Viriato

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HISTÓRIA DE UMA EPOPEIA LUSITANA


Título Viriato - História de uma epopeia lusitana Autor Teófilo Braga Director Editorial Eduardo Amarante Revisão Isabel Nunes Grafismo, Paginação e Arte final Div'Almeida Atelier Gráfico www.divalmeida.com/atelier Ilustração e Técnica da capa Gabriela Marques da Costa Arte Digital / Assemblage Digital Romantismo Expectante – 2010 gabriela.marques.costa@gmail.com www.gabrielamarquescosta.wordpress.com www.facebook.com/home.php?#!/pages/Gabriela-Marques-da-Costa/134735599901538

+351 915960299 Impressão e Acabamento Espaço Gráfico, Lda. www.espacografico.pt Distribuição CESODILIVROS Grupo Coimbra Editora, SA comercial@coimbraeditora.pt 1ª edição – Março 2011 ISBN 978-989-8447-10-4 Depósito Legal nº 323315/11 ©Apeiron Edições Reservados todos os direitos de reprodução, total ou parcial, por qualquer meio, seja mecânico, electrónico ou fotográfico sem a prévia autorização do editor. Projecto Apeiron, Lda. www.projectoapeiron.blogspot.com apeiron.edicoes@gmail.com Portimão – Algarve


Teófilo Braga

HISTÓRIA DE UMA EPOPEIA LUSITANA

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Viriato - História de uma Epopeia Lusitana

A LINGUAGEM SIMBÓLICA DAS ILUSTRAÇÕES DE VIRIATO - HISTÓRIA DE UMA EPOPEIA LUSITANA

Gabriela Marques da Costa (a pintora) Ao criar esta capa, todas as minhas ideias de execução centram-se particularmente nas terras da Lusitânia, bem como no grande líder, entre todos os líderes daquela terra – Viriato. Toda a ambiência da capa e contracapa encontram-se em tons ocres, sépia, castanhos secos e também mesclas de tonalidades cinzas. No seu todo, estas cores tornam esta capa bastante serena e melancólica, remetendo para a História do passado e principalmente para uma lenda que mais tem de verídica do que de hipotética. O fundo de toda a capa em geral apresenta Pintura de Gabriela Marques da Costa Capa e Contracapa uma espécie de superfície com relevo; o intuito é representar o couro, material extremamente utilizado pelos lusitanos em quase tudo no seu quotidiano. Gostaria de começar por falar sobre a contracapa, onde muitos são os elementos simbólicos que completam a capa deste livro. Assim sendo, na parte inferior da contracapa aparece-nos a Serra d'Ossa, com o seu declive pouco acentuado. É nesta sagrada montanha que se situa a Anta da Candeeira – local de extrema importância, pois consta que a invencível espada Gaizus estava lá enterrada. Nas laterais da contracapa aparecem os caracteres ogâmicos, semelhantes aos caracteres rúnicos. Estes caracteres representam algo fundamental que fortalece a vontade de Viriato em lutar pelo seu povo Luso. Estes caracteres simbolizam o local onde Viriato foi iniciado – Cavernas das Inscrições ogâmicas, junto à margem do Douro – onde lhe foi dada a conhecer a Profecia do destino da Terra Lusitânia. Falando agora da Víria, esta encontra-se no topo da contracapa. A Víria representa o colar de ouro dos Três Crescentes entregue pelo sábio druida Ivedor, na Caverna das Inscrições Ogâmicas. Apeiron Edições

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Passando agora à capa, encontramos logo três planos distintos. No plano mais distante, o terceiro plano, temos a representação da Ilha sagrada de Achale; no plano intermédio a representação da amada de Viriato, a vestal Lísia; e em primeiro plano e em grande destaque temos a personagem principal – Viriato. A vestal Lisia encontra-se no segundo plano entre Viriato e a ilha de Achale, dando ao observador, num plano bidimensional como é o papel, a sensação de tridimensionalidade com toda a sua ilusão de óptica patente nestes três planos pictóricos. A colocação de Lísia ao centro da lateral esquerda tem um grande objectivo, sendo ele bastante simbólico… A cabeça ligeiramente inclinada para a frente e o seu olhar para o chão, denota que está pensativa e preocupada com o presente que se vivia naquela altura e absorta com o medo de perder o seu guerreiro Lusitano nas guerras. Esta expressão facial denota, também, como que se um mau presságio estivesse para acontecer – e tal veio a suceder! As mãos na cintura, contudo, denotam rasgo na vida e vontade de lutar. Esta virgem semnotheia do colégio sacerdotal do culto druida, apresenta uma carga simbólica bastante grande, particularmente na forma estratégica com que foi colocada na capa. Assim, podemos observar que Lísia tem ao nível do seu peito, sede dos seus sentimentos devotos ao culto druídico, a ilha de Achale - aquela que a viu crescer e onde Lísia viveu sempre com seu pai Idevor, o último dos druidas. Ora, estando assim um pequeno promontório da ilha colado, como que interligado com Lísia, este representa a fé e a grande abnegação de toda esta jovem vida entregue ao culto Druídico, com a soberana tarefa de assegurar a permanência perpétua do fogo na Torre Redonda de três andares. Esta Torre da sagrada ilha de Achale existiu em tempos atrás do Promontório Cepréssico, no Sado. Na imagem que podemos ver, Lísia tem um outro elemento que está estrategicamente “colado” a ela – o escudo de Viriato. Este escudo faz a transição entre o plano de Lísia e o plano de Viriato, criando uma sensação de volume e profundidade. Na minha opinião pessoal, ao criar este apontamento, fi-lo porque penso que a mulher tem um sentimento que o homem pela via natura não pode ter: a mulher pensa também com o sentimento do ventre – o sentimento maternal. Ora, é por isso que Lísia tem junto ao seu ventre o escudo de Viriato, dando noção ao observador de gravidez através da volumetria circular do escudo. Este, provavelmente, seria o sonho de Lísia, como mulher enamorada em dar um filho a este guerreiro, criando descendência de bravura e descendência de amor. Viriato é conhecido por todos como o herói e mártir ou, então, como o libertador da Lusitânia das mãos dos Romanos; era, portanto, o terror dos Romanos. Contudo, a vida de Viriato não é muito falada. Esta história, que en-

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globa guerra, vontades, amor, desespero e morte, faz-me lembrar a história de Tristão e Isolda, Lancelote e a Rainha Genebra ou até mesmo Romeu e Julieta. Nesta minha interpretação de Viriato, tentei mostrar um pouco desse amor trágico-romântico, principalmente através da torre de Achale. Esta aparece num tom mais escuro e pesado, dando assim um estilo dramático, pois reza a história que Lísia se atirou abaixo desta mesma torre após saber que Viriato teria sido morto pelos compatriotas traidores pouco tempo antes de se casarem. Esta torre aparece como símbolo de santuário druídico, mas ao mesmo tempo como local de suicídio. Falando agora do primeiro plano, encontramos a personagem principal: Viriato, o fiel Lusitano. Este aparece-nos com as vestes mais escuras, típicas dos homens daquela altura que se vestiam com cores escuras ao contrário das mulheres. Viriato apresenta uma lança pousada no seu ombro em atitude de vigília e serenidade. O escudo, símbolo de defesa em caso de ataque – nesta imagem aparece-nos um escudo em bronze e não em couro ou em madeira, pois significava que Viriato era um homem importante. Este ostenta a falcata mas, para mim, poderá ser a invencível espada Gaizus enfiada na couraça de protecção do seu cinto fivelado. Esta está por detrás do escudo onde apenas se pode observar o punho da espada. A posição corporal deste líder, bem como o seu olhar virado para trás, simboliza o seu espírito já desencarnado que deixa uma vida dedicada à sua pátria, que no fim acabou por não ser tão bem sucedida quanto ele quereria, pois travaram-lhe a continuação pela libertação de um povo. Este olhar virado na direcção de Lísia, mas não olhando para ela directamente, simboliza a amargura por não ter podido proporcionar àquela jovem mulher o que ambos ambicionavam. Esta imagem de Viriato mostra as suas frustrações e os seus anseios não realizados; estando ele em primeiro plano, mostra também que este foi um Homem da História, um Homem singular, um Homem de feitos herculeanos pelo seu povo, um Homem devoto da sua crença e totalmente entregue como instrumento guerreiro de Cariocecus para libertar a sua Lusitânia, a sua mátria.

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ÍNDICE

Introdução

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Capítulo I Capítulo II Capítulo III Capítulo IV Capítulo V Capítulo VI Capítulo VII Capítulo VIII Capítulo IX Capítulo X Capítulo XI Capítulo XII Capítulo XIII Capítulo XIV Capítulo XV Capítulo XVI Capítulo XVII Capítulo XVIII Capítulo XIX Capítulo XX Capítulo XXI Capítulo XXII Capítulo XXIII Capítulo XXIV Capítulo XXV Capítulo XXVI Capítulo XXVII Capítulo XXVIII

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Capítulo XXIX Capítulo XXX Capítulo XXXI Capítulo XXXII Capítulo XXXIII Capítulo XXXIV Capítulo XXXV Capítulo XXXVI Capítulo XXXVII Capítulo XXXVIII Capítulo XXXIX Capítulo XL Capítulo XLI Capítulo XLII Capítulo XLIII Capítulo XLIV Capítulo XLV Capítulo XLVI Capítulo XLVII Capítulo XLVIII Capítulo XLIX Capítulo L Capítulo LI Capítulo LII Capítulo LIII Capítulo LIV Capítulo LV Capítulo LVI Capítulo LVII Capítulo LVIII Capítulo LIX

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INTRODUÇÃO A Alma portuguesa caracteriza-se pelas manifestações seculares persistentes do tipo antropológico e étnico, que se mantêm desde as incursões dos Celtas e lutas contra a conquista dos Romanos até à resistência diante das invasões da orgia militar napoleónica. São as suas feições: • A tenacidade e indomável coragem diante das maiores calamidades, com a fácil adaptação a todos os meios cósmicos, pondo em evidência o seu génio e acção colonizadora; • Uma profunda sentimentalidade, obedecendo aos impulsos que a levam às aventuras heróicas, e à idealização afectiva, em que o Amor é sempre um caso de vida ou de morte; • Capacidade especulativa pronta para a percepção de todas as doutrinas científicas e filosóficas, como o revelam Pedro Julião (Hispano), na Idade Média, Francisco Sanches, Garcia da Orta, Pedro Nunes e os Gouveias, na Renascença; • Um génio estético, sintetizando o ideal moderno da Civilização ocidental, como em Camões, reconhecido por Alexandre de Humboldt como o Homero das línguas vivas. O cantor das grandes Navegações foi quem teve a mais alta compreensão do génio nacional. A ALMA PORTUGUESA achou no seu Poema a incarnação completa. Quando Camões descreve nos Lusíadas, geográfica e historicamente Portugal, referindo-se à tradição da antiga Lusitânia, relembra o vulto que simboliza a sua vitalidade resistente, diante da incorporação romana da península hispânica: Eis aqui, quase cume da cabeça Da Europa toda, o reino Lusitano, Onde a terra se acaba, e o Mar começa, E onde Febo repousa no Oceano. Esta é a ditosa Pátria minha amada, Esta foi Lusitânia… D’esta o PASTOR nasceu, que no seu nome Se vê que de homem forte os feitos teve; Cuja fama ninguém virá que dome, Pois a grande de Roma não se atreve. (Cant. III, est. XX a XXII)

Deixo... atrás a fama antiga

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Que co a Gente de Rómulo alcançaram, Quando com VIRIATO na inimiga Guerra romana tanto se afamaram. Também deixo a memória, que os obriga A grande nome, quando a levantaram Um por seu Capitão, que, peregrino, Fingiu na Cerva espírito divino. (Cant. I, est. XXVI)

No tempo do grande épico ainda não se tinha perdido o conhecimento da relação de continuidade histórica entre Portugal e a antiga Lusitânia, mais vasta e por isso mais violentamente retalhada pela administração imperial romana. Esse conhecimento, embora confundido com as lendas sincréticas dos falsos Cronicões, influiu na consciência do nosso individualismo étnico e nacional. O esforço de desnacionalização de Portugal pela política da unificação ibérica, veio até reflectir-se nos próprios historiadores pátrios, levando-os a considerar Portugal uma formação recente, adventícia, sem individualidade, e a Lusitânia quase como uma ficção banal dos eruditos da Renascença! Mas o carácter persistente do tipo português, a resistência tenaz contra todos os conflitos da natureza e pressões da vida, que tanto o distingue entre os povos modernos, é a prova manifesta da raça lusitana como a descreveram os geógrafos gregos e romanos. Nas lutas pela liberdade territorial a Lusitânia deixou nos historiadores greco-latinos o eco da sua resistência indomável, sobretudo no Ciclo das Guerras viriatinas, que se reacenderam ainda sob o comando de Sertório. Pela sua genial intuição teve Garrett a compreensão deste carácter resistente e sofredor da nossa raça lusitana. “Os Portugueses são naturalmente sofredores e pacientes: muito arrochada há-de ser a corda com que de mãos e pés os atam seus opressores, antes que rompam num só gemido os desgraçados. Um murmúrio, uma queixa... nem talvez no cadafalso a soltarão! Vendem-nos os desleais pegureiros de quem nos deixamos governar; vendem-nos, enxotam-nos para a feira a cajado e a latido e mordidela de seus mastins; e nós vamos e nem gememos. Se um clamor de queixumes, se uma voz de desconfiança acaso surde, aqui os clamores de rebeldes, os alcunhas de demagogos... e a nação (o rebanho, direi antes) que se resigna e sofre, e continua a caminhar para o exício! Tal é, com as diferenças de variados nomes e datas, a história de Portugal quase desde que a revolução ou restauração (restauração seria?) de 1640 fez da nação portuguesa o património de meia dúzia de famílias privilegiadas e de seus satélites e parasitos” (Carta de M. Scevola, 1830).

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Simbolizamos esta resistência, vivificando o tipo de Viriato, reconstruindo poeticamente as situações lacónicas referidas nos historiadores clássicos; representamos artisticamente essa fibra que ainda hoje pulsa em nós, e pela qual, perante a marcha da Civilização se afirma através dos cataclismos políticos a ALMA PORTUGUESA. Assuetum malo Ligurem, disse Virgílio (Georg., II, 102) dessa poderosa raça, de que o Lusitano foi um dos ramos mais activos; as terríveis desgraças que nos têm acompanhado desde a romanização da península até à subserviência inglesa, como acostumados ao mal, não nos têm alquebrado: não apagaram a constituição da Nacionalidade, não embaraçaram as iniciativas dos Descobrimentos marítimos; não abafaram a expressão das altas capacidades estéticas. Pela expressão artística se fixou a língua portuguesa, órgão reconhecido da nacionalidade, cujo sentimento se manteve pela idealização poética, em Camões. Seja ainda esse recurso poético o meio de acordar a consciência do passado de um Povo, no qual estão implícitos a sua razão de ser presente, e o ideal do seu destino futuro. Um dos fins da Arte moderna é a representação da vida dos povos e dos aspectos da natureza dos países longínquos, e também a evocação das idades passadas, vencendo por este exotismo o apagamento das impressões de tudo quanto nos cerca; assim se inicia a fase estética construtiva. Pela evocação da Raça penetra-se o sentir da fibra nacional, e por esta o drama das lutas das Instituições que se fundaram, o vínculo das Tradições, que foram germens e impulsos da missão histórica e das criações artísticas que reflectiram a consciência da colectividade.

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CAPÍTULO

I No ano de DCIII da era da fundação da Cidade de Roma, sendo cônsules L. Licínio Lucullo e A. Postumio Albino, acontecimento inopinado suscitou nos espíritos um extraordinário alvoroço: o Senado fora convocado repentinamente, com urgência, sem ser pela fórmula usual de um Édito, mas pela peremptória chamada nominal ordenada pelo velho e integérrimo Catão, denominado o Censor. A gravidade do acontecimento forçara por certo o venerando presidente do Senado a simplificar essa fórmula da convocação? Algum grande crime perturbava ou ameaçava o governo da República! A curiosidade era imensa, e antecipadamente sabia-se que a voz austera de Marco Catão, o Censor, se ergueria no Senado contra o patrício o mais opulento dos romanos, que dispunha de riquezas bastantes para corromperem os juízes aos quais se confiasse o seu julgamento. Galba! Era este o nome que soava de boca em boca, mais com inveja do que hostilidade, desde que o tribuno do povo Aulo Scribónio o citara para comparecer em justiça pelas depredações e carnificinas que praticara contra as tribos e cidades tributárias da Lusitânia, que como província senatorial estava sob a égide da lealdade romana. Era de um crime contra a majestade do povo romano, que versava a acusação do procônsul Sérvio Sulpício Galba, ao qual fora confiado o governo e administração da Espanha Ulterior, essa parte ocidental da península em que se compreendia a vasta Lusitânia. Ninguém se atrevia a pôr em dúvida a valentia do tribuno militar, que fora à Espanha com a missão especial de combater e submetter os Celtiberos, mas, sendo conhecida no mundo a glória do Senado, que, vai para quatro séculos, dirige com um tino incomparável as guerras de incorporação dos povos bárbaros, como poderá consentir que no exercício dessa missão civilizadora lhe infamem a inviolável autoridade? A voz de Catão ergueu-se no meio de um religioso silêncio com a acuidade de um látego de fogo. – Como velho octogenário, ninguém compreende como eu o poder dos Costumes dos Antepassados representados hoje no Senado, como um tribunal permanente, de acção executiva, e com consciência das necessidades públicas expostas pela palavra em discussão aberta. É desses Costumes dos Antepassados que deriva a Soberania com que nós todos aqui presentes, dando forma à

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