Soneto 1 O menino n찾o sabe que em torno do jardim existia uma s처 sebe toda feita em alecrim aonde um rosal havia de todas as rosas e cores e a alfazema competia com o cheiro dos amores
O menino n찾o sabe que para haver a sebe foi preciso trabalhar os canteiros floridos aonde todos os sorrisos s찾o a terra por lavrar
Soneto II O menino não sabe da terra outrora quinta tão macia e tão leve em memória que a sinta uma imagem que seja sempre que os olhos fechar no colo que o aconchega ao sair e ao chegar
o menino não sabe que o campo estava verde quando as entranhas lhe abriram para nele construir a casa aonde mora as ruas e avenidas e o mais que há lá fora só os canteiros floriram.
Soneto 1II O menino adormeceu a um canto que ali estava só porque o sono lhe deu e o cão já não ladrava A seu lado se deitou com um só olho aberto a mãozinha lhe lambeu não fosse ele estar desperto
O menino acordou quando na fralda mijou e o cão ao rabo a dar ladrando por sua mãe que a correr logo vem e o menino vai mudar
Soneto IV A minha menina está doente, Está doente a minha menina. Tenho uma lagrima corrente Em uma face que é a minha. A minha menina está doente Não a entendo, ela ri. Um riso lindo, um riso quente, Tónico para a alma, o senti.
Olha em redor e aponta A janela, o Sol, o dia. Sempre alegre. Sempre rindo. Penso que não se dá conta Da mágoa que em mim porfia Em cada dia que é findo.
Soneto V A minha menina é o meu Sol, O meu ar, a minha dura vida. Agua que cai em pedra mole, Sempre em busca de uma saída.
Sempre pronta a correr Nas asas do vento norte, Que ma leva p'ra viver Aonde haja melhor sorte. A minha menina é uma estrela Que brilha em permanência Sobre o meu imaginário. Como é linda! Como é bela! Como é forte! Como é imensa! O meu coração é o seu sacrário!
Soneto VI É o dia do meu menino, comemora aniversário, continua tão pequenino, ... no meu colo solidário, cheio, de amor, alegria, em cada afago recebido, o aconchego em cada dia, em cada olhar, cada sorriso, que me dá e eu retribuo, todo o dia e a noite, o meu menino sempre será para lá do dia em que irá à procura de outro norte, futuro de que não desisto!
Fotografias: ISABEL COSTA PINTO
Antonio Fernandes Ano de 2019