A investigação clínica na Ataxia de Friedreich em 2014 A partir dos 15 anos de idade, o impacto da doença nas células é melhor compreendido e as anomalias de funcionamento do gene mutado começam a revelar-se. Atualmente, os investigadores assumem que parecem relacionadas: • A repetição anormal do triplete GAA a nível do gene e a insuficiência de produção da proteína frataxina. • O aumento de radicais livres (stress oxidativo) com interações férricas na célula, que levam à sua degeneração.
Desde 2008, têm sido realizados vários ensaios clínicos em todo o mundo, com moléculas diferentes, para compensar as anomalias descobertas. Alguns estão na fase III do ensaio clínico, outros menos avançados e também há, ainda em fase embrionária, alguns projetos de terapia genética. Os ensaios clínicos apontam a: 1. Atuar sobre o stress oxidativo e função mitocondrial: (a) A idebenona é a primeira substância antioxidante submetida a ensaios, a partir do ano 2000. Tem efeito na hipertrofia cardíaca, disartria, fadiga e movimentos finos num certo número de pacientes, não todos. (b) O resveratrol é um antioxidante presente em determinados frutos, que teriam propriedades protetoras das células nervosas (M. Delatycki - Austrália iniciou-se em 2013. (c) O deferiprone capta o ferro nas mitocôndrias (A. Munnich - França, M. Pandolfo - Bélgica e Austrália, Espanha e Itália). Os resultados não foram publicados.
(e) O EPI-743 atua sobre o funcionamento mitocondrial e melhoraria a função visual (Th. Zesiewicz - Tampa, D. Lynch - Filadélfia e S. Perlman - Los Angeles - EUA). Fase 2B do ensaio – recrutamento pendente. 2. Agir sobre a frataxina... sobre as vias metabólicas da frataxina: (d) A pioglitazona estimula a síntese das defesas antioxidantes e aumenta a taxa de frataxina (I. Husson, P. Rustin e A. Dürr - França). Os resultados serão apresentados em meados de 2014. (e) O interferon gama eleva os níveis de frataxina em celúlas derivadas de pacientes com ataxia de Friedreich. Ensaio na Fase II - o recrutamento de pacientes começou no final de 2013 (D. Lynch - EUA e R. Testi - Itália). (d) A vitamina B3 pode aumentar a expressão da frataxina. Ensaio referido no ano 2014 (R. Festenstein, em Londres). (e) Um derivado da EPO aumenta o nível de frataxina na cela - associado com uma diminuição no stress oxidativo. Os mecanismos são desconhecidos (B. Scheiber Boesch - Áustria). Resultados não foram publicados. Ensaio na Fase II programado em Itália (A. Filla), Alemanha e Áustria. 3. Aumento da expressão do gene da frataxina: (f) Os HDACi, inibidores das histonas deacetilases, permitem o desenvolvimento de cadeias de ADN enroladas à volta das proteínas chamadas histonas, facilitando a leitura do código genético (descoberta de Gottesfeld, EUA). Ensaio na Fase I terminado (L. Durelli, Turim, Itália): Melhorar a molécula – Ensaio na Fase II: recrutamento em curso, em Londres (R. Festenstein e P. Giunti). 4. Terapia genética: Fornecer o gene que codifica a frataxina nos órgãos afetados, através de vírus inofensivos modificados, AAV, vírus adenoassociados. (i) O primeiro ensaio, tendo em vista a condição cardíaca, espera-se que tenha lugar em 2015 (P. Aubourg, H. Puccio, e F. Pousset - França. e D. Lynch - EUA). j) Projeto de terapia genética com visão neural (J. Díaz Nido - Espanha). 5. Investigação sobre o sintoma da diabetes: (k) Entre 10 a 20 por cento dos pacientes com ataxia de Friedreich desenvolve um tipo de diabetes. Qual é a origem? Defeito na secreção de insulina ou resistência à insulina? (F. Féry e M. Cnop, Bruxelas, Bélgica). Em 2014, os ensaios clínicos têm-se multiplicando com novas pistas. Se ainda não existe tratamento para a ataxia de Friedreich, várias moléculas associadas, já poderiam retardar a progressão da doença, até mesmo levar a uma melhoria, com vista à cura...
Fonte: http://ataxia-y-ataxicos.blogspot.com.es/2014/04/la-investigacion-clinicaen-la-ataxia.html