Boletim PROCIV # 39(Junho 2011)

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© Cruz Vermelha

B OL E T I M M E N SA L DA AU T OR I DA DE N AC IO N A L DE P RO T E C Ç ÃO C I V I L / N .º 39 / J U N HO 2 01 1 / I SS N 164 6 – 95 4 2

39 junho de 2011

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Este Boletim é redigido ao abrigo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Educar e preparar para os riscos e catástrofes DIVULGAÇÃO – PÁG. 2 | NOTÍCIAS – PÁG.3 | TEMA – PÁG. 4 a 6 | RECURSOS – PAG.7

E DI T OR I A L

................................................................. Formação ao longo e para a vida Sendo o cidadão corretamente considerado o pilar fundamental de todo o sistema de Protecção Civil, a interiorização de comportamentos preventivos e reativos adequados tem uma importância inquestionável. Há muito que entendemos que a consciencialização para uma verdadeira cultura de prevenção e segurança começa com os mais novos e é nesse sentido que temos desenvolvido projectos educativos passíveis de serem integrados desde os níveis mais básicos de ensino. Estes projetos serão tão mais bem sucedidos quanto maior for a preparação de todos quantos têm por missão impulsionar valores e atitudes de segurança e proteção. Prova disso são os Clubes de Protecção Civil, um projecto que cumpre cinco anos de existência e que se mantém como referência pedagógica no ensino da proteção civil. Outros estão previstos ou mesmo já em curso, visando garantir que a educação e a preparação prática face a riscos e catástofes não seja apenas um conceito ou uma carta de intenções, antes um conjunto de gestos quotidianos. Importa também manter os mais elevados níveis de rigor e qualidade nos demais níveis de ensino e formação. Por essa razão, a ANPC tem continuado a apostar no apoio às iniciativas da Escola Nacional de Bombeiros, nomeadamente no que respeita à valorização das suas infra-estruturas, na monitorização do funcionamento do Sistema de Formação dos Trabalhadores dos Serviços Municipais de Proteção Civil, e ainda na formação da sua própria estrutura técnica e operacional, destacando-se aqui o exigente programa de formação do Mecanismo Comunitário de Proteção Civil, em que já participaram 33 dos nossos quadros. Arnaldo Cruz

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DI V ULGAÇÃO

Formação Técnica

Escola Nacional de Bombeiros

........................................................................................ Formalmente constituída em 1995, a Escola Nacional de Bombeiros é uma entidade privada sem fins lucrativos e pessoa coletiva de utilidade pública, tendo como associados a ANPC e a Liga dos Bombeiros Portugueses.

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R

econhecida como autoridade pedagógica na formação técnica dos bombeiros portugueses, é na ENB que todos estes adquirem, após a instrução inicial fornecida nos respetivos Corpos de Bombeiros, as especializações indispensáveis ao cada vez mais exigente exercício da proteção e socorro. Inicialmente implantada na Quinta do Anjinho, em Sintra, a ENB desenvolveu-se aqui como um centro nacional da qualificação, uma posição que tem vindo a ser partilhada através de estratégias descentralizadoras da sua formação, primeiramente, através duma rede nacional de formadores externos credenciados e, mais tarde, com a fundação dos Centros de Formação da Lousã e S. João da Madeira. Recentemente, a ENB apostou na criação de uma estrutura de Unidades Locais de Formação aproximando, assim, a oferta formativa dos seus destinatários. Desde a sua fundação, a ENB tem desempenhado um papel fundamental no sistema nacional de proteção civil, concretizando diariamente uma parceria entre o Estado e com a sociedade civil. Para além dos bombeiros portugueses, a ENB foi responsável por estruturar e ministrar a formação que esteve na génese do Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana e da Força Especial de Bombeiros (FEB) da ANPC. No âmbito do desenvolvimento social, a ENB foi contemplada, em 2000, com um dos primeiros seis Centros de Novas Oportunidades (CNO) criados em Portugal. Desde então, é reconhecida como entidade para desenvolver o processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências Escolar (RVCC Escolar), especialmente junto dos bombeiros. Desde a sua abertura, os CNO da ENB revelaram-se uma boa aposta, não só para os bombeiros como para as populações das áreas de Sintra e Lousã, que também aproveitaram esta oportunidade de progressão pessoal, social e profissional. Ao longo destes 15 anos, a ENB foi aperfeiçoando e adequando a sua oferta formativa aos desafios emergentes da sociedade atual. Este princípio estatutário teve uma influência determinante no socorro em Portugal, mas a verdadeira amplitude deste conceito dinâmico faz com que esta missão ainda esteja longe de estar concretizada. Observando os últimos acontecimentos mundiais, e refletindo, simultaneamente, sobre a nossa realidade nacional, verificamos que se encontra a descoberto uma área de formativa de relevo: a formação em Busca e Salvamento Urbano, vulgarmente conhecida por USAR. Face a esta lacuna, cabe à ENB assumir a responsabilidade

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por todas as áreas de formação consideradas essenciais à qualificação da intervenção. A ENB depara-se, assim, com um projeto aliciante que passará pela construção de um campo de formação em resgate de pessoas em edifícios e outras estruturas colapsadas. Entretanto, em contactos com o International Center for Emergency Techniques (ICET), a ENB obteve alguns esclarecimentos sobre que procedimentos adoptar para iniciar este processo, tendo desenvolvido esforços para garantir a disponibilidade do ICET para, num trabalho conjunto, certificar a ENB como um CITO-USAR (Certified ICET Training Organization), à semelhança do que já acontece na área de salvamento e desencarceramento. Para a execução deste projeto será fundamental a aprovação de uma candidatura ao Programa Operacional de Valorização do Território (POVT) através da ANPC, contando já com o apoio financeiro de outros parceiros entre os quais se destaca a Câmara Municipal de Sintra que celebrou com a ENB um contrato-programa a oficializar uma comparticipação financeira, para o efeito, de trezentos mil euros. Trata-se de um projeto exigente, sobre o qual a atual Direção deposita grandes esperanças encontrando-se a desenvolver amplos esforços para a sua concretização. José Augusto Carvalho Presidente da Escola Nacional de Bombeiros

Formação ENB - Quadro Síntese

Anos 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

Nº Acções 469 1668 174 4 2193 1735 585 1 211 1479 925 1 243 1616 14.868

Nº Formandos 5297 14.582 14.430 17.226 20.735 67 72 13.783 16.1 23 8337 14.116 19.331 150.732

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NOTÍCIAS

ANPC no bairro da Cova da Moura O Núcleo de Gestão e Ordenamento Territorial da ANPC iniciou em 2010 um conjunto de sessõesdebate, intitulado Olhares sobre a Proteção Civil, cujo principal objetivo foi o de refletir e debater os domínios do Ordenamento do Território. De entre estes, destaca-se a cultura cívica e a perceção do risco, enquanto requisitos essenciais para o bom planeamento e gestão territorial. Depois da primeira sessão, realizada em outubro de 2010, ter permitido um olhar diferente sobre o Bairro da Liberdade em Lisboa, este ano, a propósito do Plano de Pormenor de Requalificação do Bairro da Cova da Moura, no concelho da Amadora, a ANPC abraçou com entusiasmo um novo desafio: levar a população a refletir sobre a segurança estrutural do bairro, através de uma sessão oficina, a decorrer no bairro no próximo dia 2 2 de junho, abordando temáticas como o reforço antissísmico nas casas e as condições de segurança contra incêndio em edifícios. Nesta sessão vão estar presentes técnicos da ANPC e especialistas da Câmara Municipal da Amadora, Sociedade Portuguesa de Engenharia Sísmica, entre outras instituições. ANPC apresentou em Genebra a Plataforma Nacional para a Redução de Catástrofes Decorreu em Genebra, Suiça, entre os dias 8 e 13 de maio, a 3ª Sessão da Plataforma Global para a Redução de Catástrofes, organizada sobre a égide da Estratégia Internacional para a Redução de Catástrofes da ONU. Portugal marcou presença neste encontro, que contou com a participação de mais de 150 países e 2000 congressistas, através de elementos da ANPC e da Missão Permanente de Portugal junto da ONU, tendo anunciado a constituição formal da sua Plataforma Nacional para a Redução de Catástrofes e reforçado o seu total empenhamento na implementação das medidas enunciadas na Declaração de Hyogo, documento que define prioridades de ação para a redução das catástrofes naturais no período de 2005-2015. A sessão de abertura contou com a intervenção do Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon (na foto), que referiu que o investimento nos sistemas de aviso e alerta precoces e a preparação para a emergência têm permitido a redução da mortalidade relacionada com as cheias e ciclones.

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Lançada nova campanha de sensibilização para a defesa da f loresta contra incêndios O Ministro da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, António Serrano, o Ministro da Administração Interna, Rui Pereira e o Movimento ECO, apresentaram em Lisboa, no dia 10 de maio, a nova campanha de sensibilização para a prevenção de incêndios florestais. Esta campanha surge na sequência da apresentação do Dispositivo para o Combate a Incêndios Florestais (DECIF 2011), numa altura em que importa apelar aos portugueses para uma atitude de participação cívica ativa na proteção da floresta, que cobre 39 por cento do território nacional, dá emprego a 260 mil pessoas, representa 11% das exportações e constitui 3% do Produto Interno Bruto Nacional. Parceiro da campanha, o Movimento ECO é um movimento da sociedade civil que congrega várias sensibilidades no apoio à prevenção e combate aos incêndios florestais e potencia a disseminação de mensagens em transportes públicos, supermercados, áreas de serviço, produtos de grande consumo, faturas de serviços, entre outros. Livro à venda no mercado contou com a colaboração da ANPC Que Fazer em caso de Emergência é o mais recente manual prático do catálogo das Seleções Reader’s Digest. Disponível no mercado desde o início de maio, é um contributo para a promoção de uma cultura de segurança e para que os indivíduos e as famílias se assumam como os primeiros agentes de proteção civil. Oferecendo aos leitores um conjunto amplo de conselhos claros e precisos sobre mais de 500 emergências, incluindo sismos, incêndios, ondas de calor, gripes pandémicas ou incidentes radiológicos, a publicação contou com a revisão técnica da Unidade de Previsão de Riscos e Alerta, do Núcleo de Saúde e Segurança e do Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo, da ANPC. O INEM e a Liga dos Bombeiros Portugueses foram as outras entidades que colaboraram na revisão desta publicação. Dia da Criança: ANPC participa em atividade organizada pelo S.L. Benfica Para assinalar o dia 1 de junho - Dia da Criança, a Força Especial de Bombeiros da ANPC foi convidada pelo Sport Lisboa e Benfica a participar num evento para cerca de 1600 crianças, organizado na Praça Centenário, junto ao Estádio da Luz, para demonstração das suas valências.

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TEMA

A importância de uma ação qualificada e coordenada para a educação em proteção civil .........................................................................................

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s dados estatísticos e a experiência recente têm vindo a expor publicamente as vulnerabilidades das sociedades contemporâneas, lembrando que estas fazem e farão sempre parte das nossas vidas. O processo de desenvolvimento económico e uma incessante concentração da humanidade em grandes aglomerados urbanos – mais de metade da população mundial, segundo todas as estimativas – com um número crescente daqueles a atingir a classificação de megacidades, expõe os cidadãos a elevados riscos naturais e tecnológicos. A adequação das estruturas sociais e político-administrativas das cidades e dos países nem sempre acompanha o ritmo daquele processo. Entre as principais fragilidades das políticas públicas neste campo aponta-se a relativa inabilidade dos sistemas educativos contemporâneos em promoverem o conhecimento sobre aqueles riscos, as causas que lhes subjazem e as respetivas medidas de prevenção e autoproteção, junto de públicos cada vez mais diversificados e com acesso fácil a inúmeras fontes e meios de informação. Uma análise das razões que estão por detrás dos milhares de vítimas registadas em algumas catástrofes recentes mostra que aquelas resultam também, mas não exclusivamente, de uma cultura de ensino que não fomenta convenientemente a responsabilidade individual e a capacidade de reação dos seus cidadãos. Deste modo, encontram-se entre os principais objetivos da educação para a proteção civil a sensibilização e preparação dos indivíduos para a possibilidade de ocorrência de acidentes naturais e tecnológicos em resultado dos quais poderão ser vítimas diretas ou indiretas, com informação sobre as suas causas, sobre as potenciais perdas humanas e materiais

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e, naturalmente, sobre as medidas mais adequadas para que estas possam ser evitadas ou minimizadas. Este processo deverá ser inclusivo, contínuo, começar nos níveis mais elementares de ensino, ser desenvolvido através de abordagem vívida e positiva, isto é, com base na premissa de que nem todos os acidentes e catástrofes estão para além das nossas capacidades de os controlar e gerir. Desenvolver o leque de competências entre os alunos, familiarizá-los com os principais riscos e as formas para sua prevenção, constituem premissas essenciais para que estes possam assumir-se como os difusores privilegiados de conhecimento prático sobre estas matérias junto dos seus grupos sociais primários: família, colegas, amigos, vizinhos. Por conseguinte, este processo deverá incluir, para além dos tópicos genéricos acima referidos, uma informação transparente sobre o risco ou conjunto de riscos potenciais da região, cidade ou local onde se habita, trabalha ou estuda - existindo aqui uma responsabilidade inequívoca por parte das autoridades, mas também das empresas cujo tipo de atividade está ela própria na origem do risco - sobre as ferramentas e equipamento a empregar em cada emergência, o significado dos símbolos e da informação visual e os comportamentos mais adequados e suscetíveis de garantir que aquelas são eficazmente geridas em primeiro lugar a partir de uma escala individual. Em ambos os casos, a legislação em vigor – Lei de Bases, Diretivas e outros instrumentos jurídicos enquadradores, apontam com clareza as responsabilidades de cada setor e, sobretudo, a necessidade de uma participação cívica e ativa de todos neste processo, sem prejuízo do papel coordenador da resposta e do socorro por parte do Estado. Existem diversos meios, canais e agentes eficazes para

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TEMA

© CDOS Porto

se alcançar este desiderato: o sistema educativo e formativo nas suas diferentes modalidades, a ação dos média, incluindo os chamados “novos média”, nos quais se incluem as redes sociais, fenómeno cuja potencialidade neste domínio foi recentemente atestada no Japão, o dinamismo da sociedade civil nacional (registando-se nos últimos anos uma proliferação no nosso país de organizações não governamentais cujos fins se centram na sensibilização e preparação dos mais jovens, dentro ou fora do contexto escolar), e as diversas atividades conduzidas pelos organismos públicos nacionais de caráter local, distrital, regional e nacional. Mas também ao nível da União Europeia (com referência particular aos diversos projetos de investigação em matéria de informação pública financiados pela Comissão), internacionais, como é o caso da Organização Internacional de Proteção Civil e do Conselho da Europa, ou mesmo amplamente internacionais, dando o exemplo da Organização das Nações Unidas através do papel abrangente e orientador de políticas nacionais assumido pela Estratégia Internacional para a Redução dos Desastres (ISDR). O papel e número destes parceiros podem e devem ser alargados, desde que salvaguardados os necessários mecanismos de cooperação, coordenação e complementaridade. Sem estes, resultam infrutíferos os esforços para criação de uma correta, oportuna e concertada ação pedagógica, baseada na evidência e até mesmo no bom senso, e não em materiais pseudo-científicos que circulam na internet a uma velocidade avassaladora, que embora graficamente atrativos contêm em grande parte dos casos incorreções técnicas graves, não explicando a razão das regras e procedimentos que defendem ou estando em absoluta contradição com os manuais, normas e orientações testadas em situações reais e que vão criando doutrina. Uma garantia de qualidade dos instrumentos educacionais e formativos a utilizar é fazer com que aqueles obtenham, no momento da sua produção, os contributos e a avaliação de especialistas (técnicos de diversas disciplinas que contribuem para a proteção civil, professores, formadores, instrutores, psicólogos) sem prejuízo de

poderem ser propostos e conduzidos no terreno por uma plêiade diversificada de outros agentes. De entre as ações que este processo complexo mas estimulante comporta, destaca-se a formação contínua dos professores, educadores e formadores e a partilha de informação pertinente e atualizada entre todos quantos têm como ocupação, profissional ou não, a comunicação de risco. É desta forma que se cria uma verdadeira cultura de segurança, que se pretende generalizada, atenta às idiossincrasias específicas de cada grupo social e etário e geograficamente coerente. Em Portugal existe já um histórico assinalável de ações bem sucedidas, criadas com o intuito de estimular a adesão da população escolar às mensagens básicas da referida cultura de segurança e proteção civil. A Casa Municipal de Proteção Civil (Coimbra), a Casa do Tinoni (Câmara Municipal de Lisboa), a Oficina de Segurança (Câmara Municipal da Lousã) ou o projeto Clube da Proteção Civil (desafio lançado pela ANPC à comunidade escolar e apresentado a todas as autarquias do país, que cumpre este ano cinco anos de existência), são apenas alguns exemplos dos muitos que poderiam ser aqui enunciados. A estes podem também juntar-se outros projetos emblemáticos que a ANPC propôs desenvolver em parceria com entidades de reconhecido mérito, destacando-se os projetos Rede Nacional de Comunicadores de Proteção Civil, iniciativa que visa promover relações profissionais mediadas por uma plataforma digital entre as várias entidades e individualidades que têm por missão impulsionar valores e atitudes de segurança, e que se assumirá como depositário de boas práticas, a conceção de um Curso Geral de Proteção Civil para animadores e técnicos de educação em regime de e-learning e enquanto suporte aos Clubes da Proteção Civil, a iniciativa «K Susto!», que contemplará um conjunto de exposições locais subordinadas à temática dos sismos e, finalmente, o movimento «Terra Treme» desafio lançado recentemente pela ANPC à sociedade civil para que o próximo Dia Internacional para a Redução de Catástrofes, em outubro, seja assinalado através de um exercício não operacional de larga escala, com o envolvimento do maior número de cidadãos e organizações possíveis, traduzindo-se numa aprendizagem de gestos simples praticados antes, durante e depois de uma situação de sismo. Relembrando que o cidadão é o pilar da proteção civil, importa prosseguir os esforços para que a educação, a formação e a informação pública se situem nos níveis mais elevados da hierarquia de prioridades das autoridades públicas, mesmo em período de acentuada crise económica e social. Filipe Távora Chefe do Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo da Autoridade Nacional de Protecção Civil filipe.tavora@prociv.pt

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TEMA

Ensino superior

Cada vez mais universidades apostam neste domínio

......................................................................................... Nos últimos anos surgiram em Portugal licenciaturas em proteção civil, visando uma formação integrada com o objetivo de preparar técnicos com capacidades na ótica da decisão e gestão operacional da emergência, mas também na perspetiva da estratégia preventiva e do planeamento.

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orque a educação não deve ser apenas entendida como fenómeno constitutivo de prestígio e criadora de estatutos, em proteção civil significa encarar cada indivíduo não apenas como destinatário, mas também e sobretudo como protagonista em que cada um é corresponsável na segurança de todos. Nos últimos anos tem sido crescente o investimento no desenvolvimento da proteção civil. De uma forma genérica pode dizer-se que, cada vez mais, a sociedade está sensibilizada para a questão da segurança e para a importância de uma atitude preventiva e de solidariedade. Este tem sido um processo gradativo, já que se trata fundamentalmente de mudar atitudes e interiorizar um novo conceito de segurança participado por toda a comunidade. Acontecimentos como o sismo no Haiti, o aluvião na Madeira ou, mais recentemente, os sismos no Japão demonstram de forma evidente a importância da articulação entre os agentes de proteção civil e da resposta à emergência coordenada, planeada e organizada. Sendo fundamental para a proteção civil, enquanto estrutura organizada de resposta a situações de emergência, um conhecimento exaustivo de riscos e vulnerabilidades, não é menos importante o incremento de ações de formação, numa perspetiva do “saber fazer”, razão pela qual se torna primordial a aposta na formação qualificada dos seus técnicos. A criação de mecanismos que possibilitem dotar estes profissionais de competências técnicas contribui, sem dúvida, para o enriquecimento de uma área onde as valências multidisciplinares se tornam imprescindíveis. Nos últimos anos surgiram em Portugal licenciaturas em proteção civil, visando uma formação integrada com o objetivo de preparar técnicos com capacidades na ótica da decisão e gestão operacional da emergência, mas também na perspetiva da estratégia preventiva e do planeamento, preparando-os para encarar esta atividade com uma visão holística.

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Rute Melo de Carvalho Adjunta do Secretário de Estado da Proteção Civil rute.carvalho@mai.gov.pt Ensino Superior Público e Privado Escolas que ministram cursos de licenciatura em Proteção Civil

Instituto Politécnico de Leiria

© Free Images, UK

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A formação universitária na área da proteção civil, disponível em diferentes pontos do país, Beja, Castelo Branco, Leiria e Lisboa, oferece aos seus discentes planos curriculares no âmbito da legislação aplicável, novas tecnologias, questões ambientais, sismologia, incêndios, estatística, psicologia, planeamento de emergência, gestão de crises, técnicas de comunicação, entre outras. Orientar as práticas educativas para um saber suportado na avaliação do risco, na gestão de crises e na capacidade de adaptação ao imprevisto potenciando o desenvolver de experiências e rotinas, produzirão frutos nos teatros de operações. Numa sociedade com cada vez mais exigências e globalizada torna-se necessário dotar os profissionais das valências e conjugação de saberes multidisciplinares próprios à sua área de intervenção.

Instituto Politécnico de Castelo Branco

Instituto Superior de Línguas e Administração Instituto Superior de Educação e Ciências

Instituto Politécnico de Beja

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RECURSOS

Publicações ANPC

........................................................................................ A ANPC tem vindo a publicar um conjunto de Cadernos Técnicos, Manuais e Guias de Apoio com o objectivo de divulgar conteúdos de referência nas áreas Operacionais, do Planeamento de Emergência e da Actividade dos Bombeiros. Os 17 títulos editados até à data estão disponíveis para download em formato pdf no sítio da ANPC: www.prociv.pt. Na segunda quinzena de junho serão disponibilizados outros quatro títulos.

........................................................................................ Caderno Técnico # 1

Caderno Técnico # 2

Caderno Técnico # 3

Manual de Avaliação de

Guia da Informação para

Manual de Apoio à Elabo-

Impacte Ambiental na Ver-

Elaboração do Plano de

ração e Operacionalização

tente de Protecção Civil

Emergência Externo (Di-

de Planos de Emergência de

Setembro de 2008

rectiva «SEVESO II»)

Protecção Civil

Setembro de 2008

Setembro de 2008

Caderno Técnico # 4

Caderno Técnico # 5

Caderno Técnico # 6

Estabelecimentos de Apoio

Guia de orientação para

Manual para Elaboração,

Social a Pessoas Idosas:

elaboração de Planos de

Revisão e Análise de Planos

Manual para Elaboração

Emergência Internos de

Municipais de Ordenamen-

de Planos de Segurança.

Barragens.

to do Território (P.Civil).

Dezembro de 2008

Junho de 2009

Junho de 2009

Caderno Técnico # 7

Caderno Técnico # 8

Caderno Técnico # 9

Manual de apoio à elabo-

Manual de Intervenção em

Guia para a Caracterização

ração de Planos de Emer-

Emergências Radiológicas.

de Risco no Âmbito da

gência Externos (Directiva

Setembro de 2009

Elaboração dos Planos de

«SEVESO II»).

Emergência.

Junho de 2009

Setembro de 2009

Caderno Técnico # 10

Caderno Técnico # 11

Caderno Técnico # 12

Organizações, Sistemas

Guia para a Elaboração

Manual de Procedimentos

e Instrumentos Internacio-

de Planos Prévios de

para a Realização de Visto-

nais de Protecção Civil.

Intervenção - Conceito e

rias de Segurança Contra

Setembro de 2009

Organização.

Incêndio em Edifícios.

Setembro de 2009

Março de 2010

Caderno Técnico # 13

Caderno Técnico # 14

Caderno Técnico # 15

Grandes Superfícies

Manual de Procedimentos

Riscos Costeiros - Es-

Comerciais - Manual de

para Apreciação de Projec-

tratégias de Prevenção,

Projecto de Segurança

tos de SCIE.

Mitigação e Protecção, no

Contra Incêndio.

Julho de 2010

âmbito do P. E e O.T. Julho de 2010

Julho de 2010

Caderno Técnico # 16

Manual Operacional:

Guia de Protocolo em Ceri-

Guia para Aplicação do

Emprego dos Meios Aéreos

mónias de Bombeiros.

Regime Jurídico de Segu-

em Operações de Protecção

(no prelo)

rança Contra Incêndio aos

Civil.

Projectos de Est. Escolares.

Abril de 2008

Março de 2011

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AGE N DA

12 de junho Escola Agrícola da Paiã, Pontinha I CONGRESSO DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DA PONTINHA: IMPORTÂNCIA DO VOLUNTARIADO EM OPERAÇÕES DE SOCORRO Este encontro, realizado por ocasião do 32º Aniversário daquela Associação Humanitária de Bombeiros, visa debater a importância das instituições de voluntariado com competências na resposta a situações de emergência. Os BVP promovem ainda dois cursos pré-congresso: o Curso de Emergências Obstétricas e o Curso Básico de Electrocardiografia, a terem lugar nos dias 10 e 11, antecedendo o dia do Congresso.

20 a 29 de junho, Almada I EDIÇÃO DO CURSO SOBRE SEGURANÇA E GESTÃO DO RISCO NA REALIZAÇÃO DE EVENTOS A Helped Emergency vai organizar a primeira edição deste curso, que tem por objetivo identificar e avaliar os diversos riscos de segurança associados à realização de eventos, e dar a conhecer as competências e autoridade dos agentes das forças e serviços de segurança, dos vigilantes e porteiros e dos agentes da proteção civil . A ação será constituida por dez módulos, durante os quais serão discutidos temas diversos como o novo paradigma da segurança, os riscos naturais, tecnológicos e sócio-políticos, o licenciamento e entidades fiscalizadoras, entre outros.

BOLETIM MENSAL

30 de junho Lingotto Fiere (Turim, Itália) PROTEC - FEIRA DE TECNOLOGIAS E SERVIÇOS PARA A PROTEÇÃO CIVIL Este evento realiza-se de dois em dois anos e é constituído por uma exposição sobre prevenção, previsão, avaliação e mitigação de riscos ambientais e industriais, e por um Congresso Ambiental. A vertente da formação está reservada e é destinada aos operadores de negócios, nomeadamente da fileira florestal. A área de exposição está aberta ao público. Informações complementares poderão ser obtidas em http://www.protec-italia.it

Projecto co-financiado por:

Edição e propriedade – Autoridade Nacional de Protecção Civil Diretor – Arnaldo Cruz Redação e paginação – Núcleo de Sensibilização, Comunicação e Protocolo Fotos: Arquivo ANPC Design – Barbara Alves Impressão – Europress Tiragem – 2000 exemplares ISSN – 1646–9542 Os artigos assinados traduzem a opinião dos seus autores. Os artigos publicados poderão ser transcritos com identificação da fonte. Autoridade Nacional de Protecção Civil Pessoa Coletiva nº 600 082 490 Av. do Forte em Carnaxide / 2794–112 Carnaxide Telefone: 214 247 100 Fax: 214 247 180 geral@prociv.pt www.prociv.pt P. 8

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