Jewellery Mag - Maio 2020

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J E W E L L E R Y M A G M A I O

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04 D E S TAQ U E C O O R D E N A D A S P A R A A P R ÓX I M A D É C A D A

Opinião e desejos de vários especialistas em relação ao setor

13 PORTUGUESE JEWELLERY SHAPED WITH LOVE

08 E N T R E V I S TA LU Í S A R AÚ J O

Presidente do Turismo de Portugal

O endereço digital da joalharia portuguesa


A coleção Ana Moura x Portugal Jewels resulta de uma parceria entre a marca de joias e a fadista, que cruza a tradição da ourivesaria nacional com símbolos e momentos da sua vida e carreira. Na imagem, os Brincos Rainha Dragão são um dos exemplos desta irreverente simbiose.


E D I

E S T A D O

D E

T O R I A L

E M E R G Ê N C I A

Quando começamos a desenhar esta que é a primeira edição do ano da Jewellery Mag tínhamos o objetivo de traçar novos caminhos e visões para o setor, numa antecipação do que seriam os próximos 10 anos. A realidade veio – em simultâneo – contrariar e reafirmar esta nossa intenção. Contrariar porque aprendemos que o mundo está cada vez mais efémero e imprevisível. “Todo o mundo é composto de mudança” e, neste contexto adverso, percebemos o quão importante é termos a flexibilidade e capacidade de adaptação à mudança. Porque a incerteza é a única certeza. E as empresas serão tão mais fortes quão melhor se souberem adaptar e, com isso, evoluir. Reafirmar porque se impõe refletir sobre a evolução do setor e sobre que bases se deverá construir a sua recuperação no mundo pós-COVID. E nesse sentido, a nossa missão enquanto Associação é mais exigente do que nunca. Não só defender os interesses dos nossos Associados e do setor, como criar antídotos para as dificuldades e encontrar, na força do coletivo, a resiliência e imunidade necessárias.

Para isso, ativamos, desde o primeiro momento, um plano de combate, assente em três premissas essenciais: INFORMAR. Em períodos de incerteza, a informação é uma arma. Por isso estamos, através dos nossos canais de comunicação, a facultar aos nossos Associados toda a informação que necessitam para a tomada de decisões e melhor compreensão das medidas implementadas. PARTILHAR. Também é nestas alturas que a união faz de facto a força, como uma corrente de contágio positivo. Ligados no problema, ligados na solução é o nosso mote para um conjunto de iniciativas que dão voz aos Associados para que juntos possamos encontrar as melhores soluções. PROMOVER. Se a sobrevivência emerge da adaptação, então a AORP pretende unir e inspirar os seus Associados, trilhando caminhos e criando novas plataformas, ajustadas à exigência dos novos tempos. Estamos em Estado de Emergência. Mas essa emergência não nos faz baixar os braços. Pelo contrário, acentua a urgência da nossa reação, a convicção da nossa missão, a importância da nossa união. “Aquele que sobrevive não é necessariamente o mais forte, nem o mais inteligente, mas aquele que melhor se adapta às mudanças”. Charles Darwin

DE SIGN GRÁF IC O PAGINAÇÃO

CAPA

ED I TORIA L

PROPRIEDA DE

Gabinete de Comunicação e Imagem AORP

Fotografia - Ricardo Santos Colar - Cinco Store

AORP geral@aorp.pt

AORP www.aorp.pt


02 TENDÊNCIAS

02 TENDÊNCIAS

01

haute

Ralph & Russo

01 Brincos, Mater Jewellery Tales; 02 Anel, Dos Santos; 03 Brincos, Paula Vieira Jewellery; 04 Brincos, Liliana Guerreiro; 05 Colar, Ouropa

02

Giambattista Valli

Giambattista Valli

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03 TENDÊNCIAS

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Giambattista Valli

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couture

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Ralph & Russo

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A moda elevada a arte. A alta costura apresenta-se cada vez mais como uma forma de expressão artística, onde a criatividade se entrega à extravagância da imaginação: dos manifestos sociais e feministas de Dior aos adornos surrealistas de Schiaparelli, passando pela onírica apresentação de Giambattista Valli em formato de exposição, a haute couture faz o mundo da moda sonhar.


04 DESTAQUE

ROSA MARIA DOS SANTOS INVESTIGADORA DO CITAR (CENTRO DE INVESTIGAÇÃO EM TECNOLOGIA DAS ARTES) DA UNIVERSIDADE CATÓLICA

A ourivesaria tem um lugar especial na cultura portuguesa, sobrepondo-se a crises económicas e tendências geracionais. Mais do que reserva de valor e codificação de estatutos sociais e económicos, reflete personalidades e gostos, transmite mensagens, cria identidades e espelha crenças divinas e mágicas. Por isso, é insubstituível. Porém, urge preservar técnicas e modelos tradicionais e abrir o leque à criação e a novas tecnologias, para que se mantenha uma das características fundamentais da ourivesaria, a de um produto de excelência.

COORDENADAS DA O QUE É QUE A PRÓXIMA DÉCADA RESERVA AO UNIVERSO DA JOALHARIA PORTUGUESA? CONVIDÁMOS 10 PERSONALIDADES A PARTILHAR A SUA VISÃO SOBRE O FUTURO DO SETOR, APONTANDO CAMINHOS À SUA EVOLUÇÃO E ADAPTAÇÃO A UM MUNDO EM PERMANENTE MUDANÇA.

ANA LEHMAN PROFESSORA DA FACULDADE DE ECONOMIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO

Creio que a evolução do setor será moldada por duas grandes tendências: a primeira, consistente com outros setores, será a de conciliar a necessidade de personalização com o imperativo da eficiência, o que levará o setor a inovar cada vez mais e a cruzar tradição e tecnologia – permitindo escalar negócios e melhorar a performance e a resposta ao cliente sensível à inovação. A segunda será capitalizar autenticidade e tradição, elevando o valor das peças e permitindo valorizar cada vez mais objetos únicos, com valor intrínseco quer em termos estéticos, quer de craftsmanship.


05 DESTAQUE

EUNICE NEVES DIRETORA DO CINDOR – CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL DA INDÚSTRIA DE OURIVESARIA E RELOJOARIA

Motivado, inovador e competitivo. É assim que perspetivo o setor para a próxima década! Para tanto, é fundamental que as empresas aumentem a capacidade instalada para encetarem processos de modernização, inovação e internacionalização, melhorando o nível de desempenho organizacional e de gestão. Por outro lado, a aposta na comunicação e no design é decisiva para que possam afirmar-se globalmente na fileira da moda! Acrescem os desafios emergentes, de que são bem ilustrativos os imperativos da ética ambiental, da sustentabilidade e da economia circular. Tudo isso, sem esquecer o ADN e a matriz da ourivesaria, num esforço de conciliação da tradição com a modernidade. Qualificação e formação são, a meu ver, as palavras de ordem para robustecer as empresas do setor, dando-lhes o músculo e a fibra necessária para corresponderem da forma o mais adequada possível a esses reptos. Saibamos, pois, valorizar esse ativo absolutamente determinante da ourivesaria: os recursos humanos.

PRÓXIMA DÉCA DA BÁRBARA VASCONCELOS DIRETORA DA UNIDADE DAS CONTRASTARIAS NA IMPRENSA

É difícil resumir todos os meus desejos. Uma ourivesaria forte tem de ser acompanhada por uma Contrastaria inovadora, em diversas perspetivas: nos espaços, mais perto de quem cria, junto de incubadoras, como faremos no próximo mês em Gondomar e futuramente em Lisboa; na forma de relacionamento, aproveitando as novas tecnologias para melhorar o atendimento; nos níveis de serviço, onde temos que ser mais ágeis e céleres; e nas novas tecnologias, com uma marca única e rastreável – UniqueMark – que contribuirá para a valorização do setor. Inovar com tradição é um desafio.


06 DESTAQUE

LUÍS CASTRO HENRIQUES PRESIDENTE DA AICEP – PORTUGAL GLOBAL

O setor da Ourivesaria e Joalharia nacional, um dos mais criativos e inovadores do nosso País, já é reconhecido internacionalmente pela alta qualidade e tradição dos seus produtos. A elevada inovação, qualidade e autenticidade da nossa ourivesaria, joalharia, bijutaria e relojoaria têm permitido uma crescente notoriedade do setor em vários mercados internacionais, com especial destaque para Espanha, Hong Kong, Alemanha, Itália, EUA, França e Suíça. As empresas portuguesas aliam a tradição da arte a conceitos inovadores de design, utilizando novas ferramentas e matérias-primas. Para o bom desempenho e evolução positiva do setor, muito têm contribuído os esforços conjuntos de promoção internacional da indústria e suas potencialidades por parte das empresas e Associações, em particular a AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, em estreita colaboração com a AICEP. Continuar a trabalhar para potenciar a notoriedade da marca Portugal é o nosso maior desafio para o futuro. A aposta no design, qualidade dos produtos, customização e utilização de novos materiais, ao mesmo tempo que se valoriza a tradição e o know-how, são o caminho a seguir.

NUNO MANGAS PRESIDENTE DO IAPMEI - AGÊNCIA PARA A COMPETITIVIDADE E INOVAÇÃO

O setor da ourivesaria apresenta um trajeto notável nas últimas décadas, exibindo uma boa capacidade de resposta aos desafios do mercado, dos consumidores e da sustentabilidade dos negócios. A joalharia portuguesa é, na atualidade, um setor que projeta modernidade, criatividade e arrojo, numa área de negócio centenária, que tem sabido transmitir o conhecimento e o saber fazer. Face a esta trajetória de crescente afirmação aliada à participação das novas gerações na condução das estratégias empresariais do setor, orientadas para mercados exigentes e sofisticados, acredito que o setor saberá continuar a reinventar os métodos tradicionais, preservando uma importante vantagem competitiva: o diálogo e as sinergias conseguidas entre os fatores conhecimento, tradição, inovação e modernidade.

RUI GALOPIM DE CARVALHO FUNDADOR PORTUGAL GEMAS ACADEMY E REPRESENTANTE CIBJO – THE WORLD JEWELLERY CONFEDERATION

Em virtude da evolução dos comportamento de consumo, em especial nas gerações mais jovens, creio que o setor irá reforçar a aposta na sustentabilidade ao longo da cadeia de valor, designadamente na neutralidade carbónica, na transparência e na ética das suas operações, nomeadamente em fornecedores responsáveis, e investir na formação dos colaboradores, em especial no retalho, para um melhor conhecimento dos produtos e da sua proveniência e para a incorporação de narrativas de diferenciação com base no carácter responsável e sustentável das marcas.


07 DESTAQUE

EDUARDA ABBONDANZA PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO MODALISBOA

Portugal tem artesãos maravilhosos, que são o maior bem hoje em dia, e essa escola tradicional tem de ser protegida, salvaguardada, implementada e desenvolvida. Para que este trabalho possa atingir novos potenciais e maiores mercados, é preciso também um desenvolvimento da indústria. Com isto, Portugal conseguirá, a partir de técnicas que são nossas e de características que apenas existem na nossa ourivesaria, adquirir marcas de autor e marcas com alcance global.

LUÍS ONOFRE DESIGNER E PRESIDENTE DA APICCAPS - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS INDUSTRIAIS DE CALÇADO, COMPONENTES, ARTIGOS DE PELE E SEUS SUCEDÂNEOS

O setor da ourivesaria em Portugal é um exemplo claro de uma indústria capaz de se reinventar. Uma indústria que não renega o seu passado. Pelo contato, assenta os seus pilares precisamente nesse inigualável património histórico, mas que soube reintrepretar, como poucos, os valores da modernidade. A ourivesaria em Portugal renasceu no passado recente, numa ação coordenada, de mérito, que tem precisamente na sua Associacao, a AORP, um dos principais protagonistas. Hoje por hoje, alia o seu legado a uma nova geração. Fresca, irreverente, com sentido estético apurado e enorme talento. O futuro é incerto, por definição, mas o caminho, no entretanto percorrido, é a melhor salvaguarda para os desafios que, juntos, teremos de enfrentar.

CÉSAR ARAÚJO PRESIDENTE DA ANIVEC - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INDÚSTRIAS DE VESTUÁRIO E CONFEÇÃO

Enquanto setores de indústria “tradicionais”, ou seja, de longa história, há duas palavras que nunca saem do nosso léxico: reinvenção e resiliência. E aqui a utilização dos “re”s sublinha os contornos da mensagem: ultrapassar crises – de que natureza forem – é algo que não é novo para nós. Aliás, faz parte dos ciclos económicos. O importante não é portanto o contexto em si, mas a nossa capacidade de reação e adaptação ao contexto. E se a fileira da moda soube estar unida para alavancar oportunidades, também continuará unida para fazer face às adversidades. Nesse sentido, olhamos para os próximos 10 anos com a certeza de que – quanto mais alto o desafio e mais forte o adversário – maior será a nossa capacidade de resposta e de união.


08 ENTREVISTA

PRESIDENTE DO TURISMO DE PORTUGAL

Portugal tornou-se, nos últimos anos, num dos destinos mais procurados e elogiados a nível internacional, como uma espécie de “segredo bem guardado” que o mundo descobriu, valorizando a autenticidade e riqueza da nossa história, cultura e património. Sendo um dos setores que melhor representa esses valores, o crescimento do turismo trouxe uma oportunidade de ouro para a valorização da joalharia portuguesa.

Portugal tornou-se, nos últimos anos, um destino mundial de referência, registando índices recorde de visitantes ano após ano. O que torna, a seu ver, o país tão atrativo? Portugal tornou-se, nos últimos anos, um destino mundial de referência, registando índices recorde de visitantes ano após ano. O que torna, a seu ver, o país tão atrativo? Portugal tornou-se, nos últimos anos, um destino mundial de referência, registando índices recorde de visitantes ano após ano. O que torna, a seu ver, o país tão atrativo? Nunca o turismo foi tão dinâmico e teve tanto impacte na economia nacional como hoje. Estes bons resultados são fruto de uma estratégia cuidadosamente delineada, a Estratégia Turismo 2027 (ET27), que aposta num esforço conjunto de todos os agentes do setor, públicos e privados, e define linhas de atuação para posicionar Portugal como um dos destinos turísticos mais competitivos e sustentáveis do mundo, com um território coeso, inovador e competitivo, que valoriza o trabalho e o talento. Um país inclusivo, aberto e tecnológico, onde o turismo é um hub para o desenvolvimento económico e a sustentabilidade social e ambiental.

O desafio é agora o de criar um ciclo sustentável, assegurando uma maior distribuição dos fluxos turístico no tempo – colmatando a sazonalidade – e no espaço – estendendo-se a todo o território. De que forma é o Turismo de Portugal irá atuar neste sentido? A aposta na formação é um dos objetivos da ET27 e um passo estratégico para desenvolvermos o território através do turismo. Tendo em conta que são as entidades públicas locais e regionais que, em primeira mão, interferem na valorização e apoio ao desenvolvimento do turismo, importa dotá-las com as competências de negócio e de marketing que, por um lado, vão ao encontro dos mercados e dos novos perfis de consumidores e, por outro, promovam a oferta de produtos turísticos compósitos e de maior valor acrescentado, assim como de maior riqueza, emprego e de desenvolvimento económico das regiões.

Mas, acima de tudo, diria que são os portugueses o “segredo” do sucesso do turismo em Portugal. Não apenas pela hospitalidade que nos é característica enquanto povo, mas também, pela qualidade dos recursos humanos que trabalham neste setor.

Os organismos públicos, desde o nível local ao regional, com responsabilidades no desenvolvimento e na gestão do turismo, têm um importante papel a desempenhar nesta ambição de promover uma procura mais homogénea por todo o território, durante todo o ano. É necessário criar condições de atratividade e de estruturação de oferta em municípios que não são tradicionalmente destinos turísticos e onde o turismo pode assumir um papel importante na estratégia de desenvolvimento.

E depois, claro, beneficiamos de condições ímpares no nosso território. Temos um clima ameno ao longo de todo o ano, com uma média de 300 dias de exposição solar, mais de 8 séculos de história e cultura, uma costa atlântica que percorre a quase totalidade do país, uma gastronomia e vinhos absolutamente ímpares. Uma multiplicidade de experiências de norte a sul, este e oeste: desde praia, neve, Turismo Religioso, Enoturismo, festivais de música. Em Portugal há tudo, para todos os gostos e idades.

Sem dúvida, capacitar sobre estruturação de produtos turísticos, captação de investimento, dinamização de redes locais, marketing territorial e digital, inovação em turismo, mercados, produção de conteúdos e instrumentos de apoio ao turismo são medidas essenciais que, potenciando o turismo local e regional, convergem para o desenvolvimento económico, a preservação ambiental, a valorização cultural e o bem-estar social desses territórios.

O nosso objetivo é continuar a apostar na qualificação da experiência turística para que, quem nos visita, queira permanecer por mais tempo, tenha a possibilidade de vivenciar o território e que a partida imprima a vontade de regressar. Trata-se de um destino turístico não só para visitar, como para viver, estudar, casar, investir e criar empresas.

Para além da grande aposta que tem vindo a ser feita na formação enquanto fator de desenvolvimento, ambicionamos crescer em valor. Temos de continuar a promover os produtos que ainda têm potencial de crescimento e atingem segmentos com maior capacidade financeira – como o Enoturismo e o Turismo Literário -, segmentar os mercados e focar a mensagem.

“MAS, ACIMA DE TUDO, DIRIA QUE SÃO OS PORTUGUESES O “SEGREDO” DO SUCESSO DO TURISMO EM PORTUGAL. NÃO APENAS PELA HOSPITALIDADE QUE NOS É CARACTERÍSTICA ENQUANTO POVO, MAS TAMBÉM, PELA QUALIDADE DOS RECURSOS HUMANOS QUE TRABALHAM NESTE SETOR.”

Vamos, cada vez mais, apostar na promoção do destino Portugal em mercados não tradicionais, e reforçar a comunicação nos mercados habituais, para que possamos manter os bons resultados, também, nos meses de menor procura. Sendo um dos setores de maior tradição em Portugal, baluarte dos valores de identidade e autenticidade que servem de mensagem à promoção turística do país, como vê o potencial da joalharia enquanto vetor de atração e valorização da experiência de turismo em Portugal? Um dos objetivos do Turismo de Portugal é o desenvolvimento de uma oferta turística diferenciadora. A joalharia, uma indústria consolidada e uma das tradições mais antigas do país, símbolo indelével de autenticidade, tem todo o potencial para reforçar a atratividade do território e enriquecer a experiência de quem nos visita.


09 ENTREVISTA

No sentido inverso, a joalharia portuguesa tem vindo a apostar na internacionalização, carregando a sua própria “bandeira”, “Portuguese Jewellery”, como chancela de qualidade, tradição, património, manualidade, que em muito são valorizados nos mercados externos. De que forma é que as nossas empresas podem também tornar-se embaixadoras de Portugal no mundo? O contributo desta indústria é uma mais-valia para a marca Portugal. Nos últimos anos temos vindo a assistir à consolidação de uma estratégia que passa, também, pela internacionalização deste setor e ao surgimento de novos criadores, com novas dinâmicas, que têm vindo a recuperar técnicas e desenhos tradicionais, moldando-os aos paradigmas atuais do design e da moda, conferindo-lhe contemporaneidade. E Portugal, enquanto destino turístico é uma tendência a nível internacional, pelo que devemos aproveitar o momento para divulgar recursos que, sendo elementos identitários da nossa arte e cultura, são turisticamente menos mainstream. O desenvolvimento de novos produtos turísticos é um aspeto fundamental da nossa Estratégia. Para termos turismo em todo o país, e ao longo do ano, há que identificar tendências e segmentos de forma a, de forma sustentável, criar experiências únicas que contribuam para o posicionamento de Portugal enquanto destino turístico. A associação de atividades específicas ao turismo tem sido feita com muito sucesso em várias situações: porque não com a joalharia? O comércio de joalharia tem beneficiado de um importante impulso do turismo, tanto a nível do visível aumento de pontos de venda, como da criação de novos formatos para novos públicos (concept stores, lojas de design de autor, etc). Como vê esta evolução e o seu potencial contributo para a criação de valor associado ao consumo? A experiência de Portugal enquanto destino passa pelo contacto com uma diversidade de negócios: transportes, restaurantes, oferta cultural, animação turística, comércio, entre outros. Quando conseguimos atrair um número significativo de turistas, há certamente impacte numa série de outros setores que veem o seu potencial público aumentar exponencialmente, dinamizando a economia, no seu todo. Por outro lado, a nossa prioridade, assumida na Estratégia Turismo 2027, é crescer cada vez mais em valor e em mercados com maior poder de compra. E o turismo em Portugal continua a crescer, nas vertentes interna e internacional, a um ritmo bastante superior ao crescimento da procura mundial. Os resultados também continuam a demonstrar uma clara tendência de diversificação de mercados, com crescimentos exponenciais nos EUA (+20,2% dormidas) e na China (+16% dormidas), sendo os mercados que mais cresceram em 2019.

“OS PROJETOS DE VALORIZAÇÃO DO TURISMO INDUSTRIAL, DESDE QUE TENHAM SUBJACENTE UMA ABORDAGEM EM REDE, UMA OFERTA INCLUSIVA E COM PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS, VÃO PODER RECORRER A FINANCIAMENTO ATRAVÉS DO PROGRAMA VALORIZAR...”

A joalharia portuguesa está sobretudo alicerçada em três polos: Guimarães, Gondomar e Póvoa de Lanhoso. Que oportunidades se abrem no sentido da criação de uma estratégia de turismo industrial para a joalharia portuguesa? O Turismo de Portugal apresentou recentemente o Plano de Ação para a implementação de uma Rede de Turismo Industrial. O objetivo é desenvolver uma oferta turística diferenciadora, ancorada nos ativos dos territórios e suportada em visitas a fábricas em laboração e a equipamentos museológicos ligados a antigos complexos industriais e saberes fazer, complementadas com diferentes experiências de contacto com os produtos e processos produtivos. Este plano visa reforçar a atratividade dos territórios de baixa densidade e captar mercado nacional e internacional, ao longo de todo o ano, em alinhamento com a ET27. A criação desta rede tem subjacente uma atuação concertada com os agentes dos territórios, públicos e privados, privilegiando, assim, uma abordagem nacional que permita ganhar escala e maior notoriedade. Até 2022 vão ser desenvolvidas ações no âmbito dos recursos, produto e promoção e venda, assim como no modelo de gestão, o qual prevê a constituição de um Grupo Dinamizador e a celebração de um Memorando de Entendimento entre os parceiros públicos e privados aderentes. Destaca-se o levantamento e caracterização dos recursos associados à indústria viva e ao património industrial, a capacitação dos agentes, a melhoria das condições de visitação, a implementação de medidas conducentes à certificação (Norma de Qualidade Turismo Industrial – NP 4556 – 2017) e a identificação de programas e circuitos para venda a turistas nacionais e internacionais. Os projetos de valorização do Turismo Industrial, desde que tenham subjacente uma abordagem em rede, uma oferta inclusiva e com práticas sustentáveis, vão poder recorrer a financiamento através do Programa Valorizar, Linha de Apoio ao Desenvolvimento de Produto, e que será aberta a curto-prazo. Será também criada uma plataforma digital, agregadora da oferta, complementada por ações de promoção internacional e, em 2021, implementado um sistema de monitorização. O Turismo Industrial tem vindo a consolidar-se em Portugal. São já várias as empresas e também municípios de todo o país que dinamizam iniciativas de Turismo Industrial, contribuindo, assim, para um melhor conhecimento da produção nacional, distinta na tradição e na modernidade.


10 TEMAS AORP

UM ROTEIRO PARA (RE)DESCOBRIR A JOALHARIA PORTUGUESA A AORP promoveu, entre dezembro e janeiro, uma agenda de eventos em vários pontos de venda de joalharia portuguesa, uma iniciativa que visa dar a conhecer a nova dinâmica de retalho do setor. Das lojas tradicionais aos ateliers de design de autor, das concept stores aos projetos coletivos, o comércio de joalharia é hoje em dia uma montra de um setor em renovação. A iniciativa “Portuguese Jewellery Guide”, criada pela AORP, consiste num roteiro pelos pontos de venda de joalharia portuguesa, tendo associada uma agenda

“A INICIATIVA “PORTUGUESE JEWELLERY

de eventos de entrada livre e gratuita, que tiveram, nesta primeira

GUIDE”, CRIADA PELA AORP, CONSISTE

edição, enfoque na época natalícia.

NUM ROTEIRO PELOS PONTOS DE

Da agenda fizeram parte propostas para todos os gostos, desde ex-

VENDA DE JOALHARIA PORTUGUESA...”

posições, cocktails, lançamentos de coleções e até uma visita guiada a uma loja histórica. O roteiro desta primeira edição incluiu exemplos de ourivesarias de grande tradição que se souberam reinventar – Machado Joalheiro (Porto), Ourivesaria Tavares (Póvoa de Varzim) e Arneiro 1969 (Sintra), dois espaços de marca própria – Eugénio Campos (Porto), Mesh (Porto) e Made to Envy (Lisboa) e ainda um atelier de design de autor – Cris Maria Jewelry (Lisboa).


11 TEMAS AORP

23 JANEIRO PRICING E MARGENS António Trigo Morais - Consultor O preço é um fator chave no momento de decisão de compra do consumidor, tem uma forte ligação na perceção da qualidade do produto e um enorme impacto nas margens de lucro das empresas. Cada vez mais se torna imperativo garantir uma correta atribuição de preços de venda assim como uma definição exata dos preços de custos incorridos nos diversos produtos. Nesta sessão, o consultor e formador António Trigo Morais analisou os métodos de custeio e de atribuição de preços de venda e explorou o tema do preço do custo. QUAIS DIRIA QUE SÃO OS DESAFIOS NESTA ATRIBUIÇÃO DE UM PRICING JUSTO NO MERCADO DA OURIVESARIA? Não existem regras fechadas para isto. É uma combinação entre ciência - saber fazer contas e arte - entender o mercado à nossa volta e saber quem são os nossos concorrentes. QUAIS SÃO AS BOAS PRÁTICAS QUE POSSAM AJUDAR AS MARCAS? É necessário que as marcas conheçam os seus custos. Ao realizar o preço final, vamos ter que pensar o que é que queremos remunerar com a margem que acrescentamos aos custos (exemplo: prémios de produção, marketing, etc.). No fundo, a margem é um coeficiente de risco que as pessoas estão prontas, ou não, a assumir. NO QUE É QUE CONSISTE O PREÇO PSICOLÓGICO? O preço psicológico é aquilo que chamamos em muitas áreas de condicionante do marketing. No fundo, é dar uma informação às pessoas que não corresponde exatamente à realidade, intervindo não na área da racionalidade, mas na do condicionamento.

4 FEVEREIRO OS GRANDES DESAFIOS DO SETOR CONCLUSÕES DO CIBJO CONGRESS 2019 Rui Galopim - Congresso CIBJO Rui Galopim apresentou as temáticas discutidas no Congresso da CIBJO, The World Jewellery Confederation, que teve lugar no Bahrain, em novembro de 2019. Entre os principais assuntos abordados estiveram a neutralidade carbónica e a problemática dos diamantes sintéticos e dos desafios que estes introduzem no setor. EM QUE CONSISTE O TRABALHO DA CIBJO? A CIBJO – Confederação Internacional de Joalharia, tem como objetivo promover a confiança do consumidor nos nossos produtos e também apoiar os caminhos da sustentabilidade e da neutralidade carbónica, até porque a confederação é agora membro consultivo das Nações Unidas. EM QUE É QUE CONSISTE A INICIATIVA DA GREENHOUSE GAS? A Confederação decidiu criar esta iniciativa para estimular os nossos agentes económicos a medirem o seu impacto carbónico, através do preenchimento de formulários feitos por uma auditora parceira da CIBJO. Posteriormente, essa auditora faz recomendações de alteração de paradigmas de negócio para que esse impacto baixe e posteriormente as empresas são livres ou não de pagar esse mesmo impacto carbónico. QUE DESAFIOS É QUE OS DIAMANTES SINTÉTICOS VÃO INTRODUZINDO NO SETOR?

Agora em formato podcast, a AORP dá eco aos conceitos e questões abordadas nas sessões do programa Lapidar, para que as possa ouvir – ou recordar – a qualquer momento. Já se encontram disponíveis “Pricing e Margens”, de António Trigo Morais” e “Os Grandes Desafios do Setor”, de Rui Galopim, no SoundCloud da AORP.

Hoje em dia há uma apetência muito grande dos operadores económicos para fazerem joalharia com diamantes sintéticos, uma vez que as suas margens são melhores. Porém, estes encontram-se na sua fase inicial e a longo prazo haverá uma quantidade enorme deste material que afetará o seu valor atual de mercado. Outro desafio reside no facto de não ser possível distinguir um diamante sintético de um natural, levando operadores menos éticos a misturar pedras naturais com pedras sintéticas.


12 TEMAS AORP

AORP PROMOVE WEBINARS PARA PARTILHA DE CONHECIMENTO E EXPERIÊNCIAS

O Lapidar respondeu às exigências da atualidade e soube adaptar-se. Agora com um formato digital e mais dirigido do que nunca às necessidades atuais do setor, apresentamos o E-Lapidar. Este passa a ser uma agenda de webinars, disponíveis através da plataforma de vídeo e audioconferência online

“AGORA COM UM FORMATO DIGITAL E MAIS DIRIGIDO DO QUE NUNCA ÀS NECESSIDADES ATUAIS DO SETOR, APRESENTAMOS O E-LAPIDAR.”

Zoom, que procurará dar respostas às dúvidas do setor da ourivesaria e relojoaria. Agora, mais do que nunca, é essencial orientar, aconselhar e partilhar boas práticas, em termos considerados estratégicos para a rápida recuperação das empresas face à situação da COVID-19. A sessão inaugural contou com a participação de Fátima Santos, Secretária-Geral da AORP e Ana Couto Pinto, Advogada, com o objetivo de esclarecer os Associados sobre as medidas do Governo para apoio às empresas e à economia, perante o adverso contexto COVID-19.

MARKETING DIGITAL E PUBLICIDADE ONLINE EM TEMPOS DE COVID-19 Roberto Cortez Especialista em Marketing Digital O contexto COVID-19 acelerou a migração digital das marcas e do consumo, tornando-se imperativo às empresas perceberem de que forma se devem promover e valorizar

Não perca as próximas sessões! Acompanhe a programa-

no universo online.

ção E-Lapidar no site da AORP em www.aorp.pt e nas

Roberto Cortez, especialista em Marketing Digital, apre-

redes sociais.

sentou, na sessão E-Lapidar de 16 de abril, as estratégias e ferramentas digitais para ajudar a alavancar os negócios online, destacando de que forma é que as marcas poderão investir no digital e tirarem o melhor partido das plataformas. Assista ao Webinar na íntegra no canal Youtube da AORP!


13 TEMAS AORP

A par de informar e defender os interesses dos seus Associados, a AORP está a desenhar soluções de resposta coletiva às adversidades criadas pelo contexto COVID-19, através de plataformas coletivas de promoção. “Portuguese Jewellery – Shaped With Love” é o novo endereço digital da joalharia portuguesa, apresentando uma seleção de marcas com canais de venda online. Esta iniciativa é uma antecâmara de um projeto em curso na AORP que culminará com a criação de um Marketplace, gerido pela Associação. Nesse sentido, o diretório apresenta, nesta primeira fase, as marcas já inscritas no projeto Portuguese Jewellery Marketplace, mas encontra-se aberto a marcas interessadas em promover o seu negócio online.

O ENDEREÇO DIGITAL DA JOALHARIA PORTUGUESA COMO ME POSSO CANDIDATAR?

Conheça mais sobre este projeto da AORP e integre, desde já, a montra digital da joalharia portuguesa.

A entrada no Marketplace está sujeita a uma pré-seleção, a cargo da equipa gestora do Portuguese Jewellery Marketplace. As marcas interessadas poderão submeter candidatura através do formulário aqui, desde que cumpram os requisitos de conteúdos e imagem exigidos.

O QUE É O PORTUGUESE JEWELLERY MARKETPLACE?

A entrada no Marketplace tem um custo associado, que será comunicado às marcas após aprovação da candidatura (sem compromisso de adesão).

Trata-se de um website de promoção e comércio digital de joalharia portuguesa. Do sangue novo às marcas de luxo, passando pelas empresas que preservam as técnicas e desenhos tradicionais da ourivesaria portuguesa, tem como objetivo aproximar a joalharia portuguesa dos seus públicos, à escala global. O Marketplace pretende ser uma janela da joalharia portuguesa para o mundo, fortemente apoiada e alavancada pelas campanhas e ações de comunicação da AORP.

- Modalidade 1 - Presença da marca 3-20 fotografias de produto em fundo branco, 1 imagem de campanha (mínimo), texto de apresentação 310€/ano - Modalidade 2 - Presença online da marca (Modalidade 1) + venda dos produtos (3 - 10 produtos máximo) - 360€/ano Requisitos de imagem: - Imagens de elevada qualidade;

QUE VANTAGENS TRAZ ÀS EMPRESAS ADERENTES?

- 3 imagens (min) por produto;

Numa primeira fase – ativa em período COVID – o Marketplace será um guia de lojas online de joalharia portuguesa, reencaminhando o consumidor para os endereços próprios de cada marca.

- Imagens de editorial – caso aplicável;

Numa segunda fase, o projeto terá uma dupla componente: - A nível de promoção, as marcas terão oportunidade de expor as suas coleções, campanhas de comunicação, catálogos de produto e lançamentos. A AORP fará um trabalho intensivo de divulgação do website, para atrair visitas, através de suportes de comunicação dedicados. - A nível comercial, pretende-se centralizar a procura de potenciais compradores ou parceiros de distribuição, num único endereço digital, que ganha força pela representatividade e diversidade que pretendemos acolher no Marketplace. Isto significa que o site terá uma vertente de e-commerce (venda direta), que irá permitir chegar a novos mercados e consumidores em todo o mundo. A logística será gerida pela AORP, que fará a ponte entre as marcas e os compradores, assegurando a uniformidade e eficácia das transações.

- Imagens de produto em fundo branco; - Permissão para as imagens serem utilizadas nas redes sociais e em campanhas promocionais Requisitos de conteúdo: - Informação em Português e Inglês; - Informação de marca; - Informação das coleções; - Descrição de todos os produtos e materiais detalhada com pesos e tamanhos; - Condições de Shipping, Delivery e Returns; - Calendário de promoções, novos lançamentos. A AORP disponibiliza-se desde já para esclarecer eventuais dúvidas, através do e-mail geral@aorp.pt


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NOTÍCIAS AORP

ABC DO DIGITAL PARA A OURIVESARIA EVENTOS PASSADOS

Num mundo marcado pelo contexto da propagação do Coronavírus, o calendário de exportação da joalharia portuguesa enfrentou alguns desafios imprevistos, como o adiamento de importantes feiras internacionais. Na aurora do ano – e da década – a navegação percorreu, ainda sem tumultos, alguns dos portos seguros para as joias nacionais, com passagem por Paris, Vicenza, Madrid e Munique. De 17 a 20 de janeiro, Astorga, Tânia Gil, Coquine e Bruno da Rocha lançaram a âncora na Bijorhca Paris, uma das mais importantes feiras de joalharia contemporânea da Europa que reúne 350 expositores e atrai mais de 12.000 visitantes, entre os quais 60% provenientes de cerca de 30 países. Simultaneamente na Cidade Luz, a Sopro Jewellery levou Portugal até à Who’s Next, o trade show que marca o arranque do calendário da moda internacional e que recebe todos os anos cerca de 50.000 visitantes de várias cidades da Europa. A expedição portuguesa rumou então até Itália, onde, de 17 a 22 de janeiro, a Styliano, Portvs, Only Us, Flamingo, Galeiras, A. J. Amorim e Luísa Rosas se apresentaram numa das maiores montras de ourivesaria e relojoaria da Europa: a VicenzaOro.

Entre 6 e 9 de fevereiro, os ponteiros da bússola voltaram a apontar para oeste, desta vez com destino à terra dos nossos vizinhos. Madrid vai acolher em simultâneo a MadridJoya e a Bisutex, onde estiveram presentes a Ourobrilho e a Our Sins como representantes portuguesas. As duas feiras concentram na capital espanhola os mais recentes produtos e tendências de joalharia de 550 empresas e marcas. Ainda no mês de fevereiro, entre os dias 14 e 17, a joalharia portuguesa apresentou-se na Inhorgenta Munique, que este ano reuniu um dos maiores números de expositores internacionais da sua história. Entre estes, as marcas portuguesas 1+1 (André Silva Rocha), Cecília Ribeiro, House of Filigree, Inês Telles, Luísa Rosas, MATER, Nevacril, Paula Vieira Jewellery e Sara Sousa Pinto. É então que os ventos mudam de direção e o flagelo da propagação do coronavírus (COVID-19) no mundo, começa a condicionar a realização de grandes eventos e feiras, adiados para novas datas. É o caso do Hong Kong International Jewellery Show, com nova data agendada para 3 a 6 de agosto.


15 NOTÍCIAS SETOR

AÇ ÕE S DA AORP NA DEFESA DO SETOR Para além de monitorizar de perto os efeitos provocados pela propagação da COVID-19, a AORP tem ainda prestado apoio aos seus associados, com o objetivo máximo de defender o setor, através de um conjunto de ações: - Carta apresentada ao Ministério da Economia a solicitar um plano de apoio específico para o setor, tendo em conta as especificidades da sua atividade. Nesta carta, a AORP pediu que, às já anunciadas medidas de apoio, fossem acrescentadas as seguintes: O reforço das condições de layoff, desonerando as empresas do custo do salário do trabalhador, dispensado e permitindo a abrangência aos sócios-gerentes das empresas A aprovação de linhas de crédito com taxas ajustadas às circunstâncias de exceção, bem como a garantia das melhores condições de acesso ao crédito a pequenas e microempresas, com pouca experiência e capacidade de negociação com a banca A concessão de moratória sem juros, por um período de seis meses, no pagamento da segurança social e do IV A concessão de moratória, por um período de seis meses, nos pagamentos de rendas comerciais e locações financeiras e ALDs. - Vários contactos estabelecidos junto da INCM – Imprensa Nacional-Casa da Moeda, para a rápida retoma do serviço, permitindo às empresas dar continuidade ao seu negócio, nomeadamente através de plataformas de comércio eletrónico. - Contacto estreito com a DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho -, e com a DGSS – Direção Geral da Segurança Social -, no âmbito da medida do LAY OFF. - Preparação de grupo de trabalho com municípios – CM Porto, Gondomar, Póvoa de Lanhoso e Guimarães -, de modo a contribuir para a retoma socioeconómica das comunidades de maior tradição no setor da joalharia. O objetivo é, a partir das necessidades identificadas, desenhar uma ação de solidariedade social, que envolva o tecido humano e empresarial do setor da joalharia portuguesa, criando uma rede coletiva de apoio e envolvimento. - Contacto com a PSP, de modo a validar as recomendações que poderão mitigar o risco de roubo e furto

BE OUR GUEST Vivemos tempos conturbados pelo impacto do coronavírus e pela grande incerteza em torno da sua evolução. A par de um problema de saúde pública, ergue-se um problema económico, ao qual o setor não será naturalmente imune. Impõe-se união e confluência de atuação, pelo que a AORP quer, mais do que nunca, ouvir e ser ouvida pelos seus Associados, a começar pelos seus órgãos sociais, na qualidade de representantes da voz coletiva do setor. A iniciativa “Be Our Guest” consiste numa agenda de encontros, para os quais serão convocados os membros dos seus órgãos sociais, com o objetivo de dar a conhecer as iniciativas em curso e recolher o feedback necessário à adaptação da sua estratégia às reais necessidades do setor. Os encontros terão periodicidade bimensal e as suas conclusões serão partilhadas com todos os Associados, por via dos meios de comunicação da AORP. O primeiro evento, decorreu em forma de videoconferência dadas as contingências do Estado de Emergência, e teve lugar a 15 de abril, com o mote “(RE)CONECTAR”. O Presidente da AORP, Nuno Marinho, presidiu a sessão, apresentando as principais medidas AORP para o combate ao impacto do coronavírus. A sessão contou com a intervenção de Carlos Tavares/ Ourivesaria Tavares, membro da direção da AORP.


16 NOTÍCIAS SETOR

C OVID 19

INCM

PLANO DE REABERTURA DAS CONTRASTARIAS

No seguimento das medidas propostas pela AORP junto da direção das Contrastarias, no sentido de agilizar a retoma do serviço, a INCM comunicou uma atualização ao plano de reabertura.

A alteração de maior destaque é o facto de, a partir do dia 4 de Maio, as três fases previstas se realizarem em simultâneo em todas as Contrastarias. O horário de atendimento passa a ser das 8.30h às 18.30h. Assim, as Contrastarias irão proceder do seguinte modo:

1. Entrega dos artigos que permaneceram depositados nas Contrastarias, por diversos motivos, com recurso ao serviço de transporte de valores(1) ou correio postal, sendo o respetivo custo integralmente suportado pela INCM, como um sinal de apoio ao setor da ourivesaria num período tão difícil para todos os operadores do setor, exceto se operadores económicos optarem por receber os mesmos diretamente nas Contrastarias, mediante agendamento prévio;

2. Receção de novos artigos para ensaio e marcação, com recurso a serviço de transporte de valores ou correio postal, sendo o envio dos mesmos para as Contrastarias a cargo dos operadores económicos(2) e suportando a INCM o custo de entrega dos artigos(3); exceto se operadores económicos optarem por receber os mesmos diretamente nas Contrastarias, mediante agendamento prévio; 3. Entrega e recolha de artigos com agendamento prévio, podendo os operadores económicos recorrer ao transporte de valores e correio postal, mas sendo os respetivos custos de transporte quer na entrega quer na recolha suportados pelos operadores económicos, exceto se for impossível efetuar o agendamento prévio face à capacidade instalada na área de atendimento e recursos disponíveis para o efeito. (1) Em confirmação a possibilidade de uso do correio postal junto dos CTT (2) Cabe ao operador económico eleger o transportador com que deseja trabalhar e suportar as despesas de envio (3) A INCM trabalhará com as transportadoras Grupo 8 e LOOMIS. Saiba mais em www.aorp.pt

PSP

REPORTE DE SITUAÇÕES CONSIDERADAS SUSPEITAS No seguimento de reuniões de trabalho entre a AORP e a PSP, e tendo em atenção que o nosso setor impõe medidas de segurança acrescidas, estão disponíveis, numa lógica de prevenção, os seguintes contactos para reportar situações consideradas suspeitas e que possam indiciar alguma prática criminal: Email: unic@psp.pt Contacto telefónico disponível 24 horas por dia, todos os dias: 927950528 O objetivo não é o reporte de crimes dos quais tenham sido vítimas, mas sinalizar situações suspeitas que permitam às entidades competentes atuar e prevenir eventuais furtos e roubos a profissionais do setor joalheiro.


D 9

17 AGENDA INSTITUCIONAL

2 0 2 0

AGENDA I N S T I T U C I O N A L

C R O N O G R A M A D E AT I V I DA D E S D E CO R R I DAS , N A M I S S ÃO D E P R O M OV E R A J OA L H A R I A P O RT U G U E S A E D E F E N D E R O S I N T E R E S S E S D O S E T O R .

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14 Janeiro 2020 Apresentação pública da participação portuguesa na Expo 2020 Dubai F

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15 Janeiro 2020

4 Fevereiro

Reunião com Núcleo de Investigação Criminal da PSP com o objetivo de serem discutidas medidas de proteção contra a criminalidade

LAPIDAR - “Os Grandes Desafios do Setor | Conclusões do CIBJO Congress 2019”

17 a 20 Janeiro Feira Bijorhca

17 a 22 Janeiro Feira Vicenza Oro

A

20 a 23 Janeiro

Reunião com a INCM para a discussão das recomendações de alteração ao Regime Jurídico da Ourivesaria e das Contrastarias

22 Janeiro 2020 Reunião com o Secretário de Estado da Administração Interna, para discussão sobre a revisão da legislação de segurança privada no setor da ourivesaria

23 Janeiro 2020 LAPIDAR - “Pricing e Margens”

I

L

3 de Abril 2020

Feira Madrid Joya e Bisutex

Reunião com a Câmara Municipal de Guimarães para discutir a situação da pandemia COVID-19

14 a 17 Fevereiro 2020 Reunião com a FIEQUIMETAL para a negociação do Contrato Coletivo de Trabalho da Indústria de Ourivesaria

28 Fevereiro Ação de Formação sobre Combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo em parceria com a ASAE

Feira International Jewellery Tokyo

20 e 21 Janeiro 2020

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6 a 9 Fevereiro 2020

17 Janeiro 2020 Participação na primeira reunião de trabalho da Rede Nacional de Oferta de Turismo Industrial

B

M

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8 de Abril 2020 Reunião com a Câmara Municipal de Gondomar para discutir a situação da pandemia COVID-19 Reunião com a Câmara Municipal do Porto para discutir a situação da pandemia COVID-19

9 de Abril 2020 E-LAPIDAR – “COVID-19: Tudo o que precisa saber”

6 de Março 2020 Presença na Inauguração da Moda Lisboa

16 de Abril 2020 E-LAPIDAR – “Marketing Digital e publicidade online em tempos de COVID-19

22 de Abril 2020 BE OUR GUEST - Reunião com os Representantes dos Órgãos Sociais da AORP


18 ASSOCIADOS

PAT Z I C R E AT I V E D E S I G N O design de moda aliado à criação de joias, numa simbiose perfeita. A PATZI Creative Design nasceu com o objetivo de levar sofisticação aos acessórios de moda e bijuteria. A forte conexão académica da artista Patrícia Maria com o design de moda levou-a a apostar na combinação de materiais diversos – fios, fibras, tecidos, metais e pedras – que dão assim origem a uma série de criações esculturais criativas. Criadas a pensar nas mulheres maduras e modernas, as coleções da PATZI valorizam o detalhe e a exclusividade, assente num trabalho manual cuidado e minucioso. www.patzicreativedesign.com

NEVACRIL Em atividade desde 1986, a Nevacril é especializada no fabrico de acessórios, expositores e móveis no setor da joalharia, relojoaria e ótica. Com um vasto leque de serviços que vão desde a carpintaria à pintura, passando pela retrosaria ou serigrafia, explora diferentes materiais, como os acrílicos e alumínios, ferro, latão, inox ou tecidos e peles. Apontando na tecnologia como fator de diferenciação, a Nevacril disponibiliza ainda alguns serviços complementares como a instalação dos produtos de mobiliário dos seus clientes, em vários países da Europa. www.nevacril.com


19 ASSOCIADOS

ELEMENTS

MAGAJOIAS

Eduardo Magalhães é o fundador de uma empresa com mais de 30 anos de experiência no fabrico de joias em prata e ouro.

Inaugurada em 2019, a loja flagship da Elements Contemporary Jewellery resulta da recuperação de um dos mais emblemáticos e históricos edifícios da baixa portuense. Localizada na esquina da Rua das Flores com a Rua Trindade Coelho, a Elements Flores ocupa o edifício centenário que, desde sempre se dedica à comercialização de artefactos de ourivesaria.

Aliando capacidade produtiva e criatividade, a Magajóias reúne um conjunto alargado de serviços que lhe permite responder eficazmente a qualquer desafio, incluindo design e prototipagem, fundição e produção e cravação. Adicionalmente, permite a criação de joias totalmente customizadas ao gosto do cliente.

Neste espaço, os irmãos Nuno e Marco Dos Santos, especializados em gemologia, apresentam marcas exclusivas de joalharia contemporânea de luxo, onde se inclui a sua marca própria Dos Santos. O segundo piso acolhe o “Wedding Room”, um espaço reservado de atendimento ao segmento do noivado: anéis de noivado, alianças e joias de casamento, com ainda aposta na criação de peças su misura.

Credibilidade, qualidade e design são os valores que alicerçam a estratégia da empresa no mercado.

www.elements.com.pt

www.magajoias.com


20 SUGESTÕES

1

Dadas as recomendações de confinamento, no contexto da COVID-19, nesta edição sugerimos visitas virtuais aos mais renomados Museus do mundo. Das obras clássicas à arte contemporânea, parta à descoberta e deixe-se inspirar, sem sair de casa.

MUSEU DO LOUVRE

2 MOMA MUSEU DE AR TE MODERNA

3

TOUR DIGITAL Fundado em 1929, em Nova Iorque, MoMA foi o primeiro museu do mundo dedicado a arte moderna. Atualmente, o museu oferece uma das mais ricas coleções de arte moderna e contemporânea, com obras que vão desde a escultura e pintura europeias do século XIX, ao design, cinema e arte performativa dos dias de hoje. Associada à iniciativa Google Arts & Culture, esta instituição disponibiliza agora uma tour virtual gratuita por algumas das obras dos artistas mais reconhecidos do

MUSEU FRIDA KAHLO – A CASA A ZUL

mundo: Van Gogh, Andy Warhol, Picasso e

TOUR DIGITAL

muitos mais.

La Casa Azul, ou A Casa Azul, foi o espaço que

O Museu do Louvre tem disponíveis várias

A complementar esta visita cultural feita

acolheu o universo criativo de Frida Kahlo, uma

tours online pelas suas exposições e galerias,

entre portas, o Museu de Arte Moderna

das artistas mais aclamadas do século XX.

abrindo as portas a todos aqueles que que-

oferece também cursos de arte, pintura,

rem conhecer um dos museus mais famosos e

fotografia e design de moda que, para

Localizado num dos bairros mais antigos da

visitados do mundo e o maior da França.

além de serem gratuitos, permitem aos

A casa do famoso quadro de Mona Lisa de

mais apaixonados por esta área adqui-

TOUR DIGITAL

Leonardo da Vinci, mantém em exibição permanente mais de 35 mil obras de arte,

rir conhecimentos de história da arte e criatividade.

distribuídas em oito departamentos: Antiguidades do Oriente Próximo, Arte Grega, Etrusca e Romana, Antiguidades Egípcias, Arte Islâmica, Artes Decorativas, Pinturas, Esculturas e Gravuras e Desenhos. A tour das Antiguidades Egípcias, por exemplo, expõe a coleção do período Faraónico, enquanto os restos do Fosso do Louvre dão a conhecer a utilização passada do museu, que servia como fortaleza.

https://artsandculture.google.com/partner/moma-the-museum-of-modern-art www.coursera.org/moma

Cidade do México, foi neste edifício que a artista nasceu e morreu, onde criou algumas das suas obras mais importantes e onde viveu com o seu marido (e também ele artista), Diego Rivera. Transformada em museu em 1958 e agora associada à iniciativa Google Arts & Culture, esta casa abre as suas portas ao mundo digital e oferece uma tour online gratuita, que possibilita a qualquer pessoa passear por este espaço colorido e conhecer os objetos pessoais da artista latino-americana mais reconhecida em todo o mundo. Nesta casa, estão presentes algumas das obras mais importantes de Frida Kahlo: Frida e a Cesariana (1931), Retrato do meu Pai Wilhem Kahlo (1952), Viva La Vida (1954), entre outras.

A visita online é bastante fácil e intuitiva,

Recentemente, o Google Arts & Culture inaugurou

apresentando visualizações de mapas

também uma exposição virtual dedicada inteira-

expansíveis (que permitem destacar cada

mente à artista - “Faces of Frida” -, em parceria

exibição com apenas alguns cliques) e des-

com instituições de todo o mundo.

crições detalhadas de cada compartimento do Louvre. https://www.louvre.fr/en/visites-en-ligne#tabs

https://artsandculture.google.com/partner/museo-frida-kahlohttps://artsandculture.google.com/project/frida-kahlo


R

MAÇÃO

G

FO

A NOSSA FORMAÇÃO ESTÁ AGORA MAIS PERTO DE SI

N L E A R N I

AÇÕES DE FORMAÇÃO PARA O SETOR DE OURIVESARIA

TENDIMENTO AO CLIENTE / DESIGN DE JOALHARIA / COMUNICAÇÃO / MARKETING / GESTÃO DE RECUSOS HUMANOS / PLANO DE NEGÓCIO

COMMERCE / COPYWRITING PARA WEB / MODELOS DE NEGÓCIO / GESTÃO FINANCEIRA / LIDERANÇA / HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALH



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