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A estratégia para o Porto de Sines um Porto de Futuro - José Luís Cacho
A estratégia para o Porto de Sines, um Porto de Futuro
Os portos são elementos-chave na ligação das empresas portuguesas ao mundo. O recente estudo publicado pela APLOG demonstra que o transporte marítimo assume 50% das exportações em “peso” e 30% do “valor” monetário das vendas de Portugal ao exterior. Nas importações, o transporte marítimo representa 61% da distribuição em tonelagem e 26% do seu valor monetário. O Porto de Sines é hoje o porto nacional que mais carga movimenta, oferecendo serviços regulares semanais diretos para os principais mercados de produção e consumo mundiais. As opções estratégicas para o Porto de Sines 2020-2030 estão sustentadas em três Eixos Estratégicos fulcrais, focando-se no objetivo de reforço da centralidade e da conectividade assente num modelo de gestão de rede ou de coordenação do sistema, e um compromisso firme com a sustentabilidade ambiental e social. Este plano estratégico pretende tornar Sines um Porto para o Mundo, trazendo o Mundo para o Porto enquanto o prepara para um Futuro cada vez mais moderno, inovador, digital e eficiente. Tendo como Metas Estratégicas a captura de carga ibérica para alcançar uma quota de 8% no total associado ao comércio externo, expandir a atividade da ZILS/ ZAL e assegurar que as novas atividades económicas contribuem com mais de 40% para os movimentos do porto, bem como atingir a liderança na satisfação dos stakeholders no que diz respeito aos atributos de “conectividade interna”, “custo/preço” e hinterland, o Porto de Sines coloca a fasquia na excelência, assente numa proposta de valor com visão de futuro. Com efeito, este plano estratégico assenta num forte comprometimento na sustentabilidade ambiental e transição energética, no potenciar a conectividade, principalmente com o hinterland, e numa forte aposta na digitalização e inovação, como pilar de desenvolvimento sustentando, de forma transversal. Por outro lado, marca ainda uma viragem na filosofia do porto, que se materializa no modelo de gestão. Este modelo de gestão Community Manager tem como base o conceito de brain port; cabendo ao porto pensar e arquitetar a interação dos seus stakeholders, promovendo o desenvolvimento da sua comunidade portuária. Neste sentido, temos procurado trabalhar, de forma articulada, com os agentes económicos do Porto de Sines para alcançar objetivos comuns em vários domínios. Desde logo, no desenvolvimento do negócio, construindo novas soluções logísticas ou simplificando e agilizando procedimentos que permitam aumentar a nossa competitividade, passando pelo estudo de implementação de soluções inovadoras que possibilitem reduzir a pegada ecológica e alcançar uma justa transição energética do porto e de toda a cadeia logística, dando cumprimento aos objetivos traçados pela União Europeia. A estratégia desenhada apenas terá sucesso com o envolvimento de todos os stakeholders, com especial destaque para a atividade dos transitários, que assumem notável importância no objetivo de alargamento do hinterland do Porto de Sines a uma escala ibérica. Contamos com as empresas transitárias para oferecer as melhores soluções aos clientes, tirando partido das cadeias logísticas existentes. Ao Porto de Sines compete reforçar a disponibilidade de ligações regulares, aumentar a produtividade dos vários serviços portuários, restringir eventuais constrangimentos e procurar dinamizar o desenvolvimento das acessibilidades rodoferroviárias ao hinterland, sempre numa ótica de competitividade, sustentabilidade e inovação. Estamos certos de que, em conjunto, conseguiremos construir soluções logísticas que garantam aos importadores e exportadores uma maior competitividade nos mercados externos e, assim, beneficiar toda a economia do país.
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José Luís Cacho Presidente do C.A. da APS