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Capítulo Dezenove
Como uma criança, eu esperava que se eu não olhasse para Brock, ele não nos veria. Como se isso não fosse verdade, então fixei meu olhar no meu prato quase vazio e rezei para que eu estivesse alucinando.
"Bem, olá," veio uma voz calma e profunda que nunca falhava entrar sob minha pele. "Que surpresa."
Deus. Merda.
Eu levantei meu olhar no mesmo momento que Grady, e eu vi a surpresa passar sobre suas feições quando ele viu Brock perto da nossa mesa.
"Oi?" eu tentei dizer.
Os lábios de Brock formaram um meio sorriso enquanto ele olhava para baixo, para Grady. "Nos encontramos novamente."
"Sim. Verdade." Grady estava concordando enquanto olhava entre nós. "Isso é uma surpresa."
"Eu sei." Os olhos de Brock brilhavam. "É uma coincidência."
Meus olhos se estreitaram enquanto eu pegava minha taça de vinho. Coincidência, conta outra. "Então, o que... o que você está fazendo aqui, Brock?"
"Oh, eu estava nas redondezas e passei aqui para pegar algo para
comer."
"Sozinho?" Perguntei, porque esse não era o tipo de restaurante que você ia sozinho. Então o que ele estava aprontando?
"Eu faço muitas coisas sozinho, Jillian." Seu olhar impressionado focou em mim.
Eu arregalei meus olhos em resposta e tomei um bom gole do meu vinho, porque minha mente realmente foi parar naquele lugar que era bem inapropriado, já que eu estava em um encontro com outro homem. E eu ouvi suas palavras quentes no meu ouvido. Eu cuido disso. E isso me fez pensar na sua mão entre minhas pernas...
Grady limpou sua garganta. "Então, você vem sempre aqui?"
"Na verdade, eu estive aqui não faz muito tempo." Ele ainda estava me encarando, seus lábios curvados em um sorriso convencido. "Lembra? Nosso jantar?"
"Jantar?" Grady repetiu, soando confuso enquanto seus olhos pálios focavam em mim.
Eu me atrapalhei, quase me engasgando com o vinho. Coloquei a taça de volta sobre a mesa antes que eu a jogasse. "O jantar de negócios”, eu lembrei Grady. "O motivo que tive de cancelar nosso encontro. Brock, meu chefe, e eu trouxemos alguns investidores em potencial aqui."
"Seu chefe," Grady disse, se ajeitando em sua cadeira. O ar de confusão passou enquanto seus lábios afinavam. "E amigo de infância, certo?"
"Nós crescemos juntos." Brock riu enquanto apoiava a mão na parte de trás do meu banco. "Dizer 'amigos de infância' parece meio simples para o que somos."
Mas que porra?
"Isso soa perfeitamente correto." Eu olhei para Brock, mas agora ele estava ocupado encarando Grady com aquele seu olhar enervante.
Brock ignorou meu comentário. "Ela já te contou sobre a primeira vez que nos encontramos?"
"Ele não quer saber sobre isso," eu interrompi, forçando uma risada que soou meio cínica.
"Na verdade," Grady respondeu sem emoção. "Eu adoraria ouvir isso."
Minha boca caiu aberta.
Antes deu perceber, Brock estava se sentando ao meu lado. Sentando tão perto que sua lateral toda estava pressionada contra meu lado esquerdo. "Então, eu tinha quatorze anos, e eu acho que você tinha oito." Ele me cutucou com o cotovelo. "Certo?"
"Certo," murmurei, meus olhos encarando a taça de vinho e pensando que minha decisão de nunca ficar bêbada de novo parecia com uma ideia besta agora.
"Eu vinha andando pela academia do pai dela há um tempo. Cada criança que cresceu naquele bairro sabia quem eram os Lima. Nós todos ficávamos esperando do lado de fora só para conseguir ver o pai dela ou alguns de seus irmãos."
"Então sua família é meio famosa?" Grady especulou, obviamente esquecendo da reação de Cam quando viu Brock.
"Algo do tipo." Totalmente consciente do corpo de Brock contra o meu, eu olhei minha taça de vinho com fervor.
"Ela está sendo modesta. É assim que Jillian é," Brock disse de um jeito familiar, e eu engoli um gemido. "De qualquer forma, vamos apenas dizer que eu meio que era um moleque naquela época."
"Era?" eu murmurei.
Brock sorriu, obviamente me ouvindo, e eu odiava aquele sorriso. Não era fofo, nem sexy, nem charmoso. Não. "Eu tentei roubar Andrew, o pai dela, uma noite."
"O que?" A expressão de Grady se encheu de interesse enquanto sua mão congelou, sua taça de vinho a alguns centímetros de sua boca.
"Sim. Eu tinha saído de casa. Estava com fome e frio. Precisava de dinheiro, e eu era a porra de um idiota," ele explicou, e Grady se contraiu ao ouvir o palavrão. "Tentei roubar um homem que podia acabar com a minha vida de umas seis mil maneiras diferentes." Rindo de leve, Brock balançou sua cabeça. "Mas Andrew não me matou ou me bateu como ele poderia ter feito facilmente. Nem chamou a polícia. Ele tinha me visto rondando a academia e sabia que eu andava lutando em algumas coisas ilegais..."
"Aos quatorze?" Grady pareceu impressionado. O pobre menino do campo não tinha ideia.
"Você provavelmente ficaria surpreso pelo que acontece nas cidades que ninguém fica sabendo," Brock respondeu, se encostando no banco.
Eu congelei.
Ele colocou seu braço na parte de trás, logo atrás de mim, e eu inclinei minha cabeça para o lado, meio que presa entre querer rir da sua coragem ou dar um soco em sua garganta. "Andrew me levou para sua casa naquela noite, me ofereceu comida e um lugar para ficar."
"Uau." Grady tinha um pequeno sorriso quando olhou para mim. "Seu pai é um santo."
"Meu pai viu potencial e foi atrás," eu disse, mesmo sabendo que esse não foi o único motivo. Meu pai tinha crescido nas ruas de Natal, no Brasil. Brock teve uma infância difícil, mas nem chegava perto do que meu pai e meus tios passaram. Meu pai viu uma boa alma em Brock... e o filho que nunca teve.
"Era bem tarde quando o pai dela me trouxe para casa e ele me deixou um tempo na sala. Eu nunca... nunca estive em uma casa como aquela antes." Um olhar distante passou sobre seus olhos. "Era um pouco fora da cidade, grande, e ainda assim parecia calorosa. Sem baratas subindo pelas paredes ou ratos correndo em cantos escuros. Era o tipo de casa se eu sempre sonhei em entrar."
Grady estava impressionado enquanto ele, vagarosamente, apoiou sua taça sobre a mesa, e eu engoli forte, pensando sobre as memórias de Brock, sobre a vida que ele tinha antes que meu pai o levasse para nossa casa.
"Eu estava prestes a seguir ele para a cozinha quando olhei para o topo das escadas. Veja bem, eles tinham aquele tipo meio fechado de escadas que começa no fim do cômodo. Estava escuro, mas havia uma pequena sombra colada na parede, espiando." Um pequeno sorriso apareceu no rosto de Brock. "Tudo que eu vi foi o cabelo - castanho escuro - e grandes olhos."
Me inclinando para frente, apoiei meus cotovelos sobre a mesa e descansei minha bochecha sobre minha mão.
"Era a pequena Jillybean." Brock riu enquanto eu revirava meus olhos. "Ela estava espiando a gente e seu pai não tinha ideia de que ela estava acordada. Nossos olhos se encontraram e eu meio que esperava que ela subisse correndo as escadas porque eu... bem, eu tinha acabado de sair de uma briga quando encontrei com seu pai. Minha aparência era meio áspera."
Eu me sentei ali pensando no que tinha acontecido. Brock tinha conseguido comandar o que havia sobrado do meu encontro, entretendo Grady com histórias da nossa infância.
Eu realmente iria matá-lo.
"Você não correu?" Grady me perguntou.
Eu não respondi. Não podia. Me encostei de novo, abaixando minhas mãos em meu colo enquanto inalava bruscamente. Seu senti os dedos de Brock começar a brincar com meu cabelo.
O que ele estava fazendo?
"Não, ela sorriu para mim e deu um pequeno aceno." Brock me olhou de lado. Nossos olhos se encontraram, e o ar em volta de nós pareceu pesado enquanto seus dedos passavam pelo meu cabelo sem Grady perceber. "Foi... adorável."
Oh Deus.
"Depois de comer, ele me colocou no quarto de hospedes e foi para cama. Era como se o homem visse dentro de mim e decidiu que eu era confiável para ficar na sua casa assim. Eu ainda achava isso inacreditável." Os dedos de Brock fizeram seu caminho pelo meu cabelo e agora estava traçando pequenos círculos nas minhas costas, não me deixando concentrar. "Ainda me surpreende."
"Não posso acreditar," Grady murmurou, e foi ali que eu esperava que Brock fosse parar, que ele não fosse continuar contando a história.
Mas eu não tinha sorte.
Não.
Deus me odiava.
"Uma hora tinha se passado e eu não conseguia dormir. Minha cabeça estava uma bagunça. A casa era quieta demais. Eu não estava acostumado com isso. Eu não estava acostumado a pessoas realmente dormindo durante a noite, em vez de gritar ou de ouvir buzinas de carros," ele continuou, e eu comecei a me inclinar para frente de novo, para evitar aqueles malditos dedos, mas ele pegou uma grossa mecha do meu cabelo, me segurando no lugar. Meus olhos arregalaram um pouco. "Eu me lembro de estar sentado no quarto, o melhor quarto que já tinha estado, pensando que precisava ir embora. Sabe, que eu não pertencia àquela casa," ele continuou como se não estivesse usando meu cabelo como uma maldita coleira naquele momento. "E, então, ouve essa batida baixa na porta. Eu não fazia ideia de quem poderia ser."
"Era você," Grady disse, suas sobrancelhas arregaladas enquanto me
olhava.
Fechei meus olhos enquanto os dedos de Brock passavam pelo meu cabelo, fazendo desenhos contra o material fino do meu vestido. Meu corpo todo estava focado na queimação de seus dedos.
"Ela me trouxe seu ursinho," Brock anunciou, e eu abri meus olhos, suspirando. "O que você disse quando abri a porta e você enfiou aquela coisa velha e peluda nas minhas mãos?"
Eu não conseguia acreditar que ele estava falando sobre isso. Também não conseguia acreditar que ele se lembrava. "Eu disse que você parecia estar precisando de um amigo."
Brock não estava sorrindo quando encontrou meu olhar. "Então ela fugiu, acho que voltou para cama." Um pequeno sorriso apareceu. "Eu sabia que Andrew tinha uma filha. Até mesmo já a tinha visto algumas vezes de longe, mas... nunca imaginei que ela daria a mim, um estranho, a porcaria de um ursinho." Afastando seu olhar de mim, ele olhou para Grady. "Desse dia em diante, nós nos aproximamos."
Eu realmente, realmente precisava que ele parasse de tocar nas minhas
costas.
"Posso dizer," Grady comentou sem emoção.
"Eu virei sua sombra desde então."
Meu olhar voou para ele. Não era assim que as pessoas contavam a história. Eu era sua sombra. Nunca o contrário.
"Eu até mesmo a acompanhei no baile do colegial," ele terminou, e eu
cansei.
Abaixando minhas mãos, por debaixo da mesa, eu me movi e peguei sua coxa através do seu jeans, beliscando até que seu braço se moveu.
Sua boca curvou enquanto ele me encarava.
Satisfeita agora que ele tinha suas mãos de volta, eu soltei. "Ele me levou para o baile porque os meninos da minha idade tinham medo demais do meu pai."
"Huh." Grady brincou com a borda da sua taça de vinho. "Eu tenho que ter medo do seu pai?"
"Não," afirmei.
"Sim," Brock respondeu. "Porra, eu ainda tenho medo dele."
Eu exalei audivelmente.
Grady concordou como se tivesse entendido, mas estava claro que ele não entendeu nada, e um silêncio estranho se esticou entre nós três. Eu estava a segundos de me beliscar debaixo da mesa quando Grady pediu licença para usar o banheiro.
Parte de mim tinha medo de que se ele se levantasse e saísse, que ele não voltaria, e eu senti um pingo de alívio, porque talvez, nessa altura do campeonato, isso seria melhor.
Mas Brock e eu estávamos sozinhos, então me virei para ele. "O que você está aprontando?"
Ele me olhou com cara de inocente. "O que quer dizer?"
"Você sabe exatamente o que quero dizer. Por que está aqui?"
“Hmm." Ele apoiou seu queixo em sua mão e meu olhar caiu para a fina corrente de prata que ele usava em seu pescoço. "Eu só estava a fim de uma boa carne e eu pensei em buscar uma."
"Sim. E eu só estava a fim de fumar um cachimbo," retruquei. "Por que está fazendo isso?"
Brock levantou uma sobrancelha.
"Você está tentando arruinar meu encontro," eu acusei.
"Eu não acho que preciso tentar," ele respondeu, sorrindo.
Eu olhei para onde Grady havia desaparecido enquanto a raiva subia pela minha pele. "O que quer dizer?"
Ele sorriu. "Vocês dois tem tanta química quanto água da pia."
"Não é verdade." Me inclinei para longe dele enquanto me surpreendia. Meu primeiro pensamento foi que ele estava certo. O segundo é que ele não sabia sobre o que estava falando.
"Mesmo?"
"Sim!" Eu quase gritei e, depois, inalei profundamente. "Grady é atraente..."
"Tão fofo." Ele levantou suas sobrancelhas.
Eu bufei. "E ele é engraçado e inteligente. E ele é legal."
"Legal?" Brock riu. "Exatamente. Isso prova meu ponto."
"Qual seu ponto?" Minhas mãos fecharam em punhos. "Que pessoas legais são ruins?"
Brock se aproximou e bateu com seu dedo em meu nariz. Eu afastei sua mão enquanto ele dizia. "Você lista seus atributos como se estivesse falando com alguém sobre uma entrevista de emprego de professora primária."
"Não é assim." Inalando profundamente, eu lutei para manter minha paciência. "O que está fazendo, Brock? Isso - isso não faz sentido."
"Não?" Sua sobrancelha levantou. "Você realmente vai fingir que não sabe por que eu estou aqui?"
Balancei minha cabeça. "Eu não sei porque."
quer." Ele me estudou por um bom momento e disse, "Ele não é quem você
Oh, meu Deus, eu não podia acreditar que estava tendo essa conversa. Eu encontrei seu olhar pesado com o meu afiado. "Você precisa ir embora. Agora."
Um lado de seus lábios se curvou para cima. "Se eu sei alguma coisa é que eu sei o que você quer, e você vai perceber isso em algum momento antes que essa noite acabe."
Eu não sabia o que falar.
"Mas, na verdade, eu tenho outro motivo para te ver. Eu queria falar com você sobre o dia de Ação de Graças. Já que nós dois vamos para a casa dos seus pais, deveríamos ir juntos."
Oh, puta merda, o quê? "Eu preciso de um segundo para processar isso."
Seus lábios se curvaram para cima. "Leve o tempo que precisar."
"Primeiro, isso poderia ter esperado tipo, não sei, uma outra hora? E depois, por que você vai passar o dia de Ação de Graças na casa dos meus pais? Faz anos que você não faz isso."
"Respondendo sua primeira pergunta, foi algo que pensei agora que poderíamos conversar a respeito," ele respondeu suavemente. "E por que eu vou jantar na casa dos seus pais esse ano? Por que esse ano é diferente, mas vamos falar mais sobre isso depois."
Eu abri minha boca.
"Vou deixar você voltar para seu grande encontro." ele saiu do banco, seu olhar passando sobre mim. "Eu realmente queria poder ver o resto seu nesse vestido, porque o que vi até agora é simplesmente incrível. Você está linda."
Minha boca continuou aberta.
"Tenha uma noite legal."
Piscando, Brock andou pelo corredor, passando por Grady no seu caminho de volta. Eles pararam, trocaram algumas palavras que eu provavelmente não iria querer saber, e Grady voltou a caminhar em direção a mesa.
Ele se sentou, rindo estranhamente. "Bem, isso foi... inesperado."
Tudo que eu consegui fazer foi balançar minha cabeça. "Me desculpe. Eu não fazia ideia do que ele estava fazendo."
"Eu acho... acho que ele estava cuidando de você." Grady passou uma mão sobre seu peito. "Checando a gente."
Eu abri minha boca, mas eu não tinha nada para dizer, porque Brock nunca tinha feito isso antes. Nunca. Nem mesmo nas poucas vezes que eu sai com alguém quando éramos mais novos e eu contava a ele a respeito, claramente esperando que ele ficasse com ciúmes e percebesse que ele me queria antes de alguém me ter. Mas ele não fazia nada.
"Como ele sabia onde estávamos?" ele perguntou.
"Coincidência?" eu respondi, me fazendo de boba.
"Tem certeza disso? Porque ele acabou de ir embora sem levar comida alguma."
Oh meu Deus, ele não fez isso. "Eu posso ter mencionado onde iríamos, mas ele só... quero dizer, ele realmente..." eu engoli forte, lutando para explicar o que tinha acabado de acontecer que não envolvia eu xingando meio mundo. "Ele é super-protetor."
Grady concordou. "Posso te perguntar uma coisa?"
Por favor, não. "Claro."
"Vocês dois já tiveram alguma coisa?"
"O quê?" Me forcei a rir. "Não. Nunca." E isso era realmente mentira, porque eu não estava contando o que aconteceu na última sexta, nem sobre eu estar apaixonada por ele nos últimos dez anos.
Ele olhou sobre seu ombro e, depois, de volta para mim. "Talvez ele goste de você."
Eu ri de novo, mas dessa vez não foi forçado, porque isso realmente era uma besteira enorme.
Mas era mesmo?
Eu pensei nele, naquela noite que ele quis entrar para um drink. Então em todos aqueles cafés e lanches, e ele me disse que eu era linda, e que ele queria ir comigo para casa na Ação de Graças, e eu...
E então havia o que aconteceu entre nós na sexta à noite. Eu não queria pensar sobre isso, tinha conseguido me parar por uma semana sempre que meus pensamentos iam parar nessa noite, mas isso tinha acontecido. Brock não queria fingir que não tinha acontecido. Ele disse que ele não se arrependia desses breves momentos calorosos no escuro. Será que ele...?
Meu coração começou a bater tão forte, e eu me senti tonta sobre a ideia de mais alguém achar que ele pudesse estar interessado. Eu estava acostumada a todos me dizerem que ele não estava.
Grady terminou seu vinho.
A conversa meio que, bem, foi uma porcaria daquele momento em diante. Era superficial e sem emoção e, quando a conta chegou, ele pagou por ela com a rapidez que um ninja sentiria orgulho.
Grady me acompanhou até meu carro, que estava parado logo na esquina, atrás do banco. Ele não segurou minha mão, mas ele me abraçou e me desejou boa noite. Não foi um abraço de corpo todo que me fez tremer nem me deixou com vontade de mais. Definitivamente, nem chegou perto de querer me beijar.
"Eu te ligo," ele disse, se afastando.
Eu concordei. "Eu... eu me diverti."
"Eu também." Ele parou por um momento, seu olhar procurando o meu e, então ele se virou. "Tenha uma boa noite, Jillian."
Eu fiquei parada ali por um momento, o assistindo ir embora, e eu sabia que ele não iria me ligar mais.
E eu não iria ligar para ele.
Avery ficaria tão desapontada.