Vai pr a
onde?
Maringรก - 2016
Vai pra onde?
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Introdução
O
táxi é um automóvel destinado ao transporte de passageiros e provido de um taxímetro. É um modo de transporte público com características entre veículos privados e urbanos, sem uma rota regular e contínua. Ao contrário do que acontece com os ônibus, por exemplo, que tem os horários e trajetos pré-definidos pela empresa, obrigando aos usuários se adequarem à tabela estabelecida. Os municípios brasileiros diversificam os serviços de táxi em modalidades, tais como de luxo, especial, comumrádio, táxi-lotação, táxi mirim e moto táxi, quase todos com a utilização de taxímetro. Os carros que prestam esse serviço são autorizados a trabalhar através de licenças emitidas pelas prefeituras, bem como, os motoristas só podem exercer a atividade após credenciados no órgão municipal de trânsito responsável. Portanto, o interessado em exercer a atividade irá precisar de um carro também licenciado. Calcula-se a tarifa do serviço de táxi comum por meio de um taxímetro, que computa a tarifa a partir do somatório da tarifa inicial, conhecida como bandeirada. A tarifa métrica comumente utilizada é a bandeira 1. A bandeira 2 possui uma tarifa em média 20% mais cara, pois geralmente é aplicada nos horários não compreendidos pela bandeira 1, por exemplo, a partir das 21 horas até as 6 horas da manhã, bem como em viagens intermunicipais. Em Maringá, são cerca de 400 taxistas, somando titulares e auxiliares. A frota conta com 185 carros, sendo as principais formas de localização por meio dos pontos de táxis ou telefone. Na cidade, os grupos de taxistas se diferenciam por meio de uma faixa verde, azul ou amarela aplicada nas laterais do veículo. Na rodoviária a cor de identificação é a verde. O táxi do Aeroporto Regional Silvio Name Júnior tem a faixa na cor azul. Os veículos com a faixa na cor amarela são os que ficam nos pontos do centro da Maringá.
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Prefácio
E
ntre chegadas e partidas, os taxistas têm em comum os perigos do ofício e muitas histórias para contar. No banco do passageiro há quem prefira guardar silêncio, compartilhar histórias ou há aqueles acontecimentos assustadores, vergonhosos, humorados, tristes e do cotidiano que marcam para sempre o caminho desses motoristas. Alguns taxistas tiveram receio em conversar e compartilhar o que viram e viveram em frente a uma câmera. “Você tem alguma história que marcou sua vida de taxista, que você gosta de falar numa roda de amigos?”, perguntávamos, e recebíamos como respostas muitos nãos. Realmente poucos lembravam, assim, na lata. Outros nem faziam questão de se lembrar ou contar algo. Alguns complementavam: “até tenho, mas não posso contar para vocês”. Precisávamos ganhar a confiança dos taxistas. Ao conversar com um conhecido, um mais desinibido chegou até nós. “Vocês estão tirando fotos para o jornal?”, perguntou. O clima ficou mais descontraído. Debaixo de uma árvore de copa baixa, sentados em um banquinho de cimento ou improvisando um assento num suporte de bicicleta, ao lado do ponto de taxi da rodoviária, os que se sentiam mais à vontade (ou curiosos) chegavam para apenas uma conversa, depois acabavam aceitando nosso convite. Enquanto um contava uma história para câmera, outro lembrava de algo que aconteceu e ganhamos a confiança de ouvir muitos bons contos, com a câmera ligada ou não. Dos cinco personagens ouvidos, quatro foram da rodoviária de Maringá, o quinto personagem atende hóspedes dos hotéis da cidade e tem o ponto no Centro. Sampaio, Aparecido Jorge, Claynton, João Paulo Evaristo e Pedro Paulo dividiram algumas das muitas histórias que viveram como taxistas e suas histórias foram transformas em produtos para o documentário e revista Vai pra onde? produzido pelos acadêmicos do 3º ano de Jornalismo, da Unicesumar, com a orientação do professor Emerson Andujar.
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Índice
Taxista ostentação ---------------------------------------------------------------------------- 09 Um pouco mais à frente ------------------------------------------------------------------- 11 Pelo Retrovisor -------------------------------------------------------------------------------- 14 Deixa a vida me levar. Vida leva eu! ---------------------------------------------------- 17 Vasto repertório ------------------------------------------------------------------------------ 21
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Taxista Ostentação
História 1
Sampaio
Taxista Ostentação
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“S
ampaio, meu nome. Só Sampaio!” Para quê sobrenome numa figura singular como Sampaio? Óculos escuros, camisa com os dois primeiros botões abertos, ostentando a grossa corrente dourada no pescoço, mangas dobradas destacando as pulseiras, relógios e anéis figuram o taxista de 31 anos de profissão. Desses anos, 20 são em Maringá. “É o melhor serviço do mundo. Se eu nascer de novo vou voltar a ser taxista.” Mas é categórico: “Taxi é bom se você for dono. Ser empregado não é, não.” Assim, Sampaio faz o próprio horário, mas só de dia. Numa tarde de sábado, enquanto muitos já estão descansando, ele está no ponto, entre a Avenida Herval e a Avenida Brasil, no Centro, pois os hospedes dos seis maiores hotéis da cidade que ele atende não podem ficar esperando. Dos passageiros famosos, Sampaio lembra quando levou a dupla sertaneja Edson e Hudson. “Hudson era mais tranquilo, o Edson foi mais conversador. Os dois são simpáticos.” E o telefone não para de tocar, mesmo no meio da entrevista. “Deu zebra, olha o [hotel] Ibis chamando” e não faziam cinco minutos que ele tinha chegado de uma corrida. “Deixa eu ver se acho um taxi para mandar lá. Vocês podem gravar enquanto eu estou falando, não podem?”
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Um pouco mais a frente
Histรณria 2
Pedro Paulo Bickel
Um pouco mais a frente
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D
e sorriso largo, Pedro Paulo Bickel completou em outubro cinco anos de taxista. Na rodoviária da cidade, enquanto aguarda a vez para recolher passageiros, ele conversa com a reportagem, sempre de olho se alguém está chegando. Numa madrugada Pedro Paulo levou uma senhora. “A gente sempre pede o endereço. Quando embarcou ela disse que sabia.” A referência do endereço era o “balão” da Avenida Mandacaru, próximo ao Hospital Universitário. Quando chegou na avenida a senhora já não reconhecia a Mandacaru. Chegando no “balão” a senhora parecia se lembrar de algo, mas não evitou do taxista ter que dar algumas voltas. Rodando mais um pouquinho, entrando por outras ruas “qualquer coisa vou ter que voltar para rodoviária com ela”, pensou. Mas a senhorinha logo reconheceu a igreja que frequentava. Já brava com a situação, quem acabou levando a bronca foi o motorista. “Rapa, você tem que saber onde moro!”, diverte-se ao lembrar. “Se nem ela sabia, eu que teria que saber?”, brincou. Mais calma a senhora pediu desculpas. Ao reconhecer uma rua e chegar numa casa testou a chave no portão. De todas as confusões, “só falta não ser a casa dela, as três horas da manhã”, pensou Pedro Paulo. “Ai abriu e deu certo.” Se até agora Pedro Paulo sorria, o semblante mudou quando lembrou de um assalto que sofreu há três anos ao levar dois homens à Mandaguari, distante 36 quilômetros de Maringá. “Quando passou o pedágio, o que estava atrás de mim tirou uma peixeira, daquelas do Stallone, na hora não sabia o que era. Meti a mão e cortei o dedo que está até agora amortecido”. Com a faca no pescoço, Pedro Paulo entregou a carteira, mas não foi o suficiente para os bandidos. Foi acelerando enquanto o homem forçava a faca contra o pescoço. Chegando em Mandaguari, haviam três homens em um posto. “Pensei é agora. Freei com tudo e joguei o carro no posto.” Mas os homens já haviam feito alguns cortes na barriga e no pescoço do taxista. “Pulei fora e os caras vazaram. Mas logo veio a polícia e acabaram encontrando os caras.”
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Histรณrias
de Taxistas
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“É o melhor serviço do mundo. Se eu nascer de novo vou voltar a ser taxista” #Sampaio
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Pelo retrovisor
H
á poucos meses, numa noite de trovoadas, relâmpagos e muita chuva, que o limpador de para-brisas não dava conta, chegou até João Paulo Evaristo, uma mulher com uma criança recém-nascida e uma bolsa de criança. Entrou no taxi e pediu para ir ao Jardim Pinheiro, zona norte de Maringá. Há 16 anos na profissão, foi isso que ele acredita ter sido mais inesquecível. O taxista João olhava pelo retrovisor e via que ela não estava bem. O estado de nervos era aparente. “Moça você deve estar com um problema muito sério. Se você quiser desabafar eu não vou reparar, posso até ajudar em algo que eu puder.” A mulher não falou. Começou a chorar. “Pode chorar. Se ficar com isso preso você fica doente”, disse. Ao se aproximarem do endereço o choro foi cessando, restaram só os soluços. Como quem cospe algo que o sufoca ela disse: “estou com essa criança porque meu marido me expulsou de casa debaixo dessa chuva. Tive que trocar a criança toda molhada na rodoviária”, desabafou. Comovido com a situação, João tentou entender como um homem poderia expulsar a família de casa, ainda mais debaixo de chuva. “Eu não posso falar, são muitos detalhes senão você também vai ficar bravo no meu lugar”, poupou-nos. Ao chegar dava para perceber que tinha gente na casa. Ela pediu ao motorista para dar um toque na buzina, mas ninguém apareceu. Como eu não podia esperar ela desceu. Não sabia o que ia acontecer, mas algo de bom não era. Deixei ela no portão e nunca mais soube o que aconteceu.
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Histรณria 3
Joรฃo Paulo Evaristo
Pelo retrovisor
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Deixa a vida me levar - vida leva eu!
Histรณria 4
Aparecido Jorge Figueiredo
Deixa a vida me levar vida leva eu!
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C
ustou algum tempo para ganharmos a confiança de Aparecido Jorge Figueredo para que contasse um pouco do que já viveu nos 16 anos com taxista. Coordenador do ponto da rodoviária, chegou aos poucos e acompanhou as histórias que Clayton [página 21] contava, ainda negando ser entrevistado. Com a câmera desligada, começou a contar a própria história na roda formada por taxista e três estudantes curiosos, debaixo da árvore de copa baixa, que fica ao lado do ponto de taxi da rodoviária. Não só de curiosidade vive o jornalista, mas de muita insistência. “Vou contar uma história que aconteceu comigo quando eu trabalhava a noite”, assim começa, com um boa dose de humor. A viagem combinada era para Colorado, norte do Paraná, “Chegando lá ele falou: ‘eu sou ladrão, mas não mexo com taxista, mas você vai ter que ir lá e me esperar que vou roubar uns caras.’” O que era esperar duas horas para quem já estava lá e precisava receber a corrida?! O homem que vestia terno e gravata não tinha menor receio em se identificar. “Meu nome é Ponta Grossa, sou ladrão mesmo, todo mundo me conhece”, disse para Aparecido. Passada as duas horas que deixou o Ponta Grossa no portão do parque de exposição, ele volta. “Acho que peguei uns mil contos”, revelou o ladrão de carteiras. “Aqui tem muito otário, foi facinho”, esnobou. Aparecido pensando em quem levou prejuízo dá a ideia para o passageiro ladrão que estava com umas dez carteiras na mão. “Você pega o dinheiro e joga as carteiras, para os caras acharem os documentos.” Chegando em Maringá, o ladrão escolheu outro taxi para ir à Londrina. De ladrão declarado à juíza federal e cantores contrasta as histórias de Aparecido. Ele conta que chegando ao destino a juíza disse que ia pagar com cheque, mas muitos taxistas não aceitam essa forma de pagamento. “Deu R$ 100 na época, fiquei meio assim em receber, mas tudo bem.” Ao tentar descontar o cheque o bancário avisou que ele tinha que ir até à Justiça Federal para receber, perto da prefeitura. “Quando cheguei lá o cara falou ‘você pegou um checão da chefona aqui’. Já pensou se eu não aceito o cheque de uma juíza federal?”, cai na gargalhada. Dos famosos, Aparecido conta que além de levar no taxi o Paulo Ricardo, da banda RPM, quando veio para um show em Umuarama, foi convidado a jantar com ele. “Choveu muito e ele veio para cá com um chegado para pegar o avião, falou que estava com fome e levei ao Pavan que ficava a caminho do aeroporto, foi quando ele me chamou para comer com eles.”
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“
Acorda bem cedo, olha para fora e vê um céu indeciso, está amanhecendo, porém ainda existem estrelas brilhando, o calor do primeiro gole de café forte arrepia os pelos, e se prepara para mais um dia de trabalho. Todo taxista possui o próprio ritual. Alguns rezam pela manhã, outros limpam o carro. Mas quando dá a hora todos fazem o mesmo, sentam em frente ao volante e dão a partida. Ser taxista passa de uma profissão e se torna um estilo de vida. Muitos são mestres de comunicação, diplomados pela vida. Contam as próprias histórias, ouvem as suas, estimado passageiro, e guardam para sempre na memória. Alguns fazem apenas pelo dinheiro. Outros renasceriam taxistas. Falta, talvez, opção. Já são tão bons no que fazem! Mas nada desmerece o trabalho tão cheio de riscos. E em meio a tantas crenças, tradições e hábitos, todos são iguais em vários pontos: histórias escritas sob o sol do dia, com muita gasolina, café e disposição. Histórias que sempre começam do mesmo jeito.
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Vasto repertรณrio
Histรณria 5
Clayton Minunceli
Vasto repertรณrio
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“A
única defesa que a gente tem é não embarcar o passageiro”, assim Clayton Minuncelli explica os perigos da profissão que exerce há 11 anos. Extrovertido, chegou com inúmeras histórias na manga. Começou com as simplesinhas e curtas. “Tem coisas que a gente não pode falar que é intimidade dos outros”, mas logo começou a disparar as peripécias da última década. Duas horas da manhã chegou um advogado, vindo de Curitiba, revoltado por causa da mulher que não tinha ido apanhá-lo na rodoviária. Foi xingando o caminho todo. “Não tem cabimento, ela é uma porcaria de mulher. Escolhi a mulher errada.” Ao chegar na porta de casa, o passageiro pediu para que o taxista desse uma buzinada para avisar a chegada. Ao ver a mulher o humor muda. “Nossa, amor, estava morrendo de saudade!” Para os questionadores da índole dos motoristas “mulher só quer do taxista dinheiro ou andar de graça, isso que é a verdade”, brinca. O repertório é atual. No mesmo dia da entrevista aconteceu um causo. Na vinda de uma corrida uma moça perguntou se ele estava livre: “eu preciso ir num endereço, ver um negócio”, disse a moça. “Com a experiência que a gente tem, ‘ver um negócio’ é rolo”, pensou. E não era para menos, a moça queria seguir o marido. Desconfiava que ele estava com a ex-mulher. “Pode ficar tranquila. Estamos acostumados com essas coisas. O carro é Insufilm, ninguém vai te ver”, garantiu. Clayton indagou a moça se ela tinha certeza do que dizia. “Você vai lá, queima a cara com ele, vai se expor assim à toa? ‘Tenho certeza, sim. Tudo confirmado, tudo certinho, só quero ver se a moto dele está lá. Não vou descer ou fazer bagunça’”. Se não havia como mudar a decisão da moça, ao menos “não vá me pôr em confusão”, pediu. Clayton subestimou o sexto sentido das mulheres, ou o que tenha a feito descobrir as puladas de cerca. Não deu outra. Chegou lá a moto estava parada em frente à casa da ex-mulher. “Para o carro, para o carro!”, gritou a mulher. Como quem não leva desaforo para casa, a moça foi parar na frente do portão da casa da ex dele. “Não vai mais em casa, senão eu boto fogo nas suas roupas e em você”. Entrou no carro de novo e foram embora. E continua a contar o repertório e se defende das acusações que taxista corre porque é doido. “O taxista não gosta de correr. Corre o risco de perder a carteira, levar multa, sempre para ajudar as pessoas.”
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Vasto repertório
Clayton lembra da vez que teve que atravessar a cidade para que uma senhora pudesse buscar a caixinha de insulina que esqueceu em casa e o ônibus em que iria viajar sairia em poucos minutos. “Eu levo a senhora, mas você tem medo se eu ir rápido?” “Medo eu tenho.” “Então segura e reza”, brincou. Nisso a senhora se agarrou nos dois bancos. Pelo retrovisor “só via velhinha para cá, velhinha para lá”. Mas no fim só restou agradecimento. “Nossa, taxista, muito obrigada! Você salvou minha vida.” Histórias humoradas e de tensão contrastam a vida dos taxistas. Com Clayton não foi diferente. A viagem dessa vez foi para Porecatu, norte do Paraná. Estrada desconhecida e de madrugada, Clayton logo errou o endereço. “Vocês não moram lá? “Moramos.” Vocês não sabem o caminho? “Não!” Ao parar para olhar o mapa, o alívio foi ver uma viatura da polícia, estava a salvo. “Salvo nada!” Desceram os dois e foram revistados. Nada foi encontrado. Ao revistarem o carro uma surpresa. “Uma barra de crack deeesse tamanho debaixo do banco”, demonstrou com as mãos. Até explicar que focinho de porco não é tomada “passei o Dia dos Pais inteiro na delegacia prestando depoimento”, mas foram honestos e livraram a cabeça do taxista. Na Copa do Mundo de 2014, numa madrugada fria, eis que surge um passageiro de bermuda e chinelo. “Não falou a rua para onde iria, quer dizer que tem coisa errada.”
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Ao recusar a corrida, dando a desculpa que o bairro que ele tinha informado era perigoso, o cara ameaçou. “Você vai ter que me levar, senão eu te processo.” “Então me processa, agora vai ter que processar!” A polícia então foi até o local, chamada, pelo que até então, tentava ser passageiro. O policial conversou, revistou o cara, mas não teve santo que fez Clayton, receoso, levar o passageiro. Quando o policial indagou se outro taxista gostaria de levá-lo. “O senhor garante?”, perguntou o taxista. Um policial olhou para o outro e disse: “passagem ele não tem.”
E você, vai pra onde?
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E você, vai pra onde?
Por Alessandro Alves Angélica Nogaroto Daiana Verdério Gabriel Brunini
Agradecimento Aparecido Jorge Clayton Minuncelli João Paulo Evaristo Pedro Paulo Bickel Sampaio