Da Cibernação “A estrada de ferro não introduziu movimento, transporte, roda ou caminhos na sociedade humana, mas acelerou e ampliou a escala das funções humanas anteriores, criando tipos de cidades, de trabalho e de lazer totalmente novos. Isso se deu independentemente do fato de a ferrovia estar operando numa região tropical ou setentrional, ou relação com frete ou conteúdo do veículo ferroviário” Marshal McLuhan, explicando porque “o meio é a mensagem” ( esse raciocínio contempla uma série de questões bacanas sobre webcomics, repara só). Martins de Castro, Editor
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Mas que Mário? O Mário Oliveira, autor do “EntreQuadros - O Círculo Completo” e mais umapenca de quadrinhos.
Monotipia: Como foi sua formação, enquanto artista gráfico? Mario Oliveira: Eu desenho desde pequeno. Fiz curso de desenho e pintura bem jovem, parei um pouco na fase de rebeldia da adolescência, mas depois retomei os estudos quando entrei na faculdade. Me formei em design gráfico pela Universidade de Brasília, onde aprimorei meu traço e incorporei noções de design na minha arte também. MT: Quais são as suas principais influências, no que se refere a movimentos e/ou artistas? MO: Minhas maiores influências nos quadrinhos creio que são o Will Eisner, os irmãos Hernandez (Love & Rockets), Neil Gaiman, David Mazzucheli, Daniel Clowes e Terry Moore. Mas posso passar horas e horas estendendo essa lista. Leio de tudo, dos infantis aos adultos, dos super-heróis aos mangás, dos enlatados aos independentes. Mas não me limito aos quadrinhos, busco ter influências de literatura, cinema, música e de tudo que vivo. Me inspiro muito nos filmes do Woody Allen, do Charlie Kaufman, do Paul Thomas Anderson, do Wong KarWai, do Sam Mendes, do David Fincher e do Wes Anderson. Adoro os livros do Chuck Palahniuk, do Jonathan Safran Foer e recentemente tenho descoberto o Richard Yates e o O. Henry.
MT: E no que se refere a formatos e materiais? MO: Em relação a isto, eu sou um pouco tradicional. Gosto de papel e nanquim. Prefiro fazer tudo à mão e usar o computador apenas para fazer ajustes e colorir. A arte digital abre muitas possibilidades, mas pode engessar o artista também. Às vezes facilita tanto o processo que pode acabar viciando e ser usada mais pra esconder limitações. Creio que todo artista deve dominar os fundamentos básicos do que faz antes de explorar as novidades. Eu ainda me vejo em processo de amadurecimento e evolução técnica. MT: E como é seu processo de trabalho? MO: Sou bem meticuloso em relação a roteiro. Gasto muito tempo maturando as histórias na cabeça até conseguir visualizar tudo. Só depois disso que eu escrevo o roteiro e aí esboço as páginas, faço a decupagem, definindo a diagramação, o ritmo e os enquadramentos. Então parto pros desenhos, arte-finalizo com nanquim e pincel. Utilizo técnica de aguada pra fazer os tons de cinza quando a história é em preto e branco ou em duas cores. Escaneio, trato as imagens e faço o letreiramento no computador. É um processo trabalhoso, gasto por volta de oito a doze horas por página e muitas vezes decido mudar detalhes no meio do caminho.
MT: Quanto tempo os volumes de “EntreQuadros” levaram entre os primeiros rascunhos até chegar ao leitor? MO: A primeira edição eu fiz com material de gaveta. Histórias que eu já tinha guardadas e não haviam sido publicadas em lugar nenhum. A segunda eu demorei uns três ou quatro meses pra fazer. Já a edição mais recente (Círculo Completo) demorou bastante. Tive a ideia para a história ainda na época da faculdade, mas me faltava experiência tanto no ofício quanto na vida para poder contar aquela história. É uma história que demorou anos para ser escrita e a parte dos desenhos demorou cerca de nove meses. MT: Quando começou a publicálos? MO: A primeira edição da EntreQuadros saiu em 2009, logo depois de eu ter saído da Editora Via Lettera, onde trabalhei por um tempo como editor de arte e de quadrinhos. MT: Quais foram suas preocupações narrativas no que concerne ao ritmo narrativo nessas HQs? MO: Minha preocupação é sempre contar uma boa história da melhor forma possível. O ritmo, quantidade de páginas, formato e tudo mais vai surgindo com isto em mente. É sempre a história em si que dita tudo.
MT: Já teve algum outro trabalho publicado (seja em meios físicos ou virtuais, independentes ou vinculados à alguma editora)? MO: Eu comecei a publicar na internet assim que me formei, em 2005 se mal me engano. Meu primeiro trabalho publicado por editora foi uma história curta na edição 17 da Front, no ano de 2006. Foi uma retomada da Front que estava sumida por um tempo. Conquistamos um Troféu HQ Mix e fomos indicados pelas outras três edições que ajudei a organizar. Também já desenhei para duas edições da Nanquim Descartável do Daniel Esteves. Tive uma história publicada no site da editora norte-americana TopShelf. Publiquei uma história curta na Prismarte com roteiro do Marcelo Saravá. Ilustrei uma HQ do livro Contos Tristes do Estevão Ribeiro. Publiquei tiras de humor no portal TopBlog da MixMD. Em 2010 editei e lancei o álbum Pequenos Heróis, com roteiros do Estevão Ribeiro e arte minha e de outros desenhistas. Este projeto venceu o Troféu HQMix de Publicação InfantoJuvenil. Trabalho ainda como chargista do Jornalistas & Cia da Mega Brasil Comunicação. MT: Aliás, Por que quadrinhos? MO: Paixão juvenil que virou grande amor da minha vida.
MT: Que quadrinhos você tem lido ultimamente? E o que além de quadrinhos? MO: De quadrinhos eu li o último volume do Fracasso de Público do Alex Robinson. Uma série extremamente bem escrita e com personagens tridimensionais. O Asterios Polyp do David Mazzucheli ainda ecoa muito em mim. Uma história linda e uma baita aula do potencial narrativo que quadrinhos podem alcançar. Macanudo do Liniers é a uma ótima forma de alegrar seu dia, a melhor tirinha da atualidade na minha opinião. Adorei o Wilson do Daniel Clowes e Y O último homem do Brian K. Vaughan e da Pia Guerra é uma das poucas séries regulares que tenho acompanhado. Além de quadrinhos, tenho visto muitos filmes e lido alguns livros. De cinema, eu gostei bastante do Jovens Adultos do Jason Reitman, do Shame do Steve McQueen, Um método perigoso do David Cronenberg e O espião que sabia demais do Tomas Alfredson. Já livros, recentemente eu li e recomendo Uma providência especial do Richard Yates e Carta a D. do André Gorz.
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Companhia Bananeira de Artes Integradas foi fundada em fevereiro de 2008, e assume a postura política de disseminar sua arte através de seus espetáculos. Essa difusão de conceitos se faz por meio das investigações artísticas e suas subjetividades, aliadas à pertinência com a sociedade na qual nos estabelecemos. Procura-se construir cumplicidade com o espectador, em uma espécie de parceria, onde o espetáculo parte e se completa na sua presença e participação. Sendo assim, o grupo busca por meio da integração das diferentes linguagens e das pesquisas individuais, propor círculos de crise a fim de transformar tanto seus espectadores quanto seus proponentes. Transversalmente à criação de dramaturgias, busca compreender as necessidades do corpus social em que vivemos, atuando como vozes representantes de sua ética, estética e políticas culturais.
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Realizou quatro espetáculos desde sua formação:
OS BANANOS (O corpo de pesquisa da Companhia)
Xambudo (outro lugar nenhum) – Texto: Aderbal Freire Filho | Direção: Ticiano Diógenes (desde 2009)
André Lemos – historiador, cantor, compositor.
Orquestra Superpopular – espetáculo de música e performance, em diversos lugares públicos ou privados, através de sons, cores e corpos | Direção: André Lemos (desde 2010) Década de Ouro – série de intervenções urbanas e performances | criação coletiva em processo da Companhia, direção de Taianã Mello (desde 25 de julho de 2011) Deus [ex-sietemiun] – um jogo sobre texto de Woody Allen | Direção: Ticiano Diógenes (desde 2011)
Dani Ribeiro – arte educadora, artista plástica, fotógrafa. Taianã Mello – performer, atriz e educadora em formação. Ticiano Diógenes – ator e diretor em formação.
PatrĂcia Duarte @patduarte
Murilo Souza @eu_tu_itter
http://cavandocomacolher.blogspot.com
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