A expansão portuguesa ação

Page 1

A EXPANSテグ PORTUGUESA



• CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À EXPANSÃO PORTUGUESA


Pormenor do monumento às descobertas em Lisboa

• Portugal foi o 1º país europeu a lançar-se na epopeia dos descobrimentos que, a partir do início do século XV, alargaram os horizontes do mundo.


• Porque é que Portugal, um país tão pequeno, se lançou e conseguiu realizar um tão grande e difícil movimento expansionista? • Na verdade existiam várias condições favoráveis que nos permitem explicar a prioridade portuguesa na expansão europeia que teve início no século XV. Dentro destas condições destacam-se as seguintes:


A – A tradição marítima dos portugueses favorecida pela sua posição geográfica. • – A situação geográfica e a extensão da costa favoreceram as actividades piscatórias e o comércio marítimo. Já a partir do século XIII, mas em especial no século XIV, os mercadores de Lisboa e do Porto tinham relações comerciais regulares com os povos do Mediterrâneo, do Norte de África e do Norte da Europa até ao Mar do Norte.


Lisboa no tempo das descobertas.

• Lisboa, era já um importante porto de escala entre o Mediterrâneo e o Báltico, tendo já um grande movimento de navios e de homens de negócios estrangeiros, principalmente genoveses e venezianos.


B – Condições científicas e técnicas • – Além de marinheiros experimentados, os portugueses tinham à sua disposição as mais avançadas técnicas de navegação e os conhecimentos geográficos mais avançados da época. Muitos conhecimentos foram fruto da presença dos muçulmanos e judeus no nosso território; outros, dos contactos com os marinheiros cristãos que, desde o século XII, faziam escala em Lisboa durante as suas viagens entre o Mediterrâneo e o Báltico.


• - Utilizando esses conhecimentos náuticos, os portugueses realizaram importantes aperfeiçoamentos; destacando-se as que fizeram no astrolábio e no quadrante, instrumentos essenciais à navegação no alto mar, e no domínio da construção naval a caravela, (o grande barco das primeiras descobertas), um barco ligeiro, com grande facilidade de manobra e capaz de navegar contra o vento (bolinar)), graças à combinação de dois apetrechos fundamentais: o leme fixo à popa e as velas latinas triangulares.


Com o astrolábio os portugueses podiam marcar a sua posição sobre a Terra, medindo o ângulo que o Sol fazia com o horizonte

O Quadrante é utilizado para medir a distância angular de qualquer ponto, a partir do zénite (distância zenital) ou do horizonte (altura). Estes ângulos são lidos no limbo a partir da alidade (régua móvel) estando esta colocada na vertical.


• a caravela, (o grande barco das primeiras descobertas), um barco ligeiro, com grande facilidade de manobra e capaz de navegar contra o vento (bolinar)), graças à combinação de dois apetrechos fundamentais: o leme fixo à popa e as velas latinas triangulares.


A CARAVELA PORTUESA – O grande barco dos primeiros descobrimentos.


C – Situação político social • – A derrota dos castelhanos pelas tropas do Mestre de Avis, futuro D. João I, e de D. Nuno Álvares Pereira, significou o aparecimento de uma nova dinastia e, como diz Fernão Lopes de, “uma nova geração de gentes”, já que uma nova nobreza substituía a antiga que, por questões de fidelidade se tinha colocado ao lado de D. Beatriz, portanto ao lado dos castelhanos.


D. JOÃO I; 1º REI DA DINASTIA DE AVIZ

D. NUNO ÁLVARES PEREIRA; O CONDESTÁVEL DO REINO


• Assinada a paz com Castela (1411), Portugal gozava de condições políticas estáveis, tinha as suas fronteiras bem definidas e tinham também um rei respeitado que se tinha imposto a toda a sociedade; por sua vez este rei e a nova nobreza “ansiavam por mostrar ao mundo” que eram dignos dos seus títulos.


A “nova nobreza” que saiu vencedora por apoiar o “Mestre de Avis”, à qual Fernão Lopes chamou “Nova Geração de gentes”.


• Interesses dos Grupos Sociais e do poder Régio no arranque da Expansão Portuguesa


• A expansão portuguesa foi uma empresa nacional, isto quer dizer que contou com a colaboração de todos os grupos sociais. • Assim, após a assinatura da paz com Castela, em 1411, a coroa e todos os grupos sociais, interessaram-se na empresa expansionista.


•- O Clero – principalmente as ordens militares, espalhar a fé cristã, convertendo novos povos ao Cristianismo e, ao mesmo tempo, aumentar os seus senhorios e suas rendas.


• • - A nova Nobreza guerreira – que estava agora desocupada e que ansiava combater por novas acções de conquista a fim de conseguir novos domínios e novos cargos, podendo, ao mesmo tempo demonstrar o seu valor.


• - A Burguesia, em especial os mercadores de Lisboa e do Porto, estavam interessadas em novos mercados e tambÊm em matÊrias-primas que lhes poderiam dar grandes lucros.


• - O Povo – Os Pescadores, os Assalariados Rurais e a Plebe Urbana (a “Arraia Miúda”), procuravam, na saída para além-mar (como tripulantes ou colonos) a resolução para os graves problemas da fome e da falta de trabalho.


•- A Coroa – pretendia obter benefícios económicos (terras, mercados etc.), manter a nobreza ocupada, expandir a fé Cristã e aumentar o seu prestígio. (D. João I inaugurara uma nova dinastia e, alem disso, não era um “nobre puro”; pois embora fosse filho de um Rei, a sua mãe não pertencia à nobreza).


PARTE DOS PAINEIS DE S. VICENTE, REPRESENTANDO A SOCIEDADE QUINHENTISTA PORTUESA.


PARTE DOS PAINEIS DE S. VICENTE, REPRESENTANDO A SOCIEDADE QUINHENTISTA PORTUGUESA.


• A Conquista de Ceuta


Gravura quinhentista representando Ceuta


• A conquista de Ceuta foi o primeiro passo da expansão portuguesa. A sua conquista foi encarada por D. João I e pelos seus mais fiéis conselheiros, entre os quais se destacam: os seus filhos mais velhos, D. Nuno Alvares Pereira e o vedor da fazenda, João Afonso, como a melhor solução para resolver os problemas que afligiam o país.


• Os motivos da conquista de Ceuta confundem-se com os da expansão portuguesa. Assim, entre os principais motivos destacam-se os seguintes: Localização geográfica de Ceuta.


Rotas comerciais do século XV.

• – Motivos Económicos – Ceuta era o término de muitas rotas comerciais, sendo portanto, uma cidade muito rica em ouro, especiarias, escravos, corantes e tecidos, produtos que Portugal carecia.


• – Motivos

Religiosos – Ceuta estava na posse dos Muçulmanos, que, na altura, eram os principais inimigos dos Cristãos. Cristãos combatendo os muçulmanos.


• – Motivos Políticos – Evitar uma possível expansão de Castela no Norte de África; ao mesmo tempo que, contribuiria para o aumento do prestígio do Rei. Gravura representando D .João I


• - Motivos

Estratégicos – Ceuta tinha uma posição estratégica que lhe permitia controlar tos os navios que entravam e saiam do Mediterrâneo partindo para África ou na direcção da costa ocidental europeia.

Mapa mostrando a localização estratégica de Ceuta.


• – Motivos Sociais – Manter ocupada a jovem nobreza que ansiava por justificar os seus títulos, aumentar os seus rendimentos e senhorios. A “JOVEM NOBREZA”.


• – Outros Motivos – Ceuta era uma cidade difícil de conquistar, o que valorizaria mais o feito da nobreza e do Rei; era também um ninho de piratas que atacavam frequentemente as costas portuguesas

O símbolo dos piratas.


• Resultados da conquista de Ceuta


Embora sob o ponto de vista económico a conquista de Ceuta tivesse sido um fracasso, pois as rotas comerciais foram desviadas para outras cidades do Norte de África e, como os Muçulmanos estavam sempre a tentar reconquistar a cidade obrigando à presença de uma forte guarnição militar para que tal não acontecesse, o que significava uma grande despesa de dinheiro.


Os encarniçados combates que haviam “às portas” de Ceuta.


• Estrategicamente, a conquista de Ceuta permitiu aos Portugueses, além de controlarem as entradas e saídas do Mediterrâneo, partirem, sem receio, para a expansão da Costa Ocidental Africana, além disso, acabaram quase definitivamente, com os ataques dos piratas Muçulmanos às costas portuguesas.


• Descoberta e Colonização das Ilhas Atlânticas


• Em virtude da conquista de Ceuta não ter dado os resultados económicos esperados, em especial a vinda para o nosso país de ouro e trigo, e porque D. João I não era Homem para cometer o mesmo erro duas vezes, decidiu seguir outro rumo de expansão – o da exploração do mar e da costa africana. • O Infante D. Henrique, encarregado pelo seu pai, foi o grande impulsionador dessa política de Descobertas.


O Infante D. Henrique, o grande impulsionador das descobertas portuguesas.


• Assim, a partir de 1415, por sua iniciativa os barcos portugueses laçam-se na descoberta das Ilhas Atlânticas e na exploração da Costa Africana. • Nas primeiras viagens os portugueses atingem o arquipélago da Madeira (1419 – 1420) e as ilhas dos Açores (1427).


Visão da maravilhosa “ILHA da MADEIRA”.


• A colonização da Madeira começou pouco tempo depois da sua descoberta, tendo o Infante D. Henrique dividido o Arquipélago da Madeira em três Capitanias – Donatárias: a do Funchal, a do Machico e a de Porto Santo, entregues respectivamente, a João Gonçalves Zarco, Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.


O “Porto dos Frades”, na Ilha de Porto Santo, o primeiro local onde desembarcaram: João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira.


Gravura mostrando uma nau do tempo das descobertas com a Cruz da Ordem de Cristo nas velas.

A Cruz da Ordem de Cristo; a Ordem que apoiou os Descobrimentos.



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.