POR ENTRE SONS

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POR ENTRE

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D A SONS Antรณnio Fernandes


INTRODUÇÃO Na senda deste desafio que é o de tentar descrever as pegadas mais importantes na relação entre indivíduos independentemente de fatores externos mas tendo em conta que são esses fatores externos que delimitam todas as pegadas que cada um dá mesmo que a admissibilidade desse elemento vital seja de somenos importância para ego trivial que comunga o espaço comum seja ele qual for, no sitio em que for e, com a arquitetura que tiver. Porque... “O pior que pode acontecer a uma pessoa é pensar que alguma vez se entenderá com outra pessoa que pensa de forma diferente.” Mas também... Entre a realidade e o sonho possível, não raramente, dista somente a coragem para concretizar a vontade!” Esta dicotomia espelha antagonismo de porta entreaberta. A vontade. Ou seja; se houver vontade os obstáculos são todos ultrapassáveis. Sinceramente, não sei e tenho muitas duvidas. Aquilo que sei é que ficam as marcas desses antagonismos marcadas a “ferro e fogo” na mente de cada um e, que, por isso, as pegadas mentais escritas serão sempre a marca indelével dessas ocorrências. Pegadas é um exercício de transcendência genuína na senda da fórmula de que o poeta: “O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. “ Sic, Fernando Pessoa Nesse sentido, “Pegadas” acaba por ser um exercício tão abrangente, que concluir ser fruto da experiencia de vida individual é um erro. Braga, junho de 2018 António da Silva Fernandes



SONETO 41-2018

Amor, um sentimento estranho, doce, que te corrói devagar... na dimensão, seu tamanho, de uma felicidade impar.

O amor é assim, um só sopro. Uma áurea superior, que te incendeia o mosto e acorda a chama, o ardor!

acendendo uma fogueira, incalculável intensidade, inenarrável, ou descrição,

afogueia a emoção, o sentimento de saudade, e, se aloja, no coração !

Braga, maio dia 15 de 2018 António Fernandes



SONETO 42-2018

No fundo dos teus olhos rasos há um brilho que só eu o vejo de uma lagrima de acasos

na saliva de um só beijo.

Há tanta ternura escondida que tem medo em ser descoberta por entre os atalhos da vida envolta numa nuvem incerta.

De gotas tão resplandecentes trespassadas por raio solar em terra arada acolhidas

um refugio de outras vidas já com asas para se libertar e voar, por entre as sementes!

Braga, maio, dia 16 de 2018 António Fernandes



SONETO 43-2018

Tenho saudade do teu suor, da pele macia, do teu toque, da tua entrega superior,

do supremo êxtase que sofre!

Tenho saudade de ti, amor, só não sei como o dizer... tão doce é o teu sabor que fico feliz só por o ter.

Tenho saudade do sorriso, de uma gargalhada solta uma carícia, um abraço,

um beijo de prazer sentido na loucura de uma boca, aberta, me aperta, preciso!

Braga, maio dia 16 de 2018 António Fernandes



SONETO 44-2018

Vamos! Incondicionalmente! Lado a lado. Caminho livre. Não importa o quanta gente, caminha à toa. Que se lixe!

O que importa é se o trilho é o trilho que imaginamos, aquele em que o nosso brilho é luz dos rasgos que deixamos

E se soltam por serra adentro em percurso sem o horizonte limite da iniciativa

porque o que nos move na vida se faz pó em água de fonte, e da terra é o alimento.

Braga, maio dia 18 de 2018 António Fernandes



SONETO 45-2018

Hoje tive a veleidade de explorar o desconhecido julgando possuir a verdade,

puro engano, não o consigo.

Velejei em voo planado por céu azul do infinito penhasco agreste, aviltado, no mar, deixo o meu grito.

Na espuma de todas as ondas, rebentação ousadia, em penetrar nos outros mundos,

envolvidos em preconceitos, adormecidos por melodia de vento em seara sem monda…

Braga, maio dia 19, ano de 2018 António Fernandes



SONETO 46-2018

São momentos, tão vazios, tão cheios de flores mortas, aromados por odores frios, asfixiados por heras tortas,

trepando cada momento vivo por mais teimoso que seja nas letras, palavras de um livro, onde seca uma só cereja.

Pousada acidentalmente na porta de entrada, momento, estante, ou prateleira,

... numa simples fresta, clareira, raio fosco do pensamento solto, onde voa, livremente!

Braga, maio dia 29 de 2018 António Fernandes



SONETO 47-2018

Olha o meu olhar incerto que foge do teu sem razão só porque se sente inseguro

perante essa tua convicção.

Essa força feita coragem conseguida não sei onde algures em alguma viagem onde a lágrima mente sempre.

Não sei se de tanto correr vida cheia por face lisa entre o riso e o aperto

lavando o sentir da ternura que já não chora, porque pisa, a chama de um olhar incerto.

Braga, 30 de maio de 2018 António Fernandes



SONETO 48-2018

Há, nesse vai e vem ritmado, ora subindo, ora descendo, um acorde, um gemido, fado,

dedilhado nas cordas do vento.

Uma gargalhada brejeira um som solto no vento siroco Um beijo sentido na eira de um mar, um olhar, um sufoco!

Há no recorte simples do traço um esboço vago, cinzelado na penumbra de uma noite

envolta em algodão doce no rio que corre, esboçado, e se espraia no regaço.

Braga, maio dia 5 de 2018 António Fernandes



SONETO 49-2018 Os percalços, dizem: - Fortalecem! Não creio que assim seja. Quanto muito: - Adormecem! A vida que ainda bafeja.

Deixam na calçada pejada as mágoas por entre as pedras, o brilho de alma, mui amada, que ora chora em suas trevas.

Por onde desliza uma gota da água salgada da vida, pedra a pedra, vai contando,

das mágoas se vai sabendo, mesmo da que era esquecida, e que hoje bateu à porta…

Braga, junho dia 9 de 2018 António Fernandes



SONETO 50-2018

Um a um, degrau a degrau, os subo devagar, meditando, se tudo o que aconteceu

foi um simples mental desmando

daqueles que não se esquecem cravados ficam, doem muito, no peito, eles se guardam, na alma encontram um reduto!

No pórtico de uma entrada sem saída em que se consiga chegar onde querer é vontade.

Somente porque, sinceridade, não é condição precisa nos degraus desta caminhada.

Braga, junho dia 10 de 2018 António Fernandes



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