DUVIDAS

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INTRODUÇÃO No fecho do primeiro Semestre do ano de dois mil e dezoito reparti o tempo entre Areas, Portonovo e Sanxenxo, no Concelho de Sanxenxo, Província de Pontevedra, em Espanha. Localidade que dista cerca de vinte quilómetros da cidade de Pontevedra onde escrevi parte significativa dos sonetos que ora apresento, com a minha cidade, Braga, em Portugal, e por isso, na

data aposta em cada um, constam as localidades onde foram escritos. Areas é uma pequena localidade de um eixo turístico preferencialmente de veraneio que encosta a Sanxenxo com a sua joia da coroa que é a praia de Silgar no enfiamento da localidade de Portonovo que foi em tempos uma Vila piscatória do Concelho de Sanxenxo.

Em Portonovo concentram-se a grande maioria dos serviços públicos locais. A sua pequena comunidade de pescadores vai resistindo ao engrossar do interesse turístico na Vila e no Concelho porque, para além da inumerável quantidade de miradouros naturais e pontos de paisagem indescritível, dispõe de um “santuário” do microclima natural que a sua orla florestal em combinação com o Oceano Atlântico que entra até Pontevedra dando origem a uma Ria onde as praias abundam e ostentam a referencia maior na União Europeia que é a bandeira azul de reconhecimento da qualidade das suas praias, da sua água e demais variáveis implícitas a essa classificação. Ano de 2018, dia 13



Soneto 51-2018

Abre a janela do peito para que a liberdade entre aloje na forma, no jeito, de abraçar toda esta gente.

Gente feliz, irradiando luz, em tua janela, jĂĄ aberta, por onde entram os pirilampos corpo adentro, flor descoberta.

NĂŁo sei. De felicidade? Desencantos, ou de encantos? ĂŠxtase, sonho, realidade,

Num momento de sobriedade, ao luar, nas gretas dos campos, das gentes nas ruas da cidade.

Braga, dia 16 de junho de 2018



Soneto 52-2018

Há as pessoas que passam por nós e seguem, pelo seu caminho, connosco fica o calor da voz o olhar, o toque, o carinho.

Fica o cheiro, a imagem, que nos abre , enche a cabeça, move a alma e a coragem, e faz com que o mais, esqueça.

Há as pessoas que passam por nós, sem hora marcada, acontece, num dia qualquer, como outro, explicação não encontro,

a luz do encanto permanece, num sorriso bonito com voz!

Braga, 16 de junho de 2018



Soneto 53-2018

Ficou-me em cada minuto do tempo corrido a teu lado entre a semente e o fruto a raiz do germe semeado.

Ficou-me no doce, amargo, no refúgio da solidão, uma gaveta onde guardo, em momento, cada emoção.

E nas fendas de todas as pedras onde os rasgos são profundos, ficaram os sulcos que lavramos,

voragem de todos os segundos tão intensos, tão humanos, tão sentidos, tão sem regras!

Braga dia 17 de junho de 2018



Soneto 54-2018

As coisas que não entendo e por ventura, não existem, neste caminho calcorreando, passo a passo, desaparecem.

Deixando o caminho livre às coisas que não entendo, e que por ventura, nunca tive de as aceitar como sendo,

estranhas por não serem comuns simplesmente, são diferentes, frias, de calor são despidas.

ficaram as coisas, perdidas, no meio de outras gentes, de outras cores e de outros sons.

Areas,Espanha, 18 de junho de 2018



Soneto 55-2018

Há de um lado a claridade e do outro lado a penumbra onde escondes a saudade de tudo aquilo que deslumbra

Os degraus onde te encontras sentada numa noite quente não te dizem coisas novas nem te falam sobre o que sentes

Tão pouco saciam sede de ser livre na escuridão em degraus de uma escada

que não querem saber de nada do que te vai no coração, sempre livre, não se esconde!

Sanxenxo,Espanha, 18 de julho de 2018



Soneto 56-2018

Ainda guardo o cheiro da suave alfazema lilás que apanhei no canteiro de um logradouro por detrás

do caminho que a ti levava por entre um olhar sorridente, vivo, verde cinza, espelhava, tão apaixonadamente.

Não sei se só do momento ou do antes e do depois, ansiedade, satisfação,

de um momento de emoção, de luz, encanto dos girassóis, do Sol, caminho, sentimento.

Braga, dia 24 de julho de 2018



Soneto 57-2018

Nas margens do Tejo há as flores por ti semeadas, agora. Uma a uma, dão as cores, à vida que leva e, à flora.

Em cada remo, em cada mão, a forma de todas as formas é, semente onde germinarão, as cores daquele amor, com fé!

O que não deriva, navega, rio acima maré cheia, rio abaixo na vazante,

ao sabor do vento levante te abraça e acaricia e, no seu colo, te beija...

Braga, dia 27 de agosto de 2018



Soneto 58-2018

Apanhei um barco à vela feito em papel cor de rosa, águas do Tejo numa tela, descia ao sabor da prosa

escritas tinha, duas palavras. “Meu amor”. Para quem serão? a tinta com que foram gravadas escorre-me nos dedos da mão.

No Tejo guarda os segredos, água os leva, não lava, margem cobre com o seu manto

em veleiro de pau santo, no papel onde tudo guarda, lhe são os mais preciosos.

Portonovo, Espanha, da 3 de setembro de 2018



Soneto 59-2018

Os golfinhos subiram a ria mostrando as suas piruetas, manhã cedo, o nascer do dia, do Atlântico são vedetas.

Do carinho são o esplendor, da solidariedade também, em cada mergulho dão amor, às crias que o cardume já tem.

Ria acima e abaixo saltam, mergulham, são velozes, brincalhões de excelência,

da vida são a essência; do ambiente são as vozes; alertas do nosso desleixo!

Braga, dia 4 de setembro de 2018



Soneto 60-2018

Diz-me menina dos meus olhos onde nasce todo esse brilho com que incendeias os tojos, afastas para longe o frio.

E chamas a ti uma só chama necessária para a vida, uma só, o conforto da alma, aí o brilho tem guarida.

Onde nada mais é preciso, há alimento quanto baste, na noite brilha esperança.

Diz-me menina, se vem bonança, ou tempestade que arraste, o sonho de que preciso!

Braga, dia 10 de setembro de 2018


Textos: Antรณnio Silva Fernandes Fotografias: Isabel Costa Pinto


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