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Capítulo Vinte
Eu não estava confortável em ficar no escuro a noite por motivos óbvios, então imediatamente tranquei a porta do carro e o liguei. Então eu mandei a mensagem mais rápida possível para Brock.
Me encontre no meu apartamento. Agora.
Sim, era uma ordem, uma que eu provavelmente nunca iria mandar para Brock, mas eu estava puta. Não fazia ideia do que Brock estava aprontando quando ele apareceu no restaurante. Querer falar sobre a Ação de Graças? Maior besteira.
Minhas mãos agarraram o volante e eu saí do pequeno estacionamento, indo para rua, imediatamente parando em um sinal vermelho. Eu não ouvi meu celular tocar e eu também não conferi se ele havia respondido, com medo de que se ele tivesse dado alguma desculpa esfarrapada de que não poderia conversar agora, eu iria bater meu carro em algum lugar.
Eu fui voando para casa. A pequena parte de mim que antes tinha ficado sem fôlego sobre o fato de que uma pessoa qualquer pensou que Brock estava interessado por mim, estava agora queimando de raiva.
O que ele tinha feito hoje à noite não era legal.
Chegando no meu apartamento, eu saí do carro e bati a porta, fechando-a. Olhando para o estacionamento, eu não vi seu carro enquanto andava rápido pelo ar gelado, na noite escura, pegando meu celular da minha bolsa.
E claro, sem resposta.
"Babaca," murmurei, subindo a escada batendo o pé.
Sim, não houve uma faísca entre Grady e eu, mas isso não era da conta de Brock. Nem mesmo perto. E, talvez hoje à noite poderia ser a noite que algo
fosse se desenvolver entre mim e Grady , mas isso não tinha acontecido. Brock apareceu, nos levou para uma viagem pelo túnel do tempo, dando a Grady a impressão que o que tínhamos não valia a pena ser investido. Chegando na minha porta, eu a destranquei e a abri, querendo arrancá-las das dobradiças.
Tirando minha jaqueta, eu a joguei sobre as costas do sofá e peguei uma garrafa de vinho da geladeira. Tirando a rolha, eu tomei um grande gole, nem me preocupando com uma taça.
Esqueça toda a resolução de não beber agora.
Uma pequena parte de mim sabia que mesmo se Brock não tivesse interrompido meu encontro, uma faísca não teria aparecido magicamente entre Grady e eu. Depois de ler vários livros de romance - depois de saber o que eu já senti por Brock - eu acreditava fielmente de que se aquela coisa especial não apareceu no primeiro encontro, dificilmente iria aparecer depois.
E isso nem levava em consideração que as noites quando eu não podia dormir, onde acabava colocando minha mão entre minhas pernas, não era o rosto de Grady que aparecia em minha mente.
Mas ainda assim.
Eu estava puta.
Levando a garrafa para meus lábios de novo, eu dei um pulo e babei um pouco quando ouvi alguém bater na minha porta.
Meu coração parecia estar em um trampolim no mesmo momento que meus olhos se estreitaram. Passando a mão em meu queixo, eu coloquei a garrafa na ilha e andei até a porta, a abrindo.
olhar. Brock estava do outro lado, olhando para baixo, não mostrando seu
"Isso foi rápido", retruquei.
Seus lábios cheios se curvaram. "Vamos apenas dizer que eu sabia que você iria querer me ver hoje à noite, então eu fiquei andando por essa parte da cidade."
"É mesmo? Você é psíquico agora?"
Brock levantou seu olhar e seus lábios se afastaram. "Porra," ele exalou. Um olhar estranho passou por seu rosto, como se ele estivesse vendo algo que estava escondido pela primeira vez. Algo que ele sabia que existia, mas nunca conseguia alcançar. "Você e esse vestido..." Ele entrou no meu apartamento, me forçando para trás enquanto fechava a porta atrás de si. "Eu sabia que você estaria linda."
Linda?
Lá estava essa palavra de novo, uma palavra que eu sabia o que significava.
Minha pele corou quando olhei para ele. "Não quero ouvir você dizer isso. Eu nem quero saber o que você pensa sobre isso."
Brock pareceu ignorar meu comentário, porque ele perguntou. "Quando que você ganhou essas curvas, Jilly?"
Envolvida pela minha raiva, eu me mantive firme. "Oh, não sei. Quando eu tinha dezenove. Mas você não pareceu reparar naquela época, não é?"
"Não." Ele balançou sua cabeça, meio que impressionado. "Eu não queria reparar."
Minhas sobrancelhas voaram para cima. "Não queria? Isso não faz sentido."
"Não?" Aqueles olhos escuros perfuraram os meus. "Você era a menininha do Andrew Lima."
"Eu ainda era a filha dele, da última vez que chequei."
"Verdade," ele murmurou, e seu olhar passou por mim de novo, começando no topo da minha cabeça até a ponta dos meus saltos, depois subindo de novo, parando no meu peito. "Mas não tão pequena."
Apesar da minha raiva, eu senti meus mamilos enrijecerem. Cruzei meus braços e levantei meu queixo. "Você está bêbado?"
Brock piscou e seu olhar voou para o meu. "Eu não toquei numa gota de álcool desde aquela noite."
Eu inalei forte, surpresa.
"Nem uma única vez desde aquela noite."
"Bem, okay." Me sentindo meio fraca, eu larguei um pouco a atitude. "Olhe, eu não pedi para você vir aqui para falar sobre meu - meu vestido ou como você, de repente, não me vê mais como uma criança. Que porra foi essa hoje à noite?"
Sem responder, ele olhou ao redor do meu apartamento. Vendo Rhage sentado no braço do sofá, ele passou por mim, empurrando as mangas do seu suéter de gola v para cima dos seus braços, revelando tatuagens coloridas em seu antebraço.
"Bem, se acomode com meu gato. Isso não..." eu parei quando Rhage se levantou, esticando sua cabeça felina em direção à mão grande de Brock, se esfregando contra ela. Desapontada, eu balancei minha cabeça. Esse gato era um babaca. "Isso é besteira."
Acariciando Rhage atrás da orelha, ele olhou sobre seu ombro para mim. "Sua linguagem está machucando meus ouvidos inocentes."
"Oh, cale a boca. Você fala mais palavrão que um marinheiro bêbado andando na prancha no meio de um mar de tubarões." Descruzando meus braços, eu andei até a garrafa de vinho.
Ele levantou uma sobrancelha quando eu tomei um gole direto da garrafa, e murmurou. "Você vai seguir esse caminho de novo? Se sim, fico feliz por estar aqui."
Com meus olhos estreitos, eu segurei a garrafa contra meu peito. "Okay. Hora de falar a verdade. Qual foi o propósito dessa noite, e não me diga que foi por causa da Ação de Graças. Você teve muita oportunidade para falar sobre isso. Não tem motivo para me seguir até um encontro, interrompê-lo e arruinálo."
"Eu arruinei seu encontro?" Ele riu enquanto se endireitava, me encarando. "Aquele cara não tinha nenhuma chance com você."
"Como você sabe?" retruquei.
Ele deu um passo na minha direção, e eu dei outro para o lado, mantendo uma distância segura entre nós. Ele continuou vindo devagar, cuidadosamente, fazendo meu peito se agitar. "Eu apenas sei."
"Isso é motivo de risada." Eu me mantive me afastando dele enquanto ele seguia meus movimentos. "Você até mesmo admitiu que não me conhecia mais."
"Eu não disse exatamente isso, Jillian." Seus olhos brilharam enquanto ele abaixava seu queixo. "Me diga uma coisa sobre o pequeno Grady que te deixa animada."
Animada? Meus batimentos estavam fora de controle no momento, e não tinha nada a ver com Grady ou com o vinho que eu tinha bebido. "Não vou ter essa conversa com você."
"Por que?" Mais um passo e ele estaria a apenas um de distância de mim.
Meu apartamento não era grande, então eu me encontrei quase de costas contra a parede. "Porque é- é inapropriado!"
"Inapropriado?" Sua risada era profunda e rouca. Sexy. Uma série de calafrios dançou pelos meus braços. "Por que isso é inapropriado?"
"Porque- porque você é meu chefe."
"Não apenas seu chefe. Esqueceu que eu tive que quase, literalmente, te carregar para cima e te colocar na cama depois que você abusou do armário de bebidas do seu pai e bebeu pela primeira vez?" ele perguntou. "Ou o fato de que você esteve ao meu lado, em vários momentos ruins da minha vida? Me ajudando a colocar roupas limpas porque eu estava fodido, ou entorpecido pela bebida ou analgésicos, para saber em que ano estávamos?"
Eu precisei respirar. Oh meu Deus, nós nunca falávamos sobre essa vez - sobre aqueles meses depois que ele sofreu a contusão no peito.
"Ou vamos falar sobre como não a muito tempo atrás você estava cavalgando meus dedos até gozar? Apenas um chefe? Vamos lá, Jilly, você consegue fazer coisa melhor que isso."
"Não me chame assim," retruquei, meio sem balanço. Eu lutava para conseguir respirar enquanto Brock percorria o resto do espaço que faltava entre nós. Ele me sobrepunha, tão perto que sua perna direita passou pela minha esquerda.
"Não tem nada a ver com o fato de eu ser seu chefe. Nós trabalhando juntos não é nem mesmo uma gota desse balde que é nossa vida," ele disse. "Você não quer responder a pergunta, porque você sabe que não tem resposta."
"Não é verdade," Eu xinguei e, então, congelei, quando ele pegou a garrafa da minha mão e a colocou sobre a mesa do nosso lado. "O que está fazendo?"
Colocando ambas suas mãos contra a parede, uma de cada lado de mim, ele se inclinou e abaixou sua cabeça até ficarmos olho a olho. "Me diga uma coisa sobre ele que te deixa animada."
"Por que?" eu sussurrei, meu peito subido e descendo rapidamente e meu olhar indo parar em sua boca.
"Porque eu quero saber..." Uma de suas mãos saiu da parede se se curvou sobre meu ombro. Eu tremi, e sua cabeça se inclinou para o lado. "Eu quero saber porque, depois do que aconteceu entre nós, você resolveu sair com outro cara."
Meu coração estava batendo tão rápido que eu podia sentir em cada parte do meu corpo. Com os sentidos mais que apurados, eu não tinha ideia de como viemos parar aqui, ele passando a mão pelo meu braço, para meu quadril. Eu não tinha ideia de como sua outra mão veio parar do outro lado da minha cintura. Ficando presa entre o calor de suas mãos passando pelo fino tecido do meu vestido. Uma leve dor atingiu meu estômago, pulsante e intensa.
"Jillian?" ele disse meu nome suavemente, de um jeito que fez coisas malucas com minhas células cerebrais, que derreteram como se fossem manteiga.
Eu umedeci meus lábios. "Ele é legal. Grady é muito legal."
"Legal?" Suas mãos subiram na minha lateral e meu corpo reagiu sem pensar. Minhas costas arquearam e perdi o fôlego quando ele abaixou sua boca na minha orelha. Sua respiração estava quente contra minha pele quando ele disse, "Você não quer legal. Legal não te excita."
Minhas mãos encontraram seu caminho até o peito dele. Eu o empurrei no mesmo momento que meus dedos agarraram seu suéter, segurando-o no lugar.
"Tenho certeza que Grady é um baixinho legal," ele continuou, suas mãos voltando a se mover, uma indo para baixo do meu quadril. A outra ficou sobre minhas costelas e a cada passada do seu dedão, o fazia encontrar o inchaço de meus seios. "Eu não tenho nada contra ele, mas se ele te excitasse, se ele trouxesse essa mesma cor para suas bochechas?" Sua boca quente passou sobre minhas bochechas. O leve pelo sobre seu maxilar me fez ofegar. "Se ele te excitasse, se você realmente estivesse a fim dele, então eu não iria arruinar seu encontro. Você estaria com ele agora. E eu, com certeza, não iria saber o que te faz gozar."
Eu não tinha certeza se sua lógica funcionava, mas minha mente parecia ter desistido, porque era tudo sobre como eu me sentia. Um calor forte invadiu minha corrente sanguínea. A pulsação aumentou em certas áreas do meu corpo. Meus seios ficaram pesados e doloridos, e essas sensações só se intensificaram quando eu senti seu hálito sobre meus lábios, transformando meu sangue em lava.
Seu corpo apoiou contra o meu, e minha respiração ficou rápida quando o senti contra minha barriga, duro e grosso. Puta merda, não tinha como negar isso, não tinha como esconder sua reação. Minha excitação afrouxou e apertou todos meus músculos de uma vez. Nossas bocas agora estavam alinhadas perfeitamente, seus lábios perto dos meus.
Eu nunca senti nada como isso antes.
Nunca.
Brock iria me beijar, e dessa vez, iria contar.
E eu não iria virar minha cabeça.
Eu estava pensando que Brock queria fazer muito mais do que só beijar.
Percebendo isso, saber que eu deixaria ele me beijar e também fazer o que quisesse comigo, clareou um pouco da neblina sobre meus pensamentos.
O que estava acontecendo aqui?
Só tinham se passado o que, uns dois meses desde que tínhamos voltado para a vida um do outro? Meses, depois de anos sem contato - anos da minha vida que estava despencando e a dele vivendo como uma história de sucesso saída da Forbes? Ele até tinha ficado noivo e tinha terminado o noivado, e ele... ele tinha quebrado meu coração. Mas agora ele estava de volta a minha vida como meu chefe, a porcaria do meu chefe, e eu mal estava começando a descobrir quem eu era.
Apoiei minha mão aberta contra seu peito. "O que... o que estamos fazendo?"
Brock congelou e, por um momento, eu nem sabia se ele estava respirando. Então ele se moveu um pouco, colocando sua testa contra a minha. "Eu... eu realmente não sei."
Uma mistura de desapontamento e alívio passou por mim de novo. Engolindo forte, eu empurrei seu peito mesmo sabendo que eu queria jogar tudo para o alto e montar nele como um macaco-aranha.
"Mas," ele disse e, então, sua mão que estava nas minhas costas agarrando meu quadril. "Mas eu sei que eu quero você, Jillian."