Concurso Caixa IAB/DF

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Programa Monumenta Palácio das Indústrias:

O Programa Monumenta prevê uso

Com o uso permitido dentro da zona que o

misto, diversidade de serviços através de

circunda, seguindo-se sempre a compatibi-

espaços abertos e acessíveis à comunidade

lidade do bem com o uso pretendido, o que

Tombado pelo Condephaat em 1982, o edifício foi

local.

garante a sua integridade física e memória

projetado pelo arquiteto Domiziano Rossi, no escritório

para a cidade de São Paulo.

de Ramos de Azevedo. O edifício foi construído inicial-

De acordo com a determinação do Plano Diretor do município e do Plano Regio-

Tal memória é mantida viva e trans-

nal Estratégico, os edifícios em questão

mitida geração a geração com a perma-

comerciais, uma iniciativa da Secretaria da Agricultura,

(Palácio das Indústrias, Casa das Retortas

nência do bem tombado. A atribuição de

Comércio e Obras Públicas do Estado. Seu espaço físico

e Quartel do Segundo Batalhão de Guar-

usos contemporâneos e cotidianos, através

abrigaria museus, salas para exposições, conferên-

das) estão enquadrados na Zona Especial

de programas educacionais e culturais

cias, festas, laboratórios e setor administrativo. Nunca

de Preservação Cultural, destinados à

que busquem a ocupação no dia a dia da

foi utilizado para o fim desejado, sempre por serviço

preservação, manutenção e conservação,

edificação, promovendo o uso condizente

administrativo, em 1992 restaurado pela arquiteta Lina

especificamente neste projeto, de imóveis

com seu porte e estrutura, e acima de tudo,

Bo Bardi, recebeu a sede da Prefeitura de São Paulo,

de interesse histórico, cultural e artístico.

evitando o esvaziamento e gentrificação.

retirada em 2004, na gestão da prefeita Marta Suplicy.

mente para abrigar exposições agrícolas, industriais e

Hoje abriga o Museu de ciências Cata-Vento.

Casa das Retortas ou Antigo Gasômetro: O local serviu de sede para a produção de gás a partir do final do século XIX. Restaurada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha no período de 1978 – 1979, abrigou neste período o Centro de Pesquisas sobre a Arte Brasileira Contemporânea, e o Departamento do Patrimônio Histórico (DPH). Atualmente a casa das Retortas encontra-se sem uso, porém será transformado no Museu de História do Estado de São Paulo. A iniciativa faz parte de um projeto do governo do Estado de transformar a região em um polo cultural

Quartel do Segundo Batalhão de Guardas: O edifício foi tombado em 1981, inicialmente o edifício foi uma chácara e depois funcionou como Seminário. Em 1862 até 1903 abrigou o Hospício dos Alienados, e posteriormente utilizado como quartel. O edifício construído na metade do século XIX, é de composto por taipa de pilão e alvenaria. Hoje é utilizado como estacionamento pela polícia.

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Síntese Apresentação Esta proposta visa à recuperação do Parque Dom Pedro II, localizado no centro de São Paulo, baseando-se em três premissas: reurbanização, habitação e patrimônio histórico. A reurbanização é possível através do Programa de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais, visando à readequação dessa área e dos seus equipamentos urbanos; a habitação está atrelada a programas como o Programa Habitação de Interesse Social, tendo como intuito facilitar o acesso à moradia para a população de edifícios em condições precárias e população em situação de rua da região; o patrimônio histórico se enquadra no Programa Monumenta. A configuração do Parque D. Pedro II como espaço residual é fruto de intervenções de infra-estrutura metropolitana, que acarretaram em sua degradação. Através da análise do local, conclui-se que essa situação foi configurada devido às transformações da cidade que acarretaram na construção das macroestruturas, como as rodovias metropolitanas, terminais de transporte coletivo (Terminal de Ônibus Parque D. Pedro II, Expresso Tiradentes e Metrô), e viadutos. Os espaços entre essas grandes obras de infra-estruturas urbanas configuramse em territórios remanescentes, não pela falta de pessoas, porque elas lá estão, mas pela diferença de velocidade em que se encontram. O espaço é não-lugar, e passando e ser um mero local (ou vazio?) de passagem, perdendo sua identidade. A população, no coletivo ou individual, transforma-se em fluxos, ou melhor, uma massa líquida maleável, porém indissociável. Ela passa, corre, atravessa, mas nunca para. Ao mesmo tempo em que o abandono é conseqüência do desenho viário, podendo atribuí-lo também às maneiras como essas pessoas se movimentam nesta estrutura. Ora em automóveis, ora em ônibus, ora em trem. Funcionam para conectar áreas distantes ao mesmo tempo em que atravessam e desconectam regiões antes conectadas. A proposta tem o intuito de possibilitar a existência de um parque urbano, sobrevivendo em um contexto caótico (dentro de um nó de rodovias metropolitanas na região central - que configura a rótula e contra-rótula - dividindo os bairros da Sé e do Brás). Apóia-se principalmente na premissa de que o processo de retorno do não-lugar à condição de lugar ocorre por meio da integração da população ao território. A conexão ocorre através de equipamentos urbanos, que devido à sua implantação e ao seu uso preenchem os vazios (edifícios e áreas abandonadas), e um desenho que se integra à malha urbana, contemplando também os recursos naturais.

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