CARTA-PRECÁRIA
Cara Tatiana, Essa deve ser uma produção-precária. Essa carta é justamente um pedido de resposta sem qualquer pergunta pra se responder. Grace Passô, dramaturga mineira, escreveu uma carta para Vinicius Arneiro, diretor carioca, para que a mesma carta, fosse transformada em uma criação cênica. Na carta de Grace, ela diz
Diante dessas palavras endereçadas a outra pessoa, espantadas e de força, queríamos convidar você a uma produção-precária. O único limite que propomos é uma página de uma folha de papel A4. Nesse “limite”, você estará livre para responder como quiser – não limitado à proposição de um texto. Mas para essa carta chamaremos de “texto”. Você pode ocupar essa página da maneira que lhe parecer possível. As pessoas que lerão o seu texto, tradicionalmente chamadas de leitores, deverão perceber nesse texto, de alguma forma, que estão criando junto com você uma situação, no momento do encontro com esse trabalho. Seu trabalho deve ser uma ode, uma declaração de amor, uma exaltação extrema à liberdade – sem que você (em hipótese nenhuma) mencione essa palavra. Para começa-la, você deve escolher UMA (apenas uma) dessas possibilidades de início: 1) 2) 3) 4)
Uma lista de perguntas sobre estar no mundo hoje; O trecho de um livro que você goste muito, sem mencionar seu autor; Uma fotografia com algum tipo de presença humana; ou Uma definição de dicionário.
Com carinho, André Felipe e Gustavo Colombini ESCRITA-AÇÃO (Mostra Hífen de Pesquisa-Cena)
Diz se
Ainda que tenha encontrado não quer dizer que definiu. Aparece em formato breve, ou denso, ou de quase em quase - sempre mantém uma maior vida se substantivo do que em adjetivo ou advérbio. Apesar de ser opções fica num jeito de uso mais leve e menos profundo, pois pode ser isso ou aquilo. Continue, não acabei ainda e a leitura também não. Esse pode ser um dos aspectos que nos separa a todos: alguma preguiça desistente de continuar a ver os sentidos e não se bastar naquilo que já ouviu e que já está e que por assim ser, já nada diz. Alguma palavra lhe choca?
Tatiana Schunck 15/12/2016
Querida Catalina, Esta deberá ser una producción-precaria. Esta carta es justamente un pedido de respuesta sin cualquier pregunta para contestar. Grace Passô, dramaturga de Belo Horizonte, escribió una carta a Vinícius Arneiro, director de Rio, para que la misma carta, fuese transformada en una creación escénica. En la carta de Grace, ella dice ¿Qué repertorio creamos en nuestra vida para convivir con aquella o aquel a quien, en realidad, no me gustaría que existiera en el mundo? Al final, hoy, 2016, o enfrentamos esta pregunta o convivimos con un asombro cómodo e inocente de estar frente “al otro”, “a la otra”.
Frente a esas palabras direccionadas a otra persona, con espanto y fuerza, nos gustaría invitarte a una producción-precaria. El único límite que proponemos es una carilla de un papel A4. En este “límite”, estarás libre para contestar como quieras – no limitado a una proposición textual. Pero en esta carta llamaremos “texto”. Vos podés ocupar el papel de la manera que te parezca posible. Las personas que lean tu texto, tradicionalmente llamadas lectores, deberán percibir en este texto, de alguna manera, que están creando junto a vos una situación, en el momento del encuentro con este trabajo. Tu trabajo debe ser una oda, una declaración de amor, una exaltación extrema a la libertad – sin que vos (en ninguna hipótesis) diga esta palabra. Para empezar, deberás elegir UNA (solamente una) de estas posibilidades de inicio: 1) 2) 3) 4)
Una lista de preguntas sobre estar en el mundo hoy; Un fragmento de un libro que te guste mucho, sin decir el autor; Una fotografía con algún tipo de presencia humana; o Una definición de diccionario.
Cariños, André Felipe y Gustavo Colombini ESCRITA-AÇÃO (Mostra Hífen de Pesquisa-Cena)
¿Dónde se ubica la tensión de las manos… …para no aplastar? ¿Dónde están los hilos que sostienen los brazos de los que odian? Todos los odios detrás de las espaldas…
DOMADOS Para evitar/nos las piedras en las caras. ¿Y si se cortan las tanzas, y podemos arañar los párpados? Observar-nos las partes enrojecidas que la piel aprieta desde siempre. ¿Hay piel o miel entre las piernas? Saltemos al vacío- como en una escalera súbita-. Que se caiga detrás de nosotros TODO EL VIENTO DEL MUNDO, Y empuje Y se muevan las hojas de los árboles. ¡GRITEN LOS QUE PUEDAN! Mis cuerdas vocales estallaron ya. ¿ALGUIEN SABE DEL DOLOR DE NO PODER DECIR? ¡Saquen las lenguas de los huecos! ¡Aprovechen ustedes! Hay cosas detrás del plástico. Lo juro. Cositas en miniatura que pueden ser PLACER Si corremos A LA VEZ todo puede detenerse donde queremos. O avanzar hacia el punto. Será inmediata la transformación. ¿Quién no busca volverse algo nuevo? ¡Es rasgar para ver detrás de la cortina! ¡SOPORTEN MI ALIENTO! ¡Es rancio pero tiene razón! NO DUDEN. NO DUDEN. NO DUDEN. NO DUDEN.
Caro Vinicius, Essa deve ser uma produção-precária. Essa carta é justamente um pedido de resposta sem qualquer pergunta pra se responder. Grace Passô, dramaturga mineira, escreveu uma carta para Vinicius Arneiro, diretor carioca, para que a mesma carta, fosse transformada em uma criação cênica. Na carta de Grace, ela diz
Diante dessas palavras endereçadas a outra pessoa, espantadas e de força, queríamos convidar você a uma produção-precária. O único limite que propomos é uma página de uma folha de papel A4. Nesse “limite”, você estará livre para responder como quiser – não limitado à proposição de um texto. Mas para essa carta chamaremos de “texto”. Você pode ocupar essa página da maneira que lhe parecer possível. As pessoas que lerão o seu texto, tradicionalmente chamadas de leitores, deverão perceber nesse texto, de alguma forma, que estão criando junto com você uma situação, no momento do encontro com esse trabalho. Seu trabalho deve ser uma ode, uma declaração de amor, uma exaltação extrema à liberdade – sem que você (em hipótese nenhuma) mencione essa palavra. Para começa-la, você deve escolher UMA (apenas uma) dessas possibilidades de início: 1) 2) 3) 4)
Uma lista de perguntas sobre estar no mundo hoje; O trecho de um livro que você goste muito, sem mencionar seu autor; Uma fotografia com algum tipo de presença humana; ou Uma definição de dicionário.
Com carinho, André Felipe e Gustavo Colombini ESCRITA-AÇÃO (Mostra Hífen de Pesquisa-Cena)
Querido Ariel, Esta deberá ser una producción-precaria. Esta carta es justamente un pedido de respuesta sin cualquier pregunta para contestar. Grace Passô, dramaturga de Belo Horizonte, escribió una carta a Vinícius Arneiro, director de Rio, para que la misma carta, fuese transformada en una creación escénica. En la carta de Grace, ella dice ¿Qué repertorio creamos en nuestra vida para convivir con aquella o aquel a quien, en realidad, no me gustaría que existiera en el mundo? Al final, hoy, 2016, o enfrentamos esta pregunta o convivimos con un asombro cómodo e inocente de estar frente “al otro”, “a la otra”.
Frente a esas palabras direccionadas a otra persona, con espanto y fuerza, nos gustaría invitarte a una producción-precaria. El único límite que proponemos es una carilla de un papel A4. En este “límite”, estarás libre para contestar como quieras – no limitado a una proposición textual. Pero en esta carta llamaremos “texto”. Vos podés ocupar el papel de la manera que te parezca posible. Las personas que lean tu texto, tradicionalmente llamadas lectores, deberán percibir en este texto, de alguna manera, que están creando junto a vos una situación, en el momento del encuentro con este trabajo. Tu trabajo debe ser una oda, una declaración de amor, una exaltación extrema a la libertad – sin que vos (en ninguna hipótesis) diga esta palabra. Para empezar, deberás elegir UNA (solamente una) de estas posibilidades de inicio: 1) 2) 3) 4)
Una lista de preguntas sobre estar en el mundo hoy; Un fragmento de un libro que te guste mucho, sin decir el autor; Una fotografía con algún tipo de presencia humana; o Una definición de diccionario.
Cariños, André Felipe y Gustavo Colombini ESCRITA-AÇÃO (Mostra Hífen de Pesquisa-Cena)
Olá Vin íci us! O mu ndo es tá ca in do, mas a gen te a inda es tá em pé . Muit a s aud ade , si m. A com pan ho a Jane la des de aq uí e t enh o m uit o pr oxim o a vo ces . Aq uí o pa is est a nu ma e tap a d e m ui to retr oce so, ma s na int imi dad e a v id a co nti nua ac on te cend o. Eu est ou a ctiv o, trab alh and o e m co isas qu e m e d ao e sper anz a o u, ao m enos , c ert o s en ti do. A p eca Cons tan za mue re f oi s uce sso , m ai s do q ue eu pod ia e sper ar. Ag ora e st ou n um mom ent o en que que ro esc ri vi r mu ita co isa , fa zer coi sas no va s. Ach o m uit o i mp or tant e n ess a e p o ca ter mui ta sen si bi lida de com o qu e acon tec e e , a o me smo tem po pod er t er u ma ati vid ad e crea tiv a f ort e. E voc e? Ado rei a s cube rta s d os li vr os d e E id Rib ei ro . A Jan ela fo i lind a, nao ? E u es tive pr ocu ran do i r pa ra o e nce rr am ento ma s n ao co ns egui . O 20 16 fo i um a no mui to lo uc o, c on tra bal ho , viag em e s ens ac oe s fo rte s. Vol te i do P uer to Mad ry n, na P ata gon ia, n a terc a . Lá nad ei c om le ões ma rin hos . Eu e sta va ves tin d o um te rno mu it o espe sso pa ra su po rtar a águ a g el ad a. Os le ões ma rin h os t êm olh os gr an des e s ão mui to curi oso s. Eu es to u um po uco as ím , olha ndo to do co m a ex tra nhe za e a curi osi dad e d e quem ol ha pel a pr imei ra vez . O m un do e nte ro, pe la p rime ira ve z. Você va i d esc ul pa r me u P ort ugu ês . É ru im, eu se i. E o g oog le tra ns la te n ão aju da. Esta ca rta é um a car t a. Mas ta mb én vai se r p art e de um pro jet o d e Gu stav o e An dré e m Rio, na mo str a hi fen. El es me co nv idar am par a e sc re ve r uma pá gin a e ache i b oa o coin cid enc ia co m sua men sag em. A o mesm o t emp o q ue e u de ver ia esc re ve r pa ra a m ost ra no r io, eu de ve ri a es cre ver pa ra v ocê. Em am bos o s caso s d esd e B ue no s Ai res pa ra o Bras il. A dr ama tur gia é p ara mim um a f or ma de cri ar pre se nt es p ara co mpa rt il har. E ach o q ue esta ca rta , q ua lq uer esc rit o, po de ser um a s upe rf íc ie s obr e a qu al e star pe nsa ndo n o temp o. Ago ra me sm o . E ste te mpo . O temp o d a e scr it a. O t emp o d e l ei tu ra. E n o m eio , a geog raf ía que m ud a. Envi e c ump rim en to s a Sar a, Pab lo e o b ebê . E fo ra, fo ra, f or a. F ora to dos o s cana lha s. Abra ço e b oa ta rd e. Arie l.