhecimentos que utilizou para subir em suas carreiras. (editora Best Seller)

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FORD - O HOMEM QUE TRANSFORMOU O CONSUMO E INVENTOU A ERA MODERNA uito se sabe sobre a montadora Ford e seus primórdios, mas ainda pouco se sabia como tudo começou. Nascido em um mundo movido a vapor, Henry Ford, um jovem fazendeiro, juntou trabalho duro, imaginação e suas habilidades inatas de mecânico, transformando a indústria no início do século XX e tornando-se um ícone com suas invenções e adaptações que marcaram o mundo moderno. Enquanto alguns ainda encaravam o automóvel como uma máquina inútil e sem aplicação prática, Ford construiu o primeiro em sua casa, com 28 mil dólares, fundando a Ford Motor Company em 1903. Na narrativa de Richard Snow, a ascensão de Ford sai do mito, investiga o homem e também as consequências de seus inventos, e apresenta uma abordagem inteiramente nova para a biografia desse personagem que marcou uma era. (editora Saraiva)

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O DESAFIO DA INOVAÇÃO econhecidos como os principais pesquisadores e professores da inovação no âmbito mundial, os autores Vijay Govindarajan e Chris Trimble trazem nesse livro as conclusões de mais de uma década de pesquisas relacionadas ao tema inovação. Todas as empresas, das pequenas às multinacionais, precisam inovar para sobreviver. Mas essa é uma iniciativa que muitas vezes falha na fase da ideia, porque as empresas estão focadas cegamente no desempenho eficiente e não são capazes ou não estão dispostas a destinar recursos às novas ideias. Nessa obra, é possível encontrar uma luz para iluminar todo o caminho desse processo. (editora Elsevier)

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1501 MANEIRAS DE PREMIAR SEUS COLABORADORES dição atualizada e ampliada – em praticamente 50% – do sucesso 1001 Maneiras de Premiar Seus Colaboradores, obra que vendeu mais de um milhão e meio de exemplares em todo o mundo, o título tornou-se referência por mostrar que o que motiva uma pessoa a ter um desempenho brilhante não é tanto um aumento de salário nem uma promoção, mas certos gestos inesperados no dia a dia que demonstram o reconhecimento verdadeiro por um trabalho bem-feito. Citando práticas adotadas por organizações de diferentes áreas, além de estudos de caso, Bob Nelson apresenta dicas de como dizer aquele “obrigado” de um jeito especial, seja em forma de elogio, folgas, permissão para chegar tarde ou vestir roupas informais, enviar de flores, organizar jogos e concursos e conceder benefícios e privilégios. (editora Sextante / GMT)

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PONTA DA LANÇA - INTANGÍVEIS EM EQUIPES DE ALTO DESEMPENHO om um tom de ineditismo por tratar a gestão empresarial sob a luz de importantes lições da gestão de equipes de forças especiais, a obra explora a origem da disciplina organizacional. Contextos de alto risco e incerteza, aspectos intangíveis como lealdade, confiança e liderança assumem importância central para a exímia execução e o sucesso das operações, entre outros elementos, e levam a questionar se o mundo empresarial de hoje não estaria em busca desses “elos perdidos” que conferem sentido e significado para a ação coletiva. Uma leitura para refletir sobre dilemas na vida corporativa. (editora Elsevier – Campus)

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PREVID VIDA VIDR AUTOM TRANQUIL RESIDENCIAL RE RESIDE DEDETIZAÇÃOPESSOAS ORIENTAÇÃO SAÚDEVIDA PREV RESIDEN SAÚDE RECICLAGEM VIDA EM GRU CHAVEIRO IMOBILIÁRIO VID SAÚDE VIDRACEIRO SAÚDE VIDA RPI AMBIENTAL PREVIDÊNCIA PREVIDÊNCIA VIDA AUTO PESSOAS IMOBILIÁR VID RESID VIDA AUTOMÓ PESSOAS DESCARTE INTELIGENTECHAVEIRO RECICLAGEM PREVI

RESIDEN CELULAR PESSOAS IMOBILIÁRIO SEGURANÇA TRANQUILIDADE SUSTENTÁVEL DESCARTE INTELIGENTE PR FUNERAL BENEFICIÁRIOS AERONÁUTICO PREVIDÊNCIA FUTURO ELETRICISTAVIDRACEIROCHAVEIRO CAPITALIZAÇÃO PROTEÇÃOVIDA IMO ACIDENTES PESSOAIS HIDRÁULICO VIDRACEIRO VIGIA FUTURO SEGUROS DEDETIZAÇÃO RECICLAGEM TRANQUILIDADE PROTEÇÃO VIDAMOTO VOCÊ MUTIFLEX SEGURANÇABENEFICIÁRIOS CAMINHÃO SEGUROS AUTOMÓV TRANQUILIDADE IM FUTURO FUTURO PREVIDÊ MULHER SEGURANÇAVIDAVOCÊ AUTOMÓVEL FAMÍLIA SUSTENTÁVEL

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Empreender

Por Flavia Bravo, com colaboração de Maria Clara Mancilha e Thais Ritli

ESTÁ CADA VEZ MAIS FÁCIL EMPREENDER

É HORA DE QUESTIONAR

Imagens: Reprodução

É realmente preciso ter uma ideia genial para se iniciar um negócio de sucesso? O mundo do empreendedorismo está cheio de inovações fantásticas, mas a carreira de um empresário não está fadada ao fracasso caso ele não seja um revolucionário. Para fazer uma nova empresa dar certo é preciso, acima de tudo, de competência e esforço. A ideia por si só pouco vale sem uma execução bem-sucedida.

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Desde que apareceu no mundo dos negócios, a internet vem auxiliando os mais diversos processos. Atualmente, o empreendedor pode contar com a ajuda de ferramentas on-line para facilitar o seu trabalho. Bons exemplos disso são a Endeavor, que oferece material e promove conexão entre seus usuários, a 99designs, que realiza concursos para trabalhos de design e criação de identidades visuais, a VideoPixie, que faz um trabalho semelhante para edição de vídeos, a Business Model Generation, que te ajuda a montar um modelo de negócios, a Survey Monkey, que facilita a aplicação de pesquisas de mercado, e a Zendesk, que auxilia o atendimento ao cliente. Projetos parecidos estão por todos os lados, é preciso se manter atualizado.

EMPREENDEDORISMO FEMININO PELO MUNDO Apesar do crescente acesso das mulheres ao mercado de trabalho nas últimas décadas, ainda é possível encontrar países onde os obstáculos impostos ao sexo feminino podem dificultar a abertura de uma empresa própria. Para avaliar o ambiente de negócios em 30 países, a Dell realizou uma pesquisa que identificou os melhores e piores lugares do mundo para mulheres empreendedoras. Os EUA e a Austrália aparecem no topo da lista, enquanto a Índia recebeu a pior avaliação. O Brasil, que ainda tem muito o que melhorar, está em 20º.

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APRENDENDO COM O CINEMA

Podemos encontrar lições valiosas sobre o empreendedorismo nas telonas. No filme Wall Street – Poder e Cobiça vemos como é importante enfrentar riscos para alcançar o sucesso. Já em Quem Quer Ser Um Milionário temos um grande exemplo de busca por força interior. Outros títulos que merecem atenção são A Rede Social, À Procura da Felicidade, Piratas da Informática, Jerry Maguire – A Grande Virada, Tucker – Um Homem e Um Sonho, O Segredo do Meu Sucesso e O Poderoso Chefão. Bom filme!

ESTÁ NA HORA DE EXPANDIR?

Por um mundo melhor

Em tempos onde a conscientização ambiental e social são amplamente difundidas, vemos uma proliferação de empreendedores que pautam sua estratégia em valores que vão além do lucro. A americana Tom’s, especializada em alpargatas, trabalha com o lema “One for One” (um por um): para cada alpargata vendida, uma é distribuída a uma criança com necessidades. Outro exemplo é o Banco Itaú, que distribui o aluguel de bicicletas pelas ruas de diferentes cidades do Brasil, incentivando o uso de um meio de transporte não poluente. A fábrica de tintas Coral também criou o projeto social “Tudo de cor para você”, que põe em prática a missão da empresa e leva cor para a vida das pessoas, pintando milhares de casas pelo País. O conceito de empreendedorismo social já foi estabelecido no mundo dos negócios, mostrando que é possível conciliar a lucratividade com ações que incentivem o desenvolvimento social e a preservação do meio ambiente.

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Depois de estabelecer um negócio de sucesso todo empresário se depara com um dilema: devo expandir? Abrir uma nova unidade pode ser uma ótima maneira de conquistar novos públicos e perfis de consumidores, mas é importante ter cautela e saber se planejar. Para seguir adiante é preciso analisar se o fluxo de caixa é suficiente, se o ramo de mercado está em crescimento, se existe um funcionário de confiança para administrar um segundo ponto e se este ponto tem uma carência em relação ao seu produto ou serviço. Este é um grande desafio que exige competência do empreendedor e de sua equipe.

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GLOBALMENTE FALANDO 142 143

Por Marcio Moraes

GOVERNO, EMPRESÁRIOS E ECONOMIA

Em função do quadro político num ano eleitoral, seria muito melhor que o governo, através da base aliada, estabelecesse uma boa relação com os empresários. Contrariamente a este viés, as empresas estão perdendo uma linha tênue que ainda mantêm com a liderança e que, provavelmente, não vai durar muito. Todos adoravam o presidente Lula dizendo: consumam, comprem, o governo dá o crédito. E assim sucessivamente. Renda gerada, emprego garantido, indústria a pleno vapor e por aí vai. Só que agora a "ordem" é parar de consumir, crédito totalmente restrito e falta de estímulo aos setores produtivos. Mesmo com o eterno otimismo do brasileiro, vivemos num momento de freio puxado. Não fosse a "ousadia" de alguns empresários, estaríamos, acreditem, numa bolha de "quebradeira"!!!

OS AMERICANOS DERAM O EXEMPLO Mergulhados na maior crise econômica dos Estados Unidos, os americanos, o setor privado e o governo souberam, de maneira magistral, superar o pior momento do país desde a quebra da bolsa de 1929. O governo tirou da própria carteira alguns bilhões e emprestou esse dinheiro às montadoras e a alguns outros setores. Passado algum tempo, tudo foi devolvido, a economia voltou a crescer e o empresariado agradece. Essa fórmula, por mais simples que possa parecer, é pouco praticada. Vide o caso da Europa, onde a mesma crise, até hoje, deixou todo mundo na mão. De novo, ou o governo abre mão, flexibiliza e ajuda de verdade, ou o país fica, literalmente, afundado. E olha que mexer numa economia do tamanho da dos Estados Unidos não é tarefa fácil.

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CONTROLE DE ENTRADA REALMENTE NÃO ENTENDO A NECESSIDADE DE TANTA BUROCRACIA NO RETORNO AO BRASIL. AS IMENSAS FILAS QUE SE FORMAM NOS AEROPORTOS, PRINCIPALMENTE GUARULHOS E GALEÃO, PODERIAM SER BEM REDUZIDAS. BASTAVA MOSTRAR O DOCUMENTO DE IDENTIDADE E PRONTO. ATÉ PORQUE NINGUÉM CONFERE O TRABALHO DAS PESSOAS QUE PEDEM O SEU PASSAPORTE E/OU IDENTIDADE DEPOIS DESSE CONSTRANGEDOR PROCESSO DE RETORNO. O MAIS IMPORTANTE É A SAÍDA DO PAÍS, ONDE TODOS JÁ ENFRENTAM LONGAS FILAS EM AEROPORTOS JURÁSSICOS. EM QUE ISSO AJUDA O BRASIL? BEM, AS ESTRADAS, MELHOR NEM COMENTAR.

CARRO ELÉTRICO: NOSSO ATRASO Por razões das mais diversas e inexplicáveis, os carros elétricos não rodam por aqui. Claro, aí vêm interesses dos usineiros, frotistas, donos de postos, etc. Mas alguém pode me responder a razão pela qual o carro elétrico ou híbrido é tão caro por aqui? Se somente os táxis fossem, obrigatoriamente, híbridos, já teríamos um ar muito melhor. Um país que mantém distância dessa tendência corre o risco de ficar fora do mapa da sustentabilidade estabelecido pelo Banco Mundial, inclusive com a perda do direito de contratar empréstimo. Além do que, a nossa infra está totalmente saturada.

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Paulo Skaf, Flavia Bravo e Marcio Moraes

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Foto: Divulgação

Marcio Moraes, Paulo Skaf, Daniel Al Makul, Amilcare Dallevo e Emerson Fittipaldi

NOVOS MOTIVOS PARA COMEMORAR

A SEXTA EDIÇÃO DA NOSSA REVISTA FOI CELEBRADA JUNTO AO DESTAQUE DA CAPA, O PRESIDENTE DA FIESP, PAULO SKAF

Foto: Divulgação

O lançamento da edição número 6 da revista Companhia de Negócios aconteceu durante um encontro intimista, que reuniu um petit comité para almoçar em São Paulo. Entre as personalidades, Paulo Skaf que estampou a capa da publicação. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), em pessoa, prestigiou o evento, ao lado de Marcio Moraes, CEO do Grupo Companhia, e de Flavia Bravo, vice-presidente da empresa e publisher da revista.

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“É uma publicação que tem apenas dois anos, mas tem uma qualidade de informação muito alta. Não poderia ser diferente, pois Marcio Moraes é um perfeccionista”, afirmou Skaf, com todo o otimismo e simpatia que lhe cabem. “Só tenho a agradecer, fiquei muito honrado. Esse encontro foi singelo, primou pela simplicida-

de, o que deixa todos à vontade e o ambiente bem agradável.” Também esteve presente o ex-piloto Emerson Fittipaldi, que compartilhou à mesa momentos de descontração e sorrisos com todos os demais comensais. Assim como nas outras edições, a reportagem de capa apresentou ao leitor um perfil aprofundado de mais uma personalidade de destaque em nossa sociedade. No caso de Skaf, que preside a Fiesp desde 2004, além de ser o 1º vice-presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República, a entrevista concedida à revista Companhia de Negócios também abordou seus planos em relação à sua candidatura ao cargo de governador do Estado de São Paulo nas próximas eleições.

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EVENTOS

Fotos: Bruna Guerra

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BAHIA RECEBE

NOVO ENCONTRO DE TITÃS EMPRESÁRIOS E POLÍTICOS PROEMINENTES SE REÚNEM NO 13º FÓRUM DE COMANDATUBA PARA DEBATER O DESENVOLVIMENTO DO PAÍS E PRESTIGIAR A ENTREGA DO PRÊMIO LIDE 2014 Pela 13ª vez, o Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) reuniu na Ilha de Comandatuba, na Bahia, em maio, parte importante do empresariado brasileiro para debater política econômica, gestão empresarial e responsabilidade social, que impactam o cenário nacional. Além de 320 empresários, estiveram presentes importantes representantes do cenário político e econômico, entre eles Jaques Wagner, governador da Bahia; os pré-candidatos à Presidência da República, senador Aécio Neves (PSDB/ MG) e o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB/PE), a pré-candidata à vice-presidência pela chapa de Campos, Marina Silva; o atual governador de Pernambuco, João Lyra, e o governador de Goiás, Marconi Perillo.

O evento serviu também de oportunidade para a entrega do Prêmio LIDE 2014, um reconhecimento a CEOs que re-

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alizaram importantes contribuições ao desenvolvimento nacional. Os premiados, eleitos por votação do Comitê Executivo do LIDE, receberam esculturas em bronze desenvolvidas pela artista plástica Anita Kaufmann. Os homenageados foram Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza (Dirigente Empresarial do Ano); André Esteves, presidente do BTG Pactual (Personalidade do Ano); Sônia Hess de Souza, presidente da Dudalina (Personalidade da Indústria); José Varela, presidente da 3M (Personalidade de Inovação); Jorge Gerdau, presidente

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Foto: Monica Alves Foto: Monica Alves

João Doria Jr.

Foto: Monica Alves

Foto: Divulgação

Eduardo Campos e Marina Silva

Aécio Neves

do Conselho de Administração do Grupo Gerdau (Personalidade da Responsabilidade Social); Roberto Klabin, presidente do LIDE Sustentabilidade (Personalidade da Sustentabilidade); Flávio Rocha, presidente da Riachuelo (Personalidade do Comércio); Rômulo Dias, presidente da Cielo (Personalidade do Setor de Serviços); e Vicente Falconi, escritor e consultor em gestão (Personalidade na Gestão Pública). PAUTAS EM DEBATE Reforma tributária, educação, agronegócio e gestão pública foram temas debatidos durante o evento. E a troca de ideias prevaleceu. O senador Aécio Neves defendeu o voto distrital e o fim da reeleição com mandato de cinco anos. E afirmou acreditar que o próximo presidente eleito assumirá um país com sérios problemas, inflação em alta, crescimento baixo e perda de credibilidade. Ele

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ainda dividiu a questão tributária em dois momentos: se eleito, criará uma secretaria extraordinária para apresentar uma proposta de simplificação do sistema nos primeiros meses e, depois, cuidar dos gastos do governo para conduzir uma reforma completa. O pré-candidato à presidência da República Eduardo Campos discorda da estratégia, pois defende a redução do número de secretarias. Para ele, seria ideal aumentar a sinergia entre as políticas monetária e fiscal e propor uma reforma tributária fatiada. O ex-governador de Pernambuco defendeu a autonomia do Banco Central. "Defendo um Banco Central com autonomia para construir um resultado melhor para o País", reiterou. Para João Doria Jr., presidente do LIDE, a oposição, representada por Aécio e Campos, saiu do marasmo e da hibernação em que o País se encontra. VERBAS PARA A EDUCAÇÃO Sobre o tema Educação, durante o Fórum acontece a arrecadação destinada ao LIDE Educação, presidido pelo empresário Osmar Zogbi. Este ano o valor arrecadado bateu recorde atingindo R$ 3,2 milhões, que são repassados para o Instituto Ayrton Senna (IAS). Desde 2010, o LIDE Educação já conseguiu reverter R$ 11,5 milhões para o IAS. “Essas doações demonstram a importância da participação da iniciativa privada na melhoria da educação pública brasileira”, afirmou João Doria Jr. ao anunciar o valor arrecadado em 2014.

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LIDERANÇA COR-DE-ROSA

TERCEIRA EDIÇÃO DO WOMEN’S FORUM NO BRASIL REUNIU CERCA DE 600 PESSOAS PARA DEBATER A SITUAÇÃO DAS MULHERES NO MERCADO DE TRABALHO, ESPECIALMENTE NO PAPEL DE LÍDER

O avanço das mulheres no universo corporativo é o tema que norteia os encontros promovidos pelo Women’s Forum Brasil. A edição de 2014, realizada em São Paulo, em maio, contou com a presença de lideranças femininas do Brasil e da América Latina, que se reuniram no Grand Hyatt Hotel com cerca de 600 participantes, de 22 países, interessados em debater e a avaliar o papel da mulher no mercado de trabalho.

Entre as iniciativas apresentadas nos dois dias de evento está o CEO Champions, grupo com cerca de 40 CEOs e líderes empresariais do Brasil

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e da América Latina fortemente empenhados em promover o avanço das mulheres no ambiente corporativo. Trata-se de uma iniciativa idealizada pelo Women’s Forum for the Economy and Society, em colaboração com a Sodexo e com o apoio da McKinsey & Company. "As questões das mulheres são globais", afirmou Jacqueline Franjou, CEO do Women’s Forum for the Economy and Society."Então, ter CEOs trabalhando em conjunto para melhor promover as mulheres no local de trabalho, dar destaque para a nova geração de lideranças jovens e femininas, e juntar estas iniciativas com os estudos mais recentes, trará uma compreensão mais ampla do papel e do lugar das mulheres em nossa economia e sociedade."

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Foto: Daniel Vorley/Getty Images

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Entre os destaques, iniciativas deram ênfase à liderança jovem

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Com o objetivo de identificar mulheres jovens de grande talento (com idade inferior a 40 anos), que est達o em vias de se tornar figuras influentes em nossas economias e sociedades, a iniciativa Rising Talents, desenvolvida em parceria com a Price Watercoopers do Brasil, destacou seis jovens brasileiras e americanas. Elas participar達o da terceira edi巽達o do evento

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e do Women’s Forum Global Meeting 2014, em Deauville, na França, de 15 a 17 de outubro próximos. Além disso, a iniciativa iLive2Lead, em parceria com a TAM Airlines, apresentou duas jovens líderes do Brasil e do México, na faixa dos 20 anos, para compartilharem suas histórias. Machismo e violência contra a mulher também estiveram em pauta, assim

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como a importância de promover a saúde, a educação e o bem-estar de meninas e mulheres em todos os países. Desde 2005, o Women's Forum for the Economy and Society é a principal plataforma do mundo para as opiniões e vozes das mulheres sobre grandes questões sociais e econômicas. Implantando experiência e expertise das mulheres em todas as gerações e geografias, ele oferece discussões práticas sobre como superar as barreiras e criar novos horizontes e oportunidades, bem como um amplo debate, rico e aguçado sobre ideias importantes. O Women's Forum promove também o avanço das mulheres em todo o mundo através de negócios e redes sociais.

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