7. Influências externas
Foram identificados dez casos que receberam a classificação de “Influências Externas”. Eles se referem a pessoas que ficaram em segundo ou terceiro lugar nas listas ou mesmo pró-tempores, nos quais se pode perceber a interferência de forças externas às instituições na escolha. Foram oito Universidades e um Instituto Federal. Uma delas contou com dois eventos (UFGD). Durante a pesquisa, foi feito um esforço para identificar as pessoas que teriam exercido algum tipo de intervenção no processo de escolha. Surgiram dois membros do Senado, cinco deputados federais, duas pessoas ocupando vagas em Assembleias Legislativas, um secretário municipal, um dirigente de entidade profissional e um de entidade empresarial. Dentro desta lista, dois também se apresentam como pastores protestantes. E há casos de referências genéricas a senadores e deputados federais. Antes de avançar, cabe um esclarecimento: durante a pesquisa, um casal de parlamentares surgiu com influência na UFC e na Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Este não foi considerado um caso de Intervenção, mas será brevemente citado devido ao papel dos dois. São eles: o deputado federal Jaziel Pereira de Sousa (PL/CE) e sua esposa, a deputada estadual Silvana Oliveira de Sousa (PL/CE). Ele é pastor da Assembleia de Deus no Ceará. Os dois são vistos como os principais responsáveis pela escolha do reitor pró-tempore da Unilab e tiveram participação na UFC. A Unilab foi criada em 2010, instalada em 2011 e seus estatutos ainda não haviam sido aprovados pelo MEC. Desta forma, todos os seus dirigentes vinham sendo escolhidos pelos governos. Assim, em março de 2020 foi apontado o nome de Roque Nascimento Albuquerque. Ele é pastor da Igreja Batista do Rosário, em Fortaleza, além de docente da universidade. Segundo a imprensa, o casal citado acima articulou sua nomeação (RIBEIRO, 2020). Posteriormente, os estatutos foram aprovados e se procedeu à consulta e à elaboração da lista tríplice. Roque Nascimento foi candidato, tendo ficado em primeiro lugar na eleição, com 64% dos votos. Também ocupou o topo da lista e foi, finalmente, nomeado em maio de 2021 (ROQUE, 2021). O processo na UFC foi distinto. Na consulta, Cândido Albuquerque ficou em terceiro lugar, com 4,6% dos votos. Na lista, ficou na mesma posição. As razões para sua escolha, na imprensa, porém, são variadas. Ele afirmou que foi a Brasília, conversou com Weintraub, com senadores e deputados do seu estado (PREITE SOBRINHO, 2019). Outra versão é a de que teria sido elaborado um dossiê contra o primeiro colocado, que teria feito campanha contra Bolsonaro
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