Jornal nº8 - Dezembro 2011

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04 · IBERJOYA 2011

AORP

OURIVESARIA NO PORTUGAL FASHION Colectivo de Jóias

AFFAIRE E MIMATA Linha de Ação

2ª EDIÇÃO JORNADAS DE OURIVESARIA Tendências de Ourivesaria e Moda



CAROS COLEGAS, É no norte que se concentra a maioria da produção na Ourivesaria, mas apesar desta verdade as instâncias de decisão continuam a prevalecer na área governamental de há muitas décadas e não se vê ninguém do poder político a preocupar-se com tais problemas, como se tudo navegasse num mar de rosas. A crescente internacionalização significa que as empresas têm de melhorar o seu desempenho e desenvolver os seus recursos, pois num ambiente empresarial de maior concorrência será cada vez mais difícil para uma empresa desatualizada ser competitiva e conquistar mercados. O crescimento da produtividade é determinante de melhores condições para um desempenho mais eficiente, resultante da acumulação de novos conhecimentos e equipamentos mais evoluídos, para ser possível produzir mais, com menos custos. As empresas deverão ter capacidade de promover parcerias ativas com as associações empresariais, universidades, prepararmo-nos para a chamada nova economia, designadamente com um enquadramento histórico como é a ourivesaria. O setor da nossa indústria tem tradições seculares, não se pode estar a copiar peças estrangeiras perdendo assim a originalidade que sempre caracterizou as peças portuguesas. É necessário uma maior preparação, adequada ao seu desenvolvimento técnico e também uma maior importância do recurso ao design como uma essencial mais valia. Na atual conjuntura desfavorável, noto umas empresas com um dinamismo notável, com iniciativa empresarial na promoção dos seus produtos. A ourivesaria tem há muito tempo a indústria italiana como a sua mais direta concorrente, a pressão sobre os preços é mais sentida, pois operam com custos laborais menores, para assim conseguirem explorar novos mercados. Desejo a todos, e em especial aos nossos associados um Natal com muita saúde.

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04 · IBERJOYA 2011

De 15 a 19 de Setembro de 2011, a 49ª edição Iberjoya reuniu no Pavilhão 10 da Feira de Madrid - IFEMA desta ampla representação do setor da ourivesaria. 17 empresas portuguesas participaram neste certame. A aposta portuguesa na Iberjoya foi, mais uma vez, organizada pela AEP Associação Empresarial de Portugal, em parceria com a AORP - Associação de Ourivesaria e Relojoaria de Portugal, que coordenaram a participação de 17 empresas do setor da ourivesaria com apoios do QREN: António Marinho_ Assunção Silva Unipessoal, Lda_ Cartijoya - Kabza_ Casimiro Coelho_ Coimpack - Embalagens Lda_ Elza Pereira_ Eugenio Campos Lda_ Fernando Rocha Joalheiro, S.A._ Flamingo_ Gofrey, Lda_ J. Barbosa, Lda_ Marques & Gomes_ Mimata_ Pekan Jewellery & Fashion S.A._ Simple Secrets_ Styliano Jewellery_ Vilma Ranitc-Vr_


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Iberjoya, Madrid 2011


PORTUGAL FASHION 2011 SPRING · SUMMER 20-23 OUT 2011 ALFÂNDEGA DO PORTO

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COLECTIVO JÓIAS 21 OUT 2011 · 18H

No passado mês de Outubro, teve lugar na Alfândega do Porto mais uma edição do Portugal Fashion. De 20 a 23 de Outubro recebeu criadores de renome para mostrar tendências ao nível da moda. O Colectivo de Jóias não foi excepção e contou com mais uma participação de nomes como: António Marinho; CA Jóias; Eugénio Campos; Leandro Neves By Ellene; Ouropa; Oxette e Topázio. Hoje, o PORTUGAL FASHION é mais que um acontecimento de moda. É sinónimo de cultura, modernismo e de aposta na promoção da imagem nacional. Desde 1995 que o Portugal Fashion tem dado vida e apetência diferente pelo fenómeno Moda, explicitada por numerosos indicadores (n.º de desfiles de moda, n.º de marcas nacionais, n.º de pontos de venda de marcas nacionais, n.º de revistas da especialidade, n.º de profissionais da especialidade, n.º de escolas de design e estilismo, etc.) e pelo aumento da penetração das marcas nacionais nos segmentos superiores. Sendo um evento de sucesso este tem vindo também a incorporar o mundo da joalharia, como aconteceu nesta 29ª edição do Portugal Fashion onde o design inovador da joalharia/ourivesaria nacional juntou-se à modernidade das propostas dos estilistas nacionais, promovendo-se assim dois setores fundamentais da Fileira da Moda.

COLECTIVO JÓIAS


07 路 PORTUGAL FASHION


08 · ENTREVISTA MIMATA

ENTREVISTA JOANA MIEIRO

01. COMO COMEÇOU ESTE SONHO DE CRIAR JÓIAS? Só quando penso como tudo começou, acredito realmente na forma aparentemente descontraída com que se lê, pensa ou se diz: “aconteceu”! Todas as oportunidades estão aí, no momento que surgem, temos sempre duas opções: perguntar porque não e aceitar o desafio ou hesitar e deixar passar? No meu caso, ainda antes de acabar o curso de design surgiu no Porto, na Universidade Católica, uma Pós-Graduação em Design de Ourivesaria, que iniciei com o incentivo do meu pai que me acompanhou e impulsionou bastante neste processo. Foi ele o responsável pelo tal momento, a oportunidade posta em cima da mesa e

estrangeiro é melhor e isso é profundamente errado.

aceite dando mais tarde origem à criação da Mimata. A paixão vem de todos os conhecimentos adquiridos e envolvimento com todas as particularidades do ofício e este em particular que é bastante rico. Neste momento não me vejo fazer outra coisa que na sua totalidade ou em parte não se relacione com a joalharia, a Mimata.

dois quilos a usar um quinto dos ingredientes por medo de não funcionar! E não esquecer que mesmo com todos os ingredientes necessários é preciso um empenho muito grande, o bolo não se faz sozinho.

02. PRINCIPAIS FONTES DE INSPIRAÇÃO? Entre livros e o mundo que nos rodeia dia a dia, tudo é de alguma forma, traduzido ou transmitido por imagens. Estas são hoje em dia textos mais ou menos ricos a serem lidos por nós; no final o nosso nível de informação é essencial ; criamos uma ligação com formas e sentimentos que interpretamos e comunicamos ora como um volume ou uma nova imagem que sugira de volta outras tantas coisas criando um ciclo Mimata. 03. QUAIS SÃO OS PASSOS MAIS IMPORTANTES PARA CONSEGUIR UMA MARCA DE SUCESSO? Criar valores foi sem dúvida a melhor estratégia que consegui encontrar quando pensei em criar uma marca. Se sabes onde queres chegar, sabes como tens de agir, ser (inter-)disciplinarmente global! Tens o teu público-alvo definido e começas a trabalhar para ele. Mais uma vez vais atrás de toda a informação possível para garantires que estás a fazer um trabalho completo para que aquele se sinta atraído e consequentemente conquistado pelo universo que criaste.

É importante e seria muito útil fazer parcerias, e disto temos alguns exemplos a funcionar muito bem cá; sem esquecer um ditado popular que diz : a união faz a força. Existem várias coisas para fazer, mas no momento crítico que vivemos seria necessário um extra na vontade que até aqui não existiu para arriscar. Existem muito poucas coisas na história da humanidade que tenham começado de relações seguras e não daquilo que em cada altura foi chamado de loucura. É como querer fazer um bolo de

O resto vais aprendendo e melhorando a cada passo, estamos em constante crescimento e aprendizagem. 04. QUAL A ESTRATÉGIA USADA PELA MARCA MIMATA PARA ATRAIR O PÚBLICO? A Mimata tem-se definido por uma imagem clara, sofisticada e feminina focando um público médio alto. É importante estabelecer uma coerência em todas as formas de comunicação com o público, é fundamental para podermos garantir que a informação é tomada por todos de forma semelhante sem criar falhas entre as partes do produto à imagem transmitida, aos pontos venda. 05. COMO VÊ A MIMATA FACE ÀS RESTANTES EMPRESAS DE JOALHARIA NO PANORAMA PORTUGUÊS? Quando iniciei a minha atividade verifiquei que algumas das empresas deste setor, apesar de terem vontade de se diferenciarem, se mantinham condicionadas por uma tradição, que não passava dos hábitos enraizados pelos chamados tempos das “vacas gordas”, termo recorrente; e por muito que quisessem e pudessem, mantinham-se presas a este passado e à forma muitas vezes indiscriminada de comprar/produzir e vender o produto. Com os meios de comunicação o nível de informação do público cresceu e as exigências aumentaram consideravelmente, despertando também uma grande procura de marcas. A concorrência deixou de estar apenas na peça em ouro

ou prata ou ainda na “diferença” para estar num símbolo, numa imagem. O investimento exigido por estas circunstâncias aumenta criando a necessidade de aumentar as competências da equipa e assim começa a procura de designers. Contudo, surgem algumas questões no início deste ciclo. Ouve-se falar de Design mas, o que significa realmente? O Design como disciplina é algo recente. A própria história do Design desde o início do século XX não ajuda quando tentamos fazer perceber aos industriais que nada têm a ver com esta disciplina, que não se trata (apenas) de desenhar objectos “bonitos!”, que o papel do Design não é somente esse. Poderíamos estender-nos aqui e falar das reacções que o homem sempre teve com o desconhecido, para concluir que é necessário tempo para assimilar informação e reagir a mudanças. Em todo este processo tive apenas a sorte de vir de um curso de Design e não estar presa a nada podendo criar com total liberdade. 06. HAVERÁ SOLUÇÃO PARA A SITUAÇÃO ECONÓMICA EM QUE O SETOR SE DEPARA? Neste momento é importante pensarmos para além do mercado Português, temos de alargar as nossas fronteiras ; por razões individuais e colectivas, lá fora sabe-se pouco de Portugal e cá dentro cultiva-se uma desvalorização sistemática (do produto) português. Pensamos que o produto

07. NO MERCADO ESTRANGEIRO COMEÇARAM COM ESPANHA E ABRIRAM AGORA UM CORNER EM NOTHING HILL, QUE SE SEGUE? Em Espanha, um mercado que, como o nosso, está a passar tempos difíceis mas onde ainda temos muito a fazer. Londres foi mais uma oportunidade fantástica, que para começar nos deixa muito satisfeitos. Paris é outro mercado que estamos a namorar, quem sabe em breve possamos trazer boas notícias de lá. De resto existem muitos mercados para explorar…


09 · TED NOTEN

GANHA PRÉMIO “ARTIST OF THE YEAR 2012”

A Semana Nacional das Artes, teve lugar no Hotel Moda Arte WestCord, em Amsterdão, e surge de uma colaboração entre museus holandeses, artistas e instituições de arte. Um júri profissional e votos pelo público em geral fizeram a sua escolha de todos os reinos das artes: Ted Noten ganha Artista do Ano 2012. Em dez anos de prémios, é a primeira vez que este prémio foi atribuido a um artista de jóias. Foi oferecido um prémio a Ted em dinheiro no valor de € 10.000. Ted Noten estudou como designer de jóias na Academia de Arte de Maastricht e na Academia Rietveld em Amsterdão e ganhou fama com as

suas jóias que incluiem objetos de acrílico transparente e bolsas incorporando várias coisas, como uma pitada de cocaína, anéis preciosos, um rato morto com um colar de pérolas minúsculas e armas reais. O seu trabalho leva muitas vezes a comoções. Ele fez uma tiara para Maxima (realeza) como proteção contra os manifestantes. Tentam acabar com a paródia da sociedade com objetos de significados mundanos. Ted Noten goza de um sucesso internacional devido ao seu trabalho extraordinário. www.artjewelryforum.org/blog


10 · ARTIGO VIRGÍLIO SILVA

A EXCELÊNCIA DO ATENDIMENTO - FATOR DIFERENCIADOR PARA PROMOVER A COMPETITIVIDADE DAS EMPRESAS

No atual contexto sócio económico em que vivemos, a maioria das empresas de retalho do ramo da Joalharia/Ourivesaria/ Relojoaria, que comercializam a sua gama de produtos diretamente ao Cliente final, debate-se com um conjunto de dificuldades, geradas por fatores externos adversos, mas que condicionam fortemente o poder de compra dos seus Clientes. Neste contexto aparentemente negativo, a principal questão que qualquer Gestor equaciona é sem dúvida, “então e agora pudemos fazer alguma coisa, para melhorar a situação atual?”. Penso que a resposta é claramente positiva, devemos centrar as nossas atenções e esforços nos fatores internos, tais como a eficiência no Atendimento e a melhoria de todo o processo comercial, que dependem directamente de nós e que se podem tornar mais valias importantes, face à nossa concorrência, neste mercado extremamente competitivo. Mas então surge uma outra pergunta pertinente, com a qual alguns Gestores de redes de lojas do ramo se debatem, “Como é que vou melhorar o meu processo de Atendimento?”. Não nos podemos esquecer que neste processo, temos que analisar as expectativas dos Clientes, e estas estão permanentemente num processo evolutivo, o que hoje é para um Cliente uma expectativa inacreditável, será concerteza no futuro uma expectativa básica, isto porque quer ao nível do produtos, quer ao nível dos serviços, o processo evolutivo nos dias de hoje é extremamente rápido. Depois desta reflexão, é fácil chegar à conclusão de que é necessário criar um efeito Kaizen, de melhoria continua, no nosso processo de Atendimento a Clientes, baseado fundamentalmente em 3 fatores chave: - A Equipa; - A Formação; - A Monitorização; A Equipa é um fator fundamental para se atingir a excelência no Atendimento. Logo no processo de recrutamento, devemos ter a noção que nem todos os candidatos têm o perfil necessário para lidar diretamente com os Clientes. A atitude positiva no local de trabalho, a capacidade de comunicação, o gosto de ser útil aos outros e a capacidade de controlar a disposição pessoal, são algumas das características pessoais, necessárias a quem lida diretamente com o Cliente.

Também relativamente à equipa, não nos podemos esquecer de que o seu desempenho é extremamente influenciado pela Formação e pela Monitorização, e que estes dois factores necessitam de tempo, para atingirem níveis satisfatórios e poderem levar à Excelência no Atendimento. Sendo assim, uma boa equipa demora tempo a criar, fatores como uma rotação excessiva dos elementos constituintes, são concerteza, um fator adverso e contraditório relativamente ao Processo de Atendimento. Para se atingir a Excelência no Atendimento, é necessário um trabalho de bastidores, que começa com a criação das condições ideais para que todas as tarefas sejam executadas de acordo com o planeado, é aqui que o segundo fator chave é fundamental a Formação. A Formação de um atendedor de um estabelecimento comercial, nas áreas da Joalharia/Ourivesaria/Relojoaria, tem que ser planeada em três vertentes fundamentais, que passo a enumerar. A primeira vertente da Formação está relacionada com o domínio do Processo de Atendimento, nas suas várias fases: - O Acolhimento do Cliente; - A descoberta das necessidades do Cliente; - A forma como se vai satisfazer as necessidades do Cliente, apresentando os produtos e serviços adequados; - A capacidade de conclusão do Processo de Atendimento, que pode culminar na venda do produto; - A metodologia utilizado no seguimento dos Clientes;. A segunda vertente da Formação, está claramente centrada no conhecimento dos produtos comercializados. Não nos podemos esquecer que a visão tradicional da venda apoiada numa perspetiva de Hard-selling, muito centralizada no fecho da transação, à muito que está ultrapassada. Hoje em dia é fundamental equacionarmos qualquer transação numa perspetiva de Soft-selling, muito centralizada na confiança com o Cliente, que só é possível manter, se um atendedor conhecer em detalhe todas as características do produto. A formação por exemplo, ao nível das características técnicas dos relógios, os conhecimentos de Gemologia, o relacionamento das características intrínsecas ao produto, com as tendências de moda, a utilização pretendida e a própria fisionomia do Cliente, são fatores que qualquer profissional desta área deve dominar, para atingir

um excelente desempenho. Podemos dar um exemplo muito pratico, que ilustra a importância da formação nestas áreas. Se imaginarmos um Cliente numa Joalharia, que manifesta interesse em adquirir um anel solitário para oferecer à esposa e coloca ao atendedor uma questão muito comum, “Quais os fatores mais importantes para definir o valor de um diamante?”. É fácil perceber que o atendedor tem que estar à altura da pergunta e deve saber explicar, os critérios de valorização dos diamantes os 4 C´s (lapidação, tamanho, pureza e cor), assim como elucidar sobre o certificado que atesta as características do diamante e a credibilidade do laboratório que o emite. A terceira vertente da Formação, está relacionada com os conhecimentos do sistema informático da empresa, que é fundamental para um conjunto de operações como consultas de stock, processo de faturação, mecanismos de seguimento de clientes apoiados em bases de dados eficazes, etc. Por ultimo, temos outro fator chave muito importante, que é a Monitorização e que pretende responder a uma pergunta básica “ Como é que podemos assegurar ao longo do tempo, um desempenho excepcional no Atendimento da nossa equipa”. Para ajudar a resolver esta questão, existem também 3 vertentes fundamentais: - O Coaching do Gestor à Equipa; - Os inquéritos de Satisfação aos Clientes; - A realização de operações de Cliente Mistério; Vamos começar por analisar a importância do Coaching à equipa de Atendedores, que deve começar por uma presença regular no terreno do Gestor, de forma a poder observar a equipa, os seus métodos de trabalho e a sua atitude perante os Clientes e de uma forma natural, observar pontos críticos que possam ser alvo de melhoria. O passo seguinte é motivar a equipa, para um melhor desempenho, pondo em pratica novos métodos que permitam uma evolução consistente dos pontos críticos.

Estes inquéritos também permitem por outro lado, estabelecer uma ligação de proximidade com os nossos Clientes, pois na pratica é mais uma etapa do ciclo de contatos regulares que devemos ter, mas este com uma vantagem adicional, dado que nos mostra de forma clara, se o nosso nível de serviço vai de encontro às expectativas dos Clientes. As ações de Cliente Mistério permitem-nos diagnosticar com a máxima exatidão os aspectos a melhorar ou a consolidar na função Atendimento. O seu carácter é profundamente prático porque se baseia na análise “científica” de uma experiência real. Quando devidamente interpretados, os dados obtidos através desta metodologia podem caracterizar fielmente um determinado ato de Atendimento, na perspetiva do Cliente, que é a visão que todos os gestores prosseguem na tentativa de corresponderem cada vez melhor ás necessidades dos seus próprios Clientes. As ações de Cliente Mistério são uma ferramenta que permite o desenvolvimento sustentado, da plataforma de recursos humanos da empresa, permitindo uma evolução sistemática da função Atendimento, numa perspetiva devidamente enquadrada com as expectativas dos Clientes.

Os inquéritos de satisfação aos nossos Clientes, podem ser efetuados utilizando

Em conclusão, gostaria de reafirmar que cada empresa tem as suas características específicas e os seus processos de Atendimento irão refletir essas diferenças, mas

metodologias muito simples, como por exemplo o envio de um email, com um conjunto de questões, diretas e objetivas que nos permitem saber, de forma eficaz, qual a perceção dos Clientes em relação aos nossos serviços.

parece-me obvio que uma atitude proativa do Gestor, com base nos 3 fatores chave, a Equipa, a Formação, a Monitorização, podem contribuir de forma decisiva para a Excelência do Atendimento e assim promover a competitividade da empresa. Virgílio Jorge Vieira da Silva


11 · NOTÍCIAS

4ª EDIÇÃO DA TRIENNALE EUROPÉENNE DU BIJOU CONTEMPORAIN PORTUGAL-BÉLGICA-ALEMANHA Exposições e conferências de 29 de Outubro de 2011 a 15 de Janeiro de 2012 WCC-BF, Bélgica 4ª edição da Triennale Européenne du Bijou Contemporain Portugal - Bélgica - Alemanha Exposições e conferências de 29 de Outubro de 2011 a 15 de Janeiro de 2012 na WCC-BF, Bélgica. Este ano Portugal é um dos países convidados a estar representado na 4ªedição da Triennale Européenne du Bijou Contemporain. 20 artistas foram selecionados a estarem presentes. Para além de Portugal, a Bélgica - país anfitrião - convidou a Alemanha. São ao todo 60 artistas, 20 de cada país representados nesta exposição.

No âmbito da 4ª edição, que inaugura dia 28 de Outubro próximo e, que estará patente de 29.10.2011 a 15.01.2012, decorrerá no dia 29 de Outubro um ciclo de conferências vindas da Alemanha, da Grâ-Bretanha, de Portugal e da Bélgica que darão uma visão atual da joalharia contemporânea em diferentes perspetivas. Uma excelente oportunidade para participar em mais um encontro sobre joalharia contemporânea.

ATUALIZAÇÃO DAS RENDAS PARA 2012 · AUMENTO DE 3,19% Foi já publicado no Diário da República de 30 de Setembro o Aviso 19512/2011 (2ª série do DR)que contém o coeficiente de atualização anual das rendas dos diversos tipos de arrendamento - habitação, comércio, indústria e exercício de profissão liberal -, para vigorar em 2012. Nos termos do mesmo diploma, o coeficiente de atualização a aplicar aos montantes actuais das rendas é de 1,0319, representando um aumento de 3,19%. Refira-se que em 2011, o valor do coeficiente de atualização foi fixado em 1,003, permitindo um aumento nas rendas de 0,3%. O senhorio interessado na atualização anual da renda deve comunicar por escrito ao arrendatário, com a antecedência mínima

de 30 dias, em relação ao vencimento da renda, o novo montante e o coeficiente de atualização, por meio de carta registada com aviso de recepção. Assim, para atualização das rendas relativas ao mês de Janeiro de 2012, cujo vencimento ocorre em Dezembro de 2011, os senhorios devem comunicar o valor da nova renda até ao final do mês de Outubro, por forma a respeitar o prazo de 30 dias de antecedência. Isto, obviamente, desde que nessa altura tenha decorrido um ano desde a última atualização. Importa destacar que o montante da renda resultante da atualização deverá ser arrendondado para a unidade de euro imediatamente superior.

Última atualização das rendas, 15 de Novembro, aumentos de 4,79% em Lisboa e Porto. Foram finalmente publicados no Diário da República os fatores de correção extraordinária das rendas (arrendamento para habitação), a aplicar no próximo ano, atualizados pela aplicação do coeficiente de 1,0319. Nos termos da portaria ora publicada, nos municípios de Lisboa e Porto, o aumento do montante da renda em 2012 será de 4,79% para as casas arrendadas antes de 1967 e de 3,19% para os restantes anos. Relativamente aos restantes municípios do país, os aumentos dos valores das rendas serão de 3,19% para todos os contratos de

arrendamento, correspondentes ao coeficiente de 1,0319, que será aplicado na atualização dos diversos tipos de arrendamento - habitação, comércio, indústria e exercício de profissão liberal. Conforme estabelece o art. 11º da Lei nº 46/85, de 20.9, as rendas de prédios arrendados para habitação, anteriormente a 1 de Janeiro de 1980, podem ser corrigidas na vigência do respetivo contrato pela aplicação dos fatores de correção extraordinária referidos ao ano da última fixação da renda. Importa ter presente que o montante da renda resultante da atualização deverá ser arredondado para a unidade euro imediatamente superior. Boletim de Contribuinte


12 · PORTOJÓIA

FEIRA INTERNACIONAL DE JOALHARIA, OURIVESARIA E RELOJOARIA 21 A 25 DE SETEMBRO 2011

O setor da Joalharia, Ourivesaria e Relojoaria recebe anualmente um evento distinto e gerador de negócio, falamos da PORTOJÓIA que, teve lugar entre 21 e 25 de Setembro de 2011. A PORTOJÓIA é a aposta certa para as empresas apresentarem coleções e novidades, para fortalecerem relações com os compradores, e para garantirem as encomendas, em especial neste período de Natal. As mais prestigiadas empresas marcaram mais uma vez a sua presença, no certame mais luxuoso do país.

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A AORP esteve presente com o seu stand institucional composto por 12 Vitrinas: _ ARISTÍDES REIS SUCESSORES, LDA _ FERNANDO MARTINS PEREIRA & cª., LDA _ J. MOURA SANTOS & FILHOS, LDA _ JOSÉ MARTINS BARBOSA & cª., LDA _ MANUEL DA SILVA E SOUSA & Cª., LDA _ MANUEL FERNANDO DA ROCHA UNIPESOAL, LDA _ PALAVRA DE PRATA, LDA _ PAULO DO VALE _ TERESA & PAULA BARBOSA, LDA _ TMB - INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE OURIVESARIA, UNIPESSOAL, LDA _YURI NICOLAEVICH NEGATKIN


13 ·PORTOJÓIA

A PORTOJÓIA recebeu este ano a 7ª edição do PORTOJÓIA Design. O concurso teve como objetivo distinguir pela inovação e design peças de joalharia e ourivesaria de adorno pessoal e decorativas, originais, apresentadas pela primeira vez ao público. Uma boa amostra deste componente inovador da feira foi o prémio da 7ª edição do Design PORTOJÓIA, que este ano teve como tema o “Revivalismo”. Joana Andresen, estudante da Contacto Directo - Escola de Joalharia - ganhou o primeiro prémio com um colar em filigrana e a figura do coração de Viana Castelo numa versão contemporânea. Após este prémio, esta jovem designer, além de ser uma das designers convidadas para o espaço PORTOJÓIA Criadores durante 2012, poderá ver-se as suas jóias a serem produzidas durante 5 anos com a Ouropa, de Pedro Rosas, patrocinador desta iniciativa. O segundo lugar foi ocupado por Ana Azevedo, Engenho e Arte, e o terceiro por

Isabel Correia da Costa, também da Contacto Directo. A primeira criou uma peça inspirada no anel de noivado tradicional, adornada com um corte de diamante e a segunda criou um colar de prata cujo design representa os ramos da macieira. Uma das iniciativas mais importantes do evento é presença do Portugal Fashion, tradicional ponto de encontro das novas tendências da moda, vestidos extravagantes e jóias. Este desfile contou com os principais nomes da joalharia portuguesa. Segundo fontes da organização, de 2000 até à data, a PORTOJÓIA recebeu cerca de 130 mil visitantes, e tem sido uma vitrine de mais de 2.400 empresas. Uma das iniciativas mais importantes do evento é presença do Portugal Fashion, tradicional ponto de encontro das novas tendências da moda, vestidos extravagantes e jóias. Este desfile contou com os principais nomes da joalharia portuguesa.

Desfile Portojóia | Portugal Fashion 21 de Setembro 2011

Empresa/criador: Flamingo / Ana salazar António Marinho / Hugo Vieira e Fernando Lopes CA Joias / Katty Xiomara Leandro Neves by Eleene / Andreia Oliveira Topazio / Elisabeth Teixeira Perideo / Elizabeth Teixeira Ouropa / Fátima Lopes Eugénio Campos / Carlos Gil

Segundo fontes da organização, de 2000 até à data, a PORTOJÓIA recebeu cerca de 130 mil visitantes, e tem sido uma vitrine de mais de 2.400 empresas. Empresas participantes juntamente da AORP com um stand na Portojóia: Trouqouro - Comércio Metais Preciosos Bruno da Rocha, Soc. Unipessoal, Lda INOURO A.J. Amorim JJM - Lda FINOURO HERAS José Carlos & Filhas Ari Coelho


14 · JOANA ANDRESEN

VENCEDORA DO CONCURSO PORTOJÓIA Joana nasceu no porto em 1983, cidade onde vive, estuda e trabalha. Licenciou-se em artes plásticas – escultura, pela faculdade de belas artes da universidade do porto [2001 a 2006]. A paixão pela joalharia fez Joana ingressar mais tarde no curso técnico e designer de joalharia na escola Contacto Directo do Porto [2009-2011]. Não satisfeita, fez ainda diversas formações, nomeadamente em Design Gráfico, Filigrana Portuguesa, Cravação, Pedagogia. Atualmente, é formadora de Projeto na Escola de Joalharia Contacto de Autor. O seu método de trabalho começa pelo encontro na realidade de referências, e percepcionar o que elas transmitem e na sua essência encontrar algo para representar. Transpõe para o desenho a primeira ideia que mais tarde se transforma em jóia. “Sinto, exploro, desenho, comunico. A reflexão que cada peça traz, originalmente, é criada para um corpo, um momento, uma pessoa. “

DESCRIÇÃO DA PEÇA _

“Quem vê caras não vê corações” é um porta-retratos que tem como funcionalidade transportar uma memória, que evoca uma recordação de valor para quem a traz ao peito, embalado com saudade. Guarda e protege não só um rosto como também o sentimento de pertença e uma lembrança que não quer ser esquecida, inerente a esse mesmo rosto. É um objeto que contem algo pessoal e íntimo, que apenas comunica se o seu portador o desejar, ou seja, se o

abrir e tornar visível a todos o seu interior. Subjacente ao tema do Revivalismo apresento o Coração de Filigrana, ícone tradicional de Viana do Castelo e de Portugal. A técnica traduz-se em peças muito delicadas, feitas manualmente com fios torcidos, que transmitem mais do que palavras. Representa e é símbolo da nossa cultura, fazendo parte da tradição na Joalharia Portuguesa. Durante anos ocupou o pedestal de glória,

e agora, pretendo que seja revivida refletindo e ressurgindo na minha peça, personificada como um espelho de alguém jamais esquecido. Porque respeito e relembro aquilo que se deve eternizar, aqui deixo o meu e nosso coração. Porque a vida é feita nos detalhes. Joana Andresen


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16 · ENTREVISTA ROSA MARIA MOTA

AUTORA DO LIVRO: “USO DO OURO NAS FESTAS DA SENHORA DA AGONIA, EM VIANA DO CASTELO” ENTREVISTA AORP

01. QUEM É A ROSA MARIA DOS SANTOS MOTA? É uma mulher que gosta de ouro, de observar tradições e do contato com pessoas. 02. O QUE A MOTIVOU A ESCREVER SOBRE A OURIVESARIA E O USO DO OURO EM VIANA DO CASTELO? Fui professora de inglês, mas afastei-me do ensino e enveredei pela indústria têxtil. Em 2002 voltei a estudar e, após a conclusão da licenciatura em Arte e Património, o Prof. Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa sugeriu-me este tema para um mestrado. Hesitei, pois imaginava a dificuldade de pesquisar um tema tão sensível como o ouro. Mas o apreço que herdei da minha mãe por estes ornamentos e a confiança no orientador ganharam, e comecei, então, a investigar o uso do ouro em Viana do Castelo, sob uma perspetiva artística e antropo-sociológica. 03. FALE-NOS DO LIVRO “USO DO OURO NAS FESTAS DA SENHORA DA AGONIA, EM VIANA DO CASTELO”. Trata-se de uma observação do uso do ouro nesta festa, através do século XX, tendo em conta tipologias e formas de apresentação. Aborda, ainda, o desenvolvimento das festas e a sua relação com o ouro popular, a ligação deste com o traje, o papel económico que assumiu durante décadas, a dimensão amulética e simbólica cristã, as formas de transmissão e aquisição e a ligação deste com a essência da minhota. Finalmente, uma análise das caraterísticas formais dos peitilhos, acessório em pano sobre o qual se cosem as peças de ouro a exibir. 04. O QUE MAIS LHE DEU PRAZER A ELABORAÇÃO DESTE LIVRO? Encantei-me com a beleza do ouro, com os fatos, e com o gosto que aquelas mulheres têm na exibição destes. E foi muito gratificante ser recebida em casa de desconhecidos que me deram todas as informações que pedi, mostraram o seu ouro, contaram histórias, convidaram-me para a sua mesa e confiaram em mim. 05. FALE-NOS UM POUCO SOBRE O CIONP E O PAPEL DELE NESTE SECTOR. As atividades do CIONP, através da orientação do seu diretor, Prof Doutor Gonçalo de Vasconcelos e Sousa, constituirão um centro de reflexão, organização, desenvolvimento de estudos, investigações e outras ações relacionadas com a promoção da Ourivesaria, no Norte, mas igualmente nou-

tras regiões do País. Têm especial significado as ações relacionadas com a gestão da memória histórico-artística da sua produção ao longo dos séculos e a sua projeção na atualidade através da publicação de livros sobre diversos aspetos da Ourivesaria Portuguesa. A organização de congressos internacionais, palestras, workshops, entre outras actividades, a promoção de estudos académicos sobre centros produtores, ourives, técnicas e coleções de ourivesaria, e a colaborarão na promoção da ourivesaria portuguesa no exterior são outros dos objectivos do CIONP. 06. QUAL A CONTINUIDADE QUE PRETENDE DAR DENTRO DESTE ÂMBITO DA OURIVESARIA TRADICIONAL? Estou a fazer doutoramento na UCP, sob a orientação do Prof. Doutor Vasconcelos e Sousa, sobre o uso do ouro popular no norte de Portugal. Procuro determinar que peças se usavam mais por região, como, porquê e quem as usava, e focar os aspetos da sua produção e comercialização. Tento, também, fazer uma listagem dos diferentes nomes de peças, técnicas e motivos decorativos, que variam, como sabe. Procuro desenhos feitos pelos ourives, anotações, histórias, enfim tudo o que diz respeito ao ouro que se consumiu no século XX, no Norte, mas também aquele que gente do Norte comercializou ou levou para África e Brasil, numa tentativa de contribuir para a memória desta arte em Portugal. Nesse sentido, visitarei muitas oficinas e ourivesarias no próximo ano, agradecendo desde já toda a colaboração que me possam dar. 07. COMO DEVE A OURIVESARIA DESENVOLVER-SE PARA ATRAVESSAR ESTA FASE DE DECLÍNIO? Não sou especialista no assunto e infeliz-

mente o desenvolvimento do setor não depende só das capacidades dos seus membros. Mas seria útil que se criasse junto do consumidor uma apetência para a compra de peças em ouro, nacionais; talvez através de campanhas apelativas e bem orientadas, como o fazem marcas estrangeiras. É necessário pôr o ouro na moda; recuperar clientelas e criar outras junto dos jovens, mas também manter altos níveis qualitativos, tanto em execução como em desenho, e preparar os ourives, técnica, estética e culturalmente, para que possam responder a esse desafio. No caso da ourivesaria popular, creio que esta é uma fonte de técnicas e motivos de inspiração que bem trabalhados são apelativos para todos. Por exemplo, tenho uns brincos só com uma evocação desse tipo de ouro mas bem concebidos, bonitos e atuais que sempre que os uso, aqui e no estrangeiro, recebo cumprimentos. Outro aspecto que não se pode ignorar é a proliferação de casas de compra de ouro que não fazem uma triagem do que recebem e, por isso, fundem obras de arte. Por outro lado, a alienação destes acervos afasta o ouro popular do convívio das camadas mais jovens da população que, desconhecendo-o, não o vão voltar a comprar. Corre-se, pois, o risco que este se transforme em uso residual e num produto meramente de coleção, com consequências graves para o setor e para a cultura do País. 08. A SUA PARTICIPAÇÃO NO III COLÓQUIO PORTUGUÊS DE OURIVESARIA, NO DIA 17 E 18 DE NOVEMBRO, SURGE AINDA DENTRO DO PROJECTO DO LIVRO? Não, a participação no Colóquio foi um convite da organização. O livro é um de cinco projetos que desenvolverei dentro da atividade do CIONP. No próximo mês sairá um livro intitulado “Glossário do Uso do

Ouro no Norte de Portugal” que inclui um glossário de peças, uma abordagem sucinta da organização das oficinas, as formas tradicionais de venda de ouro e o seu uso junto de alguns grupos sociais. Os outros projetos são um vídeo sobre o uso do ouro em Viana, já concluído, e, ainda, um pequeno livro e palestras em escolas, ambos tendo os jovens como público-alvo. É necessário que estes entendam que há peças de ouro popular que são obras de arte, que este faz parte da nossa cultura e que as vivências do ouro nos ajudam a compreender muitos aspetos da cultura do passado, como o contexto económico, a estratificação social e até as relações familiares. 09. OS BRINCOS NA OURIVESARIA POPULAR PORTUGUESA FOI O TEMA QUE ABORDOU, FALE-NOS UM POUCO SOBRE ELE. Os brincos são os ornatos mais importantes dentro do ouro popular, em questões de uso. Se os cordões e as grandes peças representavam a reserva de valor, os brincos representam a garridice e a vontade de ornamentação presente em quase todas as mulheres. E se muitas não conseguiam chegar ao cordão, à libra, ao trancelim, à gargantilha, todas possuíam um par de brincos. Usados desde criança tanto no trabalho como em dias especiais estavam, por isso, presentes em todas as etapas da vida de uma mulher. É também nesta categoria que se encontram dos mais bonitos exemplares da ourivesaria popular. Lamento que o brinco à rainha tenha asfixiado outras tipologias igualmente bonitas e aparatosas. Olhe, por exemplo, os que se assemelham às medalhas de gramalheira, exemplares que poderiam, inclusive, ser facilmente usados em contextos do quotidiano atual e não só em raras situações de natureza etnográfica. Falar de ouro é falar de mulheres, e não se pode falar em mulheres sem falar em brincos, não lhe parece?


17 · INAUGURAÇÃO GALERIA

DO ESPAÇO GALERIA E ESCOLA “ENGENHO & ARTE” Bem no coração da Foz Velha, dando continuidade a um projeto com mais de doze anos, nasceu um novo espaço da Escola de Joalharia Contemporânea Engenho & Arte. O novo pólo está localizado numa rua bem conhecida de comércio tradicional da cidade do Porto, na Rua de Padre Luís Cabral Neste pólo além da escola de joalharia também encontrará uma Galeria de Arte. A Galeria é um espaço dedicado não só à Joalharia de Autor, como também de Pintura, Escultura, Fotografia e Cerâmica. A 18 de Novembro inaugurou-se com muito sucesso a Galeria apresentando uma exposição conjunta de Verónica Leonor com

Joalharia de Autor, Carlos dos Reis com Pintura, Luísa Gonçalves com Escultura e Tiago dos Reis com Fotografia. A exposição estará patente até 17 de Dezembro e poderá ser visitada de segunda a sexta-feira das 10h-13h e 14h30-17h30 e aos sábados das 15h-19h.


18 · JORNADAS DE OURIVESARIA

2ª EDIÇÃO “Tendências de Ourivesaria e Moda” é o tema escolhido para a segunda edição das Jornadas de Ourivesaria, organizadas pela AORP, em 2011. _

As Jornadas são promovidas com o intuito de

campanhas antitabagismo e anti obesidade...);

juntar os elementos mais dinâmicos da fileira em

a longevidade (pais e mães cinquentões, longe-

Portugal para debaterem uma temática relevante

vidade no trabalho); a diversidade (consumo do

para o desenvolvimento da ourivesaria. Estas terão

multiculturalismo (várias etnias), gay friendly,…); e

lugar no dia 15 de Dezembro, entre as 14h00 e as

política de descontos (mais por menos...).

18h30, na sede da AORP no Porto.

Acompanhar as tendências é fundamental para as organizações. É pois essencial compreender as

A opção temática vai ao encontro de alguns dos

mudanças sociais e as novidades para posicionar

fortes constrangimentos ressentidos pelo setor,

o negócio corretamente e adequa-lo às novas

nomeadamente, as bruscas mudanças de consu-

situações.

mo de produtos de ourivesaria e a rápida assimilação da ourivesaria pelo universo da moda

Neste sentido, a AORP tem realizado um esforço

com a introdução massiva de marcas de moda no

para ajustar o conteúdo das Jornadas à importân-

sector. Neste contexto, as empresas e os agentes

cia estratégica da temática para o setor abordan-

da fileira são obrigados a apreender e identificar

do-a de diferentes perspetivas. Assim, procede-se

as tendências que marcam o momento e a adap-

a uma atualização dos dados da balança comer-

tar os seus negócios à mudança para conseguir

cial da ourivesaria nacional e à organização de

vingar no mercado.

dois paneis, um que aborda alguns dos caminhos

As tendências geram transformação na vida das

da ourivesaria para interiorizar as tendências e a

pessoas, trazem inovação e expressam o sentir e

moda e um segundo onde se pretende perceber o

as necessidades de uma sociedade. São diferen-

papel catalisador da formação na capacitação do

tes dos modismos, introduzidos nas coleções de

setor e dos seus agentes.

roupas, sapatos e acessórios, que mudam a cada estação.

No painel Tendências de ourivesaria e moda

Para poder criar tendências é preciso ter um olhar

estarão presentes três especialistas de renome. A

visionário, estar aberto para um novo modelo

designer e especialista em tendências portuguesa

mental e sair da zona de conforto. Deve-se ser

Natividade Freitas, que fornecerá uma série de

capaz de identificar as necessidades existentes no

elementos práticos para a identificação de tendên-

mercado, e, ao tentar resolvê-las, criar produtos

cias e a sua aplicação no sector. A representante

que se tornarão eles próprios tendência.

da Feira Inhorgenta, em Portugal, Tania Mutert de Barros, que dará a conhecer em particular esta

Para identificar uma tendência é necessário estar

feira que se posiciona como plataforma incontor-

alerta e atento aos acontecimentos e analisar o

nável no encontro entre o design, a ourivesaria de

que se encontra em mudança. De uma maneira

autor e o comércio, emergindo como o foco no

geral, no século XXI, são tendências: a nova es-

aparecimento de tendências para a fileira. E, Gema

trutura de ciclo de vida e familiar (várias famílias

Requena, licenciada em Ciências da Informação,

sucessivas, relações consensuais,…); a sustentabili-

Pós-graduada em Ciências da Comunicação, Coo-

dade (política ambiental, ecologia,…); a responsa-

lhunting e Investigação de tendências de mercado,

bilidade social e a transparência (humanização das

analista de tendências de mercado (coolhunter e

marcas, mostrando o seu ADN, dando cara à or-

nethunter).

ganização e valorizando os seus pontos fortes ou defeitos); o conceito e âmbito da beleza e do de-

Tem vindo a estudar a relação entre o fenómeno

sign (valorização de mulheres e homens comuns);

das redes sociais e o sector da moda, e abordará

o bem estar (consumo de alimentos orgânicos,

em especial as sinergias entre moda e ourivesaria.


19 · JORNADAS DE OURIVESARIA

O painel sobre o papel catalisador da formação

Este é um concurso levado a cabo entre os es-

consistirá de um debate aberto entre os profissio-

tudantes de cursos de ourivesaria do CINDOR,

nais e os representantes das principais escolas e

Contacto de Autor, Engenho e Arte, ESAD e Escola

centros de formação de ourivesaria em Portugal,

Secundária Soares dos Reis, com o objetivo de

no sentido da discussão do papel dinamizador da

distinguir, pela inovação e design, a mais original

formação no posicionamento da ourivesaria no

peça de joalharia e ourivesaria de adorno pessoal

mundo da moda.

ou decorativa.

As Jornadas encerrarão com o anúncio público do vencedor do Concurso “Tendências de Ourivesaria

A 2ª Edição das Jornadas de Ourivesaria “Tendên-

e Moda”, organizado pela AORP.

cias de Ourivesaria e Moda” estão integradas no projeto OURIVESARIA ON THE MOVE, desenvolvido no âmbito do SIAC – Sistema de Apoio a Ações Coletivas.


20 · ENTREVISTA AFFAIRE

ENTREVISTA

01. QUAL A HISTÓRIA ‘AFFAIRE JEWELLERY? A ‘AFFAIRE Jewellery nasceu do desejo de oferecer aos amantes da joalharia e da porcelana jóias únicas de elevada qualidade e distinção.

uma história única.

É uma marca que nasce de um processo de investigação e experimentação da junção e conjugação da porcelana, material cerâmico de excelência com metais nobres e pedras preciosas, constituindo desta forma a base de criação para novas soluções de design único e exclusivo. Um processo de contínua evolução, que teve o seu início em 2008 e ganha corpo em 2011 através do lançamento das coleções Jewellery of Desire, composta por joias cujo glamour e poder de sedução são insubstituíveis e a coleção Belaspekta – Heritage Jewellery inspirada num estilo clássico que é reinterpretado concedendo às peças um estilo moderno e intemporal.

da marca e o que pretende em termos de

Podemos no entanto falar um pouco da pulseira Cities of Desire a primeira peça desenhada para a coleção Jewellery of Desire. Esta retrata claramente a posição design, sendo uma jóia que caracteriza a intemporalidade e a inovação da ‘AFFAIRE Jewellery. E como a marca é Portuguesa de alma e coração a vontade de ir além fronteiras estará sempre presente. E foi deste desejo que nasceu a Cities of Desire, uma joia dedicada aos palcos mundiais da joalharia e da moda. Nela estão representados pormenores de mapas de cinco cidades internacionais, recortados no ouro, deixando espreitar a brancura da porcelana em forma de ruas e travessas. Uma peça, que sendo reversível revela o mesmo pormenor na face oposta de cada parte que a compõe através do baixo-relevo no ouro.

02. QUAL É O SONHO DA ‘AFFAIRE JEWELLERY? Em tempos passados da história da humanidade, a porcelana foi considerada o “ouro branco” do oriente. Atualmente a ‘AFFAIRE Jewellery pretende renascer esse conceito através das suas jóias, iniciando desta forma uma nova era na alta joalharia em Portugal e nos palcos mundiais. 03. A MARCA SEMPRE PENSOU PRODUZIR JÓIAS PARA UM PÚBLICO DE LUXO? A marca ‘AFFAIRE Jewellery tem uma personalidade única e distinta, tal como os seus clientes. Público culto e connaisseur de produtos que tal como as jóias ‘AFFAIRE Jewellery aliam a alta qualidade à elevada diferenciação. Atendendo ainda a características como a produção manual, em que exímios artesãos trabalham os melhores materiais, a distinção do design ou mesmo o serviço de criação de uma jóia personalizada, determinam que o setor de luxo, como público final, surja naturalmente.

07. QUAL A FRAGILIDADE DE UMA JÓIA ‘AFFAIRE JEWELLERY? A questão da fragilidade é algo que não pode ser avaliado apenas pelo senso copensada ao pormenor, desde o primeiro

ner cada artesão cada pessoa envolvida

mum, que nos diz que a porcelana é frágil e

sketch até à sua conceção final. Juntar sim-

neste processo se apaixona pelo projeto

que por consequência uma jóia produzida

plesmente dois materiais nobres não pres-

e se dedica a ele como se de uma paixão

neste material será também frágil e que

supõe um artigo de luxo. Esta característica

arrebatadora se tratasse! A partir desse

facilmente se irá quebrar.

é o resultado do trabalho contínuo de

momento cada pormenor é revisitado, nada

Observando de forma mais objetiva verifi-

investigação das possibilidades que os ma-

é deixado ao acaso. Os designers pensam

camos que a porcelana é a mais resistente

teriais nos colocam e da capacidade que a

e projetam cada coleção aliando o passado

da família dos materiais cerâmicos e que a

equipa de design e que os mestres artesãos

ao presente e reinterpretando-o de forma a

sua dureza não se encontra longe da das

têm para transformar estes conhecimentos

conferir intemporalidade a cada jóia que a

pedras preciosas frequentemente utilizadas

em jóias exclusivas e de alta qualidade,

compõe. De seguida, a magia acontece, os

em joalharia. Tomemos o ónix e o diamante

conferindo-lhes o “look distinto e único”,

mestres artesãos, profissionais com mãos

como exemplos. Ao compararmos a porce-

característico da ‘AFFAIRE Jewellery.

hábeis que se dedicaram ao seu ofício por

lana e o ónix na escala de Mohs, observa-

mais de três décadas dão vida a estas jóias,

mos que ambos possuem uma dureza de

05. COMO NASCE UMA JÓIA ‘AFFAIRE?

utilizando os melhores materiais e as me-

7. Já o diamante apresenta uma dureza de

Fusing Emotions with Craftsmanship.

lhores técnicas artesanais, imprimindo o seu

10, o máximo da tabela. O que não significa

Emoções que na realidade envolvem cada

cunho tradicional e o seu valioso conheci-

que este seja extremamente resistente, pois

elemento da equipa num autêntico affaire

mento em peças de design contemporâneo

dureza não é sinónimo de resistência ao

com a marca.

e de vanguarda.

choque, mas sim de resistência à abrasão. São estas propriedades físicas que determi-

Quando se pretende criar algo exclusivo 04. SÃO OS MATERIAIS USADOS NAS

que perdure pelo tempo e que nos trans-

06. PODEM DAR O EXEMPLO DE SÓ UMA

nam que se tentarmos lascar um diamante

CRIAÇÕES QUE TORNAM AS JÓIAS NUM

mite valores tão únicos como cada jóia

QUE TENHA UMA HISTÓRIA ESPECIAL?

utilizando a força este irá ceder da mesma

ARTIGO DE ‘LOOK DISTINTO E ÚNICO’?

da ‘AFFAIRE Jewellery o envolvimento

Cada coleção ‘AFFAIRE Jewellery é espe-

forma que o ónix ou a porcelana.

Uma joia ‘AFFAIRE Jewellery é uma obra

pessoal é tão intenso que cada desig-

cial, pois cada jóia que a compõe conta

Então porquê esta nossa resistência em


21 · ENTREVISTA AFFAIRE

acreditar que podemos ter uma joia em

O convite para estar presente nas Confe-

pelos artesãos, culmina na certeza de que a

porcelana que não se irá partir com essa

rências Internacionais de Design da Marinha

marca pretende continuar a surpreender e

facilidade? Mas que podemos ter uma em

Grande no passado mês de outubro, per-

apaixonar os seus clientes através de jóias

ónix? Ou mesmo produzir jóias em ouro ou

mitiu desta feita apresentar as suas mais

de alta qualidade que são partilhadas por

prata cuja dureza se situa entre situa-se 2.5

recentes criações da coleção Belaspekta

gerações.

e 3?

– Heritage Jewellery ao público português, obtendo também em território nacional um

Esta vontade de brindar o que de melhor

08. QUE APRESENTAÇÕES/EXPOSIÇÕES

feedback muito positivo do trabalho que

se faz em Portugal, levando a marca aos

A MARCA JÁ FEZ AO PÚBLICO?

tem vindo a desenvolver, reconhecimento

mais conceituados mercados internacionais

A ‘AFFAIRE Jewellery teve a sua primeira

que contribui para a continuação da realiza-

tornando-a uma referência no setor da joa-

experiência internacional em Londres se-

ção dos projetos da marca em Portugal.

lharia, prevê para o futuro muitas surpresas!

guida de Milão esta última em abril de 2011, momentos em que a marca teve a oportu-

09. PROJETOS PARA O FUTURO?

nidade de mostrar aquilo que de melhor se

O trabalho contínuo de investigação e ex-

faz em Portugal na alta joalharia, recebendo

perimentação, que nos surpreende todos os

dos visitantes críticas muito positivas e a

dias e que nos seduz, alimentando a criati-

certeza de que este é o caminho que quer

vidade da equipa de design e levando aos

continuar a percorrer.

limites a capacidade de inovação da técnica


22 · SUGESTÕES

TUDO SOBRE PEDRAS PRECIOSAS COLORIDAS

VENDA ONLINE DE JÓIAS NACIONAIS

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O USO DO OURO NAS FESTAS DA NOSSA SENHORA DA AGONIA, EM VIANA DO CASTELO ROSA MARIA MOTA

CONCURSO VIP JÓIAS - TEMA “PORTUGAL” CANDIDATURAS ATÉ 30 JAN 2012



04 路 IBERJOYA 2011


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