Jewellery Mag - Maio 2019

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J E W E L L E R Y M A G M A I O

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04 C A M PA N H A I N T E R N AC I O N A L

LEGACY Portuguese Jewellery Shaped With Love

12 D E S TAQ U E

MARKETPLACE

08 E N T R E V I S TA

ÂNGELA MORGADO Diretora Executiva da Associação Natureza Portugal

Plataforma Digital


E S C R AV A

K N I T

Jo an a S a nt os | Jo a l h a r i a d e Au t or Joana Santos é uma criadora portuguesa de joalharia contemporânea. O seu desenho é minimal e geométrico e inspira-se em formas arquitetónicas, mas também nos movimentos da natureza e na arte, contrastando a racionalidade da linha com a delicadeza da técnica e a imprevisibilidade do detalhe.


E D I

T O R I A L

# A S S U M A O C O M P R O M I S S O

É simbólico que o meu primeiro editorial enquanto Presidente da AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal seja numa edição dedicada ao nosso compromisso. É com enorme sentido de responsabilidade e compromisso que assumo este cargo, partilhando, desde já, o meu agradecimento a todos os Associados pelo voto de confiança no projeto e no corpo de direção que agora lidero. O nosso compromisso, enquanto direção, é o de continuar a conduzir a joalharia portuguesa na sua próspera trajetória de modernização e expansão internacional, através da união e integração de todos os Associados e parceiros numa visão comum para o setor. O mesmo compromisso que nos leva também a abraçar esta missão maior. Que é de todos nós. Enquanto empresas, enquanto cidadãos, enquanto pessoas. Mais uma vez falamos de responsabilidade e compromisso. Responsabilidade de perceber que o planeta é o nosso maior legado e que temos o compromisso de o preservar para as próximas gerações. Infelizmente já não é de futuro que falamos.

Num presente muito real e muito próximo já sentimos as consequências das alterações climáticas, da exploração insustentável dos recursos, da extinção das espécies. Vivemos num planeta regido por ecossistemas em perfeito equilíbrio. Quando colocamos em causa esse equilíbrio, entramos num ciclo alarmante de alterações imprevisíveis. Dedicamos toda esta edição da Jewellery Mag à sustentabilidade. Às boas práticas, aos casos inspiradores, ao mesmo tempo que damos voz aos especialistas para perceber as consequências desta evolução irresponsável e as soluções possíveis para minimizar e inverter os seus efeitos. Não queremos, com isto, olhar para o problema, mas concentrar na solução. Queremos ser motor da mudança. Queremos informar, esclarecer, inspirar, apoiar, contribuir. Queremos que o setor da joalharia portuguesa lidere um movimento que a indústria da moda deve obrigatoriamente seguir.

Assumimos todos o compromisso. Nuno Marinho Presidente AORP

C ONC E ÇÃO GRÁF ICA

CA P A

E D I T O RI A L

I M PRE S S ÃO

P ROP RIEDA DE

Gab i n e t e d e Co mu n i ca ça o e I ma g e m A O R P s i l vi a. s i l va a o r p.p t ma f a l d a . mo r ai s a or p .p t

fotografia, RICARDO SANTOS BRINCOS - FERNANDO MARTINS PEREIRA PRODUÇAO SNOWBERRY

AORP geral aorp.pt

G ráfica Pacen se

A ORP w w w . a o r p. pt


02 TENDร NCIAS

01

02

Ganni

Stella McCartney

03

01 Brincos, Fernando Martins Pereira; 02 Solitรกrio Monseo; 03 Brincos, Bruno da Rocha; 04 Brincos, CINCO; 05 Colar, Sopro Jewellery; 06 Anel, Omnia; 07 Pulseira, Liliana Guerreiro


03

fechar o ciclo TENDÊNCIAS

05

04

06 A moda hasteia a bandeira verde, alistando na linha da frente das causas ambientais. Fechar o ciclo, evitando desperdício e consumo de materiais não biodegradáveis, com o plástico a encabeçar a lista negra, tornou-se a prioridade.

07

FAÇ A PA R T E DA J E W E L L E RY M AG Se é nosso/a associado/a, envie as suas fotografias de produto em alta resolução para comunicacao@aorp.pt

H&M Conscious


04 PORTUGUESE JEWELLERY LEGACY

VIDEO STILL - JOÃO LE JOY


05 PORTUGUESE JEWELLERY LEGACY

PORTUGUESE JEWELLERY LEGACY A nova campanha de promoção internacional do setor celebra a essência da joalharia portuguesa como mensagem de sensibilização para a valorização e recuperação da joia como um legado. Um legado de arte, de valores, de memórias, passado de geração em geração, num ciclo eterno. Com o mote “Legacy”, a campanha surge no âmbito da nova estratégia de sustentabilidade que a AORP está a implementar, dentro e fora do setor. O objetivo é mostrar como a joalharia – com um longo ciclo de produto, que pode ir até à eternidade, contraria a tendência insustentável do mercado de consumo. Segundo Fátima Santos, Secretária-Geral da AORP, “Esta campanha surge no seguimento da consciência que temos, enquanto representantes de uma indústria, da importância de liderarmos pelo exemplo e instigarmos a mudança de mentalidade e comportamentos. A sustentabilidade do planeta não é uma tendência. É uma emergência.” A nova campanha remete para os valores da eternidade e intemporalidade das joias portuguesas, mostrando-as como testemunhos de passagem do tempo e da ligação entre as gerações. Nesse regresso às origens, recupera as técnicas e desenhos tradicionais, como um espólio que atravessa o tempo e permanece até aos dias de hoje. Entre estes estão o colar de grilhão, os brincos parolos ou o alfinete camafeu. Por detrás de cada peça, há uma história de arte e tradição, mas acima de tudo há estórias de momentos especiais, de partilha, de celebração, de conquistas, de heranças, de valores. Onde há sempre espaço para novas estórias. Essa é a premissa-base da campanha: as joias são eternas. E nessa eternidade há uma apologia dos princípios de sustentabilidade, do comércio justo (fair trade) e de slow fashion. A joalharia portuguesa é uma arte preservada por mestres artesãos, guardiões de uma tradição e um saber-fazer únicos no mundo.

Comprar uma peça de joalharia portuguesa é contribuir para a proteção das técnicas manuais e do talento de gerações. Feitas à base de matérias-primas nobres, como a prata, o ouro ou a platina, as joias têm grande resistência e perdurabilidade no tempo. Além disso, os metais são altamente flexíveis e moldáveis e podem ser reciclados continuamente, fechando o ciclo. Nas oficinas, algumas práticas sustentáveis são intrínsecas ao ofício, entre as quais a utilização de embalagens recicladas – como pacotes de manteiga ou boiões de creme como apoio ao trabalho na banca, mas também o necessário reaproveitamento das matérias-primas, sem qualquer desperdício de produção. De salientar também que o setor tem vindo a criar novas regras e recomendações relacionados com o comércio ético e responsável de metais nobres e pedras preciosas. “O consumo desenfreado despoletado por uma indústria da moda, assente num ciclo de produto curto, tem na joalharia a fórmula perfeita da eternidade. A campanha Legacy pretende sensibilizar para a longevidade e ciclo de renovação permanente da joalharia portuguesa. Mas também queremos inspirar as nossas empresas a adotar políticas mais sustentáveis de gestão e proteção dos recursos naturais, encorajar a reciclagem e reutilização de materiais, bem como defender princípios de respeito e igualdade para todos. O planeta é o nosso maior legado. Queremos que o setor da joalharia portuguesa lidere um movimento que a indústria da moda deve obrigatoriamente seguir.”, acrescenta a responsável. Com direção criativa da AORP, a campanha “Portuguese Jewellery Legacy” é uma produção da Snowberry, com Ricardo Santos (fotografia), João Le Joy (vídeo), Lou Schoof (modelo), Kimberley Pearl (modelo) e Frederico Rodrigues (modelo).


06 PORTUGUESE JEWELLERY LEGACY

A JOALHARIA PORTUGUESA QUER LIDERAR O MOVIMENTO DA #MODASUSTENTÁVEL. COMO? ATRAVÉS DE TRÊS PREMISSAS PRINCIPAIS: REPENSAR, REAGIR, RENOVAR. ASSUMIMOS AS EXPRESSÕES EM INGLÊS PORQUE ESTA É UMA MISSÃO GLOBAL.

REACT RETHINK Antes de mais olhamos para dentro. Propomos uma nova mentalidade sobre a indústria, sobre o seu impacto, sobre as medidas e boas práticas que poderão minimizar esse impacto. A máxima é comum, mas válida: pequenos gestos fazem grandes mudanças. Sabemos que a arte da joalharia portuguesa é feita de muitos processos que, sendo intrínsecos ao ofício, são visionários. Em cada oficina, encontramos caixas e embalagens reutilizadas. As matérias-primas são cuidadosamente preservadas para serem reaproveitadas e recicladas. Na joalharia portuguesa, nada se perde, tudo se transforma. Mas, acima de tudo, as nossas joias são eternas. O consumo desenfreado despoletado por uma indústria da moda assente num ciclo de produto curto, tem na joalharia a fórmula perfeita da eternidade. Os materiais nobres asseguram a longevidade do produto ao mesmo tempo que permitem a versatilidade de serem permanentemente recriados, prolongando o ciclo do produto.

A preservação do planeta é uma obrigação de todos nós. Já não será possível inverter o impacto de uma humanidade mais preocupada em evoluir que em garantir a sustentabilidade dessa evolução, mas é nossa responsabilidade contribuir para mudar mentalidades e instigar novos comportamentos. Para isso, é preciso partir para a ação. Perceber como podemos exigir dos nossos governos novas políticas, identificar em conjunto com as nossas empresas novas medidas, fomentar a investigação, o conhecimento e partilha em temas estratégicos para a nossa atividade. Perceber como poderemos sensibilizar os nossos públicos – colaboradores, parceiros, consumidores a se envolverem no nosso compromisso. Mas não pense que é só o planeta que agradece. A moda sustentável é o futuro. O consumidor está cada vez mais informado e ciente da importância das suas escolhas. De acordo com um relatório da Nielsen, de dezembro de 2018, três em cada quatro norte-americanos entre os 21 e os 34 anos afirmam que irão mudar “definitivamente” ou “provavelmente” os seus hábitos de consumo de modo a reduzir o respetivo impacto ambiental. E a tendência acentua-se nas gerações mais novas. Segundo um estudo de janeiro de 2019 da CGS, dois terços dos consumidores norte-americanos da Geração Z – entre os 18 e os 24 anos – compraram um artigo ou serviço amigo do ambiente, no último ano. As preocupações com o ambiente são a segunda principal razão pela qual admitem ficar fiéis a determinada marca. Políticas de sustentabilidade são essenciais à sustentabilidade das marcas.


07 PORTUGUESE JEWELLERY LEGACY

A ORIGEM DAS MATÉRIAS-PRIMAS Recorrendo a matérias-primas não renováveis e maioritariamente extraídas em países em subdesenvolvimento, a origem dos metais e das pedras preciosas é uma das questões mais preocupantes e de urgente intervenção. Já existem entidades internacionais que promovem e certificam o cumprimento de boas práticas a nível de ética, condições de trabalho e proteção ambiental. O chamado “ouro verde” refere-se aos metais certificados como comércio justo (fair trade). Saiba mais em www.fairtrade.org.uk/Buying-Fairtrade/Gold Por outro lado, é importante que se instigue a reciclagem de metais, como ouro e prata, tentando, sempre que possível, evitar a extração, aproveitando as matérias-primas já existentes.

OTIMIZAÇÃO DE CONSUMO ENERGÉTICO E DE ÁGUA

RESHAPE A sustentabilidade não é uma tendência, nem uma forma de acompanhar as tendências. É uma consciência, uma emergência, uma estratégia de sobrevivência. O que podemos então fazer? Para uma marca ser (mais) sustentável, é necessário olhar para o negócio numa lógica 360º. A chamada “economia circular” pensa o circuito do produto, desde a seleção da matéria-prima até ao seu fim de ciclo. Não é necessário cumprir todas as etapas, mas encontrar os pontos críticos em que a marca pode fazer e oferecer a diferença. Muito importante é entender que a sustentabilidade das empresas não é uma meta, mas um caminho de aprendizagem e melhoria contínua.

O consumo de energia e de água é também outro dos pontos críticos de uma estratégia de sustentabilidade. Otimizar os consumos e desenvolver campanhas de sensibilização para os colaboradores para a poupança de energia e água serão tão vantajosos a nível de gestão de custos como de preservação ambiental.

RECOLHA DE RESÍDUOS A manipulação, armazenamento e gestão inadequada dos resíduos, pode representar perigos para a saúde e para o ambiente. É necessário adotar soluções em termos de gestão integrada de resíduos perigosos e não perigosos, cujas metodologias permitam por um lado reduzir a quantidade de resíduos produzidos, e por outro garantir que os resíduos são geridos de forma correta, controlada e segura. Existem entidades especializadas e acreditadas para a recolha e gestão de resíduos.

RESPEITO PELOS DIREITOS DOS TRABALHADORES A ourivesaria é feita de arte e talento dos nossos artesãos. As mãos e rostos da tradição, que cravam em cada peça toda a sua sabedoria e experiência. Garantir melhores condições de trabalho, remuneração, retribuição e formação é uma responsabilidade social de todas as empresas.

CICLO DE VIDA DO PRODUTO As nossas joias são eternas. É importante incentivar não apenas o consumo de novas peças como a recuperação de peças antigas, de forma a lhes dar um novo uso. Ao estarmos a renovar peças, estamos a preservar a sua história, bem como todas as emoções e memórias que cristalizam.


08 ENTREVISTA

ÂNGELA MORGADO DIRETORA EXECUTIVA DA ASSOCIAÇÃO NATUREZA PORTUGAL

Ângela Morgado é Diretora Executiva da ANP – Associação Natureza Portugal, ONGA portuguesa sem fins lucrativos que trabalha em alinhamento com a visão e estratégia global da WWF - World Wide Fund For Nature. A associação tem tido um papel determinante na sensibilização e debate de soluções para a conservação da biodiversidade nacional e ecossistemas florestais, proteção da biodiversidade marinha e promoção da sustentabilidade dos ecossistemas de água doce e seus recursos hídricos. A ANP intervém ainda sobre o tema das alterações climáticas e na promoção do consumo sustentável. Ângela Morgado é desde 2005, consultora da WWF Mediterrâneo. Em 2011, tornou-se coordenadora do programa em Portugal.

1. O NOVO RELATÓRIO PUBLICADO PELO WWF, JUNTAMENTE COM A GLOBAL FOOTPRINT NETWORK, MOSTRA QUE A UE ESTÁ ENTRE OS PIORES EXEMPLOS QUANDO SE TRATA DO USO EXCESSIVO DE RECURSOS NATURAIS, ALCANÇANDO O “OVERSHOOT DAY” CADA VEZ MAIS CEDO NO ANO. O QUE ISTO SIGNIFICA? Significa que na Europa consumimos recursos a um ritmo insustentável, ou seja, mais do que o Planeta nos pode oferecer. Significa que a 10 de maio, um europeu comum já consumiu todos os recursos que o planeta lhe pode oferecer, vivendo a crédito ecológico o resto do ano (ou seja mais de metade do ano). Se todas as pessoas no mundo tivessem o mesmo estilo de vida que os europeus, a humanidade teria usado tanto quanto os ecossistemas do planeta conseguem renovar até 10 de maio. Isso significa que seriam necessárias 2,8 planetas para sustentar a procura de recursos naturais exigida

3. COMO PODE A EUROPA INVERTER ISSO? Através de um pacto de Sustentabilidade europeu. A WWF está a pedir que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU sejam colocados no centro de tudo o que a UE faz e que um Pacto de Sustentabilidade europeu seja adotado após as eleições da UE, incluindo ações concretas sobre clima e meio ambiente para proteger o que é vital para todos e travar a degradação da natureza.

por este estilo de vida, o que no ano passado aconteceu a 1

4. QUAL É A SUA VISÃO SOBRE O IMPACTO DA INDÚSTRIA DA MODA E DO MERCADO DE CONSUMO ASSEN-

de agosto. Durante o resto de 2019, a humanidade vai ope-

TE NUM CICLO DE PRODUTO CURTO?

rar “a crédito” de capital natural, ou seja, estamos a esgotar as reservas que a natureza nos fornece cada vez mais cedo. 2. QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DESSE “OVERSHOOT”? PODE PARTILHAR QUAIS SÃO, NA SUA OPINIÃO, OS FATOS E NÚMEROS MAIS ALARMANTES DESSA EVOLUÇÃO INSUSTENTÁVEL?

A indústria da moda tem um impacto considerável no ambiente, incluindo a degradação da água e do solo e a poluição química. É também uma atividade económica vital para milhões de pessoas, portanto, é preciso encontrar uma solução que permita que a produção continue com impacto mínimo sobre as pessoas e a natureza. A meu ver, a indústria da

O Dia em que esgotamos todos os recursos da Terra é um

moda também tem o poder de influenciar a criação e a

alarme gritante que comprova que o consumo na UE está a

produção de moda, promovendo um consumo mais amigo

contribuir para o iminente colapso ecológico e climático do

do Ambiente e do nosso Planeta, a nossa única casa.

Planeta. Esta forma de viver não é apenas irresponsável, é

Pode e deve inspirar pessoas em todo o mundo a seguir um

completamente perigosa. É necessária uma ação urgente,

estilo de vida mais amiga do ambiente, inspirando uma nova

e os líderes da UE devem encarar esta situação como uma

geração de Defensores do Ambiente.

emergência e fazer a transição para um futuro sustentável

Pode trabalhar para garantir que a indústria da moda esteja

na Europa.

a produzir e consumir moda dentro dos limites ambientais e sociais do planeta. Pode promover/lançar coleções que provem que moda e sustentabilidade podem andar de mãos dadas, e que é possível produzir roupas, em média e em grande escala, que sejam sustentáveis (materiais de origem sustentável e reciclados, modos de produção e cadeias sustentáveis).


09 ENTREVISTA

“O DIA EM QUE ESGOTAMOS TODOS OS RECURSOS DA TERRA É UM ALARME GRITANTE QUE COMPROVA QUE O CONSUMO NA UE ESTÁ A CONTRIBUIR PARA O IMINENTE COLAPSO ECOLÓGICO E CLIMÁTICO DO PLANETA.“

5. QUAIS SERIAM NA SUA OPINIÃO 3 MEDIDAS QUE PODERIAM MINIMIZAR ESSE IMPACTO (FOCANDO NA INDÚSTRIA DA MODA)? – Incentivar a redução do consumo (menos compras / menos consumo de moda) - Incentivar a reutilizar (incentivar a compra de peças de longa duração e reutilizar em diversos anos / estações) e a Reciclagem (reciclar o que já não usa) - Incentivar a Reparação (transformar peças com aponta-

7. E COMO CIDADÃOS? COMO PODEMOS CONTRIBUIR ATIVAMENTE?

mentos novos) – dobrar o tempo útil de uma peça de um

Os cidadãos devem ter, em primeiro lugar, conhecimento

para dois anos reduz as emissões de carbono em 24%.

sobre os temas ambientais, sobre os grandes desafios que se colocam à natureza e à vida no contexto dos limites

6. COMO É QUE AS EMPRESAS PODEM CONHECER E REDUZIR O SEU IMPACTO AMBIENTAL? QUAIS SÃO

do nosso Planeta. Depois devem ser incentivados a reduzir

OS PONTOS MAIS NEVRÁLGICOS?

todos os níveis incluindo a moda, a alimentação - apostan-

o consumo e a consumir de forma mais responsável (a

Devem investir em conhecimento numa primeira fase

do na dieta sustentável ) gerando menor desperdício, e a

ou seja identificar as áreas em que o impacto ambiental

participar civicamente, de forma ativa, denunciando irregu-

da empresa é maior; depois dessa identificação devem

laridades na gestão dos recursos naturais e pressionando

apostar na participação em projetos e iniciativas que

as autoridades para a adoção duma gestão responsável

promovam a preservação dos recursos naturais como o

dos recursos naturais.

pagamento de serviços dos ecossistemas (a vários níveis, florestal, fluvial, climático), integrar a gestão eficiente dos recursos naturais na sua cadeia de valor, bem como assumir o risco da atividade que desenvolvem e as responsabilidades sobre o uso dos recursos naturais nos planos social e ambiental.

8. O LEMA DA JOALHARIA PORTUGUESA PARA 2019 É “LEGADO”. CITANDO A CEO DA WWF UK, TANYA STEELE, “SOMOS A PRIMEIRA GERAÇÃO A SABER QUE ESTAMOS A DESTRUIR O PLANETA E A ÚLTIMA A FAZER ALGO A RESPEITO”. O PLANETA É O NOSSO MAIOR LEGADO Sim o planeta é sem dúvida o nosso maior e mais importante legado e todos somos responsáveis por este legado. A sociedade tal como a conhecemos subsiste do que a natureza oferece - alimentos, medicamentos, fibras, madeira, absorção de carbono e terra para construção. As consequências desta pressão ecológica sem precedentes incluem a desflorestação global, perda de biodiversidade, quebra de populações de peixes, escassez de água, erosão do solo, poluição do ar e alterações climáticas, levando a eventos climáticos extremos mais frequentes, como secas, inundações e incêndios florestais incontroláveis. Essas ameaças, por sua vez, provocam tensões e conflitos entre povos, e exacerbam as desigualdades globais. Por isso devemos repensar todos a forma como vivemos, e viver de forma mais responsável dentro dos limites do nosso Planeta.


10 ROADMAP

PORTUGUESE JEWELLERY ROADMAP A AG E N DA D E F E I R AS I N T E R N AC I O N A I S E M 2 019 T R O U X E A LG U M AS N OV I DA D E S , CO M O O B J E T I VO D E R E F O R Ç A R A P R E S E N Ç A DA J OA L H A R I A P O RT U G U E S A E M M E R C A D O S C A DA V E Z M A I S CO N S O L I DA D O S , CO M O F R A N Ç A E A L E M A N H A .

O ano arrancou em Berlim, onde, pela primeira vez, a AORP promoveu uma participação coletiva de joalharia portuguesa na Show&Order. Integrada na Premium, prestigiado evento trade da indústria da moda, esta mostra aconteceu em simultâneo com a Semana da Moda de Berlim, de 15 a 18 de janeiro, atraindo compradores de toda a Europa e do mundo. O desafio elevou a ambição da AORP, que apresentou um espaço com a assinatura do irreverente e reputado estúdio alemão 44 flavours, onde estiveram em exposição três marcas portuguesas: Coquine, Cris Maria Jewelry e Sopro Jewellery. Seguiu-se mais uma estreia, desta vez em Paris, o segundo maior mercado das exportações portuguesas. A par da participação habitual na Bijorhca Paris, a AORP marcou presença na Who’s Next, considerada um barómetro de tendências de moda para os profissionais do setor. Partilhando o mesmo Parque de Exposição, a Who’s Next foi a aposta de Bruno da Rocha, Sopro Jewellery e Wings of Feeling, enquanto Astorga, Elza Pereira, Innamorata e Tânia Gil voltaram a marcar presença num dos mais reputados eventos de joalharia da Europa, a Bijorhca Paris. Em simultâneo, decorreu em Vicenza, capital da joalharia de Itália, a VincenzaOro, com A. J. Amorim, Luisa Rosas, Styliano Jewellery e Galeiras a representarem a joalharia portuguesa.

Pela segunda vez, a AORP viajou até ao Japão, para promover a participação portuguesa na International Jewellery Tokyo, de 23 a 36 de janeiro. O mercado nipónico foi a aposta da Galeiras, Goris e Inês Barbosa. Do Oriente regressamos à Europa, para participar no duplo certame do país vizinho, a Madridjoya e Bisutex, de 7 a 10 de fevereiro. Reunindo visitantes profissionais de cerca de 80 países, continuam a ser uma montra privilegiada para a joalharia portuguesa e a merecer a aposta de Elza Pereira, Our Sins e Made to Envy, na Bisutex, e Gatz by Sandra Santos, Lider Sacos, Ourobrilho e Ouro Torres, na Madridjoya. E tradição é já também a participação portuguesa na Inhorgenta Munique. O evento alemão tem vindo a tornar-se cada vez mais apelativo para as marcas nacionais, sobretudo para a joalharia contemporânea de autor, que é uma das grandes apostas do certame. Esta edição recebeu um recorde histórico de 16 marcas portuguesas: Allis Jewellery, Bruno da Rocha, Goffrey, Inês Batrbosa, Inês Telles, Leonor Silva, Margarida Reduto, Nevacril, Sara Sousa Pinto, Sopro Jewellery e a participação conjunta de Ana Bragança, Ana João, Barbara Goyri, Cecília Ribeiro, Mater Jewellery Tales e Carla Faro Barros, pelas Collectiva.


16 EVENTOS FUTUROS

Portuguese Jewellery Legacy - Showcase and Exhibition acontece a 5 e 6 de julho, na Casa da Arquitetura, em Matosinhos, apresentando uma seleção de 20 marcas de joalharia portuguesa e ainda o lançamento em primeira-mão da nova campanha de promoção internacional de joalharia portuguesa.


06 12 PORTUGUESE PORTUGUESE JEWELLERY JEWELLERY MARKETPLACE X MAAT

A joalharia portuguesa é, hoje em dia, um setor sem fronteiras. Com uma consistente e coerente abordagem aos mercados externos, através de campanhas de alto impacto e da participação em feiras e eventos estratégicos, a AORP tem liderado a projeção internacional da joalharia portuguesa, validada por um acréscimo acentuado nas exportações, que alcançou este ano máximos históricos. Chegou agora o momento de transpor a estratégia de terreno para as plataformas digitais, através da criação de um portal de promoção e e-commerce de joalharia portuguesa. O Portuguese Jewellery Marketplace será o endereço digital da joalharia portuguesa. Uma montra representativa da energia e diversidade criativa que caracteriza o setor. Do sangue novo às marcas de luxo, passando pelas empresas que preservam as técnicas e desenhos tradicionais da ourivesaria portuguesa, tem como objetivo aproximar a joalharia portuguesa dos seus públicos, à escala global. Trata-se de um website de promoção e comércio digital de joalharia portuguesa. As marcas aderentes terão a oportunidade de expor as suas coleções e produtos e alcançar, à escala global, públicos estratégicos como: consumidor final, compradores, meios de comunicação social e stylists/produtores de moda. O Marketplace pretende ser uma janela da joalharia portuguesa para o mundo, fortemente apoiada e alavancada pelas campanhas e ações de comunicação da AORP.


“TRATA-SE DE UM WEBSITE DE PROMOÇÃO E COMÉRCIO DIGITAL DE JOALHARIA PORTUGUESA. AS MARCAS ADERENTES TERÃO A OPORTUNIDADE DE EXPOR AS SUAS COLEÇÕES E PRODUTOS E ALCANÇAR, À ESCALA GLOBAL, PÚBLICOS ESTRATÉGICOS COMO: CONSUMIDOR FINAL, COMPRADORES, MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E STYLISTS/PRODUTORES DE MODA.”


14 PROGRAMA LAPIDAR

Valorizar competências, partilhar experiências. O novo Programa Lapidar foi criado pela AORP como uma agenda de conversas e palestras, em temas considerados estratégicos para o setor da ourivesaria e relojoaria. A iniciativa pretende ser um fórum de ideias e boas práticas partilhadas por especialistas de cada área. A primeira edição arrancou a 21 de fevereiro com a palestra sobre “Etiqueta & Protocolo”, liderada por Teresa Almadanim, Presidente da Câmara de Comércio Paraguai/Portugal e especialista em imagem e protocolo. A 24 de abril, recebemos Mariana Tomé Ribeiro, da agência digital sabya , que deu a conhecer os objetivos e vantagens da nova plataforma Portuguese Jewellery Marketplace, o maior diretório online de joalharia portuguesa, promovido pela AORP.

Seguiu-se a apresentação de Ricardo Lopes, diretor de Marketing Digital da LOBA.cx, sobre Soluções de Marketing Automation para gestão da relação com o cliente. Para terminar o primeiro ciclo Lapidar, o reputado gemólogo Rui Galopim de Carvalho, responsável pela Academia Portugal Gemas, guiou-nos por uma visita à Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, uma verdadeira cápsula do tempo, onde se preservam exemplares únicos e raros de joias e pedras preciosas que contam a história da ourivesaria portuguesa. Uma viagem pela origem, pelas técnicas e pelas memórias que permanecem eternas em cada peça.

PARTILHE CONNOSCO TEMAS QUE GOSTARIA DE VER ABORDADOS NO PROGRAMA LAPIDAR ATRAVÉS DO E-MAIL GERAL@AORP.PT


15 PROGRAMA LAPIDAR

FEVEREIRO - ABRIL - MAIO

TERESA ALMADANIM, PRES. DA CÂMARA DE COMÉRCIO PARAGUAI/PORTUGAL “Etiqueta e Protocolo”

MARIANA TOMÉ RIBEIRO / SABYA Portuguese Jewellery Marketplace

RUI GALOPIM DE CARVALHO /PORTUGAL GEMAS visita à Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio

RICARDO LOPES / LOBA.CX “Lapidar a Relação Com o Cliente, da aquisição à fidelização”


16 NOTÍCIAS SETOR

PORTUGAL EXPORTA Conheça as vantagens de aderir ao portal MY AICEP

A AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo acaba de lançar uma plataforma de apoio à internacionalização. Assente em inteligência artificial, o portal MY AICEP permite acesso a ferramentas pensadas para potenciar e otimizar a competitividade das empresas na abordagem aos mercados externos. A plataforma oferece serviços de cruzamento entre empresas e investidores, informação de potenciais parceiros e planos personalizados de internacionalização. Este apoio vai desde a seleção e análise de mercados com maior potencial, desafios e estratégia para os

COMÉRCIO ÉTICO E RESPONSÁVEL EM DIAMANTES, PEDRAS DE COR, PÉROLAS E CORAIS

contornar até a um programa integrado de abordagem

A CIBJO - The World Jewellery Confederation publicou um ma-

aos mercados, que engloba análise de tendências de

nual de boas práticas para o comércio de artefactos de ouri-

consumo, agenda de contactos com diversos players de

vesaria com materiais gemológicos ou simplesmente de pedras

mercado, presenças em feiras e eventos, entre outras

soltas. O documento, de título original “CIBJO’s Do’s & Dont’s”,

iniciativas identificadas pelo AICEP.

agora traduzido em Português pelo Professor Rui Galopim, representante da AORP, delegado oficial da CIBJO em Portugal,

Registe-se em MY AICEP e conheça as vantagens para a sua empresa: www.portugalexporta.pt/internacionalizar.

pretende contribuir para a aquisição de boas práticas de transparência e de ética profissional do que diz respeito à venda e promoção de diamantes, pedras de cor, pérolas e corais, vertente fundamental para a manutenção da confiança dos consumidores em produtos de joalharia e ourivesaria e no setor em geral. O manual é um guia de referência simples para quem lida com diamantes, pedras de cor, pérolas e corais e/ou produtos artificiais (e.g. pedras sintéticas), nomeadamente na compreensão das suas obrigações para com os seus clientes, dando igualmente recomendações na interação com fornecedores. O manual não se substitui aos CIBJO Blue Books publicados regularmente sobre diamantes, pedras de cor, pérolas, corais, laboratórios gemológicos, metais preciosos e fornecimento responsável, encorajando-se os profissionais do sector a aceder ao site da CIBJO para respetivo download. Disponível para consulta no site da AORP: www.aorp.pt/noticias


17 ABC DO DIGITAL PARA A OURIVESARIA

DO DIGITAL PARA A OURIVESARIA / 2019

A transformação digital diz respeito à compra e utilização de tecnologias avançadas, mas também, e principalmente, implica permitir explorar, descobrir, experimentar. Para a marca Portuguese Jewellery trata-se sobretudo de criar uma cultura aberta à inovação e uma disrupção própria. Perceber como integrá-la ao mesmo tempo que se mantém a genuinidade e os atributos que nos diferenciam. Mas para isso é fundamental questionarmos como garantir que a ourivesaria de Portugal não se perde na imensidão do digital. 1 A fim de fornecer à nossa comunidade referências sobre como navegar neste ambiente, a AORP organizou um inquérito – Radar de Ourivesaria 2 - e um ABC do digital, para possibilitar seguir o movimento e ficar à frente na tendência. Este último apresentado a partir de algumas curiosidades, factos e números que permitem perceber a proporção e importância da temática.

PANORAMA INTERNACIONAL Conforme os resultados de um estudo da empresa SoftServe 4, realizado em 2017, o panorama é variável conforme os países, setores e organizações. No geral, a percentagem de empresas ou instituições que desenvolveram processos completos de Transformação Digital varia de 10% a 33%, sendo que cerca de 50% das entidades referem ter empreendido processos de transformação, mas

PREÂMBULO / PONTO DE SITUAÇÃO “À medida que emergem novos mercados, a origem dos lucros muda e as tecnologias digitais permeiam mais a vida quotidiana, é fácil assumir que a digitalização da economia já está muito avançada. De acordo com as mais recentes pesquisas, no entanto, as forças do digital ainda não se tornaram totalmente comuns. Em média, menos de 40% das indústrias estão digitalizadas, apesar da penetração relativamente profunda dessas tecnologias nos media, no retalho, na alta tecnologia e nas comunicações. Com uma penetração digital cada vez mais forte, irá reduzir-se o crescimento da receita e do lucro para alguns, particularmente entre o quartil inferior de empresas, ou menos tecnológicas, enquanto que o quartil superior

que não estão a ser concluídos. Os valores variam também de acordo com os setores. Os de retalho, distribuição e transporte estão na vanguarda da implementação da transformação nos seus negócios: 38% dos entrevistados dizem que adotaram medidas em toda a organização. O setor industrial, no entanto, está na cauda com 18%. Das empresas relacionadas com tecnologias e comunicação, embora no geral sejam mais propensas, apenas 25 a 30% adaptaram os seus negócios. A maioria das empresas considera que as principais tecnologias para a transformação são aquelas que estão focadas na criação de engagement ou orientadas para a experiência do cliente, seguidas pelas tecnologias móveis e pela gestão de dados e ativos digitais.

captura ganhos desproporcionais. Neste contexto, possuir estratégias digitais audazes e fortemente integradas será o maior diferencial entre as empresas que ganham e as que não ganham.“ 3

BENCHMARKING ESPANHA


18 ABC DO DIGITAL PARA A OURIVESARIA

A Roland Berger, com o patrocínio da Siemens, publicou em 2017, “España 4.0. El reto de la Transformación Digital de la economia”. Nele verificava-se o panorama empresarial seguinte: - 1 em cada 3 empresas afirmava estar preparada para enfrentar a transformação digital. De entre elas, 80-90% reconheciam que a mudança digital ia ser grande e que era a melhor fórmula para adaptar-se e evoluir: - 100% das empresas tinham acesso à internet e 75% das mesmas contavam com uma página web. Mas a maior parte ficava por aí, com uma página web e à espera que tudo chegue sozinho (indicava o estudo); - De entre o grupo de cabeça mais intensivo em capital tecnológico, os dados compilados eram:

C

CONTENTS. MARKETING DE CONTEÚDOS Os conteúdos de vídeo são os favoritos dos utilizadores e isso é demonstrado pelo elevado engagement que gera, tanto ao nível das reproduções e reações/gostos, quanto à sua potencialidade viral. Por outro lado, o streaming de conteúdo ao vivo mostra uma tendência ascendente que não encontra limites, já que as grandes redes sociais têm desempenhado um papel fundamental no estímulo

- 60% usavam um sistema EDI (Electronic Data Inter-

ao seu uso. Além disso, o crescente sucesso de outras

change), embora fundamentalmente com sua instituição

plataformas como o Twitch, focado em videojogos e em

financeira.

eSports, levou a que os streamings crescessem mais em

- Apenas 27% das empresas pesquisadas recorriam a

2018 e subissem como uma das tendências de 2019 em

CRM (Customer Relationship Management).

termos de formato de conteúdo.

- 21% estavam presentes nas redes sociais.

CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT)

- Apenas 16% vendiam online (35% entre as grandes

Calcula-se que o comércio eletrónico em Portugal tenha

empresas) enquanto 23% faziam compras online. - 13% usavam informação eletrónica e a partilhavam com a supply-chain.

representado perto de € 4,73 mil milhões em transações em 2017. De uma população conectada de 7,7 milhões de pessoas, com mais de 15 anos, estima-se que 4 milhões de pessoas compraram alguma coisa online, em 2018 5. De acordo com os dados do IAB Spain eCommerce Study 2018, 7 em cada 10 utilizadores espanhóis compram online, o que representa cerca de 19,4 milhões de espanhóis,

B

BLOCKCHAIN

As principais empresas de joalharia encontram-se numa corrida para desenvolver mecanismos que permitam

entre os 16 e os 65 anos. O crescimento parece imparável devido à simplificação contínua na implementação e execução das plataformas de e-commerce. A plataforma Shopify domina entre empreendedores e empresas que querem uma saída rápida para o mercado.

provar a autenticidade de seus produtos. A De Beers está a lançar uma aplicação que permite melhorar a rastreabilidade dos produtos, com garantia da proveniência global da supply chain de joias e diamantes. Empresas como a IBM introduzem o blockchain para verificar a supply chain da ourivesaria. A ferramenta lançada é o Trustchain, um blockchain que garante a proveniência das joias, seguindo a cadeia de fornecimentos desde a mina até à loja.

E-MAIL MARKETING E-MAIL Existem para isso aplicações web específicas para enviar campanhas de e-mails e e-mails informativos em forE


19

E

ABC DO DIGITAL PARA A OURIVESARIA

E-MAIL

Existem para isso aplicações web específicas para enviar campanhas de e-mails e e-mails informativos em formato html compatíveis com todos os clientes de correio eletrónico, como Mailchimp, modelo drupal ou plugin wordpress, entre outros. E-PAGAMENTOS O método de pagamento online preferido em Portugal é o cartão de crédito. Mais de 1,3 milhões de portugueses utilizam também o serviço MB NET, que gera cartões temporários para pagamentos online (Com o MB NET na app MB WAY criam cartões virtuais associados aos cartões de débito ou crédito) 6.

I

INDÚSTRIA 4.0. INOVAÇÃO TECNOLÓGICA PELO DIGITAL O conceito de Indústria 4.0 como realidade produtiva e organizativa: - Os setores mais abrangidos pela denominada disrupção ou salto tecnológico ou digital são a (1) indústria dos media, da música, as editoriais e o livro, o transporte e a logística; - Na Indústria 4.0, a automação e a intercomunicação são a base para a otimização dos processos, o que

M

MOBILE MARKETING Conjunto de técnicas e formatos para promover produtos e serviços usando dispositivos móveis, o mobile marketing revela-se como um forte impulsionador do consumo de internet. O último estudo publicado por IAV Spain oferece dados bem interessantes 7 : - 78% dos utilizadores espanhóis consultam os seus e-mails nos seus dispositivos móveis;

permite fabricar de forma mais customizada, flexível e

- A quota de mercado dos Smartphones passou de 58%

eficiente;

para 80% em 2013 (podemos projetar os dados para 2019;

- A transformação afeta todo o ciclo de vida do produto

- 58% dos utilizadores consultam o telemóvel para am-

garantindo sua integração vertical e horizontal. Desde a

pliar as informações antes de prosseguir com a compra

I+D, a prototipagem, a produção, a distribuição e a ges-

na loja físico:

tão de clientes, além dos serviços relacionados. - O fator que leva ao pretendido aumento na produtividade e competitividade é a redução significativa nos custos. - Surge o conceito de Fábrica Inteligente, onde o controlo de produção e da supply chain é absoluto. A integração digital de informações fornece acesso em tempo real aos dados. A geração de um fluxo regular de informações traz um valor efetivo para todo o sistema, resultando numa gestão mais eficiente dos recursos, numa melhoria de todos os processos e num aumento do lucro.

- 35% visitam a web depois de ver um anúncio interessante na televisão para encontrar mais informações; - 32% visitam a web com anúncios ao ar livre.


20 ABC DO DIGITAL PARA A OURIVESARIA

R

REDES SOCIAIS A nível mundial, é difícil elaborar um ranking das principais redes sociais, no entanto uma lista aproximativa poderia ser a seguinte:

2.234

FACEBOOK

1.500

YOUTUBE

1.500

WHATSAPP

1.300

FACEBOOK MESSENGER WECHAT

980

INSTAGRAM

831

´TUMBLR

794

QQ

783

QZONE

563

SINA WEIBO

330

TWITTER

330

BAIDU TIEBA

300

SKYPE

300

As principais metas usadas, ou seja, os números que podem ser analisados, são:

- Custo de aquisição por cliente (CAC) - CAC = Investimento

392

REDDOT

W

WEB ANALYTICS AND REPORTING

em aquisição de clientes / Quantidade de novos clientes. Este cálculo serve e é importante, também, para medir a eficiência dos investimentos. RANKING DAS PRINCIPAIS REDES SOCIAIS

LINKEDIN

260

A NIVEL MUNDIAL ATIVOS EM ABRIL DE

- Lifetime Value (LTV), é a representação do valor que o

VIBER

260

2018 (EM MILHÕES) CONFORME O

cliente traz à empresa no período de relação. Calcula-se

260

NÚMERO DE USUÁRIOS.

sobre o ticket médio e o tempo médio nos seus planos

SNAPCHAT LINE

230

PINTEREST

200

TELEGRAM

200

Em Portugal, 5,3 milhões de portugueses usam redes sociais. O Instagram é a rede que mais tem crescido nos últimos cinco anos. Outros dados de interesse são 8: - Apesar do seu recente surgimento (o Facebook e o Twitter, por exemplo, foram lançados em 2006), as redes sociais são hoje dos sites mais relevantes para os portugueses;

de negócio. Por exemplo, se o preço médio do produto é 500 euros e o cliente fica cerca de 8 meses na empresa o valor de contrato é de 8x500 euros, ou seja 4.000 euros. Isso significa que cada cliente convertido terá um valor de 4.000 euros para a empresa. Juntamente com o CACz, o LTV permite aferir se se está a gastar mais para trazer os clientes do que o que eles estão a trazer para a empresa.

- A penetração das redes sociais aumentou mais de três

1. Este é o objetivo do projeto Disruption in (the) Portuguese Jewellery, enqua-

vezes e meia entre 2008 e 2017, passando de 17.1% para

drado no Sistema de Incentivos às Ações Coletivas e em execução.

61.9%, segundo os dados do estudo Bareme Internet da

2. Convidamo-lo a participar através do preenchimento do inquérito de radar que

Marktest.

encontra neste link: www.survey.zohopublic.com/zs/scCN6B, ou contacte a AORP

- O Estudo Os Portugueses e as Redes Sociais 2018 posi-

resposta demora entre 10 e 15 minutos. Contém um leque exaustivo de temas com

ciona o Facebook como a rede social mais relevante em Portugal (87.5% dos utilizadores dizem espontaneamente,

para mais informação. Em formato digital e de fácil preenchimento, o processo de perguntas de múltipla escolha. 3. www.mckinsey.com/business-functions/digital-mckinsey/our-insights/the-case-for-digital-reinvention

em 1º lugar, conhecer o Facebook e 95% têm conta no

4. Do relatório da empresa SoftServe “Digital Transformation Survey 2017”

Facebook). Outras redes sociais têm alcançado relevância.

5. hwww.ecommercenews.eu/ecommerce-portugal-e4-73-billion-2017/

Destaca-se o Instagram, segunda rede mais conhecida e

6. www.ecommercenews.eu/ecommerce-in-europe/ecommerce-portugal/

a segunda de maior penetração (60% dos utilizadores de

7. www.iabspain.es/wp-content/uploads/estudio-mobile-2017-vcorta.pdf

redes sociais a afirmar terem conta no Instagram, um valor

8. www.consumertrends.pt/53-milhoes-de-portugueses-usam-redes-sociais/

que sobe para os 91% entre os mais jovens). WhatsApp, Youtube e LinkedIn completam a lista das 5 redes sociais com mais penetração em Portugal.

ConsumerTrends


21 AGENDA INSTITUCIONAL

2 0 1 9

AGENDA I N S T I T U C I O N A L

J

A

N

E

I

R

O

M

A

R

Ç

7 Janeiro

21 e 22 Março

Encontro Anual de Diretores da AICEP - Rede Externa, realizado em Lisboa. Neste encontro pretende-se proporcionar a partilha de informação e reforçar a coordenação dos planos promocionais externos nos mercados por fileira, planeando o apoio da rede AICEP às diversas atividades externas programadas para 2019.

QSP Summit

9 Janeiro Reunião da Comissão de Acompanhamento do Projeto Filigrana de Portugal.

15 a 17 Janeiro Feira Show & Order - Berlim 18 a 21 Janeiro Feira Bijorhca - Paris

Feira International Jewellery Tokyo E

R

21 e 26 Março Feira Basel World - Basileia

7 e 8 Maio

A

Reunião realizada em Lisboa na INCM sobre a revisão do RJOC e demais Portarias

B

R

I

L

12 Abril Participação no Workshop Proposta de Valor 10 Maio no âmbito do projeto UniqueMark, organizado A AORP participou na conferência “Compela Contrastaria, em Lisboa petitividade Empresarial 20/30 – Desafios e Oportunidades”, organizada pela Câmara Municipal de Gondomar, 13 Abril no âmbito da Expo Gondomar Participação da AORP no Painel “O Mercado de Luxo em Portugal” inserido no evento Iberia Retail Show, que se realizou na Alfândega 10 Maio do Porto Evento Jewellery à Table com Silver Tea: Tavares Experience, realizado na sede da AORP

E

I

R

Programa LAPIDAR - Lançamento do Portuguese Jewellery - Marketplace - Oradora: Mariana Tomé Ribeiro da empresa SABYA

O

7 a 10 Fevereiro

29 Abril

Feiras MadridJoya e Bijutex - Madrid

Participação da AORP no National Geographic Summit, que se realizou na Casa da Música no Porto

13 Fevereiro Reunião com Contrastaria para o lançamento de um Projeto Piloto sobre Recolha de Artigos para Marcação e Ensaio 22 a 25 Fevereiro Feira Inhorgenta - Munique

16 Maio Realização da Assembleia Geral da AORP Eleições para os Órgãos Sociais da AORP triénio 2019/2021

24 Abril

23 a 26 Janeiro

V

Programa LAPIDAR -Visita guiada à Casa Museu Marta Ortigão Sampaio - Um Tesouro Quase Esquecido de Jóias no Porto - Orador: Rui Galopim de Carvalho

Lançamento do novo Portal digital da AICEP - Portugal Exporta

Feira Vicenza Oro - Vicenza

E

4 Maio

15 Abril

18 a 23 Janeiro

F

O

18 a 21 Maio Ourindústria 24 Maio Presença da AORP na tomada de Posse do novo Presidente da Confederação Europeia

29 Abril

29 Maio

Reunião realizada em Lisboa na INCM sobre a revisão do RJOC e demais Portarias

Presença na conferência “O Futuro da Moda” organizado pela APICCAPS, com o apoio da ANIVEC e da AORPEuropeia do Calçado, Luís Onofre

M

A

2 Maio

I

O

30 Maio a 3 Junho Programa LAPIDAR - Lapidar a Relação Com o Cliente, da aquisição à fidelização - Orador: Feira JCK - Las Vegas Ricardo Lopes da empresa LOBA Feira Couture - Las Vegas


22 ASSOCIADOS

L E O N O R S I LVA J E W E L L E RY A sustentabilidade não está só na moda é uma urgência. Foi este o desafio que levou Leonor Silva a criar a coleção One House – One Tree. Inspiradas na arquitetura modelar, as peças têm como elemento central uma árvore dourada. Mas a sua maior particularidade é que com a compra de cada joia da coleção One House – One Tree, será plantada uma árvore, sabendo o comprador qual a espécie e o local onde esta se encontra. Para isso, a designer de joias associou-se à iniciativa “Plantar uma Árvore, plante esta ideia”, associação que promove a recuperação de parques e reservas naturais. A autora foi recentemente premiada na Coreia do Sul, consolidando cada vez mais a sua posição no mercado internacional da joalharia de autor, através da sua visão única e marcante perante a atualidade e o mundo que a rodeia. www.leonorsilva-jewellery.com

FINOURO A Finouro desenvolve, cria e fabrica joias, oferecendo um serviço diferenciado e personalizado para cada projeto. Conta atualmente com um amplo portefólio de clientes, entre os quais prestigiadas marcas nacionais e internacionais, com as quais mantém uma relação de confiança e parceria. Este reconhecimento internacional deve-se, em parte, ao compromisso que a empresa assumiu com políticas de responsabilidade e sustentabilidade ambiental, que lhe valeram o reputado Certificado RJC Responsible Jewellery Council, um selo internacional que comprova o respeito da empresa pelos direitos humanos, direitos do trabalhador, impacto ambiental, boas práticas de aquisição de matérias-primas, entre outros temas relacionados. www.finouro.com/pt


23 ASSOCIADOS

JCF JOALHEIROS A José Carlos & Filhas oferece um serviço integrado e multidisciplinar em joalharia. Do design e prototipagem à criação de peças, passando pela gravação a laser e cravação, a JCF alia tecnologia ao talento humano para responder a qualquer desafio. Atualmente, 85% da sua atividade está vocacionada para o mercado internacional, trabalhando em parceria com algumas das mais conceituadas marcas. Inovação, qualidade, luxo, elegância e exclusividade são pontos-chave que caracterizam a empresa. A sua visão inovadora materializa-se também na sua filosofia de responsabilidade social e sustentabilidade, em processo de reconhecimento pelo Certificado RJC - Responsible Jewellery Council, que atesta o cumprimento do exigente código de boas práticas defendido por esta entidade internacional. www.jcf-joalheiros.pt

ARNEIRO Arneiro 1969 é uma marca com história que atravessa três gerações. O seu fundador, Reinaldo Arneiro, encontrou no coração da vila de Sintra o espaço que, ao longo destes 50 anos, acompanhou a evolução da ourivesaria portuguesa, acolhendo um verdadeiro espólio de peças e técnicas, das mais tradicionais às mais contemporâneas. A terceira geração – Pedro Arneiro e Mafalda Arneiro – continua a trabalhar nesta lógica de tradição e cooperação familiar. Os conceitos “Família” e “Tradição” são a base essencial deste negócio, nunca perdendo a ligação aos novos tempos, que exigem uma constante renovação. A assinatura “Arneiro 1969 – Feel the Tradition” representa esta filosofia da marca, que se tem afirmado pela iniciativa In Tradition, uma mostra de joalharia portuguesa, em que convidam responsáveis de marcas que representam a dar a conhecer a sua história na primeira pessoa e apresentar peças exclusivas. www.arneiro.com


24 SUGESTÕES

1 Palácio das Ar tes Por to Pablo Picasso. Suite Vollard

Até 11.09.2019

O Palácio das Artes acolhe uma exposi-

2 Museu de S erralves Por to Joana Vasconcelos: I´m Your Mirror

3 Casa-Museu Mar ta Or tigão S ampaio

Até 24.06.2019

ção inédita de 100 gravuras desenhadas por Pablo Picasso, entre 1930 e 1937. A coleção, detida pela Fundação Mapfre, surge no Porto, por iniciativa da cada de vinho do Porto Taylor’s e da Misericórdia do Porto. A coleção de gravuras, considerada uma das mais importantes do século XX, foi criada para o marchand de arte Ambroise Vollard, mas devido à sua morte inesperada num acidente de carro, em julho de 1939, esperou vários anos até ser finalmente exibida ao público. Esta é por isso uma oportunidade rara de conhecer esta coleção completa do artista espanhol, que apenas alguns museus do mundo detêm, nomeadamente o National Gallery em Washington, o British Museum em Londres, o MOMA em Nova Iorque e o Museu Nacional de Pablo Picasso em Paris.

Joana Vasconcelos: I´m Your Mirror reúne mais de 30 peças da artista portuguesa, numa retrospetiva do seu percurso criativo desde 1997. Inclui muitas das suas obras mais conhecidas, como a Cama Valium (1998), A noiva (2001–05), Burka (2002), Coração independente vermelho (2005),

Terça a domingo 10h00 - 17h30

Marilyn (2011) e Lilicoptère (2012), assim como novos trabalhos criados para esta mostra, como Finisterra, I’ll Be Your Mirror ou Solitário (todos de 2018). A exposição estende-se até aos jardins do Parque de Serralves através de monumentais esculturas de exterior. A exposição é organizada pelo Museo Guggenheim Bilbao, em parceria com o Museu de Arte Contemporânea de Serralves e a Kunsthall Rotterdam, Roterdão, e é comissariada por Enrique Juncosa.

A Casa-Museu Marta Ortigão Sampaio, instalada num edifício de 1958 projetado pelo arquiteto José Carlos Loureiro, acolhe coleções de pintura, mobiliário e joalharia, herdadas e reunidas por Marta Ortigão Sampaio (31.07.1897 / 26.03.1978). A coleção de pintura é dominada pela corrente naturalista que carateriza as últimas décadas do século XIX, destacando-se as obras das pintoras Aurélia de Souza e Sofia de Souza, suas tias.Do espólio de mobiliário, constituído por peças europeias, orientais e portuguesas datadas dos séculos XVII ao XX, sobressaindo um contador cíngalo-português do século XVII e uma estante giratória art nouveau Louis Majorelle. O museu integra ainda a coleção de joias de uso pessoal de Marta Ortigão Sampaio, com exemplares representativos dos modelos da joalharia tradicional e erudita dos séculos XVII ao XX, destacando-se a variedade tipológica, de técnicas e de materiais desta coleção.



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