Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
Trabalho de Conclusão de Curso [Pesquisa]
Angélica magrini rigo | [Orientador] prof. dr. Benamy turkienicz Faculdade de Arquitetura e urbanismo [ufrgs] | 2011.02
[I] Índice Introdução ... 03 Apresentação: a rua [1] ... 04 O quê?
Quem? Atores envolvidos [4] ... 16 Quem participa da rua .... 16
Enquadramento .... 04
Desenvolvimento [5] ... 17 Como?
Tipologias .... 06
Como projetar a rua .... 17
Tendências .... 06
Viabilidade Econômica .... 17
O que é a rua .... 04
Caso de estudo [2] ... 07 Onde? A rua dos Andradas .... 07 Localização .... 08 Histórico .... 10
Por quê? Justificativa [3] ... 11 Por que projetar a andradas .... 11 Problemas .... 11
Programa .... 18 Síntese .... 19 Levantamento .... 21 Condicionantes ambientais .... 27 Condicionantes legais .... 28 Condicionantes institucionais .... 30
Referências ... 31 Anexos... 32
Critérios de qualidade .... 13
Histórico escolar .... 32
Referências .... 14
Portfolio .... 34
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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Introdução
O projeto que será aqui delineado tem por objetivo final a valorização de uma das mais [se não a mais] importantes ruas da cidade de Porto Alegre através da sua requalificação física e funcional. Garante-se, por esse meio, o conforto ambiental deste lugar que é, antes de mais nada, um espaço de encontro social importante no contexto portoalegrense; sem deixar de lado sua centralidade e importância econômica. Para tanto, serão abordadas e aplicadas teorias e preceitos contemporâneos de planejamento urbano e do desenho de ruas [street design], que se baseiam numa visão holística do espaço urbano e que têm por meta a qualidade de vida de quem ocupa este espaço.
Rua dos Andradas | Desvios em Trânsito - Cia. Rústica
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[1] Apresentação: A rua O que é a rua
Enquadramento
“O que é uma rua? É uma via no interior de um aglomerado urbano que serve, específica ou simultaneamente, para atravessar uma zona desse aglomerado, para acessar lugares situados ao longo ou imediatamente próximos a essa via e para produzir espaço coletivo utilizável em diversos tipos de atividades. Uma rua assegura então ao menos uma das seguintes funções: de trânsito, de acesso [distribuição] ou de recepção”
Com o crescimento das cidades e a divisão do trabalho, pessoas, bens e informação tornaram-se móveis e as necessidades de transporte aumentaram proporcionalmente. Como resultado, as ruas tenderam a alargar, especialmente do século XVIII em diante. O transporte público, outra inovação do século XVIII, surgiu inicialmente sobre trilho, depois, no século seguinte, com motor elétrico; no mesmo período, foi inventado o elevador, ferramenta essencial para o transporte urbano vertical. E só então, vieram torrentes de bicicleta e automóveis.
François Ascher
Neste processo, o papel do transporte foi ganhando importância e, gradualmente, adquirindo prioridade no espaço da rua. Os passeios estreitaram. Cruzar a rua tornou-se mais complicado e mais perigoso. Problemas de coexistência entre modos de transporte já existiam então, no entanto, com o aparecimento de modos de transporte mais rápidos e mais pesados, tornaram piores estes problemas. Assim, aumentaram o número de acidentes, primeiramente com bondes; mais tarde, com carros.
O tema deste trabalho trata do “sistema circulatório da cidade”, ou seja, a rua. Todo o espaço público de uma urbe, excetuando-se praça e parques, é formado por suas vias; nem por isso, é alvo frequente de projetos, ou, quando muito, há um projeto geométrico de novos traçados de ruas.
Resposta para essas mudanças foi a tentativa de organizar essa coexistência. O boulevard parisiense do século XIX ou o sistema viário de Barcelona foram as primeiras experiências neste sentido. Entretanto, logo viu-se necessário projetar novos espaços para a mobilidade. O metrô veio por baixo e o elevador, acima.
Mas o espaço entre os edifícios, a julgar pela complexidade de redes, equipamentos, edifícios, usos e interações que abriga, pode e deve ser objeto de um projeto específico. De fato, a rua, como palco para esses diversos atores e sistemas, vem ganhando a atenção de urbanistas, entidades e governo. O resultado? Projetos, planos urbanísticos, teorias, estudos e experiências.
Badajós | Centro Histórico
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Foi com este pano-de-fundo de mudanças urbanas e desenvolvimento da mobilidade que planejadores tentaram projetar a cidade moderna. No espírito do seu tempo, tendo em conta a busca por maior eficiência com a divisão do trabalho, eles delinearam soluções visando diferenciar funções através de
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[1] Apresentação: A rua métodos espaciais: primeiro foi o zoneamento; depois, Le Corbusier e a Carta de Atenas, com o princípio de que a rua fosse dedicada ao tráfego e fixando uma hierarquia baseada na velocidade; e finalmente, Buchana, com seu sistema de separação e articulação de diferentes pistas de estrada. Como resultado, o desenho das ruas, e também o desenho das cidades, tornou-se gradualmente dominado por sistema de organização do transporte e, mais especificamente, com o objetivo de maximizar o tráfego. Ao mesmo tempo, o comércio começou a migrar para lugares novos e monofuncionais. Áreas de moradias também tornaram-se monofuncionais, com ruas de “bairros residenciais” servindo apenas para acessar casas e apartamentos. O carro trouxe tal ganho de velocidade, flexibilidade e independência, que logo se tornou dominante. Porém, gradualmente chegou ao seu limite. Planejadores e engenheiro de tráfego passaram a ter dificuldades em criar ruas e estacionamentos no meio das cidades para suprir a necessidade dos carros. Depararam-se com obstáculos econômicos e com a objeção de residentes destas áreas. Também apareceram dificuldades devido ao aparecimento de inúmeros meios de transporte, da cadeira de rodas aos trens expressos. Nas densas cidades de hoje, já não há espaço para tantos tipos de transportes, tampouco para separá-los.
pelo espetáculo da rua. Neste contexto, as virtudes deu ma rua multifuncional e multissocial estão sendo redescobertas, por serem lugares de atrito, ou mesmo de confronto, com o outro. A rua é, cada vez mais, um tópico de debate, sem falar de conflito, entre diferentes usuários. Para tanto, algumas opções “sistêmicas” vêm sendo desenvolvidas. Na Europa, por exemplo, essa opção é o “retorno” à cidade compacta e flexível. Paris é um bom exemplo disso, tentando alcançar a coexistência entre todas as formas de transportes, com pistas compartilhadas para ônibus e bicicletas, ciclovias nas grandes avenidas, linhas de bonde no meio das pistas de carro, etc. O tema de partilhar a rua, no seu duplo significado, de juntar e separar, está tornando-se bastante forte e em modos parcialmente inéditos, uma vez que cada situação, lugar e momento pede uma solução específica enquanto ainda sendo partes de um todo maior.1
Por sua vez, os lojistas deram-se conta de que, para atrair mais clientes, eles devem em busca dos pedestres, ao contrário de afastar-se das ruas. Por último, vê-se uma volta da visão da cidade na qual urbanidade é gerada pela mistura, pela variedade, pelo inesperado,
1Adaptado do texto “O total conhecimento dos fatos... para ajudar a imaginar a cidade do século XXI” de François Ascher
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Viena | Centro Histórico
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[1] Apresentação: A rua Tipologias
Tendências
A rua, como a cidade, muda. E nessa evolução, há tanto inovações tecnológicas quanto mudanças organizacionais, o que dá origem a novas tipologias de ruas.
Como citado anteriormente, urbanistas de todo o mundo têm buscado novas soluções para o tratamento e gestão do espaço urbano, a fim de adaptar as cidades às atuais necessidades e de responderem a questões pertinentes do planejamento estratégico, como sustentabilidade e qualidade de vida.
Em termos de uso e/ou morfologia, temos ruas comerciais, residenciais, multifuncionais, ruas privada ou exclusivas a um modo de transporte, ruas de superfície, áreas, subterrâneas, multi-nível, etc. Mas de acordo com os atuais códigos de trânsito, a classificação das vias é dada de acordo com sua capacidade/velocidade, algo como a “Regra dos 7V” de Le Corbusier. As vias urbanas são, então, divididas em vias de trânsito rápido, arteriais, coletoras e locais. Mais adiante, explicitar-se-á as diferenças de cada uma, de acordo com a legislação.
Le règle des 7V, esquema de Le Corbusier para Chandigarh, 1959.
O New Urbanism, movimento surgido na década de 80, nos Estados Unidos, em meio a toda uma teoria urbanística, preconiza um desenho do vias com prioridade para o pedestre, interconectividade entre modos de transporte, mistura de usos e diversidade de pessoas, além de qualidade do espaço urbano e um conjunto arquitetônico tratado segundo a escala humana [escala na qual as pessoas vivenciam a cidade]. Na América Latina, cidades como Curitiba e Bogotá também têm ganhado destaque por suas reformas urbanísticas com ênfase no cidadão-pedestre. Diversas vias foram reestruturadas e requalificadas para favorecer o conforto do pedestre e a boa mobilidade dos transportes públicos.
Indicações de Zonas 30, Munique.
e circulação e de medidas ao nível do desenho urbano.
Na Europa, há uma profusão enorme de teorias e experiências práticas quanto ao desenho de ruas. Destaque para as já bastante consolidadas “Zonas 30” e o conceito de “Shared Space” [espaço compartilhado], criado pelo engenheiro holandês Hans Monderman.
Já o “Espaço Compartilhado”, compreende uma série de princípios de desenho, gestão e manutenção das ruas e espaços públicos, baseados na integração do tráfego com outras formas de atividade humana. A característica mais marcante destes espaços é a ausência de sinais, placas, demarcações no piso e barreiras.
As Zonas 30, já implantadas em diversos países europeus, são áreas, geralmente de bairros ou multifuncionais com forte caráter comercial ou misto. Busca-se a redução dos volumes de tráfego motorizado e melhores condições de segurança dos deslocamentos, através da imposição de limites de velocidade
De modo que se pode perceber como boa parte do mundo está voltando-se para uma escala humana de tratamento do espaço público, como já preconizava Jane Jacobs e Kevin Lynch nas décadas de 60 e 80.
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[2] Caso de estudo A Rua dos Andradas “A rua é um rio de passos e de vozes, um rio terrível que me vai levando, mas estou só, como se está na infância... ou quando a morte vai se aproximando... No ar, agora, que distante aroma? Decerto eu sem saber pensei em ti... E um vôo de andorinha na distância é a minha saudade que eu te mando. Mas tudo, nesse tumultuoso rio, não fica nunca ao fundo da lembrança como no seio azul de uma redoma... Tudo se afasta nessa correnteza onde uma flor, às vezes, fica presa e um claro riso sobre as águas dança!” Mário Quintana
A Rua dos Andradas – habitualmente chamada pelos porto-alegrenses de Rua da Praia – é, devidamente, “onde tudo começou”. A partir dela, Porto Alegre cresceu e se expandiu ao longo das margens do Guaíba e para o interior. E, assim como o centro historio manteve sua importância política, a Rua da Praia nunca deixou de ser palco de um cotidiano agitado, ainda que se adaptando funcional e esteticamente às mudanças no decorrer dos anos.
tornando toda a face norte da península. Um passeio pela Andradas revela o quão heterogênea ela é: há trechos comercias, residenciais, passa por praças, centros culturais, equipamentos públicos, edifícios militares; sua fachada é composta por prédios altos e baixos, cada qual retratando o estilo arquitetônico de sua época; o tempo também pode ser observado no mobiliário urbano, instalado aqui e ali, num processo de adição nada criterioso; ora revestida com pedra portuguesa, ora em basalto, trechos de paralelepípedos ou asfaltada. Aqui passa uma lotação, acolá um ônibus da Carris, carros e motocicletas e, de repente, uma multidão: a rua torna-se peatonal e as pessoas tomam conta dela. Há quem esteja somente circulando, há quem trabalhe, há quem ofereça produtos e serviços, há quem peça esmolas e há quem observe apenas observe a rua. A Rua dos Andradas é, enfim, um conjunto de várias ruas que foram se conformando ao longo de toda a história da cidade, servindo de pano de fundo para poetas, atores, políticos e para o cotidiano de milhares de pessoas.
Considerada um ponto turístico da cidade, a Andradas é uma via local de cerca de 1,8 km de comprimento e largura variando entre 12 e 18 metros; conecta a Usina do Gasômetro - Av. Presidente João Goulart -, na extremidade oeste do centro, ao Complexo Hospitalar Santa Casa - Av. Independência -, con-
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Rua dos Andradas [Rua da Praia]
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[2] Caso de estudo Localização Como referido anteriormente, a Rua dos Andradas, localiza-se no Centro de Porto Alegre; corre paralela ao Cais do Porto Mauá, na face norte da península [ver mapa da página seguinte]. É importante ressaltar sua centralidade no Centro Histórico, visto que todos os importantes equipamentos da área estão muito próximos dela: o Mercado Público, assim como sua respectiva estação de trem, terminais de ônibus, equipamentos públicos administrativos e culturais e o centro político-administrativo do estado, além da grande quantidade de serviços e estabelecimentos de comércio ao longo da própria rua e no entorno.
Brasil
Rio Grande do Sul
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Porto Alegre
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[2] Caso de estudo R. URUGUAI
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Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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Centro de Porto Alegre [face norte] Em destaque: Rua dos Andradas
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[2] Caso de estudo Histórico O trecho inicial da Rua da Praia, onde a defesa e a administração se instalaram, era também a Ponta da Passagem do gado que vinha da outra margem do Guaíba com destino ao matadouro da cidade. Justamente por essa ponta ser o local mais acessível, foi aí instalado estrategicamente o Arsenal, para defesa do território e do núcleo que se formava. Com a transferência da capital de Viamão para Porto Alegre, as instalações administrativas, como a sede do governo, a Intendência e o Pelourinho também vieram para a parte baixa do promontório, na margem norte. A construção da Igreja das Dores e a definição da Praça da Harmonia vieram dar uma natureza social e comunitária ao local. Em seguida, a administração foi transferida para o Alto da Praia. A densificação do centro da cidade levou ao aumento da área em direção ao Guaíba: aterros sucessivos deixaram a Rua da Praia cada vez mais distante das margens do lago; assim como foi-se transformando as habitações de um só pavimento em prédios de apartamentos, verticalizando a paisagem. Os serviços que um dia marcaram a área - o gasômetro, a usina de eletricidade e a cadeia - já não existem mais, assim como os bondes e o trem, que ia para a zona sul.
e se adaptando com o avanço das transformações econômico-sociais. Surgem bancos, cinemas, restaurantes e clubes. A grande valorização do solo local se materializa pela construção de altos prédios residenciais e de serviços. O 3o trecho, então chamado Rua da Graça, que vai se afastando da margem, começa a desenvolver-se mais tardiamente que o anterior. As primeiras manifestações artesanais passaram a deslocar-se para a direção leste, transformando este trecho num espaço comercial com atividade cada vez mais intensa. A valorização do solo na década de 70 trouxe para o local um incremento de construções de maior altura, modificando as tradicionais relações aí existentes. O 4o trecho foi, no início, apenas a continuação da Rua da Graça, o caminho que se dirigia para fora do núcleo atravessando os trigais de antigas propriedades rurais. A partir do fim do século XVIII e início do século XIX, a área começa a se transformar-se com a abertura de outras ruas e a construção de novas residências. Com o tempo, o comércio do trecho anterior da Rua da Praia avançou em direção ao Alto da Caridade [Santa Casa de Misericórdia], o que promoveu uma grande transformação funcional nessa parte da rua. Também aí a verticalização foi a marca da mudança na paisagem, que mantém pouquíssimas reminiscências do passado.1
O 2o trecho caracterizou-se sempre como área de maior procura pela população, por sua localização central: ficava junto ao trapiche principal, à Capela de São Francisco, ao cais comercial e ao Largo da Quitanda, mais tarde Praça da Alfândega.
A denominação “Rua dos Andradas” foi adotada oficialmente em 1865, apesar disso, a população da cidade nunca deixou de chamá-la pelo seu antigo nome.
As atividades em torno da Praça da Alfândega foram mudando
1Texto retirado do Atlas Ambiental de POA
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
Evolução do Rua dos Andradas. Atlas Ambiental de POA
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[3] Justificativa Por que a r. dos andradas “Desenhar, equipar, gerenciar e compartilhar as ruas exige considerar usos e atores extraordinariamente variados. A lista de encargos para urbanistas e decisores é ainda mais extensa visto que a rua é um repectáculo e um condensador da sociedade como um todo.” François Ascher
A rua é um espaço, como cita Ascher, extremamente complexo, devido a quantidade de funções, equipamentos e utentes que comporta; por esta razão, ela deve ser alvo de um projeto minucioso e integrado. Porto Alegre, apesar de estar começando a pensar mais seriamente no trato do espaço público, ainda o trata como uma adição de fatores, não como um conjunto. A proposta, então, é apresentar um caso de estudos onde seja, através de um projeto, demonstrado essa integração.
Agora, se a quantidade e diversidade de públicos já estão garantidas, resta refletir se o espaço está adequado para comportá-los; e, no que compete à Rua da Praia, percebe-se que há uma defasagem grande entre a qualidade urbana devida a seus usuários e o que existe, de fato, hoje. Portanto, uma vez que já existe uma rede social, econômica e cultural conformada, com diversidade e mistura de usos, visase trabalhar em função do conforto ambiental da rua para, com isso, fortalecer usos e atividade e dar vazão ao desenvolvimento dos mesmos ou até de outros. No mais, é certo que o adequado numa situação real seria o tratamento de toda a área do centro em conjunto, porém, devido ao limite de tempo imposto para a realização deste trabalho de conclusão de curso e, tomando em conta o caráter acadêmico de experimentação, restringiu-se a área de intervenção à Andradas, considerando-a como um bom ponto de partida.
A Rua dos Andradas vem a calhar, nesta circunstância, exatamente por ser tão emblemática para os portoalegrenses e por apresentar uma série de características que se sucedem ao longo de sua extensão e que, de certo modo, resumem o Centro como um todo. O apelo turístico que é incutido nela não advêm apenas de sua importância histórica, mas também devido a seu uso social e cultural. É uma rua animada em toda sua extensão, ainda que com intensidades diferentes, de acordo com as funções de cada trecho. Mas mais que isso, é frequentada por um público bastante heterogêneo, que comparte esse espaço cotidianamente sem grandes tensões.
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
Problemas FALTA DE UNIDADE DO CONJUNTO Esta se denuncia pela grande quantidade de diferentes revestimentos; modelos de mobiliário urbano variados; fachadas da rua sem regramento claro, com alturas, larguras e aberturas variando de prédio a prédio; toldos, letreiros e propagandas de lojas e serviços instalados caoticamente e em tamanhos dispares. POUCO APELO TURÍSTICO E FALTA DE SINALÉTICA Apesar desta rua ser destacada como ponto turístico da cidade, ela não possui sinalética que forneça informações sobre qualquer equipamento público e/ou cultural, nem direcionamentos para outras partes da cidade ou para o transporte público. Assim como as paradas de ônibus e lotação não dispõe de informação sobre horários e itinerários. Além disso, o estado de deterioração dos pavimentos e mobiliário são pouco convidativos ao turista, passando uma má primeira impressão. ESTADO DO CONSERVAÇÃO CONJUNTO ARQUITETÔNICO Os edifícios da Andradas apresentam diversos graus de estado de conservação. Alguns têm suas fachadas reforma por iniciativa privada dos donos/moradores e há outros, públicos ou de valor histórico, que receberam investimento público para sua reforma ou restauro; mas a maioria não apresenta manutenção e muitos tem o térreo com marcas de pichação. Não há padronizações de tratamento de fachada para o conjunto.
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[3] Justificativa ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA VIA A pavimentação da rua e dos passeios varia de trecho a trecho e, conforme o tipo de pavimento, nota-se um melhor ou pior estado de conservação. Aparecem ondulações, peças quebradas, levantadas ou faltantes, sobreposições, empoçamento d’água. O mobiliário urbano, em geral, apresenta marcas de vandalismos [pichações, anúncios colados, peças quebradas ou roubadas]. INSEGURANÇA A Rua da Praia, assim como todo o Centro, torna-se pouco movimentado à noite, o que aumenta a sensação de insegurança, assim como propicia a ação de assaltantes. Alguns trechos da rua são usados por vários modos de transporte; onde o fluxo se torna mais intenso, aumenta também a probabilidade da ocorrência de acidentes, principalmente entre carro e pedestres. Um ponto bastante conflituoso é a esquina da Andradas com a Rua Dr. Flores, onde os carros não respeitam a faixa de segurança e competem com os pedestres.
Há rebaixos em algumas calçadas, mas nem sempre com a configuração exigida por lei ou, por vezes com bloqueio ou falta de manutenção. CONFORTO AMBIENTAL Na Rua da Praia, em função de estar orientada perpendicularmente aos ventos dominantes e das barreiras de edifícios, a circulação do ar diminui, dificultando a dispersão de contaminantes atmosféricos e aumentando o efeito de ilhas de calor. Em outras ocasiões, quando o vento entre pela Andradas, é canalizado, atingindo velocidades maiores e gerando desconforto para os pedestres. Há trechos da rua desprovidos de qualquer vegetação, que poderia funcionar como atenuante para o calor excessivo ou para os ventos fortes. ESPAÇOS PARA DESCANSO Além das praças que existentem ao longo da rua, não há espaços públicos que ofereçam oportunidade para sentar, o que, por sua vez, não favorece a permanência das pessoas neste espaço.
De modo que, como ocorre no resto da cidade, o pedestre nunca é priorizado [exceto nas zonas peatonais]. FALTA DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL
Rua da Praia: estado de conservação do conjunto.
Ao longo do via há diversas barreiras que impossibilitam ou dificultam a locomoção de pessoas idosas ou com mobilidade reduzida [cadeirantes, deficientes visuais, pessoas com carrinhos de bebê ou de compras, etc].
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[3] Justificativa Critérios de Qualidade para o espaço urbano Apresentar-se-á alguns critérios de qualidade para o espaço urbano que servirão de base para o projeto a ser desenvolvido. Estes critérios aparecem em estudos sobre qualidade urbana, mas essa lista, em especial, foi formulada por um grupo de urbanistas dinamarqueses no livro “New City Life” e, mas tarde, foi aperfeiçoada pelo escritório Gehl Architects, com base nos próprios projetos urbanísticos realizados por todo o mundo.1 São critérios relativos à qualidade urbana para o pedestre; lembrando que, para este, a qualidade é definida pelo grau no qual suas necessidades, capacidades e oportunidades são tratadas pelo sistema.2 CRITÉRIOS DE PROTEÇÃO . proteção contra o tráfego e acidentes [sentir-se seguro]: a prioridade deve ser dada ao pedestre, ao contrário do caso citado antes da esquina da Rua da Praia com a Dr. Flores.
CRITÉRIOS DE CONFORTO
santes e com uma distância de visão razoável.
. oportunidade para caminhar: não devem haver obstruções para caminhar, deve haver espaço e uma boa superfície, acessibilidade universal e fachadas interessantes.
. oportunidade para conversar: não deve haver níveis excessivos de ruído e o mobiliário urbano deve ser posicionado para favorecer a conversa entre quem o está usando [talkscapes]
. oportunidade de permanência: fala-se no “efeito do canto”, porque as pessoas tendem a parar e permanecer junto a fachadas ou outros elementos da paisagem urbana, portanto, essas superfícies verticais, se não existem, devem ser criadas. . oportunidade para sentar: devem haver áreas e bons lugares para sentar e para descansar. . oportunidade para observar: lugares com vistas interesnúmero de mulheres, crianças & idosos rede social
padrões de uso do solo
voluntarismo
diverso mordomia
uso noturno
cooperative
vida da rua
sociável orgulho
Sociabilidade
amigável
. proteção contra o crime e violência [sentir-se seguro]: deve haver um ambiente urbano vivo, “olhos da rua”, usos diários e noturno e boa iluminação, como foi citado há décadas por Jane Jacobs. . proteção contra experiências sensoriais desagradáveis: diz respeito a fatores ambientais [vento, chuva, calor, frio] e outros causados pelo homem [poluição, poeira, barulho]
interativo conforto
divertido valores de propriedade ativo níveis de aluguel vital especial varejo celebrativo
Usos & Atividades
conectado legível
acessível
impalpável
. oportunidade para aproveitar o clima: espaços para, por exemplo, aproveitar uma brisa fresca num dia de calor, ou sombras quando o sol está a pino. . experiências sensoriais positivas bom desenho dos elementos do espaço urbano, o uso de bons materiais, boas vistas, árvores e água trazem boas sensações de deleite para o pedestre. A presença de tais fatores tornam, portanto, o espaço público mais agradável.
O projeto de requalificação da Rua da Praia tenciona aplicar esse critérios através de estratégias e/ou detalhamentos em detrimento dos problemas apontados anteriormente.
dados ambientais estatísticas de crime taxe de saneamento
padrões de uso de estacionamento
. escala: edifícios e espaços urbanos deve corresponder à escala humana.
limpo “verde” caminhável
charmoso atrativo histórico
CRITÉRIOS DE PRAZER
seguro
espiritual
conveniente
separação dos modos
valores-chave
real
“sentável”
caminhável
dados do tráfego
local sustentável
Acesso Conforto & Ligações & Imagem
proximidade
tráfego
útil
Lugar
continuidade
atividade peatonal
1Livro “Cities for people” 2Robert Methorst: Towards Pedestrian Quality?
posse local dos negócios
. oportunidade para exercitar-se: quando houver espaço, deve-se promover ou incentivar a prática de exercícios físicos e de jogos e brincadeiras [no caso de crianças]
A seguir serão apresentados projetos de ruas que abordam estes mesmos aspectos ou aspectos semelhantes.
condições do edificado
medidas
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© 2003
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[3] Justificativa Referências SÃO PAULO: VALE DO ANHANGABAÚ Durante a década de 1980 a prefeitura de São Paulo promoveu um concurso público para a remodelação do Vale do Anhangabaú. O motivo foi o grande número de atropelamento que causava a artéria viária que passava pelo vale e interligava as zonas norte e sul da cidade. Os arquitetos Jorge Wilheim, Jamil José Kfouri e Rosa Grena Kliass foram os vencedores, propondo a criação de uma grande laje sobre as avenidas existentes no local em altura suficiente para ligar os dois lados do Vale, com o tráfego de automóveis abaixo e recriando a área verde entre os viadutos do Chá e Santa Ifigênia. Um projeto de forte apelo social e uma área de muita qualidade urbana.
Vale do Anhangabaú. Fonte: Prefeitura da Cidade de São Paulo
BOSTON: BOYLSTON STREET Este projeto foi realizado pelo Departamento de Transportes de Boston em 2008, com o intuito de melhorar as condições da via para pedestres, bicicletas e veículos. As prerrogativas foram: priorizar o ambiente do pedestre para gerar futuro crescimento econômico da via, delimitar ciclofaixas, preservar o estacionamento na rua para favorecer o comércio local, permitir o uso do espaço público adjacente para animar as calçadas. A planta ao lado é um dos trechos do projeto. Planta baixa e croqui do projeto para Boyston St. Fonte: Bonston Transportation Department
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[3] Justificativa VIENA: REVITALIZAÇÃO URBANA DO CINTURÃO DE VIENA A arquiteta Silja Tillner, em parceria com outros profissionais, idealizou o projeto de revitalização da área oeste do cinturão de Viena. O mote do projeto residia em transformar o cinturão viário de barreira a uma estrutura permeável e ativa. Através do redesenho da área, um projeto de paisagismo e incentivos para a aberturas de bares, restaurantes e discotecas, o cinturão passou a ser um lugar agradável de encontro. O projeto é de 1994. Posteriormente foram também desenvolvidos e construídos alguns equipamento públicos de grande porte ao longo deste cinturão.
MELBOURNE: CENTRAL CITY AREA
Planta baixa mostrando fases de implantação. Fonte: Architekten Tillner & Willinger
Em 1994, o arquiteto Jan Gehl foi convidado a Melbourne para conduzir uma pesquisa examinando as questões e oportunidade consoantes ao espaço público e para coletar dados sobre a vida pública de Melbourne. Foram definidas metas para um horizonte de 10 anos para atrair público para o centro da cidade. Estes objetivos incentivavam a permanência das pessoas nas ruas, através da criação de espaços de encontro, atividades em todos os turnos do dia, melhor ambientação da rua, com árvores, passeios confortáveis, entre várias outras medidas. Em 2004, realizaram as mesmas contagens e perceberam um aumento bastante significativo de aumento de pessoas nas ruas, de comércio e cafés ao longo das fachadas, de atividades culturais, crianças nas ruas e movimento 24 horas por dia.
Planta baixa da área com a contagem do fluxo de pedestres. Fonte: Gehl Architects
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[4] Atores envolvidos Quem participa da rua
CLASSE ARTÍSTICA
Desde já esclarecendo que o público alvo da proposta é todo e qualquer usuário, grupo ou entidade que circule ou utilize esse espaço público, lista-se aqui o rol de atores envolvidos:
Artistas de rua já são numerosos e praticamente constantes em alguns trechos da Rua da Praia. Sua presença é benéfica, uma vez que resultam em entretenimento para a grande massa. Serão avaliadas possibilidades de incentivo desta prática.
PEDESTRES A gama de usuários mais numerosa; pretende-se que recebam prioridade quanto ao uso do espaço, devido à sua quantidade, a sua vulnerabilidade em relação aos outros atores e em função de todas as questões de qualidade do espaço público já levantadas. De modo que este é o público alvo principal. CICLISTAS Justo com os pedestres, formam o grupo dos modos suaves de transporte. Também terão privilégios de tratamento, visto a fácil integração dos mesmos ao conjunto e considerando os melhoramentos1 previstos pela Prefeitura Municipal para o incentivo do uso da bicicleta. PESSOAS COM DEFICIÊNCIA OU COM MOBILIDADE REDUZIDA Destaca-se aqui este grupo de pessoas por serem o público balizador do tratamento do espaço público. Ou seja, uma vez atendidas as exigências necessárias para a mobilidade deste grupo, todos os demais atores já estão contemplados.
TURISTAS Atores eventuais. Participam do espaço para aproveitá-lo e geram receita para o lugar. TRANSPORTE INDIVIDUAL Lembrando que nem toda a via á trafegável por veículos automotores, estes atores serão tratados em função dos trechos que lhes compete e atentando para o seu papel no conjunto de todos os usuários. TRANSPORTE COLETIVO
Aqui estão compreendidas todas as entidades reguladoras e provedoras do espaço público, do governo da União [Ministério das Cidades, do Turismo] e Estadual ao Municipal. Serão envolvidas as secretarias municipais [do Meio Ambiente, do Planejamento Urbano, da Acessibilidade e Inclusão Social, de Obras e Viação, da Cultura e do Turismo], os departamentos de águas e esgotos [DMAE], de esgotos pluviais [DEP] e da limpeza urbana [DMLU], além de instituições ligados ao poder público, como a Empresa Pública de Transporte Coletivo [EPTC], a Polícia Civil. Os institutos ligados ao patrimônio histórico [IPHAN e IPHAE] e programas que atuam sobre o centro e contam com verba pública, como o Programa Monumenta e o Viva o Centro. Ainda há as instituições culturais presentes na área [museus, centro culturais e teatros].
Passam, na Rua da Praia, duas modalidades de transporte coletivo: ônibus [no caso, da empresa Carris] e lotações. Serão consideradas não apenas estas linhas, como também os terminais que localizam-se nas proximidades da rua. ENTIDADES PRIVADAS
AMBULANTES/PRESTADORES DE SERVIÇO
Envolvidos no projeto, como usuários ou mesmo com patrocinadores do espaço público, estão os comerciantes e prestadores de serviço da área.
Serão considerados os trabalhadores autorizados por lei para exercerem sua profissão em domínio público.
Participam ativamente do espaço público pelo programa de adoção de praças e no patrocínio de mobiliário urbano.
1Plano Diretor Cicloviário
ENTIDADES PÚBLICAS
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
16
[5] Desenvolvimento Como projetar a Andradas NÍVEIS DE DESENVOLVIMENTO A proposta pretende encontrar soluções para a requalificação da rua, com fins de trazer conforto ambiental, promovê-la turisticamente e potencializar seu uso. O desenvolvimento do projeto parte da observação, análise e diagnóstico, identificando pontos fracos e fortes, fraquezas e oportunidades, para chegar ao seu tratamento mais minucioso, com definição de regras de uso e detalhamento através de projetos paisagístico, de pavimentação, de drenagem e luminotécnica.
A terceira fase é a do desenvolvimento de anteprojeto. Serão definidas de regras gerais para a via, seguidas dos do delineamento dos projetos de pavimentação/drenagem, luminotécnica e paisagismo, assim como definição de mobiliário padronizado para toda a área. Por fim, haverá a finalização da proposta, apresentando soluções completas a partir de todo o material até então desenvolvidas, empregando desenhos, imagens e textos que melhor ilustrem o projeto.
INSTRUMENTOS . diagramas conceituais e textos explicativos;
METODOLOGIA A metodologia adotada para esse trabalho divide-se em quatro etapas. A primeira consiste neste trabalho de pesquisa, ou seja, baseou-se na observação e registro da área, levantamento de dados que pudessem ser relevantes ao projeto [medições, histórico, preexistências, estrutura verde, condicionantes, projetos para a área, normas, usos, fluxos, etc.]. Também nesta fase, corresponde a elaboração de mapas e análises a partir desses mesmos dados coletados, para entendimento da estrutura geral [fraquezas, potencialidades]. À segunda fase, caberá o zoneamento da Andradas, de modo a separá-la em trechos [de acordo com suas características] para permitir o posterior trabalho em uma escala maior. Para tanto, serão determinados critérios que guiarão essa divisão.
. regulamento; . mapas de localização; . planta de situação mostrando a inserção do projeto no entorno imediato; . plantas baixas de paisagismo, de paginação de piso, de locação do mobiliário, de luminotécnica; . cortes e elevações; . detalhes do que se fizer necessário para a compreensão do projeto; . perspectivas e maquetes. [as escalas de cada item serão decididas em função da melhor apresentação dos mesmos]
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
Viabilidade econômica Em se tratando de obras numa via pública, os investimentos proviriam todos dos cofres municipais, no entanto, por tratar-se do Centro Histórico da cidade, o projeto poderia tomar partido de programas nacionais de financiamento. O Governo Federal, através do Ministério das Cidades, conta com o Programa de Reabilitação de Áreas Urbanas Centrais. Dentro deste, está definida uma modalidade de “Apoio a Projetos de Infra-Estrutura e Requalificação de Espaços de Uso Público em Áreas Centrais”, no qual o projeto aqui exposto se enquadraria. Está modalidade inclui projetos de infra-estrutura urbana, mobiliário urbano, paisagismo e de espaços públicos [logradouros, estacionamentos, praças]. Este programa prevê a execução de projetos apresentados por municípios e selecionados pelo próprio Ministério. Os recursos para a realização dos mesmos provêm do Orçamento Geral da União e de contrapartidas dos Agentes executores e cobrem todas as fases do projeto, bem como a sua implantação. Outra fonte de investimento, em relação especificamente ao mobiliário urbano, pode vir exclusivamente da iniciativa privada. Como ocorre já em muitas cidades, o mobiliário urbano é dotado de superfície para propaganda [quando não exclusivos para isso, como totens, outdoors, relógios] e a[s] empresa[s] privada[s] que ganha a permissão para expor sua marca é encarregada da produção, instalação e manutenção; isentando, assim, o município dos custo deste mobiliário. Em relação a manutenção de praças, a Secretaria do Meio Am-
17
[5] Desenvolvimento biente promove o programa “Adote uma Praça”, que consiste em uma parceria público-privada, na qual o adotante deve manter as áreas adotadas limpas e em perfeitas condições de uso para a comunidade e permite-se a colocação de placa de divulgação da parceria.
usuários usos da área
edifícios insolação PDDUA elementos culturais ventos NBR conexões/transporte BrasilAcessível curvas de nível entorno estrutura verde EPTC
funções/usos pré-existências
Programa
. Regulamento quanto ao tratamento posterior do conjunto: conjunto de regras para o uso e posteriores intervenções no espaço publico abrangido pelo projeto . Projeto paisagístico: compreende o tratamento de toda a via. . Projeto de pavimentação e drenagem: compreende o tratamento de toda a via. . Projeto luminotécnico: compreende o tratamento de toda via. . Definição de mobiliário padrão: escolha de mobiliário adequado para a área, em acordância com as exigências municipais e da legislação. Estão compreendidos aqui banheiros públicos, quiosques, luminárias, cestos de lixo, cabines telefônicas, bicicletário, bancos, totens publicitários e sinalética.
ambientais
projetos
CONDICIONANTES MACROESTRUTURA ELEMENTOS DE PROJETO REGULAMENTO
ZONEAMENTO
O programa deste projeto versará sobre os seguintes tópicos: . Zoneamento da Rua dos Andradas: divisão da rua para fins de projeto e coerência de tratamento
legais
Monumenta linha do bonde
REGRAS DE UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO superfície
espaço aéreo
restrições a vãos livre para alterações de fachada usuários; e propagandas; faixa para poda de árvores equipamentos; área para mesas/ propagandas
DESENHO URBANÍSTICO
tráfego e estacionamento restrições priorizações bonde
elementos de composição definição de conjunto padrão; manutenção ou remoção
pavimentação
paisagismo
manutenção/remoção materiais paginação/níveis acessibilidade
manutenção ou remoção de espécies;
redes
atividades
drenagem demarcação luminotécnica de áreas: lógica artistas de rua; [telefone e wifi] instalações; feiras; eventos
estacionamento classificação cargas/descargas sinalética quiosques mobiliário urbano exclusiva para vagas; bancos; caixas do correio; outdoors; placas/avisos modos suaves; horários permitidos telefones públicos; luminárias; acessibilidade compartilhada; paradas de bus, lotação e táxi; segregada lixeiras e containers para lixo; banheiros, bebedouros; estacionamento bicicletas
Organograma da lógica do projeto.
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento Síntese TEMAS
MEDIDAS/ESTRATÉGIAS
método
zoneamento da via por afinidade de características
OBJETIVOS FINAIS
IMPACTOS
tratamento de cada trecho satisfação dos diferentes usuários feito de acordo com suas características mais marcantes e evitando transições bruscas de um para outro desordem ao longo da via definição de um elenco de regras para que a rua mantenha a normas/regras para intervenções bem-estar e qualidade; qualidade e unidade após a implantação do projeto posteriores reforço da identidade da Andradas anúncios publicitários e letreiros regras quanto a colocação e a dimensão de letreiros, propogandas e despoluição visual da rua maior unidade e conforto visual da de lojas outdoors rua incentivos para o uso do espaço maior fluxo de pedestres e de enfoque do projeto no usuário eliminação de vagas de estacionamento para: mais vulnerável (pedestre) aumento da calçada, áreas para colocação de mesas de bares, público e para o uso de bicicleta ciclistas estacionamento de bicicletas ou canteiros para árvores desconforto para caminhar
implementação de layout com medidas confortáveis (não mínimas); espaço de circulação e de estar projeto de paisagismo; definição de mobiliário urbano e sinalética confortável e de qualidade integrados (economia de espaço); projeto de pavimentação (escolha de material adequado, drenagem eficiente) ilhas de calor e ventos fortes normas para novas contruções ou reformas (cores claras e materiais de conforto ambiental do espaço baixa condutividade; projeto de paisagismo (aumentar a área verde); público estudo da possibilidade de implantar quebra-ventos adequação das calçadas, sinalização e mobiliário urbano às normas rua adaptada ao desenho dificuldades de locomoção universal para idosos, portadores de de acessibilidade; eliminação de obstruções na via e aéreas; deficiência ou com restrições de projeto de pavimentação (materiais adequados, piso tátil); vagas de estacionamento próximas a equipamentos públicos destinadas a idosos mobilidade e portadores de deficiência espaço confuso desenho de sinalética informativa ao nível do pedestre (orientações sistema de informação para quanto a direções e transporte público); definição de mobiliário padrão pedestres poucos lugares para descansar, delimitação de espaços para descanso e permanência, com definição para encontros ou para estar; mobiliário adequado (talkspaces) precária qualidade dos espaços de estar existentes
espaços de permanência/ convivência
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
EXEMPLOS Viena: Urbion
São Paulo: Cidade Limpa São Francisco: Park(ing) Day
maior satisfação e maior quantidade de usuários; desenvolvimento econômico melhora da ambiência urbana; maior Lisboa: Orientações Climáticas fluxo de usuários para o Ordenamento qualquer usuário colomover-se-á sem dificuldades ao longo de toda a rua
Alemanha
maior compreensão do espaço por parte dos usuários - espaço legível
Londres: Legible London Lisboa: sinalização transporte público
aumento do uso do espaço público
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[5] Desenvolvimento Síntese TEMAS
MEDIDAS/ESTRATÉGIAS
OBJETIVOS FINAIS
IMPACTOS
EXEMPLOS
atração turística (segundo a Prefeitura de POA) pouco convidativa
projeto de pavimentação e luminotécnico; definição de mobiliário padrão; desenho de sinalética informativa
Andradas como um atrativo turístico
mais turistas na área e nos equipamentos culturais e de lazer ao longo dela
Buenos Aires: Puerto Madero
redes wi-fi
estabelecimento de redes wi-fi junto a equipamentos públicos e praças
conexão gratuita em lugares públicos
atração de jovens e turistas ao equimentos públicos e praças
Parque Moinhos de Vento e Farroupilha: POA Digital
falta de segurança e movimento escasso ou inexistente à noite a rua deve ser projetada com ênfase no usuário mais frágil
instaurar policiamento à noite (guaritas e/ou rondas)
segurança à noite (em relaçao a crimes)
surgimento e/ou aumento da vida noturna
limite de velocidade para veículos de 30 km/h (Zona 30); faixa de segurança elevada ao nível da calçada; aumento da largura dos passeios e diminuição do raio das esquinas
pedestres e ciclistas (modos suaves de transporte) com prioridade de uso da rua
Europa: Zonas 30; Holanda: fluxo mais fluído de pedestres/ ciclistas e maior segurança para os woonerf e shared spaces; Suiça: mesmos (em relação a acidentes) zone de rencontre; Inglaterra: home zone; Espanha: calle residencial
empoçamento d'água
projeto de pavimentação atentando à drenagem pluvial superficial
calçadas sem poças
arte urbana
sinalização no piso de áreas exclusivas para artistas
espaços para artistas de rua
maior conforto ao caminhar em dias de chuva incentivo à demostração artística no Londres: underground busking espaço público; pitch; diversão ao público em geral Grupo Cia Rústica: Desvios em Trânsito
arte urbana
definição de áreas para a colocação de obras de arte de artistas locais, obras de arte ao longo da rua apelo estético; melhora da ambiência Paris: Arc de la Defense; sem prejuízo da circulação de pedestres, ciclistas e motoristas; urbana; aproximação do público geral Bruxellas: fachadas cegas recobrimento de paredes cegas com obras de artistas locais com as artes; revestidas com cenas de histórias em quadrinhos
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento Levantamento Dados gerais
Área total da intervenção [Rua dos Andradas]: 23.400 m² Área de passeio público: 15.679,3 m² Comprimento: 1.700 metros Largura: varia de 12 a 18 metros
Estrutura viária O Centro Histórico é formado por vias locais e rodeado por arteriais de 2a ordem: Av. Mauá, Av. Pres. João Goulart, Av. Loureiro da Silva; do limite leste partem duas arteriais de 1a ordem: Av. João Pessoa e Av. Osvaldo Aranha além, de outras de 2a ordem. Ao norte, a via de transição Av. Pres. Castelo Branco conecta o Centro a outros municípios da região metropolitana.
Estrutura viária - PDDUA
Axialidade - mapa de integração
Axialidade Os mapas de integração apresentados aqui mede a acessibilidade ou proximidade de uma via à outra e são representados em cores de sintaxe espacial, de vermelho [alto] a azul [baixo]. Neste caso, em que foi representada apenas a malha do Centro Histórico, a Av. Borges de Medeiros aparece como a mais acessível, enquanto que a Av. Mauá ou a Av. Pres. João Goulart são representadas como pouco acessíveis. A Andradas aparece com valor médio de acessibilidade, o que condiz com seu caráter de via local.
Fluxos O mapa ao lado aponta o sentido das ruas e demarca, em amarelo, os espaços exclusivos para fluxo de pedestres.
Sentido dos fluxos de veículos e área peatonal
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento Transporte público Há duas linha de ônibus e sete linhas de lotação que passam por trechos da Rua dos Andradas. Mas ela torna-se uma rua bem conectada a medida que se encontra próxima a todos os terminais de ônibus do Centro. Ao norte estão os terminais Mercado, Parobé e Uruguai, ao fim da Andradas, está o terminal Dom Feliciano; e logo ao sul estão os terminais da Borges de Medeiros e Salgado Filho. Junto ao terminal do Mercado, há o fim da linha do Trensurb, que conecta Porto Alegre com a Zona Norte e outras cidades da Região Metropolitana. Transporte público
Usos do solo No mapa ao lado, foram delimitadas áreas no Centro segundo seu uso predominante. Vê-se, então que o Centro, apesar de apresentar um comércio de bairro intenso, é predominantemente residencial, sendo rodeado por áreas de predominância comercia e de serviços. A Rua dos Andradas começa em uma área predominantemente residencial e, ao seu fim, entra na área de predomínio comercial.
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento Dados do IBGE Segundo os dados do Censo 2010, espacializados nos mapas ao lado, tem-se uma noção da concentração populacional desta zona, tendo em conta que esta é uma das áreas de maior densidade demográfica do município. Em dados totais do Centro Histórico, registrou-se: 39154 habitantes [2,8% da pop. total de Porto Alegre], densidade de 171,7 habitantes/ha e 24656 domicílios. Em relação a Rua dos Andradas, mesmo que o limites dos setores censitários não correspondam às fachadas da rua, pode-se aferir que apresenta uma concentração menor que o lado sul da península. Ainda assim, e considerando que ao longo dela há espaços não habitados, como áreas institucionais e espaços públicos, percebe-se que é, de fato, uma área povoada e populosa.
Pirâmide etária do Centro Histórico - Censo 2010
À direita, uma comparação entre a pirâmide etária do Centro e do Município de Porto Alegre. É grande a diferença de população jovem [do 0 aos 19 anos] entre o Centro e o município; enquanto que a população idosa é semelhante em ambos os casos.
Dados do Censo 2010
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
Pirâmide etária de Porto Alegre - Censo 2010
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[5] Desenvolvimento Patrimônio histórico Considerando que a área tratada é o Centro Histórico de Porto Alegre, é evidente que haverá vários edifícios e área tombadas ou inventariadas. Ao longo da Rua da Praia, destacam-se o edifício do antigo Hotel Magestic [Centro Cultura Mário Quintana] e a Esquina Democrática [esquina entre Borges de
Mapa do patrimônio histórico
Medeiros e Andradas].
Equipamentos públicos
Centro Cultural Mário Quintana, Centro Cultural CEE Érico Veríssimo, o Museu do Trabalho, da Comunicação e o Shopping Rua da Praia, além do MARGS, Memorial do RS e Santander Cultural que se encontram na Praça da Alfândega.
Dentre os equipamentos públicos de todo o Centro, estão junto à Rua da Praia os edifícios do Comando Militar e Marinha, o
Mapa dos equipamentos públicos
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
24
[5] Desenvolvimento Eventos
Estrutura verde
É importante destacar os eventos que ocorrem no Centro, por se tratar de ocasiões que atraem grandes públicos para esta zona. Estes assinalados no mapa abaixo ocorrem sempre, com uma frequência que varia para cada um. Ainda há uma série de eventos sem frequência certa, ou sem um lugar definido.
A estrutura verde do Centro é formada pelo Parque Harmonia, ao sul, por uma série de praças espalhadas por esta área e por alguns corredores verdes, formados por alinhamentos de árvores ao longo de vias. Os corredores ecológicos servem para ligar parcelas verdes e permitir que a fauna se desloque
Mapa dos eventos que ocorrem no Centro
entre essas parcelas. No caso do centro, os corredores são apenas pequenos trechos que não chegam a conectar as áreas verdes.
Mapa dos espaços verdes
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento Levantamento fotográfico
Containers para o lixo instalados recentemente
Calcadão na Praça da Alfândega, nas laterais: camelôs.
Vigilância na área militar. Em frente a Igreja N. Sra. das Dores
Mesas na calçada. Próximo ao C. C. Mário Quintana
Vendedor de pão-de-queijo, na esquina com a R. Uruguai
Praça Brigadeiro Sampaio. Trecho de caráter mais residencial.
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento Condicionantes Ambientais Insolação e ventos predominantes A Rua dos Andradas não tem problemas de insolação no verão, quando o sol está menos inclinado em relação à Terra, porém no inverno, metade da rua permanece todo o dia sombreada, devido aos edifícios alto e contínuos da fachada norte. Predominam os ventos de ESE durante quase todo o ano.
Curvas de nível e drenagem superficial No mapa ao lado, pode-se ver a linha de cumeada que atravessa o centro da península. A Rua da Praia [em laranja] percorre a lateral desse morro, variando sua inclinação apenas no trecho final, quando atinge a Praça Dom Feliciano.
Movimento solar aparente e ventos predominantes
Também nesse mapa, podem-se visualizar as linhas de drenagem superficial que passa ao sul deste morro, vindas dos bairros e desaguando no Lago Guaíba.
Ilhas de calor urbano e ventos fortes O Centro é uma área com alta densidade de edificações e vegetação escassa, o que origina as ilhas de calor. Cânions com direção leste-oeste, como o da Rua da Praia, podem apresentar comprometimento do ar quando o vento sopra na direção norte-sul; e canalização dos ventos com direção leste-oeste. As brisas provindas da superfície do lago, principalmente à noite, podem amenizar o acréscimo de calor gerado nos dias ensolarados.1 1Retirado do Atlas ambienta de POA
Curvas de nível e linhas de drenagem superficial
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
Modelo eletrônico da fachada da rua. Vista de oeste para leste. Simulação da insolação no dia 21 de julho.
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[5] Desenvolvimento Condicionantes legais PLANO DIRETOR DE AMBIENTAL [PDDUA]
DESENVOLVIMENTO
URBANO
Segundo a divisão territorial do PDDUA de Porto Alegre, a Rua dos Andradas insere-se na Macrozona 01 e na UEU 26. Ela transpassa as sub-UEUs 5, 10, 14, 25, 30, 31 e 37, que seguem o regime urbanístico apresentado na tabela abaixo. E quanto à sua classificação viária, segundo o anexo XI do mesmo plano, a Rua da Praia entra em duas categorias: Via
área de interesse cultural
ocupação intensiva
Sub-UEU densidade atividade 10 5, 14, 31 25, 37 30
IA volumetria regime próprio 1,9 18 m 2,4 33 m 2,4 18 m
Local [V.4] e Via para Pedestre [V.7]. Os pormenores de cada uma estão descritos na tabela a seguir. tipo
V.4
V.7
localização
no interior de UEUs
conforme projeto específico
função
distribuição local em área com predominância residencial e comercial, baixa fluidez, alta acessibilidade, intensa integração com o entorno
espaços abertos exclusivos para pedestres
prioridade de uso
cargas leves, transporte individual
pedestres
gabarito
de 12.5 a 15 m
--
pavimento
asfalto ou bloco de concreto
--
redes e outros
Elétrica: CEEE; Sinalização: SMT; Arborização: SMAM; Água: DMAE; Esgoto: DMAE e DEP; Iluminação: SMOV
conforme projeto específico
Divisão Territorial: unidades de estruturação urbana. PDDUA
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento nas normas da ABNT e nas demais referências normativas e legais vinculadas ao tema acessibilidade.
Em relação à garagens, o Anexo X prevê trechos de vias no Centro Histórico onde o acesso a garagens é proibido ou facultativo.
Ainda dispõe uma série de regras sobre medidas mínimas para calçadas.
DECRETO NO 12.714: PAVIMENTAÇÃO DE PASSEIOS PÚBLICOS
NBR 9050: ACESSIBILIDADE A EDIFICAÇÕES, MOBILIÁRIO, ESPAÇOS E EQUIPAMENTOS URBANOS
Dispõe normas sobre o material permitido nos passeios, assim como seu acabamento e
Norma brasileira que descreve todos os parâmetros de condições e medidas quanto à acessibilidade no espaço urbano, em edificações/equipamentos e para mobiliário urbano.
DECRETO Nº 14.612: MOBILIÁRIO URBANO Estabelece parâmetros quanto à permissão para instalação de mobiliário urbano e veículos publicitários, seu posicionamento na via e quanto às condições de acessibilidade ao elemento.
É a referência de todas a legislação existente, tanto federal quanto municipal.
PLANO DIRETOR DE ARBORIZAÇÃO URBANA
CÓDIGO DE TRANSITO BRASILEIRO
Estabelece que os passeios públicos devem manter um mínimo de 40% de área vegetada e utilizar a arborização na revitalização de espaços urbanos já consagrados.
Dispõe normas sobre o trânsito, seus elementos, sinalização e sobre direitos e deveres de seus usuários.
Anexo X do PDDUA
PLANO DIRETOR DE ACESSIBILIDADE Reitera o decreto nacional n° 5.296, que estabelece normas gerais para a acessibilidade urbana, como: Art. 17. Os semáforos – equipados com mecanismo que sirva de guia ou orientação para a travessia de pessoa com deficiência Art. 21. Nos estacionamentos de uso público ou de uso coletivo, serão reservados, pelo menos, 2% do total de vagas para veículos que transportem pessoa com deficiência Art. 27. As calçadas deverão obedecer aos padrões contidos
Exemplo: sobre execução de faixa elevada. NBR 9050
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[5] Desenvolvimento Condicionantes institucioonais PROGRAMA MONUMENTA O Monumenta é um Programa do Ministério da Cultura com recursos do Orçamento da União e financiamento do BID, com a cooperação da Unesco e da Caixa Federal, com contrapartidas do município onde o Programa está inserido. Tem por objetivo a atuar nos sítios históricos urbanos brasileiros, não apenas como um programa de recuperação física de monumentos, mas visando criar referenciais para prática da gestão sustentada do patrimônio cultural. Começou a ser executado em Porto Alegre em fevereiro de 2001 em uma área de 24,5 hectares no centro da cidade.
Centro POA. Área de atuação do Programa Monumenta.
Estão listados no programa edifícios públicos, privados e espaços públicos [Praça da Matriz e Praça da Alfândega].
REIMPLANTAÇÃO DA LINHA DO BONDE
PROJETO VIVA O CENTRO
O sistema de bonde de Porto Alegre, iniciado em 1864, teve seu fim em 1970, quando foi totalmente substituído por ônibus e troleibus. O projeto de reimplantação do bonde tem apelo turístico e cultural e visa resgatar a história do transporte coletivo da cidade.
O Projeto Viva o Centro (antigo Programa Viva o Centro), foi instituído em 2006 tendo como objetivo articular as ações realizadas no Centro Histórico objetivando reforçar e qualificar sua atratividade. Atualmente, está inserido no Programa Cidade Integrada. O projeto abrange todo o Centro Histórico da cidade e pretende, através de ações detalhadas em seu Plano Estratégico, fortalecer a diversidade social, recuperar e manter edificações e o espaço aberto, promover a reabilitação de área deprimidas e potencializar a diversidade de atividade.
Provável itinerário do bonde histórico.
O trajeto conta com uma extensão de 3.320 metros de trilhos e via aérea simples. Dois bondes tipo “Brill” restaurados deverão comporão a frota.1
Viva o Centro: Mapa Síntese do Plano Conceitual.
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
1Dados sobre os programas coletados em documentos e no site da Prefeitura de Porto Alegre.
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Referências Livros ALCOFORADO, Maria João; LOPES, António; ANDRADE, Henrique; VASCONCELOS, João. Orientações climáticas para o ordenamento em Lisboa. Lisboa: Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa, 2005, 81p. ASCHER, François; APEL-MULLER, Mireille. La rue est à nous... tous! Paris: Au Diable Vauvert, 2007, 308p. BORTHAGARAY, Andrés [org]. Conquistar a Rua! Compartir sem dividir. São Paulo: Romano Guerra, 2010, 160p. BROW, G. Z.; DEKAY, Mark. Sol, Vento & Luz: estratégias para o projeto de arquitetura.Porto Alegre: Bookman, 2004, 415p. Pacote de Mobilidade: Colecção de Brochuras Técicas/Temáticas. Lisboa: IMTT, 2011. GEHL, JAN. Cities for People. Londres: Island Press, 2010. 269p. JACOBS, Jane. The death and life of great American cities. New York: Vintage books, 1961. 458p.
ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2006. 256p. NBR 9050 - Acessibilidade RAMOS, Manuel J.; ALVES, Mário. The Walker and the City. Lisboa: ACA-M, 2010. 227p. Síntese do Plano Estratégico: Reabilitação da Área Central de Porto Alegre. Porto Alegre: Prefeitura Municipal, 2010, 60p.
Websites IBGE: Censo 2010 http://www.censo2010.ibge.gov.br/ Gehl Architects http://www.gehlarchitects.com/ Ministério das Cidades
Legislação Decreto nacional no 5296 de 2004 - Brasil Acessível Lei 9503 - Código de Trânsito Brasileiro Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre
New Urbanism http://www.newurbanism.org Prefeitura Municipal de Porto Alegre http://www2.portoalegre.rs.gov.br Project for Public Spaces:
Plano Diretor de Arborização de Porto Aleger
http://www.pps.org/
Plano Diretor de Acessibilidade de Porto Alegre
Share Space
Plano Diretor Cicloviário Integrado de Porto Alegre
http://www.shared-space.org/
LYNCH, Kevin. A imagem da Cidade. São Paulo: Martins Fontes, 1997, 227p MASCARÓ, Juan Luis. Infra-estrutura Urbana. Porto Alegre: Masquatro Editora, 2005, 207p. MASCARÓ, Juan Luis; MASCARÓ, Lucia. Vegetação Urbana. Porto Alegre: Masquatro Editora, 2005, 204p. MENEGAT, Rualdo (Coord.). Atlas Ambiental de Porto Alegre. 3.
Entrevistas Arquiteta Briane Bicca - Programa Monumenta
Fotografias da capa
Engenheiros Mário Alves e Margarida Neta - Transitec
Panorâmio
Secretarias da Prefeitura de Porto Alegre
http://www.panoramio.com/
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
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[arq01014] estágio supervisionado em obra i
A
Habilitado
2
2008/1
[eng01174] estrutura de concreto armado a
A
Habilitado
4
2008/1
[arq01013] projeto arquitetônico v
A
Habilitado
10
2008/1
[arq01012] teoria e estética da arquitetura ii
A
Habilitado
2
2008/1
[arq02003] urbanismo ii
C
Habilitado
7
2007/1
[eng01173] estruturas de aço e de madeira a
C
Habilitado
4
2007/1
[arq03018] fotografia aplicada à arquitetura
A
Habilitado
6
2007/1
[agr06004] paisagismo e meio ambiente
A
Habilitado
2
2007/1
[arq01011] projeto arquitetônico iv
C
Habilitado
10
0
2007/1
[eng01176] técnicas de edificação c
B
Habilitado
4
2011/2
[iph02045] instalações hidráulicas prediais a
-
Liberação com crédito
2011/2
[iph02046] instalações hidráulicas prediais b
-
Liberação com crédito
2
-
Liberação sem crédito
4
CRÉDITOS
SITUAÇÃO
2008/1
CONCEITO
DISCIPLINA
Histórico escolar
PERÍODO LETIVO
[A] Anexos 2
2011/2
[geo05501] topografia i
2011/2
trabalho de conclusão de curso de arquitetura e urbanismo
-
2010/1
[arq02217] circulação e transportes urbanos
A
Habilitado
4
2006/2
[eng01129] análise dos sistemas estruturais
B
Habilitado
4
2010/1
[arq02007] plano diretor - conteúdo e tendências
A
Habilitado
2
2006/2
[arq01010] habitabilidade das edificações
B
Habilitado
4
2009/2
[eng03016] climatização artificial - arquitetura
A
Habilitado
2
2006/2
[eng04482] instalações elétricas prediais a
B
Habilitado
4
2009/2
[arq01019] economia da construção especificações e custos
A
Habilitado
4
2006/2
[arq02213] morfologia e infraestrutura urbana
B
Habilitado
4
2006/2
[arq02002] urbanismo i
C
Habilitado
6
2009/2
[iph01014] gerenciamento da drenagem urbana
B
Habilitado
4
2006/1
[eng01170] estabilidade das edificações
A
Habilitado
4
2009/2
[arq01018] técnicas retrospectivas
B
Habilitado
2
2006/1
[arq01009] projeto arquitetônico iii
A
Habilitado
10
2009/2
[arq02006] urbanismo iv
B
Habilitado
7
2006/1
[eng01172] técnicas de edificação b
B
Habilitado
4
2008/2
[arq01015] estágio supervisionado em obra ii
B
Habilitado
2
2006/1
[arq02001] teorias sobre o espaço urbano
A
Habilitado
4
2008/2
[eng01175] estrutura de concreto armado b
A
Habilitado
4
2005/2
[arq03014] desenho arquitetônico iii
B
Habilitado
3
2008/2
[arq01017] legislação e exercício profissional na arquitetura
A
Habilitado
2
2005/2
[arq02201] evolução urbana
A
Habilitado
6
2008/2
[arq02005] planejamento e gestão urbana
A
Habilitado
4
2005/2
[arq01008] projeto arquitetônico ii
B
Habilitado
10
2008/2
[arq01016] projeto arquitetônico vi
B
Habilitado
10
2005/2
[eng01169] resistência dos materiais para arquitetos
A
Habilitado
4
2008/2
[arq02004] urbanismo iii
B
Habilitado
7
2005/2
[eng01171] técnicas de edificação a
A
Habilitado
4
2008/1
[eng03015] acústica aplicada
A
Habilitado
2
2005/1
[arq01005] arquitetura no brasil
B
Habilitado
4
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
32
B
Habilitado
3
2005/1
[arq01004] história da arquitetura e da arte iii
A
Habilitado
2
2005/1
[arq03013] informática aplicada à arquitetura ii
A
Habilitado
3
2005/1
[eng01139] mecânica para arquitetos
B
Habilitado
4
2005/1
[arq01007] projeto arquitetônico i
C
Habilitado
10
2005/1
[arq01006] teoria e estética da arquitetura i
B
Habilitado
2
2004/2
[mat01339] cálculo e geometria analítica para arquitetos
B
Habilitado
6
2004/2
[arq03009] desenho arquitetônico i
B
Habilitado
3
2004/2
[bio02224] estudo da vegetação
A
Habilitado
3
2004/2
[arq01003] história da arquitetura e da arte ii
A
Habilitado
2
2004/2
[arq03010] informática aplicada à arquitetura i
A
Habilitado
3
2004/2
[arq03011] introdução ao projeto arquitetônico ii
B
Habilitado
9
2004/2
[arq03008] linguagens gráficas ii
A
Habilitado
3
2004/2
[arq02020] práticas sociais na arquitetura e no urbanismo
A
Habilitado
2
2004/1
[arq03004] geometria descritiva aplicada à arquitetura
B
Habilitado
4
2004/1
[arq01001] história da arquitetura e da arte i
A
Habilitado
2
2004/1
[arq03007] introdução ao projeto arquitetônico i
B
Habilitado
9
2004/1
[arq03003] linguagens gráficas i
A
Habilitado
3
2004/1
[arq03005] maquetes
A
Habilitado
3
2004/1
[arq01020] projeto arquitetônico vii
-
Liberação com crédito
10
2004/1
[arq03006] técnicas de representação arquitetônica
A
Habilitado
3
OBSERVAÇÃO
[arq03012] desenho arquitetônico ii
CRÉDITOS
2005/1
CARÁTER
Histórico escolar
PERÍODO LETIVO
[A] Anexos 2009/2
Complementar
1
Creditos eletivos excedentes convertidos em complementares pelo portal do aluno.
2011/1
Complementar
2
Estágios não obrigatórios desenvolvidos com base em convênios firmados pela UFRGS
2011/1
Complementar
2
Viagens de Estudo
2011/2
Complementar
10
10 creditos eletivos excedentes convertidos em complementares pelo portal do aluno.
CRÉDITOS OBTIDOS Obrigatórios:
254
Eletivos:
10
Complementares:
15
Tipos de atividades complementares:
CRÉDITOS DO CURRÍCULO Obrigatórios: Eletivos:
258 10
Complementares:
6
Tipos de atividades complementares:
2
Taxa de Créditos não Integralizados: 1,49%
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
33
[A] Anexos Portfolio Projeto Arquitetônico 3 [2006] O resultado final foi obtido através da investigação de formas baseadas em objetos genéricos do cotidiano. Projeto de uma residência para uma família de 3 pessoas, com loja no térreo. Localização: Centro de Porto Alegre.
Projeto Arquitetônico 5 [2008] O exercício consistiu em aprofundar o conhecimento sobre todos os sistemas de um edifício, compatibilizá-los e chegar ao nível dos detalhes contrutivos. Projeto de um museu/sede para Fundação Biena do Mercosul Localização: Cais do Porto Mauá, Porto Alegre.
Projeto Arquitetônico [2009] Intercâmbio: Universidad de la Republica | Uruguay O projeto foi um experimento futurístico, tirando partido das possibilidade de manipulação da forma dos softwares de modelagem. Projeto de residência multi-familiar no ano 2222.
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
34
[A] Anexos Corte Tranversal 1:100 Caixa = 20,5m
urbanismo 2 [2008]
APP
O exercício serviu para a compreensão dos instrumentos e de como manipulá-los. Projeto de um loteamento para classe média-alta. Localização: zona leste de Porto Alegre.
1
AV
APP
AV AV
elét./TV/tel. esgoto cloacal
3m
1
3
dmae Pluvial
2,5m estacionamento
6m
1
3m
AV
2 pistas de rolagem
APP AV
urbanismo 3 [2008] Entender as dinâmicas de uma cidade pequena e elaborar um plano de desenvolvimento para o centro urbano; essas eram o desafio da cadeira.
2 APP AV AV
Plano de desenvolvimento para uma cidade de pequeno porte próxima a Porto Alegre. Localização: Barra do Ribeiro.
Planejamento urbano [2011] Intercâmbio: Instituto Superior Técnico | Portugal Plano de Urbanização para a freguesia de Olival Basto. A formulação do plano serviu como exercício de aplicação da metodologia de planejamento estratégico e para entendimento dos instrumentos existentes em Portugal para ordenamento do território.
Projeto de Requalificação da Rua dos Andradas
35