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PUBLISHED JUST FOR

ARTE:

TORKIL GUDNASON, MARCELO MANSFIELD E RAFAEL MURIÓ

VIAGENS: ANO 3 - EDIÇÃO 12 2013

Rhône-Alpes • México •

LISTAS: 50 melhores restaurantes da América Latina • Os vilões do cinema • Os champanhes •

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EDITORIAL

QUALQUER PAIXÃO DIVERTE Esta revista é uma publicação da 4 Capas Conteúdo distribuída via correio exclusivamente aos moradores da Vila Nova Conceição e Jardins VENDA PROIBIDA

SÉRGIO CRUSCO: histórias do hotel Waldorf Astoria, em Nova York PÁGINA 40

Diretor Executivo – Georges Schnyder georges@4capas.com.br Diretora Editorial – Mariella Lazaretti mariella@4capas.com.br Diretores de Arte – Ana Lucia Caldas - analucia@4capas.com.br COLABORARAM NESTA EDIÇÃO: Ana Paula Kuntz, Camila Duarte, Giulio L. Christiansen, Lusa Silvestre, Ricardo Castilho, Sérgio Crusco (texto); Cesar Cury e Ricardo D´Angelo (fotos); Fabio Santos (arte); Patrícia Calazans (revisão)

TORKIL GUDNASON: ensaios fotográficos de beleza perturbadora PÁGINA 32

Projeto Gráfico: 4 Capas Conteúdo Rua Andrade Fernandes, 283 CEP 05449-050, São Paulo, SP Telefax: (11) 3023-5509 E-mail: 4capas@4capas.com.br

PARA ANUNCIAR

ANA PAULA: Entrevista com Marcelo Mansfield. Mas sua melhor produção ainda continua sendo o Bernardo PÁGINA 46

Tel. +5511 3023-5509

Produção Gráfica – 4 Capas Conteúdo IMPRESSÃO E ACABAMENTO Gráfica Ideal

De todas as coisas que se pode amar, há algumas corriqueiras entre os leitores de JUST for: música, artes plásticas, gastronomia, viagem, fotografia, humor fino, carros e joias. Nessa edição, temos tudo isso permeado por grandes histórias de vida e dicas de consumo. O ensaio que dá uma amostra do que há de mais atual na joalheria (pág. 54) é estrelado pela musa das pistas de dança, Cris Proença, que nos emprestou sua beleza em plenitude e nos deu uma entrevista (pág. 52), contando como foi sua vida de modelo antes virar DJ. Outra personalidade madura, que se destaca em uma profissão dominada pelos jovens, é o humorista Marcelo Mansfield, que conversou com a repórter Ana Paula Kuntz (pág. 46) sobre teatro, televisão, comédia e stand-up, sem palhaçada. A montadora Rolls-Royce mostra que é capaz de se reinventar e manter uma postura open minded: pela primeira vez em sua centenária existência, a marca inaugurou uma exposição com seus carros mais icônicos, mostrados na reportagem de Camila Duarte. Falando de automóveis e brasileiros de sucesso, temos ainda a história de Cristiano Piquet (pág. 16), que tem sobrenome e tira onda de piloto, mas concretizou seu sucesso como um dos principais empresários de real state da Flórida. O pintor Rafael Murió (pág. 24) também nos fala de como conquistou o mercado americano ao realizar uma exposição em Nova York. Lá está também o estúdio do fotógrafo dinamarquês Torkil Gudnason (pág. 32), autor de fotos de beleza plástica perturbadora, que estampa nossa capa e a das principais revistas de moda e luxo do mundo. Também da Big Apple trouxemos a história do emblemático Waldorf Astoria (pág. 40), famoso por hospedar nobres do calibre de Elizabeth II e Grace de Mônaco. Para quem gosta de viajar para destinos menos óbvios, nosso colaborador Giulio L. Christiansen visitou e traduziu as maravilhas da Riviera Nayarit (pág. 26), no México, destino ainda resguardado do turismo de massa, e da magnífica região de Cotes du Rhône. E se você gosta de gastronomia, não deixe de levar consigo a recém-divulgada lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina em um dos mais importantes eventos de gastronomia da atualidade, presenciado e relatado (pág. 74) pela diretora editorial, Mariella Lazaretti. Boa leitura!

A revista não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados. As pessoas não listadas no expediente não estão autorizadas a falar em nome da revista ou a retirar qualquer tipo de material sem prévia autorização emitida por carta timbrada da redação.

JUST for: Quem recebe não divulga. Quem lê, enriquece.

JUST IN CASE Caso você queira alterar seu nome, seu endereço, dar sugestões, manifestar-se ou deixar de receber esta publicação, entre em

GIULIO L. CHRISTIANSEN: belezas e exclusividades do litoral mexicano aos Alpes PÁGINAS 26 E 66

contato com justfor@4capas.com.br


SUMÁRIO 8. TENTAÇÕES Supremacia sempre - velocidade máxima e poluição zero com o novo Porsche, um cofre de mão e um prato de ouro para as refeições de seu pet

JUST TO KNOW

14.

Reunião de top models - Enfim, a primeira mostra na história da centenária montadora Rolls-Royce

16.

Miami verde-amarela - Residencial dos mais cobiçados na capital da Flórida é parte da carteira de negócios do brasileiro Cristiano Piquet

18.

Passeio que rende mais - Viagem com transfers a jato faz Califórnia ficar pequena

20. Londres seletiva - No hotel 45 Park Lane, as artes plásticas fazem parte do pacote, e carro de luxo é abonamento para hóspedes da principal suíte

22. ÍCONE Mais um cinco estrelas em Paris Grand Hôtel du Palais Royal é inaugurado em uma mansão do século XVIII

24. JUST WHO Cor e vibração - o pintor paulistano Rafael Murió mostra seu ateliê, onde produz obras expostas até em Nova York e Paris

26. JUST TRAVEL Praia para poucos - os encantos naturais e o luxo reservado da preservada Riviera Nayarit, no litoral mexicano

32. FOTOGRAFIA Nossa capa - a visão contravertida do dinamarquês Torkil Gudnason sobre retratos do luxo

36. CINEMA Os mais amados bad boys - vilões incríveis e premiados provam que não é preciso ser do bem para ser bom ou ótimo

40. HISTÓRIA Glamour - episódios do Waldorf Astoria, famoso por hospedar viajantes de sangue azul

ENTREVISTAS

46. Humor fino - o ator Marcelo Mansfield comenta sua carreira de humorista e afirma: “O brasileiro não quer mais ser a própria piada”

52. Musa das pistas – conheça a DJ Cris Proença, que foi modelo e hoje anima as festas da high society

54. EDITORIAL Desejos de mulher - joias coloridas e reluzentes para todas as partes do busto feminino

60. GOOD NEWS Dicas – roteiros validados por Louis Vuitton, os doces sabores da Adoro Brownie e da Boutique Sophie e imagens do futebol do Oiapoque ao Chuí

62. HISTÓRIA Os recados de Albright - as mensagens codificadas e os significados embutidos nos broches da ex-secretária de estado americana

66. JUST WHERE Lyon para os bons de garfo – uma visita à capital gastronômica francesa, onde brotam excelentes ingredientes e estrelam insuperáveis chefs

70. DRINK Na alegria ou na tristeza - charme e elegância, lendas e origens da bebida rainha dos brindes

74. BITE Ranking para comer bem - no Peru, o evento que revelou os 50 melhores restaurantes da América Latina

78. CALENDÁRIO Tome nota - nas principais capitais, os melhores espetáculos e exposições

82. CLICK Ecletismo - a religião pelas lentes do fotógrafo Paulo Pampolin

Fotos de capa e sumário: Torkil Gudnason


ís se volta a p o d ia m o de gastron to n e v e r ndando io e a v m s e o d , , o r ia r b Em novem água e histó , a r r te o d n futuro. sculha o a d v , a e h d in a z d o li c à ancestra iretrizes da d s a o d n a e traç influências

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Por ana paula kuntz

tentaçþes


Eco vEloz Ter um carro que se mova sem poluir o ambiente é cool. E se ainda mais a máquina é um avião em velocidade, então é perfeita! Finalmente, para o deleite dos amantes ecofriendly da velocidade, começam a chegar ao mercado automóveis de motor híbrido que aceleram pra valer. É o caso do Porsche 918 Spyder, um dos primeiros projetos de superesportivo a combinar motor a combustão e propulsor elétrico, que começou a ser vendido nos Estados Unidos em setembro. O modelo tem 718 cavalos de potência, que lhe permite ir de zero a 100 km/h em 3,2 segundos e atingir velocidade máxima de 325 km/h. A montadora anunciou que fabricará apenas 918 unidades. Preço: US$ 845 mil.

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tentações

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contra faca, broca, sErrotE... A marca alemã Döttling, conhecida por produzir cofres artesanais e superelaborados, lançou uma inovação pensando naqueles que não desgrudam de suas joias quando viajam: um tipo de mala de mão para carregar tesouros pessoais – colares, anéis, relógios, documentos ou dinheiro. Pesando apenas quatro quilos, é equipado com localizador GPS, tem paredes forradas e é encapado por couro tratado para ser incorruptível, ou seja, à prova de faca, tesoura, serrote e até broca. A tranca foi baseada na tecnologia dos ferreiros reais da Prússia de um século atrás. E o toque moderno é a alça para o ombro, que torna essa mala-cofre prática.

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Sua majestade, o cãozinho A grife canina Puppy de Paris lançou uma luxuosa coleção de artigos para pets serem tratados como reis. Caminhas, casinhas e outros acessórios trabalhados em ouro, prata e diamantes. Um dos itens mais exclusivos é este pratinho de refeição. São 100 unidades. O Ecuelle Royale é feito por artesãos parisienses, que esculpem a armação dourada, feita para dar suporte a um prato de cristal, com imagens de flores-de-lis, símbolo do brasão de armas da coroa francesa. Pelo site da marca, a peça sai por 2.900 euros - bom negócio perto do preço de algumas revendas, que pedem até três vezes esse valor.

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REVISTA JUST FOR segunda-feira, 23 de setembro de 2013 10:51:05


Estrelas: abaixo, o modelo 10EX, de 1926; ao lado, o preto Silver Shadow I e o prateado Phantom VI

EnfIM, A pRIMEIRA ExposIção

Por CAMILA DuARtE

just to know

RoLLs-Royce

MostRA InéDItA EM MusEu DA ALEMAnhA CoMEMoRA o AnIvERsáRIo DE 150 Anos Do funDADoR DA MARCA

“L

ute pela perfeição. Pegue o que existe de melhor e aprimore ainda mais.” Essa é umas das frases mais célebres de Sir Frederick Henry Royce, que fundou a montadora de carros Rolls-Royce com seu sócio Charles Rolls e que completaria 150 anos dia 22 de abril deste ano. “Strive for Perfection”, título dado à primeira exposição da história da marca, é uma homenagem ao homem, à data e também ao décimo aniversário do lançamento do Rolls-Royce Phantom, modelo que marcou a aliança com o Grupo BMW. A mostra ficará em cartaz no Museu BMW, em Munique, Alemanha, exibindo 15 veículos montados entre 1907 e 2012. A BMW selecionou os Rolls-Royce icônicos, historicamente significativos, “como o modelo 10EX, um dos carros

experimentais produzidos em 1926, que foi projetado, construído e dirigido por Henry Royce”, diz Hugo Bustamante, porta-voz da empresa na América Latina. Segundo Bustamante, também estão expostos um Silver Shadow I e um Phantom VI, modelos com ampla tiragem nas décadas de 80 e 90, respectivamente, e o novo Phantom, que mantém demonstrações de performance. A exposição está organizada em ordem cronológica, desde o encontro dos fundadores da marca, em 1904, até os dias atuais e é contada e ilustrada por itens raros de arquivo, como objetos de arte e de desenvolvimento do design britânico. Até 31 de março de 2014. As entradas custam nove euros. www.bmw-welt.com


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Seu Sonho, meu negócio

CristiANo Piquet queriA ser PiLoto MAs, DiANte Do soNho

Por ANA PAuLA KuNtZ

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DesMoroNADo, CoNstruiu seu suCesso No MerCADo iMoBiLiÁrio

F

oi no estado americano da Flórida que o mineiro Cristiano Piquet começou a trabalhar. Primeiro, aos 22 anos, ele executou o plano A. Chamado pelo código genético do sobrenome, apesar da distância parental do primo Nelson Piquet, arriscou-se como piloto. Como sua grande paixão eram corridas de carro, seu irmão Alexandre, que estudava Direito nos Estados Unidos, conseguiu para ele um patrocínio. Cristiano então competiu na Fórmula 3 (Formula Dodge nos Estados Unidos). Estava liderando o campeonato quando o atentado às Torre Gêmeas de Nova York, em 2001, fez com que tudo desmoronasse, inclusive o sonho de Cristiano, que perdeu o patrocínio para competir. Foi então que ele se viu obrigado a pensar num plano B. Deprimido, sem dinheiro, sem perspectivas nem vontade de voltar ao Brasil, Cristiano continuou

morando em Miami, tentando entender por que precisava passar por aquele sofrimento. “Do nada, um amigo me ligou pedindo umas dicas para comprar um imóvel em Miami porque achava que eu conhecia bem a cidade. Eu o ajudei com o maior prazer e nenhum interesse”, conta. “Meu irmão, vendo minha satisfação, percebeu que aquilo poderia ser uma profissão, e foi assim que resolvi tirar licença para começar minha carreira de corretor.” Aos 35 anos de idade, Cristiano Piquet é, hoje, um dos mais bem-sucedidos empresários no ramo de imóveis do Brasil - só que nos Estados Unidos. Sua empresa, Piquet Realty, conta com quase 100 funcionários, tem uma carteira de 60 mil imóveis e atende, sozinha, a pelo menos 70% dos brasileiros que compram e vendem imóveis em Miami. Atende negócios também em Orlando e Nova York.


Volta por cima: imóveis de luxo, como o edifício Porsche (abaixo) são a especialidade da Piquet realty, que hoje patrocina Cristiano nas corridas de carro

“um amigo me pediu dicas para comprar um imóvel em miami porque eu conhecia bem a cidade. eu o ajudei com prazer e percebi que podia fazer daquilo uma carreira.” Apesar dos apresentadores Roberto Justus e Amaury Júnior estarem entre seus clientes conhecidos, a maioria dos investidores é discreta. Ou querem uma casa de veraneio ou aplicar seu dinheiro no que, segundo Cristiano, é um dos mercados mais rentáveis do momento. “Em 2008, em plena crise econômica americana, tive um cliente, visionário, que comprou uma casa em Key Biscayne”, diz ele. “Na baixa, valia sete milhões de dólares. Hoje, já está valendo 14 milhões de dólares e ainda pode valorizar muito.” Ok, Cristiano é vendedor nato. Mas parece que seus clientes confiam em seu feeling. Alega que seu diferencial está em encontrar o sonho de consumo de cada um que o procura, oferecendo uma espécie de taylor made house. “Atendi a um executivo da Coca-Cola do Brasil cuja exigência era ter um imóvel que acomodasse sua coleção de carros e os deixasse em evidência”, conta. “Indiquei para ele um apartamento de 400 metros quadrados, com garagem para dois carros que fica jun-

to à sala, destacando-se das outras oito no subsolo.” O carro sobe de elevador e repousa com vista para o mar. O proprietário, por sua vez, pode variar os modelos que farão a decoração do dia. A montadora Porsche assinou o empreendimento, daí o privilégio dispensado ao tema. Claro que a boa onda vivida pelos brasileiros e a crise do mercado americano vieram a calhar. Cristiano explica que hoje, o metro quadrado na Brickell Avenue, uma das mais cobiçadas vias da cidade, está saindo por cerca de nove mil reais. Em um imóvel de luxo, pé na areia, o metro sai por 20 mil reais. “São preços valorizados em relação a 2008, no auge da crise, mas que ainda não correspondem ao real valor: na alta do mercado, podem chegar ao dobro”, afirma. O resultado dessa combinação de fatores fez com que o plano A e o B de sua vida americana finalmente se encontrassem: voltou a correr de carro, nas provas da Porsche GT3 Cup, agora, com patrocínio de sua própria empresa.

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Por camila duarte

just tO KNOW

Califórnia a jato em um aviãO privativO, sObra mais tempO para aprOveitar O melhOr de cada cidade dO Oeste NOrte-americaNO

V

isitar Nova York e Miami, repetidas vezes, nunca é demais. Mas, o far, far west dos Estados Unidos também vale alguns carimbos no passaporte. Mesmo que você já conheça Las Vegas e já tenha desbravado a Califórnia, principalmente percorrido de carro a espetacular costa do Pacífico pela Highway 1, aqui está um jeito de ver essa viagem por outro ângulo: da janela de um jato privativo. A operadora de turismo Megtur está oferecendo um pacote com trajetos vapt-vupt, como este. Seria possível, por exemplo, passar o dia jogando golfe nos paradisíacos campos com vista para o mar de Pebble Beach, na costa californiana, e à noite estar na Sin City, Vegas, para apostar nos cassinos, assistir aos shows e dançar nas baladas da mais animada cidade americana. A aeronave com espaço para quatro passageiros é um Phenom 100S, capaz de fazer esse trajeto de Monterey a Las Vegas em pouco mais de uma hora (o que de carro levaria oito vezes mais). O tour, incluindo a hospedagem em hotéis categoria luxo em todas as cidades e o transporte entre elas em carros de luxo, como Maserati ou Mercedes-Benz, custa a partir de US$ 829 por dia por pessoa, sendo que o pacote sugerido inclui a visita a outras duas cidades fundamentais, Los Angeles e São Francisco. Obviamente, o cliente pode definir que cidades quer visitar, assim como o dia e a hora em que quer embarcar – sem fila para check-in nem limite de bagagem. www.megturoperadora.com.br

Chegadas e partidas: o jatinho comporta quatro passageiros e tem autonomia para ir, por exemplo, de Monterey a Las Vegas (foto) em uma hora


PUBLI EDITORIAL

Indolor, rápido e sem necessidade de repouso: Dra. Aurea Lopes explica os benefícios do tratamento

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ocê veste seu jeans preferido e, de repente, ele incomoda, aperta, fecha a custo e deixa um pneuzinho evidente. O vestido tubinho já não cai com perfeição, e ir à praia significa expor gorduras dos braços, coxas, flancos, barriga até então disfarçadas pela roupa. Quem nessa situação nunca desejou uma redução de medidas imediata e, de preferência, indolor? A notícia boa é que já existe tecnologia para isso: COM UMA HORA DE TRATAMENTO, É POSSÍVEL PERDER ATÉ UM NÚMERO NO MANEQUIM. É O QUE PROMETE O LIPOSONIX, O MAIS ATUAL ULTRASSOM PARA ELIMINAR CÉLULAS DA CAMADA ADIPOSA EM UM PROCEDIMENTO NÃO INVASIVO. Quem explica como funciona é a dermatologista Aurea Lopes. “Este tratamento tem benefícios que superam uma lipoaspiração quando se fala de pequenas regiões. Utilizada para esculpir o corpo, a tecnologia HIFU (abreviação em inglês para ultrassom focalizado de alta energia) gera ondas que convergem para um ponto focal específico no tecido subcutâneo, no caso, o foco de gordura. O sistema cria microlesões no tecido adiposo, gerando calor e provocando a destruição das células de gordura com muita precisão, sem danificar o tecido adjacente ou a superfície da pele”, afirma Aurea. O tempo da sessão depende do tamanho da área tratada. Um abdômen, por exemplo, leva cerca de uma hora, e, ao final, espera-se que haja a redução de pelo menos 2,5 centímetros na medida da circunferência corporal. E, ao contrário da lipoaspiração, que exige repouso pós-operatório, causa inchaço e hematomas, depois do Liposonix pode-se fazer o que quiser. “ALÉM DE DESTRUIR NÓDULOS DE GORDURA, QUE SÃO ABSORVIDOS PELO SISTEMA LINFÁTICO, O CALOR PRODUZIDO PELO ULTRASSOM FAVORECE A PRODUÇÃO DE COLÁGENO, DANDO MAIS FIRMEZA À PELE E COMBATENDO A FLACIDEZ QUE NORMALMENTE OCORRE EM PACIENTES QUE TÊM SUAS MEDIDAS REDUZIDAS”, garante a médica. Dos incômodos que poderia causar, a dermatologista diz que há apenas um aquecimento tolerável do local durante a aplicação. Cada sessão custa a partir de R$ 2.000. Os efeitos do Liposonix na zona tratada menos gordura e mais colágeno - costumam ficar evidentes após um período de oito a 12 semanas. “Até por isso, a sessão seguinte na mesma região deve ser feita após três meses.” Segundo a especialista, os melhores resultados são obtidos nos pacientes que apresentam gordura localizada em regiões de difícil redução mesmo após o emagrecimento. Se a ideia é aproveitar o verão com a autoestima em alta, a hora de pensar em lançar mão dos efeitos do Liposonix é agora. Programe-se!

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new order em mayfair no hoteL 45 PArk LAne, o conceito contemPorâneo de Luxo incLui um cuPê wrAith PArA os hósPedes dA Penthouse e ter o sono vigiAdo Por quAdros de

Por AnA PAuLA kuntZ

just to know

ArtistAs britânicos dA AtuALidAde


Decoração dos corredores, restaurante e mesa de centro no lobby: arte em toda parte

a

palavra luxo tem tido uma aplicação tão livre que usá-la quando se está diante de um conceito que une o savoir-vivre da boa tradição de serviços e um elegante minimalismo tecnológico pode parecer impróprio. Na verdade, Hotel 45 Park Lane 45 se encaixa bem aí, nesse conceito moderno e descolado que fala a jovens executivos e casais familiarizados com gadjets, obras de arte e gastronomia e que sabe o valor de se estar em Mayfair, região do bom e velho dinheiro inglês. No salão, funciona um dos melhores

Suite Penthouse (acima): vista completa da cidade e direito a pilotar o Wraith sob um céu estrelado

restaurantes de carne da cidade, o CUT, de Wolfgang Puck e, em suas paredes, obras de arte perfilam-se nos corredores como peças de decoração permanentes. Esse minimalismo estudado, tem seu charme e target. Membro da rede hoteleira Dorchester Collection - cujo portfólio inclui benchmarks como The Dorchester, em Londres; The Beverly Hills Hotel, em Beverly Hills; e Plaza Athénée, em Paris - o 45 Park Lane foi

concebido para fazer o estilo ‘“intelectual tecnochique” da rede, com forte apelo ao design e às artes. Nos quartos e suítes, paira o encanto de obras de Sir Peter Blake, Damien Hirst, Joe Tilson e Bill Wyman. O design é facilitador e a tecnologia nas cortinas, luzes e cama é parceira do hóspede. Sua Suite Penthouse foi eleita a “Melhor Suite de Hotel da Europa” pelo Prêmio Anual de Hospitalidade Europeia, em novembro de 2012. É obra do arquiteto e designer francês Thierry W. Despont, conhecido por projetos icônicos na hotelaria mundial, como o Carlyle Hotel, em New York; Boca Raton Resort & Club, na Florida; Ritz, em Paris; e Divan Hotel, em Istambul. A Penthouse tem acesso exclusivo por um elevador particular, possui dois quartos e ocupa totalmente o último andar do hotel, rodeada por um terraço com vista panorâmica de Londres. Ali, os hóspedes podem ordenar o menu do chef Wolfgang Puck. Como se isso não fosse chique o bastante, a partir de novembro, seus hóspedes terão à disposição um Wraith, por meia diária. Lançado no Salão de Genebra, o Wraith, cupê da Rolls-Royce cujo nome homenageia um modelo de 1938, tem motor 6.6 de biturbo 12 cilindros. No interior do teto, 1.340 pontos de fibra óptica simulam um céu estrelado. O preço de venda gira em torno de 245 mil euros. O 45 Park Lane tem apenas 45 apartamentos e mantém uma agenda de arte ativíssima. Em outubro de 2013 estará vigorando o pacote “A Brush with Frieze”, que consiste em pernoite mais ingressos para a Frieze Art Fair, com transporte exclusivo entre o hotel e a feira de artes, que expõe (e vende) os trabalhos dos principais artistas contemporâneos da Grã-Bretanha. É a new order do savoir-vivre.

Hotel 45 Park Lane www.45parklane.com

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O nOvO cincO estrelas de Paris hotel vizinho dos jardins do palais royal fica instalado em casarão do século Xviii revitalizado

por ana paula kuntz

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cidade de Paris está repleta de glamour para ver, comprar, comer. Mas nenhuma viagem pode ser chique o suficiente para os parâmetros parisienses sem uma hospedagem à altura. Na metrópole onde fica o primeiro hotel considerado um cinco estrelas – o Hôtel de Crillon, que está fechado para reforma e será reinaugurado em 2015 – não acabam as possibilidades para o surgimento de novas constelações quíntuplas. O mais novo da categoria é o Grand Hôtel du Palais Royal, aberto em agosto, sem alarde: ironicamente, o primeiro detalhe que mais chama a atenção é justamente a discrição, já que o hotel não tem nenhuma identificação na fachada. Resultado de um investimento de 15 milhões de euros, o hotel fica instalado em uma mansão do século XVIII totalmente renovada e decorada no estilo chic parisien pelo designer Pierre-Yves Rochon, que tem no portfólio obras em


A escada de ferro (ao lado), preservada na revitalização, resiste ao tempo e se mantém firme e charmosa; a melhor suíte (abaixo) tem decoração moderna e uma sacada com vista panorâmica. No restaurante, há uma carta com dezenas de champanhes para degustar junto ao jardim de inverno

hotéis da Áustria, Viena, Florença, Genebra, Xangai, Londres e outras cidades com espaço para valorização das artes e do luxo sem limites. Foi dele a decisão de manter as características da escadaria de ferro forjado da recepção e a tradicional jardinagem ornamental da fachada, parcialmente tombada pelo Patrimônio Histórico, para manter viva a alma secular do edifício. O casarão tem sete andares e 68 quartos projetados um a um, sendo 39 de alto-padrão, e duas suítes duplex. A top é a suíte PanorâmIca, ambientada em piso de carvalho, tecido de damasco branco e banheiro em mármore de Calacatta, a única que tem janelas de dupla exposição por onde entra luz natural e uma sacada de 25 metros quadrados, que faz do quarto um mirante particular de onde se avista o Louvre, a Torre Eiffel, o Sacré-Cœur, a Ópera de Paris e os jardins do Palais Royal. Vizinho de muro dos jardins do Palais Royal, cenário das primeiras cavalgadas do rei Luís XIV, o Grand Hôtel du Palais Royal está a poucos metros do Museu do Louvre, da Comédie-Française e da sofisticada rua de compras Saint-Honoré. Um jardim de orquídeas brancas é o caminho que conduz aos prazeres da mesa. No restaurante Le Lulli, comandado pelo chef Jean-Yves Bournot, que já passou pela casa Drouant, Les Jardin des Sens, Paulliac e Meurice, o destaque é a carta, que lista 35 champanhes.

Grand hôtel du palais royal n°4 rue de valois, paris, 75001 Les Grands Hotels Parisiens: www.lesgrandshotelsparisiens.com

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POR ANA PAULA KUNTZ FOTOS RICARDO D’ANGELO

DOIS NOMES, UM ARTISTA O PINTOR SOUBE, COMO POUCOS, PROJETAR SUA CARREIRA INTERNACIONALMENTE E GANHAR DINHEIRO COM ARTE

O

publicitário Nelson Rafael Muro, paulistano da Mooca, sempre gostou de comprar e vender arte. Uma de suas primeiras aquisições, há cerca de 35 anos, foi uma obra de Darcy Penteado (desenhista paulista morto em 1987), pela qual pagou o equivalente a 200 reais. Foi um negócio da China, que hoje vale quase 25 mil reais. “Todos deveriam aprender que além da arte ter seu valor decorativo, também pode ser um ótimo investimento financeiro”, afirma. Isso faz mais sentido ainda quando dito pelo artista plástico Rafael Murió, o segundo “personagem” de sua dupla identidade. Na pele do pintor, Murió comercializa suas obras no Brasil, Europa, Rússia, China, Japão e Estados Unidos a preços iniciais que giram em torno de oito mil dólares. “No meio da publicidade sou Nelson, no meio artístico, Rafael. O sobrenome é uma mistura que homenageia o catalão Miró, um dos meus pintores favoritos”, explica, indicando seus dois cartões de visita. Sua relação com a arte começou ainda na infância: aos nove anos, sua mãe o levou para fazer aulas de escultura em gesso. Logo depois, ele começou a frequentar aulas de música, aprendeu a tocar violão e piano e até formou uma banda, nos moldes dos Beatles. Com quatro integrantes, chegou a tocar com os músicos da Jovem Guarda. Mas sua paixão mesmo era a pintura. Aos 12 anos, foi fazer cursos livres na Escola Panamericana de Arte e se graduou em Publicidade e Propaganda na primeira turma da Universidade Metodista de São Paulo. “De certa forma, passei a vida inteira desenhando. São 50 anos fazendo arte. A coisa começou a ficar séria quando, na década de 90, a crise econômica reduziu as verbas para publicidade, e então passei a vender quadrinhos com motivos florais”,


conta. Foi assim que o Rafael ganhou espaço e fama, deixando o Nelson na gaveta. Graças ao incentivo do amigo Mauro Zukerman, um dos leiloeiros mais respeitados do país, o artista decidiu produzir sua primeira tela de grandes proporções para levar a leilão. Teve sucesso logo na estreia. A obra foi vendida e seu nome entrou para o repertório de mais uma dezena de leiloeiros brasileiros que acreditaram no seu potencial e passaram a divulgar seu trabalho também no exterior. “A princípio, minhas obras eram vendidas por cerca de 300 dólares. No decorrer de um ano, o preço inicial saltou para quatro mil dólares”, afirma Murió. Hoje, ele é convidado para participar das principais exposições de arte do mundo, a exemplo da Feira Internacional de Arte Contemporânea, a Artexpo New York, que aconteceu em março. Lá, exibiu quadros da sua fase atual, marcada por uma série que retrata poltronas, vibrantes e coloridas. Agora quer lançar uma coleção tendo o Nordeste como tema. “Já estou ensaiando uma série de desenhos eróticos, que prefiro chamar de ‘calientes’’, diz. Conquistou espaço no Salon des Independants, mostra em Paris, que existe desde 1884 e foi palco para Paul Cézanne, Marcel Duchamp, Vincent van Gogh, Edvard Munch, Diego Rivera, Henri Matisse, sempre reunindo o melhor da vanguarda. “Já fui convidado cinco vezes para expor no Museu do Louvre”, diz. “Todo artista começa investindo em si mesmo, e chega a pagar 10 mil dólares para participar de uma exposição coletiva ou até 100 mil dólares para uma exclusiva. A diferença de receber um convite é que não é mais necessário pagar para estar lá.” Atualmente, no Brasil, paga-se a partir de oito mil reais por um original Murió. Mas o artista, entusiasta da democratização da arte, cuida com muita dedicação da sua linha de giclée (impressões em tela ou papel que reproduzem a obra original), cujo preço sai em torno de dois mil reais, em média. “Acho bárbara essa possibilidade. É uma ótima oportunidade para quem está começando a investir em arte”, diz. Além dos leilões, suas obras podem ser encontradas em mais de 1000 galerias ao redor do mundo – feito viabilizado pelos recursos da internet. O mercado virtual inclui sua página no Facebook, mas Rafael diz que as portas do ateliê estão sempre abertas. “Embora as pessoas prefiram vir aqui apenas para tomar café e conversar”, diz.

Quatro passos para investir em arte: 1. É preciso visitar e revisitar museus para ampliar o repertório e apurar o gosto pela arte. “Minha dica é dedicar parte do tempo às exposições e a outra parte às lojinhas de suvenir. Nelas, costuma-se encontrar catálogos de mostras que saíram de cartaz com nomes de artistas novos, que ainda não cobram caro por suas obras.”

2. O principal mercado para quem quer investir são as galerias, que também podem ser visitadas sem compromisso. E sem receio. “As pessoas parecem ter medo de entrar nas galerias. Visitem, é legal”, afirma Rafael. 3. O mesmo vale para os leilões.

“Não há melhor forma de ficar sabendo quais são os artistas que estão despontando, quais os nomes que estão começando a fazer sucesso. Os iniciantes podem ficar apenas observando ou, se quiserem participar, recomendo se manifestar nos lances livres.”

4. Como experiência, vale começar

comprando gravuras, ou mesmo o gliclée em papel, evoluindo até chegar às grandes telas. O que importa mesmo, conforme explica Rafael, é apreciar a obra. “Se ela irá valorizar-se ou não, é consequência. Ter uma obra que lhe agrade é o mais recompensador.”

muitas cores: acima, a obra aconchego ii, exposta em nova York, e murió em seu ateliê, entre giclées e telas originais

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a outra faCe juSt trAVel


Abaixo, piscina do hotel Gran Velas, manguezal em San Blas, p么r do sol em San pancho, vista a茅rea de punta Mita e artesanato de Sayulita

saiba mais sobre o estado mexiCano de nayarit, que equilibra luxo e Conforto Com riqueza Cultural e Comida espetaCular por Giulio l. Christiansen

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a juSt trAVel

associação mais imediata que se faz quando se pensa em turismo no México é de uma chez-long estirada em alguma praia caribenha: água azul-esverdeada e uma margarita nas mãos. O clichê é repetido com tanta frequência em anúncios que é quase possível visualizar o valor das parcelas no canto direito inferior do seu devaneio. Sem querer desmerecer os deleites que uma viagem pautada por essa miragem possa apresentar, há mais México além de Cancún. Há uma outra costa que banha o país e de que pouco se ouve falar. O litoral oeste mexicano apresenta igualmente água azul-esverdeada e margaritas, e que, por ainda não ser um roteiro tão visado por viajantes, permite maior contato com a hospitaleira cultura local sem abrir mão de qualidade em serviço. Em outras palavras: há mais atenção para ser menos rateada. Na costa oeste encontra-se o estado de Nayarit, no qual desembarcamos em março passado a convite do Conventions and Visitors Bureau. Tratava-se de reconhecer a bela tira de terra vertical ladeada pelo oceano Pacífico e pela cadeia montanhosa Sierra Madre Occidental. Norte-americanos e europeus já estão mais acostumados a frequentar a área, atraídos pelo ecossistema fértil e protegido que permite bons momentos de pesca e mergulho, avistamento de pássaros e ecoturismo. O tipo de viajante que frequenta este lado do México é assim: contemplativo, com sede de cultura legítima (e de margaritas, claro!). A reportagem conheceu um pouco da região, rodando em uma van com um grupo de jornalistas americanos e brasileiros, guiados por Richard zarkin e suas pulseiras huichóis multicoloridas. Gerente de Relações Públicas do Bureau e mexicano apesar do sobrenome lituano, foi de grande valia na elaboração das dicas com o melhor desse lindo estado mexicano que apresentamos a seguir.

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O SUL

A rigor, no sul do estado está a maior parte da riqueza econômica da Riviera Nayarit. Foi ali, durante a década de 60, que se iniciou seu desenvolvimento turístico, impulsionado em boa medida pelo sucesso do filme “A noite da Iguana”, clássico

de John Huston, filmado em Puerto Vallarta. É nessa cidade, na realidade, pertencente ao estado vizinho de Jalisco, que chegam os voos provenientes do Brasil, após uma escala na Cidade do México (ver box “como chegar/serviço”). dali apanha-se um táxi ou um transfer para atravessar a ponte em direção a Nuevo Vallarta, no município nayarita de Bahía de Banderas. Nossa recomendação é que o viajante estabeleça sua base em algum dos excelentes hotéis localizados nesse município, o mais rico e bem-estruturado da Riviera, e alugue um carro ou barco para explorar as redondezas.


DIFÍCIL ESCOLHA

No povoado de Nuevo Vallarta, há um dos mais bacanas hotéis do país, o Gran Velas. Arrebatador já na entrada e um pé-direito de catedral, abriga palmeiras com mais de 10 metros de altura e belas esculturas espalhadas por seu interior. Conta com um spa cujas massagistas competentes têm o poder de afugentar jet lags em minutos (ou horas, como preferir o hóspede). Graças ao seu projeto arquitetônico, a maioria de suas 267 suítes possui vista para o mar. Um pouco mais ao norte, há cerca de 40 minutos de carro, encontra-se o complexo de Punta Mita. Empreendimento surgido em 1999, possui quatro lotes para a construção de resorts, dois dos quais estão ocupados: o St. Regis Punta Mita e o Four Seasons. Com dois campos de golfe projetados pela lenda Jack Nicklaus, é ali onde acontece, há três anos, o evento Punta Mita Gourmet & Golf, com atividades divididas entre os dois hotéis. Ambos apresentam serviço de altíssimo nível, mas enquanto tivemos a oportunidade de nos hospedar por alguns dias no Four Seasons, apenas passeamos pelo St. Regis durante um almoço - maravilhoso, diga-se de passagem. Os dois estão aptos para atender ao desejo mais barroco do hóspede mais exigente. O Four Seasons possui quatro restaurantes e três bares, um iate de 57 pés com capacidade para 10 passageiros disponível para passeios (pagos à parte) e uma programação tão completa para crianças que foi eleito pela associação Virtuoso, em 2012, como o melhor programa para famílias do mundo. Oferece pacotes de mergulho, pesca, vela, surf e inúmeros outros: é só manifestar sua vontade para o concièrge que a equipe se desdobrará para torná-la realidade.

As opções de hospedagem, de tão bacanas, podem ser um problema para os mais indecisos, pelo menos enquanto ainda não se pode estar em mais de um lugar ao mesmo tempo

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juSt trAVel

que te quede un buen sabor de Mexico

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o jeito “hippie” das vilas, permeadas de comércio de produtos locais, e praias que são obras-primas da natureza: luxo da simplicidade

VILAS CHARMOSAS

Todas as praias aos pés dos resorts citados são paradisíacas. Riviera Nayarit, inclusive, possui as águas mais limpas do país, qualidade reiterada com afinco por auditorias e análises técnicas frequentes. Ater-se a qualquer uma delas durante toda sua estadia pode ser tudo o que você precisa. Mas caso sinta aquele comichão de explorar além dos limites do seu novo lar, há duas praias estonteantes que se encontram a poucos minutos de carro tanto de Punta Mita quanto de Nuevo Vallarta: San Pancho (ou San Francisco) e Sayulita, uma praticamente ao lado da outra. São daquelas vilas um pouco “hippies” que conquistam logo de cara: pequenos cafés tocados por estrangeiros, casitas para alugar pranchas de surf (Sayulita em especial é um destino procurado para a prática do esporte) e restaurantes adoráveis com o pé na areia. Há um pequeno hotel-butique em San Pancho que se chama Cielo Rojo, que vale uma visita ou, se tiver tempo, uma estadia de uma ou duas noites. Com um apelo ecofriendly e preços acessíveis, serve pratos deliciosos em seu Bistro Orgánico, muitos usando ingredientes cultivados e apanhados por ali mesmo. Outro programa imperdível é se entregar às pequenas e numerosas lojinhas espalhadas por Sayulita. A Galeria Tanana, por exemplo, é parte do projeto de vida da antropóloga Susana Valadez. Susana entrou em contato com a tribo Huichol, uma das únicas culturas pré-colombianas que ainda preservam suas tradições intactas, para sua formação acadêmica, na década de 70. Encantou-se e criou, em 1981, junto com as lideranças xamânicas da tribo, o Centro Huichol para Sobrevivência Cultural e Artes Tradicionais. Toda a renda obtida a partir da venda das belas peças feitas pelos huichóis é revertida para sua comunidade.


nÃo deixe de... “MÁS QUE HERMANOS”

Ao viajar para o México, fica evidente a afinidade do brasileiro com a cultura do país. A comida, o clima, a hospitalidade e simpatia inerentes ao povo mexicano fazem brotar a sensação gostosa de acolhimento. Considere com carinho para sua próxima viagem conhecer mais sobre nossos hermanos, tendo em mente que a Riviera Nayarit representa uma excelente intersecção entre o contato cultural de um mochilão e os mimos e a tranquilidade de uma viagem de absoluto luxo e conforto. E como costuma-se dizer por lá: “Que te quede un buen sabor de Mexico”.

COMER A costa oeste do México possui alguns dos melhores peixes e frutos do mar do mundo. Isso, aliado a uma cozinha multicultural e sofisticada, garante refeições memoráveis. Um dos pratos típícos da região é o pescado sandeado, peixe defumado em madeiras dos manguezais.

CONHECER OS MANGUEzAIS Mais ao norte da Riviera há uma cidade que se chama San Blas. Lá é possível fazer um bonito passeio de barco ao sol poente e ver crocodilos e uma variedade impressionante de pássaros. Enquanto estiver na cidade, não deixe de comer no restaurante do hotel Garza Canela, comandado pela competente e maternal chef Betty Vazquez.

PROVAR NOVAS FRUTAS E MISTURAS dE SABOR Manga com chilli, coco com sal e pimenta, suco de noni, tejocote, membrillo, arrayan, guanábana e muitas outras. Na beira da estrada principal, que conecta as principais cidades da Riviera a outros estados, existem bancas cheias delas, bem como de incontáveis doces tradicionais.

QUANDO IR A alta temporada em riviera Nayarit estende-se de fins de novembro a abril. É época de seca e de avistamento de baleias jubarte. A baixa temporada, de maio a novembro, também apresenta vantagens além das tarifas inferiores: as chuvas começam por volta de julho e deixam o clima mais quente e úmido; a paisagem fica verde e florida e é a melhor época para a prática do mergulho. COMO IR

janeiro, Brasília, Manaus, Belo Horizonte e porto Alegre e quatro saídas semanais a partir de recife com conexão na Cidade do panamá e destino a Guadalajara. Desta cidade, são duas horas de carro até puerto Vallarta. A partir de uS$ 800 por pessoa, ida e volta (para os meses de abril a julho). • Uma novidade para este ano são os PaCoteS de ViaGem da Flot oPeRadoRa tuRíStiCa, que incluem passagem aérea, 6 noites com sistema all inclusive, traslados de chegada e saída e cartão de assistência:

• Pela aeRomexiCo: partindo de São paulo com destino a puerto Vallarta e conexão na Cidade do México.

– Hotel Hard rock Vallarta: a partir de uS$ 2.173

• Pela CoPa aiRlineS: saídas diárias a partir de São paulo, rio de

os valores são por pessoa e para a baixa temporada.

– Hotel Grand Velas: a partir de uS$ 3.176

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fotografia

o olhar de

Torkil Gudnason departure Magazine, 2008

Melting Makeup, tush Magazine, 2008

think rich, tush Magazine, 2005

FotograFar Zeta-Jones e Moss é Fácil. diFícil é o que o FotógraFo Mais badalado de nova York consegue: extrair elegância do tucano, do Falcão e do cãoZinho por ana paula kuntZ


“luXo É TEr TEMPo o suFiCiEnTE Para BusCar insPiraÇÃo e se sentir vivo. Não tem a ver com coisas materiais.” É isso que pensa o fotógrafo dinamarquês Torkil Gudnason, cujo estúdio fica em Nova York e é cobiçado por grifes, revistas, marcas e personalidades. Ele consegue extrair luxo, estranhamento e beleza de maneira única, de modelos fora do padrão. E as que estão bem dentro do padrão também o adoram, como Catherine Zeta-Jones, Beyoncé, Sharon Stone, Claudia Schiffer, Naomi Campbell e Kate Moss. Publicações como Vogue, Tatler, Harper’s Bazaar, Elle, Flaunt, Allure, Marie Claire e Vanity Fair brigam por sua grife. Clicou campanhas para grifes L’Oréal, Lancôme, MAC Cosmetics, Montblanc, Rolex, Givenchy e Armani. Torkil surpreende. Um de seus trabalhos mais famosos é este, estrelado por animais, cuja foto do pelicano com pulseiras no pescoço figura em nossa capa. Sem falar de porco, garça, cobra, bode e um falcão. “Joias e diamantes ficam muito bem em bichos. Eles adoram receber atenção e ser mimados”, afirmou o fotógrafo à JUST for. “Além disso, todo mundo gosta de bichos, pelo menos de olhar. E animais trazem humanismo ao trabalho, podemos aprender muito com eles. Inclusive, são mais leais que as pessoas.” Sua produção mais recente é “Body Vase”, série fotográfica que acaba de ser publicada em livro (Damiani Press, 2013). Em sua última exposição, Torkil deu tons eletrizantes a flores em Eletric Blossom. Mas o que ele gostaria mesmo é de trazer seu trabalho para cá. “Adoraria exibir no Brasil”, diz Torkil, que já esteve a passeio no Rio de Janeiro uma vez e duas em Brasília. “Adoro a cultura e o estilo de vida brasileiros”.

german vogue, 2003

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fotografia

German Vogue, 2003

Nude with Oil, French Cosmopolitan, 2001

Think Rich, Tush Magazine, 2005

German Vogue, 2001

Electric Blossom 1123, 2012

Body Vase 040, Damiani Press, 2013


german vogue, 2003

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cinema

Vilão Por Lusa Silvestre

ESSE HERóI Em todo filme, o protagonista deve sofrer. Tem que correr, chorar, ficar pendurado do lado de fora do prédio etc e tal. Se não surge nada que se oponha ao protagonista, então não é uma história com conflito - e não vale a pena ser contada. Isso se chama “força opositora” - e pode ser uma avalanche, um asteróide, ou mesmo o bom e velho vilão. Vilões ajudam a desenhar o nosso herói, porque quanto mais cruel, inteligente e forte for o bandido, mais qualidades o mocinho terá que ter para derrotálo. Aqui você relembra 12 dos melhores vilões dos últimos anos, a maioria premiada com Oscar. Gente cujo trabalho é ser odiada.

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o

1) Darth Vader Star Wars Tido como muitos inclusive por este escriba - como o melhor vilão da história, Lord Darth Vader é cruel, poderoso, faz coisas com a mente, usa pretinho básico, é íntimo do imperador e tem uma nave superlegal. e ainda por cima é pai do mocinho, de quem cortou inapelavelmente a mão em um duelo. Sua voz, dublada por James earl Jones, virou ícone pop. em tempo: é a mesma voz do bordão “This is cnn”. até o Darth Vader tem que fazer bico. 2) Hannibal Lecter Silêncio dos Inocentes Hannibal era psiquiatra, pintor, curtia ópera e entendia de literatura. Sofisticado e gentil, esculhambava o controle emocional da agente Clarice Starling (Jodie Foster) usando Freud, Jung e todos os outros. Escapou da cadeia descolando o rosto de um dos guardas e colocando-o por cima do seu. Jantou o diretor do presídio onde ficou trancado. Papel que consagrou Anthony Hopkins com um Oscar e o colocou no altar dos maiores atores vivos.

3) Terminator O Exterminador do Futuro Quando o vilão tem nome de fábrica e quer matar uma mulher só porque ela vai ser mãe, aí a coisa é feia. É o caso do Terminator, um cyborg indestrutível que vem do futuro caçar Sarah connor. insensível e tecnológico, fez a fama de arnold Schwarzenegger gracas ao físico e ao papel com pouquíssimas falas. mesmo mudo, legou ao cinema uma das frases mais importantes do cinema: “Hasta la Vista, Baby”. e tome tiro. 4) Coringa The Dark Knight Uma pena o Heath Ledger ter morrido em seguida ao filme: ficará sempre a expectativa de saber o que o ator faria depois deste imbatível Coringa. Explicando o personagem: um dos bandidos mais carismáticos que já existiram, em sua melhor composição. Caricato, loucaço, bem-humorado e - claro - brutal. Matou policial usando um lápis. Raríssimo Oscar póstumo para o ator.

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CINEMA 7) Anton Chigurh Onde os Fracos Não Têm Vez Javier Bardem, cria de Almodóvar, é um baita ator. Rouba o filme no “Onde os Fracos Não Têm Vez” e repete a dose no “007 Operação Skyfall” - nos dois casos com vilões absolutamente originais. Com Anton Chigurh, ele inventou um cabelinho escovinha e lambido que deixava a própria crueldade ridícula. E usava uma arma letal de ar comprimido bandido com consciência ecológica. Oscar de ator coadjuvante. Merecidíssimo!

5) Buffalo Bill Silêncio dos Inocentes “Silêncio dos Inocentes” é realmente uma obraprima. O filme não tem um só vilão lendário: tem dois ! Buffalo Bill é o criminoso que sai matando e esfolando gordinhas pela cidade e vira isca de toda a polícia. Gostava de se vestir de mulher, criava mariposas e mantinha as vítimas em um buraco no chão. Um vilão tão bom que forçou o FBI a pedir ajuda para o Doutor Hannibal Lecter. A luta final entre Jodie Foster e ele, no escuro, é de arrepiar até pelo de tartaruga.

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6) Voldemort Harry Potter Harry Potter precisava de um vilão cascudo para poder sair daquela fofura toda e virar um herói de verdade. E Lord Voldemort é dos ruins. Nem falar o nome dele podia. Segurou sete filmes da franquia com perversidade. É o principal motivo de “Harry Potter” ser, hoje, mais popular que “Senhor dos Anéis”. Cinco atores fizeram o papel. Ralph Fiennes foi o pior deles.

8) Coronel Hans Landa Bastardos Inglórios Outro caso de incrível composição de personagem, aqui com os méritos divididos entre um iluminado ator -Christoph Waltz - e o diretor/roteirista - Tarantino. Culto e educado, o Coronel Landa caçava judeus pela Europa falando línguas e sem amassar o uniforme. Vilão que apresentou Waltz ao mundo - o ator ganhou o Oscar por este personagem e também pelo Doutor Schultz, do “Django Unchained”. 9) Keyser Soze Os Suspeitos Complicado falar sobre Keyser Soze sem estragar a surpresa do filme. Porque em “Os Suspeitos”, o vilão não aparece - ficamos sabendo de sua terrível fama através das citações do resto do elenco. Só no fim descobrimos quem é. Se é bandido ruim? Um exemplo: para não ficar de rabo preso com ninguém, Keyser elimina todos às suas próprias fraquezas. No caso, mulher e filhos. Vixe! Rendeu Oscar ao ator que defendeu o papel mas não conto quem foi.


SiM, ElAS TAMBÉM São Do MAl 11) Annie Wilkes Misery Um grande autor: Stephen King. Uma grande atriz: Kathy Bates. e uma grande história: uma fã enlouquecida e possessiva sequestra um escritor para que ele escreva o próximo livro em sua própria casa, sob sua supervisão. e dá-lhe tortura psicológica. Quando o vilão aparenta ser frágil - como a dona de casa annie Wilkes -, a barbaridade parece maior. Oscar de melhor atriz para ela.

10) Enfermeira Ratched Um Estranho no Ninho Qualquer lista de bandidas precisa incluir a Enfermeira Ratched. Num hospício onde o protagonista do filme (Jack Nicholson) é internado, Mrs. Rachted faz de tudo para aumentar o seu suplício. E faz isso como ninguém, com crueldade, com técnicas hospitalares, com calma.

12) Miranda Priestly O Diabo Veste Prada Bom, Meryl Streep fazendo vilã realmente é uma covardia. E vilões são covardes. Miranda Priestly é a diretora de uma revista de moda, para a qual a lindinha Anne Hathaway vai trabalhar. Miranda abusa do seu poder e do seu conhecimento para infernizar a vida de Anne. Personagem inspirada em Anna Wintour, a terrível diretora da Vogue, de quem até o Clodovil tinha medo.

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HISTÓRIA

ALGUNS HOTÉIS PODEM RIVALIZAR EM LUXO COM O WALDORF ASTORIA DE NOVA YORK, MAS DIFICILMENTE ATINGEM O GRAU DE DELICADEZA QUE SUA EQUIPE DISPENSA A SEUS HÓSPEDES – SEJAM NOBRES DE FATO (QUE O ELEGEM COMO LAR NA BIG APPLE) OU POR SERGIO CRUSCO

Salão principal de uma suíte do Waldorf Astoria nos anos 1930, logo após a reinauguração do hotel em sua nova localização

MEROS MORTAIS

O antigo Waldorf Astoria, visto da Quinta Avenida. Em seu lugar foi erguido o Empire State Building

Farrah Fawcett e Ryan O’Neal em um evento no Waldorf, na década de 1970


O Waldorf Astoria de Nova York, segundo lar de reis, chefes de estado, celebridades e endinheirados em geral


HISTÓRIA

“O REI, POR FAVOR”, PEDIU DO OUTRO LADO DA LINHA A VOZ DE UM SENHOR DE BOSTON. “QUAL DELES, SENHOR? PARECE QUE TEMOS VÁRIOS NA CASA HOJE”, RESPONDEU AMAVELMENTE A TELEFONISTA. A anedota é uma das muitas que fazem parte da mitologia do Waldorf Astoria de Nova York, ele próprio apelidado de “O Rei dos Hotéis”, “O Palácio Extraoficial” ou simplesmente “O Maior de Todos”. O tráfico de nobres, chefes de estado, celebridades de primeiro escalão, capitães de indústria, endinheirados de todos os matizes e culturas é tão intenso no Waldorf que o staff do hotel muitas vezes precisa rebolar um charleston dobrado para acomodar tanto poder e influência em seus 47 andares e 1416 quartos – desde o quarto mais modesto por cerca de U$ 400 a diária até a Penthouse, no topo da construção, que quase bate na casa dos US$ 10 mil por noite. É notório o episódio da visita da rainha Elizabeth e do príncipe Philip a Nova York, no final dos anos 50. A Suíte Presidencial estaria perfeitamente à disposição do casal britânico não fosse a vontade de ficar mais um pouquinho, manifestada em cima da hora por outro nobre, o príncipe Faisal, da Ará-

bia Saudita, que ocupava o apartamento. Deixar a rainha sem instalações à sua altura estava fora de qualquer cogitação. A equipe do Waldorf pensou e agiu rápido, transformando e redecorando em tempo recorde outro espaço equivalente. Assim criou-se a Suíte Real, também frequentada por Elizabeth Taylor e Britney Spears, e em cujo carpete Imelda Marcos deixou a graciosa marca de alguns de seus milhares de pares. A rapidez com que foi quebrado esse galho de proporções monárquicas exemplifica perfeitamente a máxima do serviço do Waldorf: “O possível nós fazemos imediatamente; o impossível leva só mais um pouquinho de tempo”. Quando o primeiro-ministro israelense Menachem Begin esteve hospedado ali pela primeira vez, sua esposa pediu ao concierge que intercedesse em um caso que considerava mais premente do que a crise palestina: onde comprar gomas de mascar da marca Bazooka, as preferidas de seus netos, artigo inencontrável em Tel Aviv? Desde então, a suíte do casal era previamente fornida de embalagens do chiclete toda vez que chegava a Nova York. Logística mais complicada foi organizar o fluxo das inimigas entourages da também primeira-ministra de Israel Golda Meir e do líder da Organização para a Libertação da Palestina, Yasser Arafat, hospedados coincidentemente na mesma temporada, de maneira a não se esbarrarem inoportunamente nos fofamente atapetados corredores do Waldorf – como conta o jornalista Frank Farrell, um dos mais apaixonados “biógrafos” do hotel, no livro “The Greatest of Them All”.

William Waldorf Astor, um dos fundadores do Waldorf original

O executivo do Waldorf Eugene Scanlan recebe a rainha Elizabeth II da Inglaterra

Fotografia do Waldorf feita em 1893 algumas semanas após sua inauguração. O Astoria, que seria anexado ao hotel original, formando a grife Waldorf Astoria, ainda não havia sido construído

O complexo Waldorf Astoria, após a construção do segundo hotel


A PASSARELA DO PAVÃO

Para entender a razão de tanta excelência, é preciso voltar ao final do século 19, quando o primeiro Waldorf foi inaugurado. Sim, existiu um Waldorf anterior ao que conhecemos no 301 da Park Avenue. Ele ficava na Quinta Avenida, entre as ruas 33 e 34. O Waldorf original, aberto em 1893 pelo trio de empreendedores William Waldorf Astor, Abner Bartlett e George C. Boldt, foi concebido para ser uma espécie de castelo de 13 andares que servisse não apenas à elite viajante, mas recebesse os locais e reunisse entretenimento, a mais fina gastronomia e grandes eventos sociais – uma filosofia pioneira na época. Para se ter ideia de como o lugar era ‘prafrentex’, o primeiro Waldorf lançou algo tão corriqueiro hoje que não nos damos conta de como pôde ter sido original naqueles idos: o room service. Outra maravilha moderna: banheiros e água quente em todos os quartos – ninguém jamais havia imaginado tal e tépido conforto. Quatro anos depois, um sobrinho de William Astor resolveu construir seu próprio hotel, o Astoria, quatro andares mais alto, exatamente ao lado do Waldorf. Sem intuito competitivo – afinal, estavam todos em família –, os prédios foram ligados por um corredor que logo foi apelidado de “Duplo Hífen”, dando origem ao complexo Waldorf=Astoria. Um jornalista da época, porém, embasbacado com a quantidade de chapéus emplumados que as senhoras exibiam pela ponte de conexão entre os dois prédios, deu nome mais matreiro àquela Sapucaí da Belle Époque: Peacock Alley (passarela do pavão, em

tradução livre). A piada pegou, tanto que batizou o principal restaurante do novo Waldorf. Era o lugar para ver, ser visto, lançar moda, elogios e olhares de inveja ou reprovação. No final dos anos 1920 – e com a chegada da Lei Seca, que acabrunhou hordas de fanfarrões dispostos a espocar champanhe como se o mundo fosse acabar no dia seguinte –, o velho Waldorf emitia sinais de cansaço. Foi demolido para dar lugar a um novo e ousado empreendimento imobiliário: o Empire State Building. Um grupo de empresários, porém, tristonho com a perda de seu point, lançou-se à tarefa de construir um novo Waldorf Astoria, ainda mais imponente. A empreitada coincidiu com a chegada da Grande Depressão, quando a maioria da população americana se viu obrigada a dar nó em pingo d’água e comer o pão que o diabo amassava com o rabo para sobreviver. Mesmo assim, os investidores não desistiram e até tiraram proveito da situação, comprando, a preço de feira de pulgas, móveis, obras de arte e outros itens coruscantes de famílias antes abastadas, e, naquele momento, com água à altura das narinas, para decorar as suítes mais elegantes do novo hotel, inaugurado em 1931. O que não vinha dos anúncios de “família vende tudo” de clãs em desespero era fabricado sob medida: louças e metais sanitários, maçanetas, tapetes monumentais confeccionados a mão, prataria, roupa de cama, mesa e banho... Tudo dentro dos mais empertigados padrões de luxo e qualidade, mantidos até hoje.

No alto, à esquerda, sala de estar da Royal Suite do Waldorf Towers, decorada especialmente para a rainha da Inglaterra. Abaixo, um dos quartos da Grand Suite. À direita, o Silver Corridor do hotel

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HISTÓRIA

FAMA E PODER

O boletim diário do Waldorf, datado de 20 de abril de 1951 saúda a chegada do general Douglas MacArthur, traz a programação de eventos e informações sobre os serviços do hotel

O secretário de estado Henry Kissinger e o ator Gregory Peck conversam durante uma recepção, em 1980

Tendo sobrevivido à grande crise econômica e aos duros tempos da Segunda Guerra Mundial, hoje o Waldorf Astoria é um dos mais importantes edifícios art déco do planeta – um museu, na verdade –, rivalizando com o Empire State e o Chrysler Building. Pertence à cadeia de hotéis Hilton (o primeiro da família a controlar sua administração foi Conrad Hilton, bisavô da serelepe Paris) e tem diversas filiais em todos os continentes. Nenhum deles, no entanto, guarda a aura e a mítica do nova-iorquino. Com tanta história impregnada em suas paredes, talvez só o Ritz parisiense. Onde mais o finório e milionário compositor Cole Porter poderia manter um apartamento durante 25 anos e lá escrever boa parte das maravilhas que estreava na Broadway? Sua suíte é mantida intacta na Waldorf Towers (os andares superiores, anexo ainda mais pomposo do que o Waldorf dito “normal” e onde estão, entre outras, a Suíte Presidencial, a Real e a ocupada pelo representante americano da ONU). O apartamento de Cole Porter tem o charme de também ter pertencido a Frank Sinatra, inquilino que o sucedeu. Seu preço por noite: algo em torno de US$ 8.500. O que dizer de outros hóspedes ilustres? “You name it”, como se diz na América. A lista seria suficiente para preencher várias edições da JUST. Jacqueline Bouvier (depois Kennedy, mais tarde Onassis) debutou no Waldorf. Marilyn Monroe repousou sua ambição loura entre os lençóis do hotel (são três: um cobrindo o colchão, outro abaixo do cobertor e mais um por cima, para proteger o visitante que possa sofrer de alergia a lã). Grace de Mônaco. Gregory Peck. Edith Piaf. Luciano Pavarotti. J.K. Rowling. Ginger Rogers e Lana Turner, que protagonizaram o primeiro filme hollywoodiano ambientado no hotel, “Week-end at the Waldorf” (outras películas vieram – a célebre cena do tango de “Perfume de Mulher”, com Al Pacino, foi feita lá; mais recentemente Beyoncé e Steve Martin filmaram ali trechos de “A Pantera Cor-de-Rosa”). Absolutamente, todos os presidentes americanos desde a inauguração do antigo Waldorf até Barack Obama estiveram lá. Também os chefes de estado mais importantes do resto do mundo, de Charles De Gaulle a Dilma Rousseff, passando por Margaret Thatcher e quem mais se possa imaginar. O soviético Nikita Khrushchov inventou moda: levou o próprio chef de cozinha durante sua estada – não porque não admitisse que outro profissional preparasse sua comida, mas por determinar que seu personal aprendesse tudo o que pudesse da gastronomia do hotel e levasse ao Kremlin.

Grace Kelly e o príncipe Rainier III de Mônaco recebem festa no Waldorf Astoria em homenagem a seu noivado, em 1956

O presidente americano Richard Nixon e o comediante Bob Hope, em 1983

Marilyn Monroe recebe a colunista e agitadora social Elsa Maxwell em sua suíte no Waldorf, em 1955


ONDE TODOS SÃO REIS

Mesmo quem não se hospeda ali pode capturar um pouco da atmosfera de grandeza em sua cápsula do tempo particular. Se não temos a chance de refestelarmos o corpo no mesmo colchão onde se espreguiçaram Sophia Loren, o imperador japonês Hirohito ou Barbra Streisand e seu magnífico nariz, é pelo paladar que vivemos a experiência Waldorf Astoria. Alguns dos pratos criados pelos mestres-cucas do hotel são replicados em restaurantes estrelados e até biroscas pouco recomendáveis ao redor do globo. A Salada Waldorf, imortalizada por Cole Porter na letra de “You’re The Top” (em que faz uma lista das maravilhas do mundo clássico moderno, incluindo Mickey Mouse, a Torre Eiffel, a Monalisa e o tal prato de vegetais do Astoria) é referência óbvia. E os Ovos Benedict? Sabia que também foram criados no Waldorf ainda nos velhos tempos? Consta que, em 1894, sofrendo os efeitos de uma ressaca monstruosa, o funcionário da bolsa de Nova York Lemuel Benedict pediu ao lendário mâitre Oscar Tschirky (que hoje dá nome a um dos restaurantes da casa - o Oscar’s Brasserie) que sapecasse ovos pochê, bacon e molho hollandaise sobre duas fatias de torradas – imaginando uma combinação de proteína, gordura e carboidratos capaz de aliviar tamanho mal-estar. Oscar mais tarde aprimorou a receita, trocando o pão torrado por um muffin mais fofo, colocando presunto no lugar do bacon, anunciando-a com garbo no cardápio do Waldorf – e com nome próprio: Eggs Benedict. Este pequeno pedaço de céu na terra continua no cardá-

À esquerda, sala de jantar da Conrad Suite, usada pela família Hilton, proprietária do hotel. No alto, casal serve-se do brunch do Peacock Alley, um dos mais fartos e celebrados de Nova York. Abaixo, buffet servido no Executive Lounge. Nos detalhes ao lado, dois pratos que simbolizam o hotel: a Salada Waldorf e os Ovos Benedict

pio do Waldorf, bem como seu festejado brunch dominical (no Peacock Alley ou no Oscar’s, durante o verão), que inclui cascatas de lagostas e camarões, caviares de várias procedências, carnes defumadas das mais diferentes espécies, champanhe e um bufê de 100 tipos de doces rodeando uma inesgotável fonte de fondue de chocolate. Houve um tempo, na era pré-Google, que donas de casa atrapalhadas de todo o território americano telefonavam para o Waldorf para pedir receitas (qualquer atendente tem, até hoje, na ponta da língua a lista de ingredientes e o modo de preparo da Salada Waldorf) ou pedir dicas de como receber com classe. Ainda hoje nenhuma solicitação do gênero é negada. Faz parte da filosofia Waldorf Astoria tratar todos como reis e rainhas. Sejam nobres de fato, seja gente à sua procura ou mesmo a senhorinha que durante anos ligou para o hotel todas as manhãs apenas para saber a hora certa – e ter a fugaz sensação de pertencer àquele mundo. www.waldorfnewyork.com

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entrevista

por ana paula kuntz fotos ricardo d´angelo

Marcelo Mansfield, huMorista da geração Mais Madura e caMpeão de bilheterias há dez anos, conta coMo é sua relação coM as jovens estrelas da coMédia, coM o público e coM a sua carreira

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Virou piada ele dizer que tem 41 anos, há anos. na Verdade, o ator marcelo mansfield completou 56 no dia de comemorar a Independência do Brasil e, apesar de não ter herdeiros de sangue, e até por conta da idade, é considerado o paizão do stand-up comedy no Brasil. É ele mesmo quem diz: “Sinto-me pai dessa nova geração de estrelas do humor”. Com uma postura madura e tratando com seriedade sua carreira de comediante, Mansfield - que atualmente está no ar na TV Bandeirantes com o programa “Agora é Tarde”, ao lado do “filho” Danilo Gentili, e em cartaz desde 2008 com a peça “Nocaute” - acumula no currículo novelas e programa humorístico na Rede Globo, interpretou dezenas de personagens nos palcos do teatro - entre os mais famosos estão o Seu Lili e o Seu Merda -, e hoje se realiza em cena de cara limpa. “Não deixa de ser uma fantasia, mas esse formato do stand-up, que já foi motivo de muito preconceito contra mim, me dá muita satisfação. Especialmente pelo diálogo com o público, que apenas a comédia - e também o suspense, que eu vou fazer em breve - permite estabelecer.” A seguir, a entrevista que ele concedeu à Just durante um almoço em um de seus restaurantes preferidos em São Paulo, o Villa Famiglia Lucco.


QUAL É O SEU PÚBLICO MAIS FIEL? Estava fazendo um estudo de público e percebi que há dois grupos: uma “criançada” de 20 e poucos anos, que acompanha o “Agora é Tarde” na televisão, e um pessoal entre 40 e 50 anos de idade, que frequenta teatro, que vai assistir às minhas peças. Fiquei intrigado: onde está o pessoal da faixa dos 30? Chegamos à conclusão de que estão todos cuidando dos filhos pequenos, dormindo cedo e sem tempo pra sair de casa.


entrevista

SE ALGUÉM NÃO RI DE SUAS PIADAS NO PALCO VOCÊ FICA INCOMODADO?

“aprendi na Vida que sÓ há dois tipos de humor: o enGraÇado e o sem GraÇa. o que preciso prestar atenÇÃo É no repertÓrio do pÚBlico, para nÃo deiXar ninGuÉm “Boiando”, sem entender do que estou falando.” O BRASILEIRO É UM POVO FÁCIL DE FAZER RIR? Sim! Sempre foi, mas é um povo que está perdendo o humor. Há pouco tempo fiz show em Portugal, lá o clima é muito diferente. Os portugueses são ótimos, ainda sabem rir de si mesmos. Já o brasileiro, lamentavelmente, parece não quer er mais ser a própria piada. A maioria das pessoas, hoje em dia, assiste à comédia analisando, esperando “o que esse cara vai falar de pesado?”, policiando a piada. Isso é muito chato, torna meu trabalho difícil.

TIPO UMA NOVA CENSURA? Pois é, quando comecei minha carreira não havia mais ditadura no Brasil, mas havia censura. Fiz muitas apresentações com censor na plateia e era superdesagradável. Agora, há esse tipo de gente que fica regulando, que se acha crítico mas não tem fundamento nenhum para dar opinião.

POR QUE ISSO É RUIM? Porque a vida não é fácil, mas com humor podemos levá-la de uma forma mais leve. Sabe aquela história “agora parece uma tragédia, mas quando passar você ainda vai rir de tudo isso”? Então, por que não podemos rir agora mesmo? Não dá pra ficar levando tudo a sério.

E VOCÊ, CONSEGUE ASSISTIR A PROGRAMAS DE COMÉDIA DE MANEIRA RELAXADA OU, POR SER PROFISSIONAL DO RAMO, TAMBÉM ASSISTE DE MANEIRA CRÍTICA?

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É, assisto de maneira crítica e nem consigo me divertir porque conheço todos os truques. Com amigos humoristas, rolo de rir, mas só fora de cena. Tem gente muito engraçada, mas quando estamos no trabalho fico meio que cuidando, ajudando, observando. Para relaxar, gosto de ver musicais. Acho incrível!

Depende. Eu mesmo não sou de gargalhar. Sei que às vezes acharam graça mas se divertem de forma mais contida. Tem também as ocasiões em que eu faço alguma brincadeira nova no meio da peça e que não diverte como eu esperava Então eu não repito, porque acho que é uma forma de respeitar o público. Não funcionou? Paciência. Eu tiro. Agora, me incomoda quando alguém que se diverte na maior parte do tempo emburra porque eu falo alguma coisa que leva para o lado pessoal e fica com aquela cara de “não gostei, mexeu comigo”.

E COMO VOCÊ FICA SABENDO DAS CRÍTICAS? LIDA BEM COM ELAS? O advento da internet é uma faca de dois gumes. Vejo muitos comentários nas redes sociais e, no momento, estou muito radical em relação às críticas ao meu trabalho. Se alguém reclama, diz que não gostou do que viu, eu “corto” a relação, não quero nem saber.

VOCÊ PARTICIPA DAS REDES SOCIAIS? Sim, tenho Instagram, até gosto do Facebook e acabei de estrear meu canal oficial no You Tube (marcelomansfield1), que aprendi a usar a meu favor colocando vídeos que dão um gostinho de quero mais para chamar o público para o teatro. Mas odeio o Twitter! É uma ferramenta que dá muito poder para todo mundo, inclusive a quem não tem discernimento. Vejo que hoje as pessoas querem fazer parte, dar palpite em tudo. Mas quando eu desço do palco para interagir com a plateia, as pessoas ficam acuadas, têm vergonha. Ou seja, falar o que querem por trás de uma “cortina” do mundo virtual todos querem, mas quando há uma oportunidade cara a cara preferem se esconder.

E VOCÊ GOSTA DE INTERAGIR COM O PÚBLICO DURANTE A PEÇA? Não é sempre que faço isso. Até porque a comédia é um gênero que permite outro tipo de diálogo, por meio do riso. Na realidade, estou o tempo todo conversando com a plateia: a piada sai, percorre o auditório e volta pra mim em forma de risada, ou não. É um retorno imediato. Esse é um dos motivos por que gosto tanto de fazer comédia. Além desse, o único outro gênero do teatro que permite dialogar dessa forma é o suspense, porque tem toda uma tensão que culmina no suspiro final. São os dois tipos de espetáculo que gosto de fazer.

QUE SUSPENSE É ESSE? Estou trabalhando na adaptação de uma peça de rádio chamada “Sorry, wrong number” (texto original de Lucille Fletcher, que foi ao ar pela primeira vez nos Estados Unidos em 1943 e fala sobre a história de uma mulher que ouve em uma linha cruzada dois homens planejando um assassinato).


“estou muito radical em relaÇÃo Às crÍticas ao meu traBalho. se alGuÉm reclama, diz que nÃo Gostou do que Viu, eu “corto” a relaÇÃo, nÃo quero nem saBer”


entrevista

“quando eu deiXei de fazer personaGem para atuar de cara limpa, Vários amiGos do teatro se afastaram, pararam de falar comiGo. foi desesperador” Com Gentili, (à esq.) interpretando o Seu Merda, personagem do teatro que levou para a TV, e de “cara limpa” na peça “Nocaute”: realização é ser sucesso de bilheteria

VOLTANDO AO HUMOR, JÁ QUE SEU PÚBLICO É TÃO DIVERSIFICADO, VOCÊ PROCURA FAZER UM TIPO DE PIADA PARA CADA TIPO DE PLATEIA? Aprendi na vida que só há dois tipos de humor: o engraçado e o sem graça. O que preciso prestar atenção é no repertório que o público tem, para não deixar ninguém “boiando”, sem entender do que estou falando. Por exemplo, já fiz piada com música clássica de Mozart que, para o público do teatro, que em geral é mais culto e sofisticado, fez sentido, mas talvez não fizesse para o público do “Agora é Tarde” ou do “Zorra Total”, mais popular. Outro: em Portugal, havia uma parte da peça que tirava sarro dos nomes de alguns produtos que encontramos nos supermercados daqui. O técnico de luz, vendo o ensaio, me disse que aquilo não ia ter graça nenhuma lá e me levou num mercado português para adaptarmos o texto e me livrou de uma mancada. Em Montreal, fiz uma apresentação para uma colônia de brasileiros que vive há anos fora do Brasil. Também foi difícil, porque eles não conheciam muitas figuras públicas que eu citava.

E ONDE VOCÊ TESTA ESSAS PIADAS MAIS SOFISTICADAS?

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Gosto muito de estrear fora de São Paulo, em cidades como Ribeirão Preto, São José do Rio Preto e Campinas. São públicos refinados, de alto nível financeiro e intelectual. Se fizer sucesso lá posso entrar em cena tranquilamente em São Paulo.

VOCÊ PREFERE LIDAR COM ESSE TIPO DE PÚBLICO OU COM O POPULAR? Quando eu fazia o Seu Banana no “Zorra Total” era um sucesso, eu gostava muito, e fui até pesquisar para entender como eram os humoristas bem populares, como Dercy Gonçalves e Ronald Golias.Teve um dia, aliás, que eu estava dando uma entrevista numa rádio em Belém do Pará e, quando saí, precisei de escolta porque havia uma multidão fanática esperando para me ver. Aí entendi como era ser superpopular. Contudo, à noite, havia 22 pessoas na plateia do teatro, foi frustrante. Até porque o que eu quero para minha carreira é o orgulho de lotar plateia, ser campeão de bilheteria. Como profissional, é isso que me satisfaz.

ENTÃO VOCÊ É UM ATOR REALIZADO? Considerando que nos últimos 10 anos da minha vida tudo o que fiz foi sucesso de bilheteria - “Terça Insana”, “Clube da Comédia”, “Como Entrar Mudo e Sair Calado”, “Nocaute”, para citar alguns -, posso dizer que sim.

E BEM-SUCEDIDO, NÃO É? VOCÊ IMAGINAVA QUE GANHARIA DINHEIRO FAZENDO HUMOR? Eu nunca achei que ganharia dinheiro de outro jeito. Tive muitos amigos com peças ótimas em cartaz, interpretando clássicos de Molière, por exemplo, mas que viviam arrastando e rolando dívidas porque não conseguiam encher o teatro. Já eu, com meus personagens, fazia um sucesso atrás do outro.


“em BelÉm do pará, depois de uma entreVista no rádio, precisei de escolta porque haVia uma multidÃo fanática esperando para me Ver. me achei superpopular. contudo, À noite, haVia sÓ 22 pessoas na plateia do teatro, foi frustrante”

ENTÃO VEIO O CONVITE PARA IR PARA A TELEVISÃO. COMO FOI IR PARA ESSE OUTRO AMBIENTE? O que muita gente - colegas, inclusive - não entende é que teatro é o meu business. Esse é meu produto, é disso que eu vivo, e se vem a Rede Globo e me oferece um salário maravilhoso para eu levar um de meus personagens para um programa dela eu vou aceitar, é claro. Daí vem alguém é diz que eu “me vendi” para a TV. Mesmo em relação ao stand-up há muito preconceito. Quando eu deixei de fazer personagem para atuar de cara limpa, vários amigos do teatro se afastaram, pararam de falar comigo. Foi desesperador.

TIPO UMA DOR DE COTOVELO? Verdade, pode ser, né? Ficam achando que ator que faz stand-up é oportunista, mas para mim foi um jeito de reinventar a carreira. Afinal, estou em cena há mais de 20 anos. E tem mais: é preciso reconhecer a contribuição do stand-up para renovar o fôlego do teatro.

É MESMO UM ESTILO QUE ESTÁ COM TUDO. MAS EM QUALQUER ESQUINA TEM GENTE DIZENDO QUE É ATOR DE STAND-UP, NÃO TEM? Sim, ficou meio banalizado. Mas o fato é que toda essa nova geração de grandes estrelas do humor têm ótimos espetáculos de stand-up. Alguns deles são: Danilo Gentili, Rafinha Bastos, Marcelo Adnet, Dani Calabresa, Fábio Porchat e muitos outros que costumo chamar de filhos.

VOCÊ SE SENTE UM PAIZÃO DELES? Com certeza. Tenho uma grande preocupação em orientá-los, ajudá-los, tanto na produção de textos quanto na orientação da carreira. Procuro mostrar como é importante ter um empresário, um assessor de imprensa. Porque trabalhamos com humor, mas nossa profissão é coisa séria.

E POR FALAR EM PATERNIDADE, UM DOS JARGÕES QUE MAIS MARCARAM SEU TRABALHO É A FRASE DO SEU LILI, QUANDO DIZ: “PREFIRO TER UM FILHO VIADO A UM FILHO VELHA”. DE ONDE SAIU ESSA? Do meu pai. Ele que falava isso.


entrevista

Antes de sAcudir As pistAs de dAnçA mAis exclusivAs do plAnetA, A dJ cris proençA brilhou como modelo. lindA, descolAdA e estudiosA, elA é A nossA gArotA do editoriAl de JoiAs

pArA se ver

por AnA pAulA kuntz


playlist da Cris para as várias Fases do amor

Ela acumula pErformancEs Em miami, BuEnos airEs, st. tropEz, paris E milão, ondE tocou Em 2011 E 2012 durante a mais esperada e agitada semana da cidade - a dos desfiles de moda. Também colecionou muita energia emanada das pistas de Punta Del Este, onde ditou o ritmo no último Réveillon. Tocou com FatBoy Slim e Bob Sinclair. Hoje faz a nata paulistana sacudir os esqueletos nas baladas da Provocateur, casa noturna sediada em Nova York, da qual é sócia na filial de São Paulo (onde o preço da entrada é 300 reais). Gaúcha nascida em Passo Fundo, Cris Proença é a DJ que todo mundo quer ouvir e ver. Como uma experiência sensorial completa, a beleza de Cris flutua sobre as cabeças que sobem e descem ao ritmo House Music, sua especialidade. Seus sets musicais variam entre o Deep, Soulfull e o Progressive, sempre superdançantes. Em um setor dominado por homens – mesmo como empresária, ela foi a única mulher à frente do quadro de sócios do grupo Kiss & Fly e Buddha Bar Brasil –, Cris conquistou respeito e admiração. Cabelão, sorriso de propaganda de creme dental e olhos claros, sem falar do corpão perfeito, Cris Proença, não à toa, foi modelo por muitos anos. Numa concessão aos nossos leitores, ela topou um revival nesta edição, em que fotografou para a capa e para o editorial de joias (página 48). Pensando bem, Cris Proença poderia ser o nome de uma panaceia renovadora: “...deleite para os olhos, energia para o corpo, alegria para a alma”. A seguir, um chat com a bela fera:

Como surgiram as oportunidades de toCar Com o BoB sinClair e FatBoy slim? Meu amor pela música me levou além das pickups. Na época, eu era sócia da Kiss & Fly, onde aconteceram os eventos, o que facilitou o convite para tocar com eles. Foi realmente maravilhoso, são excelentes profissionais. Qual é sua partiCipação na provoCateur Como empresária? Hoje atuo na criação de alguns eventos, adoro programar as festas, principalmente as temáticas. Gosto bastante de palpitar sobre todas as noites.

BomBar na pista • Lykke Li - Follow Rivers • Talking Heads- Psycho Killer (Drop Out Orchestra Rework) • Sweedish House Mafia- Don’t U Worry Child Jantar com “amor de soBremesa” • Alexis Raphael - I Know apimentar a relação • My Funny Valentine - P. Melas pôr do sol a Bordo de um iate • Luciano - Rise Of Angel (Andrea Oliva Remix) agradar à sogra • Qualquer CD do Hotel Côstes (em Paris) sair da fossa • U2 - With Or Without You (Dr. Kucho Rework Mix DRM) - Essa levanta qualquer defunto! (rsrs)

Como são as melhores Festas hoje em dia? o Que é indispensável e o Que é tendênCia? A balada VIP é aquela bem estruturada. Os serviços devem ser premium, desde o manobrista, os hostess, o segurança, o garçom, enfim, todos devem estar alinhados e bem preparados para proporcionar aos clientes uma noite verdadeiramente especial, da chegada à saída. Não pode faltar nada, tanto o serviço, a bebida e o menu devem ser impecáveis, sem economias (risos). Da minha parte, para atrair o público aposto em festas com temas diferenciados. Isso sempre chama atenção e ganha o interesse dos convidados. O bom tema, a credibilidade do organizador, o line-up e o local de acordo garantem uma noite VIP.

Como Foi o período da Carreira de modelo? Foi maravilhoso, fiz trabalhos incríveis, campanhas para marcas de roupas, carros, banco, perfume, bebida. Morei em Buenos Aires, na China e em Taiwan. Viver na Ásia foi uma das experiências mais incríveis que tive na vida, porque os costumes, a comida e a cultura são muito diferentes dos nossos. Foi algo único, amadureci muito durante esse período.

e estando numa posição de destaQue, voCê se preoCupa Com a esColha do look Que vai usar em Cada evento? Adoro moda, e isso acaba sendo um prazer para mim, estou sempre escolhendo um modelo diferente para cada apresentação. Meu personal stylist, Raphael Mendonça, é quem me ajuda a fazer as escolhas.

Quando Começou a toCar Como dj proFissional? Desde criança estudo música, fiz aula de piano e violino. Quem me ensinou a mexer na pick-up foram dois amigos, o DJ Ale Moreira e depois o DJ Vitor Lima. Foi um trabalho que começou por brincadeira, tocando nas festinhas da minha casa mesmo. Os amigos que gostavam me convidavam para tocar nas suas festas e, quando me dei conta, estava profissional. Já faz três anos que a brincadeira virou coisa séria. Hoje, procuro continuar estudando, sempre fazendo muitas pesquisas para ficar antenada nas novidades nacionais e internacionais desse mercado.

ser dj provoCa os homens? No sentido profissional, sim. Esse mercado é bem competitivo, e se uma mulher se destaca, isso se torna ainda mais evidente. Por outro lado, existe coleguismo. Tenho vários amigos DJs que me ajudaram muito na minha carreira.

Você É muito assEdiada? um pouquinho...


EDITORIAL

CRIS PROENÇA, EM VERSÃO CLÁSSICA, MOSTRA COMO AS JOIAS TÊM PODER TRANSFORMADOR SOBRE UMA MULHER FOTOS CESAR CURY EDIÇÃO RUTHI DABBAH PRODUÇÃO SHULY DABBAH 2

luxo

CABE

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nonon-


1 – anel em ouro amarelo, água-marinha e diamantes - Ana Tinelli 2 – pulseira em ouro branco e diamantes incolores e amarelos Laura Marchi 3 – brincos em ouro branco e diamantes amarelos e brancos - Montecristo 4 – anel em ouro rosa, diamantes incolores e conhaque, H.Stern 5 – bracelete em ouro rosa e diamantes - FR Hueb

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ediToRiAL

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1 – brincos em ouro branco, brilhantes e diamantes fancy yellow - Frattina 2 – anel em ouro amarelo, opala, rubis e diamantes - Marco Marchese 3 – anel em ouro amarelo e diamantes - Montecristo 4 – brincos em ouro branco e diamantes - H.Stern 5 – colar em ouro branco e cristal de rocha - H.Stern

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ediToRiAL

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1 – brincos em ouro branco, diamantes e safiras azuis - Frattina 2 – colar em ouro branco e diamantes -Talento Joias 3 – enfeite no cabelo de ouro branco, pérolas e diamantes - Emar Batalha 4 – brincos em ouro branco, diamantes e morganitas - Laura Hueb 5 – colar fio de safiras com pérolas e diamantes negros - Talento Joias 6 – colar e pingente em ouro branco, águas-marinhas e brilhantes - Pantalena

agradecimentos: Ana Tinelli - 11 3842.1150 - www.anatinelli.com.br / Emar Batalha - 11 3081.4529 - www.emarbatalha.com.br / FR Hueb - www.frhueb.com.br / Frattina - 11 3062.3244 - frattina.com.br / H. Stern - 0800.0227442 - www.hstern.com.br / Laura Hueb - 34 3210.1013 - www.laurahueb.com.br / Laura Marchi - 11 42091880 - www.lauramarchi.com.br / Marco Marchese - marcomarchese@uol.com.br / Montecristo - 11 3032.8905 - www.montecristo.com.br / Pantalena - 11 3266.7169 - www.gioiellipantalena.com / Talento Joias - 11 3081.9000 - www.talentojoias.com.br


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POR ANA PAULA KUNTZ E CAMILA DUARTE

GOOD NEWS

15 VIAGENS LOUIS VUITTON LANÇADA EM NOVEMBRO, A NOVA EDIÇÃO DO GUIA TURÍSTICO LOUIS VUITTON, QUE ESTARÁ À VENDA APENAS NAS LOJAS DA MARCA AO REDOR DO MUNDO, CHEGA COM A PRETENSÃO DE FAZER OS LEITORES SE SENTIREM EM CASA ENQUANTO SEGUEM OS ROTEIROS SUGERIDOS EM SUAS PÁGINAS

PEDACINHO DE PECADO

Claro que a proposta serve apenas para aqueles que também se sentem à vontade pagando à vista por uma mala de viagem original da grife antes de embarcar na primeira classe rumo a uma das cidades contempladas na coleção. Redesenhado para ficar com um aspecto mais moderno e reorganizado para ficar mais prático, cada um dos 15 volumes conta com fotografias exclusivas e promete oferecer uma gama variada de sugestões que atendam a todos os tipos de luxo, do clássico ao vanguardista, do convencional ao alternativo. As cidades contempladas, divididas por volume, são: Cidade do Cabo, Hong Kong, Londres, Los Angeles, Cidade do México, Miami, Moscou, Nova York, Paris, Pequim, Seul, Sidney, Tóquio, Veneza e São Paulo. Cada uma revelada em dicas de colaboradores nativos, que fizeram uma seleção dos “melhores tudo”: de hotéis a lojas de chocolate, de clubes de música eletrônica a pequenos mas surpreendentes museus. Por ser uma edição comemorativa de 15 anos do Louis Vuitton City Guides, o lançamento vem com uma caixa de madeira para acomodar os 15 livretos. Cada um custa 40 dólares, e o kit completo sair por 600 dólares. Vale avisa: serão publicadas apenas três mil cópias.

GRIFE ESPECIALIZADA EM BROWNIE CRIA SABORES E ACABAMENTOS PERSONALIZADOS Da cozinha caseira da doceira Tess Abreu saem pequenos pecados, quadrados e com gosto de chocolate. Sua grife de bolinhos Adoro Brownie foi lançada no fim do ano passado e tem se destacado por dois pontos: em primeiro lugar, a qualidade e a variedade de sabores. Sobre a massa marrom-escura vão coberturas de chocolate branco, crocante e creme de amendoim, para citar alguns. Em segundo, as embalagens, moderninhas, que promovem o doce a um mimo. “Queria oferecer um produto que fosse a contramão desse ritmo acelerado em que as pessoas vivem, de dupla jornada e dietas malucas. Meus brownies são feitos para serem apresentados como um presente que transforma o momento com uma experiência de prazer”, afirma Tess. Em suas pesquisas sobre o paladar do brasileiro e a alquimia de produtos nacionais e importados de confeitaria, ela desenvolveu também uma receita exclusiva de cheesecake de brownie. “Adoro criar. Meu pai, chef de cozinha, e minha mãe, dona de uma pousada na Bahia, permitiram que eu pra-

ticasse a culinária desde pequena”, diz. “Também gosto de conversar com o cliente, já que os produtos são personalizados. Assim posso ajudá-lo a encontrar algo especial e único.” www.adorobrownie.com.br


DOCE VIDA

CHEF BRASILEIRA COMPARTILHA ALGUMAS DAS MELHORES RECEITAS DE DOCES FRANCESES EM NOVA BUTIQUE NO SHOPPING CIDADE JARDIM

O choux framboise, feito de massa éclair recheada com creme e confit de framboesas, e o le caracas, biscuit de avelã com musse de praliné e de chocolate, coberto por uma fina camada de chocolate noir, são duas das preciosidades que reluzem na vitrine da Boutique Sophie, no Shopping Cidade Jardim. Produzidos por Izabel Pereira, brasileira com formação francesa na especialidade da confeitaria, esses doces estão entre as receitas selecionadas para esse espaço, que se parece com uma caixinha de bombom e dá uma “provinha” do que há na boulangerie Marie-Madeleine Boutique Gourmet, cuja matriz fica na Vila Nova Conceição, e a filial, no Shopping Cidade Jardim. “Na Boutique Sophie há também criações exclusivas, como a tartelette pommes vanille, que tem formato de maçã verde”, conta Izabel, que estudou na Escola de Gastronomia Lenôtre, em Paris. Lá, ela conheceu o chef confeiteiro Philippe Rigollot, que trabalhou no restaurante Le Pré Catelan, estrelado pelo Guia Michelin, e ganhou prêmios como o Champion du Monde de la Pâtisserie e Meilleur Ouvrier de France (M.O.F), dado aos melhores artesãos da França. “Convidei-o para conhecer a Marie-Madeleine e ele me deu aulas de pâtisserie. Desde então, muitas de suas receitas recheiam nossa vitrine”, diz Izabel. Boutique Sophie – Shopping Cidade Jardim - Av. Magalhães de Castro, 12.000, piso 1 - Tel.: 11 3198.9318 / 9319 - www.marie-madeleine.com.br

PAIXÃO SEM FIM JORNALISTA REVELA PAIXÕES EM CADA CANTO DO BRASIL Se há um tema que une gaúchos a cearenses, paulistas a acreanos e assim por diante, é o futebol. Sucesso nacional, é um assunto inesgotável, que a cada novo trabalho artístico se renova e se revela mais apaixonante. Recentemente, foi a vez do jornalista e fotógrafo Caio Vilela investir na temática ao produzir o livro Futebol – Arte do Oiapoque ao Chuí (Grão Editora, R$ 125). Em suas 260 páginas, o fotógrafo capta com sensibilidade imagens de jogos de rua e as peladas nos 27 Estados do Brasil, tendo como cenário tanto os cartões postais das capitais quanto rincões pouco conhecidos. O objetivo é apresentar a beleza literal do futebol em sua forma mais simples, além do contexto emotivo da partida, de fazer parte de um time,

conviver durante o jogo ou empolgar-se com uma vitória. Mesmo um campo vazio ou uma bola furada foram elementos inspiradores para o trabalho de Vilela. “As imagens foram feitas durante nove meses em busca desse fenômeno diário, porém efêmero, diretamente ligado ao brilho nos olhos do brasileiro”, diz. “Nesse período, rodei o Brasil em busca dos campinhos e de seus craques. A viagem revelou-se um prazer, uma aventura repleta de descobertas e rendeu uma coleção de momentos memoráveis”, afirma o fotógrafo. O texto do livro é de Eduardo Petta, e o prefácio, do ex-jogador Zico.

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BOAS NOVAS


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just who

por ana Paula kuntz

mensageiras

fiéis

Provocativas, enigmáticas ou divertidas, as joias Podem comunicar sobre a Personalidade ou o estado de esPírito de quem a carrega. Palavra de madeleine albright


Broche Capitólio, acima; à esquerda, pin em forma de réptil: patriotismo e recados a Saddam Hussein

implificando é assim: mulheres se enfeitam para ficar lindas. E quando os adornos são joias divinas, a sensação de bem-estar, poder e confiança é potencializada ao extremo. Contudo, vale lembrar que o design e o material de que são feitas, combinados, passam também outros tipos de mensagem. Um brinco, um pingente, um anel ou um broche são ótimos comunicadores – silenciosos, mas eficientes, eloquentes e muitas vezes provocativos. Tudo isso quem afirma é Madeleine Albright, ex-secretária de estado americana durante o mandato presidencial de Bill Clinton, em seu livro “Read My Pins” (Leia meus broches, editora Harper Collins). Colecionadora de mais de 200 peças, ela decidiu escrever um livro desvendando a ciência e a história, digamos assim, de suas escolhas. Nele, ela reúne episódios em que as peças de sua caixa de joias foram importantes coadjuvantes no estabelecimento de conexões diplomáticas e políticas. Madeleine conta que essa tradição começou por acaso. Foi na época da guerra contra o Iraque, país onde ela foi criticada pela sua posição (quer dizer, a dos Estados Unidos) em relação às decisões bélicas. Foi, inclusive, chamada de “cobra”. Segura e convicta em relação aos ideais que defendia, inflexível, ela “vestiu a carapuça” e passou a usar broches com figuras de répteis sempre que se encontrava com oficiais de Saddam Hussein. Inesquecível o pin feito de ouro com a imagem de uma serpente enroscada em um tronco, com um diamante pendurado na boca. A joia, confeccionada nos Estados Unidos por volta de 1860, poderia dizer: “Eu sei o que falam de mim e não me importo. É isso mesmo o que penso e reafirmo minha opinião”. Também lançou mão de um broche representando um pássaro azul, feito por volta de 1880 em ouro, prata, diamantes e rubis para expressar o seu feeling blue. Isso aconteceu quando cubanos abateram dois aviões civis, causando a morte de centenas de inocentes. Seu livro lista joias de inúmeros formatos: anjos, estrelas, balões, nave espacial, abelhas, penas, cadeados, pianos, violinos, sapatinhos e até uma sexy boca com batom. Muitos com motivos patrióticos, incluindo a miniatura do Capitólio e o rosto da Estátua da Liberdade. Essa peça, a propósito, é uma das mais famosas e menos valiosas em termos de ourivesaria. Desen-

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just who

O pássaro azul de Albright: manifestação de pesar por avião abatido por cubanos. Abaixo, a cabeça de leopardo feita em ouro, ônix cabochão e strass e a figura de leão, usada para encorajar bravura nas negociações de paz com o Oriente Médio

volvida especialmente para ela em 1997 pelo designer holandês Gijs Bakker, não tem pedras preciosas, mas conta com dois pequenos relógios no lugar dos olhos, sendo que um deles está de ponta-cabeça para que a secretária pudesse verificar as horas discretamente. Como o intuito principal não é ostentar o luxo, há vários outros pins da coletânea feitos em material não tão nobre (top dessa categoria são os pins de campanhas políticas com a cara dos candidatos à presidência). “O valor monetário existe para os broches que são joias finas ou antiguidades, mas não para a maioria das peças dessa coleção. Há muitas feitas em vidro, plástico, metais comuns”, afirma o curador chefe do Museu de Artes e Design de Nova York, David Revere McFadden, que organizou uma exposição da coleção de Albright. Um dos conjuntos preferidos dela, aliás, é composto de um broche combinando com um par de brincos em formato de pomba, símbolo da paz, fabricados em 1997 pela grife francesa Cecile & Jeanne. Banhados a ouro, viraram celebridade não graças ao seu poder político, mas ao seu appeal de it girl.

DIGA MuIto sEM ABrIr A BoCA

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especialista em consultoria de imagem e personal stylist bem-sucedida no meio corporativo, bia kawasaki dá dicas para quem quer usar seus acessórios passando a mensagem correta. “a opção de madeleine albright por não abusar das joias caras já diz muita coisa”, afirma. É como se o esnobe e, às vezes, fútil desse lugar ao discurso politizado e racional. “aqui no brasil temos, por exemplo, as ecojoias, que misturam metais nobres e até pedras preciosas com capim dourado, sementes, madeira, penas e outros elementos da natureza”, diz bia. “elas traduzem uma pessoa que se mostra antenada, viajada, curiosa e de espírito jovem.” contudo, segundo a especialista, é preciso cuidado para não ficar com ar de hippie. “não vale qualquer broche de casca de coco feito pelos índios da praia”, diz. o

diferencial é o design. “temos profissionais excelentes, estudados, que compõem peças para quebrar a sisudez de um traje formal sem passar dos limites.” como regra geral, ela orienta sempre acrescentar luz ao visual, pois acredita que pessoas “iluminadas” sempre transmitem uma boa imagem. Para isso, é bom valer-se das pedras com transparência, como o quartzo enfumaçado, a ágata, o topázio e também a água-marinha. a dica da stylist é sempre usá-las com roupas claras, que refletem mais luz e valorizam o colorido. Para topázio e amolite, pedras multicoloridas, o ideal é que não estejam junto com estampas. “roupas pretas são perfeitas com pérolas. mas atenção, pois podem envelhecer a imagem, principalmente se misturadas a ouro numa combinação ultraclássica”, afirma.



JUST WHERE

A RUSTICIDADE E A SOFISTICAÇÃO DE RHÔNE-ALPES, REGIÃO QUE VEM SE DEFININDO COMO A NOVA CAPITAL GASTRONÔMICA DA FRANÇA

TESOURO FRANCÊS POR GIULIO L. CHRISTIANSEN, DE RHÔNE-ALPES*

*A reportagem viajou a convite da Atout France e Rhone-Alpes Tourisme.


RHÔNE-ALPES, NA FRANÇA, É UM DOS MAIS BELOS LUGARES DO PLANETA. Esse rincão, a mais ou menos 400 quilômetros a sudeste de Paris, é palco de processos naturais que convertem a escassez em abundância. Uma diversidade incontável de espécies vegetais e animais é gerada espontaneamente com base no derretimento dos inóspitos glaciares alpinos que compõem a parte leste dessas terras. Devido à fertilidade do solo, ali está a região de maior produção orgânica da França, berço de alguns dos melhores e mais frescos ingredientes do mundo, além de escola de grandes chefs da atualidade. Para ter ideia de sua eminência gastronômica, no ano passado foram apontados na região não menos que 73 restaurantes com estrelas Michelin. As casas triestreladas de Paul Bocuse, Anne-Sophie Pic, Georges Blanc e Michel Troisgros estão ali. E o único endereço de toda a França a entrar nesse seleto clube em 2012 foi o Flocons de Sel, do chef Emmanuel Renaut – uma das paradas de nosso roteiro. Nesse restaurante-hotel na vila de Megève, e também na capital da região, Lyon, é possível descobrir o que torna a montanhosa Rhône-Alpes uma inegável preciosidade cultural e natural no território francês. FERTILIDADE E FARTURA: O DERRETIMENTO DOS GLACIARES ALPINOS FAVORECE O CULTIVO DE ALGUNS DOS MELHORES INGREDIENTES DO MUNDO, MATÉRIA-PRIMA PARA PRATOS QUE FIZERAM A REGIÃO CONQUISTAR QUEM GOSTA DE COMER BEM

A MONTANHA E AS ESTRELAS

Chegar à vila de Megève a partir do aeroporto de Genebra, na Suíça, é uma experiência estética marcante. A estrada impecável que leva ao complexo e compreende Megève e Chamonix, dois dos mais famosos e bem-estruturados resorts de esqui do país, estende-se por cerca de 100 quilômetros com uma vista privilegiada do Montblanc, o ponto mais alto dos Alpes a imponentes 4.808 metros de altitude. Mas Megève é muito mais que o inverno. Nisso apostou a baronesa Noémi von Rothschild, pioneira no desenvolvimento da vila na década de 1920. Em sua empreitada para colocá-la no mapa, preocupou-se em tornar os fazendeiros locais capazes de obter renda durante as quatro estações do ano, notadamente transportando os turistas em carruagens durante a entressafra.

Ainda hoje é assim, e o desfile dos coches enfileirados na Place Église contribui para o charme do pequeno povoado. A carruagem que escolhemos era ingenuamente decorada com motivos da Disney; o cocheiro, um gaulês sorridente saído diretamente do Asterix. Com algumas camadas de cobertas macias contra o vento frio do outono, seguimos até uma pequena propriedade rural chamada La Ferme de Joseph, onde fomos recebidos em um belo chalé de madeira clara recheado de diversos tipos de carne curada, queijos, compotas com mel e conservas, iogurtes e sorvetes frescos. Enquanto os provávamos com voracidade visível, fomos sutilmente alertados de que em poucas horas teríamos um encontro marcado com Emmanuel Renaut. Destacado em 2012 como único chef francês a receber a terceira estrela Michelin, Renaut assentou

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JUST WHERE CAPITAL FRANCESA DA GASTRONOMIA: A REGIÃO METROPOLITANA DE LYON, CIDADE ONDE SE ENCONTRAM OS RIOS SAÔNE E RHÔNE, TEM 13 RESTAURANTES LISTADOS NO GUIA MICHELIN

a fundação para essa conquista em um currículo consistente. Antes de abrir sua casa aos pés do Montblanc há 14 anos, trabalhou com Christian Constant, em Paris, e como sous-chef de Marc Veyrat, no l’Auberge de l’Eridan. Posteriormente, assumiu o comando do restaurante do Claridge’s, em Londres. O Flocons de Sel é aconchegante e caseiro, sem a formalidade inibidora que se pode esperar de um hotel creditado pelo Relais & Châteaux como um restaurante três estrelas. Do mezanino nota-se a coerência entre as características da decoração e as dos pratos. Sentado a meu lado, Stefan Laude, nosso guia, divertia-se recontando que alguns dos cogumelos servidos como aperitivo haviam sido colhidos nas redondezas por ele e pelo chef há poucos dias. Os cogumelos não compunham uma exceção. De fato, um dos pilares da culinária de Renaut é aproveitar e valorizar os recursos regionais, usando ervas alpinas, raízes e carnes de acordo com sua disponibilidade sazonal. Depois das sobremesas impecáveis, Renaut sentou-se conosco e, apesar do cansaço, foi muito amigável e compartilhamos uma rodada de Chartreuse, licor típico da região feito há centenas de anos pelos monges cartusianos com base em uma receita secreta que contém mais de 130 tipos de erva.

CAPITAL DA GASTRONOMIA

Lyon é a capital de Rhône-Alpes e faz jus à denominação. É a segunda maior área metropolitana da França e mantém preservadas diversas evidências de sua antiguidade, com parte de seu território classificada pela Unesco como Patrimônio Mundial da Humanidade. É também o encontro entre os dois principais rios da região, o Saône e o Rhône, e esse fato definiu sua urbanização particular iniciada há mais de 2.000 anos, bem como sua multiplicidade e importância histórica. Apesar do tamanho e da numerosa população, Lyon é amistosa e dinâmica, e uma porção significativa de seus habitantes mora nos pontos turísticos mais visitados. Assim, pode-se esperar em meio a construções históricas preservadas, lojas de design, vinherias altamente qualificadas, ateliês de trabalho em seda e muitos dos melhores restaurantes franceses. Talvez esse seja o fato mais definitivo para os viajantes que a escolhem como parada: Lyon é considerada a capital da gastronomia francesa. Na edição de 2012 do Michelin, 13 restaurantes da Grande Lyon receberam estrelas. A casa triestrelada de Paul Bocuse fica em uma vila agregada à metrópole. A fama desse chef lionês, a propósito, é celebrada nos quatro cantos da cidade, que inclusive rebatizou com seu nome o principal mercado, Les Halles de Lyon, depois de uma grande reforma em 2006.

Emanuel Renaut: depois do show culinário, o chef confraterniza com os convidados bebericando licor chartreuse


Bocuse é conhecido como o principal difusor da nouvelle cuisine, aquela que se contrapõe à cuisine classique pelo preparo de pratos mais leves e menos calóricos e pela prioridade dada ao frescor e à qualidade dos ingredientes. Não à toa, Lyon foi o epicentro dessa renovação gastronômica: está cercada de algumas das mais destacadas regiões produtoras de alimento da França, boa parte cultivada e criada organicamente. Existem outros dois elementos intrinsecamente ligados que são importantes para compreender a ascensão da cidade como polo gastronômico e que contribuem para sua personalidade marcante: as mères e os bouchons. Mère significa mãe. É um termo usado em Lyon ao se referir a chefs que prezam as tradições culinárias iniciadas por cozinheiras da alta burguesia do fim do século XIX que haviam sido dispensadas de seu cargo. Desempregadas, passaram a oferecer comida caseira em restaurantes e hospedarias da cidade, os bouchons. Bouchon pode ser traduzido tanto como rolha quanto como parada e denominava as hospedarias que serviam vinho fora do horário das refeições. A combinação entre o esmero das mères, outrora exigido pelas famílias ricas, e os preços mais acessíveis definiu o tom desses estabelecimentos. Atualmente,

aplica-se o termo a restaurantes informais, normalmente com um menu simples que pode incluir alguns dos pratos mais tradicionais da cidade, como as andouillettes e os quenelles. O início do aprendizado de Paul Bocuse na cozinha, vale apontar, deu-se em um desses restaurantes, o La Mère Brazier, que funciona desde 1921. Outro bouchon tradicional é o Daniel et Denise, comprado em 2004 pelo chef Joseph Viola. O menu de saison (de 27 euros) apresenta três opções de entrada, prato principal e sobremesa, com destaque para a terrine de bochecha bovina com geleia de legumes. As experiências em Rhône-Alpes colocam a região em uma posição privilegiada como destino gastronômico, em grande medida pela competência local no trato, fomento e divulgação de seus recursos naturais abundantes. Isso torna possível apreciar pratos deliciosos tanto em um restaurante três estrelas em uma pequena vila quanto em um bouchon irreverente em uma grande metrópole. Uma região rústica e sofisticada, que prova ter fôlego para ser marcada no mapa como a nova capital gastronômica da França.

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da Festa

a

POR RICARDO CASTILHO FOTOS RICARDO D’ANGELO E DIVULGAÇÃO

DRINK

NENHUMA BEBIDA ALCOÓLICA TEM O CHARME E A ELEGÂNCIA DE UM CHAMPANHE


filosofou Napoleão Bonaparte sobre o champanhe. O imperador francês era tão obcecado pela bebida borbulhante que, em julho de 1807, visitou a região e condecorou os principais produtores da bebida. Mas, frases e celebridades são o que não falta nesse mundo de borbulhas. Madame de Pompadour, outra personalidade que empurrou a bebida para a glória, dizia que ela era “o único vinho que deixa a mulher mais bela depois de tê-la bebido”. O certo é que nenhuma bebida consegue chegar ao charme e ao clima festivo do champanhe. Verdadeira alma das celebrações, o champanhe deixa as pessoas felizes, em clima de confraternização. Além das comemorações, essa bebida é puro romance. No cinema, esteve presente em cenas clássicas, como a do filme CasablanCa, em que Ingrid Bergman e Humphrey Bogart, em Paris, bebem champanhe ao som de “As Time Goes By”, ou na série “007”, em que o agente James Bond sempre brinda suas conquistas com as raras e caras garrafas de Bollinger RD, um dos melhores vinhos espumantes do mundo.

as uvas do champaNhe

“Nas vitórias, é merecido; Nas derrotas, Necessário”,

Pinot noir Empresta corpo e longevidade ao vinho. Pinot Meunier Muito frutada, é responsável em grande parte pelos aromas da bebida. Chardonnay é a uva que entra com elegância e dá estilo à bebida.

as lendas de sua origem

Cabe ao monge beneditino Dom Pérignon a fama de ter inventado a bebida. O abnegado abade tinha acabado de encontrar uma solução para o vinho da região de Champagne. Situada no centro de um pequeno conjunto de colinas de Reims e de Épernay – 145 quilômetros a noroeste de Paris, Champagne produzia um vinho branco de qualidade, mas inferior se comparado aos frutados da Alsácia ou aos encorpados da Borgonha. Depois de descansar no inverno, o vinho criava uma efervescência na primavera. Acontecia, então, uma segunda fermentação, que pressionava as garrafas até que estourassem. É aí que voltamos ao célebre abade Dom Pierre Pérignon, que durante 47 anos – em fins do século XVII – foi o mestre de adega da Abadia Francesa de Hautvillers. Buscando fórmulas para melhorar o vinho, ele introduziu à bebida um xarope açucarado e um pouco mais de leveduras na segunda fermentação. Assim, o vinho ganhou caráter e, sobretudo, as mitológicas borbulhas que lhe trariam fama mundial. A revolução de nosso querido abade não parou aí. Ele passou a utilizar garrafas mais resistentes e rolhas de cortiça para prender o vinho durante a segunda fermentação. De vinho condenado, o champanhe virou a bebida da nobreza e Conquistou o mundo.

Produzidas obrigatoriamente pelo método tradicional, o champenoise, antes de se descartarem as leveduras responsáveis pela segunda fermentação, as garrafas são, diariamente, giradas um quarto de volta

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cuidados Na hora de servir

DRINK

CeriMoniaL

O champanhe pede um certo toque de cerimonial na hora de ser aberto e servido. Em temperatura entre 6 e 8 graus C, um excelente champanhe tem persistência e brancura na espuma, grande quantidade de perlage (pérola, em francês) e um aroma refrescante, leve e frutado.

aBertura

Para abrir a garrafa, retire com cuidado a gaiola de arame, segurando a rolha para evitar o estouro – porque isso provoca desprendimento de anidrido carbônico, com perda da persistência da bebida. Segure a rolha com uma das mãos e gire a garrafa no sentido contrário até que ela saia.

eStouro

Reserve o estouro para as datas festivas e as comemorações.

SerVir

Ao servir, derrame um pouco do champanhe e, após alguns segundos, complete a taça.

Para quem pretende visitar a pequena cidade de Reims, capital de Champagne, vale entrar antes em contato com as vinícolas, como a Krug, e agendar uma degustação.

RÓTULOS QUE FAZEM A DIFERENÇA 1. BoLLinGer SPeCiaL CuVÉe nM

A Maison Bollinger prima pela excelência em todas as suas linhas. Este é encorpado e fino, gostoso corte de 60% de Pinot Noir, 25% de Chardonnay e 15% de Pinot Meunier, provenientes na maior parte de vinhedos classificados como Grand e Premier Cru. Seus rosés também são especiais.

2. Perrier-JouËt BeLLe ePoQue

Uma verdadeira obra de arte. Cada garrafa da bebida é pintada a mão e sua produção é limitadíssima. Seu sabor seco e frutado melhora ainda mais com o envelhecimento.

3. draPPier

Casa familiar, fundada em 1808, instalada na pequena e charmosa

região de Aube. Seus vinhedos foram plantados no século I, por mãos romanas. Elabora o Drappier Carte D’Or, um dos melhores, digamos, um dos básicos; e os especialíssimos Charles de Gaulle e La Grande Sendrée, ambos safrados.

4. deutZ

Na mesma família há seis gerações, além de produzir bons vinhos, a vinícola é conhecida também por causa da cave subterrânea com 3 quilômetros de extensão, 30 metros abaixo do solo.

5. VeuVe CLiCQuot PonSardin

Conhecido como o champanhe da viúva, em referência a Nicole Barbe Clicquot, que, ao perder o marido, aos 27 anos, arregaçou as mangas e impulsionou os negócios dessa famosa maison. Atualmente, é


4 2 3

6 1

5

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8

elaborado com 56% de Pinot Noir, 16% de Pinot Meunier e 28% de Chardonnay. Por esse motivo, tem a cor mais rosada e aromas mais pronunciados de frutas vermelhas. Excelente qualidade. Elabora também o La Grande Dame, que foi lançado em 1972 para comemorar o bicentenário da Maison Clicquot. Produzido apenas em anos de safra excepcional, é encorpado, seco e rico em aromas frutados.

6. MoËt & Chandon Brut iMPÉriaL

Este champanhe de cor amarelo- palha tem perlage muito fina e persistente no nariz e encanta de bate-pronto. Resultado de sua grande complexidade aromática, com muitas notas de cítricos e especiarias. Embora seja produzido em uma das maiores casas da região, quem experimenta esse corte de Pinot Noir, Chardonnay e Pinot Meunier sempre pede para repetir.

7. KruG CLoS du MeSniL

Um verdadeiro néctar, produzido pela Casa Krug, uma das mais tradicionais de Champagne. Trata-se de um blanc de blancs, isto é, elaborado apenas com a uva branca Chardonnay, e de um único vinhedo, que lhe empresta o nome. O Clos du Mesnil é um vinhedo pequeno, de apenas 1,87 hectares. O resultado é um vinho elegante, frutado, com certa cremosidade e, como dizem os franceses, biscuité (leve aroma de massa assada), puxando para nozes.

8. doM ruinart BLanC de BLanCS

Um dos champanhes preferidos pela aristocracia francesa, este vinho estampa no rótulo o nome de quem, com Dom Pérignon, foi um dos pioneiros no método de fermentação dos vinhos de Reims.

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BITE

50 OS

MELHORES DA AMÉRICA LATINA

2º D.O.M.

ASTRID Y GASTÓN

1º–

ASTRID Y GASTÓN, P E R U Melhor do Peru, e Gastón Acurio, Melhor Chef Pelo Conjunto da Obra

2º–

D.O.M., São Paulo, B R A S I L

3º–

Pujol, M É X I C O Escolha dos Chefs e Melhor do México

4º–

Melhor do Brasil

Central, P E R U

5º–

Maní, São Paulo, B R A S I L Helena Rizzo, Melhor Chef Latino-americana

9º–

6º– 7º– 8º–

Biko, M É X I C O

10º– Roberta Sudbrack,

Malabar, P E R U Boragó, C H I L E Melhor do Chile

Tegui, A R G E N T I N A Melhor da Argentina Rio de Janeiro, B R A S I L

11º– Maido, P E R U 12º– Pangea, M É X I C O


QUER SABER QUAIS SÃO OS MELHORES RESTAURANTES DA AMÉRICA LATINA? LEVE A LISTA DO PRÊMIO 50 BEST, DIVULGADA EM LIMA EM SETEMBRO PASSADO, NA SUA PRÓXIMA VIAGEM. E DISCORDE DOS ELEITOS SE FOR CAPAZ POR MARIELLA LAZARETTI, DE LIMA O evento de divulgação da lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina, que aconteceu no início de setembro passado no Country Club Hotel, en San Isidro, em Lima, foi teoricamente um final de campeonato entre Brasil e Peru. O grande impasse do prêmio Latin America’s 50th Best Restaurantes era quem venceria o braço de ferro da gastronomia do Cone Sul: se o peruano Gastón Acurio ou o brasileiro Alex Atala. O chef mexicano Enrique Olvera, que poderia estar no páreo, com seu excelente Pujol, ficou com o galardão do prêmio especial de Escolha dos Chefs (ou do júri). Mesmo assim, a maioria dos presentes do mundo ‘gastrofashion’ (jornalistas, chefs e autoridades da área), utilizando o raciocínio óbvio que leva a crer que um restaurante em 6ª lugar na lista mundial

do mesmo prêmio seria o primeiro na lista segmentada da América Latina, apostou que daria DOM na cabeça. Raciocínio e lógica simples, certo? Errado. O DOM ficou com o segundo lugar, e o restaurante Astrid y Gastón, com o primeiro. Para o bem e para o mal, a mesma matemática que eleva e derruba restaurantes na lista mundial, divulgada todos os anos em Londres, onde nasceu esse prêmio, foi a que regeu a ordem no 50th Best America Latina. Restaurantes menos visitados por jornalistas, chefs e gourmets que são convocados a compor o júri com muitos meses de antecedência à decisão do prêmio recebem menos votos. Essa é a regra do jogo. Se é justa ou não, é motivo de tese. Vamos lá. Os jurados são escolhidos por coordenadores em regiões definidas do mapa. No Brasil, o coordenador é o

16º

21º

MOCOTÓ

QUINTONIL

13º– Rafael, P E R U 14º– Fiesta, P E R U 15º– La Mar, P E R U 16º– MOCOTÓ, São Paulo, B R A S I L

17º– La Cabrera, A R G E N T I N A 18º– Tomo 1, A R G E N T I N A 19º– Criterión, C O L Ô M B I A Melhor da Colômbia

20º– Parador La Huella, U R U G U A I Melhor do Uruguai

21º– QUINTONIL, M É X I C O 22º– Harry Sasson, C O L Ô M B I A 23º– Fasano, B R A S I L 24º– Andrés Carne de Res, COLÔMBIA


BITE

jornalista Josimar Mello. Ele seleciona um punhado de nomes de pessoas que são chefs, jornalistas da área e ou gastrônomos que habitualmente viajam pelo mundo para comer. Cada jurado pode escolher até quatro restaurantes de seu país e três de outros países da América Latina que tenha visitado no último ano. Isso vale para cada região. Ou seja, los hermanos devem votar também nos brasileiros para que eles subam na lista. Proporcionalmente, na lista mundial, na hora em que se tem de escolher um restaurante latino-americano entre todos do planeta, as escolhas dos jurados recaem sobre o DOM. Alex Atala tem um trabalho consistente e conhecido na Europa porque vem participando de congressos no mundo todo há mais de 10 anos, por absoluto mérito pessoal. Apresenta uma cozinha brasileira de personalidade, é um apaixonado pelos produtos amazônicos, aplica técnicas apuradas e consegue uma cozinha passional e cerebral ao mesmo tempo. Tem empatia, é uma pessoa que sabe falar idiomas e em público. Isso também conta muito no circuito internacional. Além disto, eventos de grande porte, como a Semana Mesa SP, feita pela revista Prazeres da Mesa, traz anualmente uma dezena de jornalistas e mais duas dezenas de chefs internacionais que votam no 50 Best. Assim,

Alex Atala figura na lista há oito anos. Sob o mesmo esquema, esses visitantes especializados passaram a votar também no Maní, de Helena Rizzo (que entrou para a lista dos 50 Melhores Restaurantes do Mundo em 2013), na chef Roberta Sudbrack e no Fasano, que figuram na mesma lista mundial entre os 100 Melhores. Mas aqui entre latinos, as proporções mudam. Os jurados vizinhos visitaram muito mais restaurantes de outros países latinos do que no Brasil no último ano. E pelo mesmo motivo que o brasileiro passou a gritar nas ruas: altos custos. Estamos caros. Comer em restaurantes como o DOM pode chegar facilmente a R$ 700 reais por pessoa. A jornalista argentina Raquel Rosemberg, presidente da Academia do prêmio na América Latina, diante da situação que parecia “jogo comprado” pelo país que sediava o evento, foi incisiva: “Os argentinos votaram em restaurantes do Peru. O Brasil está muito caro”. Pois é: até nisso a titubeante política econômica brasileira conseguiu baixar sua mão pesada. Porém, focando nos detalhes e não no resultado final, na festa de ontem sentiu-se o golpe de duas faltas e uma zebra. As faltas, a ausência de nomes como Tordesilhas, da chef Mara Salles, e o Brasil a Gosto, da chef Ana Luiza Trajano. E boas

29º

31º

SUCRE

ARAMBURU

25º–

Alto, V E N E Z U E L A Melhor da Venezuela

26º– Merotoro, M É X I C O 27º– Oviedo, A R G E N T I N A 28º– Chila, A R G E N T I N A 29º– SUCRE, A R G E N T I N A

30º– Corazón de Tierra, MÉXICO 31º– ARAMBURU, A R G E N T I N A 32º– Attimo, São Paulo, B R A S I L 33º– Pura Tierra, A R G E N T I N A

34º– Casa Oaxaca Hotel, M É X I C O 35º– Olympe, Rio de Janeiro, B R A S I L 36º– Sud 777, M É X I C O 37º– Francis Mallmann 1884, ARGENTINA


notícias: uma tropa de restaurantes brasileiros passa a ser reconhecida fora de nossas fronteiras. Oficialmente falando. Agora, como em todo jogo, sempre tem a zebra: a Argentina, país de situação econômica mais difícil que a nossa, ter comparecido com 14 indicações, quando restaurantes argentinos de terroir e cozinha autoral são raros de ser encontrados até em guias argentinos de gastronomia, ficou estranho. Mas lá estavam eles... Agora, falemos do número 1 da lista: o restaurante Astrid y Gastón, que é o porta-bandeira do movimento gastronômico que vem transformando socialmente o Peru. O restaurante, que é o emblema do império de Gastón Acurio, uma espécie de ativista político, ídolo pop e embaixador da comida peruana no mundo, havia decaído dois anos atrás. Mas mudou e muito, porque Gastón, que hoje empunha o libelo trotskista de espalhar a cultura andina pelo mundo, percebeu que jamais poderia chamar a atenção planetária para a causa se seu principal restaurante (ainda com seu nome) permanecesse no anonimato mundial. Fez uma injeção de dinheiro e sangue novo contratando o chef Diego Muñoz e conseguiu apresentar uma cozinha

mais instigante, criativa e cenográfica. É um restaurante que merece um lugar de destaque em qualquer lista. Se em primeiro, quinto ou quadragésimo, vai do gosto. Como toda lista, aliás. O fenômeno é a rapidez e o empenho financeiro com que todo um país tem conseguido trazer jornalistas e chefs do mundo para conhecer sua comida. Seja através do turismo ou com investimentos diretos do governo em eventos de gastronomia, como o Mistura, o Peru tem como bandeira o país da gastronomia latino-americana. O que soou estranho foi o Astrid y Gastón ter saltado do nada que era dois anos atrás, quando estava no fim da lista dos 50 melhores Restaurantes do Mundo, para o primeiro lugar no primeiro ano de um evento sediado por seu próprio país. Mas isso também pode soar como a arenga de todo mundo que não leva o primeiro lugar. Contudo, listas servem para uma coisa: serem ticadas. A melhor maneira de concordar ou discordar dela é seguir sua trilha passo a passo nas suas próximas viagens. E, com as impressões em punho, chamar os amigos gourmets para debatê-las conjuntamente. Com boas garrafas de vinho como acompanhamento, claro...

48º OSAKA

41º EPICE

38º– Remanso do Bosque,

Belém, Pará, B R A S I L Restaurante Potencial

39º– El Baqueano, A R G E N T I N A 40º– Unik, A R G E N T I N A 41º– EPICE, São Paulo, B R A S I L

42º– La Bourgogne, U R U G U A I 43º– Pitiona, M É X I C O 44º– Paraje Arévalo, A R G E N T I N A 45º– Casa Umare, A R G E N T I N A 46º– Laja, M É X I C O

47º– El Cielo, C O L Ô M B I A 48º– OSAKA, C H I L E 49º– Hernán Gipponi Restaurante, ARGENTINA

50º– Elena, A R G E N T I N A


por ana paula kuntz e camila duarte

calendário

1 de nov

pariS

aTÉ 12 de nov São paulo e rio de janeiro

JunTos, os Top 3 da dança O balé da Ópera de Paris interpreta, em uma mesma apresentação, o trabalho de três dos coreógrafos de dança contemporânea mais importantes da atualidade. As obras “Darkness is Hiding Black Horses”, do japonês Saburo Teshigawara; “Glacial Decoy”, da americana Trisha Brown; e “Doux Mensonges”, do tcheco Jiří Kylián, foram alinhadas devido à característica em comum atribuída pela crítica: a beleza. O corpo de baile parisiense dança as coreografias ao som da orquestra Les Arts Florissants, especialista em música barroca. Ingressos a partir de 118 euros.

28 de nov

e 1 de dez

Fôlego de superação Não há como falar de Sarah Brightman sem lembrar do sucesso que a soprano fez na década de 80 como parte do elenco de “O Fantasma da Ópera”, musical encenado na Broadway. Mas sua carreira solo também está cheia de fôlego. Tanto que a cantora britânica vem ao Brasil com a turnê mundial de Dreamchaser, disco lançado no início do ano, dando duas únicas chances ao público de revê-la ao vivo desde a última vez em que esteve no Brasil, em 2009. Ingressos a partir de R$ 600. Sp, 28 de novembro: Credicard Hall - Av. das Nações Unidas, 17955 rJ, 1° de dezembro: Citibank Hall - Av. Ayrton Senna, 3000 www.credicard.com.br

palais Garnier - 8 rue Scribe Apresentações nos dias 1, 2, 4, 7, 9, 10 e 12 de novembro www.classictic.com

londreS

14 de ouT

aTÉ 1 de dez

Todas as cores da borboleTa

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Já faz mais de um século que a história do tenente da marinha que se apaixona por uma gueixa, escrita pelo italiano Giacomo Puccini, encanta o público que a assiste. Nesta montagem, a ópera “Madame Butterfly” lança mão de recursos atuais, como efeitos cinematográficos transportados para o teatro, em um cenário supercolorido. Promete surpreender até os aficionados pela obra. Ingressos a partir de 12 libras. London Coliseum - St Martin’s Lane - www.visitlondon.com

São paulo

aTÉ 15 de dez Corredor metamórFiCo Quem visitar o museu no Parque do Ibirapuera será surpreendido pelo corredor. A mostra “Projeto Parede”, de Luiz Aquila, apropria-se da passagem que liga a entrada do MAM à Grande Sala, não só física, mas metaforicamente. Conforme explica o artista, a obra que une colagem sobre tela crua com intervenções sonoras e volumétricas explora os significados da palavra “corredor” tanto no sentido de “trecho que conecta dois espaços”, quanto de “aquele que pratica a ação de correr”, seja, por exemplo, um cão ou um homem, ou uma mistura dos dois. Afinal, diz a lenda portuguesa que o sétimo filho do sexo masculino que não for batizado pelo primogênito se tornará um corredor, alguém que corre à noite e passa por várias metamorfoses. parque do Ibirapuera - Av. pedro Álvares Cabral, VIla Mariana - www.mam.org.br


aTÉ 4 de Jan de 2014

noVa York londreS

Moda fora do arMário Uma reunião das principais contribuições de consagrados estilistas gays ao mundo da moda é o que propõe a exposição “A Queer History of Fashion: From the Closet to the Catwalk”. Criações como o primeiro terno de gala para mulheres, uma interpretação de Yves Saint Laurent dos smokings masculinos; os primeiros vestidos tipo baby-doll, tão meigos quanto insinuantes de Cristóbal Balenciaga, e peças exóticas de Alexander McQueen’s estão entre as 100 escolhidas. Elas estão dispostas em ordem cronológica, para evidenciar momentos históricos em que estilos considerados socialmente inaceitáveis - como o andrógeno, para citar um - marcaram época, inspiraram outros estilistas e deram impulso a mudanças no conceito de vestir-se. Museum at The Fashion Institute of Technology (FIT) Seventh Ave. at 27th St. (7 Av/27 St), Manhattan

aTÉ 5 de Jan de 2014

a TurMa da rainha A monarca Elizabeth I reinou na Inglaterra por mais de 40 anos e, por todo esse tempo, gerações de criados, familiares e companheiros mantiveram a vida da rainha em ordem e movimento. Por trás dessa grande mulher, havia uma enorme corte, composta por pessoas que passam quase despercebidas, mas são o foco da mostra “Elizabeth I & Her People”, que exibe quadros retratando soldados, damas de companhia, exploradores do novo mundo, ourives, cervejeiros, escritores e artistas que conviveram com ela, além de alguns artefatos usados ou relacionados a ela, produzidos na época, como joias, moedas e livros. National portrait Gallery www.npg.org.uk

londreS

aTÉ 19 de Jan de 2014 pÉrolas da hisTória Uma pérola remete a algo único e extraordinário. Algumas mais que outras. Usadas como símbolo de status desde o Império Romano, passando pela era medieval e chegando aos dias de hoje, elas ficam ainda mais interessantes quando fazem de parte de um evento histórico. Na exposição “Pearls at the V&A”, além de explanações sobre o perigoso método de “pesca” de pérolas, estão à mostra 200 peças entre joias e obras de arte. Lá estão o brinco usado por Charles I no dia de sua coroação em 1649, um colar dado a Marilyn Monroe por Joe DiMaggio em 1954, adornos romanos datados do século I a.C., um casaco indiano forrado de pérolas usado por marajás no século XIX e também o brinco Bulgari que pertenceu a Elizabeth Taylor na década de 70. A coleção é uma parceria entre: Victoria and Albert Museum, o Qatar Museums Authority, o Tate Britain, o British Museum, o Royal Collection e as joalherias YOKO London, Mikimoto, Tiffany & Co, Bulgari, Cartier, Chaumet e René Lalique. Ingressos por 10 libras. Victoria and Albert Museum - Cromwell road, London, SW7 2rL - www.vam.ac.uk

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por ana paula kuntz e camila duarte

calendário

rio de janeiro

obsessÃo infiniTa

12 de ouT

Chega ao Brasil a exposição “Obsessão Infinita”, da artista japonesa Yayoi Kusama. Serão expostas no Centro Cultural Banco do Brasil 110 obras que marcam a trajetória da artista. São trabalhos realizados entre 1942 e 2012, incluindo pinturas, esculturas, vídeos e instalações. Nascida em 1929, Yayoi passou por movimentos e momentos da arte e da cultura, do minimalismo às artes pop e feministas. É conhecida nas passarelas por sua parceria com Louis Vuitton e por seus trabalhos em estampas de bolinhas e poás. Após ter se mudado para Nova York em 1957, a artista conviveu no cenário artístico com Andy Warhol, Joseph Cornell, Donald Judd e Claes Oldenburg. Hoje ela vive no Japão e é considerada uma das artistas mais importantes do país. Aberto de quarta a segundafeira, das 9h às 21h. Entrada gratuita. www.yayoi-kusama.jp

aTÉ 20 de Jan de 2014

CCBB rio de Janeiro - rua primeiro de Março, 66, Centro. Tel.: (21) 3808-2020 www.bb.com.br

noVa York

aTÉ 26 de Jan de 2014 poe CoNserVado

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O escritor Edgar Allan Poe deixou marcas por Nova York que podem ser vistas desde o Poe Cottage, casa no Bronx, onde viveu até seus últimos dias em 1849, até a Biblioteca Pública de Nova York, que abriga uma das principais coleções de obras do autor. Mas é em outra biblioteca que está a mostra que explora elementos de suas poesia, ficção e crítica literária. Inspirada principalmente no prefácio do livro Tales of the Grotesque and Arabesque (em português Histórias Extraordinárias), a exibição inclui as primeiras edições de “The Raven” (poema que em português recebeu o título de O Corvo) e “The Cask of Amontillado” (O Barril de Amontillado) ,impressas no século XIX. The Morgan Library & Museum - 225 Madison Ave. (Madison/36), Manhattan www.themorgan.org

aTÉ 26 de Jan de 2014

noVa York

arTe siM, Guerra nÃo O salto artístico americano dado no início do século XX pode ser notado na mostra que reúne icônicas obras produzidas nos Estados Unidos entre 1915 e 1950. Interessante apreciá-la lembrando que na época aconteciam os conflitos bélicos mais marcantes da história. Entre os artistas destacados na exposição American Modern estão George Bellows, Edward Hopper, Georgia O’Keeffe, Alfred Stieglitz e Andrew Wyeth, menos preocupados com as guerras e mais empenhados em mostrar seu apuro técnico, com trabalhos de pintura e fotografia. Gratuito na compra da entrada para o museu. The Museum of Modern Art - MoMA 11 W. 53rd St. (53 St/5 Av), Manhattan


São paulo

aTÉ 27 de Jul de 2014 relÍQuias de FamÍlia

eNteNdeNdo Cartier

pariS

Como pode uma beleza atravessar séculos e não ficar com aspecto de cansada? A maior parte das peças da joalheria Cartier, fundada em 1847, segue digna de admiração e cobiça: apesar de aqui estarem na posição de peças de museu, muitas das 500 joias em exposição poderiam ser usadas hoje. Há acessórios femininos, relógios masculinos e ainda pinturas, pôsteres e alguns móveis da grife.

4 de dez

aTÉ 16 de fev de 2014

Galeries nationales du Grand palais 3 Avenue du Général Eisenhower. www.rmn.fr/Galeries-nationales-du-Grand

pariS

Inaugurada na nova sede em agosto, a exposição “Classicismo, Realismo, Vanguarda: Pintura Italiana no Entreguerras”, apresenta as 71 pinturas italianas adquiridas entre 1946 e 1947 por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo, e sua esposa Yolanda Penteado, para a criação do antigo MAM de São Paulo. A exposição traz ainda 10 obras de artistas brasileiros influenciados pelo ambiente artístico italiano do entre guerras. Talvez uma das coleções mais importantes de arte moderna italiana fora da Itália, esse conjunto de obras do MAC USP pode contar uma importante parte da história da arte moderna da primeira metade do século XX. MAC USp Nova Sede. Av. pedro Álvares Cabral, 1301 - www.mac.usp.br

aTÉ 1 de fev de 2014

u2 3d A música da banda irlandesa nunca foi para ser ouvida de olhos fechados. O U2 angaria fãs também por se superar no visual dos shows. A turnê “Vertigo” se superou de tal maneira que gerou a produção de um filme, com imagens da National Geographic em três dimensões. O resultado foi parar no Festival de Cinema de Cannes, em 2007, e está em cartaz com apresentações semanais em um dos parques mais charmosos de Paris. Sábados, às 20h30. Ingressos por 12,50 euros. parc de la Villette - 26 Avenue Corentin Cariou - www.lageode.fr

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Click

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Paulo Pampolin em cena

A principal característica de Paulo, segundo ele mesmo, é o ecletismo. “Gosto de quebrar paradigmas e me arrisco em um pouco de cada coisa”, diz. Pampolin já fez de ensaios de moda a fotojornalismo, passando por culinária e trabalhos autorais, misturando luz e sombra para definir relevos, volumes e curvas. Atrás das lentes desde 1996, o fotógrafo gosta de clicar gente, principalmente se estiver manifestando sua fé. “Independentemente da religião, quando as pessoas demonstram a fé, elas entram em transe e se transformam, emitem uma luz diferente. Isso me toca.” www.paulopampolin.com



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