A EXPANSテグ PORTUGUESA
• CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À EXPANSÃO PORTUGUESA
Pormenor do monumento às descobertas em Lisboa
• Portugal foi o 1º país europeu a lançar-se na epopeia dos descobrimentos que, a partir do início do século XV, alargaram os horizontes do mundo.
• Porque é que Portugal, um país tão pequeno, se lançou e conseguiu realizar um tão grande e difícil movimento expansionista? • Na verdade existiam várias condições favoráveis que nos permitem explicar a prioridade portuguesa na expansão europeia que teve início no século XV. Dentro destas condições destacam-se as seguintes:
A – A tradição marítima dos portugueses favorecida pela sua posição geográfica. • – A situação geográfica e a extensão da costa favoreceram as actividades piscatórias e o comércio marítimo. Já a partir do século XIII, mas em especial no século XIV, os mercadores de Lisboa e do Porto tinham relações comerciais regulares com os povos do Mediterrâneo, do Norte de África e do Norte da Europa até ao Mar do Norte.
Lisboa no tempo das descobertas.
• Lisboa, era já um importante porto de escala entre o Mediterrâneo e o Báltico, tendo já um grande movimento de navios e de homens de negócios estrangeiros, principalmente genoveses e venezianos.
B – Condições científicas e técnicas • – Além de marinheiros experimentados, os portugueses tinham à sua disposição as mais avançadas técnicas de navegação e os conhecimentos geográficos mais avançados da época. Muitos conhecimentos foram fruto da presença dos muçulmanos e judeus no nosso território; outros, dos contactos com os marinheiros cristãos que, desde o século XII, faziam escala em Lisboa durante as suas viagens entre o Mediterrâneo e o Báltico.
• - Utilizando esses conhecimentos náuticos, os portugueses realizaram importantes aperfeiçoamentos; destacando-se as que fizeram no astrolábio e no quadrante, instrumentos essenciais à navegação no alto mar, e no domínio da construção naval a caravela, (o grande barco das primeiras descobertas), um barco ligeiro, com grande facilidade de manobra e capaz de navegar contra o vento (bolinar)), graças à combinação de dois apetrechos fundamentais: o leme fixo à popa e as velas latinas triangulares.
Com o astrolábio os portugueses podiam marcar a sua posição sobre a Terra, medindo o ângulo que o Sol fazia com o horizonte
O Quadrante é utilizado para medir a distância angular de qualquer ponto, a partir do zénite (distância zenital) ou do horizonte (altura). Estes ângulos são lidos no limbo a partir da alidade (régua móvel) estando esta colocada na vertical.
• a caravela, (o grande barco das primeiras descobertas), um barco ligeiro, com grande facilidade de manobra e capaz de navegar contra o vento (bolinar)), graças à combinação de dois apetrechos fundamentais: o leme fixo à popa e as velas latinas triangulares.
A CARAVELA PORTUESA – O grande barco dos primeiros descobrimentos.
C – Situação político social • – A derrota dos castelhanos pelas tropas do Mestre de Avis, futuro D. João I, e de D. Nuno Álvares Pereira, significou o aparecimento de uma nova dinastia e, como diz Fernão Lopes de, “uma nova geração de gentes”, já que uma nova nobreza substituía a antiga que, por questões de fidelidade se tinha colocado ao lado de D. Beatriz, portanto ao lado dos castelhanos.
D. JOÃO I; 1º REI DA DINASTIA DE AVIZ
D. NUNO ÁLVARES PEREIRA; O CONDESTÁVEL DO REINO
• Assinada a paz com Castela (1411), Portugal gozava de condições políticas estáveis, tinha as suas fronteiras bem definidas e tinham também um rei respeitado que se tinha imposto a toda a sociedade; por sua vez este rei e a nova nobreza “ansiavam por mostrar ao mundo” que eram dignos dos seus títulos.
A “nova nobreza” que saiu vencedora por apoiar o “Mestre de Avis”, à qual Fernão Lopes chamou “Nova Geração de gentes”.
• As motivações da Expansão portuguesa, baseadas na Crónica de Gomes Eanes de Zurara
• Podem-se reduzir a 4 as cinco razões a que se refere o cronista Zurara na sua “Crónica do Descobrimento e Conquista da Guiné”: Uma edição moderna da “Crónica” de Zurara.
• – Curiosidade Científica, “a vontade de saber…”, que correspondia à mentalidade renascentista do século XV, que apresentava uma nova atitude perante a Natureza, o Mundo e o próprio Homem.
O”Homem Vituviano” que representa a “Mentalidade Renascentista”.
• – Os Factores Económicos que foram, sem dúvida, determinantes na arrancada da expansão portuguesa. • Em Portugal a falta de ouro e de cereais exigia a procura de novos mercados de abastecimento desses produtos. Por outro lado, as transformações sociais dos fins da Idade Média fizeram sentir também a falta de mão-de-obra para o trabalho dos campos e das oficinas.
• A procura de mão-de-obra barata se possível escrava, era uma necessidade económica, tal como eram as matérias-primas para a industria manufactureira (plantas tintureiras, peles, etc.). O açúcar e as especiarias contavam-se também entre os produtos procurados.
Gravura representando uma chegada de escravos a Portugal.
• – Os Factores Militares – relacionam-se com a inimizade que havia entre a Europa Cristã e o Norte de África muçulmano. Os piratas muçulmanos, principalmente nas águas ao sul do Algarve continuavam a atacar as costas portuguesas e os barcos cristãos que por aí passavam
Gravura representando os “Piratas muçulmanos”.
• Conhecer o “poderio do inimigo”e combatêlo, para garantir a livre passagem pelo estreito de Gibraltar, era dar satisfação às ambições bélicas da nobreza, além de ser uma necessidade de segurança; por outro lado, era também uma forma de Portugal se antecipar a Castela na conquista das estratégicas cidades do Norte de África.
O “Espírito de Cruzada”.
• – As Motivações Religiosas – Vivia-se numa época de grande religiosidade, por outro lado, Portugal formarase, em grande parte, na luta contra os Muçulmanos, o “espírito de cruzada” ainda se mantinha vivo na mentalidade portuguesa do século XV.
• Pode-se acrescentar ainda que o Papa concedia aos reis cristãos Bulas de Privilégios; Bulas essas que reconheciam aos reis cristãos soberania sobre os territórios conquistados ou descobertos em troca do compromisso de evangelização das respectivas populações.
• Interesses dos Grupos Sociais e do poder Régio no arranque da Expansão Portuguesa
• A expansão portuguesa foi uma empresa nacional, isto quer dizer que contou com a colaboração de todos os grupos sociais. • Assim, após a assinatura da paz com Castela, em 1411, a coroa e todos os grupos sociais, interessaram-se na empresa expansionista.
•- O Clero – principalmente as ordens militares, espalhar a fé cristã, convertendo novos povos ao Cristianismo e, ao mesmo tempo, aumentar os seus senhorios e suas rendas.
• • - A nova Nobreza guerreira – que estava agora desocupada e que ansiava combater por novas acções de conquista a fim de conseguir novos domínios e novos cargos, podendo, ao mesmo tempo demonstrar o seu valor.
• - A Burguesia, em especial os mercadores de Lisboa e do Porto, estavam interessadas em novos mercados e tambÊm em matÊrias-primas que lhes poderiam dar grandes lucros.
• - O Povo – Os Pescadores, os Assalariados Rurais e a Plebe Urbana (a “Arraia Miúda”), procuravam, na saída para além-mar (como tripulantes ou colonos) a resolução para os graves problemas da fome e da falta de trabalho.
•- A Coroa – pretendia obter benefícios económicos (terras, mercados etc.), manter a nobreza ocupada, expandir a fé Cristã e aumentar o seu prestígio. (D. João I inaugurara uma nova dinastia e, alem disso, não era um “nobre puro”; pois embora fosse filho de um Rei, a sua mãe não pertencia à nobreza).
PARTE DOS PAINEIS DE S. VICENTE, REPRESENTANDO A SOCIEDADE QUINHENTISTA PORTUESA.
PARTE DOS PAINEIS DE S. VICENTE, REPRESENTANDO A SOCIEDADE QUINHENTISTA PORTUGUESA.
• A Conquista de Ceuta
Gravura quinhentista representando Ceuta
• A conquista de Ceuta foi o primeiro passo da expansão portuguesa. A sua conquista foi encarada por D. João I e pelos seus mais fiéis conselheiros, entre os quais se destacam: os seus filhos mais velhos, D. Nuno Alvares Pereira e o vedor da fazenda, João Afonso, como a melhor solução para resolver os problemas que afligiam o país.
• Os motivos da conquista de Ceuta confundem-se com os da expansão portuguesa. Assim, entre os principais motivos destacam-se os seguintes: Localização geográfica de Ceuta.
Rotas comerciais do século XV.
• – Motivos Económicos – Ceuta era o término de muitas rotas comerciais, sendo portanto, uma cidade muito rica em ouro, especiarias, escravos, corantes e tecidos, produtos que Portugal carecia.
• – Motivos
Religiosos – Ceuta estava na posse dos Muçulmanos, que, na altura, eram os principais inimigos dos Cristãos. Cristãos combatendo os muçulmanos.
• – Motivos Políticos – Evitar uma possível expansão de Castela no Norte de África; ao mesmo tempo que, contribuiria para o aumento do prestígio do Rei. Gravura representando D .João I
• - Motivos
Estratégicos – Ceuta tinha uma posição estratégica que lhe permitia controlar tos os navios que entravam e saiam do Mediterrâneo partindo para África ou na direcção da costa ocidental europeia.
Mapa mostrando a localização estratégica de Ceuta.
• – Motivos Sociais – Manter ocupada a jovem nobreza que ansiava por justificar os seus títulos, aumentar os seus rendimentos e senhorios. A “JOVEM NOBREZA”.
• – Outros Motivos – Ceuta era uma cidade difícil de conquistar, o que valorizaria mais o feito da nobreza e do Rei; era também um ninho de piratas que atacavam frequentemente as costas portuguesas
O símbolo dos piratas.
• Resultados da conquista de Ceuta
Embora sob o ponto de vista económico a conquista de Ceuta tivesse sido um fracasso, pois as rotas comerciais foram desviadas para outras cidades do Norte de África e, como os Muçulmanos estavam sempre a tentar reconquistar a cidade obrigando à presença de uma forte guarnição militar para que tal não acontecesse, o que significava uma grande despesa de dinheiro.
Os encarniçados combates que haviam “às portas” de Ceuta.
• Estrategicamente, a conquista de Ceuta permitiu aos Portugueses, além de controlarem as entradas e saídas do Mediterrâneo, partirem, sem receio, para a expansão da Costa Ocidental Africana, além disso, acabaram quase definitivamente, com os ataques dos piratas Muçulmanos às costas portuguesas.
• Descoberta e Colonização das Ilhas Atlânticas
• Em virtude da conquista de Ceuta não ter dado os resultados económicos esperados, em especial a vinda para o nosso país de ouro e trigo, e porque D. João I não era Homem para cometer o mesmo erro duas vezes, decidiu seguir outro rumo de expansão – o da exploração do mar e da costa africana. • O Infante D. Henrique, encarregado pelo seu pai, foi o grande impulsionador dessa política de Descobertas.
O Infante D. Henrique, o grande impulsionador das descobertas portuguesas.
• Assim, a partir de 1415, por sua iniciativa os barcos portugueses laçam-se na descoberta das Ilhas Atlânticas e na exploração da Costa Africana. • Nas primeiras viagens os portugueses atingem o arquipélago da Madeira (1419 – 1420) e as ilhas dos Açores (1427).
Visão da maravilhosa “ILHA da MADEIRA”.
• A colonização da Madeira começou pouco tempo depois da sua descoberta, tendo o Infante D. Henrique dividido o Arquipélago da Madeira em três Capitanias – Donatárias: a do Funchal, a do Machico e a de Porto Santo, entregues respectivamente, a João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.
O “Porto dos Frades”, na Ilha de Porto Santo, o primeiro local onde desembarcaram: João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira.
• Os Capitães – Donatários, tinham vários poderes senhoriais: o de fazer justiça, cobrar impostos, possuir o monopólio dos fornos, moinhos e de distribuir as terras pelos colonos.
João Gonçalves Zarco, o 1º capitão do donatário da capitania de Funchal.
Graças à fertilidade do solo e a um povoamento intenso, especialmente na Ilha da Madeira, a sua economia conheceu um grande desenvolvimento. Assim, na segunda metade do século XV já exportava trigo, vinho e especialmente açúcar para o reino e para os mercados europeus.
Gonçalo Velho Cabral , 1º capitão do donatário das Ilhas dos Açores.
• O povoamento dos Açores progrediu mais lentamente. A sua colonização iniciou-se a partir de 1439, quando o Infante D. Henrique doou a Ilha de Santa Maria ao Capitão – Donatário, Gonçalo Velho Cabral, com privilégios semelhantes aos Capitães – Donatários do Arquipélago da Madeira.
• Ao mesmo tempo que o Infante D. Henrique impulsionava a colonização e povoamento das Ilhas Atlânticas, sucediam-se as viagens de exploração da Costa Ocidental Africana. • Em 1434, após várias tentativas, Gil Eanes passou o Cabo do Bojador, abrindo assim caminho á continuação das descobertas após a passagem do “fim do mundo”.
Gravura mostrando a localização do “Cabo do Bojador” que naquela altura era considerado “O fim do Mundo”.
• As Duas Políticas Existentes No Processo Expansionista Português
• Após a passagem do Cabo Bojador, durante o reinado de D. Duarte, surgiram duas políticas no que toca à expansão portuguesa: D. Duarte – “O Eloquente”; 2º Rei da Dinastia de Avis.
Gravura representando a conquista de Ceuta.
• – Uns defendiam a política de conquistas no Norte de África, (a nobreza), pois as primeiras viagens ao sul do Bojador eram perigosa e tinham-se revelado infrutuosa, sob o ponto de vista económico.
• – Outros, apesar dos maus resultados iniciais, defendiam a continuação dessas viagens, a burguesia apoiada pelo Infante D. Pedro. O Infante D. Pedro, filho de D. João I e regente de Portugal durante a menoridade de D. Afonso V.
• No inicio a Coroa optou pela politica de conquistas no Norte de África, mas após o desastre de Tânger e a morte de D. Duarte, durante a regência do Infante D. Pedro, a expansão avançou decisivamente e, em 1448, instalou-se a feitoria – fortaleza de Arguim, onde obtínhamos ouro e escravos africanos.
Gravura representando a feitoria de Arguim.
Localização das principais feitorias portuguesas na costa africana e dos principais produtos que de lá trazíamos.
• Assim, em meados do século XV, os Portugueses já tinham criado no Atlântico uma área de grande interesse económico para o reino: das ilhas vinham os cereais, o açúcar e o gado, da costa africana, o ouro e os escravos. • Assim durante este período, as expedições marítimas impulsionadas pelos Infantes D. Henrique e D. Pedro, avançaram na direcção do Golfo da Guiné.
• Terminada a regência de D. Pedro (1448), a política expansionista altera-se: o Rei D. Afonso V, prefere a política de conquistas no Norte de África, enquanto a das descobertas, passam a ser realizadas por particulares, ainda que sob a autorização do Infante D. Henrique.
Gravura representando o Infante D. Henrique.
• Até à data da sua morte, (1460), os navios portugueses vão chegar à Serra Leoa, depois de terem descoberto o Arquipélago de Cabo Verde. Em contrapartida, D. Afonso V, vai conquistar as praças marroquinas de Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger.
Gravura representando D. Afonso V “O Africano”.
Tapeรงaria representando o assalto a Arzila pelas tropas de D. Afonso V.
• Após a morte do Infante D. Henrique, os direitos e privilégios das viagens de exploração e descobrimentos vão passar para a Coroa. Mapa renascentista representand o a zona da “Serra Leoa”.
• Assim, em 1469, o Rei D. Afonso V vai celebrar um contrato de arrendamento com um rico burguês de Lisboa, Fernão Gomes, um contrato que dava a este burguês o exclusivo do tráfico a sul de Cabo Verde, com excepção de Arguim, em troca do pagamento anual de uma renda e o compromisso de explorar anualmente 100 léguas da Costa Africana.
• Este contrato só vai terminar em 1475, quando o jovem príncipe D. João, futuro D. João II, passou a controlar a empresa expansionista ultramarina. Gravura representando D. João II, “O Príncipe Perfeito”.
• Então o rumo da política expansionista portuguesa volta-se definitivamente para as descobertas tendo como objectivo principal, a descoberta do caminho marítimo para a Índia. As descobertas portuguesas no tempo de D. João II.
• A EXPLORAÇÃO DA COSTA AFRICANA AS FETORIAS DE AGUIM E DA MINA
• Após a passagem do Cabo do Bojador em 1434 por Gil Eanes, estava aberto o caminho que dava acesso à origem do ouro africano, da malagueta, marfim e escravos. • A partir da década de1440 começam a chegar a Portugal esses produtos em troca das nossas mercadorias (panos garridos, pregos, trigo, argolas de ferro, etc.). • Por essa altura os portugueses fundam em Arguim a nossa primeira feitoria que
Mapa representando Portugal, Franรงa, Inglaterra; o reino Marroquino e Arguim
• Por essa altura os portugueses fundam em Arguim a nossa primeira feitoria que funcionava como um entreposto comercial para as trocas a efectuar com os mercadores que aí se deslocavam. • Em 1460, quando morreu o Infante D. Henrique, os portugueses já tinham chegado à Serra de Leoa; então as viagens de exploração perdem algum fulgor acabando por passar para a iniciativa privada.
Mapa mostrando a localização geográfica da Serra Leoa.
Foto mostrando Freetown a capital da Serra Leoa.
• Em 1469, D: Afonso V assina um contrato de arrendamento com o mercador lisbonense, Fernão Gomes. • Por esse contrato, que durou seis anos, o rico burguês devia explorar 100 léguas de costa por ano e pagar uma renda anual. Em troca, ficava com grande parte dos produtos de comércio da Guiné. Durante este período as explorações chegam até ao Cabo de Santa Catarina.
Pintado a azul, o mapa mostra-nos a zona da costa africana explorada por Fern達o Gomes.
• O comércio do golfo da Guiné, principalmente o da região de S. Jorge da Mina, foi tão importante que aí foi fundada a feitoria fortaleza da Mina onde se desenvolveu um importante mercado de escravos, marfim, malagueta e, principalmente, ouro. A quantidade de ouro era tanta que a cadeira, onde se sentava o feitor, e o portal da sua casa eram feitos em ouro maciço.
Gravura representando a feitoria – fortaleza de S. Jorge da Mina.
• A POLÍTICA EXPANSIONISTA DE D.JOÃO II
• Em 1474, o príncipe D. João – futuro D. João II – começou a dirigir pessoalmente a empresa dos descobrimentos. Então, metodicamente, continua-se a explorar a costa africana. D. João II o “Príncipe Perfeito”.
As caravelas de Diogo Cão explorando o rio Zaire.
Assim, em 1482 – 1483, Diogo Cão atingiu a foz do rio Zaire e, entrando algumas léguas pelo rio acima, estabeleceu relações diplomáticas com o rei do Congo.
• Em 1488, Bartolomeu Dias, com três caravelas, conseguiu ultrapassar o Cabo das Tormentas e, rumando a norte concluiu que já estava a navegar no Oceano Índico. • Quando regressou a Lisboa deu a “boa nova” ao rei D. João II que “mudou” o nome ao cabo, chamando-o a partir dessa altura de “Cabo da Boa Esperança”.
Imagens mĂticas do Cabo das Tormentas e do gigante Adamastor
• Se a passagem do Bojador significou o primeiro marco decisivo nos descobrimentos portugueses, a passagem do Cabo da Boa Esperança marca o segundo momento culminante da expansão, sucedendo-lhe depois a descoberta do “Caminho Marítimo para a Índia” e a exploração do comércio com o Oriente.
Desenho representando Bartolomeu Dias
Caminho percorrido que irá ser percorrido pela expedição de Vasco da Gama (a preto). Nesta figura também se pode ver, para comparação, o caminho percorrido por Pêro da Covilhã (a laranja) separado de Afonso de Paiva (a azul) depois da longa viagem juntos (a verde).
• Por esta altura, D. João II enviou dois emissários (espiões), Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva, por terra com o objectivo de encontrarem o Reino de Prestes João e, entre outras coisa, saberem notícias sobre o comércio do Oriente. • Estes emissários não voltaram a Portugal, contudo, Pêro da Covilhã, conseguiu enviar a D. João II um relatório da Índia com informações importantes.
Esculturas existentes no monumento das descobertas representando PĂŞro da CovilhĂŁ e Afonso de Paiva.
• A RIVALIDADE LUSO-CASTELHANA
Gravura representando Cristóvão Colombo.
• Embora a rivalidade entre Portugal e Castela pela posse de territórios descobertos viesse já desde o séc. XIV com a questão do arquipélago das Canárias, é, no entanto, com a chegada da Cristóvão Colombo à América, em 1492, que a situação se agrava entre os dois estados ibéricos.
• A descoberta da América por Cristóvão Colombo, leva D. João II a reivindicar para si a pertença dos novos territórios descobertos. O rei português justificava a sua pretensão com base no Tratado de Alcáçovas – Toledo, assinado em 1480.
Quadro representando Isabel de Castela
Tratado de Alcáçovas Toledo, exposição comemorativa dos532 anos da sua assinatura.
• Por este Tratado, reconhecia-se aos reis católicos de Aragão e Castela a posse das Canárias e a Portugal, o direito exclusivo de exploração das terras e mares a sul das referidas ilhas.
•Cópia do manuscrito do “Tratado de Tordesilhas”.
• Após demoradas negociações, que incluíram uma primeira tentativa de conciliação feita pelo papa Alexandre VI, que não foi aceite por D. João II, os reis dos dois países acabariam por resolver o conflito através da assinatura, em, 1498 do TRATADO DE TORDESILHAS.
Cerimónia da assinatura do “Tratado de Tordesilhas”.
• Por este Tratado: O mundo era dividido em duas partes por um meridiano, de pólo a pólo, situado a 370 léguas a oeste de Cabo Verde. Essas grandes áreas de navegação, exploração e comércio eram exclusivas Portugal e de Espanha. (Princípio do Mar Fechado - «Mar Clausum»).
“TRATADO DE TODESILHAS”.
• Portugal tinha o direito às terras descobertas ou a descobrir a oriente desse meridiano e a Espanha tinha direito às terras situadas a ocidente desse meridiano. • Como consequência deste Tratado, D. João II conseguiu uma extensa área do Atlântico Sul, que viria a incluir parte do Brasil e garantir o direito à exploração do caminho marítimo para a Índia.
A linha do Meridiano de Tordesilhas “apanhando� parte do Brasil.
• A DESCOBERTA DO CAMINHO MARÍTIMO PARA A ÍNDIA E O DOMÍNIO DO COMÉCIO DO ORIENTE
Gravura mostrando Cristóvão Colombo desembarcando na América.
• A notícia da descoberta da América e as negociações que culminaram com a assinatura do Tratado de Tordesilhas atrasaram o envio de uma nova expedição que concluísse o caminho aberto por Bartolomeu Dias.
• Essa expedição começou a ser preparada no reinado de D. João II, tendo mesmo nomeado para seu comandante o nobre: Vasco da Gama; contudo o ”Príncipe Perfeito” faleceu em1495, sem conseguir atingir o objectivo que tão empenhadamente perseguiu.
Gravura mostrando Vasco da Gama, o comandante da armada portuguesa que descobriu o caminho marítimo para a Índia.
• Foi no inicio do reinado de D. Manuel I que a expedição se iria realizar sob o comando de Vasco da Gama. • Partindo de Lisboa em 1497 uma armada com quatro naus, comandada por Vasco da Gama
parte de Lisboa rumo à Índia. Pelo caminho uma das naus incendeia-se depois de passar pelo Cabo da Boa Esperança, finamente em Maio de 1498, Vasco da Gama chega a Calecut.
A partida de Vasco da Gama para a Ă?ndia em 1497.
• Cantada por poetas, do quais se destaca Luís de Camões, exaltada por historiadores, a viagem de Vasco da Gama significou a coroação de um século de enormes dificuldades e sacrifícios de todo um povo em busca de glória e de riqueza.
Luís de Camões; o maior poeta lírico português, autor da epopeia “Os Lusíadas”.
• Considerada justamente como um dos maiores feitos da história da Humanidade, a descoberta do caminho marítimo para a Índia viria a ter importantes consequências económicas, sociais, políticas e culturais para Portugal, para toda a Europa e para todo o Mundo.
Gravura mostrando a chegada de Vasco da Gama à Índia.
• Do ponto de vista económico, esta descoberta põe em circulação uma nova rota – A ROTA DO CABO – através da qual os Portugueses transportavam para a Europa as famosas especiarias orientais em grandes quantidades e a preços inferiores aos praticados pelos mercadores muçulmanos, turcos e venezianos, que dominavam as rotas do levante e as rotas caravaneiras.
A Rota do Cabo mostrando o percurso dos barcos portugueses Ă ida e Ă vota da Ă?ndia.
• Não admira, por isso, que a presença portuguesa no oriente seja detestada e combatida por turcos, muçulmanos e até venezianos. As rotas do Levante que traziam os produtos do Oriente para a Europa, eram dominadas pelos Venezianos, Turcos e Muçulmanos
• Perante tal situação de ameaças e instabilidade que afectava os interesses dos Portugueses no Oriente, coloca-se a D. Manuel I um dilema: • Ou dominar o oceano Índico e pontos estratégicos da costa oriental africana e golfo pérsico, estabelecendo na Índia feitorias para tráfico das especiarias. • Ou conquistar no Oriente um vasto império terrestre, dominando «com gente e armas», os principais lugares desse negócio.
D. Francisco de Almeida; defensor da política de domínio dos mares com uma forte armada.
D. Afonso de Albuquerque; defensor da política de conquistas de lugares estratégicos.
• D. Francisco de Almeida, 1º vice-rei da Índia, foi defensor e executor primeira daquelas políticas, construindo no Oriente um ”império” que assentava principalmente no domínio dos mares. Para isso teve que combater nos mares os tradicionais detentores do comércio oriental e os piratas que por aí actuavam.
D. FRANCISCO DE ALMEIDA 1º VICE-REI DA ÍNDIA.
• Coube a D. Afonso de Albuquerque, 2º vice-rei, por em prática a segunda política, uma série de conquistas como Ormuz, estrategicamente situada à entrada do Golfo Pérsico.
Gravura mostrando a importante cidade de Ormuz.
Gravura mostrando a localização geográfica de Goa.
• Goa, importante cidade que dominada uma parte considerável da produção de especiarias e que se transformaria em verdadeiro centro do comércio português no Oriente.
• Malaca, importante local estratégico na passagem para os mares da China e do China e do Japão e entreposto comercial dos produtos do Extremo Oriente.
Gravura mostrando Afonso de Albuquerque durante a conquista de Malaca, destacando-se o pormenor da bandeira com a Cruz dos Templários.
Afonso de Albuquerque na conquista de Malaca
Afonso de Albuquerque recebendo “despojos de guerra” após uma das suas conquistas.
• Pela sua bravura nos combates e pela sua política de incentivo ao casamento de portugueses com mulheres indígenas (para mais facilmente conseguir a pacificação e evitar que os soldados portugueses sentissem saudades de casa), Afonso de Albuquerque foi apelidado de «o Alexandre Magno português». • As políticas destes dois primeiros vice-reis iriam, contudo, revelar-se complementares.
A 25 de Novembro, Afonso de Albuquerque consegue conquistar a importante cidade de Goa, a imagem mostra-nos o protagonista na carta que enviou a D. Manuel I a dar a noticia da conquista.
Biombo japonês, mostrando os portugueses no Japão. (Arte Nanban).
• Navegando, comerciando e combatendo, os Portugueses espalharam-se por todo o Oriente. Por mar e por terra, mercadores e missionários acabam por atingir o arquipélago indonésio, o Tibete, a China e o Japão, onde fundaram feitorias e missões.
• (Fernão Mendes Pinto, no seu livro «Peregrinação», conta-nos de modo romanesco mas admirável as suas impressões e aventuras em terras longínquas e de costumes exóticos). A “PEREGRINAÇÃO”, de FERNÃO MENDES PINTO.
• Em território chinês distinguiu-se a feitoria de Macau, “dada” aos portugueses pelo imperador da China, como prémio pela ajuda no combate com os piratas que atacavam nessa zona.
Mapa representando Macau, na altura em que foi “doado” aos portugueses.
• Entre 1500 e 1525, Portugal tornou-se no mais poderoso estado mercantil do Mundo, tendo por base a posse de um vasto conjunto de territórios dispersos por todo o Oriente.
D. Manuel I, rei de Portugal, na altura em que o nosso paĂs foi o mais poderoso do mundo.
• Dispondo de uma importante rede de feitorias como apoio, o comércio português do Oriente conferiu a Portugal um lugar de destaque na alteração da conjuntura económica europeia.
Gravura representando um galeão português que navegava nos “mares do oriente”.
Na baixa de Lisboa, O Palácio da esquerda com quatro torres com os 4 cata-ventos era Palácio dos Corte Reais. O Palácio da direita com vários andares era o Palácio Real e a Casa da Índia. Hoje esta área é a zona dos Ministérios do Governo.
• Cabia à Casa da Índia, que tinha sede em Lisboa, a administração de todo esse comércio, desde a organização das expedições até à comercialização das mercadorias.
• Enquanto que do Oriente nos chegavam as especiarias (pimenta, canela, cravo, gengibre, noz-moscada), os perfumes, os tecidos de luxo, os móveis e as porcelanas, da Europa partiam para o Oriente os metais e os tecidos. Planisfério, mostrando as novas rotas marítimas/ comerciais.
• A DESCOBERTA E A COLONIZAÇÃO DO BRASIL
Gravura mostrando os comerciantes portugueses no Oriente.
• Embora os interesses dos portugueses estivessem voltados para o Oriente, principalmente para a Índia, os responsáveis pela política expansionista não vão esquecer as viagens para o Ocidente.
• Aliás, Há razões para acreditar que, ainda antes da chegada de Vasco da Gama à Índia e da assinatura do Tratado de Tordesilhas, os Portugueses tinham atingido o continente americano.
Fotografia da famosa e misteriosa pedra de Dighton em Massachusetts, que demonstra a presença portuguesa na América, antes da chegada de Colombo.
• Esse facto explicaria as demoradas negociações que conduziram à assinatura desse tratado e explicam também a insistência de D. João II para que o meridiano divisório ficasse situado a 370 léguas de Cabo Verde, o que concedia a Portugal grande parte do actual Brasil, e não 100 léguas, como os Espanhóis pretendiam.
Gravura mostrando o Meridiano de Tordesilhas, englobando grande parte do actual Brasil.
• No ano de 1500, Pedro Álvares Cabral, comandando uma poderosa armada de 13 navios, dirigese para a Índia a fim de ali impor, pela força, a soberania portuguesa. (Vasco da Gama informara o rei, quando regressou da Índia, de que só desse modo Portugal conseguiria dominar o comércio no Oriente).
PEDRO ÁLVARES CABRAL O DESCOBRIDOR DO BRASIL.
• Seguindo a rota tradicional até Cabo Verde, Cabral rumou para sudoeste «pelo mar de longo» e, no dia 22 de Abril, avistou terra: era a costa do continente sulamericano.
Gravura represe ntando a “Frota de Cabral”.
• Desembarcando em Porto Seguro, a esta «terra nova» deu o nome de TERRA DE VERA CRUZ; aí encontrou habitantes que ainda viviam em pleno estádio neolítico.
• Enquanto um dos navios da armada regressava a Lisboa a transmitir a notícia, a viagem de Cabral prosseguiu para a Índia. (No Cabo da Boa Esperança uma violenta tempestade fez naufragar vários barcos da armada, entre as quais a nau que era comandada por Bartolomeu Dias).
Gravura representando um naufrágio de uma nau portuguesa.
Reprodução da carta de Pêro Vaz de Caminha a D. Manuel I de Portugal.
Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho, e quartejados, assim pelos corpos como pelas pernas, que, certo, assim pareciam bem. Também andavam entre eles quatro ou cinco mulheres, novas, que assim nuas, não pareciam mal. Entre elas andava uma, com uma coxa, do joelho até o quadril e a nádega, toda tingida daquela tintura preta; e todo o resto da sua cor natural. Outra trazia ambos os joelhos com as curvas assim tintas, e também os colos dos pés; e suas vergonhas tão nuas, e com tanta inocência assim descobertas, que não havia nisso desvergonha nenhuma. Todos andam rapados até por cima das orelhas; assim mesmo de sobrancelhas e pestanas. Trazem todos as testas, de fonte a fonte, tintas de tintura preta, que parece uma fita preta da largura de dois dedos. Mostraram-lhes um papagaio pardo que o Capitão traz consigo; tomaram-no logo na mão e acenaram para a terra, como se os houvesse ali.
Extrac to da carta de Pêro Vaz de Camin ha. (I)
Mostraram-lhes um carneiro; não fizeram caso dele. Mostraram-lhes uma galinha; quase tiveram medo dela, e não lhe queriam pôr a mão. Depois lhe pegaram, mas como espantados. Deram-lhes ali de comer: pão e peixe cozido, confeitos, fartéis, mel, figos passados. Não quiseram comer daquilo quase nada; e se provavam alguma coisa, logo a lançavam fora. Trouxeram-lhes vinho em uma taça; mal lhe puseram a boca; não gostaram dele nada, nem quiseram mais. Trouxeram-lhes água em uma albarrada, provaram cada um o seu bochecho, mas não beberam; apenas lavaram as bocas e lançaramna fora. Viu um deles umas contas de rosário, brancas; fez sinal que lhas dessem, e folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço; e depois tirou-as e meteu-as em volta do braço, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dariam ouro por aquilo.”
Extracto da carta de Pêro Vaz de Caminh a. (2)
• Foi só a partir de 1530, quando o comércio das especiarias orientais começou a entrar em decadência, devido à recuperação da rota do Levante, o que levou a rota do Cabo a começar a fraquejar, e para fazer face à pirataria que atacava as costas brasileiras que D. João III iniciou a colonização efectiva do Brasil.
Mapa mostrando a “Rota do Levante”.
• Antes, os poucos colonos que aí se fixaram limitaram-se a explorar alguns recursos naturais, em especial o pau-brasil, donde se extraía um corante para a industria têxtil, as peles, aves exóticas e escravos índios. • (O pau-brasil existia em tanta quantidade que viria a dar o nome à terra).
Árvore da qual era extraído o pau-brasil.
• Para organizar o povoamento e a exploração económica do território brasileiro, D. João III, dividiu-o em 15 capitanias hereditárias, tendo os capitães-donatários a obrigação de povoar e explorar as respectivas áreas e explorar as suas riquezas. Os capitães-donatários tinham poder administrativo e judicial sobre os seus territórios.
Gravura mostrando as capitanias brasileiras
• As rivalidades entre eles, motivada pela desigualdade de riqueza entra as capitanias e a instabilidade criada pelos ataques dos piratas franceses e dos próprios ameríndios, levaram D. João III a abolir o sistema de capitania e, em 1548, a nomear um governador-geral com poderes sobre todo o território; esses poderes eram idênticos aos dos vice-reis da Índia.
• Para 1º governadorgeral foi escolhido Tomé de Sousa que escolheu como capital a cidade de São Salvador da Baía.
Tomé de Sousa, o 1º Governador-geral do Brasil.
• Também a Igreja Católica, através dos Jesuítas, exerceu um papel de relevo no povoamento e organização do Brasil. Os primeiros missionários Jesuítas chegaram ao território brasileiro em meados do século XVI, tendo-se dedicado, desde logo, à evangelização, à instrução e à protecção das populações ameríndias dos abusos dos colonos brancos.
Gravura represen tando o Padre Manuel da Nóbrega.
Gravura representando o Padre José Anchieta
• Entre os muitos missionários Jesuítas que fizeram um trabalho notável, destacam-se as figuras de: Manuel da Nóbrega, José Anchieta e António Vieira.
No dia 25 de Janeiro de 1554, os Jesuítas fundaram a cidade de S. Paulo.
• As missões e as escolas dos Jesuítas deram origem a importantes aldeamentos e mesmo a cidades, como o caso da cidade de S. Paulo, hoje a maior cidade da América do Sul.
Gravura mostrando um engenho de açúcar no Nordeste Brasileiro.
• A exploração inicial dos recursos naturais vai dar lugar á criação de gado e à plantação da cana-de-açúcar, situação que se acentua a partir da fundação do Governo Geral em S. Salvador da Baía.
• A partir da 2º metade do século XVII, o açúcar brasileiro irá constituir a nossa principal fonte de riqueza colonial. Assim, por todo o território brasileiro surgem engenhos para a transformação da cana em açúcar.
Gravura representando um engenho de açúcar no estado de S. Paulo.
Gravura mostrando escravos ameríndios.
• Para o duro trabalho do corte da cana e dos engenhos recorre-se, a princípio à mão de obra ameríndia, mas como os índios brasileiros não estavam habituados a trabalhos duros, nem conheciam a “instituição escravatura”, começaram, então, a morrer às centenas….
Gravura representan do escravos africanos desembarca ndo no Brasil.
• Então, sob pressão dos Jesuítas, os donos dos engenhos resolveram o problema indo buscar escravos negros á costa ocidental africana. Os negros eram fortes, estavam habituados ao clima e conheciam a “instituição escravatura”.
• Cria-se então uma das mais rendosas rotas de comércio que terá como vértices do triângulo: LISBOA, COSTA OCIDENTAL DE ÁFRICA, (ANGOLA, SENEGAL OU GUINÉ) E S. SALVADOR DA BAÍA.
Representação da “Rota Triangular”.
• Esta população negra irá ter uma enorme influência na definição dos costumes e da cultura da América Latina.
Pintura representan do uma “batucada” africana em terras brasileiras.
• No século XVII, os BANDEIRANTES, alargaram o território para o interior do Brasil.
Pintura representando dois bandeirantes do Estado de S. Paulo.
• Os mais famosos bandeirantes nasceram no que é hoje o Estado de S. Paulo. Foram em parte responsáveis pela conquista do interior e extensão dos limites de fronteira do Brasil para além do limite do Tratado de Tordesilhas.
Estátua de António Raposo Tavares, o mais famoso bandeirante paulista
• Graças a essas explorações todo o Centro Oeste passou a pertencer ao Brasil, sendo criadas, em 1748, as capitanias de Goiás e de Mato Grosso; também para o sul de Laguna se foi expandido o Brasil, tendo sido então criada uma capitania em Santa Catarina.
Mapa mostrando a localização das Capitanias de Grão Pará e de Mato Grosso.
A captura de índios, fornecia a mão-de-obra escrava nos primeiros tempos da colonização.
• A acção dos bandeirantes foi da maior importância na exploração do interior brasileiro, bem como na manutenção da economia da colónia, fosse pelas suas consequências para o comércio, fosse porque a captura de indígenas fornecia mão-de-obra para a agricultura, principalmente para o cultivo da cana-de-açúcar.
● (Esta situação irá ser, em grande parte, alterada com a chegada da mão de obra escrava negra proveniente de África).
Gravura representando um porão de um navio que transportava escravos negros para a América do Sul.
Foram os bandeirantes que encontraram as primeiras minas de ouro nas regiões de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
• Para além disso, não pode ser dos bandeirantes dissociada a descoberta de metais preciosos em vários pontos do Brasil. Estes metais vão marcar o papel do Brasil no conjunto do Império Colonial Português ao longo do século XVIII.
• os PORTUGUESES No Japão
Biombo representando a chegada dos portugueses ao Jap達o.
• Os Portugueses chegaram ao Japão em 1543. O Japão era conhecido desde o tempo de Marco Polo, que lhe chamou Cipango. Mas foram efectivamente os portugueses os primeiros europeus a chegar ao Japão.
Biombo e selo comemorativo dos 450 anos da chegada dos portugueses ao Japão.
• Põe-se ainda hoje a questão de saber quem foram esses primeiros portugueses: se Fernão Mendes Pinto (autor de Peregrinação) fazia parte deles, ou se foram António Peixoto, António da Mota e Francisco Zeimoto.
• O que é certo é que comerciantes portugueses desde logo começaram a negociar com o Japão. A partir de 1550, o comércio com o Japão passou a ser um monopólio, sob chefia de um capitão-mor.
Quadro representando os comerciantes portugueses no mar do Japão.
• Como em 1557 os portugueses se estabeleceram em Macau, na China, isso vai ajudar o comércio com o Japão, principalmente de prata. Biombo representando o “Galeão Negro” dos Jesuítas que fazia o intercambio comercial entre a China e o Japão
• Os missionários desde o início vão entrar também no Japão. É em 1549 que chegam os primeiros, entre eles São Francisco Xavier, que progressivamente vão penetrando pelo Japão, chegando a Nagasáqui em 1569, que foi doada aos Jesuítas em 1580. E entre 1582 e 1590 realiza-se a primeira embaixada do Japão à Europa.
S. Francisco Xavier, o “apóstolo das Índias”; ainda hoje é respeitado no Oriente por gentes de todas as religiões.
Gravura representando alguns diplomatas portugueses no Jap達o.
Em 1587, muitos missionários são martirizados, incluindo os japoneses que tinham ingressado nos Jesuítas.
• Em 1587 dá-se uma reviravolta na posição de protecção aos missionários, sendo os Jesuítas expulsos.
• O contacto entre as duas civilizações deixou marcas duradouras. A língua portuguesa foi, no início, o meio de comunicação dos estrangeiros com o Japão. Ainda hoje há inúmeros vocábulos de origem portuguesa.
Boro, Boru ボーロボールボーロ ボール bolo pan 麺麭▽麪包パン麺 麭 ▽ 麪包 パン Pão kappa 合羽カッパ合羽 カッパ capa; capa (de chuva)
biidoro ビードロビードロ Vidro;
Algumas, as muitas palavras japonesas de origem portuguesa.
• Foi com os portugueses que entrou no Japão a imprensa de tipos metálicos, sendo um missionário português quem escreveu a primeira gramática da língua japonesa. Foi um português quem escreveu a 1º gramática em língua japonesa. A imagem mostranos uma gramática actual.
Ao introduzir as armas de fogo no Japão, os portugueses vão contribuir para a sua unificação, assim como para a alteração das “artes de guerra”.
• Foram também os portugueses que introduziram no Japão as armas de fogo, além de novos conhecimentos nos domínios da medicina, astronomia, matemática, além de ensinarem a arte da navegação dos portugueses.
• Notas de consolidação de conhecimentos
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Nota 1 – Os Arquipélagos da Madeira e dos Açores foram divididos em capitanias, cujos Capitães – Donatários tinham como missão promover a colonização e o desenvolvimento do território que lhe era atribuído. Mapa representando as capitanias da Madeira.
• No caso do Arquipélago da Madeira, os Capitães – Donatários foram os seus descobridores; no caso dos Açores, essa responsabilidade vai ser entregue a Gonçalo Velho Cabral, que era um elemento da pequena nobreza. Selo representando Gonçalo Velho Cabral.
• Nota 2 – O povoamento do Arquipélago da Madeira foi feito, principalmente, por colonos vindos do Minho e do Algarve. (Por isso Há tantas semelhanças no folclore destas regiões); quanto ao povoamento dos Açores, foi mais diversificado, tendo vindo até colonos da Flandres. (Também se nota esta influência no folclore açoriano, principalmente no da Ilha de S. Miguel).
O traje típico da mulher madeirense.
Gravura mostrando os primeiros engenhos do açúcar.
• Nota 3 – Na Ilha da Madeira, o Infante D. Henrique procurou introduzir, ao mesmo tempo, culturas que dessem grande rendimento e que tivessem muita qualidade; assim seleccionou as melhores sementes de trigo, os melhores pés de videira, que mandou vir da Grécia e de Creta e as melhores mudas de cana-deaçúcar do Egipto.
• Nota 4 – O primeiro Grande Marco da Expansão Portuguesa rumo à Índia foi a passagem do Cabo do Bojador. Esse feito só foi conseguido, depois de várias tentativas, por Gil Eanes.
Mapa de parte da costa africana mostrando o Cabo do Bojador.
• A sua passagem significou o fim do mito do “fim do mundo”, pôs em causa os saberes dos antigos mestres e abriu as portas para as descobertas.
“O monstro Bojador” que “engolia” os barcos que o ousavam atravessar.
• Nota 5 – Nos primeiros tempos, após a passagem do Cabo do Bojador, existiu uma certa frustração pois, as terras que se encontravam ao Sul desse cabo não tinham nada de especial.
Mapa da costa ocidental africana, destacando o Cabo do Bojador.
Estátua de Nuno Tristão que em 1441 descobriu o arquipélago de Arguim e em 1445 a Guiné.
• Essa sensação só foi ultrapassada após a chegada a Arguim, onde os Portugueses vão fundar a sua primeira feitoria na qual vão comerciar em regime de exclusividade. (Monopólio).
• Nota 6 – No reinado de D, Afonso V, sob influência da nobreza, vai preferirse a política de conquistas no Norte de África em detrimento da política de descobertas pelo mar. D. Afonso V, 3º Rei da “2ª Dinastia.
• Assim, os grandes investimentos da Coroa Portuguesa vão ser canalizados para as conquistas de: Alcácer Ceguer, Arzila e Tânger.
A célebre “tapeçaria de Prastana”, represent ando a conquista de Tanger.
Fernão de Magalhães, o navegador que planeou e comandou a 1º viagem marítima á volta do mundo.
• Nota 7 – Fernão de Magalhães foi um navegador português que, ao serviço do rei de Espanha, planeou e comandou a expedição marítima que efectuou a primeira viagem de circumnavegação à volta do mundo.
• Foi o primeiro a alcançar a Terra do Fogo no extremo Sul do continente Americano, a atravessar o estreito hoje conhecido como Estreito de Magalhães.
Pintura representando a armada de Fernão de Magalhães a passar o estreito que ficou a ter o seu nome.
Fotografia do “Estreito de Magalhães.
• Depois de o atravessar, ao cruzar Oceano Pacífico, chamou-o assim depois das violentas tempestades por que passou no Estreito que tem hoje o seu nome.
• Fernão de Magalhães foi morto em batalha em Cebu, nas Filipinas no curso da expedição, posteriormente chefiada por Juaan Sebastián Elcano até ao regresso a Sevilha em 1522.
Juaan Sebastián Elcano, navegador espanhol que concluiu a volta ao mundo iniciada por Fernão de Magalhães.
Vit처ria, o navio capitaniado por Fern찾o de Magalh찾es.
• A Mandioca e o Milho que hoje constituem a base da dieta alimentar dos povos africanos, foram trazidos da América para África pelos portugueses.
Fotografias de : duas espigas de Milho Graúdo e de arbustos de Mandioca.
Gravura mostrando uma nau do tempo das descobertas com a Cruz da Ordem de Cristo nas velas.
A Cruz da Ordem de Cristo; a Ordem que apoiou os Descobrimentos.