O futuro não se contesta, constrói-se!
A PRECARIEDADE
ANTÓNIO FERNANDES 1
INDICE
1—O FASCISMO……………………………………………….…………………………………………3 1.1 - O modelo politico e as origens do fascismo………………………………………………….3 1.2 - As causas…………………………………………………………………………………....…...4 1.3 - O fascismo com outra face………………………………………………………………….….5 2—A NOVA ORDEM MUNDIAL.………………………………………………………………………...5 2.1 - As causas………..…………………………………………………………………...………….6 2.2 - As consequências……………………………………………………………………………….6 3—A CONTESTAÇÃO GENERALIZADA……………………………………...…………………...…..7 3.1 - A contestação popular…………..…………………………...……………………….………...7 3.2 - A contestação sindical. Novos desafios………….…………………………………………...8 3.3 - O colapso da classe média………………………………………………………………….....9 3.4 - Os novos desafios……………………………………………………………………………...10 3.5 - A contestação interna e o voto filiado nas associações.………………………………......10 4—A PERSEGUIÇÃO……………………………………………………………………………………12 4.1 - A perseguição politica………………………………………………………………………….12
4.2 - A perseguição social…………………………………………………………………………...12 5—A NOVA FACE.………………………………………………………………...……………………..13 5.1 - O autoritarismo legitimado…………………………………………………………………….13 6—A INOVAÇÃO……………...………………………………………………………………………….15 6.1 - A inovação social e tecnológica.………………………………………………………………15 7—O NEOLIBERALISMO………………………………………………………………………………..16 7.1– O neoliberalismo como forma de organização………….…………………………………..16 7.2 - A tecnocracia suporte ideológico do neoliberalismo……………………………………….17 8—A PRECARIEDADE ………………………………………………………………………………….17 8.1— A precariedade como solução social no futuro……………………………………………..17
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1 - O FASCISMO 1.1 – O modelo politico e as origens do fascismo O fascismo é um modelo de organização política que se carateriza por atos ou praticas autoritárias e intolerantes que surge em Itália em reação à revolução bolchevique de 1917, na Rússia e, ao Marxismo, uma ideologia que preconiza a emancipação dos povos no sentido da igualdade social e, de combate ao capitalismo como forma de organização social desses mesmos povos. Um modelo que, define como sendo de exploração violenta do homem pelo homem em que uma minoria parasita explora a força de trabalho do seu semelhante e por isso, injusta.
De pendor nacionalista, o fascismo, depressa alterou esse pendor para um pendor expansionista como se veio a verificar nas fases posteriores ao seu aparecimento implementadas pelos seus seguidores nomeadamente, Adolf Hitler. O fascismo aparece como sendo a “terceira via”. Uma via necessária para preencher um vazio político existente entre o liberalismo desorganizado e a revolução comunista e que, Benito Mussolini, preencheu da forma que se sabe. Foi, no tempo, uma solução política que agradou à classe média incomodada, entre o proletaria-
do urbano e os defensores do liberalismo e a revolução comunista. Foi a face do predomínio racial superior também originário na Itália e depois modelado pelo nazismo sob a forma de racismo científico caraterizado por nacional socialismo em contraponto ao modelo liberal democrático emergente após a primeira guerra mundial. O fascismo como modelo político sustentado, de índole imperialista e antissemita, foi introduzido pela via da força em Países terceiros invadidos pelos exércitos nazis submissos a Hitler e que perpetraram o maior genocídio registado na História da Humanidade. O Holocausto. Curiosamente o movimento fascista Italiano tem na sua fundação dois revolucionários sindicalistas e, na Alemanha, o designado por Partido Nazista sucede ao Partido dos Trabalhadores Alemães com a designação de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães que depressa combina o sentimento nacionalista com lógica racista e populista de grupos paramilitares após a derrota da Alemanha na primeira guerra mundial. Na senda desta corrente filosófica do pensamento politico defendido pela extrema direita do xadrez politico internacional ultranacionalista mas, pretensamente contraditória, na medida em que
o nacionalismo tradicional se rege pela defesa do seu espaço geográfico dentro de fronteiras, o que não corresponde ao conceito do nacionalismo ideológico nazi que preconiza o expansionismo do seu modelo de organização social, politica, religiosa e económica pelo mundo, como se veio a comprovar através da invasão de outros países. Com pretensões de escala intercontinental. 3
O fascismo respondeu em um determinado contexto a uma realidade Histórica de transição do
regime feudal para a industrialização, independentemente da forma e dos diversos modelos , em alternativa a esses mesmos modelos porque se digladiavam como sendo os modelos de organização social e politica do futuro para a época, mas também da vida com suporte sazonal para um suporte de raiz capitalista com vinculo, assim como a organização coletiva desregrada em torno de bairros operários em crescimento, consequência das concentrações operárias em torno das fabricas onde laboravam assim como de todos os serviços periféricos essenciais às suas famílias.. Como todos os restantes estádios históricos porque a Humanidade passou, teve o seu tempo de duração que terá sido dos mais curtos de que há registo, por fatores diversos: de contestação popular mas também pela forma prepotente e ditatorial como se tentou impor num tempo em que se exigia das sociedades uma melhor e maior preparação escolar, o que antevia ser possuidora de capacidade cultural reivindicativa e de organização superior necessárias para o tempo. 1.2 – As causas As principais causas de alteração da forma de organização politica e social das sociedades tiveram sempre a montante as dificuldades existentes e a jusante a resolução dessas mesmas dificuldades. Acontece que as movimentações sociais se desenvolviam numa primeira forma em núcleos tribais de sucessão familiar ou de proximidade cúmplice para mais tarde se virem a desenvolver em torno de regimes de Estados com tendência para a expansão colonial ou de simples invasão, culminando no atual estádio de pré globalização politica e de globalização económica, o que não impede as sociedades da constante necessidade em aperfeiçoarem as suas dinâmicas de articulação enquanto seres vivos, em permanência. Estas movimentações políticas foram e continuam a ser, como já foi abordado, sucedâneas a crises económicas e sociais profundas em que a pobreza extrema se acentua e agrava nas classes sociais mais desfavorecidas, retira protagonismo e confiança à classe média, empurrando-a para condições de vida não condicentes, criando assim as condições de revolta nas populações permeabilizando-as ao populismo corriqueiro da mediocridade individual que se agiganta e assume a liderança de todos os processos inclusive o do conhecimento ao circunscrever esse domínio a um perfil meramente técnico retirando-lhe a componente do saber Universal que é a sua trave mestra.
Desta forma a elite académica fica prisioneira em especificidades a que responde mas, isolada do restante conhecimento necessário para que articule e trabalhe todo o saber no sentido da delineação de politicas gerais estruturadas para os diversos Países com contextos diferentes, deixando ao poder da mediocridade todo o espaço para que se expanda.
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Mediocridade que, depois de instalada, conjuga os seus interesses de acordo com a sua limita-
ção intelectual e, o resultado tem sempre a mesma fórmula: Um sistema político ditatorial com o argumento de ser a única forma para manter a ordem (paz) social e económica. Um pretexto para amordaçar as vozes discordantes. Silenciando assim o povo que subjuga. Em regra, é a perseguição política e social com recurso ao uso da violência, o método utilizado. Estes processos de reversão das sociedades sendo cíclicos, não se repetem na História, da mesma forma. E não se repetem porque as condições de vida existentes são distintas, mesmo no quadro possível de retrocesso civilizacional porque, os hábitos, usos e costumes são outros, num habitat completamente diferente. O que não impede uma ditadura de se poder instalar a todo o tempo tenha ela a face que tiver. Ora, como citado no primeiro paragrafo: “O fascismo é um modelo de organização política que se carateriza por atos ou praticas autoritárias e intolerantes”. Acontece que, estas práticas, as da intolerância autoritária, sendo praticas que nunca desapareceram verdadeiramente da conduta política e social em domínios específicos de autoridade legitimada, começam perigosamente a ser veiculadas por agentes com poder de manipulação daquilo que são as regras de conduta social e a serem publicamente defendidas como sendo a solução para combater, não o comunismo, mas o desenvolvimento intelectual das populações que munidas de maior conhecimento cientifico, técnico e tecnológico, exigem uma maior articulação dos meios e do conhecimento assim como de exercício do poder organizacional das sociedades.
Os povos começam a contestar a forma de organização política e a procurar outras vias de organização democrática que os emancipe naquilo que são os seus direitos, liberdades e garantias. Neste contexto, a legitimidade impõe-se como regra de disciplina coletiva a fim da não subversão dos valores que regem a civilização Humana. Condição que, a não acontecer, propiciará as condições necessárias ao reaparecimento de; 1.3 - O fascismo com outra face:
falsa solidariedade;
justiça enviesada;
falácia na educação a todos os níveis;
austeridade económica;
contração ao consumo; 5
constante endividamento para suprir necessidades sociais;
injustiça na distribuição equitativa da receita publica;
corte na despesa publica em todos os setores vitais para o bem-estar das populações;
aumento da carga fiscal a pretexto do equilíbrio das finanças publicas;
outros; 2 - A NOVA ORDEM MUNDIAL
2.1 – As causas. O ressurgir do ideal fascista, é uma consequência da acumulação de erros de conduta política sucessórios que não corrigem coisa nenhuma. Antes pelo contrário. Acentuaram as assimetrias num tempo em que existe uma geração altamente qualificada em confronto direto geracional na disputa pelo poder, em face da diferente visão sobre as formas de organização social que respondam a necessidades especificas num tempo específico que corre célere. Este afrontamento geracional está a corroer e a desvirtuar valores conquistados ao longo do século XX após as grandes transformações operadas em todos os Continentes com a nova “Ordem Mundial estabelecida”, nos mais diversos domínios, com predominância para a valia do
conhecimento científico num clima de equilíbrio complexo nos meandros da política internacional que Portugal só começou a acompanhar a partir de 1974 através de um movimento revolucionário a que se seguiu a Espanha que após a morte de Francisco Franco deu inicio a um processo de transição para um estado social, democrático e de direito, em finais do ano de 1975. Sendo o último Estado no espaço designado por Europa Ocidental a aceitar a democracia como modelo de organização social e política. Porque na parte restante da Europa, na União Soviética, só em 1991 com a renúncia de Mikhail Gorbachev, se deu inicio à dissolução da URSS e ao consequente fim da “guerra fria”.
2.2 - As consequências. Esta nova “Ordem Mundial estabelecida”, pressionada pela evolução em permanente desenvolvimento, só pôde progredir e expandir-se com uma organização social assente num princípio elementar: a democracia! Como é sabido, a democracia assenta em um pilar: a liberdade; tudo o resto são condicionalismos implícitos que se articulam entre si e em cadeia. Simplesmente, a liberdade, para o ser, tem regras que tem de ser comummente aceites, mas, de
precisão muito ténue e incisão demasiado sensível. Porque o seu espaço é um espaço de não colisão e de não invasão daquele que é tido por espaço da liberdade alheia, numa lógica de respeito pela liberdade coletiva. Condicionalismo que colide com o tempo necessário para a incubação racional das medidas a 6
tomar visando as transformações dos paradigmas existentes tendo em atenção as sociedades
futuras. E, tendo em atenção também, a colisão dos interesses internacionais em que povos há, que terão dificuldades de sobrevivência num mundo moderno tecnologicamente evoluído. De que já é resultado em parte: os surtos migratórios; os campos de refugiados; a instabilidade social no mundo; a instabilidade política internacional; Existem por isso, condições de exceção, para a ascensão do populismo nacionalista que “protege” os interesses feudalizados ao nível de Estados e corporativos ao nível da organização
económica a que acresce a ditadura como modelo político de combate à corrupção que socialmente se presume ser de predominância original da classe política. Uma conjugação demasiado preocupante e, perigosa, de fatores que estão a influir no juízo de valor generalizado sobre a necessidade dos partidos políticos enquanto garante da democracia plural e da liberdade, já não fazer qualquer sentido. 3 – A CONTESTAÇÃO GENERALIZADA 3.1 – A contestação popular A contestação popular sobe de tom sempre que as condições políticas lhes são favoráveis aproveitando as aberturas no sistema para esse diálogo protegido pela liberdade de opinião e de manifestação porque a democracia é assim mesmo. Não tem barreiras políticas à discussão seja sobre o que for e muito menos a todo e qualquer movimento que se enquadre na “Carta Internacional dos Direitos do Homem” convencionado como sendo “Direitos Humanos” e que a Constituição da República Portuguesa Consagra no âmbito dos Direitos, Liberdades e Garantias dos seus cidadãos.
As barreiras mentais são sempre impostas pelos protagonistas das contendas que a discussão naturalmente provoca, em face da diversidade de pontos de vista sobre o tema. Um tema com temáticas que envolve o foro religioso é sempre de abordagem demasiado sensível e complexa por se focar em matérias que colocam em causa princípio que atenta contra a moral vigente ao trazer para a ordem do dia o direito individual de decisão em domino próprio e o direito coletivo de julgar à luz da razão coletiva ao questionar, colocando em causa, o princípio elementar da vida.
A título de exemplo: o aborto; a eutanásia; a orientação sexual; a prostituição; outros. Matérias que envolvem milénios de cultura popular enraizada e que, só por isso, merecem atenção cuidada no seu tratamento e no resultado legislativo tendo sempre em linha de conta que as mudanças culturais são sempre geracionais e por isso demasiado longas no tempo que é necessário para esse procedimento cultural. Mas também, da condicionante política sobre a legislativa 7
e dessa sobre a educação. Um domínio com especificidades distintas atreitas aos movimentos do populismo conservador, sempre atentos, que nunca deixam passar em claro estas oportunidades políticas que a democracia lhes proporciona e, de que tiram o máximo partido político visando a sua ascensão em circunstâncias especificas de manipulação da opinião publica criando condições de revolta popular aguda, conducente a crises endémicas de evolução sistémica no tecido social. 3.2 – A contestação sindical. Novos desafios. A contestação de rua levada a cabo pelas organizações sindicais tem um único objetivo claro:
conseguir um conjunto de reivindicações de ordem laboral que não tendo conseguido em negociação, esgotadas todas as formas de entendimento possível, acabam em negação ao trabalho sob a forma de greve muitas vezes dando a conhecer a sua luta às populações através de manifestações de rua. Uma forma de protesto contra a não aceitação por parte da entidade patronal das suas reivindicações. Um protesto com suporte legal autorizado pela legislação em vigor com apoio político partidário da esquerda e algumas reservas da direita política em face dos prejuízos causados à economia nacional. Simplesmente, num quadro de relação económico entre quem explora e quem é explorado, estes últimos nada tem a perder comparativamente com as perdas resultantes da paragem que na grande maioria dos casos são economicamente irrecuperáveis refletindo-se nos resultados do exercício do ano corrente. Facto pelo qual não se percebe muito bem porque chegam as partes a um conflito tão exacerbado que culmina quase sempre em greves e manifestações. Salvo quando, acima dos interesses em causa, há outros interesses predominantes e que se prendem com o poder político e económico nacional e internacional. Porque nas lutas pelo exercício do poder, entre interesses antagónicos, há, por vezes, razões que a razão comum desconhece e que nunca virá a conhecer. Aquilo que é certo é que há muita coisa em jogo: desde a política para consumo interno, até aos movimentos financeiros que ditam quem controla e manda no mundo. E que não quer abrir mão de um cêntimo que seja nesse domínio porque sabe que esse abrir de mão lhe pode custar a perda total desse domínio em função do desenvolvimento social em domínios que lhes começam a escapar nomeadamente na área do conhecimento que é uma área de autonomia imprescindível para um povo poder vir a ser verdadeiramente autónomo e independente. Reivindicações justas, as das organizações sindicais, mas, questionadas pelo cidadão comum
no que toca à oportunidade política, uma vez que sob regime prepotente, de austeridade e barbárie política, social e económica, raramente se manifestam. Aguardam paulatinamente que sejam as suas franjas mais voluntariosas, tidas como sendo “radicais”, a assumirem esse ónus da luta de classe por melhores condições de vida traduzidas 8
em regalias sociais. Esta abordagem muito “sui generis” (aligeirada) pretende demarcar as lutas sindicais levadas a cabo por organizações de sindicatos que pulverizaram o movimento sindical não percebendo muito bem o cidadão comum, se: por divergência ideológica; politica; social; ou outra, uma vez que aconteceu em todos os segmentos sociais embora, com maior incidência, nos sindicatos que associam a classe média que, há não muitos anos dispensava este modelo de organização social por se sentir confortavelmente protegida pelas entidades patronais e de poder que delas necessitavam para manter a ordem social e a organização laboral.
3.3 - O Colapso da classe média. Ora, como diz o poeta: “mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.” que foi o que aconteceu. Os tempos mudaram e a classe média eclipsou-se da cena organizacional no tecido empresarial e ao perder estatuto social perdeu também diferença salarial o que a encostou aos até então sidos por classes baixas por aproximação escolar e académica destes de forma a corresponderem aos requisitos impostos pelas novas tecnologias.
A luta sindical nunca foi uma luta de oportunidade. Foi sempre uma luta de classe contra a exploração e por direitos dos seus associados em domínios também de carater político pela liberdade e pela democracia porque sem liberdade e sem democracia não há direito algum. Aliás, os sindicatos surgem de forma corporativa precisamente para que o poder ditatorial melhor conseguisse controlar os trabalhadores por conta de outrem. As atuais organizações sindicais, tiveram ao longo de todo o processo evolutivo das classes sociais que representam, um papel determinante nas lutas de classe para que essa evolução acontecesse, simplesmente, com a alteração de toda a conjuntura em que foram criadas enfrentam
hoje a necessidade de abarcar todo um conjunto de obrigações sociais a que não podem virar costas se quiserem manter a organização de classe vigente ativa e com voz publica e de representação uma vez que as suas origens já há muito tempo que foram alteradas: As indústrias que empregavam milhares de assalariados, ajustaram-se às condições que criaram e modernizaram-se:
O proletariado tradicional desapareceu dando lugar aos equipamentos que o substituíram ;
O proletariado rural também desapareceu dando lugar à mecanização;
Os serviços, públicos e privados, foram informatizados ;
Os operários especializados e os técnicos setoriais são hoje uma minoria ativa;
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O Homem tem vindo a ser, progressivamente, substituído pela máquina;
3.4 - Os novos desafios Neste contexto, as organizações sindicais enfrentam novos desafios para os quais tem de romper com toda a sua filosofia de organização virada em exclusivo para a luta de classes acelerando os processos de ajustamento às novas realidades sociais existentes na relação entre as pessoas de que são parte integrante, em domínios para que nunca estiveram sensibilizados, como o são:
A solidariedade social;
A inclusão social;
O poder político;
Outros;
3.5 – A contestação interna e o voto filiado nas associações. Politicas e outras. A contestação popular é um fator determinante para o escalar da instabilidade a todos os níveis da organização e funcionalidades sociais condutora à rebelião maciça no seio das mesmas onde
já não é possível o entendimento entre as partes em conflito, num ambiente em que as lideranças são postas em causa, devido a fatores que são da sua única responsabilidade porque não se souberam impor pela via democrática optando por soluções hostis de imposição da autoridade porque, em abono da verdade, a sua chegada ao poder foi feita através de processos menos transparentes em que a sua eleição foi unicamente o legitimar do ato e pouco mais, uma vez que, todo o processo eletivo foi inquinado por métodos incorretos na condução assim como no arrebanhamento de votos em meios alheios à organização através da inscrição maciça de membros com o devido tempo de antecedência em que os seus mentores suportaram a despesa pa-
gando as cotas devidas e estatutariamente obrigatórias assim como, em alguns casos, tratam do transporte coordenado para que procedam ao ato de votar. E, em que o “filiador” responsável coordena todas as operações inclusive, a fiscalização efetiva sobre se o filiado foi, ou não, votar. Esta operação é previamente conjugada com um membro da mesa ou presente na assembleia de voto que vai “dando baixa” dos filiados que já votaram e, alerta o “filiador” indicando os que ainda não o fizeram de forma a pressionar para que concretizem o ato para que foram solicitados. De forma recorrente há a feitura de uma chamada telefónica para as pessoas que ainda não cumpriram com o acordado. Um processo conhecido por “sindicato de voto” que tem vindo a funcionar desde a imposição legal de método eletivo por Listas para os Órgãos Sociais de todas as associações sendo que, os partidos políticos tem sido a “ponta do iceberg” deste esquema por serem useiros e vezeiros no seu uso. 10
Um esquema que tem vindo a ser publicamente denunciado, mas para cuja solução as medidas
adotadas não têm surtido qualquer efeito corretivo. Quando muito tem atenuado o impacto do escândalo ao mobilizar cada vez menos votantes, descrentes na militância genuína a na luta por valores de referência ética, mas também da defesa dos interesses a que estatutariamente estão obrigados. Um esquema que continua a funcionar como garantia da eleição de um conjunto de “protegidos”, em que, a “bolsa de membros adormecidos” de que só os “filiadores” tem o contacto efetivo, havendo casos de completa falsidade nos dados introduzidos de forma a que só os citados “filiadores” tem acesso ao seu contacto para convocação para os atos eletivos, ativados sempre que oportuno através do pagamento maciço das suas cotas para que votem no candidato indicado. Este é um dos fatores mais relevantes para o acentuado esvaziamento ideológico dos partidos políticos e da sua perda de influência junto do eleitorado que se tem vindo a abster de votar sistematicamente e se nega a aderir a qualquer movimento político partidário, sem sequer ter a perceção de que está a cometer um erro crasso naquilo que é o primado da garantia de continuar a usufruir de liberdade; ter direitos e garantias sociais; de que terá uma vida com dignidade; de que o futuro dos seus descendentes está minimamente assegurado; A desinformação política ganha raízes e, as forças ocultas de manipulação do poder, mexem os seus “peões” posicionando-os num tabuleiro de xadrez em posição de fazer o “xeque-mate” ao sistema democrático que se encontra internacionalmente debilitado. Ainda não foi “ferido de morte”, mas, a continuarmos por este caminho de completo descrédito nas Instituições, a sua morte fica anunciada. E, o autoritarismo e a intolerância, terão a porta do poder escancarada por incúria e manifesta
incompetência da classe política e das demais elites que se instalaram para legislar e não para governar quando foi para isso que foram eleitas. Instalados o autoritarismo e a intolerância, a alterativa do poder será, obrigatoriamente, a do desmantelamento de todas as conquistas sociais dos povos, em todos os domínios. Desde o setor primário ao emergente das novas tecnologias. Uma tarefa que não é possível por ser contranatura e que por isso terá de ser transitória. Ou então, a socialização do modelo terá de ser uma via para poder ter sucesso. O que a acontecer, poderá reverter todo um conjunto de regras entre os homens que vão desde a cordialidade à confraternização elementar para a sustentabilidade intercontinental e global. Enfrenta assim, a sociedade atual, um sério desafio para cujo combate não dispõe de “armas” iguais salvo na componente quantitativa. Uma arma poderosíssima na correlação de forças entre a produção e o consumo porque sem consumo a produção não tem razão de ser. 11
Simplesmente, a necessidade gera o consumo. E o consumo dinamiza a produção. Aquilo que
pode acontecer é: se o consumo diminuir, a produção fica limitada e pode gerar um complexo conflito entre interesses originando o desmantelamento do modelo económico vigente por desajustado. Nesta variável, os povos levam vantagem. E, a democracia com um novo rosto, novos protagonistas, novos conceitos de organização e de distribuição será sempre o futuro. O maior problema será sempre o do tempo de duração da noite política que, entretanto, se pode abater sobre as populações. 4 - A PERSEGUIÇÃO 4.1 - A perseguição política A perseguição política tem diversas formas de ser concretizada sendo que, o seu exercício preferencial, numa primeira fase, tem uma maior incisão e precisão dentro das próprias organizações com vocação para o exercício do poder político. Não sendo de descurar aquilo que se passa ao nível de todas as outras organizações, sejam elas de pendor para o exercício de atividade social, política, económica, religiosa, meramente associativa, ou outras, nas suas áreas de influência direta e indireta, com objetivos claros: os de silenciar a oposição interna para que não exista assumida em Listas para disputa eleitoral dos cargos para os seus Órgãos Sociais garantindo assim a continuidade dos interesses instalados. Facto que se constata, com a gravidade acrescida do inevitável envelhecimento da sua classe dirigente, coartado que foi, o caminho à sua regeneração e consequente modernização funcional onde a evidencia da falta de democracia participativa é notória como garantia de continuidade
das Instituições. Um cenário evitável se o culto da democracia tivesse feito caminho por dentro contrariando o culto de personalidades incultas completamente desfasadas no tempo e da nova realidade conjuntural de transição que é necessária e imprescindível para que as sociedades mantenham um rumo equilibrado. 4.2 – A perseguição social Outra das formas de perseguição atual assume contorno sub-reptício em algumas circunstâncias
e descarado em muitas outras. Ou, para simplificar o método, a conjugação dos dois fatores seja mais corrente. Sub-reptício na forma, descarada no efeito.
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Simplesmente, o efeito, é de difícil prova. A constatação não chega para suporte da afirmação das vítimas. Daí a sua forma sub-reptícia na concertação do efeito. Porque, as vítimas só lhe sentem o efeito. Como por exemplo; dificuldades estremas nos mais diversos domínios nomeadamente na seletividade no acesso aos serviços básicos essenciais com especial enfoque:
ao infantário;
ao ensino;
ao emprego;
À justiça;
À saúde;
À vida com dignidade;
A marginalização ostensiva;
A perseguição social é assim, a face externa e, extrema, de um processo de segregação social ao influir na vida quotidiana dos visados em que o recurso ao uso da influência que os condiciona e da coação que os impede, se torna numa das formas mais eficazes, e por isso a mais usada, de violência psicológica sobre uma comunidade inteira exercida de forma tentacular sem deixar pontas soltas, por uma minoria que domina. Este método é o método mais eficaz de imposição e como tal reconhecido por ser emanado a partir de legislação que dá forma de Lei e de legitimidade a tudo aquilo que o bom senso e a ra-
zão têm dificuldade em aceitar perante alguns dos resultados produzidos e do conhecimento geral. 5 - A NOVA FACE 5.1 – O autoritarismo legitimado Esta nova face de imposição autoritária legitimada por legislador escolhido com critérios seletivos originários está a empurrar as sociedades para autênticos becos sem saída de que são algum exemplo os últimos acontecimentos:
As investidas antidemocráticas e xenófobas levadas a cabo pelo Presidente dos Estados Unidos da América em todos os domínios e de outros Chefes de Estado de ingerência internacional apoiando regimes antidemocráticos tem provocado em alguns Continentes:
A fuga massiva de povos em busca de um único direito, o de viver; 13
O endividamento dos Estados com repercussões internas nas Nações;
O exercício politico ditatorial pela via democrática através do ato legislativo;
O descrédito generalizado dos povos nas suas classes dirigentes;
A situação de crise generalizada a que se chegou em domínios básicos da essência Humana como o são a gestão dos recursos naturais em prejuízo das comunidades.
Outros;
Uma sociedade completamente envolvida num processo de desenvolvimento progressivo e, em simultâneo, mergulhada num outro processo literalmente regressivo. Progressivo nas valências do conhecimento matemático e em outros domínios da ciência que fazem com que as sociedades avancem e evoluam significativamente. Regressivo na vertente da transição geracional motivada por rutura na articulação do saber acumulado o que tem vindo a provocar assimetrias dispares entre processos:
De construção;
De utilização;
Em um tempo onde a simplicidade ainda não percebeu que para aqui chegar houve a necessidade de desmontar a complexidade de cada matéria simplificando-lhe a matriz, harmonizandolhe os conteúdos. É esta perceção que não chega ao discernimento dos agentes políticos prisioneiros de interesses de classe dominante que não quer perder o poder por preço nenhum. Classe dominante que ao longo da História da Humanidade sempre se pautou pelos entraves colocados ao desenvolvimento social consequente ao crescimento da densidade Humana que tem vindo a exigir respostas eficazes a todos os seus problemas mas também a todas as suas necessidades de se preparar para os embates seguintes de forma a assegurar o seu futuro enquanto espécie.
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6 - A INOVAÇÃO 6.1 – A inovação social e tecnológica. As profundas transformações operadas em todo o tecido empresarial com incidência maior nas grandes empresas nacionais e multinacionais, com gestão familiar ou empresarial, de capitais próprios, societários ou circulantes, maioritariamente detidas por privados, mas também publicas sendo que neste ultimo caso, os capitais são públicos, ou empresas mistas com capitais divididos entre privados e o Estado, em que os processos de transformação e do tratamento industrial das matérias primas já utilizam a robótica para a sua extração e manipulação e, a automatização de todos os mecanismos para a automação estandardizada de todos os procedimentos armazenados em servidores de computação autónomos de gestão centralizada informatizadas em setores como: a gestão; a produção; os serviços; os stocks; o armazenamento; o transporte; a distribuição; e outros. As comunicações ponto a ponto que vinham sendo exponencialmente tratadas de forma a poderem ser difundidas em rede sobre malha global terrestre e espacial privilegiando a relação entre os mercados de consumo, foram alvo preferencial de transformações profundas de forma a aproximar as populações agilizando serviços mas também, minimizaram os custos finais de todos os produtos a que eram imputados custos incorpóreos com encargos financeiros na produção e nos stocks, sem planificação possível, invertendo esta situação para uma outra em que a resposta da produção através da planificação a curto e médio prazo das suas linhas de produção passou a funcionar em função das encomendas em carteira reflexo das necessidades dos consumidores. Esta metodologia revolucionou todas as formas de concorrência a competirem nos diversos mercados nacionais e internacionais ao nível dos preços, através da minimização dos custos e da maximização da produção, com qualidade assegurada por laboratórios de fiscalização tecnologi-
camente preparados para essa sua função, num novo mercado concorrencial em que a modernização contínua é imprescindível. Desde o setor primário até ao consumo final passando pelo setor terciário dos serviços. Nesta saga de modernidade, os setores das comunicações e dos transportes foram pioneiros em todas as mudanças operadas, por necessidade conjuntural de todas as interações entre os povos e, por isso, responderam de pronto. Mesmo sabendo-se serem dois pilares que já vem sendo aperfeiçoados desde sempre e em que os paradigmas das comunicações entre as tribos indígenas que comunicavam através de sinais de fumo mais as convulsões sociais e os protestos das populações aquando da passagem de linhas férreas por terrenos férteis. Estes dois vetores económicos desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento dos povos em todos os tempos e foram de primordial importância na alavancagem da economia no seu todo global. Condição que continuam a ter na articulação global, em todas as suas condicionantes. 15
As redes primárias de comunicações assessoradas impulsionaram todas as condições propicias
ao livre comércio internacional de concorrência em todos os domínios e com preços ajustados ao nível de vida existente, em sintonia com as novas formas de comunicação interpessoal, com enfoque de incidência preferencial na aproximando de povos e culturas, a que acresce a informação, mas também o controlo político e militar pela via dos satélites em orbita que fazem o encaminhamento devido das comunicações recebidas. Daí que, a espionagem internacional: industrial; comercial; política e militar, sem redes de comunicações é hoje, completamente impossível. As redes de transportes existentes asseguram que os produtos cheguem aos consumidores em condições de serem consumidas sem riscos. Seja para a saúde seja para a sua comodidade. Assim como, também asseguram, a mobilidade de pessoas e de outros equipamentos. Daí que, pensar um mundo à escala global sem redes de transporte seja nos dias de hoje, completamente impossível. 7 - O NEOLIBERAISMO 7.1 – O neoliberalismo como forma de organização É neste complexo puzzle, composto com base na procura que se desenvolve a oferta e o consu-
mo com origem na necessidade básica, complementar ou, gerada, motivando uma espécie de concorrência que não olha a meios para atingir fins propiciando o modelo de organização política assente na exploração desenfreada de todos os meios disponíveis, eliminando a manufatura e por essa via, dispensa a mão de obra humana, conduzindo o mundo moderno para o modelo político neoliberal. Um modelo desregrado em que a intervenção económica é exclusivamente controlada pela iniciativa privada e a intervenção do Estado nula, dando origem a um Estado amorfo, totalmente desresponsabilizado de todas as suas funções: económicas, políticas e sociais, assente em um tentacular “mundo” de sistemas operativos que se encarregam de instruir os terminais de cobrança de impostos aos mais pobres. O Neoliberalismo, é um modelo de organização política experimental, que se desenvolveu nos finais do seculo XX, em que se fundem a ideia tecnocrata do exercício do poder sem ideologias de suporte filosófico com um conceito de Estado sem ideias políticas estruturantes, nem autonomia de gestão económica própria ou de “ingerência” nas diretivas nacionais. Cabendo por isso à iniciativa privada o preenchimento desse espaço político que ajuízam ser seu por direito sucessório ou outro relacionado com predicado elitista conservador. Se para a tecnocracia a essência do poder reside na aplicação de métodos científicos na resolução de problemas sociais, para os defensores do neoliberalismo o Estado é um estorvo para a iniciativa privada impedindo a livre concorrência em que os preços baixos associados a baixos salários mais a redução dos impostos são o cerne da solução dos problemas da Nação e o Estado seria a muleta geoestratégica do controlo sobre as populações. 16
7.2 – A tecnocracia suporte ideológico do neoliberalismo Nesta lógica, os tecnocratas associados aos interesses privados de pendor capitalista, são a solução para a ancestral aspiração do conservadorismo tradicional que nunca aceitou a evolução do conhecimento generalizado por defender o princípio da existência de uma elite com vocação liderante que não reconhece aos povos subjugados essa competência. Confluem em si uma espécie de mentalidade negreira que olhava a raça negra como sendo uma espécie animal irracional e por isso de tratamento inferior sem alforria para ser autónoma. Ou, a aspiração fascista do predomínio racial aperfeiçoado pelo racismo científico Nazi. Uma forma de olhar para o futuro com um único fito: Combater o futuro. Fica por se saber se o processo Legislativo deixa de ser processado por uma Assembleia eleita, para ser processado de forma autoritária e intolerante em regime de partido único, ou se, através de mecanismos legais, conseguem impor as Leis que lhes interessam transitando para um modelo bipartidário similar ao já existente em alguns Países e, com os resultados conhecidos: os pobres cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos. Ou então, se a Legislação resultará de um processo em que os elementos introduzidos por interesses específicos das elites sobranceiras farão Lei através de razão suposta, produzida por meio artificial. E ainda, se a democracia multipartidária resultará tão inócua, implodindo, anulando-se, de forma a ser tomada de assalto por bandos de criminosos organizados. 8 - A PRECARIEDADE. 8.1 – A precariedade como solução social no futuro É, também, neste complexo puzzle da organização económica que, a dispensa de mão de obra humana, por substituição mecânica ou computorizada, origina fatores de instabilidade social por manifesta falta de competência na preparação das novas formas de vida das gerações do futuro prisioneiras de uma educação predominantemente dominada por conceitos passados e presentes que olham o emprego como sendo a garantia da estabilidade social, coisa que já não acontece. A estabilidade social atual passa por critérios seletivos de vida ditados por robustez intelectual
forjados numa educação proativa que tem de ser politicamente definida. Uma área onde tem havido dificuldades acrescidas porque as novas gerações de agentes políticos são das menos preparadas intelectualmente desde sempre para o cargo, no tempo e para o tempo, mesmo dispondo dos mecanismos essenciais para essa batalha que se resume a um confronto com o futuro assumido e sem desculpas. 17
A precaridade laboral tem de deixar de ser tabu nas discussões publicas para passar a ser uma
discussão tão aberta quanto o possível e de amplitude tão lata quanto a massa critica presente o conseguir sobre a condição de vida corrente que tem de ser preparada para a nova condição de vida do futuro. O intercambio entre gerações deve estar sempre presente de forma a que o balanço entre o desenvolvimento, a inovação, a produção e o uso, facilitem o entendimento necessário entre os diversos intervenientes neste processo de revolução tecnológica que tem vindo a ser feita no sentido de libertar o Homem de tarefas que tem vindo a fazer ao longo de todo seu curto percurso de vida sem que dela desfrute. Um entendimento invulgar e por isso incomum, porque colide com os planos curriculares do ensino que não sabe como preparar os seus alunos para a sociedade do futuro. Uma parte significativa da classe docente não tem acompanhado a evolução tecnológica e a sua influência na vida das pessoas ao ponto de haver evidencia de haver um conhecimento e desempenho no manuseamento superior, na ótica do utilizador, na componente dos alunos, desde o primeiro ciclo, por hábito adquirido em ambiente familiar de entretenimento e outros. Assim como se constata preparação assente no passado para aplicação no presente que corre célere para o futuro como consequência sem qualquer espécie de previsão até aqui feito através dos meios informáticos criados por gerações diferentes, entre os que fornecem a
informação e os que dela se servem para as mais diversas áreas: ensino; aprendizagem; profissionais e outras. Uma consequência da aproximação necessária para uma maior eficácia na divulgação do conhecimento. Um desafio aos seminários internacionais específicos, mas também generalistas a que se realizem com maior regularidade no seio de uma sociedade que se quer informada, mas superiormente culta. Porque a informação sem cultura de suporte é o mesmo que fazer uma casa sem alicerces. Vai cair, mais dia, menos dia.
As novas gerações. A geração do conhecimento e, segundo a classe política: a geração mais bem preparada de sempre, não está a ser preparada para afrontar e enfrentar esta realidade incontornável: a de que a máquina tem vindo e vai continuar a substituir o homem nas suas tarefas quotidianas empurrando-o para a condição exclusiva de consumidor. Uma perspetiva de médio prazo que implica começar já a preparar as novas gerações para o lazer, munindo-as do conhecimento Histórico transitado, mas também, do conhecimento necessário de que o saber é uma necessidade e não, uma ferramenta para a competitividade.
A precariedade acontece quando os Estados não estão organizados para suprir problemas conjunturais nem sequer os da sua articulação funcional e muito menos para a admissibilidade de que o Estado existe como defesa da Nação num todo, num mundo em transição para um estádio superior ao atual, onde o Ser Humano possa desfrutar do direito inalienável à vida.
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Uma preparação a que urge dar inicio, fora de tempo cultural para a sua aceitação pacifica, mas
que, através dos canais próprios: a família; a escola; o meio; a seu tempo surtirá o efeito desejado tal e qual as novas tecnologias surtiram os efeitos pretendidos num espaço de tempo meteórico com objetivos diferentes, os da maior produção como menor índice de custos associados, mas que vieram atenuar a necessidade do esforço Humano. A questão de fundo reside na vontade política de todos os agentes envolvidos no sentido de procurar soluções para estes novos desafios e não para os complicarem, prometendo algo que é de difícil execução: o regresso ao passado.
A precariedade assume assim ser um problema maior tendo em conta o atual momento Histórico, mas, uma autêntica falácia se considerarmos o futuro na senda do progresso e do desenvolvimento social. Falácia porque o suporte do argumento é insustentável tendo em conta a vida sem o ferrete do amo, tenha ele a forma que tiver, porque a vida consiste num direito exclusivo: viver!
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