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Capítulo Trinta
Tudo e nada mudou entre mim e Brock nos dias e semanas que seguiram o Dia de Ação de Graças e a noite na casa dele.
Por mais bobo que isso soe, era como um conto de fadas se tornando realidade, mas minhas fantasias infantis sobre Brock e eu terminando juntos não chegava nem perto da realidade. Naquele tempo eu não tinha experiência em, bem, tudo, e o conhecimento limitado que eu tinha ganhado com Ben foi jogado pela janela pela onda que era cada vez que Brock me tocava, me beijava e me levava para cama... ou no sofá, no balcão da cozinha - contra a parede. Brock nunca estava satisfeito, e eu também não. Eu nunca fui assim antes, onde eu passava uma boa parte do dia perdida, pensando no tempo em que ficamos sozinhos. Meu coração estava nas nuvens e minha cabeça estava seguindo-o rapidamente.
Ele passava muitas noites em meu apartamento, porque eu tinha uma cozinha funcional, e eu acho que ele estava se apegando a Rhage, mesmo não admitindo. Durante o final de semana, eu juntava as coisas de Rhage e íamos para a casa de Brock, pedindo comida e o ajudando da melhor forma que conseguia com os armários, o que envolvia muito óleo para madeira e lixar o acabamento antigo.
Nós trocamos chaves e mesmo ele sabendo que eu estava tomando pílula, a gente ainda usava camisinha. No trabalho ele deixou bem claro que estávamos envolvidos. Ele não tentou esconder quando me beijava antes de sair do escritório para reuniões ou sempre quando ele me dava aquele sorriso convencido durante uma conferência ou um selinho durante o almoço. Os funcionários pareciam não ter problema com isso. Bem, todos exceto Paul. Sem surpresa, sua expressão convencida ficou ainda pior uma vez que ele percebeu que Brock e eu estávamos saindo. Durante uma das reuniões quando anunciamos que meu pai estava considerando converter duas salas no segundo andar em
estúdios de dança, seus olhos reviraram tanto que eu fiquei com medo que fossem sair da sua cabeça. Mas que seja.
As coisas iam além das físicas com Brock - como tudo havia mudado.
Eu estava relaxada ao redor dele. Quando eu sorria, eu não pensava sobre como parecia e eu me preocupava menos sobre o que as pessoas pensariam. Em vez de esperar que as pessoas ficassem do meu lado esquerdo durante as reuniões, eu tomava providências para que ficassem.
Eu adicionei mais aos livros que trouxe comigo, e não demoraria muito antes de eu precisar de uma nova estante. Eu esperava que Brock se oferecesse para montá-la e eu esperava que fosse terminar como da outra vez.
Tudo tinha mudado, mas ainda assim era tudo o mesmo de uns jeitos pequenos. Nós não estávamos presos na noite em que nossas vidas mudaram. Ela não devia se sobressair. Acho que nós dois sabíamos que ela existia, que sempre estaria ali. Era parte de nós, mas não era algo que ficaria entre nós, e Brock ainda não falava sobre seu relacionamento com Kristen, nem mesmo quando eu cutucava o assunto. Eu não conseguia evitar. Eu estava curiosa para saber porque eles ficaram juntos. E porque terminaram.
Brock era bom em se esquivar sempre que a conversa entrava na história sobre ela, e eu não sabia porquê. Claro, eu tinha a sensação que havia algo que ele não gostava de discutir. Eu não gostava disso, mas eu gostava de como ele evitava essas conversas. Normalmente isso envolvia suas mãos hábeis e sua boca.
Cada dia que passava, cada pingo de dúvida que isso não fosse durar, que não era real, sumia. Isso não assombrava o tempo que eu passava com ele nem me mantinha acordada como os pesadelos costumavam. Estava passando, mas ainda estava presente como um cheiro ácido de madeira queimada.
A dúvida permaneceria a mesma, fraca e quase extinguida, mas ainda estava ali.
Na noite de segunda, Brock me ajudou a montar e decorar minha árvore de natal artificial. Nós a montamos na frente da janela que tinha vista para o estacionamento.
Não era uma árvore gigante, tinha em torno de 1,70m, e não era muito cheia, mas tinha as pontas congeladas que me fazia lembrar neve e veio com ramos de frutas já presos.
"Como você consegue que Rhage não destrua isso?" ele perguntou, desembaraçando as luzes douradas.
"Ele meio que tem sua própria coisa com a árvore," eu olhei para onde o gato estava sentado. Ele já estava perto da árvore, seus olhos grandes, e eu imaginei que eram de ansiedade. "É por isso que não uso lâmpadas. Mesmo as do tipo que não quebram seriam inúteis. Ele as arrancaria em segundos."
"Ele não mexe nas luzes no topo?
"Sim, ele meio que só sobe até a metade da arvore e senta nela, te encarando como um gato do mato fajuto."
Brock riu enquanto fixava o suporte. Eu entreguei a ele o que estava montando.
O assistindo colocar as luzes, eu não consegui conter o sorriso que se formava em meus lábios. Nós costumávamos fazer isso quando crianças, mas essa era a nossa árvore, e havia algo incrivelmente mágico sobre isso.
"Fiquei surpreso por você não a ter montado antes da Ação de Graças," ele comentou, reajustando as luzes uma por uma nos galhos mais baixos.
Eu ri. "Já melhorei muito no quesito decoração."
"Ainda é meio cedo."
"Não é cedo," argumentei, pegando o enfeite prata da caixa. "É dezembro."
"É dia doze de dezembro," ele respondeu.
"Que seja" Olhei para baixo e os olhos de Rhage estavam presos no enfeite. Eu peguei a ponta para que ele não me fizesse parecer mentirosa. "Você vai comprar uma árvore também?"
Um ombro levantou enquanto ele pegava a estrela. "Sabe, nós nunca comemoramos Natal."
"Você... você e Kristen?"
Ele concordou. "Nós passamos todos os feriados com a família dela desde..."
"Desde a última vez que você veio na casa dos meus pais?" Foi na noite que eu tinha gritado com ele.
"Sim." Ele olhou para mim. "Imaginei que seria melhor desse jeito. Não queria estragar seu feriado."
Meu coração se sentiu mal, porque Brock era parte da família, e pareceu que eu havia roubado isso dele. A outra parte não se sentia nem um pouco mal. Eu não sabia o que isso dizia sobre mim.
"De qualquer modo, nós nunca fazíamos coisas muito natalinas na nossa casa ou até mesmo quando morávamos separados." Ele facilmente prendeu a estrela no topo enquanto isso teria me levado um tempão e teria envolvido muitos palavrões. "Nós nunca fizemos isso. Nem uma vez sequer."
"Mesmo?" Eu estava surpresa. "Isso parece... eu nem sei o que isso parece."
Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios. "Não importa o que parece."
Eu fiquei parada lá um minuto e percebi que ele estava certo. Pendurando o enfeite, eu tomei cuidado para não pisar no rabo de Rhage.
"Você vai sentir saudades minhas quando eu for na quarta?" ele perguntou, dando um passo para trás e me permitindo colocar o enfeite em volta de toda a árvore.
"Talvez," eu disse, prendendo a ponta em um galho. Brock estava indo para Philly com alguns dos novos recrutas que meu pai queria que ele visse. Ele deveria voltar no sábado à tarde. Me endireitando, eu me afastei e admirei a árvore - nossa árvore. "É tão bonita."
"Acho que encontrei algo mais bonito." Ele colocou seus braços em volta da minha cintura, me puxando contra seu peito. "E eu meio que estou ofendido que você disse talvez."
Apoiando minhas mãos em seu antebraço, eu ri. "Não sabia que você era tão sensível."
"Eu sou." Ele moveu sua cabeça, me fazendo suspirar quando seu maxilar passou pelo meu pescoço. Ele pinicou minha pele ali. "Eu preciso do meu ego inflado."
Envolvida pelo seu toque, eu abaixei minha mão para alcançá-lo atrás de mim. Meus dedos passaram sobre a linha do seu zíper. Minhas bochechas coraram quando eu disse. "Alguma outra coisa também precisa ser inflada?"
A risada profunda de Brock mandou calafrios pela minha espinha. "Isso sempre precisa ser inflado."
"É mesmo?" Eu mordi meu lábio enquanto o sentia endurecer contra minha mão.
Ele empurrou seu quadril contra mim. "Mmm."
Segurando um sorriso, eu me soltei e me virei, encarando-o. O jeito que ele me encarava, seu maxilar cerrado e seus olhos escuros que ficavam quase
pretos, deixavam meus joelhos bambos. Meu coração começou a palpitar contra meu peito. Eu dei outro passo para trás.
"Agora, onde você acha que está indo?" Ele perguntou.
Eu levantei um ombro. "Acho que vou pegar um pedaço de torta de abóbora da geladeira."
Brock segurou meu olhar enquanto balançava a cabeça. "Eu estou pensando sobre comer sobremesa agora."
"Quer um pedaço também?"
"Sim. Eu quero um pedaço."
Ele se moveu tão rápido e estava na minha frente em um segundo. Antes mesmo de eu conseguir processar o que ele estava fazendo, ele colocou uma mão nas minhas pernas. Num piscar de Olhos, eu estava no ar, minha barriga indo parar em seu ombro.
Uma risada feroz saiu de mim enquanto ele se virava e andava até o quarto, deixando a sala com as luzes suaves de natal. "Não era esse o pedaço que eu estava falando."
"Tem certeza?" Sua mão veio para minha bunda, me fazendo dar um gritinho. "Você gostou disso."
Eu gostei.
Eu realmente gostei.
Com o cabelo sobre meu rosto, eu mal consegui respirar quando ele me colocou de pé. Então, suas mãos estavam sobre mim, tirando meu suéter e minha legging, batendo o recorde de velocidade. O sutiã também foi removido, junto com minha calcinha, eu estava completamente nua, parada na frente dele. Desejo crescia dentro de mim enquanto eu o encarava me sentindo fora de controle e tonta. Luxúria se fundiu com o calor enquanto ele se movia,
curvando seus dedos ao longo da gola de sua camiseta térmica, puxando-a sobre sua cabeça.
Seu corpo...
Eu realmente podia babar sobre ele.
Brock deu um passo na minha direção, colocando sua coxa musculosa entre as minhas, e eu levantei minhas mãos, as colocando em seu peito. Eu estava maravilhada com os picos duros sobre o abdômen definido.
Ele não me beijou.
Sua boca foi muito mais para baixo, sobre o bico dos meus seios. Sua língua passou sobre meu mamilo. Todos meus pensamentos fugiram enquanto ele trabalhava em meu seio. Minha cabeça caiu para trás enquanto sensações passavam pelo meu corpo.
"Esse é o tipo de sobremesa que eu quero toda noite," ele disse em uma voz grossa enquanto abaixava suas mãos para meu quadril, me guiando.
Meus lábios se afastaram enquanto inalava, então gemi quando seu dente pegou meu mamilo em uma deliciosa mordida. Ele não precisava me guiar. Meu quadril se movia contra sua coxa. A tensão rapidamente se acumulou e eu imaginei se conseguiria gozar desse jeito. Era bem provável.
Mas então estávamos nos movendo. Um braço me pegou pela cintura e ele me levantou, me colocando sobre a cama. Seus lábios estavam quentes contra meu pescoço e eu queria aqueles lábios nos meus. Meus dedos afundaram em seu cabelo e eu guiei sua cabeça para a minha. O beijo foi profundo e intoxicante. Eu envolvi sua perna com a minha e levantei meu quadril, me movendo contra ele. A fricção do seu jeans fazia loucuras com meus sentidos, mas não era suficiente.
"Eu quero você dentro de mim," sussurrei na escuridão do meu quarto, surpresa pela minha honestidade. "Agora."
Brock fez esse som profundo e masculino contra meus lábios. "Você vai ter que ser paciente."
"Não," choraminguei.
Eu senti seus lábios se curvarem. "Será que preciso te ensinar a ser paciente?"
Meus lábios se curvaram ao aviso sensual em sua voz. "Talvez?"
De repente, sem aviso, ele segurou meus pulsos, pegando ambos com uma mão. Ele os segurou contra minha barriga enquanto se movia para baixo e mais baixo, beijando e lambendo seu caminho da minha boca, para meus seios e mais para baixo, em meu ombro.
"Abra para mim," ele mandou, e eu fiz, abrindo minhas pernas enquanto meus dedos agarravam o nada.
Prendi minha respiração, me afogando nas sensações enquanto esperava por ele, por sua boca ou sua língua. Eu esperei até que estava pressionando contra seu aperto e, então, sua boca estava em mim, sugando profundamente enquanto ele deslizava um dedo para dentro de mim. Eu gemi enquanto ele trabalhava meu corpo até que estivesse esticada ao limite, perto da beira e, então ele parou.
"Brock," disse ofegante.
Ele não disse nada enquanto se levantava e, com uma mão, desfez suas calças e a empurrou para baixo das suas pernas, liberando a si mesmo. Mesmo no escuro, eu conseguia sentir seus olhos me encarando. Minhas mãos coçavam ao ponto de querer tocá-lo, mas ele ainda estava segurando-as quando veio sobre mim. Um momento se passou e eu percebi que queria ele assim, nu e cru. Nós conversamos sobre controle de natalidade e usar camisinhas. Ele sabia que eu estava tomando pílula, mas ainda assim usávamos sempre.
Exceto agora.
Eu senti sua ponta contra meu calor, seu comprimento duro e quente pressionando contra mim enquanto ele levantava minhas mãos, pressionandoas contra a cama atrás da minha cabeça. A posição fez minhas costas arquearem, empurrando meus seios contra sua boca. Eu senti o metal gelado do medalhão contra minha pele. "Oh Deus," sussurrei.
Ele levantou sua cabeça e sua mão livre passo pelo meu maxilar até o centro do meu peito. Eu mal consegui recuperar o fôlego enquanto sua mão descia sobre minha barriga até meu quadril. "Eu acho que adoraria te amarrar. O que você acha?"
Eu tremi, sem ar. "Eu acho... acho que gostaria disso."
"Oh, babe, você iria amar isso." Sua mão segurou a base do seu pau e eu gemi quando ele começou a me penetrar.
"Mas eu quero tocar em você," eu disse.
"Eu sei." Ele foi entrando devagar, me torturando. A distensão ainda existia, assim como a queimação, e eu aguentei, querendo mais e mais. "Porra," Brock gemeu, seu corpo tremendo enquanto ele controlava cada centímetro que entrava. "Isso é perfeição."
Brock investiu seu quadril para frente, e eu ofeguei de prazer, perdida em seu gemido. Sua presença, assim como antes, era tremenda, quase demais, e quando ele começou a se mover, eu pensei que fosse morrer.
Eu queria tocá-lo, mas não conseguia me soltar, então me rendi a ele, ao prazer quase doloroso em meu pulso, para a tortura sublime. Totalmente dentro de mim, Brock ficou parado por alguns momentos antes de começar a se mover, puxando apenas o suficiente para que a ponta continuasse dentro, e investindo para frente até que não houvesse nem ar entre nós. O movimento de cada investida estava criando um ciclone dentro de mim.
Uma fina linha de suor cobria meu corpo todo enquanto seu ritmo aumentava. Sua mão parou em meu quadril. "Envolva suas pernas em mim."
Sem precisar pedir duas vezes, eu fiz isso, e parecia impossível, mas eu conseguia senti-lo mais profundamente. "Você está me matando."
"Ainda não."
E, então, ele o fez.
Brock investiu contra mim, de novo e de novo, parando para me segurar e, cada vez que ele fazia isso, ele atingia aquele ponto, Minha cabeça rolava de um lado para o outro enquanto o nó de tensão se apertava e apertava e, então eu quebrei. A liberação passou por mim, roubando meu fôlego e minha voz. Eu nem conseguia dizer seu nome. Eu estava nas alturas e ele me seguiu, sua cabeça se enterrando em meu pescoço enquanto seu corpo tremia.
Levou um tempo para a tempestade passar, antes dele levantar sua cabeça e beijar o lado do meu pescoço, antes dele soltar meu pulso e antes dele dizer. "Agora eu poderia aproveitar um pedaço de torta de abóbora."
Rindo, eu virei meu rosto e o beijei. "Com chantilly?"
Ele parou e, depois, se apoiou em um cotovelo. "Você tem chantilly?"
"Claro que sim," murmurei.
"Não se mova. Nem um centímetro." Ele saiu de mim e da cama, ficando de pé. Ele saiu por apenas um minuto e, quando voltou, ele estava com a torta e Cool Whip.
Mas o chantilly não foi parar na torta.
Brock passou a noite provando que havia uso muito melhor para ele.