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Conclusões

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Legislação

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Todos nós comercializamos, todos vendemos, não importa o quê. O que importa é que vendemos. Vendemos essencialmente serviços, e ao vender esses serviços fazemos chegar bens, produtos e serviços ao destino final. No dia 14 de outubro reunimos cerca de 100 participantes, representando mais de 50 empresas transitárias nacionais. Falámos dos principais problemas com que a atividade se confronta, nomeadamente desde os preços praticados pelos armadores, a falta de qualidade do serviço prestado, o aparente abuso de poder e a verticalização do negócio perpetrada pelos mesmos. Também ouvimos de que forma as empresas exportadoras enfrentam estes mesmos problemas, como se posicionam outros parceiros do negócio e como é que as entidades públicas atuam ou pretendem atuar perante os ataques destes “gigantes”, mas também de que forma é que se penalizam as empresas exportadoras mais pequenas e que não têm outras armas para se defender – é quase uma luta entre “David e Golias”. Não podemos esquecer nem deixar de enviar à tutela a mensagem de que esta postura não penaliza apenas as empresas, mas acima de tudo a economia nacional no seu todo. O Senhor Secretário de Estado das Infraestruturas referiu que num futuro não muito distante falaremos da Grande Disrupção, da Grande Descarbonização e da Grande Integração Modal. No essencial houve concordância, mas sabemos que os preços de outrora não voltarão, a qualidade do serviço prestado e a utilização de alternativas ficam mais difíceis, por várias razões: • Recentemente assistimos a uma aproximação a esses preços e o que aconteceu? De imediato se retirou novamente oferta disponível para que os preços não continuassem a descer; • Com a descarbonização, ficou igualmente claro que alguém vai ter de pagar o processo. Esse alguém será o consumidor final; • A integração modal, aparentemente não irá, para já, contribuir para essa redução. Há players que não acreditam, as infraestruturas disponíveis não facilitam e o modelo de negócio não é o mais adaptado à realidade nacional; • O “Just in time” passou a ser o “just in case”, ou seja: o Caso chegue, entregamos; o Caso chegue, teremos; o Caso chegue, vendemos; o Caso exista, transportamos; o Caso não pague a pronto, não é fornecido. Ficou igualmente claro que a integração vertical gera muito menos competitividade às empresas e ao próprio mercado e, por isso mesmo, a relevância gigantesca que o Transitário aporta a todo o comércio internacional. Ao adicionar valor que os restantes players são incapazes de fazer, está a tornar mais preciosa e apetecível a nossa economia pelos outros. A partir do momento que se está neste “universo” comercial e convivemos com outros players, entendemos que somos todos parte da mesma cadeia, cujo objetivo é satisfazer o cliente. Seja um produto ou um serviço, a nossa imagem e atitude é percecionada de forma diferente pelos clientes, pela economia, mas também pelas autoridades competentes. Atualmente a perceção que têm de nós é que estamos para adicionar e não para subtrair, felizmente. Em resumo, e em forma de repto à tutela, ficou, fica mais clara a carência – e assim se pronunciaram os associados –, a necessidade de uma Secretaria de Estado ou eventualmente uma Direção Geral da Logística e Transportes. Temos de correr em equipa, trabalhar de forma concertada e estratégica, caso contrário o nosso futuro fica ainda mais sombrio, menos sustentável, mais agressivo e de relações mais contundentes entre todos. Quando assim acontece, todos sabemos o que acontece.

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