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Capítulo Vinte e Cinco

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Brock e Jillian

Brock e Jillian

Oh Deus.

Eu realmente estava apaixonada por ele e, se fosse ser honesta comigo mesma, eu provavelmente nunca tinha deixado de ama-lo. Não completamente. Era por isso que, depois de tê-lo de volta na minha vida por dois meses, ele conseguiu cravar seu caminho em meu coração, se cimentando ali.

Perceber o quão forte eram os sentimentos era assustador pra caramba, mas eu não queria remoer isso. Eu não queria que nenhum medo crescesse nesse momento, porque eu queria fazer algo incrivelmente safado já que estava onde estava.

Eu não sei de onde surgiu a ideia. Talvez era por saber o quão excitado ele estava quando entrei. Pode ter sido pelo que ele disse sobre me ajudar a viver. Ou pode ter sido o fato dele querer me levar para um festival que girava em torno de uma garrafa gigante de catsup.

Pode ter sido todas essas coisas, porque o que eu queria fazer não era algo comum pra mim. Nem um pouco, mas eu não queria pensar sobre isso porque "comum para mim" não importava.

Eu me movi antes da razão pudesse me parar ou o medo de que alguém, qualquer um, pudesse passar por aquela porta. Eu me movi antes de me deixar processar totalmente que estava me abrindo para um mundo enorme de dor, aceitando que eu estava apaixonada por Brock.

Ficando de joelhos na frente dele, coloquei uma mão em cada joelho dele e os afastei. Sua respiração estava falhada como um trovão enquanto deslizava minhas mãos por dentro das suas coxas. Eu o apalpei através da sua calça. Ele estava quente e duro, empurrando o material fino.

"Porra," ele gemeu. Suas mãos foram parar no braço da cadeira e quando olhei para cima, eu vi que ele estava segurando forte. Ele estava respirando pesadamente enquanto levantava meu olhar para o dele, imaginando se ele iria me parar. "Sou todo seu," ele disse.

A afirmação me excitou além do imaginável, mas, saber que era meu toque que estava fazendo isso com ele, deixando seu maxilar rígido e fazendo seu peito subir e descer pesadamente me animava.

Abaixando meu olhar, eu o acariciei por cima da sua calça, aliviada quando ele soltou outro som áspero. Uma nuvem deliciosa e calorosa me invadiu quando me movi para o elástico. Minha mão tremia quando eu puxei sua calça.

Brock se levantou, me ajudando enquanto eu puxava sua calça e a boxer preta justa pelas suas pernas, expondo seu incrível comprimento.

Puta wow...

Ele era grosso, longo e perfeito, e eu... eu queria provar ele.

"Se você continuar me encarando assim, isso vai acabar sem nem ter começado."

O lado direito da minha boca curvou para cima. "Nós... não queremos que isso aconteça, certo?" Eu envolvi minha mão na base de eu pau. Ele se contraiu contra minha mão, queimando e suave, como seda sobre aço.

Sua cabeça caiu para trás e seu quadril se moveu com meu aperto. Eu movi minha mão, vagarosamente indo de cima para baixo. Impressionada e fascinada, eu senti ele da base até a ponta lustrosa. Ele respirava pesadamente quando disse meu nome, "Jillian." Pequenos pelos se eriçaram por todo meu corpo enquanto uma parte de mim nunca conseguiu imaginar que eu estaria de joelhos em seu escritório, prestes a fazer o que estava me preparando.

Me esticando alguns centímetros, eu abaixei minha boca, fechando meus lábios em volta da sua ponta. O gosto salgado dele veio na minha língua.

Esperando que eu estivesse fazendo isso certo, eu movi minhas mãos enquanto trazia ele mais profundamente na minha boca.

"Porra," ele gemeu, seu quadril se movendo enquanto eu passava minha língua pelo seu comprimento. "Jillian, eu..." ele pareceu perder o fio da meada do que estava dizendo, porque ele xingou de novo e seu grande e poderoso corpo se contraiu.

Eu movi minha mão e minha língua até a ponta e levantei minha cabeça. "Eu... eu estou fazendo certo?"

Seus olhos estavam queimando. "Você não poderia fazer errado, Jillian. Não tem como você fazer isso de um jeito que eu não fosse amar." Eu sorri, e ele pulsou contra minha mão. "Deus. Você segurando meu pau, sentada aí e sorrindo para mim sem se preocupar, isso vai me matar."

Com o coração acelerado, eu deixei meu instinto assumir. Seu quadril se moveu de novo enquanto minha boca se fechava sobre ele de novo. Calor me invadiu e eu estava dolorida como se ele estivesse fazendo isso comigo, e a excitação aumentou quando eu senti sua mão na parte de trás das minhas costas, seus dedos agarrando meu cabelo.

Seu aperto ficou mais forte e fez esquentar meu couro cabeludo, tirando um gemido de mim que vibrou por ele. Sua mão congelou. "Você gostou disso?"

"Mmm," murmurei, percebendo que eu gostava de um pouco de dor.

"Eu vou... eu vou ter de lembrar disso," ele disse.

A promessa se espalhou por mim, e seu quadril ficou mais forte. Brock tremeu enquanto segurava a base do meu pescoço, tentando me tirar ou me segurar ali, eu não tinha certeza, mas eu não iria a lugar nenhum. Seu corpo todo ficou tenso em volta de mim e eu ouvi a respiração rápida segundos antes dele pulsar na minha boca. Quando acabou, meu maxilar doía um pouco, mas tinha valido a pena. Eu beijei sua ponta e cuidadosamente o soltei. Pegando sua calça e sua boxer, eu a levei para cima até que ele estivesse coberto.

Então olhei para ele.

Seus olhos estavam meio fechados e suas lindas feições completamente relaxadas. Um longo momento passou e eu percebi que foi a primeira vez que eu o vi assim desde muito, muito, tempo, e ele estava tão lindo e relaxado.

Então aqueles olhos se abriram, e Brock se moveu incrivelmente rápido. Um minuto ele estava de pé e no outro ele tinha uma mão atrás da minha cabeça e sua boca na minha.

Brock me beijou profundamente, marcando meus lábios e queimando meus sentidos e, então, me puxou contra seu peito, seus braços me envolvendo. "Assim é como eu quero terminar cada dia de trabalho."

"Cada?"

"Cada."

Três horas e vinte minutos depois que sai do escritório de Brock, eu meio que percebi que havia dado a Brock, que era meu chefe, um boquete, de joelhos, em seu escritório...

Que, na verdade, era o negócio do meu pai.

Puta merda.

Eu tinha passado - Deus, quanto tempo? Com a exceção daquela sexta à noite, foram três anos apenas com ações automáticas, e eu literalmente fui do zero ao nível de estrela pornô em quarenta e oito horas. Isso era loucura.

E meio que impressionante.

Uma pequena, e escondida, parte de mim estava orgulhosa. Saber o que fiz lá me fez sentir empoderada - sexy. Eu não me sentia sexy desde, bem, desde sempre, era o que parecia.

Mas era a influência de Brock. Ele tinha esse magnetismo que atraia mulheres inteligentes que queriam fazer coisas ruins e coisas não inteligentes. E se alguém tivesse entrado em seu escritório? E se tivesse sido Paul? Ele já quase não tinha respeito por mim.

Eu iria culpar Brock pelo meu comportamento.

Enquanto eu fazia a mala na terça à noite para a viagem para casa, eu estava um pouco nervosa. Não era uma viagem longa. Um pouco mais de três horas, então as chances de Rhage fazer coisas horríveis no Porsche de Brock eram mínimas. Pelo menos, eu esperava, mas estava mais preocupada sobre como minha família iria perceber que havia alguma coisa entre Brock e eu. Nós indo juntos já seria coisa suficiente para eles fofocarem como um grupo de velhas.

Principalmente porque nós não tínhamos rotulado o que éramos, mesmo que Brock obviamente tinha planos para nosso futuro - planos que envolviam um festival de catsup.

Então imaginei que iríamos deixar as coisas rolarem. Como se fôssemos apenas amigos nesse ponto. Talvez eu fosse dizer a minha mãe que estávamos saindo. Isso não parecia tão sério. Só não queria que eles pensassem que estávamos juntos, juntos no caso disso não dar certo.

Como se eu não pudesse deixar de esperar isso.

Eu odiava essa parte de mim, mas isso não mudava o fato de que essa parte existia e nem apagava a sombra de dúvida que me alertava que o que tínhamos não era real.

Brock chegou cedo na manhã de quarta, um boné de baseball puxado para baixo, protegendo seu rosto enquanto entrava em meu apartamento, carregando uma sacola de doughnuts frescos e café.

"Você é incrível," eu disse a ele, meio sonolenta, enquanto pegava a sacola da sua mão.

"Isso eu sei."

Abrindo a caixa, eu praticamente gemi quando vi as delicias de açúcar que me esperavam.

"Já que sou incrível, eu deveria ganhar um beijo." Ele se moveu, virando seu boné para que a aba ficasse para trás. "Não acha?"

Eu pensei que ele não precisava de um motivo para um beijo. Inclinando minha cabeça para cima, eu esperei mas ele parou. Eu abri meus olhos.

"Sorria para mim."

Eu mordi meu lábio. "Brock."

"Vamos lá," ele disse, sorrindo. "Eu te trouxe café e doughnuts. Eu ganho um sorriso e um beijo." Quando não me movi, ele colocou suas mãos em meus ombros e me apertou um pouco. "Sorria, Jilly."

Revirando meus olhos, eu não sabia porque era grande coisa para mim, porque eu sabia que ele tinha me visto sorrir nos últimos dias. Porém, eu não estava pensando nisso naqueles momentos.

Eu podia fazer isso.

Eu podia sorrir para ele.

Quero dizer, o cara tinha visto minha vagina e tal, de perto, então eu não devia ficar envergonhada do meu sorriso torto. Mas eu não conseguia evitar de lembrar da menina que sentou do meu lado na aula de História do Mundo quando voltei a faculdade. Ela tinha perguntado se eu tive um derrame. A pergunta não tinha sido maliciosa. Ela não tinha feito de propósito. Parecia que ela estava se perguntando isso há semanas. Ela até complementou contando como seu avô sorria depois que teve o derrame. Eu também não conseguia evitar pensar como Ben nunca tinha pedido para eu sorrir para ele.

Mas Brock não era a menina na minha aula de história muito menos era Ben, então eu fiz isso.

Eu podia sentir o lado direito dos meus lábios se curvando um pouco enquanto o esquerdo simplesmente não fazia nada.

O olhar de Brock passou pelo meu rosto e parou na minha boca, enquanto ele colocava uma mão em meu pescoço. Seu dedo massageou o lugar logo abaixo do meu pulso.

"Eu acho que você precisa entender uma coisa," ele disse, seu olhar encontrando o meu. "Seu sorriso era lindo antes. Podia acender uma sala toda e podia trazer um sorriso em meu rosto segundos antes deu pisar no Octógono. Seu sorriso é diferente agora, mas é ainda mais bonito."

"Vamos lá," eu disse brincando, tentando me libertar. Meu sorriso não me transformava em ogro, mas não era bonito.

"É verdade." Ele me manteve no lugar apenas com sua mão em meu pescoço. "Sabe por que? Ele prova que você superou. Esse sorriso é um milagre. Assim como cada ar que respira. Esse sorriso não é nada para se ter vergonha. É um sorriso que você tem que se orgulhar."

Oh wow.

Isso era além de doce. Era uma coisa linda dele dizer.

"Você me entendeu?" ele perguntou.

"Eu entendi," sussurrei de volta.

"Bom."

Abaixando meu olhar, eu não parei de sorrir. Eu deixei acontecer enquanto fazia o nó em minha garganta desaparecer. Limpei-a. "Primeiro os doughnuts e agora essa coisa de sorriso? Está tentando me fazer dormir com você?"

Seus olhos profundos brilharam com surpresa e algo a mais, algo tentador e promissor. "Está funcionando?”

Uma risada escapou de mim e eu balancei a cabeça. Ficando na ponta dos pés, eu o beijei. Seu braço envolveu minha cintura, me segurando no lugar enquanto o beijo se aprofundava e me consumia. Um calor delicioso passou pela minha garganta e meu peito.

Brock levantou sua cabeça, colocando uma distância entre nós. "É, nós vamos ter de parar."

"Por que?" Perguntei, sem ar.

"Porque se não, nós nunca vamos sair daqui."

Eu queria perguntar se isso era uma coisa ruim, mas sorri e me afastei. Depois de colocar dois doughnuts na minha boca, eu fui e encontrei Rhage se escondendo debaixo da cama. Levou um certo tempo para convence-lo a sair. Eventualmente eu tive que balançar seu rato de brinquedo na sua cara e o peguei, quando seu corpo apareceu.

Ele não estava feliz, se debatendo em meus braços enquanto eu andava com ele para a sala. Eu mantive suas patas presas.

Brock levantou uma sobrancelha quando me viu. Ele já tinha pegado a casinha de viagem xadrez que era super fofa. "Você está bem aí?"

"Sim," suspirei, andando até sua casinha. "Ele é só um babaca."

Ele riu. "Precisa de ajuda?"

"Pode deixar." Tendo muita experiência em colocar o gato na casinha de viagem, eu sabia que só precisava evitar que ele se agarrasse na lateral. Uma vez com ele dentro, eu joguei seu rato de brinquedo dentro e fechei a portinha. Um segundo depois o rosto de Rhage estava colado nela.

"É como uma prisão para gatos," Brock comentou.

"Esse gato merece ir para prisão." Rhage miou enquanto pegava sua caixa de transporte. "Pronto?"

O sorriso de Brock era pequeno, mas fez meu interior revirar. "Nasci pronto."

Normalmente, ficar de passageira em uma viagem que demorava mais de uma hora me faria dormir imediatamente, mas eu estava mais interessada em conversar com Brock do que estava em cochilar. Falamos sobre como abordaríamos o assunto de converter um pouco do espaço em um estúdio de dança. Avery e Teresa tinham conseguidos os números para mim, e eu me senti confiante o suficiente com eles para estar pronta para falar com meu pai. Então nosso assunto mudou para coisas menos sérias.

Ele fez perguntas sobre ter trabalhado na empresa de seguros até sobre o que era o último livro que estava lendo. Mais ou menos na metade da viagem, eu recebi uma mensagem da Abby.

Meu estômago afundou enquanto eu lia e olhava para Brock. "Parece que um monte de pessoas vão ao Mona's hoje à noite. Abby sabe que eu estarei na cidade, então ela me convidou."

Metade do rosto de Brock estava escondido pelo boné que ele usava. "Você quer ir?"

Eu não tinha certeza. Eu não estive no Mona's desde o tiroteio. Eu não fazia ideia de como seria voltar lá, mas eu queria ver a Abby e todo mundo. Eu planejava fazer isso mesmo, mas por baixo da insegurança havia uma ponta de animação. "Você quer?"

"Não sou eu que decido," ele respondeu.

"Isso realmente não ajuda."

Um lado se seus lábios se curvaram para cima. "Babe," ele disse, e uma parte secreta de mim meio que amava quando ele me chamava assim, porque era algo que ele nunca tinha feito antes. "Se você quiser ir, podemos ir. Se

quiser ficar em casa e descansar com sua família, podemos fazer isso. Se quiser ir sozinha..."

"Eu não quero ir sozinha," interrompi.

Ele olhou para mim. "Se quisesse, tudo bem também."

Concordando, eu olhei para meu celular. "Abby disse que Colton estará lá. Roxy está trabalhando, então Reece também estará. Claro que Jax e Calla estarão."

"Legal."

Meus dedos passaram pelo meu celular. "E acho que Steph e Nick estão em Martinsburg com a mãe dela, mas todos os outros estarão. Até Katie." Eu não via Katie há muito tempo. "E seria legal poder ver todos eles."

"Você que decide."

Mordendo meu lábio, eu congelei por um segundo e, então, decidi agir sem pensar. "Eu acho que devemos ir. Um pouquinho? Quero dizer, isso se você realmente quiser ir comigo."

"Você realmente tem que se perguntar se eu quero ou não ir com você?"

Eu olhei para ele. "Bem, se aparecermos juntos as pessoas podem pensar... coisas."

"Eu pareço com alguém que se importa com o que as pessoas pensam?"

Não, ele não parecia, mas eu não fazia ideia do que ele quis dizer em relação de estarmos juntos ou não. "Okay então," Eu murmurei, respondendo a mensagem de Abby e dizendo que eu poderia aparecer. Eu não disse que Brock estaria comigo, porque eu não queria abrir a caixa de Pandora cheia de perguntas nesse momento. "Acho então que temos planos para mais tarde."

Colocando meu celular de volta na minha bolsa, eu me virei no meu banco e olhei para Rhage. "Então, eu estive me perguntando sobre algo," Eu

disse, procurando mudar de assunto. "Por que você se aposentou? Você ainda teria mais alguns anos de sobra."

Ele riu. "O jeito que você fala isso faz parecer que quando eu tiver quarenta anos, eu serei um inválido e que deveria ser abatido. Sabe, isso não está muito longe."

"Bem," Eu enrolei a palavra, provocando-o.

Com uma mão no volante, ele deu de ombros. "Eu estava... ficando cansado."

Eu enfiei meus dedos pelos pequenos buracos na caixa de Rhage, tocando sua palma. Ele imediatamente a puxou. "Fisicamente ou...?"

"Fisicamente e mentalmente," ele respondeu enquanto eu desistia do gato e me virava de volta. "Você sabe como é," Ele continuou. "O treinamento constante que leva o dia inteiro. Viajar não é tão ruim, mas preocupar se vou perder o patrocínio para a próxima estrela ou se vou me machucar de novo realmente pode cansar."

Tudo isso era completamente compreensível. Eu não tinha certeza se os fãs sabiam muito sobre a vida que os lutadores desistiam para lutar uma ou duas vezes por ano.

"E mesmo se você não estiver se preocupando sobre contusões, você se cansa de ter seu nariz quebrado uma vez por ano." Ele sorriu, passando sua mão pela parte de dentro da sua orelha esquerda. "Ou ter orelha de couve-flor."

"A sua não é tão ruim."

"Tenho sorte." Sua mão abaixou. "Mas sim, sabe, na minha última luta eu senti - eu senti aqui." Ele colocou sua mão direita sobre o centro do seu peito. "Era uma sensação forte, como uma pontada. Eu não rompi o músculo de novo, mas porra, houve um segundo onde o medo me fez perder o ar. Não queria passar por essas coisas de novo, e eu sabia que aquele pingo de medo significava

que era hora de mudar. Você não pode entrar lá se segurando. No momento em que você vê a si mesmo hesitando, é a hora de jogar a toalha."

A ideia dele rompendo aquele musculo de novo me assustava. Ainda poderia acontecer. Especialmente porque ele gostava de ir para o tatame com os novos recrutas. "Você sente falta?"

"Às vezes, mas era tempo de seguir em frente. E eu acho que estar pronto quando eu saí faz isso ficar tudo bem."

Eu pensei em algo enquanto o ouvia falar. Ele disse que tinha terminado o noivado com Kristen mais ou menos um ano atrás. Sua última luta foi mais ou menos seis meses ou um ano antes disso.

Perguntar sobre Kristen parecia estranho, mas minha curiosidade era maior. "Como Kristen aceitou a notícia da sua aposentadoria?"

Se minha pergunta pegou ele de perna curta ou se ele ficou desconfortável com ela, sua expressão não demonstrou. "Eu acho que ela gostou da ideia de me ter mais por perto e de podermos realmente fazer coisas juntos. Quando eu era um lutador profissional, era como ter um trabalho de dez ou doze horas por dia. Eu sempre estava treinando, então não sobrava muito tempo para fazer coisas."

Eu o estudei mais de perto. "Você diz isso como se uma vez que aconteceu, foi totalmente diferente."

Ele sorriu. "Sabe, Kristen e eu ficamos juntos muito tempo, mas nós realmente não estávamos no mesmo lugar sempre. Você realmente não conhece o outro - conhece o que eles querem e seus desejos até que esteja passando muito tempo com ele. Aí as coisas mudaram."

"Então... vocês não se deram bem?"

Um ombro levantou. "Eu acho que sim. Não de verdade. Ela não viu desse jeito."

Eu queria perguntar a ele sobre o que o fez pedir Kristen em noivado se ele achava que não a conhecia, mas não tinha como eu perguntar isso sem soar incrivelmente amarga.

"E você e o cara que você namorou?" ele perguntou.

"Não há muito para se contar." Eu coloquei meu cabelo para trás enquanto olhava pela janela para o concreto interminável do pedágio. "Nos conhecemos em Shepherd. Ele me chamou para sair e eu..."

"O quê?" ele perguntou depois de um tempo.

O motivo porque eu tinha saído com Ben e ficado com ele era vergonhoso de se admitir, mas já que era hora de abrir o coração, eu me forcei a dizer a verdade. "Eu estava... eu apenas estava me sentindo solitária. Eu queria estar com alguém e ele estava interessado em mim."

Brock ficou quieto por tanto tempo que eu tive de olhar para ele. Seu perfil era estoico, feito de mármore e gelo. "Ele te tratava bem?"

Eu me contraí. "Essa é uma pergunta esquisita."

"Você nunca o trouxe para conhecer seus pais."

"Isso não indica como ele me tratava," eu apontei.

"Ele queria conhecer seus pais?"

Eu olhei para longe. "Não muito."

"Então ele te tratava como você merecia?"

Desconfortável, eu cruzei meus braços. "Maior parte do tempo não era ruim nem bom. Era só... só algo no meio. Eu não me arrependo do relacionamento. Aprendi muito com isso."

"Tipo o quê?"

"Tipo nunca me acomodar de novo."

Eram quase onze quando chegamos na casa dos meus pais. Meu estômago estava cheio de nós, mas eu estava aliviada em ver que não havia cinco mil carros na entrada circular. Pelo menos nós não teríamos que lidar com todos meus tios, suas esposas e o bando de crianças.

Eu encarei as portas duplas, animada em ver minha família, mas também ansiosa. Isso poderia ser... demais, as vezes.

Brock desligou o carro e, um segundo depois, eu senti seus dedos em volta do meu queixo. Ele guiou meu olhar para o dele. Se inclinando para mim, ele fechou a distância e me beijou suavemente. Foi um beijo gentil e doce, um que guardava paciência infinita.

"Você está pronta para ir lá?"

Percebendo que ele tinha sentido minha hesitação, eu me afastei e o encarei. Eu queria agradecê-lo. Eu queria beijá-lo de novo.

Rhage miou piedosamente no banco de trás.

Rindo, eu me sentei de volta e soltei o cinto de segurança. "Eu sei quem está pronto."

Saímos do carro e, antes que eu pudesse pegar a caixa, Brock já estava com ela em sua mão. Rhage provavelmente estava adorando isso. Nós andamos pela garagem, deixado para pegar nossas malas depois.

A porta abriu antes mesmo de chegarmos nela e minha mãe saiu, um borrão de cabelos castanhos e olhos grandes. Um segundo eu estava parada na entrada com meus braços levantados, e no outro minha mãe estava me envolvendo em seus braços, me apertando muito.

"Mãe," disse sem ar, a abraçando de volta. "Eu mal posso respirar."

"Lide com isso." Ela me apertou mais forte.

Eu tossi uma risada e, então, ela se afastou, passando uma mão sobre meu cabelo, tirando-o do meu rosto. Seus olhos estavam marejados enquanto sorria, então seu olhar foi para Brock e eu me presenciei, simpatizando, porque ela estava dando nele o mesmo abraço sufocante. De alguma forma, ele conseguiu segurar a caixa de Rhage. Brock riu pelo show dela e devolveu o abraço com um braço.

"Querida, deixe eles entrarem na casa." A voz do meu pai veio de dentro. "Eles estiveram no carro por horas."

"Vamos lá." Minha mãe soltou Brock e entrelaçou seu braço pelo meu enquanto nos guiava para dentro. "Achava que ele já estivesse acostumado com minha animação depois desse tempo todo."

"Você acha," disse.

Minha mãe riu.

Ar quente nos envolveu enquanto entrávamos, e eu vi meu pai andando do outro lado do chão de madeira. Seu cabelo estava mais branco que preto desde a última vez que eu o vi, e as linhas em volta dos seus olhos tinham aumentado, mas o homem ainda era malhado.

"Hey, pai." Soltando da minha mãe, encontrei com ele no meio do caminho.

O abraço do meu pai foi tão intenso quanto, mas não pareceu que eu teria costelas quebradas depois, o que era ótimo. "Algum problema na viagem até aqui?"

"Não," eu me afastei.

"Houve um pouco de trânsito quando nos aproximamos," Brock disse a ele, colocando a caixa no chão. "Mas nada muito ruim."

né?" Minha mãe encarou Rhage. "Você precisava trazer o Satan com você,

"Não podia deixá-lo sozinho."

"Ele vai ficar no seu quarto," ela avisou.

"Claro."

"Eu realmente sou a única pessoa que esse gato gosta?" Brock perguntou enquanto se abaixava, enfiando seus dedos pelos buracos.

O olhar da minha mãe passou entre nós e eu tinha certeza que ela se perguntou quantas vezes ele tinha estado perto do gato. "Sim," eu respondi. "Você é praticamente a única pessoa."

Meu pai manteve seu braço em volta do meu ombro enquanto olhava Brock. "É bom, realmente muito bom, ver vocês dois juntos de novo."

"Fico feliz em ouvir isso," Brock respondeu enquanto olhava para cima, seu olhar encontrando o meu. "Porque Jillian e eu estamos juntos."

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