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3.3_LOCAIS DE PRODUÇÃO E A QUESTÃO DO TRANSPORTE

inserido,etc.Para responder a essa questão consultei o professor Normando Perazzo ,um dos profissionais ligados à elaboração da norma construtiva no Brasil:

“As propriedades do bambu podem ser obtidas em cada obra através de ensaios. Como os outros materiais. Não se faz ensaio de concreto nas obras?”

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(PROFESSOR NORMANDO PERAZZO , ENTREVISTA AO AUTOR)

Esse ensaio das peças é feito por arquitetos nas obras (por conta do bambu ser um material natural) como relatado na fala de Guilherme Naoum a seguir:

“Eu até fiz uns testes. Eu faço uns testes assim. Quando eu faço uma estrutura que é pra peso eu faço o cálculo. Faço o teste e eu pego uma peça padrão assim até mais fina geralmente escolho uma das piores peças e faço o teste nela de esforço. Nessa daqui eu fiz e na última de Botafogo também e aí faço o teste para ver qual é o esforço pra romper a peça e ai eu mesmo que faço o cálculo estrutura então eu já dimensiono assim com certeza do que eu estou fazendo usando a peça mais frágil. ”

(ENTREVISTA GUILHERME NAOUM , ENTREVISTA AO AUTOR)

Desse modo, como relatado por Guilherme Naoum pode se conseguir os valores das cargas admissíveis para o cálculo estrutura e consequentemente o correto dimensionamento das peças.

“Lá (Colômbia) eu vi além disso, a cadeia produtiva do bambu era bem desenvolvida além de mão de obra para a execução tinha as fazendas certificadas que plantam e vendem. Está tudo ali no diâmetro que você quer na humidade certinha que foi tratado, que não poluiu. Você consegue comprar a quantidade e aqui no Brasil ainda é meio você vai tocar um projeto e você ainda fica preocupado será que eu vou realmente conseguir o bambu? e aí vai vir não sei de onde que ainda são poucos que produzem e aí fica caro, e ai nem sempre o cliente entende o bambu era para ser barato? Mas não. Tem uma cadeia por traz né.?Então eu vi que na Colômbia que tava rolando. A gente visitou vários locais de plantio e locais de tratamento e deu para ver que tem um monte. E tem um monte que a gente não visitou também porque não dava.’’ (FABIANA CARVALHO ,ENTREVISTA AO AUTOR)

Como relato acima por Fabiana Carvalho por não existir uma regulamentação do sistema produtivo (manejo, tratamento, transporte) isso traz insegurança para os 70

profissionais que trabalham nessa área por não saberem se o material comprado irá atender as exigências necessárias para uma boa construção. Além disso, por ter pouca demanda de bambu para a construção civil existem pouco locais de plantio/tratamento que o comercializam. Desse modo, muitas vezes esses locais de venda ficam distantes dos locais onde o material será utilizado. Isso faz com que o preço final do produto fique muito mais caro devido ao custo do transporte. Assim a vantagem do bambu em ser um material de baixo custo de produção acaba sendo perdida.

“O interessante desse fornecedor que eu gostei é que é isso como você falou: o transporte traz muito impacto né no ciclo de vida da construção, no ciclo de materiais a energia embutida fica muito grande pelo transporte. Bambu é legal mas vem de longe, mas na prática todo material vem de longe então a coisa se equilibra. A gente consegue ser menos pior, eu acho. Em alguns aspectos. Se eu Fabiana Bambuê comprasse um carregamento do Sul e que, viesse vazio isso é muito ruim. Mas se eu compro de um fornecedor que comprou do Sul com caminhão cheio isso é bem melhor. Energia embutida reduz. Em relação ao custo da produção você acha que para os materiais convencionais tem essa questão, o frete do bambu acaba encarecendo. O bambu tem essa questão do preço.’’ (FABIANA CARVALHO ,ENTREVISTA AO AUTOR)

“Ai que entra a questão só do frete, então é bom sempre estar comprando em escala, criar parcerias assim sempre vai ajudar. Quer comprar um frete já fala com outros parceiros que aí também insere já no montante mais peças ai paga o mesmo frete todo mundo escolhe suas peças. Então dá para ir fazendo umas parceiras pra ir diminuindo esse custo. ” (ENTREVISTA GUILHERME NAOUM , ENTREVISTA AO AUTOR)

A desvantagem do transporte relatadas anteriormente podem ser minimizadas por meio de parcerias de compras coletivas como relatado acima por Fabiana carvalho.

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