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Capítulo Vinte e Oito
Eu acordei no meio da noite, surpresa ao encontrar um corpo duro e imóvel contra o meu. As teias do sono levantaram enquanto me virava um pouco. "O que está fazendo?"
"Senti sua falta." Os braços de Brock se apertaram em volta da minha cintura. "Além do mais, eu me comportei ontem à noite e fiquei longe desse quarto."
Ele ficou... para meu descontentamento. Eu esperei que ele fosse se esgueirar para meu quarto, mas quando voltamos do Mona's, nos separamos com o que foi um beijo casto.
O Dia de Ação de Graças tinha sido caótico, uma bagunça louca. Minha família se comportou conforme esperado. Eles eram intrometidos e enxeridos, mas carinhosos enquanto faziam uma pergunta depois da outra.
Depois, Brock e eu conversamos com meu pai e meus tios sobre nossa proposta de converter duas salas em estúdios de dança. Meu pai e meus tios não tinham gostado da ideia de cara, mas Andre parecia em dúvida. Nós apontamos os prós e contras para eles, comparando o custo com o lucro estimado e, quando a conversa tinha acabado e tínhamos perdido metade deles para um jogo de futebol, eu estava me sentindo confiante sobre isso. Meu pai estava analisando a papelada com brilho nos olhos, o mesmo que ele tinha quando via um novo recruta que ele sabia que poderia moldar em um vencedor.
"Se meus pais te pegarem aqui..." eu me interrompi, repensando onde estava indo com isso. "Na verdade, meus pais não iriam se importar. Eles, provavelmente, iriam aplaudir."
Rindo baixo, Brock afagou meu pescoço. "Você tem razão."
"Isso não é meio estranho?"
Ele beijou meu pescoço. "Um pouco."
Me virando para que eu estivesse o encarando, eu joguei meu braço em volta da sua cintura. "Você não estará confortável nessa cama. Você mal cabe aqui."
"Vou ficar bem." Ele beijou a ponta do meu nariz. "Além do mais, nós vamos apenas dormir."
"Sério?" perguntei.
"Yep." Seu nariz passou pela minha bochecha. "Por mais que eu queira colocar minha boca entre essas lindas pernas, nós estamos na casa dos seus pais. Não vai acontecer."
Uma risada surpresa escapou. "Você está falando sério."
"Sim, estou. Não quero desrespeitar seus pais assim."
"Oh Deus," sussurrei, rindo. "Olhe para você, sendo um cavalheiro e coisa do tipo."
"Xiu." Ele mordiscou meu lábio.
Outra risada baixa escapou. "Então, eu estava pensando."
"Oh não."
Dei um tapinha em seu braço. "Eu pensei que as meninas quisessem tomar café da manhã no domingo, mas todas elas tem coisas de família."
"Que pena," ele murmurou, mordiscando meu maxilar.
Eu sorri para a escuridão. "Eu pensei que poderíamos ir para casa no sábado. Um dia antes para que pudéssemos..."
"Ter um tempo sozinhos?"
"Sim," sussurrei. "O que acha? Você poderia me ajudar a empacotar meus livros amanhã e poderíamos passar um pouco mais de tempo com meus pais antes de irmos embora."
"Eu..." sua mão deslizou pela minha lateral, sobre meu quadril. "... acho uma ótima ideia."
"Eu pensei que pudesse gostar."
Sua mão foi parar em minha bunda, e ele a apertou. "Agora, de onde surgiu essa ideia"
"Não tenho ideia."
O cheiro do rio foi a primeira coisa que percebi quando saí do carro de Brock sábado à noite.
No caminho para casa, Brock tinha perguntado se eu queria ver sua casa e nós decidimos ficar lá. Eu tinha outra muda de roupa para a manhã, e eu estava mais do que disposta a conhecer sua casa já que não tinha tido chance.
A noite estava caindo enquanto Brock pegava nossas malas e eu a caixa de Rhage. O gato chiou e eu revirei meus olhos enquanto seguia Brock para uma escada grande que levava a uma sacada aberta.
"Ela dá volta na casa?" perguntei. "A sacada?"
"Quase." Ele pegou suas chaves. "Ela para junto as portas francesas da sala de jantar e abre em um pátio. Tem um deck no segundo andar que você pode acessar pelos quartos no andar de cima."
"Wow," murmurei. Sua casa era uns quinze minutos saindo de Shepherdstown, seguindo a estrada escura que seguia o rio. Todas as casas que passamos eram enormes, então eu não fiquei exatamente surpresa quando a casa enorme de dois andares apareceu no campo de visão.
Brock abriu a porta e, em algum lugar da casa, o alarme soou. Uma luz acendeu, iluminando a área. A porta da frente dava em uma entrada gigante. Era um tipo de planta aberta. Eu conseguia ver até a parede da cozinha.
Ele colocou nossas malas perto da escada e virou para mim. "Lembrese, a cozinha está uma bagunça."
"Tudo bem."
"Você diz isso agora..." Sorrindo, ele andou até o fundo da casa, jogando suas chaves sobre um aparador que estava contra a parede. Eu olhei para cima, para as vigas expostas, e vi que a casa tinha uma pegada rústica. Apesar de Brock ter crescido na cidade, a simplicidade masculina dela combinava com ele.
Brock acendeu a luz da cozinha e eu finalmente consegui ver o projeto. Fiquei meio impressionada. Primeiro, a cozinha era enorme. Tipo, era do tamanho da minha cozinha, sala e mais um pedaço do meu apartamento. Não tinha uma bancada, mas a posição da grande geladeira dupla eu fogão ainda embalado, me davam a ideia de como iria ficar uma vez que estivesse pronta.
Metade dos armários estavam soltos da parede, colocados lado a lado onde, normalmente, haveria uma mesa. Havia uma janela grande sobre a pia.
Eu coloquei a caixa de Rhage no chão e andei até a janela. "Wow," Eu disse. "A vista do rio é incrível."
"É um dos motivos pelo qual comprei a casa," ele disse. “Quase todo cômodo tem vista para o rio ou para a mata. O terreno não é grande, mas não parece assim.” "Não." Me movi para as portas que davam para o pátio. "Você nem consegue ver os vizinhos. Apenas as luzes das casas do outro lado do rio. É linda."
"A cozinha não é lá aquelas coisas," ele disse.
Eu o encarei. "Mas é gigante e, uma vez que você terminar, vai ficar incrível."
Um pequeno sorriso apareceu nos lábios de Brock.
"Você poderia colocar um time de futebol inteiro nessa cozinha e ainda sobraria espaço."
O sorriso ficou maior. "Não tenho certeza disso."
Brock colocou as coisas de Rhage na cozinha, perto da porta que saia para o deck, e soltou Rhage. O gato andou para frente, suas orelhas eretas enquanto olhava ao redor. Ele deu dois passos e se sentou, balançando seu rabo.
"Tenho de dizer. Ele não parece ter ficado impressionado."
Eu ri enquanto me levantava. "Ele é um gato difícil de se agradar."
Ele balançou sua cabeça e andou até a geladeira para pegar uma bebida para mim. Nós ficamos na cozinha por um tempo, assistindo Rhage investigar cada canto da casa.
Eventualmente, Brock me levou para um tour pela casa, pela sala de jantar que agora estava ocupada por uma mesa de jantar novinha. Haviam duas salas de estar. Bem, de acordo com Brock, uma era sala de estar e a outra era a sala multimídia, o que quer que isso signifique. Eu vi que ele tinha uma TV gigante em uma delas, e a outra tinha apenas cadeiras e plantas que poderiam ter sido pegas emprestadas da sacada da minha mãe.
Havia um escritório que ele tinha montado, e nele haviam mais fotos de quando ele estava lutando. Elas estavam presas na parede, do lado de outra TV grande.
"Você ainda não desempacotou tudo completamente, né?" Eu apontei para duas caixas grandes no canto. Havia algumas na sala também.
Ele riu enquanto me acompanhava para fora do escritório. "Eu fico querendo fazer isso, mas estive focado na cozinha." Ele me deu um longo olhar. "E em você."
Um sorriso bobo apareceu em meus lábios. "Eu deveria me sentir mal por ocupar seu tempo."
"Mas não se sente."
"Não."
Brock pegou as malas que tinha colocado antes perto da escada. "Tem quatro quartos lá em cima. Eu tenho um quarto de hóspedes montado. Nada muito extravagante. Eventualmente farei algo com os outros quartos."
Seguindo ele pelo grande corredor até portas duplas que estavam abertas, eu tive de pensar que esse era o tipo de casa feita para uma grande família. E ele queria crianças. Não um time inteiro como meu tio tinha, mas ele queria bebês. E eu percebi que Brock realmente estava pronto para se acomodar e começar uma família.
Brock se moveu para frente, acendendo um abajur, e eu consegui ver o quarto todo pela primeira vez. Como o resto da casa, estava meio nu.
Havia uma grande cômoda com um espelho do lado das portas que levavam ao banheiro, ou ao closet. Havia outra cômoda oposta à porta que levava ao deck e, haviam dois criados-mudos. Além de algumas caixas de madeira sobre a cômoda, o tipo que parecia que alguém iria guardar bons charutos nelas, não haviam muitos itens pessoais.
Nada parecia ter sido vivido.
Com qualquer outra pessoa, isso teria me preocupado, mas Brock nunca foi muito fã de decoração. Seu quarto na casa dos meus pais e seu apartamento quando era mais novo eram do mesmo jeito.
Meu olhar percorreu o cômodo e eu parei. Eu encarei a grande cama no centro do quarto e meu estômago afundou. Essa noite seria diferente. Isso eu
sabia. Eu não sabia como. Talvez fosse instinto. Quem iria saber? Mas hoje à noite seria como se fosse outra vida.
Pequenos nós de ansiedade me encheram enquanto eu andava pelo grande quarto, me aproximando da janela. Afastando as cortinas, eu olhei para fora. Além das arvores, eu podia ver a lua refletindo nas águas calmas do Potomac.
Olhando sobre meu ombro, eu assisti a Brock pegar uma pequena vela de uma das cômodas e acendê-la. Olhando na minha direção, ele sorriu enquanto colocava a vela sobre o criado-mudo.
Depois de uns segundos, o cheiro de mel e maçãs me atingiu. "Você tem certeza que Rhage pode ficar solto?" Nervosa, eu agarrei as cortinas, passando meus dedos sobre elas. "Ele vai usar a caixinha, mas eu não posso prometer que ele não vai se enfiar em todos os lugares."
"Tudo bem."
"Ele vai destruir alguma coisa. Tenho certeza."
"Ele vai ficar bem."
Me virando para olhar para ele, eu o assisti tirar o suéter que estava usando, jogando-o sobre a cadeira em um canto. A camiseta branca saiu em seguida e, então, todo seu lindo tórax estava a mostra.
Minha boca ficou seca enquanto meu olhar absorvia todas as ondulações duras e aqueles vales incríveis em cada lado do seu quadril.
Por que, com um corpo desses, ele estava interessado em um corpo como o meu?
Essa seria uma pergunta que eu nunca saberia responder.
Ele não usava cinto, então suas calças estavam indecentemente baixas, tão baixas que eu percebi que podia ver o elástico de sua boxer. Meu olhar passou sobre suas tatuagens. Ele tinha um lobo sobre o peitoral. O outro lado
de seu peito estava o começo de asas abertas que passavam pelo seu ombro e fluíam em vários resenhos que viajavam pelo seu braço todo. Um anjo erguendo sua espada, cercado de chamas. Por baixo dela, em seu antebraço, uma caveira. Linhas pretas e vermelhas se transformavam em um olho sobre seu pulso. Ele se virou um pouco, pegando seu celular de seu bolso e o colocando no criado-mudo. Eu vi a ponta de uma fênix cheia de fogo que se erguia das cinzas. Essa tatuagem era enorme e cobria a parte de cima até metade das suas costas.
isso?" Eu imaginava se ele iria fazer mais.
"Gosta do que vê?"
Corando, eu voltei a olhar para ele. "Você realmente precisa perguntar
Um lado de seus lábios se curvou enquanto olhava para baixo de novo, passando pela corrente de prata em volta do seu pescoço. Eu comecei a olhar para longe, de volta para aquele abdômen incrível, mas eu vi o que estava pendurado em seu pescoço.
O ar parou em meus pulmões.
Meu coração parou.
Meus lábios se partiram, minha respiração errática, enquanto minha mão voava para minha boca, meus dedos pressionando contra meus lábios.
O rosto de Brock se encheu de preocupação. "Jillian, você está bem?"
Eu não conseguia falar enquanto encarava a pequena medalha pendurada em seu pescoço, me sentindo tonta, como se eu pudesse desmaiar. Eu reconheceria aquele colar, mesmo que não o tivesse visto há seis anos.
"Jullian?" Ele andou na minha direção. "O que é...?"
"O colar." Eu exalei alto. "Você tem o colar."
Por um momento ele pareceu confuso enquanto levantava sua mão e colocava sua palma contra a medalha. Então ele entendeu. "Você não sabia?"
"Não," sussurrei, piscando para afastar as lágrimas.
"Eu o encontrei naquela noite," ele disse depois de um momento. "Depois que eles te levaram na ambulância. Tudo estava uma bagunça. Colton estava ao seu lado, tentando fazer o sangue... tentando manter você respirando até que os paramédicos chegassem e, quando eles chegaram e você foi embora, eu vi sua bolsa no chão, e eu estava pensando... pensando como você teria odiado saber que sua bolsa estava lá, ficando suja e tudo mais."
Oh Deus.
Meus dedos se curvaram contra meus lábios enquanto Brock abaixava sua mão, e eu vi o medalhão de prata de novo.
"Eu estava pegando suas coisas e a encontrei no chão," ele disse. "Eu sabia que era para mim. Você sempre encontrava essas coisas para mim. Eu quis te contar, mas..." ele se interrompeu.
Mas tudo tinha acontecido.
As coisas tinham explodido e nós nos afastamos.
Mas ele encontrou o colar de São Sebastião que eu planejava dar a ele naquela noite que iríamos sair para jantar.
Seus olhos encontraram os meus. "Eu venho usando-o desde então."
Ele o encontrou e ele tinha consigo.
você." "Por muito tempo, foi o único jeito que eu pude me sentir próximo a