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Capítulo Onze
Eu abri minha boca, mas imediatamente a fechei porque meu coração começou do nada a entrar em nível cardíaco. Ele estava... Brock Mitchel realmente estava me chamando para sair? Bem, não me perguntando, mas me dizendo que iríamos sair para jantar, tipo, ele e eu? Nós? Mas isso não fazia sentido. Ele tinha sua noiva - uma noiva de verdade.
"O que?" Disse, com uma mistura de emoções me percorrendo por todos os lados. Apesar de saber que ele estava noivo, e de ter aquela muralha super reforçada que eu sabia que ele nunca cruzaria, uma doce ansiedade acendeu em meu peito. Segundos depois, bile ácida lavou tudo isso porque eu não era ela. Eu não era o tipo de mulher de se envolver com um homem que já estava com outra pessoa, nem mesmo se esse homem fosse aquele que passei a maioria dos meus anos apaixonada.
Não que eu ainda estivesse ou coisa do tipo.
Ele bateu seu joelho com o meu. "Nós temos um encontro durante um
jantar."
"Eu ouvi isso, mas eu... eu não entendi."
"Nós vamos até aquela steakhouse em Martinsburg. Sabe aquela na Queen Street?" ele explicou. "Nós vamos sair do trabalho e ir direto para lá."
Coloquei meu café em sua mesa para que eu não deixasse ele cair, porque minha mão estava começando a tremer. "Okay. Eu não tenho uma ideia do porquê você acha que temos um encontro, porque realmente não me lembro de você me perguntar, e você tem..."
"Acabei de ficar sabendo essa manhã, na verdade," ele explicou, e meus olhos se estreitaram em confusão. "Dois patrocinadores em potencial estão visitando a unidade da Philadelphia hoje e amanhã, e eles querem ver esse
lugar na quarta antes de voltarem para o oeste. Vamos conversar com eles durante o jantar."
Oh.
Oh.
Ele não estava me chamando para um encontro encontro. Duh, quero dizer, por que eu iria pensar isso mesmo? Ele estava noivo, e Brock nunca esteve interessado em mim desse jeito. Foi apenas um lapso de inteligência momentâneo.
Me sentindo idiota de todas as formas possíveis, eu coloquei meu cabelo atrás da orelha e disse. "Bem, acho que vou ter de cancelar meu encontro então."
"Você vai me agradecer mais tarde por isso." Ele piscou quando olhei para ele. "Acredite em mim."
"Okay. Essa conversa já saiu da linha," disse.
"Essas são as melhores conversas." Ele alcançou atrás dele e colocou sua grande mão em uma caneca.
Eu ignorei o comentário e reforcei. "O motivo que estou em seu escritório é porque eu queria ver você..."
"Demorou para você admitir isso," ele respondeu suavemente, e aqueles seus olhos escuros, profundos, estavam tão preguiçosos que aceleraram meus batimentos de novo. "Eu já te disse recentemente o quanto gosto quando você usa seu cabelo solto?"
"Não," sussurrei.
"Eu gosto. Você tem um cabelo bonito." Seu maxilar ficou tenso. "Nunca notei isso antes. Você sempre usava ele preso, não?"
"Hum."
"Ah, é verdade. Sempre preso." Com uma mão ainda segurando a caneca, ele pegou uma mecha do meu cabelo, passando seus dedos por ela. Sua voz ficou mais grossa quando ele disse, "Você sempre foi uma menina bonita. Eu sei que já disse isso para você antes, mas você se tornou uma linda mulher."
Eu queria rir, perguntar se ele andou bebendo hoje de manhã, mas meu coração estava batendo muito rápido. Eu não fazia ideia de como processar o que ele estava fazendo e falando. Brock tinha me dito que eu era bonita antes, mas ele sempre dizia isso de um jeito que era apenas um elogio passageiro, um dizer que não significava nada. Ouvir isso saindo de sua boca agora não era mais como antes.
Levantando meu olhar para o dele, eu descobri que não conseguia mais olhar para longe. Brock era cem por cento um homem formado agora e ele nunca, nunca tinha olhado para mim como nesse momento, como se ele... se ele estivesse com fome, e eu não entendia como ele poderia estar me encarando desse jeito. Não fazia sentindo, não no mundo em que vivíamos.
Brock soltou meu cabelo e seus dedos passaram pela minha bochecha. Minha pele formigou no lugar que seus dedos haviam tocado, como um jato de eletricidade passando por mim. Seu olhar saiu do meu, indo para minha boca antes de descer ainda mais, me deixando corada e com calor. Por baixo do suéter, eu podia sentir meus mamilos endurecendo.
Vagarosamente, ele voltou a olhar em meus olhos. Uma sombra passou pelo seu rosto e ele engoliu mais uma vez, antes de abaixar seu queixo. "Jillian, eu..."
"Estou interrompendo?"
Eu pulei ao ouvir o som de uma voz feminina familiar. Um raio de surpresa passou sobre o rosto de Brock antes do seu maxilar enrijecer. Eu olhei sobre meu ombro e quase caí da cadeira quando voltei a olhar para frente, meus olhos arregalados.
Era sua noiva.
Kristen Morgan.
Ai meu Deus.
Meu rosto pegou fogo, e eu imediatamente queria explicar que qualquer coisa que parecesse que estávamos fazendo não era nada igual ao que ela estaria pensando, mas eu não consegui porque Brock estava se levantando enquanto falava, seu tom duro e lapidado como um diamante.
"O que está fazendo aqui, Kristen?"
Oh wow, isso não soou nem um pouco amigável, e eu não conseguia me lembrar da última vez que ouvi ele falando desse jeito.
"É realmente tão surpreendente assim?" ela perguntou, seu tom tão rígido, e eu pensei que era um bom, realmente bom momento para eu sair do seu escritório.
"Eu falo com você depois," disse a Brock, cujo olhar voltou para o meu. Sua expressão realmente estava fechada, completamente ilegível.
Pegando meu café, eu inalei profundamente e me virei, finalmente olhando para Kristen pela primeira vez em muitos, muitos anos.
Nós duas ficamos sem ar no mesmo momento.
Obviamente por motivos diferentes.
O tempo tinha sido amigo dela. Ela estava mais bonita do que eu me lembrava. Alta e magra, seus cabelos loiros na altura do ombro estavam cortados de um jeito moderno, um pouco mais longo na frente que atrás. Suas feições eram perfeitas - rosto definido e um pequeno e perfeito nariz, pele macia e dourada. Ela estava usando jeans skinny. Nunca na minha vida eu conseguiria colocar minha bunda e minhas coxas em um par de calças claras, mas ela fazia isso e ainda estava usando sapatilha e uma blusa de gola alta ajustada.
E ela estava linda.
Ugh.
"É bom te ver, Kristen," eu disse, passando por ela.
Ela não respondeu enquanto me encarava, seus olhos azuis claros arregalados.
Eu não me deixei pensar sobre porque ela parecia chocada quando me viu, enquanto saía do escritório. Não importava, e eu me recusava a passar um segundo sequer estressada sobre isso.
Andando de volta para meu escritório, eu fechei a porta e fui para minha mesa, colocando minha caneca sobre ela.
"Bem," eu disse em voz alta, colocando minha testa em minhas mãos. "Nada disso saiu conforme eu esperava."
Ver Kristen me lembrou da primeira vez que eu a vi. Isso era a última coisa que eu queria pensar sobre, mas sua presença me trouxe de volta memórias daquela noite, elas passando de novo e de novo na minha cabeça como uma rede de humilhações que funcionava 24hrs. Aquela noite em que Brock... a tinha escolhido ao invés de mim.
"Ele vai transar essa noite," uma voz de menina cantava em meu ouvido. "Provavelmente mais que uma vez e, provavelmente, com mais de uma dessas meninas taradas."
Eu fiquei tensa. Calor subiu pelas minhas bochechas antes de correr pelo meu rosto e descer pela garganta. "Não, ele não vai."
"Sim, ele vai," Sussurrou a voz diabólica em minha cabeça.
Nope. Eu me recusava a ouvir essa voz estúpida. Esse final de semana era diferente e essa noite não iria terminar no quarto de Brock se
transformando em uma parada de trem para ficadas de uma noite. Nós iríamos sair para jantar. Só estávamos um pouco atrasados, só isso.
Ajeitando minha postura, eu olhei para Katie. Seus lábios rosa-chiclete estavam virados para baixo no canto enquanto ela encarava o bar. Eu não ousei olhar mais para o sul além de seu rosto, mesmo que parecesse que eu estava enfeitiçada para fazer isso. Ela mal estava vestida. Tipo, tudo que ela estava usando era um sutiã e shorts que eram menores que a calcinha que eu normalmente usava. Ela estava na sua folga - uma folga que acho que ela tirou mais cedo já que mal eram oito da noite.
"Nós vamos sair já, já," insisti, virando o bracelete em meu pulso. "Ele só não via esses caras há bastante tempo."
"Uh huh. Menina. Querida criança. Babe boo boo," Katie cantarolou, se inclinando para frente. E eu estava com medo que seus peitos fossem cair em cima da mesa entre nós. "Abra seus olhos e olhe - realmente olhe."
Parte de mim não queria fazer isso, mas eu fiz, porque eu não consegui evitar e, quando eu olhei, eu vi Brock primeiro. Eu sempre o via primeiro.
Ele era o homem mais lindo que eu já havia visto, e isso realmente queria dizer alguma coisa, já que Jax, um dos donos do Mona's, estava atrás do bar, e ele era incrível. E Brock estava lá de pé com dois dos policiais mais lindos do estado - Reece e Colton Anders.
Mas eles não chegavam aos pés de Brock.
Ele tinha seu quadril apoiado contra o bar, sua cabeça inclinada para trás e estava rindo de algo que Colton tinha dito. Vestindo jeans desbotados e uma camiseta justa preta que mostrava os músculos e seus antebraços, ele tinha acabado de cortar seu cabelo castanho de novo. Estava curto nas laterais e mais longo no topo, arrepiado.
Meu olhar mudou para a esquerda, onde um grupo de colegiais vestidas para festejar estavam paradas. Eu queria pensar que elas não eram parte da
conversa com Brock, mas aí eu estaria mentindo para mim mesma. Reece e Colton não estavam prestando atenção nelas, mas Brock estava.
Uma das meninas eu reconheci. Seu nome era Kristen - Kristen Morgan. Eu não a via há anos, mas nós tínhamos frequentado o colegial juntas. Ela tinha a minha idade, e ela era linda. Cabelo loiro acinzentado e olhos azuis brilhantes, ela tinha um corpo que combinava com seu rosto.
Seu top deixava sua barriga de fora, revelando um piercing no umbigo, algo brilhante. Eu queria pegá-la pelo seu cabelo enrolado e arrancar sua bunda desse bar. Ela estava tocando Brock, tocando-o de um jeito que dizia que eles se conheciam ou que ela queria conhecer. Sua mão pálida estava em seu braço enquanto ele se virava para ela, um meio sorriso em seus lábios. Kristen se inclinou nele, pressionando seus peitos em seu bíceps. Brock estava sorrindo para ela, e era um sorriso que eu já tinha visto antes, muitas vezes antes, mas nunca direcionado a mim.
Perdi a respiração enquanto meu peito se contraía. A mão de Kristen tinha saído de seu braço e estava agora em sua barriga - na barriga dele!
"Você vê o que estou vendo?" Katie perguntou.
Fechando meus olhos por um momento, eu engoli rápido o nó que se formava em minha garganta. "Nós vamos sair já, já."
"Oh Jilly," ela murmurou.
Eu me movi em meu banco, envergonhada pelo seu tom. Eu sabia o que ela estava pensando. Que eu era boba e ingênua. Meu coração estava acelerado enquanto eu olhava de volta pro bar. Brock estava prestando atenção em Reece e Colton de novo, mas Kristen... seu braço estava envolvendo sua pequena cintura.
O aperto em meu peito ficou mais forte.
"Eu tenho que ir logo. Voltar para o trabalho," Katie estava dizendo, e eu parei de olhar para Brock. "Posso te acompanhar para fora."
O nó voltou, subindo pela minha garganta. "Tudo... tudo bem," disse meio rouca. "Nós vamos sair já, já."
Mas nós não tínhamos saído.
Eu nem deveria estar no Mona's naquela noite. Nem Brock. Se ele tivesse feito o que havia prometido, tantas coisas seriam diferentes. Nós nem teríamos encontrado Kristen ou, talvez, nossa amizade teria permanecido a mesma durante os anos. Ou, e se eu tivesse ouvido Katie e ido embora com ela? Quem sabe o que teria acontecido?
Mas eu não estaria ali, e o que aconteceu depois naquela noite poderia ter acontecido com qualquer outra pessoa, ou nem mesmo poderia ter acontecido. Eu nunca vou saber, porque não posso voltar no tempo.
Eu nunca poderia voltar no tempo.
Era tarde de terça quando consegui falar com Brock sobre expandir a Lima Academy para territórios desconhecidos. Ele tinha desaparecido com Kristen na segunda e não voltou até tarde daquele dia, fechando a porta atrás de si.
Eu, sabiamente, tinha o deixado em paz.
Na segunda à noite eu tinha feito dois telefonemas. Primeiro para Grady dizendo que não iria conseguir jantar na quarta por causa do trabalho. Ele pareceu desapontado, mas graciosamente me chamou para sair na semana seguinte. Nós deixamos algo meio agendado para sábado.
Eu me senti mal por cancelar, mas eu não me senti... animada sobre ter reagendado o encontro. Talvez fosse ficar quando chegasse mais perto. Talvez eu devesse transformar isso em algo maior. Compraria um vestido novo. Faria algo especial com meu cabelo. Depilaria minhas pernas.
Tiraria do armário as armas maiores.
A segunda ligação tinha sido para minha mãe. Nós conversamos um pouco, sobre como eu estava me adaptando ao trabalho, e ela perguntou sobre meu encontro com Grady. Falamos quase que por uma hora e, antes de desligar, ela finalmente me perguntou sobre Brock.
"Como estão as coisas com ele?" ela perguntou, sua voz cuidadosa.
Eu estava brincando com Rhage, balançando um daqueles ratinhos de brinquedo. "As coisas estão boas."
"Isso não me pareceu convincente, querida."
"Bem, elas realmente estão boas. Estamos nos dando bem," disse a ela. "Acho que somos novamente... amigos. Acho."
"Oh, querida, isso é bom de se ouvir. Seu pai não me contou que ele estava assumindo a posição de GG. Ele sabia que eu iria te avisar," ela explicou. "Ele quer tanto que vocês..."
Eu congelei. "Que...?"
Ouve um momento de silencio. "Apenas se deem bem. Ele sabe que com vocês dois na filial de Martinsburg, não vai demorar para que ela seja tão famosa quanto a daqui."
Foi bom ouvir isso, saber que meu pai acreditava em mim, mas eu também sabia que esse não era o único motivo que eles estavam perguntando sobre Brock e eu.
Eu nunca admiti meus sentimentos sobre Brock, não para meus pais, nem para Abby ou Katie. Fazer isso apenas parecia que eu nunca poderia voltar a escondê-los, mas enquanto eu encarava a minha TV muda, eu fiquei tão cansada, de repente, de... de não ser honesta.
"Mãe, eu estive apaixonada pelo Brock desde o momento em que ele pisou na nossa porta da frente."
Mesmo que metade da minha audição fosse uma merda, eu juro que ouvi ela inalar profundamente. "Jilly..."
"Eu sei que você sempre soube isso. Porra, todos sabiam. Mas nós... nós estamos okay agora. É..." eu me parei, puxando minha mão. A porcaria desse gato tinha enfiado suas garras em meu dedo quando eu parei de mover o brinquedo. Rhage olhou para mim. "Eu só quero que você saiba que não precisa se preocupar comigo... e com ele."
"Baby, eu nunca me preocupei com vocês."
Minhas sobrancelhas levantaram enquanto eu balançava minha mão dolorida. "Mesmo?"
"Não do jeito que você acha," ela disse misteriosamente. "Olhe, seus tios estão do lado de fora prestes a sair dos carros, esperando serem alimentados. Quando você vai vir para casa para nos ver?"
"No dia de Ação de Graças," disse a ela.
"Isso vai demorar tanto," ela reclamou.
Um pequeno sorriso apareceu em meus lábios. "Mãe, é só um pouco mais de um mês."
"Muito tempo," ela respondeu. "Te amo."
"Também te amo." desliguei, me sentindo um pouco mais leve, depois de ter admitido algo tão incrivelmente simples, porém pesado.
E agora era a tarde de terça e, novamente, eu estava andando até o escritório de Brock, esperando que dessa vez a conversa não fosse parar na Crazyville18 Batendo na porta, eu esperei.
"Entre."
18 Zona de loucura.
Inalando profundamente, eu abri a porta. Ele estava assistindo TV. Eu comecei a franzir o cenho, mas eu percebi que era o vídeo de um dos recrutas do segundo andar. "Você tem alguns minutos?"
"Seu cabelo está solto de novo," ele disse, olhando para mim. "Eu aprovo."
Eu fiz uma careta para ele enquanto fechava a porta atrás de mim. "Obrigada, mas não estava querendo sua aprovação."
Um pequeno sorriso apareceu enquanto ele pegava o controle remoto e pausava o vídeo. "O que aconteceu?"
Sentando, eu entrelacei minhas mãos. "Eu queria falar com você sobre uma possível expansão. Não é nada que a Lima Academy faria tipicamente, mas eu acho que é algo que vale a pena estudar."
Seu olhar focou em mim. "Continue."
Eu ignorei o jeito que seu olhar pesado me fazia sentir, como se não houvesse espaço entre nós. "Agora, a Lima Academy é focada no público masculino. Claro, com a exceção da academia e de algumas mulheres que temos que treinam MMA ou em aulas de defesa pessoal. Agora, sempre podemos trazer mais mulheres e jovens para as aulas tradicionais, algo que já estou focando, mas acho que podemos fazer mais." Levantei meus ombros. "Você se lembra da Avery, né?"
"A esposa do Cam?"
Concordei. "E você conheceu Jase Winstead? Sua esposa é a Teresa. Eles estão prestes a ter um bebe - um menino."
A expressão em seu rosto dizia que ele não tinha certeza de como isso se encaixava na expansão da Lima Academy.
"De qualquer modo, tanto Teresa e Avery eram... são dançarinas, dançarinas profissionais. Teresa treinou com uma das melhores academias de dança antes de machucar seu joelho, o que a impediu de continuar a carreira.
Por um bom tempo, elas vem querendo começar a dar aulas de dança, já que não existem muitas companhias nesse estado ou nas redondezas. Elas querem, eventualmente, abrir seu próprio estúdio, mas estão bem longe de conseguir fazer isso."
Dois dedos pressionaram contra seus lábios enquanto ele apoiava seu queixo em sua palma. "Okay."
"O que elas vem procurando é um espaço para as aulas, mas tenho certeza que você sabe que é difícil achar o espaço e conseguir o tipo de dinheiro necessário para começar um estúdio do zero," expliquei. "O que estava pensando é que já que temos muito espaço disponível, salas grandes que poderiam facilmente converter em um estúdio de dança."
Brock me estudou por um momento. "Você basicamente está sugerindo que aluguemos um pouco de espaço para aulas de dança?"
Eu atirei a ele um olhar. "Você não precisa dizer isso assim. Alguns desses dançarinos são mais legais que nossos lutadores. Especialmente quando se entra no aspecto do treinamento físico, o que por sinal, ginástica competitiva seria um ótimo caminho para se estudar também." Me inclinando para frente, eu segurei o braço da cadeira. "E oferecendo aulas assim não só chama atenção das meninas. Muitos homens gostam de dança. Pode ter vários níveis separados por idade e estilo. E não só isso, podemos vender a associação da academia para os pais," disse a ele. "E até oferecer também as aulas de defesa pessoal."
Brock pareceu pensar no assunto por um tempo. "E nós poderíamos incluir algumas de nossas aulas de nível mais baixo de artes marciais no pacote." Seus olhos estreitaram. "Mas se suas amigas estão interessadas em, eventualmente, abrir seu próprio estúdio e potencialmente levar nossos clientes com elas, qual o benefício para nós a longo tempo? Porque parece que estaríamos investindo bastante na transformação do espaço."
Eu já tinha me preparado para essa pergunta. "Se elas decidirem sair e abrir seu próprio estúdio, e isso é um 'se' nesse momento, nós podemos trazer professores diferentes," respondi. "Podemos também convencê-las a ficar aqui,
o que provavelmente se transformaria em um patrocínio e as habilitaria a ficar, mas nada disso é a questão atual. Com ou sem elas, nós podemos muito bem fazer algo diferente de tudo com sucesso."
"Hmm." Ele bateu no canto de seu lábio com os dedos. "Isso é diferente, e ir nessa direção é algo que aposto ser diferente do que Andrew estava pensando, mas seu pai é criativo." Ele pausou. "Assim como você."
Lutando contra um sorriso, eu concordei.
Brock pareceu processar por alguns momentos e, então, disse, "Não estou cem por cento de acordo com isso, mas eu acho que é algo que vale a pena estudar. O que queria ver é quem seriam nossos concorrentes, quanto eles estão cobrando, e que tipo de lucro podemos esperar depois de ter a estimativa de despesa na conversão do espaço."
Tive trabalho em conter minha animação. "Posso ver isso."
"Bem, vamos marcar um horário que ambas possam vir e ver o lugar e nós podemos entender o que elas estão pensando e o que seria necessário para atender suas expectativas," ele disse, abaixando sua mão. "Peça para elas virem com seus maridos."
Levantei uma sobrancelha. "Por que?"
"Porque tenho certeza que eu vou me distrair em algum ponto durante a conversa e eu posso usar os caras como uma desculpa e mostrar para eles as instalações." Ele sorriu quando revirei meus olhos. "Hey, eu estou só sendo honesto. Além do mais, nós seis poderíamos jantar depois. Um grande encontro feliz."
Agora minhas duas sobrancelhas estavam disparando para cima.
Ele riu enquanto se sentava de volta em sua cadeira. "Se você pudesse ver sua expressão agora. Fofa."
"Fofa?"
"Muito fofa," ele disse
Eu balancei um pouco minha cabeça, sem me permitir pensar muito sobre isso. "Eu não acho que seria aconselhável - essa coisa de grande encontro feliz."
"E por que não?"
"Bem, ontem foi um grande exemplo," eu me encontrei dizendo.
Ele inclinou sua cabeça para o lado e franziu o cenho. "O que teve
ontem?"
"Bem, você sabe, com Kristen aparecendo."
Ele começou a fazer uma carranca. "Não estou entendendo o que ela tem a ver com a gente jantando com nossos amigos."
Por um momento tudo que eu consegui fazer foi encará-lo. Com certeza, pessoas que estavam envolvidas com outras jantavam com várias pessoas aleatórias a todos os momentos, mas não era a mesma coisa aqui. Eu não era uma colega de trabalho qualquer. Eu nunca seria. Brock sabia disso.
Eu olhei ao redor, imaginando o quão óbvia eu precisava ser. "Kristen parecia bem aborrecida ontem."
"Isso é praticamente rotina para ela." ele comentou, seco.
Okay então. "Bem, talvez como seu noivo, você devesse corrigir isso, em vez de transformar em algo pior?"
"O que?" Brock riu, balançando sua cabeça, desacreditado. "Noivo?" Enquanto sua risada morria, um olhar de entendimento passou em seu rosto. "Oh, entendi."
"Entendeu?"
Seus olhos pareceram ficar ainda mais escuros quando seus cílios abaixaram. "Kristen e eu não estamos mais noivos. Eu terminei com ela a quase um ano atrás."