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Capítulo Dezesseis
"Isso... isso seria perfeito." Com uma mão sobre sua barriga saliente, Teresa virou devagar. "Eu até posso imaginar um espelho ali, de parede a parede. As barras do outro lado."
Avery concordou enquanto ficava ao lado da sua amiga. "Deus, isso é... isso é muito mais do que a gente esperava."
Eu me permiti dar um pequeno sorriso enquanto elas vagavam pela sala iluminada por luzes industriais. Nós já tínhamos perdido os meninos. Jase e Cam tinham desaparecido com Brock cinco minutos depois que nos encontramos.
Eu fiquei para trás e deixei Avery e Teresa fazerem o que era preciso. Haviam mais algumas salas que estavam vazias, mas eu achava que essa aqui funcionaria melhor já que era grande suficiente para poder ser dividida em mais de um espaço. Eu já tinha juntado parte da informação que Brock havia pedido, cotando o preço de outras aulas na região e a média de participantes. Como havia explicado para o Brock antes, não tinha muita concorrência.
"Então vocês acham que esse espaço funcionaria?" perguntei.
Avery olhou sobre seu ombro, seus olhos brilhantes e calorosos. "Sim. Isso definitivamente funcionaria."
"Alguns dos lugares que olhamos antes eram apenas salinhas sobre algum outro negócio que eram mantidas refrescadas por ventiladores de teto," Teresa explicou. "E nem vamos falar sobre a condição do piso desses lugares."
"Certo, pelo menos sabemos que esse espaço serve." Eu bati minhas mãos juntas enquanto batia com a ponta do meu sapato no chão. "O próximo passo é chegar o mais perto possível em uma estimativa de quanto iria custar para converter esse espaço em um estúdio de dança. E é aí que vocês entram," expliquei. "Eu passei um tempo olhando pisos e materiais, mas eu imaginei que
vocês duas saberiam exatamente o que seria preciso para fazer isso funcionar. Então o que eu quero é uma estimativa."
Elas se entreolharam e Teresa disse, "Podemos fazer isso."
"Fácil," Avery concordou. "Para quando precisa dessa informação?"
"Temos tempo. Estamos quase no fim do ano, então estamos cotando a verba para a primavera. Se tivermos luz verde para seguir com esse projeto, vamos precisar de autorização e tudo isso. Uma vez que tivermos a estimativa, então estaremos um passo mais perto."
Os olhos de Avery brilharam animados. "Você acha que isso vai dar certo?" ela me perguntou.
"Eu acho que Brock está dentro. Ele tem algumas preocupações sobre o custo e a lucratividade, o que é normal, mas acho que tem muito potencial para crescimento aqui," eu respondi sinceramente. "A parte difícil é fazer com que meu pai autorize. Ele é aberto a novas ideias, mas isso é algo que ele nunca considerou antes. Eu tenho que ter tudo preparado antes de falar com ele. Nós queremos ajeitar tudo isso antes para que não passe por sua cabeça recusar. Eu acho que podemos fazer isso dar certo."
Avery pulou de um lado para o outro, o que acho que era sua versão de uma dancinha feliz.
Rindo, Teresa levanto seu braço e os sacudiu antes de vir para onde eu estava. "Obrigada." Ela estava do meu lado esquerdo e colocou sua mão em meu braço. "Sério. Eu sei que isso não é oficial ainda mas obrigada por querer ajudar a gente e por tentar fazer isso possível. A dança foi uma grande parte das nossas vidas, e poder nos envolver seriamente com ela de novo não é nada menos do que um sonho sendo realizado."
"Sem problema." Corando um pouco, eu olhei para onde Avery estava sorrindo para nós. "Então, o que vocês acham sobre o tempo que vai levar, caso isso dê certo?"
"O timing é perfeito se estivermos falando da primavera antes das coisas começarem a andar," Avery disse, olhando para Teresa. "O bebê é para o fim de dezembro..."
"Graças a Deus," Teresa disse.
certo?" "E estamos falando no meio do verão para as classes estarem prontas,
Teresa concordou. "Certo."
De repente, houve uma risada masculina seguida de um som de algo humano atingindo um tatame.
Teresa olhou para as portas duplas com o cenho franzido. "Eu realmente espero que Brock não esteja mostrando alguns movimentos para eles."
"Deus, espero que não, porque eu já estou com fome e eu não quero passar a noite na sala de emergências," Avery concordou.
Eu ri. "Se ele estiver fazendo isso, ele vai pegar leve com eles." Meio que, adicionei em silencio.
Pela expressão no rosto de Avery, ela sabia que não era verdade. "Talvez devêssemos encontrar com eles."
"Não necessariamente," uma foz masculina disse da porta, e eu me virei para ver que Jase estava passando pelas portas, seu olhar fixo em sua esposa. "Sei que vocês estavam bem acomodadas sem nós, mas voltamos."
Teresa bufou. "Não acho que acomodadas é a palavra certa."
Um segundo depois, Cam e Brock entraram e eu aposto que Avery ficou aliviada em ver Cam aparecendo inteiro em vez de mancando. Ele imediatamente se juntou a ruiva, colocando seu braço sobre os ombros estreitos dela. Falando baixo demais para que eu pudesse ouvir, eu acho que o rubor que apareceu nas bochechas dela a fez ficar grata que o que quer que ele tenha dito, eu não ouvi.
Jase andou atrás da sua esposa e passou seus braços em volta dela, suas mãos descansando em sua barriga. "Tudo bem?" ele perguntou, beijando sua bochecha.
Fechando seus olhos, ela concordou enquanto apoiava nele. Eu senti um puxão em meu peito e olhei para baixo, me sentindo como se não devesse ficar olhando-os como uma boba. O amor que eles sentiam um pelo outro era palpável, o mesmo com Avery e Cam. Era bom estar rodeada de casais felizes, mas as vezes era difícil não ficar com inveja. Eu me sentia mal por me sentir assim, mas era difícil me imaginar onde Teresa e Avery estavam. Bem, quero dizer, eu podia imaginar, mas isso era tudo. Uma fantasia.
Eu olhei para Brock. Ele estava checando seu celular, seu maxilar tenso, e eu senti meu estômago fazer um mergulho olímpico. Ele tinha estado fora do escritório a maior parte da quinta feira e hoje, em várias reuniões, então eu não o tinha visto muito desde aquela tarde no meu escritório, quando ele me fez uma promessa - uma promessa que eu não entendi totalmente.
Ele me pegou essa manhã, usando a mesma desculpa que antes, e eu estava um pouco nervosa sobre voltar para casa com ele. Inferno, ir com ele de carro para qualquer lugar nessa altura do campeonato, já que ele não falou muito de manhã ou nas poucas vezes que eu o vi.
"Tudo certo?" Brock perguntou, abaixando seu celular.
Teresa e Avery praticamente explodiram em um coral de gracejos animados, e um pequeno sorriso apareceu no canto dos lábios de Brock enquanto ambos os maridos sorriam abertamente.
"Bom." Brock olhou para mim, sua expressão uma incógnita. "Então, vamos cair na estrada."
Começando com o que eu achava que era minha segunda dose de Jamerson, eu tentei entender como cheguei ao ponto da minha barriga estar
cheia, o sangue nas minhas veias quente e todos os músculos no meu corpo relaxados.
Tudo começou com vinho.
Vindo para o pequeno bar-restaurante, nós nos sentamos em uma mesa grande perto da janela de vidro e Teresa, que obviamente não podia beber, de algum modo me convenceu a beber por ela. Algo sobre viver a experiência através de mim.
Agora, eu sempre fui do tipo "apenas uma taça de vinho e pronto". Muito raramente eu bebia duas... ou quatro, e especialmente junto de outras pessoas. O negócio de ficar bêbada, você tende a esquecer de coisas sobre si mesma e, enquanto isso possa parecer ótimo, eu gostava de estar atenta ao meu redor... e minha boca estranha.
Mas antes deu perceber, e sem ter culpa também, eu bebi uma taça de vinho, e eu acho que tomei uma dose, e eu não estava mais pensando sobre minha boca e minhas cicatrizes, ou na conversa que tive com Brock na quarta, ou na noite que Brock quebrou meu coração e eu terminei com as ditas cicatrizes. Eu realmente não estava pensando nada sobre isso, e era maravilhoso.
Eu devia beber mais.
Agora eu estava encarando a segunda dose, imaginando como ela tinha aparecido na minha frente. Meio tonta, meu olhar foi do líquido cor de âmbar até Jase. Espere. Essa era a segunda? Ou era a terceira?
Eu acho que era a terceira.
"Não fui eu." ele ergueu suas mãos.
Avery, que também tinha me influenciado um pouco, riu. Seu rosto estava tão corado que eu mal conseguia enxergar as sardas. Cam não estava bebendo, então ele estava fornecendo a bebida para ela. Merecidamente, ela precisava extravasar. Cuidar das crianças deve ser... Meus pensamentos foram
interrompidos, e eu me lembrei de que estava tentando entender como essa dose apareceu na minha frente.
Eu me virei e olhei para Brock.
Ele estava sentado à minha esquerda, com os braços apoiados sobre a mesa. Ele deu de ombros enquanto pegava seu copo d'agua. "Pensei que você precisava de mais um."
Eu o estudei por um momento. "Você está tentando me embebedar?"
"Nunca." Ele arregalou os olhos, inocentemente. "Estou apenas tentando fazer você relaxar."
"Eu estou relaxada." Eu peguei o copo. "Totalmente relaxada," murmurei.
"Você normalmente é tão tensa como uma cobra," ele respondeu, e eu não fazia ideia se cobras eram tensas. Eu teria de acreditar na sua palavra. "Beba."
E eu bebi.
O líquido queimou minha garganta e fez meus olhos lacrimejarem. Lutando por ar, eu apertei meus olhos fechados. "Oh meu Deus, isso queima."
Brock riu e se inclinou para mim, seu braço direito pressionado contra o meu, e eu gostei. Gostei muito. "É uma queimação boa. Faz crescer cabelo no seu peito," ele brincou.
"Isso é quente," respondi, meu olhar indo do seu rosto até seu peito. "Você tem um belo peito."
Outra risada escapou de Brock. "Bem, obrigado."
No fundo da minha mente eu sabia que estava experimentando o pior caso de vômito de palavras, mas eu não conseguia me conter, ou importar. "Você ainda tem tatuagens em seu peito?"
Seu sorriso estava enorme enquanto ele me encarava. "Já que não quero passar por horas de remoção a laser, sim, eu ainda tenho tatuagens em meu peito, Jilly."
Eu concordei, feliz por ouvir isso. "Eu realmente gosto delas. Especialmente... a cruz. Yeah." Pausando, eu facilmente a imaginei na minha cabeça. "É toda céltica.... e etecetera."
"Céltica.... e etecetera." Jase riu. "Eu gostei de como isso soou."
"Eu também." Eu acenei para ele, em aprovação. Eu sabia que ele estava esperando por isso.
"Olhe!" Teresa bateu no braço de Jase de repente. "Eu estou tão feliz por não ser a única pessoa grávida aqui."
Jase riu. "É um restaurante e um bar. Última vez que conferi, grávidas eram permitidas em lugares que servem comida."
"Sim, mas ainda parece estranho," ela respondeu. "Parece que todos estão olhando para mim, me julgando em segredo."
"Fodam-se eles. Você nem os conhece. Eles não te conhecem," eu disse e, depois, fiquei de boca aberta. "Desculpa. Todos esses palavrões foi meio rude. Acho que estou alta."
Seus olhos arregalaram e ela sorriu. "Eu gosto da Jillian alta."
A Jillian alta também gostava dela. Eu voltei minha atenção para Brock. "Você... sabe o que?"
Ele tomou um gole da sua água e, então, se inclinou na minha direção de novo, e eu realmente, realmente, gostei disso. E eu também gostei do modo que seus olhos escuros se aqueceram quando ele me olhou. "O quê?"
"Você parece calmo," eu falei mais baixo.
"Calmo?" ele abaixou seu queixo na minha direção, seus olhos escuros brilhando. "Quando que não fui calmo?"
Dei de ombros. Meu ombro bateu contra o dele. "Você estava todo rígido como pedra antes. Você sabe, maxilar cerrado e quieto."
"Rígido como pedra? Essa descrição é nova." Seu olhar passou para o outro lado da mesa antes de voltar a focar no meu. "Eu apenas estava lidando com algumas coisas."
Oh. Isso pareceu tão dramático. "Que coisas?"
"Coisas," ele repetiu e, de algum modo, sua boca terminou perto da minha. Tão perto que eu podia sentir sua respiração em meus lábios. "Eu te conto sobre isso depois. Okay?"
Eu estava encarando sua boca. "Okay." Eu não fazia ideia do que estava concordando, mas aqueles lábios eram cheios e estavam curvados para cima.
Brock riu de novo, um som rico e profundo que me deixou risonha. Bem, mais risonha do que já me sentia. Espere. Seria essa a definição certa?
Avery se apoiou contra Cam e jogou sua cabeça para trás enquanto segurava a frente de sua camiseta, puxando ele para baixo para sussurrar algo. Seus olhos arregalaram um pouco e, então, um sorriso apareceu em seus lábios.
"É hora de a gente ir embora." Cam levantou sua mão, procurando pelo garçom.
Teresa levantou uma sobrancelha enquanto Avery riu de novo, e eu podia imaginar que alguém iria se dar bem essa noite.
Sortudos.
O garçom apareceu e alguns minutos embaçados depois, Avery e eu estávamos apoiadas uma na outra, dizendo adeus, e eu tentei abraçar Teresa, só que agora estava sentada no carro de Brock.
"Seu carro é tão chique," eu disse a ele, pegando o cinto de segurança, Eu errei e mira e tentei pegá-lo de novo. "Tão chiquetosamente-chique."
Brock riu enquanto fechava minha porta. Eu consegui colocar o cinto quando ele se sentou na frente do volante. "Você está bem aí?"
"Estou ótima." Eu coloquei minha bolsa sobre meu colo, puxando-a para perto. "Avery e Teresa realmente ficaram animadas com o espaço..." Eu passei a viagem para meu apartamento entrando em detalhes sobre o quão animadas elas ficaram. Brock ouviu e sempre que eu olhava para ele, ele estava sorrindo enquanto se concentrava na estrada. Pareceu que levaram apenas segundos para chegar ao meu apartamento. Eu pisquei e ali estávamos, no estacionamento, e eu estava encarando o céu pela janela escura. Inquietação acalmou o zumbido feliz em minhas veias. Ainda estava cedo, não eram nem dez da noite, e a única coisa viva em meu apartamento era Rhage, e era sexta à noite. Ficar sozinha nos finais de semana era um saco, porque todo mundo estava por aí. Eu não sabia onde exatamente, mas eles estavam por aí, e eu estava por aqui, fazendo nada.
"Te acompanho até a porta," ele disse, desligando o carro. Ele se virou na minha direção. "Você acha que consegue subir as escadas?"
Ofendida, eu balancei minha cabeça e quase tropecei. "Posso andar."
Mesmo com o interior escuro, eu podia ver sua expressão impressionada. "Você realmente vai sentar aqui e agir como se não estivesse bêbada?"
"Eu estou... meio tonta."
"E eu nunca teria imaginado isso," ele respondeu, seco.
"É culpa sua," eu disse, abrindo a porta. Comecei a sair do carro e acabei me chocando com o cinto. "Merda."
Brock riu. "Não vou negar isso."
Me levaram alguns minutos para sair do carro. "Mas eu consigo subir as escadas." Eu apontei para elas caso ele não tivesse ideia sobre o que eu estava falando. "Não preciso da sua ajuda."
Sorrindo, ele se aproximou vagarosamente. "Okay. Você não precisa da minha ajuda, mas que tal eu a oferecer de qualquer jeito?"
Eu olhei em seus olhos. "Quando que você virou um cavalheiro?"
"Não sou um cavalheiro," ele pegou minha mão. "Acredite."
"Não sei não." Eu o deixei me guiar pelo estacionamento. "Espere. Você sabe o que seria ótimo? Sorvete." Soltando sua mão, eu me virei e comecei a voltar para o carro. "Nós podemos ir tomar sorvete."
"Volte aqui," ele disse, rindo. Passando um braço em volta da minha cintura, ele me virou de volta. "Vamos reagendar o sorvete. Ver se vamos querer comer isso daqui a pouco."
"Por que?"
"Pode deixar seu estômago bravo depois de beber whisky."
"Hmmm. Isso parece legítimo." Eu parei de pensar porque eu descobri que estávamos na frente da escada e que eu precisava me concentrar. Elas provaram ser mais difíceis do que imaginei.
Na minha porta, eu tirei a bolsa do ombro e peguei minhas chaves enquanto o corredor se movia um pouco. Eu a tirei da bolsa e logo as deixei cair.
Brock as pegou do chão, se movendo tão rápido quanto um ninja. "Deixa comigo."
"Sim." Eu o assisti abrir a porta da frente. "Sim, você conseguiu."
Balançando sua cabeça, ele abriu a porta. "Entre."
Eu tropecei, jogando minhas mãos para frente e atingindo o interruptor. Uma luz fraca iluminou a sala. Meu olhar logo parou no Rhage. Ele estava sentado na mesinha de centro e seus olhos amarelos felinos estavam cheios de julgamento.
"Pare de me encarar," eu disse, andando para frente. Então eu parei, lembrando que Brock ainda estava ali. Me virei. Ele ainda estava parado na porta. "Você vai entrar?"
"Você quer que eu entre?" ele perguntou.
"Sim." Eu concordei, só no caso dele estar confuso.
Me olhando com aquele sorriso em seu rosto, ele entrou e fechou a porta atrás de si. Então ele andou até a ilha e colocou minha chave sobre ela. "Você tem água na geladeira?"
"Tenho água na pia também." Eu tirei meus sapatos de salto, os chutando contra a parede, balançando meus dedos do pé.
Brock riu enquanto andava até a geladeira. "Também tem algum analgésico?"
"Por que? Você está com dor de cabeça?" Me sentindo quente, quente demais, eu andei até a janela, prestes a abri-la quando percebi que isso iria precisar de muito esforço. Eu olhei para baixo, para mim, e lembrei que estava usando um camisete por baixo do suéter.
Ouvindo as portas do armário da cozinha abrindo e fechando, eu me movi e puxei o suéter sobre minha cabeça, o deixando cair no chão. Ar frio passou sobre meus braços. Me sentindo muito melhor, eu me virei.
Brock encontrou os comprimidos no armário perto da geladeira e estava colocando uma aspirina em sua palma. Com a garrafa de água na outra mão, ele se virou e congelou.
Eu comecei a dizer alguma coisa, mas esqueci o que era quando seu olhar passou pelo meu rosto e, então, caiu, viajando sobre as finas tiras do meu
top. Ele era justo, como uma segunda pele, e era decotado, mostrando o inchaço dos meus seios. Eu sabia disso porque era para onde ele estava olhando.
Um calor agradável substituiu o calor quase sufocante de antes, mas eu não queria me livrar desse. Não quando ele estava andando na minha direção, seus olhos mais escuros agora, como uma noite quente.
Engolindo, eu inclinei minha cabeça para trás quando ele parou na minha frente. Eu não sabia porque disse o que disse a seguir. Só saiu da minha boca. "Grady nunca me levou para jantar."
Uma sobrancelha levantou.
"Ele teve de remarcar, mas ele está ocupado com a fazenda dos seus avós e com as provas finais e..." dei de ombros, e seu olhar caiu de novo. "E eu não acho que me importo."
"Claro que não. Eu te disse, você merece coisa melhor que ele. Tome isso e beba a água," ele mandou. "Você vai me agradecer por isso quando acordar."
Sabendo que ele já devia ter passado por isso, eu fiz conforme foi dito enquanto ele passava por mim e pegava o controle remoto. Rhage desceu e andou até onde Brock estava, passando seu corpo pelo tornozelo dele.
Maldito gato traidor.
Brock ligou a TV e começou a passar pelos canais, parando no que parecia ser um filme do Jason Statham onde Jason Statham estava interpretando... Jason Statham.
Colocando o controle no fim da mesinha, Brock andou e apagou a luz, então ele se sentou - não, ele meio que deitou de lado. Aparentemente eu tinha perdido o momento em que ele havia tirado seu sapato e suas meias. Ele apoiou sua cabeça em sua mão e olhou para mim. "Venha cá."
Eu não me movi por um segundo. No fundo da minha mente havia essa pequena voz que estava começando a ficar mais alta me alertando para não ir
- para pedir para ele ir embora e depois deitar de cara na cama, mas eu disse a essa voz para calar a boca, e eu fui até ele.
Brock estendeu sua mão e, me sentindo tonta, eu coloquei a minha mão na dele. "Assiste esse filme comigo? Então eu vou embora."
Assistir um filme com ele? Eu... eu podia fazer isso.
Ele me puxou para baixo, para que ficasse deitada no sofá ao seu lado. Ele soltou minha mão, assim eu estava virada para TV. Minhas costas estavam contra sua frente e havia o menor espaço entre nós.
Me lembrou daqueles dias, não muito tempo atrás, quando deitávamos assim em casa. Tocando, mas sem tocar. Vários minutos se passaram e eu senti sua mão parar em meu quadril. Eu me contraí pelo toque e, então, mordi meu lábio.
Meu coração batia no mesmo ritmo do tiroteio na TV. Sua mão não se moveu, mas seu dedão sim. Ele ia para frente e para trás. Meu corpo respondeu enquanto eu encarava a TV, sem ver o que estava passando. Eu comecei a me mover.
"Jillian," ele disse, sua mão parando em meu quadril. "Fique quieta e assista o filme."
Fazendo bico, eu exalei audivelmente. Eu não queria ficar parada. Não quando ele estava aqui. Não quando seu corpo era longo, quente e duro, tão próximo ao meu.
"Brock?" eu virei minha cabeça para que pudesse ouvir ele.
"O que, baby?"
Eu encarei o teto. "Isso... é estranho estarmos aqui, agora?"
"Estranho?" Eu o senti se mover e, de repente, ele estava me encarando. A luz da TV projetava sombras sobre seu rosto. "Não tem nada de estranho sobre isso. Se qualquer coisa, parece certo."
Certo.
Isso era certo.
Meus olhos procuraram os dele. "Você... você sentiu minha falta nesses anos todos?" Eu inalei, fraca. "Eu senti a sua."
O olhar de Brock segurou o meu. "Eu senti sua falta todos os dias, Jillian, com cada parte de quem eu sou."