Princípios Ocultos da Saúde

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Princípios Ocultos da Saúde

PREFÁCIO __________________________________

Esta obra suscita muito interesse em muitos dos nossos leitores, não apenas pela sua vertente pedagógica, como também transmite aos menos conhecedores desta matéria a visão rosacruciana sobre a formação, constituição e evolução do corpo humano ao longo de milhões de anos. O carácter esotérico (interno, no sentido verdadeiro da palavra) desta obra reside na forma como o autor soube expor este tema de modo simples e claro, a modo de uma conversação, sobre a origem da nossa estrutura corpórea e as sucessivas transformações a que esteve sujeita durante longo tempo até chegar à complexidade dos dias de hoje: uma máquina (se assim a podemos chamar) ainda em evolução, mas também complexa, que volvidos séculos e com o progresso da tecnologia actual ainda mal a conhecemos, nomeadamente quanto às capacidades que possui, e que potencia e dispõe o ser humano, através de mecanismos internos e ocultos, a agir, a inter-agir, a pensar, a imaginar a sentir, etc. Fazendo fé na tradição ancestral, a este filho da Natureza, o corpo de barro de que somos feitos exteriormente, associou-se o elemento Vida, o Prana (o sopro, o alento), que o animou (sobre esta matéria remeto o leitor para a obra Timeu de Platão). Contudo, esta pequena maravilha criada pela Natureza, que é o nosso corpo, é susceptível de alterar o seu estado normal de funcionamento quando impregnado por influências nocivas, sejam exteriores ou interiores a si, isto é, a doença. Em si, esta disfunção revela, ao investigador que a analisa, os efeitos que provocam o desequilíbrio da estrutura do corpo. Porém, se tivermos em mente que a constituição do homem é septenária, isto é, que cada um de nós é constituído por sete corpos,

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desde o mais denso e visível até ao mais subtil, e por isso invisível, perguntamo-nos: Qual é a origem da doença e onde se origina a doença? Será no corpo físico ou nos corpos mais subtis e sensíveis? A este respeito, o conhecimento ocultista (da tradição teosófica em que Max Heindel inicialmente foi influenciado) diz-nos que a doença surge primeiro nos corpos mais subtis, invisíveis (seja no corpo vital ou prânico, no corpo emocional, ou astral (a nível psíquico), seja no corpo mental) e só tardiamente se reflecte no corpo físico. Max Heindel refere aspectos que justificam o aparecimento da doença na vida do homem, seja esta moléstia pontual ou permanente, originando deficiência física ou a morte. Neste âmbito, aborda e analisa os aspectos hereditários ou a herança familiar impressa no corpo físico, a questão kármica que subjaz à reencarnação e os laços engendrados (acção/reacção ou causa/efeito) das nossas vidas passadas. Para o autor, estes são factores determinantes e condicionantes de toda a existência humana, ou melhor, os causadores da disfunção do corpo humano. Porém, Max Heindel fala-nos do modo como recuperar o normal funcionamento do corpo e manter a saúde. Só mediante a cura, ou debelando a causa da enfermidade, poderá o homem restabelecer o equilíbrio ou harmonia das suas funções orgânicas. Neste sentido salienta vários aspectos importantes a ter em conta por todos nós, a fim de se evitar ou prevenir os inconvenientes da doença, seja através de uma dieta alimentar apropriada a cada um, seja em impedir os desequilíbrios perigosos para a manifestação harmoniosa do corpo ao longo da vida. Como nem sempre é possível evitar que o corpo sofra de alguma enfermidade, motivada por uma ruptura da ordem natural das coisas (stress, esgotamento, depressão, etc.), é aconselhável procurar, nas palavras do autor, um conselheiro espiritual capaz de identificar a causa do problema e, a partir desse ponto, aplicar o melhor tratamento ao paciente a fim de este

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sarar do seu mal. Digo sarar e não curar, pois para Max Heindel há uma diferença substancial entre estas duas formas de debelar a doença. Essa distinção situa-se ao nível dos vários planos ou corpos de que o homem é constituído. Isto porque, se, por um lado, a cura significa o desaparecimento dos efeitos da doença somente na parte fisiológica do homem de modo a que este possa desenvolver normalmente o seu funcionamento durante um certo período de tempo, por outro lado, sarar implica um tratamento mais profiláctico, se assim podemos dizer, pois indo à causa do problema, que de modo geral reside nos corpos mais subtis e invisíveis, actua a esse nível tentando erradicar de modo permanente o motivo que desencadeia e despoleta o mecanismo de uma determinada enfermidade. Neste sentido, para o acto de sarar ser eficaz é necessário e imprescindível haver uma profunda confiança e cooperação entre o paciente e aquele que efectua o referido tratamento, neste caso o médico habilitado a operar em tais funções. Um outro aspecto que importa salientar nesta obra composta de dezoito capítulos é o interesse que despertam alguns temas que aqui são apresentados de forma tão simples e básica, nomeadamente no que se refere à importância dos órgãos internos (como o coração, pulmões, estômago, fígado e o essencial baço) e quanto são fundamentais para a manutenção e recuperação de muitas das funções do corpo, com o fito de manter o seu equilíbrio ou o seu regular funcionamento. Alguns conselhos que encontramos ao longo desta leitura permitem-nos conservar o vigor não só desses órgãos internos, como também exteriormente aparentarmos uma boa saúde, boa disposição, uma harmonia que possibilite ao homem exteriorizar todo o seu potencial energético, criativo, humano. Pensamos que ao dar conhecimento da obra de Max Heindel tenhamos contribuído para aprofundar um pouco mais o conhecimento esotérico numa área que até agora era pouco

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conhecida, particularmente quanto aos princípios básicos de funcionamento da estrutura corpórea do ser humano, não só ao nível da sua fisiologia externa e interna como também ao nível da sua ligação com a estrutura espiritual que, afinal de contas, é a base e o sustentáculo da saúde do homem. Dulce Leal Abalada

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CAPÍTULO I ________________________________________

O CORPO DENSO

1. Introdução A Ciência Oculta ensina que o homem é um ser complexo que possui:  Um Corpo Denso, que é o instrumento visível utilizado neste mundo para actuar e deslocar-se. Este corpo é normalmente considerado como o “homem”;  Um Corpo Vital, composto de éter, que interpenetra o corpo físico, da mesma forma que o éter o faz com todas as outras formas, ressalvando o facto de que o ser humano assimila mais quantidade de éter universal do que as outras formas. Este corpo etéreo é o instrumento de transformação da energia vital do Sol;  Um Corpo de Desejos onde a nossa natureza emocional se expressa. Este veículo, mais subtil, interpenetra tanto o corpo físico como o corpo vital. O clarividente vê-o estender-se perto de 40 cm além do corpo físico, que se encontra no centro desta nuvem oval, da mesma forma que a gema se centra no ovo;  A Mente é o espelho que reflecte o mundo exterior e permite ao Ego transmitir as suas ordens, por pensamentos e palavras, impelindo também à acção.

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O Ego é o tríplice Espírito1 que utiliza estes veículos para acumular experiências na escola da vida. 2. A evolução O corpo denso foi o primeiro veículo a ser construído tendo, por conseguinte, passado por um grande período de evolução. Está actualmente no seu quarto estágio de desenvolvimento e alcançou um maravilhoso grau de eficiência. Oportunamente atingirá a perfeição. É o mais organizado dos veículos do homem. É um instrumento maravilhosamente elaborado e deve ser reconhecido como tal por todo aquele que desejar adquirir conhecimento sobre a constituição do homem. O germe do corpo denso foi dado pelos Senhores da Chama durante a Primeira Revolução do Período de Saturno, o primeiro dos Sete Grandes Dias da Manifestação, de acordo com os ensinamentos rosacrucianos. Este germe foi desenvolvendo-se durante as restantes seis primeiras revoluções, tendo-lhe sido conferido a capacidade de desenvolver os órgãos dos sentidos, especificamente o ouvido, daí que este órgão seja, daqueles que possuímos, o mais desenvolvido. Na primeira metade da Revolução de Saturno do Período Solar, ou seja, o Segundo dos Sete Grandes Dias da Manifestação, os Senhores da Chama trataram de realizar certos aperfeiçoamentos no germe do corpo físico. Tornou-se necessário efectuar determinadas mudanças nele, de modo que pudesse ser interpenetrado por um corpo vital, dando-lhe a capacidade Nota do Coordenador – A mónada, também denominada Tríade, é constituída por três corpos subtis e superiores. São eles de baixo para cima: o Manas (a Mente Superior), o Budhi (o Amor) e o Atma (a Vontade). É a mónada ou o Espírito que encarna em cada novo ciclo de nascimentos de cada ser humano. Os corpos inferiores, ou o denominado quaternário, como são o físico (ou denso), etéreo-físico, astral (de desejos ou emocional) e o Kama Manas (ou mente inferior) desagregam-se gradualmente até desaparecerem ficando apenas os três corpos superiores que continuarão a sua jornada evolutiva. 1

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