· Nº07 · 2012
ECONOMIA & NEGÓCIOS · MARCAS ID · SOCIEDADE · FOTOREPORTAGEM · ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO · INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTO · DESPORTO · LIFE & STYLE · CULTURA & LAZER · PERSONALIDADES ANO IV - SÉRIE II REVISTA Nº07 - 2012 — 3,50 EUR 450 KWZ 5,00 USD — ISSN 1647-3574
Spetciyallee eLifedeiç& es ão — quando O que idealizamos ? xo lu em pensamos essa fez ’in A Angola à pergunta e partiu e lh para descoberta do hor mel o oferecer mundo. Inspire-se!
anastácio roque [cesacopa angola]
“O governo não é—o pai” ‘É a nossa instituição. Deve-nos prestar contas da sua atividade’. A frase dita por um empreendedor, apela à ação dos empresários. Distinguido pela ‘sua’ produção de café biológico, Roque Gonçalves aponta soluções para a agricultura
Quem é o ‘novo’ africano? Jovem, urbano, cultural e politicamente esclarecido. Conheça a geração africana multilingue que se impõe pelo seu valor e luta para criar impacto
Steve Jobs de África Chama-se Inye e é o primeiro tablet de baixo custo projetado em exclusivo para o mercado africano. O seu inventor quer revolucionar o acesso às novas tecnologias
Hotelaria em alta O Grupo Pestana prevê inaugurar a sua primeira unidade hoteleira no país em 2014. Sinais do crescimento de um setor que quer ser alavanca do turismo
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Espaço Leitor
SUMÁRIO
— Fiquei fascinado com o espaço da Microsoft. Fantástico. Não admira que seja uma das melhores empresas para trabalhar. Quando estiver em Lisboa vou aproveitar para visitar as instalações que estão abertas ao público. Além do mais a Microsoft tem uma localização fantástica. Sérgio Lucas
— Parabéns pelo trabalho desenvolvido sobre os Jogos Olímpicos. Que os nossos atletas consigam superar-se e dar o seu melhor em Londres. Estamos a torcer por todos. Maria João
— Muito interessante a entrevista do vicepresidente do Comité Olímpico. Palavras sábias que esperemos que se concretizem no futuro próximo. Com as novas infraestruturas e o curso de desporto acredito que as nossas formações vão dar o salto esperado, pois há qualidade e muitos talentos em bruto por esse país. Quero dar o meu apoio a todos os participantes nos Jogos Olímpicos e acredito que é possível trazer uma medalha já este ano. José Loureiro
— O Pedro Pinotes é o melhor atleta angolano. Boa sorte! Que supere todas as suas melhores marcas! Joelma Figueiredo
— Parabéns Angola’in. Adorei a reportagem da Microsoft. Muito interessante e repleta de curiosidades que desconhecia. Carla Monteiro
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MARCAS ID
Pioneiros no 4G
— Há dez anos era uma utopia. Hoje é realidade. A tecnologia 4g chegou a Angola por via do crescimento económico acelerado e de um mercado ávido de novas tecnologias. Descubra os motivos que fazem do país um alvo tão apetecível pelas marcas de telecomunicações
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CULTURA & LAZER
Luanda Jazz Festival — envie as suas para o seguinte endereço
leitor@revistaangolain.com
Esta revista é escrita ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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A melhor edição de sempre. O título não é vaidade, mas a constatação do ambiente que se viveu no Cine-Atlântico durante o último festival. O espaço voltou a receber os apaixonados pela música e sonoridade do jazz com elegância e saber. O cariz, cada vez mais, internacional continua a surpreender e este ano voltou a marcar pontos
18 IN FOCO
Standard Bank Group
— Oportunidade para todos! É com este slogan que a marca está presente no país há dois anos. Em entrevista, Pedro Pinto Coelho, CEO do grupo em Angola, aponta o benchmark como ferramenta para o sucesso e a aposta do banco em desenvolver projetos transnacionais para o crescimento da região
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SOCIEDADE
A nova dimensão da CPLP
Reforço da cooperação política e diplomática, investimento na segurança alimentar e promoção da língua portuguesa são algumas das ações que ficam associadas ao nome de Angola. Dois anos de agenda intensa que recordamos nesta edição.
ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO
Na pista do futuro
Luanda, Soyo, Saurimo, Menongue, Luena, Cuito e Cuanevale são algumas das empreitadas que integram a lista de beneficiação de espaços aeroportuários. O Governo quer renovar 16 aeroportos até ao final do ano. Conheça as maiores construções em curso.
PERSONALIDADES
Em prol dos outros Simão Pascoal Hossi sente na pele as necessidades dos mais carenciados. É impulsionador dos direitos das mulheres e fálo em qualquer parte do mundo. Recentemente partilhou a sua história no TEDxLuanda.
08 10 14 46 52 60 64
MOSAICO
INSIDE
MUNDO
UM DIA COM...
FOTOREPORTAGEM
INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTO
DESPORTO
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EDITORIAL
www.comunicare.pt Angola
Rua Rainha Ginga, nº 228 – 2º andar Mutamba – Luanda TEL 923 416 175 / 923 602 924 Portugal Parque Tecnológico Inova.Gaia Avenida Manuel Violas, nº 476 – Sala 21 4410-136 São Félix da Marinha Vila Nova de Gaia TEL 00 351 222 431 902
Voto patriótico
www.revistaangolain.com Diretor Geral Daniel Mota
danielmota@comunicare.pt Direção Editorial Manuela Bártolo
manuelabartolo@comunicare.pt Direção de Research ANGOLA - Lisete Pote
lisetepote@comunicare.pt
PORTUGAL - Jorge Saboga
jorgesaboga@comunicare.pt
Sem margem para dúvida, votar é um direito e um dever. Exercer livremente essa ação é ter noção do peso de uma palavra da qual tudo depende: responsabilidade. Razão pela qual, as próximas eleições em Angola devem ser vividas de forma participativa, composta por pessoas motivadas a escrever nas urnas a expressão da sua vontade, pois a liberdade também é isso. Votar é eleger e eleger é governar. A soberania popular só se expressa por intermédio do voto e é a garantia de que as pessoas serão representadas pelos seus eleitos, de forma livre e consciente. Essa é a grande conquista e este é o momento de a viver. Todos temos a possibilidade de eleger e de sermos elegidos, sendo essa é a base da democracia representativa, que permite à sociedade participar das decisões do Estado. Uma fraca participação no ato eleitoral dará uma imagem negativa do país e da sua sociedade, revelando falta de interesse. Tanto mais que as eleições de 2012 serão apenas as terceiras na história de Angola. Houve escrutínios apenas em 1992, depois dos Arcordos de Bicesse que interromperam a guerra civil entre MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola) e a UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola) e em 2008, seis anos depois do fim da guerra entre o MPLA e a UNITA.
Esta pequena resenha histórica, conta também que o conceito de um homem– um voto, ou se quisermos uma pessoaum voto, não é uma prática longa. De facto, na maior parte da história da humanidade, os dirigentes foram sendo escolhidos com base na força e por imposição. Lembrar que até à década de 60, os indivíduos negros não tinham direito a voto nos Estados Unidos da América, apregoado bastião da liberdade, lembrar que as mulheres demoraram décadas até lhes ser consagrado este direito, lembrar que o regime do apartheid, mantido até aos anos 80 na África do Sul, retirava o direito a voto de uma imensa maioria, com base na cor da pele, tudo isto nos faz ter certeza do imenso valor patriótico que tem este ato para o nosso país. Estes momentos abriram caminho para um desejo legítimo de escolha. Nestas eleições vai estar em jogo para os angolanos não só a escolha dos seus eleitos, mas também os grandes investimentos, as taxas de juro, a educação, a saúde, a política agrícola, a política internacional, a difusão cultural, a água, o saneamento, etc. Questões que não são assuntos de outros, mas nossos, de todos! Assuntos que todos, mesmo todos, devemos opinar, participar, não de lado, não de fora, não de longe porque votar é a única opção responsável para os cerca de nove milhões de eleitores registados.
Direção Comercial Isabel Azevedo
Isabel.azevedo@interpublishing.pt Coordenação Editorial Patrícia Alves Tavares
patriciatavares@comunicare.pt Gestão de Conteúdos Life & Style Carla Marques
lifestyle@comunicare.pt
Gestão de Conteúdos Desporto Luís Freitas Lobo
desporto@comunicare.pt
Redação Isabel Santos · Maria Sá Arte Bruno Tavares · Patrícia Ferreira
design@comunicare.pt
Fotografia Paulo Costa Dias [editor] Shutterstock Serviços Administrativos e Agenda Patrícia Silva
agenda@revistaangolain.com Publicidade
Interpublishing Rua Sanches Coelho, nº 03 – 10º andar 1600-201 Lisboa Tlf:. 00 351 217 937 205 Impressão Peres-Soctip Indústrias Gráficas S.A Distribuição Green Line Tiragem 10.000 exemplares
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A Direção
— ISSN 1647-3574 DEPÓSITO LEGAL Nº 297695/09 — Interdita a reprodução, mesmo que parcial, de textos, fotografias e ilustrações, sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais
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Esta revista utiliza papel produzido e impresso por empresa certificada segundo a norma ISO 9001:2000 (Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade)
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MOSAICO
— Planeta Vermelho — Manuela Bártolo
A viagem começou em novembro de 2011. O robô percorreu 570 milhões de quilómetros dentro de uma cápsula até à atmosfera marciana. Depois, com a ajuda dos motores, pousou suavemente. Parece simples, mas a verdade é que este feito só foi possível porque o Curiosity é o mais moderno de todos os que já partiram da terra. A sua missão? Colher gases da atmosfera, fragmentos do solo, medir a radiação, temperatura, vento, humidade e a pressão, de forma a permitir aos investigadores identificar possíveis bactérias, ou seja, ajudar na procura de vida fora deste ‘nosso’ planeta. Uma história que já dura há mais de 60 anos, em que no intervalo acompanhamos a ida do homem à Lua!
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INSIDE
Patrícia Alves Tavares
Formação une Angola e Moçambique
— Os ministérios da Educação de Angola e Moçambique desenvolveram no último mês uma ação conjunta de promoção da formação dos jovens dos dois países. A oficina de educação decorreu em Luanda e permitiu aos responsáveis analisar o grau de execução das atividades estabelecidas no plano estratégico de Cooperação SulSul para o período 2011-2012. O programa destina-se a fomentar a parceria entre os países de língua portuguesa nos domínios da alfabetização e da educação de jovens adultos. Em vigor desde 2006, o modelo apoia os países na meta de cumprir os objetivos internacionais para o milénio, no âmbito da educação, através de parcerias e trocas de conhecimento intragovernamentais.
Infraestruturas até 2025
Ministério da Energia investe na imagem
— O Ministério da Energia e Águas (MINEA) escolheu a agência Brandimage para desenvolver o seu plano de criação de nova imagem e de desenvolvimento de uma campanha de comunicação do organismo. A entidade quer reforçar o contacto com o exterior e ser mais eficiente na divulgação de atividades. A Brandimage África já trabalhou com empresas internacionais e prepara-se auxiliar o MINEA a comunicar de forma mais eficiente com a população.
— Ana Dias Lourenço, ministra do Planeamento, reiterou que o Governo continuará a investir na reabilitação e modernização das infraestruturas, prevendo-se que o país possa a curto prazo ter um crescimento nesta área semelhante ao dos países em desenvolvimento. O intuito do Executivo consiste em atingir um desenvolvimento sustentável até 2025. Para alcançar essa meta, a responsável admite que é necessário reforçar o investimento em recursos humanos. “Estamos a recuperar e construir infraestruturas como os caminhosde-ferro, barragens, aeroportos, hospitais, escolas, pólos de desenvolvimento industrial e estradas”, acrescentou a ministra, fazendo alusão a um estudo do Banco Mundial que revela que o país gastou 4,3 mil milhões de dólares por ano em infraestruturas, ou seja, 14% do Produto Interno Bruto. A maior parte do valor foi aplicada na área dos transportes, mediante verbas atribuídas pelo Orçamento Geral de Estado (OGE) e pela linha de crédito da China.
Odebrecht constrói barragem
— A construtora brasileira ganhou a construção de uma das maiores barragens do país. O projeto, que vai custar 370 milhões de dólares, será erguido no Médio Kwanza e será o maior depois da barragem de Capanda. O empreendimento, que vai fazer o aproveitamento hidroelétrico de Laúca, terá uma capacidade de produção de mais de dois mil megawatts, sendo capaz de levar energia para o norte e centro do país. O prazo de execução é de cerca de cinco anos e a infraestrutura vai produzir quatro vezes mais energia que o Capanda.
AutoSueco na FILDA
— A AutoSueco Angola aproveitou a presença da 29ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA) para apresentar o seu mais recente modelo, o camião Volvo FMX. A empresa é a única representante da marca, nos segmentos de comercialização, distribuição e assistência pós-venda. A marca aproveitou o certame que recebe anualmente centenas de visitantes, nomeadamente empresários internacionais, para dar a conhecer as mais recentes soluções de transporte adaptadas às diversas empresas que operam no país, uma vez que dispõem de equipamentos à medida das necessidades dos vários setores de atividade.
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CFL investe nas cargas
— A entrada em funcionamento dos Caminhos-de-Ferro de Luanda colocou um novo player no mercado de transporte de carga em contentores. A empresa entrou na concorrência deste tipo de transporte de mercadorias e começa a ganhar terreno face aos restantes operadores, devido ao menor custo. De janeiro a julho, mais de quatro mil contentores partiram do Porto Comercial da capital para o porto seco de Viana nos vagões dos comboios. O preço do serviço permite uma poupança de 321 dólares face ao transporte rodoviário. O mesmo acontece em relação a um contentor vazio, em que o transporte por camião é mais dispendioso.
38 milhões Em rede de frio
— É o valor que a portuguesa Hipogest vai investir nos próximos meses para montar uma rede de frio com cobertura nacional. O projeto no valor de 38 milhões de euros conta com a participação de empresários angolanos e vai facilitar o escoamento e distribuição de produtos alimentares, uma ação que será coordenada com os cinco pólos que serão erguidos no país. Portugal tem uma larga experiência na área da logística, de frio e da refrigeração e a infraestrutura será importante para impulsionar a agricultura e agro-indústria. O contrato de investimento já foi validade pelo Conselho de Ministros.
Sistec e Sendys parceiros
— A Sistec e a empresa portuguesa Sendys assinaram no último mês um acordo de cooperação com a Sistec. Com a nova parceira, a empresa lusa que detém um software de gestão vai faturar 1,2 milhões de euros até ao final do ano. O valor representa a duplicação dos lucros obtidos em Angola no ano anterior. O protocolo faz parte de um investimento de 650 mil dólares, em que a Sendys procederá ao reforço do posicionamento no mercado, através da adaptação do seu produto aos clientes, legislação e moeda. Está ainda incluído no investimento a formação de quadros nacionais.
Segunda loja da Moviflor em 2013
— A marca de mobiliário portuguesa Moviflor prepara-se para expandir a sua atividade no país. A diretora geral da marca anunciou que existe o projeto de abertura de uma segunda loja em Luanda, já no próximo ano. O plano faz parte do programa de internacionalização da empresa, que está a estudar a construção de uma plataforma logística em Angola para melhor abastecer o mercado. A aposta no país está relacionada com o nível de aceitação e o notável aumento da procura do mobiliário luso, sendo que metade dos produtos vendidos são fabricados em Portugal.
Mais café no Kwanza Sul
— O governador do Kwanza Sul, Serafim Maria do Prado, está confiante de que a província será capaz de aumentar em 23% a taxa de produção de café. Atualmente, a região tem 18 mil hectares de produção e a campanha “Bago Vermelho” prevê colher 2900 toneladas de café, só este ano. A província tem investido bastante neste setor, tendo reabilitado nos últimos anos mais de cinco mil hectares de terra. O programa de desenvolvimento da agricultura inclui ainda um projeto “de plantação de café arábica nos municípios do Mussende e de Cassonge”. O responsável lembrou ainda que com o referido plano “4090 famílias estão a beneficiar de apoio e de financiamento do Fundo Comum, destinado à produção de produtos básicos no campo”.
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INSIDE Universidade com investigação científica
Segurança alimentar na CPLP
— Angola terminou o seu mandato enquanto presidente rotativo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) com um balanço positivo. A elaboração e respetiva aprovação da estratégia comunitária de segurança alimentar e nutricional da comunidade, em 2011, é o fator de maior relevo. O país conseguiu criar o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da CPLP, que será responsável pela implementação de políticas e programas que visem o desenvolvimento deste setor e das matérias associadas no âmbito da conduta de todos os membros do organismo. A coordenação entre os Estados lusófonos será fundamental para garantir a continuidade dos programas agrícolas e de pescas que vão assegurar o direito a uma alimentação de qualidade e segura.
Fundação Lwini solidária
— A Federação das Associações de Pessoas com Deficiência (Fadepa), a Associação Nacional de Deficientes de Angola (Anda), A Associação de Mutilados Militares de Angola (Ammiga), o Comité Para-olimpico Angolano, os centros Ortopédico de Viana e de Reabilitação Física foram as entidades contempladas com 105 cadeiras de rodas, 25 triciclos e vários pares de canadianas. O material foi doado pela Fundação Lwini, que atribuiu igualmente equipamentos a alguns deficientes que não estão em nenhuma instituição. A oferta representa o término da campanha que a instituição desenvolveu desde maio e que abrangeu todas as províncias. Durante esse período foi ainda disponibilizada ajuda técnica. O projeto contou com o auxílio do Ministério da Assistência e Reinserção Social e com os parceiros da função (entre eles, a Chevron e a WeecHiar Fundacion).
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— O plano é da Universidade Kimpa Vita, no Uíge, e conta com o apoio de investigadores alemães. Vários alunos estão envolvidos na criação de um projeto de pesquisa sobre a energia e água, que vai incidir na investigação das quedas de água da província. Paralelamente, arrancou o estudo sobre botânica no Kwanza Norte, em que os estudantes de enfermagem vão fazer uma lista sobre as doenças epidemiológicas dos municípios, de modo a poderem apoiar as populações através dos conhecimentos adquiridos na faculdade. A Universidade planeia ainda criar uma cooperativa agrícola, que conte com a participação de todos os munícipes da envolvência.
1,2 milhões para planos humanitários
— Angola é um dos países que vai integrar o fundo de 1,2 milhões de dólares, disponibilizado pelo Brasil para projetos humanitários. De acordo com um comunicado dos responsáveis pela gestão do fundo, a verba será ainda aplicada em ações que contribuam para a redução dos riscos de ocorrência de desastres na América Latina. Cada país receberá 100 mil dólares para aplicar em projetos apoiados pela ONU e organizações nãogovernamentais locais.
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MUNDO
Patrícia Alves Tavares
Yahoo! no feminino
— Marissa Mayer é a nova diretora executiva da Yahoo!. A empresária de 37 anos assume-se assim como uma das mulheres mais importantes no domínio tecnológico e empresarial dos Estados Unidos. A responsável evidenciou-se na Google, onde foi responsável por produtos locais e geográficos, nomeadamente o Google Maps, o Google Earth e Street View. O salto na carreira vai permitir à executiva liderar um dos principais sites da Internet que tem mais de 700 milhões de usuários. Mayer vai substituir o diretor-executivo interino da Yahoo!, Ross Levinsohn, que assumiu o cargo em maio, após renúncia de Scott Thompson.
Guiné Equatorial na CPLP
— É quase certa a adesão da Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Membro observador desde 2004, o país apresentou o pedido de adesão a membro de pleno direito em 2008. O tema foi debatido na Cimeira de Maputo em julho e dos oito países lusófonos apenas Portugal se manifestou contra.
Agricultura familiar dinamizada
— Vários países africanos vão recorrer ao modelo brasileiro do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) para desenvolver um projeto piloto na área da agricultura familiar. Nigéria, Malawi, Moçambique, Senegal e Etiópia são as nações que pretendem investir dois milhões de dólares para a aquisição de alimentos junto de famílias dos diversos municípios. O programa vai contar com a parceria e auxílio da Organização das Nações Unidas (ONU), da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O projeto tem como finalidade garantir que as populações em situação de insegurança alimentar e nutricional tenham acesso a alimentos em quantidade suficiente e com a qualidade e regularidade necessárias. Por outro lado, é promovida a inclusão social através do fomento da agricultura familiar. O programa existe no Brasil, Índia e China e, no caso brasileiro, tem sido possível “dignificar o trabalho da agricultura familiar por meio do programa de aquisição de alimentos e por meio da compra da produção para a merenda escolar”.
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Ferro em Moçambique
— O primeiro destino da exportação de ferro moçambicano é a China. O país vai constituir um lote de cerca de 28 mil toneladas de magnetite de ferro e vai inaugurar as exportações da matéria no final do ano. Moçambique prepara-se para entrar no mercado internacional do minério de ferro, com um produto bastante requisitado pela indústria siderúrgica, conquistando de imediato o país que detém a segunda maior economia do mundo.
Imobiliário africano é dos chineses — Um relatório da consultora Knight Frank indica que apesar do abrandamento da economia, os promotores internacionais continuam a encontrar boas oportunidades imobiliárias no continente africano. O documento acrescenta que as cidades africanas ainda têm pouca oferta de qualidade e que as regiões produtoras de petróleo e gás natural são as que registam uma procura superior à oferta. Em relação aos interessados neste setor, os chineses surgem no topo da lista.
Mandela de parabéns
— A África do Sul esteve em festa. Nelson Mandela celebrou o 94º aniversário e a população assinalou a data através de trabalhos comunitários, nomeadamente construção de casas para os sem-abrigo e auxílio em tarefas em infantários e lares de idosos. Milhares de sul-africanos dedicaram mais do que os 67 minutos recomendados pela efeméride a ajudar os outros, seguindo o exemplo do primeiro presidente negro da história do país. “Esta herança deve ser mantida e estimulada, estes 67 minutos em honra de Mandela fazem uma diferença tremenda na sociedade e mesmo as gerações mais novas, crianças que não eram sequer nascidas quando Mandela foi presidente, já percebem e abraçam o potencial de unidade e solidariedade das tarefas propostas por aquele que foi, afinal, o fundador da nova nação”, explicou Manny de Freitas, deputado lusodescendente da Aliança Democrática à imprensa internacional.
Make it in Germany
— São sinais do mundo cada vez mais global e que se repercute no mercado laboral. O Governo alemão está a recrutar profissionais fora do país. Com um crescimento de 3% em 2011, a Alemanha quer trabalhadores altamente qualificados e criou uma plataforma, o Make it in Germany, que convida engenheiros, médicos, especialistas em ciência, tecnologia e matemática a trabalhar em terras germânicas. O site destinase a facilitar a procura de emprego e a auxiliar os novos emigrantes a instalarem-se e a ultrapassarem as burocracias. Apesar do crescimento, o défice demográfico contribuiu para que o país possa ter um défice de emprego de seis milhões de pessoas, em 2025.
Primeira mulher na Comissão Africana
1,4%
Crescimento do gás natural
— O gás natural assume-se no mercado mundial cada vez mais como a alternativa energética com maiores vantagens e menor custo. Um estudo da International Gas Union (IGU) revela que a procura desta matéria vai aumentar 1,4% por ano até 2030. O crescimento galopante da procura está relacionado com as suas mais-valias ambientais.
— Foi a candidata da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e acabou eleita para presidente da Comissão Africana. A sul-africana Nkosazana Dlamini Zuma foi a escolhida na cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA), que decorre em Addis Abeba (Etiópia), derrotando o candidato gabonês Jean Ping, que liderava a organização há cinco anos. A ministra do Interior da África do Sul é a primeira mulher a assumir o organismo. É também inédita a nomeação de um país da SADC para a presidência da Comissão Africana.foram distribuídos panfletos junto ao estádio do Maracanã.
Produção de biocombustíveis duplicará
— Nos próximos dez anos a produção mundial de biocombustíveis deverá duplicar. A conclusão é do relatório “AS Previsões Agrícolas da FAO e da OCDE”, publicado em Itália, que avança que os Estados Unidos serão os responsáveis pelo maior aumento do fabrico de etanol, seguindo-se o Brasil e a União Europeia. A produção seguirá a mesma tendência relativamente ao bioetanol e biodiesel. No contexto africano, a África do Sul vai liderar o crescimento ao crescer 8% por ano, atingindo os 951 milhões de litros em 2012.
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MUNDO Aeroportos brasileiros de qualidade
Portugal rendido aos genéricos
— A quota de mercado dos medicamentos genéricos já ultrapassa os 60% em Portugal. Com as novas regras que entraram em vigor a 1 de junho e que obrigam os médicos a prescrever os medicamentos pelo seu princípio ativo contribuiu para que as farmácias fossem conduzidas a vender os mais baratos. Segundo o vice-presidente da Associação Nacional de Farmácias de Portugal, Paulo Duarte, os dados indicam “que a medida está a ter efeitos do ponto de vista do comportamento do mercado”, pelo que se registou a “maior redução do preço médio dos medicamentos” desde o início do ano.
— A pensar no Mundial de Futebol de 2014, o governo brasileiro vai fixar metas de qualidade para os onze aeroportos das cidades-sede. O objetivo consiste em diminuir o tempo de espera, designadamente reduzir em 50% o tempo de ‘check-in’ e da recolha de bagagens até 2013. As infraestruturas detêm atualmente uma classificação de nível C (o mínimo de conforto) atribuída pela Associação Internacional de Transportes Aéreos. Com esta medida, o país quer equiparar-se ao serviço prestado pelos norte-americanos e europeus. A meta deverá ser alargada posteriormente às estruturas do Rio de Janeiro, Fortaleza, Curitiba, Salvador, Porto Alegre, Recife, Manaus e Cuiabá.
2,1 biliões Lucro do Bank of America
— O banco americano Bank of America anunciou que no segundo trimestre do ano teve um lucro de 2,1 biliões de dólares. Recorde-se que o organismo tinha perdido 9,1 biliões no período homólogo do ano anterior. Cada ação teve o lucro líquido de 19 centavos.
Construção sobe na UE
— Na zona euro, a produção na construção avançou 0,1% em maio. De acordo com o Eurostat, Portugal registou o maior avanço entre abril e maio, ao subir 3,6%. Contudo, em termos anuais, o país tem um desempenho negativo, apresentando a terceira maior descida da União Europeia, com 16,4% de queda.
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Faz 20 anos…
— Foi há duas décadas que surgiu a primeira fotografia na Internet. Foi em 1992 que foi colocada online a primeira imagem que retratava uma banda feminina, muito popular junto da comunidade científica daquele ano, e que se chamava “As Horríveis Cernettes”. O grupo era composto por quatro funcionárias do CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear). O autor da fotografia é Silvano de Gennaro, que trabalhava em tecnologias de informação nessa empresa, que se evidenciou pelos avanços na busca da “Partícula de Deus” e pela proximidade com os cientistas que inventaram a Web. A imagem foi captada a 18 de julho de 1992 nos bastidores do Hardronic Music Festival, um evento anual que foi criado pelos administradores do CERN.
Icebergue gigante separa-se da Gronelândia
— É uma ilha de gelo com 120 quilómetros quadrados e é maior que a cidade lusa de Lisboa. Este icebergue separou-se do glaciar Peteremann, que é um dos dois maiores da Gronelândia. Aconteceu em julho e foi registado pelo satélite Aqua. Foi a segunda vez em menos de dois anos que icebergues desta dimensão se desprenderam do referido glaciar. De acordo com os especialistas, à semelhança do que aconteceu em 2010, o bloco de gelo acabará por entrar no estreito de Nares, um canal entre o Norte da Gronelândia e o Canadá, onde se deverá quebrar.
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IN FOCO
Manuela ManuelaBártolo Bártolo
“Somos o único banco com rating investment grade BBB+” defensor de um setor bancário mais profissional e moderno para fazer face a novos desafios, pedro pinto coelho, presidente do conselho de administração do grupo standard bank angola, vê a criação da bolsa como “um passo importante para o desenvolvimento do sistema financeiro angolano, de forma a permitir diversificar as fontes de captação de capital”. em entrevista à angola’in, o dirigente faz a análise dos dois últimos anos de atividade e refere a importância do desenvolvimento de projetos transnacionais para o crescimento da região. confiante quanto à evolução do banco em angola, prescreve análises constantes da informação do mercado e “benchmark” como receitas fundamentais para o sucesso. no caso de angola, acredita que o país pode desenvolver-se adoptando soluções mais avançadas e permitindo saltar estágios de desenvolvimento que outros países já passaram.
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” Estrategicamente, Angola é hoje um mercado prioritário para o Grupo Standard Bank
Quais são as principais vantagens competitivas do Standard Bank Angola face a outras entidades bancárias existentes no país? É o único banco internacional com presença em 30 países, dos quais 18 em África. É o maior banco do continente com uma capitalização bolsista de $22 biliões. Tem uma existência de mais de 150 anos e é o único banco com rating investment grade BBB+. Em termos de presença e dimensão/quota de mercado, quais são os objetivos a médio prazo? Que análise faz do posicionamento da marca no mercado nacional? Os objetivos são estar presente em Luanda e nas principais províncias em Angola, com uma quota de mercado significativa. A marca no mercado angolano está posicionada como uma marca sólida e associada à qualidade de serviço e segurança.
Como tem sido realizada a evolução do banco em Angola face aos objetivos do grupo, isto é, mesmo em termos de notoriedade da marca no mercado. Têm sido cumpridos? Sim. A evolução tem sido bastante positiva. Os clientes reconhecem o valor da marca Standard Bank. Uma das apostas do banco é o apoio ao desenvolvimento da economia angolana e de expansão às províncias. Quais são os setores que consideram prioritários para esse crescimento e qual a estratégia para os alcançar? Os setores mais relevantes são os das infraestruturas, energia, indústria e agro-indústria. O banco estuda projetos nestes setores e tenta apoiar o seu financiamento com recursos quer domésticos, quer internacionais.
Angola tem um conjunto significativo de players que operam numa concorrência saudável. Acreditamos que os próximos anos vão permitir ao mercado recuperar o atraso em relação a outros países do continente africano, designadamente no que diz respeito à introdução de legislação de produtos financeiros que já são uma realidade noutros mercados.
Como caracteriza o vosso tipo de clientes/empresários, sobretudo em matéria de tendência de investimento/ consumo e quais os vossos principais produtos? Quais as grandes apostas do banco em termos de inovação e diferenciação de mercado? Os nossos clientes são clientes que valorizam a qualidade de serviço e a rapidez de execução. Os nossos principais produtos estão associados ao crédito de diversos tipos, em função do segmento do cliente e produtos transacionais, de forma a facilitar a vida do cliente.
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IN FOCO A banca em Angola deverá evoluir no sentido de permitir ter instituições financeiras sólidas, bem capitalizadas e com uma qualidade de serviço adequada. A economia angolana tem já muitos clientes exigentes, que exigem do sistema financeiro solidez, capacidade de resposta às suas necessidades e preços competitivos É bom para o mercado angolano que haja uma boa avaliação das suas entidades bancárias a nível internacional, desde logo porque incentiva as suas instituições financeiras a preocuparem-se em prosseguir uma melhoria contínua das suas operações, dos seus produtos e serviços e, em última análise, dos seus resultados. A banca angolana tem já um peso importante no contexto africano, por exemplo. Várias instituições angolanas surgem em diversos rankings entre as principais instituições africanas, o que reflete a dimensão da economia angolana e permitirá, no futuro, que estas instituições sejam players importantes no processo de consolidação do setor financeiro em África.
Face à sua experiência, de que forma pode o Governo e os agentes melhorar as condições do setor? Quais são, no seu entender, as medidas mais importantes para impulsionar e qual é o modelo de crescimento da economia que aponta como mais eficaz para o momento atual? A melhor forma de apoiar o setor é tendo um regulador forte que permita assegurar o crescimento saudável do sistema financeiro. A economia angolana é, cada vez mais, foco de atenção por parte dos organismos internacionais. No que respeita ao setor bancário, quais as vantagens que este comportamento (interesse) externo acarreta para o país e o que ainda falta cumprir para que o mesmo atinja melhores desempenhos? A criação da bolsa é, no seu entender, um fator preponderante para um maior reconhecimento? Esta atenção obriga a que o setor bancário seja mais profissional e se modernize para fazer face a novos desafios. A criação da bolsa é com certeza um passo importante para o desenvolvimento do sistema financeiro de forma a permitir diversificar as fontes de captação de capital. A vossa atuação em Angola está também marcada por ações de responsabilidade social. Que benefícios acarreta para o grupo estas medidas e qual o objetivo que as fundamentam, para além da estratégia de marca? As ações de responsabilidade social são importantes na medida 20
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em que permite que a organização se foque na contribuição para o bem comum, apoiando ações que têm impacto na sociedade civil. Que balanço faz destes quase dois anos de presença no mercado angolano? Quais os principais obstáculos e conquistas? O Stardard Bank é o único banco a operar no mercado nacional implantado em todos os países que fazem fronteira com Angola. Esta foi uma vantagem? Nestes dois anos o Standard Bank rapidamente atingiu reconhecimento por parte dos seus clientes e notoriedade no setor bancário. Isto resulta de trabalho árduo e do seu compromisso de ser o melhor banco em Angola. O facto de estarmos em todos os países que fazem fronteira com o país permite coordenar ações especificas com esses mercados para apoiar nas relações comerciais entre estes países e permite igualmente apoiar empresas em fase de expansão para esses mercados.
Grupo Standard Bank Há século e meio que o grupo existe e está presente em África com um crescimento assinalável. Pode-se dizer que cresceu junto com o continente, ajudando-o a desenvolverse. Como é que o organismo se renova e quais os projetos que antecipa para este conjunto de países? Ou seja, quais os mercados cujas previsões apontam para um maior índice de crescimento e são a vossa principal aposta? O grupo prevê crescer no continente aumentando a sua penetração nos vários segmentos de atividade económica, nomeadamente em projetos transnacionais que sejam chave para o desenvolvimento da região. Dentro dos 18 países em que está presente em África, Angola é uma das principais apostas.
O Grupo Standard Bank está presentes nas principais praças financeiras mundiais, o que lhe permite ‘apresentar’ Angola à comunidade financeira internacional, facilitando-lhe o acesso ao mercado de capitais internacional
O melhor em África
Hoje, somos o maior grupo financeiro africano, com uma capitalização bolsista de cerca de 22 biliões de USD. A sua presença na maioria dos países africanos é um aspeto diferenciador e determinante para o sucesso do Standard Bank em Angola, na medida em que se assiste hoje a um crescente aumento das trocas comerciais entre os diferentes países do continente. Também as multinacionais que estão presentes em vários países em África dão preferência a instituições financeiras que tenham elas próprias uma presença forte em vários Estados em simultâneo.
Opinião & Carreira É um dos gestores mais respeitado no país. Como analisa o seu percurso? O meu percurso tem sido orientado por aceitar novos desafios que considero interessantes em termos profissionais. A minha ambição é contribuir mais e mais para o desenvolvimento de uma organização em que os colaboradores se sintam realizados e partilham a satisfação de servir o cliente da melhor forma. Uma decisão que marcou a minha carreira como gestor foi a de abraçar desafios internacionais. Viver e trabalhar em geografias distintas é uma experiência impossível de replicar e de grande valor quando no dia à dia temos que analisar temas cada vez mais complexos num mundo globalizado.
O Grupo Standard Bank foi eleito na última edição dos prémios do setor financeiro, que teve lugar em Washington, Estados Unidos da América, o melhor Banco Africano do Ano 2011. A gala organizada pela publicação The African Banker reuniu cerca de 300 principais intervenientes da indústria e altos funcionários dos governos do continente africano e do mundo, para homenagear as realizações das empresas e dos indivíduos que tenham contribuído, significativamente, para a reforma, modernização e expansão dos serviços bancários em África e do sistema financeiro em geral. Para o vice-administrador delegado do Grupo Standard Bank, Ben Kruger, a presença e o desempenho consistente do Standard Bank em avaliações desta natureza são o testemunho do seu compromisso em sustentar o crescimento do grupo em todo o continente africano. “Ganhar prémios é sempre um motivo de orgulho, mas para nós o significado real é o reconhecimento externo da estratégia do Standard Bank em África, o que nos permite oferecer aos nossos clientes produtos e serviços relevantes”, salientou Ben Kruger. O Grupo Standard Bank possui agora 2,5 milhões de clientes e 3 milhões de contas ativas em todas as suas operações no continente africano, excluindo a África do Sul.
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IN FOCO Africa Angola Ghana Malawi Namibia Swaziland Zambia Botswana Kenya Mauritius Nigeria Tanzania Zimbabwe DRC Lesotho Mozambique South Africa Uganda
Americas Argentina Brazil USA
Europe / Asia Pacific China Isle of Man Jersey Singapore UAE United Kingdom Turkey Taiwan Hong Kong Japan Russia
tender o que ele quer e como satisfazê-lo
Sabia que... Para além da presença em 18 países africanos, o grupo tem também escritórios nos principais centros financeiros mundiais: Nova Iorque, Hong Kong, Londres, São Paulo e Dubai. Paralelamente, estabeleceu uma parceria estratégica com o Industrial and Commercial Bank, da China. Em todos os países em que está representado, as suas atividades assentam em três pilares principais: banca comercial, de investimento e gestão de fortunas. Como parte do recente realinhamento das atividades, foram identificadas oportunidades para alavancar as infraestruturas existentes e o conhecimento dos países que integram os mercados emergentes.
Uma gestão de e para pessoas é, cada vez mais, uma política empresarial de sucesso. Acredita que esta máxima pode ser um elemento diferenciador para gestores e empresas? Sim. As empresas têm de ter cada vez mais a capacidade de se aproximarem do cliente de forma humana procurando en22
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Num momento de explosão da economia angolana, qual o tipo de modelo de gestão público e privado que defende para que tanto empresários, como empresas se sintam integradas no sistema e tenham condições de investimento para se desenvolver? Para que haja condições de investimento deve haver instituições sólidas que dêem confiança e protejam os investidores. Para si, qual é a característica mais importante para se vencer no setor financeiro? O mais importante é ser perseverante e não desistir quando se encontra a primeira dificuldade. Em 1992, Bill Clinton afirmou: ‘It’s the economy, stupid!’ para argumentar que a economia é o principal motor de um país. Concorda com esta ideia? A economia é de facto a base que permite fazer um país chegar ao nível de desenvolvimento desejado. No entanto, a componente social não deve ser esquecida. O ser humano para se sentir re-
alizado precisa desse equilíbrio entre o bem estar económico e o social. A denominada ‘economic intelligence’ é, cada vez mais, uma ferramenta importante no crescimento dos mercados. Acredita que um forte investimento nesta área é crucial para o sucesso empresarial? Como encara a aplicação desta metodologia num país como Angola, que está ainda à espera de se afirmar? É possível? Sim, este tema é de facto muito importante. Sem análises constantes da informação do mercado e “benchmark” não é possível ter sucesso. No caso de Angola, é ainda mais critico porque o país pode desenvolver-se adoptando soluções mais avançadas e permitindo saltar estágios de desenvolvimento que outros países já passaram. Na sua opinião que características demarcam um organismo para que este consiga atingir uma posição de liderança? Para atingir a liderança é necessário inovar de forma sistemática e simultaneamente assegurar uma qualidade de serviço constante.
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ECONOMIA&NEGÓCIOS
Manuela Bártolo
Multitel
Crescimento de 3 milhões USD Empresa apresenta um crescimento nos negócios na ordem dos 20% comparativamente ao ano passado. Para o ano em curso, prevê faturar 21 milhões USD. A Multitel, empresa nacional vocacionada para serviços de telecomunicações, prevê resultados líquidos na ordem dos 3 milhões USD e um cash flow à volta dos 5 milhões USD para este ano. De acordo com o diretorgeral da empresa, António Geirinhas, este objetivo deverá ser cumprido, simultaneamente, através de ações
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de investimento, crescimento a taxas grandes, preparação e formação dos trabalhadores. “Esta articulação reflete-se no crescimento previsto na ordem dos 20% em volume de negócios comparativamente ao ano passado”, explicou. Para o ano em curso, a empresa perspetiva facturar cerca de 21 milhões USD. O responsável afirma
ainda que a entidade realizou, nos últimos quatro anos, um investimento de 15 milhões USD. Em 2008, a Multitel iniciou com o ritmo de investimentos, sendo que anualmente essas aplicações ficam perto dos 3 milhões USD, aplicados na aquisição e implementação das mais recentes plataformas tecnológicas de telecomunicações,
que devem assegurar todas necessidades operacionais por mais quatro anos”. Por outro lado, inaugurou recentemente a sua primeira filial, na cidade de Benguela. O PCA da empresa, Luís Todo Bom, salientou que a referida aposta deve-se à crescente importância que o eixo Benguela-Catumbela-Lobito vai assumindo para a
CASH-FLOW
Em Benguela, a operadora está a implantar plataformas de origem israelita que permitem maior banda, como também maior nível de segurança e confiança dos dados.
Multitel. Desde o dia 1 de julho, a cobertura e gestão do território a sul do país são garantidas por esta filial. “Embora tenha clientes em todo o país, a operação era até agora toda comandada a partir de Luanda e nas regiões mais remotas através de parcerias com service providers (prestadores de serviços) que garantiam a disponibilização dos serviços”, refere. O responsável salienta que a filial de Benguela deverá obedecer a duas vertentes, nomeadamente, a da proximidade e ao atendimento de um nicho empresarial crescente. “Há motivos fortes para apostarmos nessa província”, sublinhou, destacando “a intensificação do desenvolvimento empresarial de Benguela, com a vantagem de ter um porto, os caminhos-de-ferro, novas cimenteiras, o próximo aeroporto internacional, o parque industrial e futuramente a nova refinaria”. “Por isso, é essencial possuir plataformas mais recentes com maior nível de capacidade de entrega de dados e níveis de segurança, apesar de estar numa fase experimental, cremos que terá sucesso”, disse António Geirinhas. A empresa garante a transferência de dados e de Internet a entidades estatais, como a Segurança Social, serviços de emissão de BI e os pagamentos por multicaixa e Visa, mas continua a ter um grande foco no segmento empresarial. “Acreditamos que a entrada em funcionamento do segundo cabo de fi-
bra óptica submarino reduzirá o custo de acesso à conetividade internacional em cerca de 30% para os operadores. O que se espera que venha a repercutir-se para o cliente final”, destacou. Há seis anos, trabalhavam na Multitel cerca de 30 pessoas, das quais quatro expatriadas. Atualmente, conta com 80 quadros formados essencialmente nas áreas de engenharia e economia, recrutados a partir das universidades localmente ou no estrangeiro. Segundo Luís Todo Bom, os quadros angolanos vão todos os anos à Portugal Telecom, em formação multifacetada. “Agora vamos admitir jovens quadros em Benguela e treiná-los em Luanda, de momento começam com cinco, mas prevêem dobrar o número de efetivos, quando normalizarem a operação nessa província, disse Luís Todo Bom. Por outro lado, a empresa estuda a possibilidade de abertura de uma terceira filial, devido ao crescimento eminente de uma presença empresarial forte no Soyo, província do Zaire. Além de um projeto em parceria com a Angola Telecom que envolve a utilização de uma nova plataforma, com capacidades distintas das atuais para a Multitel expandir a sua cobertura.
ra responder às questões e dúvidas dos empresários e da sociedade em geral, no quadro do Programa de Desenvolvimento das Micro, Pequenas e Médias, coordenado e implementado pelo Minec. O programa, também conhecido por Angola Investe, tem como principal objetivo criar e fortalecer as MPME’s nacionais, tornando-as capazes de gerar emprego em grande escala e contribuir para o desenvolvimento do país. O mesmo incorpora 12 iniciativas específicas, orientadas para todas as MPME’s que atuam em setores identificados como prioritários. Estas 12 ações estão organizadas segundo as 4 vertentes do programa: › Facilitar o acesso ao crédito; › Desenvolver programas de capacitação para as MPME’s; › Potenciar a desburocratização e os apoios fiscais e institucionais; › Promover o incentivo à produção nacional. O mesmo vai conceder também benefícios às MPME’s que se traduzem em: › Condições vantajosas de financiamento; › Bonificação de juro com taxa máxima de 5%; linha de financiamento; › Linha de crédito bonificado superior a 3000 milhões de dólares até 2015; › Garantias públicas até 70% do crédito concedido; › Fundo global para garantias públicas de até 1000 milhões de dólares; › Apoio a financiamentos de até 200 mil dólares por micro empresa, de até 1,5 milhões de dólares por pequena, e de até 5 milhões de dólares por média empresa.
Call center ‘Angola Investe’
Paralelamente, a estas vantagens foram criados benefícios fiscais, que incluem: › Redução de taxas previstas no código de impostos industriais; › Isenção do imposto de consumo sobre matérias primas; › Isenção de imposto de selo para micro empresa; › Contratação privilegiada das entidades do Estado às MPME’s. › A adesão ao programa poderá ser feita junto dos bancos operadores que são um total de 20.
O Ministério da Economia inaugurou recentemente o call center do Angola Investe, um serviço criado pa-
De referir que o Angola Investe visa fundamentalmente diversificar a economia para outros setores para além
do petróleo e gás, aumentar a produção nacional, reduzindo às importações, combater a pobreza através da criação de emprego e auto emprego, estimular a formalização das atividades económicas no país e melhorar a taxa de bancarização. Em termos operacionais, o INAPEM será responsável pela vertente de capacitação dos empreendedores e empresários aderentes ao programa. O instituto vai aconselhá-los na melhor forma de aproveitar os instrumentos de apoio ao seu dispor e prestar serviços de formação e consultoria que contribuam para o seu desenvolvimento. Estes serviços incluem formação, consultoria especializada, suporte na candidatura a financiamento, rede de incubadoras INAPEM e certificação das micro pequenas e médias empresas. De referir, que desde o início do processo de certificação, em abril deste ano, o INAPEM certificou em todo o país mais de 1900 empresas. O call center inaugurado recentemente está instalado na sede da “UCALL”, contratada pelo Ministério da Economia por dispôr de todas as valências para atender à demanda que se espera. Com a criação deste serviço, o governo pretende responder ao crescente volume de solicitações realizadas por inúmeros interessados em aderir aos diferentes programas do Angola Investe. O mesmo vai funcionar 12 horas ao dia, de segunda a sexta-feira através do numero 923190195.
Grande agenda A “grande agenda” de Portugal em Angola é o que vai ser realizado em conjunto nos próximos 30 anos, salientou o ministro-adjunto e dos assuntos parlamentares português, Miguel Relvas, na sua última visita a Luanda. A representar Portugal na 29ª edição da Feira Internacional de Luanda (FILDA), o responsável assumiu este compromisso em declarações à imprensa, que tinha como objetivo apresentar o balanço dos contactos políticos que ali manteve. “Tudo o que for estabilidade política, desenvolvimento económico e social para Angola é bom para nós. Portugal só tem a ganhar com uma Angola desenvolvida e uma Angola estável. A agenda de Portugal em Angola é o que vamos fazer juntos nos próximos 30 anos. Esta é a grande agenda de Portugal”, vincou.
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Manuela Bártolo
Jovem, urbano e culturalmente esclarecido
Quem é o ‘novo africano’?
— Jovem, urbana, culturalmente esclarecida e politicamente consciente, assim é a nova geração de africanos e pessoas de ascendência africana, que com uma perspetiva, cada vez mais, global, procuram causar impacto nas diversas comunidades em que se inserem. Multilingues e, muitas vezes, com diferentes misturas étnicas, vivem em vários pontos do mundo. Em Nova Iorque, nas principais capitais europeias da moda ou nas megacidades multiculturais em África expandem as raízes com o intuito de promover a sua identidade, mas também por uma questão de diferenciação.
A uni-los um objetivo comum regressar ao seu país de origem e tentar melhorá-lo. No entanto, apesar de poder parecer à partida um movimento sedeado na diáspora, a verdade é que muitos países africanos já vivem in loco este fenómeno. Angola é um deles. Cada vez mais, surgem grupos de pessoas que estão a emergir internacionalmente, usando a cultura nacional de forma criativa para 26
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mudar a perceção sobre o país. A prevalência da internet e televisão por satélite tem permitido alcançar uma visão global, que está em sintonia com as mesmas tendências culturais e questões políticas. Ora todo este conhecimento, fêlos tomar uma nova consciência do que se passa em seu redor, como os obstáculos internos à conquista dos seus objetivos. Bar-
reiras como a discriminação contra os que procuram o primeiro emprego, uma forte preferência de experiência profissional por parte dos empregadores, a necessidade de redes profissionais e as regulamentações de mercado que dão origem a mercados de trabalho segmentados, onde os detentores de emprego (adultos) estão protegidos e os que procuram emprego (jovens) se deparam com
uma forte relutância por parte dos empregadores, que receiam os elevados custos e compromissos que uma contratação implica, são disso exemplo. Uma afirmação que reflete a sua frustração com um sistema que é visto como injusto, pois os ‘contactos’ dependem grandemente do contexto pessoal/familiar e do acesso a círculos privilegiados que a maioria dos jovens não possui e não consegue obter. Simultaneamente, a prática de distribuir empregos com base em ‘contactos’ representa um claro indicador de escassez de bons empregos. Num mercado de trabalho sólido, são os empregadores a competir pelos trabalhadores e têm de lançar uma rede aberta e ampla para atrair a mão de obra de que precisam. É apenas em caso de oferta excessiva de estreantes no mercado de trabalho que os empregadores podem depender dos contactos para preencher as suas vagas. A informação sobre onde encontrar emprego é encarada, por isso, pelos jovens como um problema muito menor. O desânimo acerca do mercado de trabalho é muito superior entre os jovens com um elevado nível de educação. Os jovens com menos educação encaram a sua falta de competências como um problema maior. Entre os diplomados uni-
OUTSIDE Exemplos de sucesso lá fora...
David Adjaye
Spoeke Mathambo
Chris Ofili
Andy Allo
Dambisa Moyo
Mayra Andrade
Hazel Aggrey-Orleans
Hugh Masekela
versitária observadas em muitos países do Norte de África e as revoltas juvenis no Egito e na Tunísia no início de 2011.
Os jovens deste estudo concordam que a carência de empregos é a questão atual mais premente, mas também estão desiludidos com a necessidade de ‘contactos’
É um dos arquitetos mundiais mais elogiado e com trabalho reconhecido a nível internacional. Nascido na Tanzânia, é filho de pais ganeses e vive atualmente em Londres.
A revista norte-americana Time distinguiu a economista Dambisa Moyo como uma das “100 personalidades mais influentes do mundo”. Nascida na Zâmbia, Moyo foi para a universidade no Reino Unido e Estados Unidos. Os seus livros “Dead Aid” e “How the West was Lost” têm tido um percurso literário altamente controverso, mas também muito influente.
versitários, 30% consideram que os contactos são fundamentais, por contraste com 13% entre os jovens sem educação formal. Os jovens com menos educação vêm, em vez disso, a “falta de formação adequada” como o seu principal obstáculo a encontrarem emprego. Todos os jovens sem educação universitária consideram a sua falta de formação um obstáculo importante. A diferença entre os sem educação, com educação primária e com educação secundária é diminuta (19% para os sem educação contra 21% para aqueles com educação secundária). Estes resultados salientam que os jovens de todos os contextos educativos enfrentam uma carência de empregos. Os jovens com menos educação pressupõem que é a falta desta a culpada. Curiosamente,
Este vocalista e produtor sul africano é pioneiro no género musical “township tech” que incorpora elementos de electro, house e dubstep. As suas músicas podem ser ouvidas nas pistas de dança mais exigentes de todo o mundo.
Dir-se-á que a cantora Mayra Andrade é uma verdadeira globetrotter (viajante). Nascida em Cuba, cresceu em Cabo Verde, passou pelo Senegal, Angola e Alemanha e agora vive em Paris. As suas baladas de jazz inspiradas pela bossa nova do Brasil têm conquistado, cada vez mais, fãs.
os jovens com educação secundária são os que apresentam maior probabilidade de encarar a respectiva inadequação educativa como o principal obstáculo a encontrarem um emprego, mais até do que os seus colegas sem nenhuma educação. Os jovens com educação universitária deparam-se com uma falta de emprego semelhante à dos outros grupos. No entanto, visto que percorreram todos os percursos educativos disponíveis, não encaram a sua falta de formação, e sim um mercado de trabalho que é injusto (devido à necessidade de contactos) e ineficaz (devido à carência de bons empregos disponíveis), como o principal obstáculo. Esta dinâmica pode explicar parcialmente a ligação entre as elevadas taxas de desemprego no seio dos jovens com formação uni-
O artista Chris Ofili nasceu em Manchester, Inglaterra, e é filho de pais nigerianos. O seu trabalho serviu de inspiração para uma viagem de pesquisa sobre o Zimbabwe, o que lhe permitiu conquistar o prestigioso prémio Turner Prize para a arte, na GrãBretanha.
Com sede em Londres, a estilista Hazel Aggrey-Orleans nasceu na Alemanha, filha de mãe alemã e pai nigeriano. Cresceu em Lagos, na Nigéria. Com frequência diz que que os seus desenhos coloridos refletem a sua formação multicultural e as viagens que tem feito pelo mundo.
Fatores que impedem estes mesmo jovens de ter sucesso ‘dentro de portas’ e que os obriga a sair com a esperança de no exterior fazer vingar o seu valor e determinação. Este é o ‘novo’ africano: entusiasta da internet e das possibilidades que este avanço acarreta; representante da geração com mais estudos de sempre. Uma geração de revolucionários do bem, que sabe que o futuro não é algo que se possa prever, mas algo que precisa de construir e alcançar. E é a estes que os governos africanos têm de estar atentos para fazer crescer as suas economias e sociedades.
Cantora e guitarrista camaronesa, Andy Allo vive atualmente nos Estados Unidos. Teve o seu grande desafiou de carreira quando atuou com o famoso músico internacional Prince. Descreve o seu trabalho de produção como “alter-hip-soul.”
Com 72 anos de idade, o músico sul africano Hugh Masekela prova que não é necessário ser-se jovem para criar furor. Depois de viajar pelo mundo, voltou ao seu país natal e vive em Soweto com seu povo.”
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Banco Valor Última Previsão
PIB cresce em 2012
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Banca & Seguros
A última avaliação publicada pelo Outlook, Pré-Cojeção’. O banco salienta ainda que ‘no único ajuste mité de Política Monetária (CPM), do Banco Valor, da taxa de referência pelo BNA, realizado na reureferente ao mês de julho, traça um retrato posinião de janeiro deste ano, constatou-se uma metivo da economia nacional lhoria na perceção do risco. Naquele período, e internacional, destacano CPM do BNA reduziu a sua taxa básica de Já a nível interno, juros em 0,25 pontos percentuais, de 10,50% do alguns indicadores de a evolução crescimento para o mercapara 10, 25%, o que sinaliza, em tese, que a fledo. Em declarações à coxibilização da política monetária estaria mais da economia municação social, Eduardo vinculada à melhoria da projeção da inflação, nacional está a Velho, diretor de investido que estritamente às variações de curtíssimo ser influenciada mento do organismo, reveprazo do risco internacional’. por um lou-se confiante na retoma desempenho da economia mundial, apeCom base no desempenho fiscal abaixo do essar do cenário difícil que se perado, nas previsões de produção média do fiscal abaixo do vive. No entanto, para espetróleo e na incorporação das novas projeesperado te responsável é claro que ções de crescimento de importantes parceiros “houve uma piora com os comerciais da economia angolana, rebaixamos indicadores de bolsa, de a nossa estimativa da taxa real de crescimento moeda, commodities e juros” e, por conseguinte, económico do PIB de Angola para 7,7% em 2012. “do risco financeiro no mercado internacional. HoO crescimento do total de crédito de médio prazo je, a maioria dos países estão com um regime de aponta sinais de desaceleração, enquanto se manmeta de inflação, com juros reais negativos ou seja tém uma expansão real mais elevada do crédito abaixo do nível da inflação e inclusive da meta da de curto prazo’. inflação”, salientou. A par desta situação, Eduardo Velho fez também questão de referir o facto No evento de apresentação, o presidente do conde “nos EUA estar a ocorrer a estiagem agrícola selho de administração do Banco Valor, Rui Miguês através do chamado ‘choque agrícola’, prevendode Oliveira, destacou ainda a importância do dose que a demanda do petróleo ‘esteja a ser avaliada cumento para análise “dos principais indicadores por baixo e o preço deva ter uma configuração ineconómicos e financeiros do país”, salientando que flacionária’. Razão pela qual, sublinhou, que a avao objetivo é que o mesmo possa “contribuir paliação do banco “vai ao encontro da expectativa do ra a compreensão da informação económica que FED (sistema de reserva federal norte-americano), vem sendo providenciada todos os dias ao público concluindo que, em primeiro lugar, “há um risco em geral e em especial aos especialistas na matéfiscal para o final do ano e o impasse do congresso ria”. Adiantando que o organismo “normalmente sobre a dívida pública”, uma vez que a mesma deve fazia com pouca antecedência o seu Outlook face bater o “tecto” acordado antes de 6 de novembro. ao CPM (Comité de Política Monetária”, que, como se sabe, reúne uma vez por mês e toma decisões As previsões de produção média do petróleo e a importantes relativamente à taxa básica de juros incorporação de novas projeções de crescimento do banco central. Este exercício pretende, por isso, de importantes parceiros comerciais da economia antecipar quais podem vir a ser estas decisões paangolana, faz com que o Banco Valor baixe ra além de tentar exa sua estimativa da taxa real de crescimenplicar o contexto em O Banco Valor indica to económico do Produto Interno Bruto (PIB) que estas decisões que nos últimos trinta de Angola para 7,7%, em 2012. Segundo as ocorrem”, referiu. dias se constatou análises deste organismo, no capítulo da poRui Miguês, destalítica monetária, o balanço de riscos de concou ainda que a instia continuidade da vergência melhorou entre as reuniões do CPM tuição que dirige, ao redução da taxa de de junho e julho, sendo de realçar que a recurealizar este Outlook juros de referência peração do preço do barril do petróleo contem, por outro laLuibor e a maior figura um melhor saldo fiscal nos próximos do, por objetivo dar venda de divisas meses, ainda com preços superiores ao orça‘um contributo para mento. “Ressaltamos que os nossos exercía educação financeicambiais pelo BNA, o cios econométricos estimavam uma inflação ra do país. É no funque proporcionou a anual superior à meta central referida, porém do um desafio que liquidez referenciada inferior à projeção do Outlook anterior e que todas as instituições pelo mercado. se situaria em redor dessa meta. Esse cenádo país têm e princirio referencial incorporou os parâmetros nas palmente um desafio vésperas do CPM de julho, como a manutenque o banco central ção da taxa média de câmbio em kwanzas de 95/ colocou aos bancos, no sentido de darmos todos USD, a taxa básica de juros de 10,25% e do índice uma contribuição para a educação financeira da médio de commodities em todo o horizonte da pronossa população’.
Reportando-se em concreto à situação europeia, a que está a afetar mais drasticamente a economia mundial, Eduardo velho referiu-se à previsão nos Yields dos bónus da zona euro, onde na Espanha o resgate bancário e o ajuste fiscal aprovados pelo parlamento não foram suficientes e a ajuda deve ser ampla, o que inclui as províncias. Na Grécia, há um desempenho fiscal ‘péssimo’ pelo que a troika – designadamente o BCE, (Banco Central Europeu) que, em conjunto com a Comissão Europeia e FMI disponibilizou a ajuda financeira à Grécia proíbe as colaterais dos bónus gregos no curto prazo. Em Portugal, destacam-se a venda dos bónus e conseguiu com menor custo yields.
Exportações: Portugal e Angola Novos seguros de crédito Com o objetivo de apoiar as trocas comerciais entre os dois países, Portugal e Angola vão estudar a criação de seguros de crédito de incentivo à troca de exportações para os dois mercados. De acordo com o ministro português da Economia e do Emprego, Álvaro Santos Pereira, Portugal está a estudar a possibilidade de desenvolver toda uma série de instrumentos para apoiar as suas empresas e indústrias, “quer ao nível dos seguros de crédito para a exportação das empresas angolanas que querem exportar para Portugal, quer das empresas portuguesas que querem exportar para Angola”, referiu. O ministro acrescentou que os dois governos estão também a estudar outros mecanismos para apoiar a diversificação da economia angolana. “Acima de tudo, estamos num clima de confiança muitíssimo elevado, que mostra que os dois governos estão totalmente empenhados em facilitar os climas de negócios e promover a integração económica para níveis que nunca foram atingidos entre duas economias irmãs”, acentuou.
Arranque da Caixa Seguros A Caixa Seguros foi lançada oficialmente em Angola através da sua nova companhia – a Universal Seguros, da CGD. Segundo a gestão, o ‘break-even’ é para atingir até 2015. “Atingir vendas de 30 milhões de dólares em 2014, alcançar o ‘break-even’ até 2015 e estar, a prazo, entre os cinco maiores operadores do mercado segurador angolano” são algumas das metas definidas, adianta Jorge Magalhães Correia. Em declarações à comunicação social, o presidente da Fidelidade - companhia que resultou da fusão entre a Fidelidade Mundial e a Império Bonança - estima também que, no espaço de cinco anos, a Universal já represente 4% das vendas de seguros Não Vida do grupo. Magalhães Correia admite que este investimento em Angola “poderá constituir uma mais-valia” no processo de venda da Caixa Seguros, embora assegure que a operação não foi efetuada “a pensar na anunciada privatização”.
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ECONOMIA&NEGÓCIOS
O papel da auditoria interna principais atributos e as opções estratégicas de sourcing no mercado Angolano — Por RUI BRANCO, Senior Manager de Management & Risk Consulting da KPMG em Portugal e Angola
Auditoria Interna: componente chave das organizações A auditoria interna deixou de ser aquela função que se focava essencialmente nas transações contabilísticas, nas normas e procedimentos em vigor, com uma atuação de caráter geralmente detetivo e inspetivo, em que o relacionamento com os auditados era muitas vezes adverso. Deverá ser, cada vez mais, uma função com foco no negócio e nos riscos que podem colocar em causa os principais objetivos da organização, orientada à análise de processos e à preservação de valor, apresentando uma postura proativa e de parceiro das outras áreas da organização. Como sabemos, a função de auditoria interna deve, hoje em dia, assumir-se cada vez mais como uma componente chave e de valor acrescentado para o sucesso das
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organizações angolanas, contribuindo para a consecução dos objetivos estratégicos definidos. Em paralelo, decorrente de uma cada vez maior internacionalização das empresas angolanas e consequente presença em várias localizações geográficas, importa igualmente considerar estratégias de sourcing alternativas, onde o mix de competências entre a função de auditoria interna e uma eventual entidade externa seja o mais adequado possível.
Mas qual o papel da função de auditoria interna na organização e como se enquadra no modelo das 3 linhas de defesa? Considerando o que habitualmente se designa pelo modelo das 3 linhas de defesa de uma organização, temos numa primeira linha de defesa os responsáveis intermédios que têm como objetivo assegurar que, face aos riscos
inerentes aos processos que gerem no dia-a-dia, se encontram implementados os controlos adequados de mitigação, no sentido de permitir aos processos atingir os objetivos preconizados. Numa segunda linha de defesa é incluído um conjunto de funções cujo objetivo é de supervisão funcional (e.g. organização, risco, compliance, recursos humanos, qualidade) e que alinhadas com os órgãos de gestão (conselho de administração/comissão executiva), definem políticas de gestão de risco, regras e procedimentos que pautam e balizam a atuação da primeira linha de defesa. Assim, as duas primeiras linhas têm como responsabilidade, em conjunto com os órgãos de gestão, a gestão do risco da organização. A função de auditoria interna enquadra-se na terceira linha de defesa e tem como papel principal, não o da gestão de risco, mas sim o de avaliar e melhorar a eficácia e eficiên-
cia da gestão do risco, dos controlos e da gestão dos processos numa organização, possibilitando aos órgãos de gestão um “reasonable assurance” sobre aqueles temas.
Quais os principais atributos que uma função de auditoria interna deve possuir para desempenhar adequadamente a terceira linha de defesa? A criação de uma função de auditoria interna eficaz e eficiente pode ser um desafio para muitas organizações. Mas as empresas que investem o tempo e os recursos necessários para reforçar a capacidade de atuação da função de auditoria interna podem depois usufruir de um conjunto de benefícios competitivos, incluindo melhorias ao nível dos processos de gestão de risco, do ambiente de controlo e do reforço do seu relacionamento com os próprios reguladores,
Consultório ADMINISTRAÇÃO / COMISSÃO EXECUTIVA
DIRECÇÃO
COMITÉ DE RISCO
COMITÉ DE AUDITORIA AUDITORIA EXTERNA
ÁREAS DE NEGÓCIO
ÁREAS DE SUPORTE
RISCO E CONTROLO INTERNO
AUDITORIA INTERNA
ÁREA DE NEGÓCIO 1
ÁREA DE SUPORTE 1
CHIEF RISK OFFICE [CRO]
CHIEF AUDIT EXECUTIVE [CAE]
ÁREA DE NEGÓCIO 2
ÁREA DE SUPORTE 2
[…]
[…]
ÁREA DE NEGÓCIO N
ÁREA DE SUPORTE N
REGULADORES
DEPARTAMENTOS ESPECIALIZADOS LEGAL/COMPLIANCE RH ETC …
“1ª LINHA DE DEFESA” UNIDADES DE NEGÓCIO
“2ª LINHA DE DEFESA” SUPERVISÃO FUNCIONAL
quando aplicável. Os principais atributos de uma função de auditoria interna centram-se no posicionamento que aquela função deve ter na organização, nas pessoas e competências que a devem integrar e nos processos que regem o desenvolvimento da sua atividade. Nesta base importa entender se a função de auditoria interna da nossa organização se encontra com o posicionamento adequado, considerando a sua missão, os seus clientes e os serviços que presta, a sua organização e estrutura, a forma como é financiada, bem como os critérios de sucesso pelos quais é avaliada a sua performance.
“3ª LINHA DE DEFESA” AUDITORIA INDEPENDENTE
Por outro lado, e com particular importância para o mercado angolano, considera-se fundamental analisar a função de auditoria interna ao nível do atributo pessoas, ou seja, se existem as competências adequadas e uma estratégia de recursos humanos alinhada com a missão da organização, se é propiciado aos auditores um desenvolvimento de carreira e, ao mesmo tempo, se a função se caracteriza pela existência de uma forte cultura e desenvolve uma política de retribuição que seja diferenciadora em função da performance dos colaboradores.
Posicionamento
Pessoas
A função de auditoria interna encontra-se posicionada na organização de forma a poder contribuir para a boa performance do negócio?
A função de auditoria interna tem uma estratégia ao nível das pessoas que permita responder de forma adequada aos objetivos que se encontram definidos?
1 Missão e Drivers
1 Competências
As competências core da função de auditoria interna são adequadas à sua missão, função e âmbito de trabalho?
2 Estratégia de Recursos Humanos
A estratégia de recrutamento da função de auditoria interna reflete a sua missão, papel e competências core necessárias, sendo suficientemente flexível para fazer face a mudanças na organização?
2 Clientes e Serviços
Os drivers da função de auditoria interna encontram-se alinhados com os objetivos da organização e com as necessidades dos seus principais stakeholders? A missão e o papel da função de auditoria interna encontram-se formalmente definidos integrados numa framework de Corporate Governance mais vasta e têm sido comunicadas de forma eficaz? Os stakeholders e serviços da função de auditoria interna foram formalmente identificados e definidos para endereçar as necessidades do negócio/organização?
3 Desenvolvimento A função de auditoria interna tem um programa de desenvolviCarreira mento de carreiras definido, o qual incorpora formação e desen-
3 Organização e Estrutura
A estrutura da função de auditoria interna promove a objetividade, consistência e conhecimento do negócio?
4 Funding
A função de auditoria interna é financiada de forma a promover a objetividade e consistência na qualidade dos serviços que presta a toda a organização?
4 Cultura
A cultura em que opera a função de auditoria interna promove e protege o bem-estar dos colaboradores, assim como a consecução dos seus objetivos?
5 Critérios de Sucesso
Encontram-se definidos critérios de sucesso para a função de auditoria interna e é avaliada de acordo com os mesmos?
5 Retribuição
Os colaboradores da função de auditoria interna são recompensados de forma adequada e com base na sua performance?
volvimento de competências?
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ECONOMIA&NEGÓCIOS Processos Os processos implementados permitem à função de auditoria interna atingir os seus objetivos e responder de forma adequada às constantes alterações das necessidades do negócio/ organização? 1 Planeamento e Entrega
A função de auditoria interna presta um serviço de qualidade e tem implementado uma metodologia de planeamento adequado com base no risco?
2 Tecnologia
A função de auditoria interna utiliza a tecnologia com o objetivo de suportar e melhorar de forma mais eficiente, a qualidade do serviço prestado?
3 Gestão Administrativa
A função de auditoria interna tem implementados processos de suporte que permitem que as suas atividades core sejam efetuadas de forma eficiente?
4 Avaliação Performance
A função de auditoria interna possui uma framework adequada para a avaliação do seu desempenho?
5 Gestão da Relação
A função de auditoria interna mantém um relacionamento adequado e efetivo com todos os principais clientes auditados?
te capacitada em termos de recursos e competências, gerida com eficácia e que se encontre alinhada com os objetivos da organização. Com o aumento do âmbito e da responsabilidade dos auditores internos, muitas organizações em Angola começam a ter necessidade de reforçar as suas funções de auditoria interna ao nível da quantidade de recursos e de competências para que possam assegurar, de forma efetiva, o cumprimento das suas responsabilidades. Assim, o sourcing é uma possibilidade para a organização conferir à sua função de auditoria interna a tal agilidade e capacidade para responder de forma mais célere e eficaz aos desafios atuais. O sourcing pode assumir diversas alternativas, representando cada uma das mesmas um determinado nível de “ownership” e um mix de custos fixos e variáveis.
Quais os benefícios do sourcing estratégico?
Finalmente, um outro atributo que não é menos relevante que os anteriores, está relacionado com os processos da função de auditoria interna. Nesta perspetiva, é importante aferir se a função possui um plano estratégico definido e baseado na avaliação dos principais riscos da organização, bem como se os programas de auditoria interna estão orientados ao risco. Deveremos também avaliar se são utilizadas ferramentas de IT na realização dos trabalhos de auditoria de forma a garantir que os seus recursos se concentram nas principais atividades de risco. Igualmente, deveremos perceber se existe um conjunto de indicadores que permita avaliar a performance da função, bem como se é assegurada a existência de uma correta gestão do relacionamento com as áreas auditadas, no sentido de poderem ver a auditoria interna como um parceiro que os apoia na consecução dos seus objetivos.
Sourcing estratégico de auditoria interna
Considerando o crescimento a que se tem vindo a assistir nos últimos anos no mercado angolano e os riscos que naturalmente advêm desta realidade, bem como da importância de um crescimento saudável da atividade de cada organização, que implica necessariamente a existência um ambiente de controlo mais robusto, existe cada vez mais o reconhecimento por parte dos órgãos de gestão da importância de beneficiar de uma função de auditoria interna que seja ágil, devidamen-
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Quando implementado de forma efetiva, o sourcing estratégico pode gerar benefícios imediatos para a função de Auditoria Interna quer ao nível da redução de custos, quer ao nível de eficiência. Apresentam-se de seguida alguns desses benefícios.
b Converter custos fixos em custos variáveis Transferir custos de auditoria interna (pessoas, formação e infra-estruturas) para um outsourcer pode reduzir os custos fixos da organização alocados à função de auditoria in-house. A redução de custos pode ser significativa, particularmente em organizações onde a função de auditoria interna tem uma atividade muito oscilante, com maior carga operativa em períodos específicos do ano. b Reduzir custos No atual ambiente de forte consciencialização para alteração da estrutura de custos operacionais, o outsourcing pode ser uma alternativa viável para redução de custos com o pessoal. b Possibilitar um maior enfoque nas competências core do negócio As maiores organizações estão a concentrar as suas atenções no que fazem melhor e a delegar funções não core a empresas externas, como por exemplo funções de IT e call centres.
b Utilizar just in time os recursos de um outsourcer especializado O sourcing estratégico da função de auditoria interna pode fornecer à organização acesso imediato a recursos especializados, que facilitam a rápida adaptação às alterações das condições de negócio. Esta flexibilidade pode ser crítica na forma como se lida com a diversidade de desafios atuais, desde temas como a segurança de sistemas, à gestão de canais, à função de compras. b Alavancar a infraestrutura do outsourcer Os maiores custos de desenvolvimento e manutenção da função de auditoria interna, desde formação a colaboradores a sistemas de auditoria topo de gama, são transferidos para o outsourcer libertando os recursos e capital da organização. b Modelos de custo fixos e/ou variáveis Atualmente, a função de auditoria interna pode seguir um de três modelos de sourcing, cada um com um mix diferente na estrutura de custos: • In-house: A função de auditoria interna é desenvolvida e mantida pela organização. Todos os custos são fixos. • Cosourced: Uma empresa de outsourcing é contratada para apoiar a equipa interna de auditoria interna em projetos específicos, como auditorias por exemplo a processos de IT. Existe uma componente de custos fixos e uma componente de custos variáveis. • Outsourced: A totalidade da função de auditoria interna, ou uma componente significativa da mesma (ex: Função de AI numa operação internacional do Grupo), é adjudicada a uma empresa de outsourcing. Os custos são totalmente variáveis. Quais os desafios do sourcing estratégico?
Apesar de muitas das organizações em Angola terem compreendido os benefícios que a implementação de um modelo de strategic sourcing pode trazer, existem diversos desafios que têm de ser considerados. Existem as áreas de risco indicadas seguidamente que, se não forem devidamente endereçadas, podem comprometer significativamente a credibilidade da função de auditoria interna e, em último caso, o seu sucesso.
Consultório PRINCIPAIS DESAFIOS
Controlo da operação e dos níveis de serviço. Garantir a uniformização do nível de serviço ao cliente. Definição de mecanismos que permitam voltar a internalizar a operação. Nível adequado de participação e conhecimento dos recursos internos. Adequação do grau de dependência em relação ao prestador.
b Escolher o outsourcer
certo É necessário selecionar um outsourcer que seja “compatível” com a organização a diferentes níveis. Compatibilidade cultural, experiência na indústria e conhecimento do negócio, são fatores chave no estabelecimento de uma parceria/acordo de outsourcing. A não verificação deste alinhamento entre a organização e o outsourcer poderá potenciar os aspetos negativos deste acordo e causar mais problemas do que os existentes anteriormente.
b Alinhar expetativas As expetativas num acordo de outsourcing podem ser medidas a diversos níveis. Na gestão financeira, se a redução de custos e aumento da eficiência aportadas pelo outsourcer estão alinhadas com o potencial maior custo (por hora) dos recursos alocados. Também na gestão da performance, interna e externa, nomeadamente se os níveis de satisfação e a qualidade percebida pelo cliente interno melhoraram. A organização terá também desta forma acesso a um conjunto de metodologias e boas práticas que elevam a qualidade do trabalho realizado ao nível da função de auditoria interna.
FULL IN-HOUSE DISPONIBILIDADE DE RECURSOS (QUANTIDADE E PERFIL)
Integração entre os processos e sistemas da companhia e do prestador.
ALTERNATIVAS DE SOURCING (ALGUNS PRÓS E CONTRAS) RECURSOS “IN HOUSE” PROS
[+] Know-How interno [+] Controlo total do processo [+] Desenvolvimento dos recursos internos
CONTRAS
[-] Maior necessidade de tempo de gestão [-] Maior custo de recrutamento, formação e gestão de RH [-] Modelo de custos fixos (não dependente do volume)
CO-SOURCING PROS
CO-SOURCING
[+] O controlo funcional permanece na organização [+] Redução dos custos de formação/recrutamento [+] Flexibilidade de custos (acesso a recursos consoante a necessidade) [+] Cobertura Geográfica
CONTRAS
[-] Necessidade de forte articulação entre as 2 partes [-] Necessidade de forte sponsorship da organização
OUTSOURCING COMPLETO PROS
FULL OUTSOURCING
b Desenho e transição para a nova função de auditoria interna A credibilidade e a aceitação de uma renovada função de auditoria interna, em regime de outsourcing, são indicadores críticos de sucesso. A aceitação por parte do cliente interno resulta da interação que exista com as áreas a serem auditadas, da recolha do seu input e da entrega de resultados de acordo com as expetativas. Se este processo de transição não funcionar, a desconfiança e insatisfação pode comprometer a qualidade do trabalho entregue. Um outsourcer de auditoria interna experiente deverá propor e implementar um plano de transição multi-faseado que garanta um processo de transição suave e pacífico. Por último, mas não menos importante, quer os órgãos de gestão, quer os órgãos de fiscalização, deverão sentir-se confortáveis com o desenho da nova função de auditoria interna, assim como com o processo de transição.
CONTRAS
[+] Maior eficiência de custos [-] Menor nível de conhecimento [+] Focalização da gestão dos temas na organização [-] Menor capacidade para potenciar o mais críticos [+] Menor custo de gestão de RH desenvolvimento interno dos colaboradores [+] Variabilidade da estrutura de custos [+] Acesso a know how /Tecnologia especializados
Face ao exposto estamos convictos que o dinamismo e a evolução dos diferentes setores da economia angolana serão potenciados se forem acompanhados por um rigor, cada vez maior, na monitorização das operações e dos riscos das organizações. Face ao atual nível de maturidade das empresas angolanas, considera-se recomendável que se proceda a uma avaliação de qual o modelo de sourcing estratégico para a função de auditoria interna que melhor se adequa à sua realidade, considerando os principais desafios associados à implementação do modelo, no sentido de assegurar que passam a poder contar com uma função de auditoria interna mais robusta e capacitada para apoiar a organização na consecução dos seus objetivos.
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ECONOMIA&NEGÓCIOS
Manuela Bártolo
Steve Jobs de África O título pode parecer inusitado e até algo exagerado, mas a verdade é que a mais recente inovação lançada pelo estudante nigeriano Saheed Adepoju valeulhe, para já, a famosa alcunha. O jovem apresentou, no Reino Unido, o primeiro ‘iPad africano’, um tablet de baixo custo, que promete revolucionar o acesso às novas tecnologias no continente. Depois de terminar o mestrado em computação avançada, na Universidade de Bournemouth, fundou o Grupo Encipher, uma empresa de tecnologia, responsável pela colocação no mercado do Inye - o primeiro tablet dirigido exclusivamente para o mercado africano.
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Com apenas 29 anos, Saheed Adepoju conseguiu ultrapassar gigantes mundiais ao apresentar um computador adaptado ao sistema operacional Google Android, com o modelo de base E130. De acordo com o próprio, a segunda geração do tablet está já em produção, fruto do sucesso que tem obtido com o primeiro. O jovem não descurou até a inclusão de alguns aplicativos especializados, que disponibilizam, por exemplo, música nigeriana, manuais de prevenção sobre o HIV e conselhos/dicas em dialetos nigerianos a nível local e nacional. Adepoju justifica que deu início à empresa no Reino Unido com o objetivo de desenvolver todo o projeto desde a Nigéria, o seu país-natal, a que regressou em 2009. Segundo o empresário, a chave do sucesso e motivo pela qual as vendas têm aumentado exponencialmente é o preço – 350 dólares contra cerca de 700 dólares, que é o valor estimado de um iPad. Fator que o faz acreditar na existência de um grande potencial de consumo não só no mercado nigeriano, mas também em outros países africanos, particularmente entre os estudantes. Atualmente o seu maior objetivo é vender o tablet ao governo da Nigéria, tendo como meta principal que este seja utilizado em cada província do país. “Trata-se fundamentalmente de um dispositivo de oito polegadas, isto é, um aparelho que fica a meio caminho entre um laptop e um telefone móvel”, explicou recentemente no programa da BBC ‘Sonho Africano. “Comercializamos os aplicativos de software padrão que vêm pré-instalados e de seguida disponibilizamos ao utilizador aqueles em que temos vindo a trabalhar junto dos vários agentes de desenvolvimento local para agregar ainda mais valor ao tablet”, acrescentou. Como já foi referido, entre essas aplicações locais, existem duas às quais emprega mais atenção. O primeiro, está relacionado com o aumento da consciencialização sobre os perigos do HIV, e o segundo, trata das questões referentes à água e saneamento. “Trabalhamos com promotores locais que têm experiência em áreas específicas. Não gostamos de trabalhar isolados, pelo contrário defendemos e apoiamos uma ação colaborativa e de proximidade para obter melhores resultados. Úteis para todos”, referiu.
Telecomunicações Passa a palavra Adepoju tem uma pós-graduação em desenvolvimento especializado de software e um prestigioso certificado de programação Java. Depois de fazer uma licenciatura em matemática e ciência da computação na Nigéria, completou um grau mais avançado no Reino Unido. Após a sua formatura, em 2009, regressou ao país de origem e começou por trabalhar numa empresa de consultoria. Ao fim de oito meses tinha sido demitido por causa de divergências com a direção. Segundo palavras do próprio “tinha abordagens diferentes de fazer negócio”. Por volta da mesma altura (janeiro de 2010), a Apple lançava o iPad, acontecimento que o inspirou e foi responsável para idealizar e construir um produto idêntico, mas idealizado para o mercado africano, relembra. Com esse objetivo em mente, pediu dinheiro emprestado a familiares e amigos – perfazendo um total de 60 mil dólares – e deu início à sua própria empresa. Segundo Adepoju, esse montante foi gasto na sua maioria em logística e dispositivos. “Não tinha sequer orçamento para marketing ou publicidade, pelo que inicialmente o meu maior suporte foi o ‘passa a palavra’ das pessoas que iam conhecendo o projeto e que fizeram com que este ‘saltasse’ para a comunicação social”. As primeiras 100 unidades do Inye, que significa Um em linguagem comum e Igala em nigeriano, foram construídas na China. “Só depois de receber feedback positivo de muitos usuários, decidi avançar para uma segunda versão, que foi lançada em maio de 2011”, explica. Atualmente, o grupo Encipher, que Adepoju co-fundou com o especialista em web Anibe Agamah, oferece ainda serviços de TI personalizados e produtos, que incluem ‘computação em nuvem’, na sua maioria baseados em tecnologia aberta para manter sempre os custos baixos.
Capital: procura-se De acordo com o jovem, a empresa e os aplicativos que desenvolve estão focados em preservar a cultura do país através de tecnologia e fabricação de produtos específicos para o mercado nacional. Outro projeto em que a empresa tem vindo a trabalhar baseia-se na criação da Encipher TV, uma box que irá permitir às pessoas assistir a séries, filmes e outro tipo de conteúdos em africano. No entanto, Adepoju reconhece que não tem sido
fácil captar investimento. “A falta de financiamento é o principal obstáculo para que o rápido desenvolvimento do negócio não se concretize”, admite. “O capital de risco ainda está a dar os primeiros passos no país e a maioria das empresas que existe preferem investir em projetos testados, de confiança e que lhes garanta alguma forma de tração ao risco”, aponta. “Deparamo-nos com o desafio de despertar os agentes para a necessidade de ouvir a nossa proposta. Visitamos uma série de investidores privados e também o governo”, relembra. Atualmente, o plano imediato é “primeiro, captar investimento proveniente de qualquer fonte, seja ela nacional, internacional, privada ou pública, e segundo, procurar, tanto, quanto possível, aumentar a notoriedade da marca”. Será que o tablet de Adepoju terá o mesmo sucesso num ambiente mais competitivo? Só o tempo o dirá. Para já, o jovem empresário, familiares e amigos estão plenamente confiantes que este novo dispositivo irá não só conquistar a Nigéria, mas também todos os outros mercados africanos.
O nigeriano Saheed Adepoju é o jovem responsável pelo Inye – o primeiro tablet projetado em exclusivo para o mercado africano Saheed Adepoju › Idade: 29 anos › Licenciatura em Matemática e Ciências da Computação pela Universidade Federal de Tecnologia, em Minna, Nigéria, 2005 › Mestrado em Computação Avançada, pela Universidade de Bournemouth, Reino Unido, 2008 › Primeiro emprego foi numa empresa de consultoria › Co-fundador do Grupo Encipher, com Anibe Agamah › Capital inicial: $60,000 › O Inye Encipher foi lançado em 2010 › Inye significa Um em Igala, uma linguagem da Nigéria
O Inye é um dispositivo de internet móvel, que permite o acesso à internet, a reprodução de arquivos de media e a visualização de filmes Tablet Inye › Ecrã ‘touchscrren com 8 polegadas de capacidade › Processador: 1Ghz › Conetividade: WiFi, 3G, Bluetooth › I/O: USB, micro USB, SD cartão slot (até 32Gb), 35mm sound jack, HDMI, cartão SIM para 3G › OS: Android › Bateria: 5 horas › Armazenamento: 8Gb interno, 16Gb na box › Garantia: 12 meses
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ECONOMIA&NEGÓCIOS
Manuela Bártolo
Aumentam os universitários
— O Ministério do Ensino Superior e da Ciência e Tecnologia registou um aumento de um terço do número de estudantes, com o ingresso de cerca de 45 mil novos estudantes no presente ano letivo em todo o país. A informação foi avançada recentemente pela ministra do Ensino Superior e da Ciência e Tecnologia, Maria Cândida Teixeira. Segundo a mesma, o aumento de 150 mil para 195 mil estudantes foi possível graças ao investimento efetuado pelo executivo nas infraestruturas de ensino superior em todo o país para a absorção de uma maior população estudantil.
A Sika Portugal quer atingir os €3M em Angola, até ao final de 2012, duplicando assim os resultados obtidos naquele que foi o primeiro ano de atividade intensiva no país.
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Ao nível do setor privado, estão registadas 22 instituições de ensino superior, 16 das quais localizadas em Luanda, quatro na província da Huíla, uma na província do Huambo e outra na província de Benguela. Apesar do salto significativo em termos quantitativos, Maria Cândida Teixeira afirmou existir ainda um défice porque as instituições de ensino superior ainda não têm ainda capacidade de absorção do contingente de candidatos que anualmente são inscritos. A exiguidade do corpo docente qualificado e apropriado para cada instituição constitui motivo de grande preocupação para este grau de ensino. “Estas questões dão-nos a ideia do investimento que ainda é necessário realizar para dar resposta a essa carência”, disse a ministra. O executivo está empenhado em melhorar a qualidade do ensino superior. “O ministério desenvolve o projeto de avaliação institucional através do qual cada escola superior deve primar pelo cumprimento dos padrões de qualidade, tendo em vista uma formação sólida e competitiva”, esclareceu A qualidade de ensino prende-se também com o capital humano, pelo que a minis-
tra recomenda a estas instituições a aposta urgente na formação e superação dos docentes através de cursos de pós-graduação.
Sika Portugal reforça formação no país
A Sika Portugal quer, até ao final do ano, formar pelo menos 500 angolanos – estudantes e profissionais do setor da construção – numa operação que se estenderá por um total de 3000 horas e que vai permitir duplicar o número de formandos que a empresa recebeu até ao momento. Destinadas a clientes, especialistas e técnicos do setor, bem como a estudantes universitários das áreas de arquitetura e engenharia civil, as ações de formação visam aprofundar os conhecimentos técnicos em tecnologias e soluções inovadoras para a construção. “Em Portugal, como em Angola, não queremos ser mais uma empresa a vender produtos, mas um parceiro fiável em soluções tecnicamente comprovadas e duráveis para a construção” explica José Soares, diretor geral da Sika Portugal. Com vista a reforçar a aposta no mercado angolano
e, seguindo a estratégia da marca de envolvimento e parceria com todos os intervenientes do negócio da construção, a Sika Portugal arrancou no passado mês de Junho com a primeira ação de formação destinada ao público académico angolano. “A convite dos professores Fazenda e Karim Hassam, do curso de engenharia civil da Universidade Independente de Angola, em Luanda, a Sika proporcionou uma sessão técnica focada em soluções para a construção, nomeadamente, adjuvantes para betão, reforço estrutural e soluções de revestimentos contínuos em pavimentos”, refere o responsável. Segundo a mesma fonte, a elevada adesão do público académico angolano a esta ação de formação leva a ponderar, para breve, a realização de novos encontros junto de estudantes universitários. “O sucesso obtido com esta ação leva-nos a implementar um plano sistemático de formação, dedicado às universidades, à semelhança do que é desenvolvido em Portugal com a Sika Academy”, e complementar ao plano de formação que já temos para os
Emprego & Formação
Atualmente, “há pelo menos uma instituição pública de ensino superior em cada província”.
nossos clientes em Angola, afirma o diretor geral da filial portuguesa. A empresa garante nas formações que desenvolve não só a presença de técnicos Sika, como a participação de especialistas do mundo da construção. “As formações são desenvolvidas por técnicos Sika, especializados em cada uma das tecnologias apresentadas, os quais possuem uma vasta experiencia e formação pedagógica adequada, sendo que procuramos também contar com a colaboração de especialistas externos como professores universitários ou nomes fortes no setor, por forma a enriquecer ainda mais as ações de formação”, refere o diretor português.
Ensino e transferência de tecnologia
A Venezuela quer apostar na formação de quadros e transferência de tecnologias para reforçar a cooperação estratégica com Angola. Jesus Alberto Garcia, ministro conselheiro da embaixada da Venezuela, anunciou recentemente também a abertura para breve de um consulado angolano no seu país. O di-
plomata disse que estão a ser dados passos importantes com vista a estabelecer bases para o alargamento da cooperação entre os dois países. A presença da Sonangol no mercado de petróleos e gás da Venezuela, a troca de visitas entre delegações dos dois países, demonstram a vontade dos dois Estados em reforçar os laços de cooperação, disse o diplomata. Nas universidades da Venezuela estão 40 estudantes angolanos a ser formados. Jesus Garcia afirmou que os acordos assinados há cinco anos consolidaram as relações bilaterais. A cooperação entre os dois é regulada pelo “Memorando para consultas políticas”. Em Angola vivem 300 cidadãos venezuelanos, na sua maioria funcionários de empresas petrolíferas. O ministro conselheiro defendeu como uma das formas de ajudar Angola a diversificar a economia a aposta no setor não petrolífero, como a agricultura, e que a indústria petroquímica abre caminho para desenvolver na área dos derivados de petróleo. “A solidariedade entre os povos deve passar pela partilha de conhecimento, pela fraternidade e relações pacíficas”, afirmou o diplomata.
Cooperação na aquicultura
SABIA QUE... O vice-ministro da Saúde, Carlos Alberto Masseca, assegurou publicamente que a promoção de cursos de formação contínua e pós-graduações é uma aposta do Executivo para melhorar e enriquecer os trabalhadores do sistema nacional de saúde nos aspetos técnico e profissional. Esteja atento!
Dez técnicos de aquicultura angolanos estão a receber atualmente formação no Brasil, informou a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf ), ligada ao Ministério da Integração Nacional brasileiro. A cooperação foi firmada em protocolo assinado pelo presidente da Codevasf, Elmo Vaz, e o embaixador de Angola no Brasil, Nelson Manuel Cosme. A formação está a decorrer no Centro Integrado de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da cidade de Betume, no estado brasileiro de Sergipe, e irá ter a duração de seis meses. O projeto tem o objetivo de passar aos técnicos instruções sobre técnicas de propagação artificial, criação de peixes, estudo da água dos lagos e conservação ambiental. A intenção, segundo a Codevasf, é contribuir com a operação de dois centros em Angola que irão atender à piscicultura familiar e promover o desenvolvimento da aquicultura.
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ECONOMIA&NEGÓCIOS
Manuela Bártolo
Pioneiros no 4G? Sim, é possível! —
Há dez anos era uma utopia. Hoje é realidade. A tecnologia 4G chegou a Angola ainda antes de entrar na Europa e nos Estados Unidos da América. Crescimento económico acelerado e mercado ávido de novas tecnologias parecem ser o isco que tem captado a atenção das operadoras móveis. Descubra os motivos que fazem do país um alvo tão apetecível pelas marcas de telecomunicações…
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100 milhões São 100 milhões de dólares investidos em parceria com a chinesa ZTE para a maior aposta de sempre no mercado das telecomunicações. Com um golpe de mestre e embora garanta não seguir a concorrência, a Movicel conseguiu posicionar-se à frente da concorrência ao anunciar o lançamento da mais avançada tecnologia móvel, a de quarta geração (4G) em Angola, ultrapassando inclusive as grandes potências mundiais.
de dólares é o valor do investimento na tecnologia 4G
Porquê 4G? “As telecomunicações são um sector estratégico”, referiu António Francisco, COO da Movicel, em entrevista recente à BBC. “Não podemos pensar no crescimento da economia a não ser que tenhamos boas infraestruturas de telecomunicações. O que estamos a fazer é trazer a mais recente tecnologia que possa fornecer a melhor banda larga possível”, explicou.
Ao inaugurar este projeto, o país colocou-se na É a resposta da empresa ao estudo da ARCchart, dianteira da concorrência internacional, ultrapasconsultora no setor das telecomunicações mósando o Brasil, várias nações europeias e os EUA veis, que coloca a Unitel no 13º lugar, no que toque ainda estudam a colocação ca a velocidade do 4G nos seus mercados dode transferên‘Terminadas as duas fases mésticos. Por exemplo, os bracia de dados de implementação do 4G, sileiros apontam a entrada da no acesso à tecnologia apenas em 2013, iniInternet e na a Movicel espera angariar cialmente nas cidades que vão qualidade de um milhão de clientes até albergar o Mundial de Futebol. cobertura de Com esta estratégia, a Movicel rede de dados ao final do ano’ ‘esmaga’ os concorrentes direem smartphotos e coloca a tecnologia como o nes. Nesse esmeio para a evolução económica do país. Num cetudo, que compara várias empresas da região nário onde mais de 70% da população vive abaixo africana e Médio Oriente, a Movicel surge em 33º da linha de pobreza e onde as ligações energéticas lugar. e telecomunicações ainda são por vezes pericliO parceiro chinês oferece todo o equipamento tantes, Yon Junior, diretor-executivo da Movicel, (terminais móveis incluídos) e participa no inveslembra que a operadora “está a jogar um jogo para timento de mil milhões de dólares que a Movicel o futuro”. Ainda em entrevista à BBC, garante que injetou na infraestrutura. Com os equipamentos o 4G tem condições para prosperar pois estão a móveis a serem fabricados na China, a operadora construir uma rede para “acelerar o crescimento de comunicações dá o salto direto para a tecnoloeconómico do país”. gia mais rápida e avançada da atualidade. Terminadas as duas fases de implementação do projeto, a empresa espera angariar um milhão de clientes Entrou no mercado em 2003, mas o ano de viraaté ao final do ano. Se conseguir, terá alcançado gem da Movicel foi em 2010, altura em que a emo objetivo de em poucos meses ter passado de presa apostou numa forte divulgação da marca e uma base de 4,5 milhões de clientes para os selançou três grandes campanhas de comunicação. te milhões. A aposta na comunicação do dia-a-dia foi notória, com a criação de um novo logótipo e da assinatura “Fala Comigo”. O centro de Luanda não foi a eleita para a primeira rede LTE em África. O serviço está disponíConquistado o objetivo de aproximar os clientes vel desde abril em Cabinda e posteriormente será da marca e revelar o lado social, a Movicel lançou alargado às restantes províncias. A produção de em julho de 2010 a nova marca, durante a FILDA petróleo nesta região parece ser a razão pela ese, em dezembro desse ano, lançou a campanha da colha da localidade para os primeiros testes. nova marca “Para Ti”, com duas fases distintas de Luanda e as 15 cidades com maior densidade popu“teaser e revelação”. lacional são as visadas na primeira fase. Mais tarde, Atualmente, o grupo entende que “a ‘angolanidaa empresa promete levar o 4G a 30 outras localide’ da marca Movicel respira-se nas imagens, padades. O plano da empresa contempla igualmente lavras, aromas, sons, emoções e ritmos que assim a inclusão da tecnologia em computadores tablet comunicam a identidade e a alegria do povo”. que já foram encomendados ao gigante chinês.
MARCAS ID
Sabia que..
— A marca Movicel foi relançada em 2010 com nova imagem e presença na FILDA. No mesmo ano, lançou uma campanha de apoio à Seleção Nacional de Basquetebol que participou no Campeonato do Mundo na Turquia e, em dezembro, com a campanha “Para ti”, presente em outdoors, televisão e rádio
100% nacional
Descentralizar
A operadora garante que com o 4G a população poderá transferir dados no telemóvel a velocidade superior do que se verifica em Londres, no Reino Unido. O interesse pelas tecnologias de vanguarda é considerado natural pela empresa uma vez que é um setor estratégico para que o país possa manter o crescimento acelerado.
A introdução do 4G é a segunda aposta de marketing bem-sucedida. A entrada da tecnologia GSM no mercado nacional, há dois anos, fez-se pela mão da Movicel, que atualmente assegura aos clientes do serviço de voz a transmissão de dados multimédia, como MMS e fotografias, e o acesso à Internet e redes sociais.
Curiosidades — A marca foi criada em seis meses e foi alvo de um processo de auditoria de comunicação e de ‘focus-group’ interno com os colaboradores e diretores da empresa
Movicel resulta da junção de Móvel + Celular A marca está nas 18 províncias com soluções para particulares e empresas Em 2007, o INACOM elegeu-a como a melhor operadora do país
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ECONOMIA&NEGÓCIOS
Manuela Bártolo
MARCAS ID
Neuromarketing O desejo de compra nunca foi tão estimulado — Por João Duarte, PCA do Grupo YoungNetwork
As 11 maiores empresas que utilizam o neuromarketing Google no mundo
Microsoft Intel
PayPal
HP Unilever
GlaxoSmithKline
P&G CITI
Desvendar os mistérios do consumo e os principais fatores motivadores para compra são os principais desafios do neuromarketing. A procura constante pelo aprimoramento nas técnicas de persuasão que um produto ou marca pode ter sobre o seu consumidor vai além do campo de análise do marketing, mas não do entendimento humano. Utilizando novas tecnologias da medicina, como a ressonância magnética, os profissionais de marketing, cada vez mais, procuram entender as mais profundas camadas da mente humana para verificações de consumo. Analisar como a mente humana reage a estímulos de uma marca, cor, sabor e até como se comporta o cérebro humano ao ver um outdoor são as novas tendências. A mais difícil das tarefas não é a de desenvolver ideias fantásticas, mas a de verificar a sua eficiência e, principalmente, eficácia. Após anos de estudo de emo-
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McDonalds
ções e comportamentos pertinentes ao mundo que engloba o consumo humano, o marketing une-se a estudos das áreas de psicologia, antropologia e sociologia para um melhor entendimento do que pode ser chamado de “a caixa-preta do cérebro”. A congruência de esforços entre profissionais das mais diversas áreas deve ser dissoluta quando da análise dos resultados. A verificação de atividade em determinada área cerebral pode ser indício de muita coisa e nada ao mesmo tempo, já que é necessário um detalhamento minucioso sobre os estímulos percebidos pela mente. O neuromarketing é, por isso, um avanço em relação a tudo que já foi estudado sobre o desejo do consumidor e que proporcionará a descoberta de mais “chaves de ignição” do desejo de compra. Já se sabe, de forma empírica, que humor e corpos saudáveis contribuem na memorização de mar-
cas. Mas que cor estimula mais que outra? Há variação de acordo com sexo, classe social, faixa etária e região? Viva ao estudo, a análise e ao avanço do marketing! Assim caminha a humanidade.
Onze grandes empresas que usam o neuromarketing Hoje, para entender o comportamento do consumidor tanto no meio físico, como no meio digital, as grandes empresas têm vindo a contratar serviços para mapear o comportamento dos seus consumidores através dos recursos avançados nas pesquisas do neuromarketing. A NeuroFocos, considerada líder mundial no segmento, e a NeuroSense são as principais empresas que atendem grandes marcas, como as 11 que listamos abaixo. As mesmas avaliam o comportamento dos seus consumidores com o auxílio do neuromarketing
para analisar os seus produtos, serviços, sites, lançamentos, design de logotipo etc. Cabe lembrar que muitas marcas pagam pesquisas comparativas e outras não permitem que divulguem as suas pesquisas aplicadas. Um exemplo de pesquisa comparativa foi a realizada pela Nielsen (atual proprietária da NeuroFocus), o Relatório de Uso do Consumidor (“http://blog.nielsen.com/nielsenwire/mediauniverse/”Nielsen’s State of the Media: Consumer Usage Report.). A pesquisa detetou que a marca Microsoft teve quase 94 milhões de visitantes únicos dos EUA no seu site e os consumidores da mesma categoria (marcas top na categoria de aparelhos eletrônicos), gastaram mais tempo em sites da Apple, onde 68,7 milhões de visitantes passaram em média uma hora e dois minutos, em comparação aos sites da Microsoft com 42 minutos em 2011.
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SOCIEDADE
Patrícia Alves Tavares
A nova dimensão da CPLP —
Reforço da cooperação política e diplomática, investimento na segurança alimentar e promoção da língua portuguesa são algumas das ações que ficarão eternamente associadas ao nome de Angola. O país terminou no mês passado o seu mandato na presidência rotativa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Dois anos de agenda intensa que a Angola’in recorda nesta edição.
“Este período de dois anos fica marcado por um conjunto de avanços que poderão dotar a nossa comunidade de uma renovada capacidade de intervenção”, Fernando Dias Piedade, vicepresidente de Angola
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16 anos
É a idade da CPLP, que é composta por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste
“Para a organização cumprir com a ambição de um papel de maior relevância na história dos países membros da CPLP devem ser superados constrangimentos orçamentais e as dificuldades de natureza operativa”, anunciou José Eduardo dos Santos, presidente de Angola, na cimeira de Luanda, em 2010. Nesse discurso, o país acabava de receber a missão de comandar os destinos da comunidade durante 24 meses. Dois anos depois, a nação entregou a pasta ao parceiro lusófono Moçambique e o balanço vai de encontro às expectativas. Nem todas as dificuldades económicas foram superadas, mas há a certeza de que a cooperação saiu reforçada especialmente com a inauguração das novas instalações do organismo, em Lisboa, Portugal.
jeito de balanço da atuação 2010-2012. O programa da presidência angolana visou elevar a CPLP a organismo que servirá de alavanca para o desenvolvimento das relações multilaterais entre todos os Estados membros da lusofonia, focando todos os níveis de cooperação, nomeadamente o novo regimento do fundo especial da associação e respetivo manual operativo. Tratam-se de dois mecanismos que permitirão o financiamento de ações conjuntas dentro da comunidade. É a resposta à crescente procura de atividades de cooperação intracomunitária. As contribuições financeiras regulares foram essenciais para a concretização de múltiplas atividades desenvolvidas no seio da comunidade em Lisboa e para o fundo de apoio à situação na Guiné-Bissau.
Inspirada no princípio de que a língua é o instrumento privilegiado de projeção coletiva, a presidência angolana dedicou parte da sua atenção à promoção e difusão da língua portuguesa, enquanto elemento crucial para o fortalecimento da CPLP. Na IX Cimeira, que decorreu em Maputo, Moçambique, Angola viu aprovado o relatório do diretor do Instituto Internacional de Língua Portuguesa. O programa nacional deu continuidade ao plano de dinamização do português, desenvolvido pela presidência lusa, que antecedeu a angolana. A título de exemplo as estruturas executivas da CPLP deram ao Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP) autonomia para implementar projetos de promoção desta componente, que é responsável pela direção da ação cultural (entretanto criada). Merece igualmente destaque a participação de Angola nas 65ª e 66ª sessões da Assembleia Geral da ONU, em que as declarações foram proferidas na íntegra em português e a comitiva assegurou a tradução do discurso de todos os oradores lusófonos.
Alimentação lusófona
Contudo, o vice-presidente de Angola reconhece que “relativamente à presença da língua portuguesa na ONU e a sua adoção como língua oficial, resta um longo e complexo caminho a percorrer, que passa necessariamente pela vontade política dos Estados membros financiarem projetos conducentes a uma presença efetiva na língua portuguesa como língua de documentação e/ou de trabalho”.
A novidade A dimensão económica, designadamente o incentivo à cooperação e relacionamento intracomunitário, é a chave desta presidência. Até então, a Comunidade assumia-se como um órgão de intercâmbio de ideias e iniciativas mais de âmbito cultural e educacional. A vertente financeira e económica nunca foi prioridade para os Estados membros Angola introduziu essa nova dimensão na agenda comunitária. “Este período de dois anos fica marcado por um conjunto de avanços que poderão dotar a nossa comunidade de uma renovada capacidade de intervenção, o que muito contribuirá para o cumprimento dos seus objetivos estatutários”, afirmou o vice-presidente do país, Fernando da Piedade, em
A elaboração da estratégia comunitária de segurança alimentar e nutricional da CPLP foi uma das medidas da presidência angolana mais aplaudida pela comunidade. O plano foi aprovado no ano passado e a sua elaboração partiu do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas. A sua formalização consubstanciou-se na criação do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Comunidade, um organismo que terá a responsabilidade de implantar políticas, programas e ações que garantam a boa alimentação das populações, combata a fome e promova as políticas baseadas na agricultura e pescas, partindo sempre de um trabalho conjunto entre CPLP, instituições privadas e sociedade civil.
Orçamento é constrangimento A questão orçamental é o principal problema com que a comunidade se depara neste momento. A cimeira de Maputo serviu para que todos os Estados membros refletissem sobre essa dificuldade, espe-
rando-se que no futuro o orçamento seja elaborado a pensar no crescimento da organização. A boa nova é que nos últimos dois anos, graças ao esforço de Angola e Portugal, foi possível ultrapassar outro constrangimento: a inadequação do espaço da sede às necessidades da associação. Foi durante a presidência angolana que foram erguidas as novas instalações. Atualmente, e devido à crise económica, equilibrar a tesouraria será mesmo o maior desafio da nova direção da CPLP, a cargo de Moçambique para o próximo biénio. «Perante dificuldades acrescidas de todos os estados membros, a organização vê-se fortemente limitada em recursos, para o funcionamento e expansão das suas atividades», constatou Georges Chikoti, chefe da diplomacia angolana na XVII reunião ordinária do Conselho de Ministros da CPLP que precedeu a IX Cimeira da organização, que decorreu em Maputo, Moçambique. No balanço da governação, o ministro nacional das Relações Exteriores assumiu que “a Guiné-Bissau constituiu a grande frustração da presidência angolana”. O responsável reconheceu que os esforços da CPLP falharam na resolução do golpe de Estado, lembrando que os militares “não consentirão em ceder voluntariamente o poder que detêm”. O apoio nos Estados membros da CPLP não foi esquecido e Georges Chicoti recordou que todos “numa só voz se juntaram na condenação ao golpe de Estado, na expressão de solidariedade ao povo guineense e na procura de vias para uma solução que devolva a plenitude da paz, dignidade e estabilidade política e social”. Elogiou igualmente a eleição de Nkozazama Zuma para presidente da Comissão da União Africana, que abre um novo capitulo na participação da comunidade internacional na regulação do caso da Guiné-Bissau.
A hora de Moçambique Moçambique substitui Angola na presidência rotativa da Comunidade dos Países Africanos de Língua Portuguesa (CPLP). Ainda com os estatutos internos por definir, Moçambique assume o cargo pelos próximos dois anos e para o presidente Armando Guebuza a institucionalização dos PALOP é uma das metas a atingir com a maior brevidade possível, pois será um passo decisivo para a consolidação da organização.
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SOCIEDADE
Patrícia Alves Tavares
agenda
— e outubro 11, 12 e 13 dre sso
Luanda, Capital internacional da medicina dentária
I Cong na l Internacio a Dentá ria de Medicin
“A maior de todas as descobertas é o reconhecimento do facto de que a cárie dental é uma doença infecto-contagiosa passível de ser prevenida, detida ou revertida, na qual as lesões (cavitadas ou não) são apenas sinais da presença da doença num determinado período da vida do indivíduo” Professor Narciso Baratieri, especialista em Odontologia
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A saúde oral é cada vez mais considerada como um aspeto fundamental da medicina. A consciencialização da importância de cuidar dos dentes e de que uma boa higiene bucal afasta problemas que podem causar várias doenças está a conduzir os profissionais do setor a uma crescente especialização e aposta na formação dos seus quadros. O país organiza em outubro o primeiro Congresso Internacional de Medicina Dentária e abre uma nova etapa no modo como os dentistas são encarados. Após levar a saúde dentária às escolas, o Ministério da Saúde está comprometido em incentivar a formação contínua dos médicos e melhorar a aprendizagem dos futuros dentistas. A transferência de know-how é essencial para acompanhar o desenvolvimento do setor da medicina dentária e os progressos realizados neste âmbito colocaram o país no trajeto das grandes conferências. Em outubro, Angola recebe o primeiro Congresso Internacional de Medicina Dentária. Organizado pela universidade Jean Piaget, o certame irá juntar oradores nacionais, portugueses e espanhóis que vão dissertar sobre diversas temáticas, nomeadamente cirurgia oral e maxilo-facial, estética dentária, endodontia e periodontologia. Durante três dias (11, 12 e 13 de outubro), especialistas e estudantes de medicina dentária poderão ficar a conhecer as técnicas mais recentes e inovadoras desta área da saúde. O evento tem como ponto alto a participação do médico Narciso Baratieri, editor chefa da Revista Clínica Journal of Brazilian Dentistry. O professor de dentisteria na Universidade Federal de Santa Catarina, no Brasil, vai ministrar um curso de seis horas sobre “Odontologia Restauradora”.
“Luanda a Sorrir” Foi na escola 3022, na Ingombota, em Luanda, que o projeto do Ministério da Saúde, em parceria com o Banco Espírito Santo (Besa), se apresentou a pais, educadores e crianças. Sensibilizar para a importância de uma boa higiene oral e desmistificar o receio da figura do dentista são os motivos que movem uma equipa de especialistas portugueses. O programa é dirigido a crianças em idade escolar, período em que é
Sete especialistas mundiais em Luanda — Dr. Rui Pereira da Costa - Universidade Internacional de Catalunha (Espanha) e Universidade Fernando Pessoa (Portugal): mestrado em Endodontia, Barcelona Dr. Ricardo Faria Almeida - Universidade de Madrid (Espanha): presidente da Sociedade Portuguesa de Periodontologia e do Conselho Científico da Ordem dos Médicos Dentistas Dra. Cecília Domingos - Especialista em cirurgia maxilo-facial: chefe do serviço de Cirurgia Maxilo-facial do Hospital do Prenda, em Luanda Dra. Claudia Cohen - Universidade de Lisboa (Portugal): especialização em Ortodontia pela Fundação Gnathos, Portugal Dra. Jabier Mareque Bueno - Universidade Internacional da Catalunha (Espanha): especialista em cirurgia oral e maxilofacial, com artigos publicados e participação em investigação científica
‘O primeiro Congresso Internacional de Medicina Dentária tem como ponto alto a participaçãodo médico Narciso Baratieri, editor chefa da Revista Clínica Journal of Brazilian Dentistry’
Dra. Eunice Carrilho - Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (Portugal): investigadora do Instituto Biomédico da Luz e Imagem, fundadora da Academia Portuguesa de Estética Dentária Dra. Natália Oliveira - Universidade Internacional da Catalunha (Espanha): mestrado em Cirurgia Oral, Implantologia e Prótese, com vários artigos publicados em revistas internacionais da especialidade
fundamental dar início aos cuidados com a saúde oral. Na primeira fase, a iniciativa contempla 500 crianças do primeiro e segundo ciclos das escolas da capital e será alargado posteriormente a outros estabelecimentos de ensino. Os rastreios são gratuitos e promovidos por uma equipa portuguesa, que chegou da Escola Profissional de Saúde, em Vila Nova de Gaia, e que irá trabalhar conjuntamente com o Centro de Diagnóstico 4 de Fevereiro, em Luanda, local onde serão assegurados os tratamentos clínicos. A presença lusa está ainda relacionada com o programa de cooperação entre a instituição e o Ministério da Saúde, nomeadamente na elaboração de planos de formação e de transferência de conhecimentos. A inovação é outra das componentes que o plano pretende desenvolver. O objetivo consiste em promover o contacto dos profissionais nacionais com as recentes tecnologias. O “Luanda a Sorrir” introduz a componente digital nos rastreios, ou seja, os médicos recorrem a um chip (câma-
ra intra-oral) que regista e emite para um computador o diagnóstico do paciente, emitindo no final da consulta uma ficha digital com todos os resultados e necessidades de cada criança.
Províncias atentas A saúde oral é cada vez mais uma preocupação dos governantes e assume destaque nas agendas políticas das províncias. A direção provincial de saúde de Luanda incluiu a temática na recente feira de saúde que ocorreu no bairro de Cacoba, na Kissama. Com o lema “saúde da criança, responsabilidade de todos”, o evento promoveu uma campanha de demonstração das mais-valias do recurso ao dentista e da fora correta para manter uma boa higiene bucal. Durante a feira, que levou cuidados primários de saúde à população e atividades de sensibilização para a adoção de comportamentos preventivos, foram distribuídas escovas a todas as crianças com idades entre os 12 meses e 15 anos.
Sabia que…
— As doenças buço-orais são os problemas mais frequentes em todos os grupos etários e constituem um grave problema de saúde pública. Ministério, Governo e organizações de saúde têm apostado crescentemente na sensibilização para a criação de hábitos diários de higiene bucal
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UM DIA COM… ANASTÁCIO ROQUE GONÇALVES Manuela Bártolo
‘Angola sempre exportou café para a Europa e já foi grande exportador de commodities como o algodão, sisal e bananas. É um país com potencial para produzir tudo’ 46
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O governo não é o ‘pai’ —
“O governo não é o ‘pai’. É a nossa instituição. Deve-nos prestar contas da sua atividade.” — É com esta frase direta e objetiva que Anastácio Roque Gonçalves, dirigente da CESACOPA, justifica a responsabilidade dos empresários em edificar o seu próprio percurso, com saber e espírito de iniciativa. Crítico construtivo, apela ao Estado para a necessidade de empoderamento das pessoas com menos recursos através do apoio ao micro, pequeno e médio empreendedor. Franco, inteligente e com o dom da observância, tem sido um protagonista ativo num dos setores com maior importância para o desenvolvimento do país – a agricultura. O ‘seu’ projeto de produção de café biológico de primeira qualidade, na localidade da Gabela, Amboim, província do Kwanza Sul, foi distinguido recentemente na Europa. Uma conquista que o permite agora sonhar com a “oportunidade de ver um dia o nome da CESACOPA numa loja de uma multinacional de café, num qualquer país desenvolvido no mundo, a representar a marca do café orgânico Amboim”.
Retrato interno O país rompe hoje com anos consecutivos de perda num setor base para o desenvolvimento da sua população – a agricultura. Face à sua experiência de que forma pode o governo melhorar as condições do setor e, por conseguinte, das empresas a operar na área? É por demais consabido que a titularidade e posse da terra são os pressupostos fundamentais para o desenvolvimento da agricultura, para além do know-how e da disponibilidade de terras aráveis. Por outras palavras, se não tenho um documento que ateste que a terra é minha, tenho dificuldades de negociar com o banco, de ter acesso ao crédito e, consequentemente, de desenvolver a minha atividade. O governo
ainda tem inúmeras dificuldades em legalizar as propriedades fundiárias. Isto é um fator desmotivador. O grande problema do crédito agrícola, que ainda precisa de ajustes e reajustes, e a falta de capacidade técnica dos nossos agricultores são alguns dos constrangimentos que vive a agricultura angolana da atualidade. É fundamental a formação do nosso agricultor. Como elaborar um plano de negócios; como preparar uma folha de caixa; planificar um controlo da contabilidade; saber como se comporta o mercado; quais os produtos que são viáveis no momento; o que é ser um empreendedor. Todas estas questões necessitam de resposta adequada. O sacrifício, o dom, a disciplina, a visão, as infraestruturas, o meio que o rodeia, a família... É este manancial de coisas que fazem o empre-
endedor. O empreendedor deve perceber todos estes aspetos para influenciar as políticas do governo. O governo não é o ‘pai’. É a nossa instituição. Deve-nos prestar contas da sua atividade. Quais as políticas que são mais importantes para o impulsionar e qual o modelo de crescimento da economia que aponta como mais eficaz para o momento atual? O governo deve olhar para o empoderamento das pessoas com menos recursos e isto só será possível quando se prestar atenção ao micro, pequeno e ao médio empreendedor. É do que pequeno que se faz o grande. O governo tem um programa que visa a redução progressiva das importações, colocando à disposição dos cidadãos alguns instrumentos como os incentivos fiscais, a 2012
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UM DIA COM… ANASTÁCIO ROQUE GONÇALVES ‘Angola sempre exportou café para a Europa e já foi grande exportador de commodities como o algodão, sisal e bananas. É um país com potencial para produzir tudo’
descentralização do poder, legislação específica, entre outros. Este criou o Balcão Único do Empreendedor que visa o desenvolvimento do empreendedorismo. Tenho as minhas apreensões em relação a este programa porque não tem a complementaridade que é a formação dos empreendedores. Existem algumas iniciativas do governo, tais como o INEFOP (Instituto Nacional de Formação Profissional). O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), que é a instituição onde trabalho, realizou recentemente um seminário sobre “Elaboração e Apresentação de Planos de Negócios”, onde participaram 27 empreendedores. Estas pequenas ações não satisfazem a demanda. É fundamental que o governo crie programas sustentáveis e contínuos de formação de empreendedores antes de estes acederem aos balcões do empreendedor para que possam gerir os seus negócios com eficiência, reduzindo o risco de falência. O modelo de crescimento deve passar, sempre, pela diversificação sustentada da economia. Prestar-se o devido apoio aos setores da agricultura e pescas, energia e águas, à indústria transformadora, à prestação eficiente de serviços e ao turismo, reduzindo-se assim a excessiva dependência da exportação do petróleo e a grande dependência de bens de primeira necessidade e de produtos manufaturados. 48
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Roque Gonçalves com Idit Miler, diretora executiva e vice-presidente da EMRC
Prémio Melhor Project Incubator
— A CESACOPA conquistou em junho último o Prémio Projet Incubator AFIF 2012. Esta é uma iniciativa EMRC lançada em 2008, em Roma, na sede da FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura. O troféu visa incentivar a inovação e o empreendedorismo em África, entre as pequenas e médias empresas (PME). Realizada em conjunto com os dois principais Fóruns de negócios EMRC (Agribusiness Forum e AFIF), um desafio é lançado para empresários e empreendedores que queiram apresentar as suas propostas de projetos. Os finalistas selecionados têm a possibilidade de apresentar os seus projetos de negócios durante a sessão plenária do fórum e o grande vencedor é anunciado no jantar de gala. É atribuído ao vencedor um prémio monetário, que na última edição, durante o AFIF2012, na Holanda, foi no valor de 15.000.00 dólares, assim como todo o destaque mediático e prestígio associado a esta distinção. O próximo Project Incubator Award vai ser promovido no Fórum AgriBusiness 2012 a ter lugar no mês de novembro em Dakar, no Senegal.
Esta indústria tem uma tendência a nível global para as fusões ou concentrações em grandes grupos económicos. Como analisa esta questão e o que é para si fundamental que aconteça no país? Angola precisa de parcerias que tragam know-how para o angolano, no sentido de que ele, o angolano, seja valorizado. Em segundo lugar, o estrangeiro que venha investir em Angola, deve-se preocupar em formar o seu empregado local. Não é novidade que alguns investidores estrangeiros trazem até indivíduos que prestam serviços básicos que podem muito bem, se calhar, até
ser melhor prestados por ango- Não podemos ter estrangeiros a lanos. Penso que um motorista cavar buracos, serventes de emangolano preiteiros de consde camião trução, motoristas, A cooperativa domino operadores de mámelhor as deverá investir quinas ou até fornenossas vias mais de cedores de inertes do que um de construção. Isto U$200.000,00 motorisnão traz desenvolta asiáti- em infraestruturas vimento inclusivo co e pode para os angolanos. até evitar e suporte à produção acidentes. Qual é a sua Não tenho visão de nada condesenvolvimento tra as parcerias estrangeiras, mas para o setor? Acredita que elas deviam estar voltadas para o Angola tem potencial para empoderamento dos angolanos. competir e exportar? Quando Transferência de tecnologias é que esse objetivo poderá e desenvolvimento da ciência. ser atingido e quais as áreas
Sabia que...
— A EMRC tem experiência de 20 anos na promoção de negócios em África. A organização atua como plataforma de facilitação de negócios e promove o desenvolvimento económico africano pela promoção de atividades de reforço de conhecimentos e de rede de contatos internacionais.
da agricultura com maiores de café tem maior cotação e vai índices de crescimento? trazer um incremento nos rendiAngola é um país com poten- mentos das famílias, permitindo cial para produzir tudo. A agri- assim uma melhoria significaticultura foi a base da economia va na sua qualidade de vida. O inno passado. Angola sempre ex- vestimento é grande, atinge mais portou café para a Europa, já foi de 4 mil associados, o que corresgrande exportador de commo- ponde a mais de 4 mil hectares dities como o algodão, sisal e de plantações novas. Pretendebananas. Têm estado se, a curto praa surgir iniciativas zo, aumentar de produção agríco- ‘A Europa as áreas de la de larga escala que produção, adpoderão competir e é o principal quirir equipaexportar para outros mercado mento para mercados, apesar de do café processar o caque temos ainda uma fé na cooperagrande necessidade de de Angola’ tiva e instalar satisfazer o consumo o laboratório local. Como pode ver, de controlo de a exportação de produtos agrí- qualidade do café produzido. Escolas de Angola – excetuando o tes são os pressupostos para agrecafé – é um processo a médio e gar valor ao café do Amboim. longo prazos. Será necessário satisfazer primeiro o mercado lo- Quais os índices de cal aumentando os volumes de crescimento previstos e como produção, agregando valor e só caracteriza o consumidor depois pensar-se na exportação. atual? Em matéria de O país ainda depende muito das tendência de consumo, importações. o que vai mudar ao nível dos produtos e quais vão O setor do café esteve ser as grandes apostas da durante anos abandonado. cooperativa em termos de Como se encontra hoje esta investimento, inovação e agricultura em termos de diferenciação? quantidade e qualidade? A CESACOPA é uma cooperatiPorque decidiram apostar na va de produtos de café, mas que produção biológica e qual a também produz culturas diverdimensão do investimento e sas, tais como a banana, o anaseus objetivos? nás e os hortícolas. Isto porque o Falando concretamente da região café produz apenas uma vez por do Amboim, a cultura do café es- ano e é necessário produzir cultá a ser revitalizada no âmbito do turas de rendimento imediato projeto de fomento da cafeicul- para sustentar, em certos casos, tura, promovido pelo Instituto a cultura do café. Existe uma tenNacional do Café – INCA. Está- dência de expansão do mercado se a melhorar a qualidade com do café, tanto o de exportação, a introdução de novas mudas e como o de consumo local, já que a tendência será o aumento dos os maiores produtores mundiais volumes de produção. A aposta (Brasil e Vietname) têm o probleno café biológico tem a ver com ma de espaço disponível para a uma visão de futuro. Este tipo produção de café. Há a compe-
tição entre as outras culturas alimentares (soja, milho, arroz, feijão) e o café, reduzindo-se assim a área disponível para a produção deste. Isto aumenta a oportunidade de Angola e de outros grandes produtores de café em África de se posicionar no mercado de forma privilegiada. Nesse sentido, a visão de futuro é ter o café do Amboim a marcar posição de destaque no mercado internacional, com um volume de exportações anuais de 200 mil toneladas de café amboim robusta, atingindo rendimentos unitários na ordem dos 500kg/ha de café comercial, contribuindo assim para a reabilitação do café robusta amboim e tentar regressar à posição que Angola ocupava no mercado internacional até há altura da sua independência. Em termos de investimento a cooperativa deverá aplicar mais de U$200.000,00 em infraestruturas e suporte à produção. Como inovação, a cooperativa vai montar um laboratório de controlo de qualidade do café com o valor do prémio ganho (U$15.000,00) no Incubator Award da AFIF.
os golpes de estado não trazem desenvolvimento, destroem quase tudo e trazem mais pobreza. Os africanos devem olhar para o desenvolvimento inclusivo partindo das estruturas regionais existentes, tais como a SADC ou a CEDEAO, por exemplo, com políticas que facilitem as trocas comerciais inter-regionais e a livre circulação de pessoas e bens.
Vida de exemplo É um empreendedor influente, cada vez mais, admirado pelo desenvolvimento das ações que realiza em prol da CESACOPA. Como caracteriza o seu percurso até hoje e que ambições transporta consigo? Se elegesse uma decisão que o tenha marcado ao longo da sua atividade como decisor, qual seria?
Sempre persegui um princípio de Confúcio: “Se conheces uma coisa, atua como homem que a conhece. Se não a conheces, reconhece que não a conheces. É isto o saber”. Quanto temos a capacidade de reconhecer os nosAcredita que o continente africano poderá tornar-se um sos feitos na mesma proporção grande fornecedor alimentar das nossas derrotas, aí somos “formatados” para sermos bons. mundial a longo prazo? O que Bons naquilo que fazemos, bons importa fazer para que tal nos nossos relacionamentos, seja atingido? Acredito piamente nisso. Os afri- bons! É isso que o meu percurcanos devem perceber que este so me deu. Ser um dos bons! Dos é o seu momento. As crises das que aprenderam com a vida e a grandes economias, o problema escola académica que a humildas mudanças climáticas e com dade, honestidade e sinceridade elas a escassez de alimentos afe- são valores fundamentais para se estar bem na vitando grandemente a da. Transporto coEuropa, a América e a migo a ambição Ásia irão desenvolver ‘Os de um dia ter a a visão dos africanos africanos oportunidade de no sentido de que dever numa loja de vem produzir mais devem uma multinacioe melhor para entra- perceber nal de café, num rem na alta competi- que este país desenvolvido ção dos mercados dos no mundo, o nome países desenvolvidos. é o seu da CESACOPA coA pobreza não deve momento’ mo uma marca do significar uma herancafé orgânico Amça para os africanos, boim. É um longo é necessário comprepercurso, eu sei, ender que a inclusão é fundamental para que se desen- mas acredito e tenho muita espevolvam e tenham o conhecimen- rança de que isso venha a aconto, a capacidade de viver sem a tecer brevemente. Uma decisão: mão permanentemente estendi- quem não trabalha em equipa, da. Compreender que as guerras, pode sair. 2012
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UM DIA COM… ANASTÁCIO ROQUE GONÇALVES Tem sido reconhecido por apoiar uma ‘gestão de rosto humano’, que aposta na proximidade das populações ao poder local como veículo de humanização e democratização social. Na sua opinião, qual é o melhor modelo público administrativo para que as empresas e cooperativas se sintam integradas e se possam desenvolver no país? Tenho alguma dificuldade de definir um modelo porque cada caso é um caso, mas para uma integração de cooperativas é fundamental que haja compromissos escritos. Dificilmente se consegue um contrato de fornecimento entre a cooperativo e o comprador. Não existe a garantia de que os riscos são assumidos por todos e isto, muitas vezes, deixa a cooperativa de mãos atadas.
existem relações interpessoais, negócios que gerem e geram confiança. Qualquer negócio depende sempre da confiança e da honestidade entre as partes envolvidas. Quando estes dois elementos não estão presentes vem o conflito e, consequentemente, o prejuízo. A empresa atinge características de liderança quando consegue ter uma gestão transparente, inovadora, integrada, que consiga satisfazer os seus clientes, ter lucro e responder às necessidades do mercado.
Distinção internacional
O que simbolizou para si e para a cooperativa que representa a conquista do prémio de melhor Projeto Incubador AFIF 2012? O que esperam angariar com esta distinção internacional Fé, sacrifício, luta. Na sua opinião qual é a característica e de que forma incentiva na prossecução do vosso mais importante para trabalho? vencer e porque princípios Este prémio foi das melhores coirege as suas decisões? sas que aconteceram à CESACOPA Em que aspetos é que o cooperativismo pode ser uma desde que ela foi fundada. Elevou o seu nome, vai permitir a instaboa ferramenta de sucesso lação de um laboratório que irá num país como Angola? A característica mais importan- contribuir bastante para agregar te para vencer é a disciplina. valor ao café comercializado peComo empreendedores, temos la cooperativa. Tem todas as atenções voltadas sempre de ser para si como disciplinados. consequência Disciplinados ‘A economia é do prémio. Coconnosco prómo pode ver, o prios, com os o volante de mesmo é muito nossos parcei- crescimento e do importante em ros, com as con- desenvolvimento todos os sentitas e até com a dos. É um bom sociedade. A de qualquer país’ exemplo para disciplina traz os empreendea honestidade dores porque e com ela a sinmostra que os angolanos são caceridade. É a chave do sucesso. pazes de muitas realizações. Para si, que características Quais os projetos que têm demarcam uma empresa para o futuro? para conseguir alcançar uma Criar as condições necessárias posição de liderança? Num para a certificação orgânica e ademercado globalizado como o atual, acha possível defender são ao mercado do preço justo para o café amboim robusta. a premissa “um cliente, um amigo”? “Um cliente, um amigo” faz lembrar o ditado português que diz: gentilmente cedidas pelo “boas contas fazem bons ami- Imagens departamento de comunicação gos”. Neste mercado globalizado e marketing EMRC 50
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RAIO X Angola para si é.. a Pátria querida! A sua maior realização pessoal é.. ter uma família, que nos tempos de hoje é ‘rara’. Filhos muito inteligentes e bem-educados, uma esposa compreensiva e uma família admirada pelos parentes, pelos amigos, pelos professores dos filhos, enfim! Uma bênção de Deus e um grande esforço dos pais nos dias de hoje. Qual a paixão de que não abdica? Música!! Fui Disc Jockey (DJ), toquei em casas noturnas nos anos 80, em festas e em ambientes familiares. Entre 1978 e 1980, toquei tumbadoras no agrupamento musical Kudianguela, no Huambo, uma espécie de apêndice do agrupamento musical Ondaka yo Wiñi, que foi um dos celeiros do grande agrupamento musical Kissanguela. Daí a minha grande paixão pela música. Hoje coleciono música (CD’s, vinil, ficheiros no computador e na minha própria memória). Quais os valores porque rege a sua vida? A honestidade, a lealdade, a fé, a persistência e a amizade são fundamentais para o nosso ser e estar. Qual é a sua contribuição mais importante para Angola? Trabalho desde há mais de 10 anos para a inclusão dos menos favorecidos, para o aumento dos seus rendimentos e para o desenvolvimento humano. Estou a apoiar uma cooperativa de produtos de café com cerca de 5 mil membros, num universo de cerca de 6 mil famílias. Penso que isso é uma gota no oceano para o grau de necessidades que temos no país, mas acho que o que faço faz alguma diferença e impacta diretamente na vida de muitas pessoas. Um livro e um filme que o tenha marcado... ara livro escolho o ‘O falecido Matia Pascal’, de Luigi Pirandello, e para filme o ‘Apocalyptico’, do ator/ realizador Mel Gibson Um destino de eleição... Ilhas Seychelles
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FOTOREPORTAGEM
Texto Patrícia Alves Tavares | Fotografia Sapo.pt/jogoscplp
Prova superada — Por seis vezes a bandeira nacional subiu mais alto. A juventude alcançou um feito inédito nos VIIIº Jogos da CPLP, que decorreram em Portugal e colocaram em competição atletas de diversas modalidades oriundos dos países lusófonos. Num período em que tanto se investe na formação e criação de infraestruturas desportivas, os resultados começam a ser visíveis e provam que há talento em abundância na quente terra vermelha. Foi no futebol, no voleibol de praia, andebol e ténis masculinos que Angola arrecadou o bronze. O ouro chegou pelos pés de Esperança Jicasso, que venceu os 100 metros no atletismo adaptado. Um resultado histórico que deixou os impulsionadores do desporto individual e das modalidades coletivas motivados para dar continuidade ao seu trabalho, fazendo mais e melhor. Nesta edição, mostramos os momentos da alegria lusófona captados pela objetiva…
FUTEBOL BRONZE Angola - Cabo Verde
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TÉNIS Angola - Brasil
VOLEIBOL PRAIA Angola - S. Tomé
VOLEIBOL PRAIA Angola - S. Tomé
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FOTOREPORTAGEM VOLEIBOL PRAIA Angola - S. Tomé
FUTEBOL Angola - Moçambique
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FUTEBOL Angola - Moçambique
BASQUETEBOL Angola - S. Tomé
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ARQUITETURA&CONSTRUÇÃO
Na pista do futuro Luanda, Soyo, Saurimo, Menongue, Luena, Cuito e Cuanevale são algumas das grandes empreitadas que integram a lista de beneficiação de espaços aeroportuários. O Governo quer renovar 16 aeroportos nacionais até ao final do ano. O objetivo é dar continuidade ao crescimento económico e social do país. O programa de modernização das infraestruturas abrange todos os meios e o transporte aéreo é cada vez mais um suporte da produção interna. Nesta edição, conheça as maiores construções em curso.
Patrícia Alves Tavares
MBANZA CONGO (ZAIRE)
CARIANGA (KWANZA NORTE)
LUENA (MOXICO)
SOYO (ZAIRE)
CAMAQUENSE (LUANDA NORTE)
CABINDA CUITO CUANEVALE (KUANDO KUBANGO)
DUNDO (LUANDA NORTE) LUBANGO (HUÍLA)
SAURIMO (LUANDA SUL)
17 SETEMBRO (BENGUELA)
KUITO (BIÉ)
MENONGUE (KUANDO KUBANGO) ALBANO MACHADO (HUAMBO)
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4 FEVEREIRO (LUANDA)
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Aeroportos estão na lista de modernização em curso pelo Governo
‘Em 2014, o novo aeroporto internacional de Luanda, na zona do Bom Jesus, entra em plena atividade. O novo aeroporto terá capacidade receber o Airbus A380, o maior avião comercial do mundo’
Edificação e reparação das áreas de passageiros e das pistas; melhoria das infraestruturas de apoio aos terminais de embarque e desembarque; modernização dos equipamentos aeroportuários e das estruturas de transporte, controlo de passageiros e de bagagem e a remodelação parcial ou total dos edifícios são as atividades que o Governo está a desenvolver desde os últimos anos e que pretende concluir antes do final de 2012. São 16 os aeroportos que estão a beneficiar da medida do Ministério dos Transportes que quer melhorar a mobilidade das pessoas e mercadorias na globalidade do território. Com as trocas comerciais a crescerem e a clara aposta na promoção turística do país, os aeroportos são a porta de chegada e, naturalmente, devem oferecer as melhores condições para turistas, locais e receção dos produtos importados. O programa de reabilitação e modernização dos aeroportos não deverá ficar pelas construções em curso, uma vez que o ministério está a “desenhar uma nova filosofia de organização, gestão e exploração aeroportuária que vai definir e enquadrar melhor a forma como o Estado deve intervir na cobertura dos défices de exploração dos aeroportos”. Quebrar o isolamento das populações, corrigir as assimetrias e aliar a promoção turística com a rápida circulação de mercadorias são os motivos que levaram à criação de um amplo programa aeroportuário.
Obras no maior aeroporto
É o principal aeroporto do país e aquele que movimenta maior número de passageiros e mercadorias. As obras de requalificação e ampliação do Terminal de Voos Domésticos do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro arrancaram em março e estão a decorrer dentro do previsto. O terminal de chegadas já tem nova roupagem e o terminal doméstico está na fase final de intervenção. Após concluída a reabilitação do equipamento, este duplicará a capacidade de movimentação de passageiros (de 600 para 1300 em hora de ponta).
Em 2014, o novo aeroporto internacional de Luanda, na zona do Bom Jesus, entra em plena atividade. Em construção desde 2008, estimase que a primeira fase seja inaugurada no final do mês, que inclui a torre de controlo, o terminal VIP, a área dos bombeiros, o edifício da administração aeronáutica, o edifício do terminal principal e a zona de voos norte. Os terminais, bases para construção da torre de controlo e edificação das duas pistas, norte e sul constituem a primeira parte da empreitada, que terá um fluxo anual de carga de 600 mil toneladas/ano. O novo aeroporto terá capacidade receber o Airbus A380, o maior avião comercial do mundo.
Camaquense concluído
Até ao final de agosto, o aeroporto de Camaquense, na Lunda-Norte, fica totalmente operacional. O espaço está em funcionamento há alguns meses. Porém, só a partir deste mês terá capacidade para funcionar a nível internacional. Com a conclusão da empreitada o espaço ganha capacidade para 250 passageiros, devido à nova aerogare, torre de controlo e pista para três aviões de grande porte e dois de pequeno porte. Ainda para este mês está previsto o corte da fita inaugural do novo terminal de passageiros no aeroporto do Luena. Pode parecer uma pequena intervenção, mas as novas salas de embarque e desembarque que estão em fase final vão albergar 500 passageiros (anteriormente tinha capacidade para 20 pessoas). Para acolher os utilizadores da estrutura, a Empresa Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (Enana) optou por alargar a área para integrar serviços, como lojas e restaurantes, de forma a propiciar uma maior comunidade a quem atravessa o Moxico. As obras no equipamento provincial começaram em 2007, com a ampliação e reabilitação da pista. A nova infraestrutura inclui a construção de uma torre de controlo.
Requalificação em curso
No Zaire, o aeródromo do Soyo está em obras desde o início do ano. O edifício principal será
demolido e no seu lugar vai nascer uma central moderna, alargada e com capacidade para acolher os serviços necessários para satisfazer as necessidades dos passageiros, cujo fluxo tem crescido exponencialmente. Ainda sem data definida para a conclusão da empreitada, a circulação de pessoas e mercadorias será assegurada por um edifício provisório. Em junho, o Executivo inaugurou o aeroporto de Cuito Cuanavale, na província do Kuando Kubango. A estrutura custou aos cofres do Estado 60 milhões de dólares e sofreu uma evolução considerável. Passou de aeródromo que teve funções militares para um aeroporto com uma pista de 2740 metros de comprimento e todas as condições para acolher voos comerciais. Apelidado do “23 de março”, tem capacidade para 100 passageiros e instalação para quartel de bombeiros. Desde 2008, o Ministério dos Transportes em parceria com a Enana reabilitou os aeroportos do Lubango, Benguela, Mbanza Congo, Kuito, Luanda, Huambo, Malange, Ondjiva, Cabinda e o aeródromo de Carianga, no Kwanza Norte.
‘Desde 2008, o Ministério dos Transportes em parceria com a Enana reabilitou os aeroportos do Lubango, Benguela, Mbanza Congo, Kuito, Luanda, Huambo, Malange, Ondjiva, Cabinda e o aeródromo de Carianga, no Kwanza Norte’ 2012
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ARQUITETURA&CONSTRUÇÃO
Ainda é cedo para adiantar uma data definitiva para a inauguração do PESTANA LUANDA BAY – HOTEL & TROPICAL SPA. No entanto, sabe-se que o Grupo Pestana se prepara para entrar no mercado nacional da hotelaria e turismo com um grande projeto, um hotel de cinco estrelas, que está em construção desde o ano passado e abrirá portas até 2014. O complexo multiusos que está a nascer na baixa de Luanda é o primeiro hotel do maior grupo de turismo e lazer português, que após ter consolidado a sua posição no mercado sul-africano, escolheu a capital angolana para dar seguimento à sua estratégia de internacionalização em terras africanas.
Patrícia Alves Tavares
Multiusos cinco estrelas O Grupo Pestana prepara-se para inaugurar a sua primeira unidade hoteleira no país entre finais do próximo ano e início de 2014. Após África do Sul, Luanda é a nova aposta do grupo que pretende deixar a sua marca no continente africano. O investimento não deverá ficar por aqui já que a empresa assume que este é apenas a primeira obra em Angola.
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O grupo hoteleiro espera com esta unidade alcançar o mercado corporativo das empresas através da conjugação da valência hotel/ escritórios. Ao criar espaços para a implementação do tecido empresarial, a marca acredita que conseguirá instalar o empresariado no hotel, que beneficia da proximidade dos escritórios e tem uma vista privilegiada para a Baía de Luanda.
Aposta nos emergentes
O Grupo Pestana nasceu em 1972 e está presente em três continentes. A marca lusa, que opera sobretudo no setor do Turismo, tem desenvolvido e consolidado a sua atividade nos principais mercados fora de Portugal. Com o agravar da crise económica no país-sede da empresa, a aposta tem recaído na internacionalização.
A empreitada, próxima do Bairro Miramar, terá uma área superior a 100 mil metros quadrados. Associada a um projeto âncora de urbanização do bairro da Boavista, o futuro hotel irá integrar uma obra megalómana que é composta por duas torres com 230 apartamentos (entre o T1 e T6), ambas com piscina, ginásio e sauna. Serão edificados mais dois ‘arranha-céus’ destinados a acolher escritórios, lojas, casino, discoteca, restaurantes e bares. É aliás nestes edifícios que ficará localizado o hotel, que irá dispor de 255 quartos, spa, piscina e jardins tropicais que prometem conquistar os turistas desde o primeiro olhar. Tudo com a chancela do grupo luso. A unidade hoteleira será gerida pela marca Pestana Hotels & Resorts. “Este empreendimento irá responder a uma clara necessidade do mercado, não só no segmento de negócios, como familiar, ao criar um espaço multifunções em plena baixa da cidade de Luanda onde se possa trabalhar, viver e usufruir de amplas zonas de lazer, com qualidade, segurança e autossuficiência energética”, indicou Florentino Rodrigues, Presidente do Conselho de Administração da hol-
ding do Grupo Pestana para África (Salvintur), numa das poucas declarações que prestou à imprensa por ocasião do lançamento da obra.
Além de Luanda, o grupo prepara-se para até 2013 abrir novos investimentos em Miami (EUA), Montevideu (Uruguai) e Casablanca (Marrocos). Angola é o segundo alvo do Grupo Pestana em África. As expectativas à volta deste investimento são elevadas e a intenção é expandir o projeto palanca, tal como tem acontecido na Argentina, por exemplo, onde a marca irá inaugurar brevemente a terceira aposta imobiliária, o Pestana Buenos Aires Golf & Residences.
‘Associada a um projeto âncora de urbanização do bairro da Boavista, o futuro hotel irá integrar uma obra megalómana composta por duas torres com 230 apartamentos, piscina, ginásio e sauna’
Recorde-se que a marca Pestana entrou na Europa em 2010, com a primeira unidade hoteleira em Londres, e dois anos depois atua em dez países (Portugal, Inglaterra, Alemanha, Brasil, Argentina, Venezuela, Moçambique, África do Sul, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe), onde tem uma posição consolidada.
Ferrovia Lobito/Luau em 2013
— É mais um passo para cumprir a intenção de interligar todos os países da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) por via férrea. A recuperação da linha ferroviária de Benguela ficará concluída nos próximos meses e prevêse que a circulação no troço Lobito (Benguela)/ Luau (Moxico) entre em vigor a partir do primeiro trimestre do próximo ano. Até ao momento, a primeira fase do programa de modernização destas infraestruturas já contemplou a recuperação das linhas Luanda/ Malange/ Kwanza Norte e Namibe/ Menongue.
CIALP e UAA juntas
— Em junho celebrou-se um memorando de entendimento entre a União Africana de Arquitetos (UAA) e o Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa (CIALP). O documento representa a aproximação entre as duas organizações que assumiram o compromisso de aprofundar as relações e o intercâmbio entre os seus agentes. A Ordem dos Arquitetos de Angola teve um papel decisivo no acordo que possibilita a participação dos profissionais lusófonos na UAA.
Sabia que…
— A União Africana de Arquitetos atribuiu a medalha de Ouro ao presidente do Conselho Internacional de Arquitetos de Língua Portuguesa, João Belo Rodeia. A distinção serviu para reconhecer o papel do responsável na aproximação das duas organizações.
Reciclar resíduos da construção
Concluída 2ª fase da Baía de Luanda
— As obras da segunda fase da requalificação da Baía de Luanda terminaram no final do mês passado. A empreitada visou a construção de quatro novas vias para automóveis e outras quatro faixas para motociclos e bicicletas. Além da criação de novos espaços verdes, ficou concluída a rede de drenagem que irá escoar as águas residuais. Quanto à terceira fase, os trabalhos na atual Avenida da Marginal terão início em 2013 e vão prolongar-se por seis meses.governamentais que visitem a região.
— É uma das novas tendências do mercado de construção. Engenheiros e arquitetos defendem o aproveitamento dos resíduos da construção civil, que podem ser reciclados e ter novas utilidades. É uma forma de dar uma melhor qualidade de vida às comunidades. “Atualmente, a reciclagem de resíduos passa pela britagem, ou seja, pela quebra dos resíduos em pedaços pequenos que podem ter até 63 milímetros de diâmetro”, adiantou o engenheiro Faustino Panzo, em entrevista à agência de notícias Angop. Na sua opinião, a ausência de reciclagem destes materiais pode provocar graves danos ambientais e na saúde pública. A sua utilidade é abrangente, podendo ser aplicado em obras públicas e infraestruturas. É exemplo disso o caso dos destroços do prédio da Angola Telecom, em Luanda, que foi recentemente demolido e cujo material retirado será usado para a criação de fundações de empreitadas previstas no programa de construção e de reabilitação de infraestruturas sociais. Também os arquitetos consideram que se tratam de materiais que são desperdiçados e que poderiam ser reutilizados noutros setores de atividade. Para tal, sugerem uma melhor cooperação entre empresas de limpeza e de saneamento para que apostem numa recolha sustentável e eficiente destes resíduos que, caso não ganhem uma nova vida, sejam depositados de modo adequado para não prejudicar o meio ambiente.
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INOVAÇÃO&DESENVOLVIMENTO
Patrícia Alves Tavares
Chegou a net sem fios A Internet Technologies Angola vai estender o seu serviço de Internet wireless a todas as províncias. Ousada e inovadora, a empresa pretende alcançar este objetivo dentro de dois anos. Até lá congratula-se ligar a generalidade do país via satélite. Situação que irá mudar com a rede sem fios.
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Sabia que…
— O ITA tem Pontos de Presença (POPs) no mundo inteiro, nomeadamente Joanesburgo, Lisboa e Reino Unido. Está ainda presente em várias cidades do país, operando em IDirect hubs em Luanda.
Internet nas escolas
Porquê wireless? Container Solution O wireless, ou rede sem fios, apresenta inúmeras vantagens e aquela que detém mais adeptos a nível internacional. Aliás, em várias capitais europeias, é possível ligar-se à Internet a partir de esplanadas, jardins e espaços públicos. Tal só é possível com a rede wireless. A Angola’in apresenta algumas das principais vantagens da net sem fios:
Foi em fevereiro que a Internet Technologies Angola (ITA) começou a recorrer ao satélite AMOS 5 para levar a Internet às 18 províncias, bem como os serviços VPN (redes privadas virtuais para serviços de telecomunicações). Porém, a empresa de raiz angolana sonha ir mais longe. Quer implementar em todo o país a experiência que adquiriu com o novo serviço que funciona em Luanda e que permite a ligação ao meio virtual através de rede wireless. E até estabeleceu um prazo: dois anos. Atualmente, a entidade fornecedora de serviços informáticos e de Internet disponibiliza net sem fios a todos os clientes da capital. Para tal, recorre à fibra ótica para assegurar as ligações internacionais (através do cabo submarino SAT-3) e opera com um anel próprio de microondas redundante de backnone de 400Mbits mediante 15 pontos de presença (POPs). Porém, a ITA mantém o satélite como sistema de apoio para evitar falhas na transmissão de dados, o que lhe permite ter um período de disponibilidade de ligação de 99,5%. A rede é vigiada durante as 24 horas, todos os dias, de forma ininterrupta para um tempo de resposta rápido e eficaz. Em 2014 a empresa acredita que será possível ligar todo o país via wireless, dispensando o satélite.
Maior produtividade (liberdade de movimento e garantia da conexão independentemente do local onde está o computador); rede de configuração rápida e simples (não necessita de cabos); flexibilidade (possível em qualquer local e ideal para configurações temporárias); redução de custos (como não existem cabos, o preço de instalação é inferior); compatibilidade (adapta-se a qualquer marca ou rede).
A ITA procura constantemente melhorar o seu serviço, nomeadamente ao nível da rapidez na ligação e qualidade da mesma, pois opera maioritariamente no mercado empresarial. Fundada em 2001, a ITA tem mais de 350 clientes corporativos, distribuídos pelos setores da banca, gás e petróleo, construção, instituições públicas, organizações não-governamentais e pequenas e médias empresas. São clientes exigentes e que necessitam de ligação constante ao meio Web.
‘Em 2014 a Internet Technologies Angola acredita que será possível ligar todo o país via wireless’
Pioneiros na rede Wimax Ao conseguir levar o serviço de Internet sem fios a toda a extensão da terra vermelha, a ITA assume-se como a primeira empresa nacional a consegui-lo. E não é a única vez que este grupo, em que mais de 90% dos trabalhadores são especialistas nacionais, faz história. A ITA foi a pioneira na instalação da rede Wimax no país, em 2005. A partir desse período, continua a expandir-se, evidenciando-se na disponibilização de serviços de alojamento de correio eletrónico, páginas Web, serviços virtuais e hardware. É ainda responsável pelo registo de várias páginas em domínios “co.ao” e “.ao”. Recorde-se que a ITA foi fundada em 2004, um projeto idealizado por Rolf Mendelsohn, Miles October, Martin Boese e Barney Harmse, especialistas internacionais que detinham uma longa experiência no domínio da informática e que aplicaram todo o seu know-how no impulsionamento das novas tecnologias na terra vermelha, ligando-a virtualmente ao resto do mundo. Atualmente, emprega mais de 60 pessoas e é parceira da ITELNET, uma empresa especializada que tem licença para operadores fixos, reconhecida pelo INACOM. O protocolo tem permitido ao ITA fornecer serviços de Internet através de wireless e via satélite.
A componente social é uma preocupação da ITA, que sendo uma empresa angolana quer ajudar o país a crescer. Assim, é comum promover ações de auxílio à população na área que melhor conhece: a das tecnologias. A ação mais emblemática ocorreu no último ano quando foi patrocinador oficial do centro de Internet da Escola Primária Peter Eneas Nanyemba, na Huíla, Lubango. Em parceria com a Embaixada da Namíbia, a empresa doou computadores portáteis, uma impressora e ofereceu um ano de serviço de Internet, que vai permitir que quase 900 estudantes com idades entre os cinco e os 15 anos possam familiarizar-se com o uso dos computadores e novas tecnologias e criem hábitos de consulta da web de forma responsável e didática.
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INOVAÇÃO&DESENVOLVIMENTO Maior rede de fibra ótica
— Nasceu no Kissama, a 100 quilómetros de Luanda, uma nova central de fibra ótica marítima. A infraestrutura, que resulta de uma parceria entre o Governo e o consórcio Angola Cables, vai dinamizar as comunicações entre Angola e o mundo, tornando-as mais rápidas. O investimento foi de 650 milhões de dólares e tem como protagonista o cabo Wasc que é considerado o mais rápido do momento. O país ficará no trajeto da ligação que parte da Grã-Bretanha e termina na África do Sul. As mais-valias consistem numa maior largura de banda, melhor qualidade no sistema de telecomunicações, maior oferta de serviços e redução dos preços, em virtude da maior velocidade na transmissão do sinal.
Unitel nas Maldivas e Índia
— Os clientes da Unitel já podem usufruir de roaming de dados na Índia e nas Maldivas. A possibilidade de aceder à Internet no telemóvel ou no computador entrou em vigor em junho através de um acordo estabelecido entre a operadora e as congéneres Vodafone, na Índia, e Wataniya, nas Maldivas. O serviço de roaming de voz foi igualmente reforçado no Chade e no Azerbaijão, em virtude das parcerias com as operadoras Airtel e Bakcell, respetivamente.
Cheias no Cunene alvo de estudo
— O grupo, composto por investigadores nacionais e estrangeiros, chegou a Ondjiva, no Cunene, no último mês. O intuito da comitiva passa por estudar a melhor forma de evitar as cheias que assolam a comunidade e alertar a população para o perigo das calamidades naturais. Os peritos fizeram o percurso entre Ondjiva e Xangongo, tendo percorrido a bacia hidrográfica da região de modo a compreenderem os seus aspetos físicos e analisarem o sistema de bombeamento de água para a cidade do Xangongo. A equipa pretende identificar as causas das cheias para encontrar soluções tecnológicas capazes de minimizar a situação.
Mercado único de música digital — É a grande meta da Europa. A Comissão Europeia aprovou uma série de medidas que se destinam à criação de um mercado único europeu para os direitos de autor no âmbito do universo da música digital. Os países da organização pretendem assim melhorar a estratégia de gestão e proteção da propriedade intelectual aprovada no ano passado. Segundo uma nota de imprensa, as novidades destinam-se a “modernizar o modelo de funcionamento das sociedades gestoras de direitos de autor e pôr em prática incentivos para promover a sua transparência e eficiência”.
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Ciência une Angola e Brasil
— A Universidade Técnica de Angola (Utanga) e a Universidade de São Paulo, no Brasil, assinaram um acordo de intercâmbio e cooperação académica entre docentes, investigadores e estudantes no âmbito de trocas de informações e publicações, bem como a realização de cursos conjuntos. Na mesma ocasião, os países formalizaram um convênio de cooperação na área das ciências informáticas e biblioteconomia. A parceria foi firmada entre a Rede de Mediatecas de Angola e a referida universidade brasileira. O objetivo consiste em aproximar os estudantes e investigadores, assim como os quadros técnicoadministrativos que trabalham nas duas nações.
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DESPORTO
Manuela Bártolo
GPS
KICK-OFF GRANDE ÁREA····························· 66
OS DONOS DA BOLA As injeções de capital nas outrora velhas glórias do futebol europeu em destaque. Conheça a trajetória dos novos milionários do futebol e a reação da UEFA ao poderio económico no desporto
Insight············································ 70
OLÍMPICO DE HONRA É um fenómeno na natação e o seu nome é sinónimo de conquista. Insuperável e magnânimo tem sido um exemplo de combate e superação. A devida homenagem a Michael Phelps - ‘o maior atleta olímpico da história mundial’
FORA DE JOGO··························· 72
DOUTORES DO DESPORTO
Palancas Negras CAN 2013 Mário Calado, técnico do Sagrada Esperança da Lunda Norte, afirmou recentemente que o momento foi pouco oportuno na escolha do novo selecionador dos Palancas Negras, devido ao tempo que resta para a última eliminatória de acesso ao Campeonato Africano das Nações de futebol 2013. Em declarações à Angop, em Luanda, em reação ao anúncio divulgado no passado domingo sobre a contratação do uruguaio Gustavo Ferrín para o cargo de selecionador nacional, realçou que a
0s novos doutores do desporto e educação física. O país marca pontos na formação desportiva e a Angola’in revela quais são as principais apostas do país ao nível do ensino das diferentes modalidades. Sem dúvida um passo de gigante.
Federação Angolana de Futebol (FAF) deveria ponderar esta situação. “A FAF é
Cruzamento······························ 74
conhecedor do futebol jovem, carece muito tempo de trabalho para se adaptar à
OS GUERREIROS
como para o próprio treinador se adaptarem. Para mim, esta contratação devia-
O boxe conquista, cada vez mais, espaço no panorama desportivo angolano. Saiba quem são os guerreiros, onde treinam e o que fazem para ganhar. De Kicanga a Tumba Silva, as esperanças renovam-se.
Bloco de Notas······················ 76
MISSÃO CUMPRIDA São muitas as notícias que marcam a atualidade desportiva. Selecionamos para a si a síntese do momento. Da CPLP ao andebol são muitas as novidades que não pode perder!
soberana nas decisões, mas se existe objetivos imediatos para se atingir a fase final do CAN da África do Sul, se devia continuar com o treinador Romeu Filemon, dado o projeto que já iniciou. Neste caso, o 1º de Agosto tem sido participativo no processo e devia entender que o seu funcionário acumulasse o cargo até a realização do jogo da última eliminatória com o Zimbabwe”, salientou. De acordo com Mário Calado, apesar do curriculum que o técnico tem, ao ser realidade do futebol angolano e continental. “Isso leva tempo tanto para os jogadores se concretizar depois da eliminatória de setembro e outubro com a seleção do Zimbabwe”, disse. Romeu Filemon orienta o 1º de Agosto e tinha sido contratado como selecionador interino para os jogos da primeira e segunda jornadas, diante do Uganda (1-1), em Luanda, Libéria (0-0), em Monrovia, de apuramento a Copa do Mundo de 2014. Quanto ao adversário, admitiu ser uma boa seleção, apesar desta estar ausente em mais de três edições nas fases finais do CAN. “Devemos ter cautelas com o Zimbabwe, mesmo sabendo que o primeiro desafio será em Harare. É uma vantagem para Angola, mas vamos ter muito cuidado”. Mário Calado já enfrentou por duas ocasiões os zimbabweanos como treinador principal, igual número como adjunto do ex-jugoslavo Dusan Kondic e do brasileiro Ismael Kurtz. Angola defronta o Zimbabwe entre 7 e 9 de Setembro (primeira mão), em Harare, enquanto que o jogo da segunda mão está marcada para 12 ou 14 de Outubro, em Luanda. O CAN2013 realizase de 19 de janeiro a 10 de fevereiro de 2013, na África do Sul. A organização escolheu os estádios de Soccer City, em Joanesburgo, Moses Mabhiba Stadium (Durban), Royal Bafokeng Sports Palace (Rustenburg), Mbombela Stadium (Nelspruit) e Nelson Mandela Bay Stadium, em Port Elizabeth.
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Drogba no Shanghai Shenhua Didier Drogba confirmou no seu site oficial que irá jogar no Shanghai Shenhua. O atacante de 34 anos assinou um contrato de dois anos e meio com o clube chinês e juntouse aos novos companheiros de equipa em julho. “Levei em consideração todas as propostas que recebi nas últimas semanas, mas sinto que o Shanghai Shenhua é o passo certo para mim neste momento. Estou ansioso para encarar este novo desafio e conhecer uma nova cultura. Estou entusiasmado com os novos desenvolvimentos da Super Liga Chinesa. Quando o Chelsea esteve na China no ano passado, divertimo-nos muito e conhecemos adeptos fantásticos. Espero ajudar a divulgar o futebol chinês pelo mundo e melhorar a conexão entre China e África”, escreveu no seu site. No Shanghai, Drogba reencontrou Nicolas Anelka, seu colega de equipa no Chelsea entre 2008 a 2011.
Menino sem pés treina no Barcelona
Rui Marques Ex-internacional lança projecto de formação
Gabriel é um menino de 11 anos que nasceu sem pés, mas adora jogar futebol.
O ex-futebolista internacional angolano Rui Marques integra um
e não tem pés, mas isso nunca o impediu de jogar futebol. O canal de televisão
projeto empresarial de formação em gestão e dirigismo no país, com
Globo descobriu-o e, agora, o menino brasileiro está a treinar numa escola do
o objetivo de melhorar a qualidade desportiva, através da consultoria
Barcelona. A reportagem da Globo descobriu-o por ser o líder de uma equipa
em eventos e marketing. Inserido na empresa “Angol Sports”, o antigo
de futebol da escola. A história teve tanto sucesso que chegou ao Barcelona. O
defesa afirmou que a missão do projeto é “a melhoria da qualidade na
clube catalão convidou-o para participar numa escola de verão que tem no Rio
formação, eventos, marketing e publicidade, turismo desportivo, entre
de Janeiro durante as férias. Mesmo sem pés, o menino consegue chutar, driblar
outras, resultante da perceção de procura específica de competências
e passar a bola como qualquer criança da sua idade. “Apesar de não ter pés tem
não atendidas pelos agentes”. Sobre a formação, referiu ser pretensão
uma coordenação motora sensacional”, disse à tv brasileira Maurício Soares,
do projeto contribuir para o aumento do nível específico, com ações
fisioterapeuta do Barcelona Camp. O treinador que o descobriu na escola afirmou
estruturadas e dedicadas a todas as modalidades e áreas do desporto,
que “faz coisas que eu, com os dois pés, não consigo fazer”. Gabriel inspira-se em
bem como “promover mais práticas em todas as vertentes do
Messi, que teve um problema de crescimento mas acabou por ultrapassá-lo. O
desenvolvimento desportivo”.
menino diz que se imagina, um dia, a fazer o mesmo que o jogador argentino.
O Barcelona já lhe reconhece o talento. Gabriel nasceu com uma má formação
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DESPORTO
Manuela Bártolo
A
GRANDE ÁRE
a l o b a d s o n o d Os
mo forma em clubes co is, nários compr io il m os o tradiciona up outrora pouc agnatas ou gr , m es e ub qu cl l des bo ns te lhas rivalida o de que algu mundo do fu -se moda no vel pelo fact o inclusive ve sá ar nd on rn ta sp to en a re im tá to al , Es investimen excelente sua história desporto. Um ao longo da ropeias, com ester alcançadas de investir no em equipas eu s r te ta an os a ap nc a a (ING), Manch s, s nu pais. O Chelse cada vez mai stem glória ci o, ui in tã nq pr es co s os je vo es. ri ho ministrador têm sido os al multimilioná m os novos ad nha e França Empresários . co pa as Es os , id ss ec ra ce er qu es ar su nceiro. Inglat ram alcanç retorno fina ) já consegui potencial de Germain (FRA tin Sa s ri aga (ESP) e Pa co Makélélé, os meias Joe Cole City (ING), Mál ante stes, é import e Arjen Robben e o atacante Dide ém al ra Pa dier Drogba, além de recrutar o acar o Anzi st de m bé m ta , técnico José Mourinho, que haia ss Rú da , la Makhachka via sido campeão europeu com te an ac equipa do at o Futebol Clube do Porto (POR). o, Samuel Eto’ Foram milhões investidos que camaronês ina e do Ch trouxeram resultados imediada es ub e cl tos para os Blues. Na temporada e. nt ie O papa títulos Or io Méd
Ninguém sabe ao certo a trajetória destes novos milionários do futebol europeu – dos que já alcançaram conquistas e daqueles que ainda não deram as mãos para o sucesso. A verdade é que estas novas direções já atraíram a atenção da UEFA, que delineou um plano para trazer maior competitividade às equipas, diante desta avalanche de dinheiro que está a ser injetada no futebol do velho continente. 66
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Antes um clube mediano, o Chelsea tem-se transformado num autêntico papa títulos. O clube inglês foi um dos pioneiros nesta nova ordem do futebol, onde milionários compram o clube, investem montantes avultados de dinheiro e alcançam um sucesso jamais conquistado. Em 2003, o clube foi adquirido pelo russo Roman Abramovich, que não poupou os seus “petrodólares” para investir na equipa inglesa, trazendo com ele grandes atletas, como o guarda-rede Petr Cech, o defesa central Ricardo Carvalho, o trin-
2003-2004, ainda sob o comando do técnico Claudio Ranieri, a equipa chegou às semifinais da Liga dos Campeões da Europa e terminou como vice-campeã da Liga Inglesa, algo que o clube londrino não alcançava há anos. No entanto, com a entrada do treinador português, as coisas viriam a ficar ainda melhores. Em três anos no Chelsea, Mourinho, com a ajuda das grandes contratações feitas pelo bilionário russo – na última temporada do comandante no clube, Abramovich contribuiu com mais dois grandes reforços: Michael Ballack e Andriy Shevchenko,
conquistou duas vezes o Campeonato inglês, que os Blues não ganhavam há 50 anos, duas vezes o campeonato da liga inglesa e uma vez a taça de Inglaterra. Foram cinco triunfos em três temporadas à frente da equipa londrina. Em 100 anos de história (fundado em 1905), o Chelsea só havia conquistado um título do campeonato inglês até à data - na temporada 1954-55. Em três anos, o clube de Standford Bridge recebeu duas taças da Premier League, algo inacreditável para os seus adeptos, mas o melhor ainda estava por vir. O Chelsea conquistaria mais um campeonato inglês, na temporada 2009-2010, mas o que faltava agora para a equipa londrina era um título europeu. Após mudar um pouco a estratégia e passar a investir em jovens promessas, como o defensor David Luiz, o trinco Mikel e o meia Juan Mata, os Blues conquistaram a inédita Liga dos Campeões da Europa na última temporada (2011/12).
O novo rico
O Manchester City é considerado o novo rico de Inglaterra, que demorou a afirmar-se, mas finalmente atingiu o êxito, depois de ter sido comprado, em 2008, por um grupo árabe, representado por Sulaiman Al Fahim. No entanto, apesar dos milhões no bolso, os resultados não vieram rápido e a equipa continuou a figurar durante algum tempo em posições medianas. O grande investimento começou a dar retorno apenas na temporada 2010-2011. Após a injeção de mi-
lhões de libras em contratações – o lateral Kolarov, o trinco Yaya Toure, os meias David Silva e Milner e os atacantes Balotelli e Tévez chegaram à equipe azul –, tornando ao City possível constituir uma grande equipa. Nessa temporada, sob o comando do técnico Roberto Mancini, os Citizens conseguiram a tão almejada classificação para a Liga dos Campeões e o título da copa de Inglaterra acabou com um jejum de 35 anos sem conquistas. Foi, no entanto, na temporada 2011-12, que o Manchester City escreveu uma das páginas mais brilhantes da sua história. Com mais aquisições milionárias – contratações do lateral Clichy, do meia Nasri e dos atacantes Agüero e Dzeko –, a equipa de Roberto Mancini conquistou o título inglês, que não era do City há 44 anos, após um jogo dramático diante do Queens Park Rangers, quando Aguero e Dzeko marcaram nos acréscimos da partida e deram a vitória e o título à equipa de Manchester. Nesta mesma competição, o City aplicou uma goleada por 6 a 1 ao seu maior rival, o Manchester United. Foram emoções nunca antes vividas por um adepto azul de Manchester e isso pode ser visto na invasão do campo após a conquista da Premier League. Quatro anos após ter sido comprado por um grupo milionário, o Manchester City transformou-se numa das maiores potências do continente europeu. Antes, era apenas um clube mediano na terra darainha.
O arrivista
Para uma equipa marcada por títulos de divisões inferiores de Espanha, exceto por um modesto título europeu (Taça Intertoto de 2002), o Málaga conseguiu impor-se no país na última temporada. Um sucesso que em parte se deve à compra do clube, em 2010, por um sheik milionário. Como é de costume nos clubes que se tornam ricos da noite para o dia, a equipa espanhola operou grandes contratações, com destaque para o guarda-redes Demichelis, o trinco Toulalan, os meias Júlio Baptista e Santi Cazorla e o veterano atacante Ruud Van Nistelrooy. Na última temporada, com a excelente equipa que foi construído, o Málaga conseguiu, pela primeira vez na sua história, uma posição na principal competição europeia: a Liga dos Campeões.
Candidatos ao torno
Makhachkala, que disputa a primeira divisão russa, foi comprado por um bilionário russo, mas por enquanto só se tem destacado pelas grandes contratações, como a do atacante Samuel E to’o. Em Inglaterra, o Nottingham Forest, que já foi campeão europeu duas vezes (1979 e 1980) foi recentemente comprado por um empresário do Kuwait. O objetivo é fazer o clube voltar a conquistar um título, mas primeiro os Reds precisam de voltar à primeira divisão do futebol. Em Espanha, o Getafe pretende seguir os passos do Málaga. No ano passado, o clube foi comprado pelo Royal Emirates Group.
Com o sucesso alcançado pelos ingleses Chelsea e City e pelo espanhol Málaga, muitos clubes espalhados pela Europa e pelo mundo tentam alcançar glórias através do mesmo método adotado por eles. O próximo milionário a despontar como potência deve ser o Paris Saint-Germain (FRA). Com o brasileiro Leonardo como dirigente, o PSG está a formar uma equipa do mais alto nível para a próxima temporada. Com a contratação de Ibrahimovic, Lavezzi e Thiago Silva, o clube francês pretende acabar com a carência de títulos na próxima temporada. Mas o PSG é só mais um dos novos milionários da Europa. O Anzhi 2012
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UEFA contra-ataca
A UEFA e o seu presidente, o ex-jogador Michel Platini, pretendem colocar em prática, já na próxima temporada, o “Fair Play Financeiro”, nome dado às novas regras que serão impostas pela federação. A intensão é regular essas injeções de dólares que estão a ser realizadas nos clubes. O “Fair Play Financeiro” fará uma análise das finanças dos clubes e punirá todos aqueles que apresentarem dívidas. Ou seja, os clubes ficam impossibilitados de gastar mais do que podem pagar. O clube que não cumprir as medidas, estará sujeito a ficar de fora das principais competições europeias. Para não sofrer as punições previstas na medida, o Manchester City, por exemplo, deve promover uma redução do seu plantel atual. Alguns dos jogadores que não são muito utilizados, como De Jong e Kolo Toure, devem ser negociados, a fim de equilibrar a balança. 68
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World League Association O velho conflito entre os grandes clubes europeus e as máximas organizações do mundo de futebol segue agora num novo formato. O nascimento da World League Association coloca a nu as debilidades da FIFA face a uma nova fonte de poder alternativo alicerçada nos clubes economicamente mais poderosos do futebol mundial. O primeiro round foi ganho pela WLA, formada oficialmente no passado mês de março. A luta pela primazia nos corredores do poder do futebol internacional vive mais um confronto direto e pela primeira vez em muitos anos os clubes parecem levar vantagem. No entanto, era simplesmente uma questão de tempo até que os grandes clubes europeus voltassem à carga. Depois do final do polémico G14, as grandes organizações internacionais como a FIFA e a UEFA respiraram de alívio. Viver com a pressão constante dos verdadeiros motores económicos e sociais do jogo ameaçava tornar-se insustentável. Mas apesar do grupo liderado por Bayern Munchen, Real Madrid e AC Milan ter chegado ao fim, a pressão
dos grandes clubes em assuntos relacionados com o calendário internacional, as compensações económicas pelos jogadores convocados para os duelos internacionais e a organização dos grandes torneios continuou bem viva. Primeiro de forma isolada. Mais tarde através da formação da ECA (European Clubs Association). E agora com o nascimento da World League Association. Um grupo diretivo de excelência que promete vencer o pulso de ferro com os poderes estabelecidos na FIFA de Sepp Blatter e nas organizações continentais, com a UEFA de Michel Platini à cabeça. Quando Leonardt Johanssen permitiu aos grandes clubes europeus controlar a Champions League, abriu-se uma caixa de Pandora que até hoje tem sido impossível de controlar, tanto pela UEFA, como pela FIFA. O desenho da competição foi criado para gerar o máximo rendimento possível aos clubes da elite europeia e rapidamente o termo “campeão” passou a ser folclore popular num torneio onde marcam presença quatro representantes das três ligas mais poderosas do velho continente e três e dois da maioria das restantes provas. Foi o primeiro, mas não o último passo. O sucesso mediático e económico do torneio abriu os olhos aos dirigen-
tes de grandes emblemas que olhavam ansiosos para o modelo NBA, sonhando com uma milionária Euroliga europeia com máximo rendimento desportivo e financeiro. A formação do G14 a partir de uma tríade composta por Florentino Perez, Adriano Galliani e Uli Hoeness, abriu uma enorme brecha entre os clubes que disputavam o título europeu e a organização do torneio. Um pulso que durou mais de meia década com ganhos económicos substanciais para o grupo que logrou, pelo caminho, acabar com a Taça das Taças e asfixiar o modelo económico da antiga Taça UEFA, hoje Europe League. Mas a pequena e curta rebelião dos pequenos fartou-se da hegemonia dos grandes da Europa e elegeu Michel Platini no duelo contra Johanssen. E o homem de confiança de Blatter, também a livrar a sua particular batalha com o G14 pelo calendário e os seguros dos internacionais, logrou desarmar o poderio do grupo abrindo o máximo torneio europeu a todo o continente de forma sustentada. O nascimento da WLA é, por isso, um duro golpe para uma FIFA minada por dentro pelos escândalos da presidência Blatter e uma UEFA indecisa sobre o futuro do seu próprio presidente, de olho no trono do seu mentor para 2014.
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INSIGHT
‘O maior atleta olímpico da história’
— Michael Phelps repetiu, mais uma vez, antes do Jogos de Londres, que mais importante do que alcançar o alto rendimento dos últimos anos, é divertir-se. Contudo, assistiu-se ao oposto. O nadador americano terminou provavelmente a sua última prova olímpica de forma impecável. Conquistou 22 medalhas e continua a emocionar o mundo. É o maior vencedor na história dos jogos e o maior competidor também. A sua dimensão é superior aos seus 27 anos. Construiu um currículo muito difícil de ser alcançado no futuro da natação e deu a todos os amantes da modalidade momento sublimes, como este que aqui exemplificamos. O nadador já declarou que não está nos seus planos disputar o Rio 2016. No entanto, ficará para sempre na nossa memória.
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FORA DE JOGO
“Doutores” do desporto e educação física “Tão importante quanto o que se ensina e se aprende é como se ensina e como se aprende” César Coll
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Há muito que é consensual a necessidade de investir na formação despor— tiva, na criação O complexo da Universidade de uma base de Metodista de Angola tem um sistema conhecimento de captação direto de água do rio que colmate as Bengo e outro de tratamento. O dificuldades dos equipamento tem a capacidade para praticantes das tratar 20 metros cúbicos de água por várias modalihora. dades e que não dispõem de técnicos com formação adequada. Uma licenciatura cursos intensivos de treinadores, masem desporto ou educação física é solisagistas, fisioterapeutas, entre outros. citada pelos responsáveis e dirigentes Alívio para estudantes desportivos há muito e assumiu-se coÉ a primeira alternativa nacional para mo o passo natural numa política que todos os alunos com formação média visa a promoção de hábitos saudáveis em Educação Física e Desporto, oriundesde tenra idade e de conscienciados do Instituto Normal de Educação lização para a prática desportiva nas Física (INEF). Até ao ano passado, toescolas. dos os que queriam seguir esta via O sonho concretizou-se este ano, deno ensino superior tinham inevitavelvido à criação do Campus da Saúde e mente que sair do país, pois não exisdos Desportos da Universidade Metotia oferta nesta área. dista de Angola (UMA), que foi inauA UMA é atualmente capaz de minimigurado em março. É o primeiro curso zar a carência de ensino neste setor e superior da especialidade a surgir em dinamizar a prática desportiva. O noAngola e coloca a Caop Velha (edifício vo curso vai “dar formação às pessoas que deu lugar ao campus) na lista das e capacitá-las para desenvolverem as referências nacionais para os futuros suas atividades como professores ou universitários. Daqui sairão os técnitécnicos de diferentes modalidades cos desportivos de amanhã. desportivas”, congratula-se o diretor O curso superior de Ciências do Desda licenciatura, Manuel Botelho. porto e Educação Física arrancou este Na obra todas as modalidades foram ano letivo com 50 inscritos. Uma fase contempladas. O recinto tem todas as ainda experimental em que o leque de condições para responder às exigêninteressados acabará por aumentar cias de uma licenciatura que é basno próximo ano em função do melhor tante prática. Além de um estádio de conhecimento do plano curricular. futebol com as dimensões oficiais da O campus, localizado no Cacuaco, foi FIFA, o espaço tem uma pista de tardotado de condições específicas patan para o atletismo, uma piscina de ra a boa preparação desportiva, alhidromassagem e reabilitação física, bergando igualmente licenciaturas uma piscina para competição, ginásio na área da saúde e estando prevista para musculação, espaço para ginása futura aposta na implementação de
Preocupação ambiental
tica e um gimnodesportivo preparado para o basquetebol, andebol e futebol de salão. Os alunos contam ainda com uma piscina para o ensino da hidroterapia e campos para o ensino de modalidades que começam a estar em voga, como o ténis e o golfe. Condições que levam o responsável pela licenciatura a explicar que o campus da UMA é igualmente um espaço aberto à comunidade, pois a instituição considera que uma universidade “não funciona sem estar aberta à comunidade”.
Especialidade no segundo ano À semelhança de qualquer curso superior novo, a licenciatura em Ciências do Desporto e Educação Física tem um plano curricular que está gradualmente a ser definido. Nesta fase, em cada semestre serão lecionadas três modalidades, sendo que a escolha de uma especialização apenas ocorrerá no segundo ano. Nesse momento, o aluno terá a possibilidade de se formar numa modalidade coletiva ou individual. De início e considerando as condições infraestruturais da universidade serão ministradas as disciplinas de futebol, andebol, basquetebol, voleibol, futsal, ténis e natação. A licenciatura terá a duração de quatro anos. “Os cursos são para os estudantes universitários com nível médio no geral e que queiram seguir as disciplinas que aqui serão lecionadas, mas não se descura a possibilidade de abranger todos, principalmente a comunidade que vive nos arredores do campus”, explicou o responsável em declarações a um jornal diário, onde lembrou que este será o primeiro (e até ao momento único) curso que vai licenciar os futuros professores e técnicos desportivos, especialmente nas modalidades onde há uma grande carência
Aposta no desporto e saúde
— A abertura do espaço localizado no Cacuaco marca a aposta em áreas de ensino onde existe uma forte carência de profissionais. Detentor de condições técnicas específicas, como laboratórios, instalações desportivas e bibliotecas da especialidade, o edifício contribuiu para o alargamento da oferta educacional com licenciaturas em Engenharia Agro-pecuáriua, Reabilitação Física e Psico-social, Turismo, Gestão Hoteleira e Animação, Biologia, Economia e Cardiopneumologia. De entre os sete novos cursos, os da área da saúde serão complementares de uma boa formação desportiva, colocando no mercado profissionais capazes de auxiliar os clubes e as associações no tratamento físico dos atletas.
‘O campus, localizado no Cacuaco, foi dotado de condições específicas para apostar na implementação de cursos intensivos de treinadores, massagistas, fisioterapeutas, entre outros’
de quadros especializados. Quanto ao pessoal docente, a maioria virá de universidades portuguesas, onde proliferam licenciaturas nesta área e professores com larga experiência académica e profissional. A licenciatura terá ainda uma componente de formação pedagógica específica, pois está prevista a organização de seminários com treinadores nacionais e profissionais especializados em várias áreas desportivas, de modo a que os alunos tenham contacto com a realidade nacional e adquiram conhecimentos mais abrangentes sobre o desporto. A licenciatura divide-se em duas componentes de modo a alargar a panóplia de oportunidades profissionais. Por um lado tem a vertente de preparação de técnicos para treinar e ensinar as diversas modalidades desportivas. Por outro, tem a especialização em desporto de massas e educação física (uma área fundamental para generalizar o desporto nas escolas). Não descurando a componente do desporto adaptado e da reabilitação, o curso será planificado em parceria com o curso de Reabilitação Psico-social, de modo a promover o contacto dos alunos com disciplinas desta área para otimizar recursos e novas sinergias na área de investigação.
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CRUZAMENTO
Os novos ‘guerreiros’
— Foi o último convocado para a maior competição mundial. Tumba Silva foi repescado para pisar o palco de todos os sonhos. Uma vitória para uma modalidade que é ainda mal-amada em muitos países e cujos preconceitos são lentamente ultrapassados pela sociedade. O boxe nacional não é exceção. A crescente aposta na formação e na divulgação das mais-valias deste desporto começa a dar frutos. O regresso aos Jogos Olímpicos é o momento alto para federação de Boxe, que não alcançava este patamar competitivo desde 1992, data das Olimpíadas de Barcelona (Espanha).
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Vinte anos depois, Angola volta a ter uma palavra a dizer nos Jogos Olímpicos, no pugilismo. Até hoje Tony Kicanga era o embaixador nacional e motivo de orgulho para os dinamizadores da modalidade. A residir em Portugal, o atleta detém o título mundial na categoria de meiopesado do Conselho Universal de Boxe (UBC). O ícone da modalidade construiu grande parte da sua carreira em Portugal, onde representa o Health Club de Lisboa. Tem no currículo 38 combates, onde venceu por 15 vezes e ostenta 12 títulos da Associação Mundial Transcontinental de Boxe. Foi ainda medalha de bronze nos Jogos Pan-Africanos, no Zimbabwe, em 1995, e ouro em 1999, na África do Sul. Tony Kicanga é apontado por muitos como uma figura incontornável da modalidade, um talento bruto que desbravou caminho para a mudança de mentalidades. Foi graças a nomes como Kicanga e Eubank que o pugilismo africano ganhou destaque no plano internacional e que permitiu a mudança de perspetiva, pois muitos ainda consideram este desporto violento. “Apesar do preconceito de que o boxe é uma modalidade violenta, não corresponde à verdade, na medida em que é um desporto com regras e semelhante às demais. Todos os agentes envolvidos devem redobrar esforços para a implementação e prática no país onde se encontram talentos dispersos”, reconheceu recentemente o ex-pugilista Simão Muanda.
Alto rendimento O boxe amador ganhou novo rumo com a abertura do Centro de Alto Rendimento, no Estádio 11 de Novembro, em Luanda. A partir do ano passado, os praticantes da modalidade têm condições de trabalho e infraestruturas adequadas a uma formação mais profissionalizada. O equipamento, composto por dois ringues (adaptados às normas internacionais), 14 platron de pares e dois speed ball, veio
‘Prata da Casa’
Tony Kicanga
Simão Muanda
Tumba Silva
Aos 39 anos é uma referência do boxe mundial. É campeão na categoria de meio-pesado do UBC. Nasceu em Luanda, mas vive em Portugal desde 1990, onde já representou vários clubes de renome, como Algés, Boavista e Futebol Clube do Porto. Atualmente está no Health Club de Lisboa.
O antigo tricampeão de boxe da África Austral participou no campeonato do mundo que decorreu na China, em 2008. Simão Muanda arrecadou títulos nacionais e é reconhecido pelo trabalho desenvolvido em prol da massificação da modalidade. Do percurso profissional, há que destacar o cargo de secretário-geral do Team Elite e vogal de direção da FABOXE.
Tem apenas 26 anos e estreouse no palco de todos os sonhos. Tumba Silva foi repescado pela organização do evento mundial para competir na categoria 91 quilogramas, após ter sido eliminado no pré-olímpico da zona africana. Apesar de ter apenas quatro anos de prática da modalidade conseguiu alcançar o sonho de qualquer atleta: os Jogos Olímpicos.
colmatar uma das maiores carências da Federação Angolana de Boxe (FABOXE). Com espaços próprios para o desporto, os dirigentes estão confiantes de que será possível incentivar a prática do boxe e descobrir novos talentos. A convocação de um dos ‘pupilos’ da seleção nacional está a dar um alento extra para a continuidade do investimento na formação das camadas jovens. O antigo campeão de boxe da África Austral, Simão Muanda, tem assumido paralelamente um papel determinante na massificação da modalidade, especialmente junto dos mais novos. Reconhece que existem crianças e jovens com valor e que necessitam de formação para desenvolverem o nível competitivo e aperfeiçoarem as capacidades natas. O centro de alto rendimento é uma mais-valia, bem como a criação de escolas equipadas com material adequado. As associações e núcleos provinciais são decisivos no impulsionamento da prática desportiva.
A abertura do primeiro curso de educação física irá igualmente contribuir para a evolução dos atletas, colocando no mercado treinadores qualificados e capazes de dar uma formação profissional. O antigo atleta tem percorrido as diversas associações provinciais de boxe para entrega de material desportivo. Depois de Luanda e Huambo, Benguela recebe equipamentos desportivos para prática da modalidade, este mês. Em setembro, será a vez do Uíge e de Cabinda (terra-natal de Simão Muanda), concluindo o programa de apoio aos escalões de formação. Luvas, ligaduras, capacetes e protetores de boca estão entre os produtos oferecidos. O número de materiais oscila consoante o número de praticantes em cada província.
até aos nove anos na Jamaica. Diziam que era um aluno problemático mas, histórias à parte, foi o primeiro africano a sagrar-se campeão do mundo em boxe. O campeão de Boxe de peso-médio foi selecionador dos palancas e nos últimos dois anos foi responsável por percorrer cinco províncias à procura de novos atletas e escolher os 12 melhores do país. É ainda responsável pela criação da Academia Eubank, destinada à formação de jovens. Da experiência recorda que a modalidade tem ainda um longo caminho a percorrer, mas que os atletas nacionais têm a ‘massa’ necessária para serem extraordinários: inteligência básica. Considera que o sonho é possível, pois também iniciou a carreira num período em que as probabilidades de sucesso estavam contra ele. A força de vontade foi determinante e é essa garra que espera transmitir aos jovens angolanos, que considera atletas “verdadeiros e guerreiros de coração”.
A lenda Eubank Colocou África no mapa do boxe mundial. Cristopher Eubank nasceu em Londres, mas viveu
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Patrícia Alves Tavares
BLOCO DE NOTAS
Infraestruturas
Andebol
19º lugar no mundial
— A seleção nacional júnior feminina de andebol voltou a participar no campeonato do mundo da categoria, que decorreu na República Checa. Apesar de ter vencido a última partida contra a Argentina, a jovem formação não conseguiu melhor que a 19ª posição na tabela geral, caindo três lugares em relação à edição do ano anterior.
Primeiro centro no Zango IV
— O ministro da Juventude e Desportos, Gonçalves Muandumba, lançou a primeira pedra do futuro centro desportivo comunitário da localidade Zango IV, na comuna de Calumbo, município de Viana. O equipamento terá um campo de futebol com relva sintética e quadra polidesportiva coberta e exterior, que comporta ginásio, circuito de manutenção, anfiteatro, entre outros. É a primeira infraestrutura da zona e fica concluída em janeiro próximo.
Olímpicos
Missão preparada
— José Sayovo, Octávio dos Santos, Maria da Silva e Esperança Gicasso são os atletas convocados para representar o país na 14ª edição dos Jogos Paralímpicos de Londres 2012. Os angolanos entram em campo a 1 de setembro e vão disputar as provas das distâncias dos 100, 200 e 400 metros em atletismo para cegos. Após um breve estágio em Portugal, a equipa está desde dia 4 em Londres, onde realiza a última etapa do estágio.
6 Medalhas na CPLP — A última medalha chegou no dia de encerramento da VIIº Jogos da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), que decorreram em Portugal, de 5 a 15 de julho. A seleção de futebol alcançou a medalha de bronze ao derrotar a seleção cabo-verdiana e juntou-se aos colegas das equipas de voleibol de praia masculina, de andebol e de ténis masculino, que alcançaram igualmente o bronze nas suas categorias. O país obteve um número recorde de medalhas e trouxe ainda o ouro, conquistado por Esperança Jicasso, no atletismo adaptado, vencendo os 100 metros. É um feito inédito para Angola que nunca conseguiu tantas medalhas nesta competição.
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Futebol
Gustavo Ferrín é o novo selecionador
— O novo técnico dos Palancas Negros vai assumir a seleção por dois anos e tem o seu primeiro teste já a 15 de agosto, num jogo frente a Moçambique. O uruguaio Gustavo Ferrín é conhecido pelo trabalho com as formações jovens e vai orientar a equipa na próxima Taça das Nações (CAN), que decorre em 2013. Aliás, o sorteio dos jogos de apuramento para a competição deu a conhecer a equipa que os Palancas vão defrontar. Angola vai jogar com o Zimbabwe, primeiro fora e posteriormente em casa, onde decidirá a sua presença na final de África do Sul.
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Luanda Jazz Festival
‘Melhor edição de sempre’ Durante três dias o Cine-Atlântico voltou a receber um ‘mar’ de apaixonados por música e pela sonoridade do jazz. O Festival Internacional de Jazz continua a surpreender após quatro anos de muito trabalho e dedicação. De 27 a 29 de julho passaram pelo palco Palanca e Welwitschia nomes como Marcus Miller, Conha Buika, Hubert Laws, Boyz II Men, Manu Dibango e o talento dos angonalos Coreón Dú, Aline Frazão ou Conjunto Angola 70.
A Angola’in esteve nos bastidores do Luanda Jazz e falou com o diretor do certame, António Cristóvão. Uma entrevista em que o responsável falou das expectativas que tinha momentos antes de abrir as portas da melhor edição de sempre. Rodeado de artistas de topo e empenhado em dar um cunho cada vez mais luso-africano, António Cristóvão quer valorizar o semba e os novos rostos angolanos do jazz. Quanto ao intuito de captar o interesse diário de duas a três mil pessoas por dia, a missão foi cumprida. Para quem não teve a oportunidade de ver os concertos deste ano fica a certeza de que em 2013 haverá mais e melhor, caso ainda seja possível elevar mais a qualidade do certame.
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Está a chegar mais uma edição do Luanda International Jazz Festival. Quais as expectativas para este ano? As expectativas são as melhores. Esperamos receber entre duas mil a três mil pessoas por dia. Sabemos que isso é possível, pois este ano apresentamos o melhor alinhamento de artistas comparando com edições anteriores. Na edição do ano passado referiram que os próximos festivais poderiam estar comprometidos devido à falta de apoios financeiros. Essa situação foi ultrapassada? Ainda não foi ultrapassada na totalidade, mas estamos no bom caminho. Este ano juntamonos a outra empresa nacional para facilitar a angariação de fundos em termos de patrocínios. Estamos a trabalhar com o Ministério da
Cultura para que o apoio do Estado seja uma realidade. Por exemplo, este ano o Ministério da Cultura aumentou o apoio financeiro que dá ao festival, o que nos alegrou muito. Um festival desta dimensão não se faz apenas com patrocinadores. Precisa do suporte do Governo. Qual o orçamento para este ano? Apesar do aumento no número dos artistas e da qualidade, o orçamento mantém-se inalterado, uma vez que diminuímos o número de pessoal expatriado que trabalhava no festival. Neste momento, está em 3,2 milhões de dólares. Quatro anos depois considera que o festival já tem uma dimensão internacional que permite aos artistas reconhecer o evento?
CULTURA&LAZER A escolha dos artistas é sempre complicada, pois tem a ver com a sua disponibilidade. Este ano ainda foi mais difícil, pois começamos os preparativos muito tarde. Mas, o festival já tem algum nome a nível internacional e, por isso, houve artistas que preferiram cancelar alguns concertos para participar no nosso evento, o que para nós é um grande orgulho. “Luanda merece” é o lema do festival desde a sua criação. O que motivou essa escolha e o que simboliza este mote? Há quatro anos escolhemos esse tema, pois Luanda estava a reerguer-se como região saída de uma guerra para se tornar numa cidade cosmopolita. Era necessário termos eventos culturais desta envergadura para acompanhar o desenvolvimento económico da capital e do país a fim de colocar Luanda no mapa internacional deste tipo de eventos. Quisemos alterar a imagem menos boa que existia naquela altura. Mas, posso adiantar que vamos mudar de lema em 2013. O jazz tem cada vez mais seguidores? Como tem sido o feedback do público? O aumento do número de seguidores deste estilo de música é um facto. É nosso objetivo mostrar ao público que o jazz, ao contrário do que se quer fazer passar, não é um estilo de música tão elitista assim. Com o aumento do público que adere aos espectáculos todos
21 artistas de luxo Este ano, participaram no festival 21 artistas, dos quais seis angolanos e 15 internacionais, oriundos de diversos países. Marcus Miller, que é considerado um dos melhores baixistas a nível mundial, foi cabeça de cartaz, bem como Manú Dibango, o Maceo Parker ou a Cassandra Wilson. O trio americano Boyz II Men foi figura de destaque devido ao estilo mais comercial.
Patrícia Alves Tavares
os anos vemos que é uma realidade. As redes sociais, como o Facebook e o Twitter, também são uma demonstração disso. Como define o atual público do jazz? O atual público que gosta de jazz ainda não é tão diversificado como desejávamos. Mas evoluiu ao longo dos anos, apesar de vermos que o público cresce cada vez mais ao nível da classe média. Além da classe alta, são os que mais aderem. Tendo em consideração a sua experiência, sente que a formação dos artistas ainda falha a nível nacional e que é necessário incrementar? Sim, mas já começam a surgir algumas escolas de música em Angola. E não é só em Luanda, o que é uma demonstração desta necessidade. Por outro lado, querem apostar na formação de jornalistas culturais. Considera que a criação de uma imprensa especializada seria uma mais-valia para a divulgação da cultura e dos artistas nacionais? Escrever sobre cultura é completamente diferente de escrever sobre desporto ou política. Temos poucos jornalistas culturais e, com o crescimento do mercado de eventos e de grandes espetáculos, vamos precisar de profissionais especializados para dar resposta às necessidades desta indústria. Partindo de declarações do festival de 2010, diziam que “um dos objetivos principais do Luanda International Jazz Festival é colocar a capital do país no mapa de eventos internacionais de Jazz, fazendo de Angola um destino cultural por excelência”. É uma meta que está a ser alcançada? Sim, felizmente. Hoje já se fala do Luanda International Jazz Festival fora de Angola, principalmente os artistas que participam e que têm uma experiência inesperada e inolvidável, porque são recebidos de forma calorosa pelo público. É uma ponte para a projeção dos artistas nacionais e para o salto para outros palcos internacionais? Sem dúvida. Todos os anos, por exemplo, temos artistas angolanos no festival de Cape Town e estamos a fazer contactos com outros festivais na Europa e na América do Norte, onde possamos apresentar os nossos artistas. Como analisa o atual desenvolvimento do jazz em Angola e qual o desafio para os próximos anos? Estamos no bom caminho. Precisamos de locais para a promoção deste estilo de música para além dos festivais.
Workshops para todos os gostos Os visitantes do Luanda Jazz Festival tiveram ao seu dispor workshops sobre aspetos relacionados com a música. Este ano, as lições ficaram ao cargo de: Aline Frazão: Motivação, autoria e composição; Ricardo Lemvo: Composição e arranjos musicais – a experiência do artista; Hubert Laws: Instrumentos de sopro e harmonia musical; Ettiéne Mbappé :O Negócio da música em África.
FOTOGRAFIAS PÁG.79 - Massalo Cortesia do Luanda International Jazz Festival
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CULTURA&LAZER
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Eleições em BD O tema era inevitável. Em vésperas de eleições, a nona edição do Luanda Cartoon não passou ao lado do momento que se vive no país. Quase meia centena de artistas juntou-se à exposição de banda desenhada e cartoons que, além da habitual diversidade criativa, aproveitou o desenho e as artes animadas para sensibilizar o eleitorado e alertar para a importância do voto.
O Luanda Cartoon é já um velho conhecido dos amantes de banda desenhada. A nona edição, que decorreu entre 3 e de 10 de agosto, teve como protagonistas os “produtos” nacionais. Três dezenas de cartoonistas e onze talentos estrangeiros abrilhantaram as paredes do Instituto Camões e do centro comercial Belas Shopping com criações inéditas, repletas de humor e quase sempre com uma mensagem acutilante. Este ano, as atenções estiveram voltadas para o período eleitoral, agendado para dia 31 e cujas notícias fervilham em todos os meios. Além da programação habitual, nesta edição não houve um tema específico, mas muito bulício à volta do ato legislativo. De acordo com Lindomar Sousa, conhecido cartoonista e organi80
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zador do evento, foi introduzido no certame uma componente educativa com mostras alusivas à importância do voto. “Aspetos como civismo, cidadania e patriotismo serão tidos em conta”, adiantou na altura de apresentação do Luanda Cartoon. A criatividade continua em alta e os participantes surpreenderam com temáticas inspiradas na realidade do país e do mundo, onde o humor foi protagonista. Os irmãos Olímpio e Lindomar de Sousa, Tché Gourguel, Horácio da Mesquita, Armando Pululu, Casimiro Pedro, King André, Pai Jota, Canoth Júnior, Altino Chindele, Ermenegildo Pimentel e Eclips foram algumas das figuras nacionais que se associaram ao certame e mostraram que o cartoon em Angola está de boa saúde. Os jovens talentos também quiseram deixar a sua
marca, provando que serão capazes de levar o país aos grandes encontros internacionais. De fora vieram artistas aclamados como Eduardo Barbier (França), Hugo Teixeira, João Mascarenhas, João Amaral, Nuno Saraiva e Teresa Pestana (Portugal), Alexandre e Adams Damas (Brasil), Makhmud Eshonkulov (Uzbequistão), Zorito Chiwanga (Moçambique) e Jeremie Sing (RDC). Portugal teve a maior participação estrangeira no Festival Internacional de Banda Desenhada. Workshops e ‘banho’ de cultura Num palco em que as histórias aos quadradinhos são rainhas, há lugar para a formação e diversidade artística. O Luanda Cartoon ficou marcado pela exibição de filmes de animação e pelo lan-
çamento de várias obras, já que muitos autores aproveitaram a ocasião para apresentarem aos visitantes as suas recentes criações de Banda Desenhada. Seguiram-se workshops sobre múltiplas áreas, num espaço que é reconhecido pela componente formativa e de troca de experiências e aprendizagens entre os participantes. A interação com o público volta a ser nota de referência, num sinal de crescente aproximação e entusiasmo da população pela literatura em versão desenhada. Luanda voltou a assumir a insígnia de capital do cartoon em Angola, ao albergar o evento que acolhe muitos curiosos e turistas que passeiam pelo país nesta altura do ano. A constante capacidade de se reinventar fazem do Luanda Cartoon evento de destaque na imprensa internacional.
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PERSONALIDADES
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Em prol dos outros — O voluntariado corre-lhe nas veias. Desdobra-se pelos outros de forma incansável pois ama o próximo com a mesma intensidade que vive a própria vida. Simão Pascoal Hossi não é um defensor do voluntariado como tantos outros. Sente na pele as necessidades dos mais carenciados, é impulsionador acérrimo dos direitos das mulheres e fá-lo em qualquer parte do mundo. O fundador do Voluntários de Angola já participou no “International Visitor Leadership Program, United We Serve”, nos EUA, e mais recentemente partilhou a sua história de vida com todos os participantes do TEDxLuanda. São 27 primaveras em prol dos mais frágeis. Olha para o associativismo como “uma escola”, onde aprende diariamente e acredita que enriquece enquanto ser humano ao lado de figuras da sociedade civil, política e cultural. Já viajou por vários países onde trocou experiências e conviveu com outras realidades. Simão Pascoal Hossi, o menino do Huambo que tem como ídolos Nelson Mandela e Jonas Savimbi, é a personalidade desta edição. Porque nem só os grandes artistas, políticos ou desportistas são os embaixadores de uma nação, a Angola’in foi até às raízes mais profundas e encontrou talentos, desconhecidos para a maioria da população, mas que diariamente contribuem para um país melhor. Assim tem sido o percurso deste jovem que conquistou a plateia do primeiro TEDxLuanda ao mostrar o outro lado do voluntariado. Com apenas 27 anos, Simão Hossi tem um longo percurso profissional dedicado aos mais desfavore-
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cidos. Contudo, mantém o sonho de trabalhar para o desenvolvimento da província que o viu nascer, apoiando particularmente a área da educação e da formação cívica. O desejo de atuar para o seu povo está já em marcha com a associação que fundou, os “Voluntários de Angola”.
Vai à luta Numa entrevista recente, Simão Pascoal Hossi definia-se como uma pessoa dinâmica, persistente, simples, batalhadora e constantemente motivada para ir à luta pelo que é melhor para a sociedade que o viu nascer. Foi este o pensamento que transmitiu a todos os que assistiram ao TEDxLuanda. Apesar da formação em economia, o ativista dos direitos humanos é coordenador da Ação Angolana para a Mulher (AMA) e conta no currículo com experiências no voluntariado internacional (par-
ticipou no “International Visitor Leadership Program”, EUA), com um período de vivência no Brasil, onde esteve a trabalhar em áreas de defesa do género, da igualdade, dos direitos sexuais e da saúde reprodutiva. Aliás, a passagem por S. Paulo foi um marco no seu percurso em prol do voluntariado. Além do contacto com uma cultura distinta, percebeu que os brasileiros têm uma maior abertura no que toca a ações culturais e às tendências da globalização. Regressado a Angola, optou por ficar na capital onde fundou a sua própria organização não-governamental (ONG), a “Voluntários de Angola”, que desenvolve várias atividades junto das comunidades. O seu nome é presença assídua nas parcerias que têm surgido entre entidades governamentais e ONGs. Os direitos humanos e a educação são os setores que mais cativam a atenção
do ativista. Consciente de que nenhum jovem deve ficar fora do sistema de ensino público, debate-se constantemente pela criação de planos de gestão e políticos que visem todas as crianças, sejam habitantes dos centros urbanos ou das zonas rurais.
Raio X Nome: Simão Pascoal Hossi Idade: 27 anos Ensino: Instituto Médio de Economia em Luanda Formação: Direitos Humanos, Género e Violência, Resolução e Mediação de Conflitos Experiência: fundador da organização nãogovernamental “Voluntários de Angola”, em Luanda e coordenador na Ação Angolana para a Mulher (AAM) na área do género e violência contra as mulheres
· Nº07 · 2012
ECONOMIA & NEGÓCIOS · MARCAS ID · SOCIEDADE · FOTOREPORTAGEM · ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO · INOVAÇÃO & DESENVOLVIMENTO · DESPORTO · LIFE & STYLE · CULTURA & LAZER · PERSONALIDADES ANO IV - SÉRIE II REVISTA Nº07 - 2012 — 3,50 EUR 450 KWZ 5,00 USD — ISSN 1647-3574
Spetciyallee eLifedeiç& es ão — quando O que idealizamos ? xo lu em pensamos essa fez ’in A Angola à pergunta e partiu e lh para descoberta do hor mel o oferecer mundo. Inspire-se!
anastácio roque [cesacopa angola]
“O governo não é—o pai” ‘É a nossa instituição. Deve-nos prestar contas da sua atividade’. A frase dita por um empreendedor, apela à ação dos empresários. Distinguido pela ‘sua’ produção de café biológico, Roque Gonçalves aponta soluções para a agricultura
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